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ASSEMBLEIA NACIONAL

LEI N. º____ /2010

DE ____ DE _____

A definição dos princípios orientadores das carreiras dos militares das Forças
Armadas Angolanas, bem como a concretização dos procedimentos a respeitar no
desenvolvimento das mesmas, constitui uma das matérias de importância
fundamental na administração do pessoal das Forças Armadas Angolanas, cuja
implementação é a sequência lógica do estatuído na Lei Geral do Serviço Militar.
A razão de ser do diploma radica na necessidade de traduzir em Lei, de forma
inequívoca, homogénea e coerente, o estabelecimento objectivo e transparente
das regras a que se deve subordinar o desenvolvimento e a estruturação das
carreiras militares, de modo a constituírem factor de agregação, participação,
motivação e responsabilidade, no quadro das necessidades estruturais das Forças
Armadas Angolanas.
A estruturação das carreiras militares, pela singularidade dos objectivos, das
atribuições e competências cometidas às Forças Armadas Angolanas que se
diferenciam, inequivocamente dos demais servidores do Estado, segue uma
ordenação própria segundo o estabelecido no artigo 6º do Decreto n.º 24/91, de
29 de Junho, relativo às carreiras do regime especial.
O desenvolvimento das carreiras militares é assim regulado, consoante a forma
de prestação de serviço a que o militar se encontra vinculado, e com base em
iguais parâmetros para todos os Ramos das Forças Armadas Angolanas, dos quais
se salientam a ordenação hierárquica por categorias nas Forças Armadas
Angolanas, os níveis de qualificação técnicoprofissional para o ingresso, a
satisfação de condições gerais e especiais para a promoção e as necessidades da
estrutura orgânica das Forças Armadas Angolanas considerando, contudo a
especificidade de cada Ramo.

A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos da alínea j) do


artigo 164º da Constituição da República de Angola, a seguinte lei:
LEI DAS CARREIRAS DOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS
ANGOLANAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

SECÇÃO I
OBJECTO E ÂMBITO

Artigo 1º
(Objecto)
O presente diploma tem por objecto definir o conjunto de normas, procedimentos
e princípios orientadores a respeitar no desenvolvimento das carreiras dos
militares das Forças Armadas Angolanas.

Artigo 2º
(Âmbito)
O presente diploma aplica-se ao militar das Forças Armadas Angolanas,
independentemente da sua situação e da forma de prestação de serviço a que se
encontra vinculado, designadamente, no Quadro Permanente (QP), no Quadro de
Milicianos (QM), no Serviço Militar Obrigatório (SMO) e no Serviço Militar na
Reserva (SMR).

SECÇÃO II
CONCEITOS GENÉRICOS

Artigo 3º
(Categoria e Posto)
1. Designa-se por categoria o conjunto hierarquizado de postos militares da
mesma natureza, das distintas formas de prestação de serviço e agrupam-se
pela seguinte ordem decrescente:
a) Oficiais;
b) Sargentos;
c) Praças.
2. Designa-se por posto, o grau hierárquico do militar na respectiva categoria,
fixado de acordo com o conteúdo e qualificações da função.

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Artigo 4º
(Efectivos)
Designa-se genericamente por efectivos o número de militares, nas diferentes
formas de prestação de serviço, necessário ao funcionamento das Forças
Armadas Angolanas fixado nos termos da Lei de Defesa Nacional e das Forças
Armadas.

Artigo 5º
(Fixação De Efectivos)

1. Os efectivos dos Quadros Permanentes e os efectivos do Quadro de Milicianos


das Forças Armadas Angolanas, são fixados anualmente, pelo Presidente da
República e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, sob proposta do Chefe
do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, a apresentar pelo
Ministro da Defesa Nacional.
2. Os efectivos destinados ao Serviço Militar Obrigatório a incorporar anualmente
nas Forças Armadas Angolanas são fixados pelo Presidente da República e
Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, sob proposta do Chefe do
Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, a apresentar pelo
Ministro da Defesa Nacional.
3. O número de reservistas a mobilizar, para cada situação, é fixado de acordo
com as disposições previstas na Lei Geral do Serviço Militar.

Artigo 6º
(Serviço Militar)
1. O Serviço Militar caracteriza-se pelo exercício pleno e permanente de cargo e
funções próprias do posto, e compreende o Serviço Militar Activo e o Serviço
Militar da Reserva.
2. O cidadão que se encontra a prestar Serviço Militar Activo denomina-se
“Militar” e o que se encontra a prestar o Serviço Militar da Reserva denomina-
se “Reservista”.
Artigo. 7º
(Serviço Militar Activo)
O Serviço Militar Activo consiste no cumprimento do Serviço Militar nas Forças
Armadas Angolanas, no Ministério da Defesa Nacional e na Casa Militar do
Presidente da República e (Serviço de Inteligência Militar?).

Artigo 8º
(Formas de Prestação do Serviço Militar)
1. As formas de prestação do serviço militar são as seguintes:
a) Serviço Militar Obrigatório;
b) Serviço Militar no Quadro de Milicianos;
c) Serviço Militar no Quadro Permanente.

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2. Militar do Serviço Militar Obrigatório é todo o cidadão angolano que se
encontre no cumprimento directo das obrigações militares por um período de
tempo decorrente da Lei Geral do Serviço Militar, contado desde o acto da
incorporação até à passagem à situação de licenciado à reserva ou ao ingresso
noutra forma de prestação de serviço.
3. Militar do Quadro de Milicianos é aquele que tendo cumprido o Serviço Militar
Obrigatório, deseja continuar ou regressar ao serviço por um período de tempo
mínimo de dois anos e máximo de oito anos, com vista à satisfação das
necessidades das Forças Armadas Angolanas, no preenchimento das funções
inerentes aos postos mais baixos das categorias de Oficiais e Sargentos e ainda
para preenchimento de funções operativas de carácter técnico na Categoria de
Praças, ou com vista ao seu eventual ingresso no Quadro Permanente.
4. Militar do Quadro Permanente é aquele que tendo adquirido formação
profissional adequada e ingressado voluntariamente na carreira militar, serve
as Forças Armadas Angolanas como profissional através de um vínculo com
carácter de permanência.
Artigo 9º
(Serviço Militar da Reserva)
O Serviço Militar da Reserva consiste no cumprimento de tarefas de instrução
militar que capacite o reservista para o cumprimento de tarefas militares em
tempo de guerra ou no caso de reingresso no activo.

Artigo 10º
(Categorias do Serviço Militar da Reserva)
1. O Serviço Militar da Reserva divide-se nas seguintes categorias:
a) Primeira Reserva;
b) Segunda Reserva.
2. Formam a Primeira Reserva:
a) O cidadão licenciado à reserva, após o cumprimento do serviço militar activo
em qualquer forma de prestação de serviço;
b) O cidadão que não está integrado em estruturas militares, contudo registado
nos órgãos competentes das Forças Armadas;
c) Todo o cidadão que não cumpriu o serviço militar obrigatório, contudo
adquiriu formação militar básica, idêntica à ministrada nos Centros de
Ensino Militar do país.
3. Forma a Segunda Reserva o cidadão não compreendido no número anterior.

SECÇÃO III
SITUAÇÕES DE SERVIÇO

Artigo 11º
(Situações)
O militar independentemente da forma de prestação de serviço, encontra-se
numa das seguintes situações de serviço:
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a) Activo;
b) Reserva;
c) Reforma.
Artigo 12º
(Activo)
O militar considera-se no activo quando se encontra afecto ao Serviço Militar
Activo ou em condições de ser chamado ao seu desempenho e não tenha sido
abrangido pelas situações de reserva ou reforma.

Artigo 13º
(Reserva)
O militar considera-se na reserva quando transita do respectivo quadro no activo
e se mantém disponível para o serviço.

Artigo 14º
(Tipos de Reserva)
1. Existem os seguintes tipos de reserva nas Forças Armadas:
a) Reserva do serviço militar não permanente;
b) Reserva do quadro permanente.
2. Pertence à reserva não permanente, o cidadão que presta serviço militar
activo no Quadro de Milicianos, no Serviço Militar Obrigatório e o cidadão
recenseado que não é incorporado.
3. Pertence à reserva do Quadro Permanente, o oficial e sargento que transita do
respectivo quadro no activo.

Artigo 15º
(Reforma)
1. O militar considera-se na reforma quando transita do Quadro Permanente, no
activo ou na reserva, para a reforma.
2. O militar na reforma não pode exercer funções militares, excepto para funções
de docência e investigação e nas situações de estado de guerra, estado de
sítio e estado de emergência.

Artigo 16º
(Designação do Militar)
1. O militar é designado pelo posto, seguido da arma, serviço ou classe, número
de identificação pessoal (NIP) e nome.
2. Ao oficial e sargento do Quadro Permanente na situação de reserva (RES) ou
reforma (REF) é acrescido e sob forma abreviada, a seguir à arma, serviço e
classe, a respectiva situação em que se encontra.

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Artigo 17º
(Situações em Relação à prestação de Serviço)
1. O militar no activo, independentemente da forma de prestação de serviço,
encontra-se numa das seguintes situações:
a) Em efectividade;
b) Fora de efectividade.
2. A situação de efectividade caracteriza-se pelo exercício efectivo de cargo e
desempenho de funções inerente ao posto.
3. O militar na situação de efectividade, pode encontrar-se numa das seguintes
condições:
a) Comissão normal;
b) Inactividade temporária.
4. Considera-se fora de efectividade, o militar que se encontra numa das
seguintes condições:
a) Comissão especial;
b) Licença registada e Licença ilimitada, previstas nos termos dos artigos 47º e
48º do presente diploma.

Artigo 18º
(Comissão Normal de Serviço)
1. A comissão normal de serviço consiste na prestação de serviço nas Forças
Armadas ou em cargo militar fora do seu âmbito, ou ainda quando tenha sido
nomeado para determinado cargo, considerado de interesse da Instituição
Militar.
2. As regras sobre a nomeação do militar no cargo são estabelecidas em
regulamento próprio

Artigo 19º
(Comissão Especial)
1. O militar do Quadro Permanente no activo está em comissão especial de
serviço, quando se encontra no exercício de cargo ou no desempenho de
funções públicas do Estado, que não seja de natureza militar e não se insira
nos organismos referidos no artigo 7º.
2. O militar do Quadro Permanente no activo não pode permanecer nesta
situação para além de (4) quatro anos, seguidos ou interpolados.
3. Ao fim de (4) quatro anos nesta situação, seguidos ou interpolados, o militar
pode transitar para uma das seguintes situações:
a) Para a comissão normal, por acto administrativo de entidade competente em
matéria de nomeações;
b) Para a situação de licença sem vencimento, quando solicitada e for
concedido, nos termos do presente diploma;

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c) Para a situação de reserva ou de reforma nos termos estabelecidos no
presente diploma.

Artigo 20º
(Inactividade Temporária)
1. A inactividade temporária é a condição em que se encontra o militar no activo
que por razão de falta de vacatura nos cargos orgânicos, por recomendação
da avaliação individual desfavorável, saúde, de estudo, disciplinar ou criminal
encontra-se, temporariamente impedido do exercício das suas funções
militares.
2. O militar no activo considera-se em inactividade temporária nos seguintes
casos:
a) Por motivo de acidente ou doença, quando o impedimento exceda (12) doze
meses e a Junta Médica Militar, por razões justificadas e fundamentadas,
não se encontre ainda em condições de pronunciar-se quanto à sua
capacidade ou incapacidade definitiva;
b) Por motivo criminal ou disciplinar, quando no cumprimento de pena de
prisão;
c) Por motivo de estudo no interesse das Forças Armadas Angolanas, fora de
estabelecimento de ensino militar e lhe seja concedida licença por um
período máximo de (5) cinco anos;
d) Por falta de vacatura nos cargos orgânicos das Unidades, Estabelecimentos e
Órgãos;
e) Por recomendação da avaliação individual, quando o seu desempenho não
corresponde a exigência do cargo.

SECÇÃO IV
TEMPO DE SERVIÇO

Artigo 21º
(Contagem de Tempo de Serviço)
1. Conta-se como tempo de serviço, o período de tempo no activo, acrescido do
tempo nas seguintes situações:
a) Na participação na luta de libertação nacional, anterior a 11 de Novembro
de 1975;
b) Em comissão especial;
c) Nos cursos militares de formação;
d) De duração normal dos cursos de ensino superior, quando haja ingressado
no Quadro Permanente mediante concurso e após completado 5 (cinco)
anos de serviço no respectivo quadro especial;
e) Da percentagem de aumento considerada ou estabelecida em legislação
especial.

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2. O tempo de serviço militar é contado para efeitos de cálculo do subsídio de
reserva e da pensão de reforma.

Artigo 22º
(Regras para a Contagem de Tempo de Serviço Militar Activo)
1. É contado como tempo no activo, o tempo de serviço prestado em comissão
normal nas Forças Armadas Angolanas ou em outras funções militares fora do
seu âmbito.
2. Conta-se ainda como tempo de serviço militar activo, o que resulta:
a) Da frequência de curso que no âmbito da carreira militar considera-se
curricular ou desde que o mesmo se revista de interesse para a instituição
militar;
b) Do tempo em que o militar no activo estiver compulsivamente afastado do
serviço, desde que reintegrado por revisão do respectivo processo;
c) Do tempo em que o militar no activo estiver na situação de inactividade
temporária;
d) Do tempo em que o militar na situação de reserva estiver a cumprir serviço
militar activo, até ao limite máximo de (30) trinta anos.
3. Não é contado como tempo de serviço militar activo:
a) Aquele em que o militar tiver permanecido fora da efectividade;
b) Aquele em que o militar estiver em comissão especial de serviço.

Artigo 23º
(Aumento de Tempo de Serviço Militar Activo)
Legislação específica define as situações, as áreas geográficas, os cargos e as
funções que dão lugar ao aumento do tempo de serviço militar activo, bem como
a respectiva percentagem de aumento.

SECÇÃO V
CARGOS E FUNÇÕES

Artigo 24º
(Cargo Militar)
1. Considera-se cargo militar o lugar fixado na estrutura orgânica das Forças
Armadas Angolanas que corresponde ao desempenho de funções
organicamente definida e cujo preenchimento é adequado ao posto, arma,
serviço ou classe do militar, de acordo com o nível de responsabilidade e
qualificação exigida.
2. É ainda considerado cargo militar o lugar existente em qualquer organismo do
Estado ou em organismo internacional a que corresponda funções de natureza
militar e cujo preenchimento é adequado ao posto militar correspondente ao
fixado na tabela de hierarquização das Forças Armadas Angolanas.

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Artigo 25º
(Cargo de Posto Inferior)
O militar no activo não pode ser nomeado para o desempenho de cargo a que
corresponda posto inferior ao que ostenta, nem estar subordinado a militar de
posto inferior.
Artigo 26º
(Cargo de Posto Superior)
1. O militar no activo nomeado para cargo a que corresponda um posto superior
ao que ostenta é investido, enquanto se mantiver essa situação, da autoridade
inerente a esse posto, relativamente a todos os subordinados e pode ser
graduado nos termos definidos no presente diploma em matéria de
graduação.
2. A nomeação a que se refere o número anterior é sancionada pela entidade
militar competente, reveste carácter excepcional, assume sempre natureza
temporária e tem uma duração máxima de (6) seis meses.

Artigo 27º
(Desempenho de Funções Militares)
1. Considera-se desempenho de funções de natureza militar o exercício das
competências legalmente estabelecidas para o titular do cargo
correspondente.
2. As funções de natureza militar classifica-se em:
a) Comando;
b) Direcção e Chefia;
c) Estado-Maior;
d) Execução.
3. O desempenho de funções de natureza militar, inicia-se com a tomada de
posse do militar nomeado, suspende-se com o seu afastamento temporário e
cessa com a sua exoneração ou transferência.

Artigo 28º
(Função Comando)
1. A função Comando representa o exercício da autoridade conferida ao militar
para comandar unidades, subunidades, destacamentos e forças militares.
( Direcção e Chefia)

1. A função Direcção e Chefia representa o exercício da autoridade conferida ao


militar para dirigir, coordenar e controlar estabelecimentos e órgãos militares.
2. Ao exercício da autoridade, decorrente das leis e regulamentos, implica a
correspondente responsabilidade que não é possível delegar, sendo o
Comandante, Director ou Chefe o único responsável, em todas as
circunstâncias, pela forma como as unidades, forças, estabelecimentos e
órgãos subordinados cumprem as missões que lhes são confiadas.
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Artigo 29º
(Função Estado-Maior)
A função de Estado-maior abrange a prestação de apoio, consultoria e assessoria
ao processo de tomada de decisão do Comandante, Director ou Chefe e traduz-
se, nomeadamente, na elaboração de estudos, informações e propostas de
directivas, despachos, planos ou ordens que têm em vista a preparação e a
transmissão das decisões e a supervisão da sua execução.

Artigo 30º
(Função Execução)
1. A função Execução consiste no exercício de todas as acções e tarefas
específicas de determinada área de actividade militar, desenvolvidas por militar
integrado em forças, unidades, estabelecimentos e órgãos, tendo como
objectivo a preparação, o apoio e o cumprimento das missões atribuídas.
2. As acções e tarefas desenvolvidas com vista à preparação e apoio abrangem,
nomeadamente, as áreas de formação, instrução e treino, administrativa,
operacional, logística e outras de natureza essencialmente técnica.

SECÇÃO VI
HIERARQUIA E ANTIGUIDADE

Artigo 31º
(Hierarquia Militar)
1. A hierarquia militar decorre da necessidade de, em todas as circunstâncias, se
estabelecer relações de autoridade e de subordinação entre os militares.
2. A hierarquia militar exprime-se por postos, antiguidades e precedências
previstas na Lei.
Artigo 32º
(Hierarquia Funcional)
1. A hierarquia funcional é a que decorre do cargo e funções de natureza militar,
caracterizada pelo âmbito funcional do vínculo hierárquico entre o comando
funcional e elementos subordinados responsáveis pela execução de uma parte
essencial ao cumprimento da sua missão, devendo respeitar a hierarquia dos
postos, antiguidades e precedências, ressalvados os casos em que a lei
determine de forma diferente.
2. Os casos excepcionais em que a hierarquia funcional implica a promoção,
graduação ou precedência sobre a antiguidade, devem constar expressamente
no documento da promoção, graduação ou determinação da precedência.
3. A graduação e precedência sobre a antiguidade terminam com a exoneração
do cargo ou a cessação das funções.

Artigo 33º
(Escala hierárquica)
A escala hierárquica do militar no activo é organizada por ordem decrescente dos
postos e, dentro destes, por antiguidade.
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Artigo 34º
(Antiguidade)
A antiguidade do militar no activo em cada posto conta desde a data fixada no
respectivo documento oficial de promoção, considerando-se de menor
antiguidade o promovido com data mais recente.

Artigo 35º
(Antiguidade Relativa entre Militares)
1. O militar do Quadro Permanente no activo é sempre mais antigo que o militar
do Quadro Miliciano e do Serviço Militar Obrigatório, mobilizado, convocado e
promovido a posto igual ou correspondente, desde que promovido na mesma
data.
2. O militar graduado do Quadro Permanente no activo é sempre considerado
mais moderno que o promovido ao posto igual ou correspondente.
3. A antiguidade relativa entre militares do mesmo quadro especial, com o mesmo
posto ou posto correspondente, mas de quadro especial diferente, é
determinada pela data de antiguidade nesse posto e, em caso de igualdade
desta, pela data de antiguidade no posto anterior, e assim sucessivamente,
aplicando-se para o posto de ingresso o estabelecido nos Artigos 76º e 78º,
respectivamente.

Artigo 36º
(Lista de Antiguidade)
1. As listas de antiguidade dos oficiais e sargentos do Quadro Permanente de
cada Ramo, no activo, reserva ou reforma, são publicadas anualmente.
2. As listas de antiguidade dos militares no activo são elaboradas por categorias,
quadros especiais, por postos e antiguidade relativa.
3. As listas de antiguidade dos militares na reserva são elaboradas por
categorias, quadros especiais, postos e data de passagem àquela situação.

Artigo 37º
(Inscrição na Lista de Antiguidade)
1. O militar do Quadro Permanente no activo ocupa um lugar na Lista de
antiguidade do quadro especial a que pertence.
2. Dentro do mesmo quadro especial, os militares promovidos na mesma data e
ao mesmo posto são ordenados por ordem decrescente, respeitando a ordem
da sua inscrição na lista de antiguidades desse posto.
3. A inscrição na lista de antiguidade no posto de ingresso de cada quadro
especial é feita por ordem decrescente de classificação no respectivo curso ou
concurso de ingresso.
4. Em caso de igualdade de classificação, a inscrição na lista de antiguidades
obedece aos seguintes critérios de ordenação:
a) Maior graduação anterior;
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b) Maior tempo de serviço militar activo;
c) Maior idade.
Artigo 38º
(Alteração na Antiguidade)
1. Sempre que na lista de antiguidade a colocação de um militar do Quadro
Permanente no activo seja alterada, a data da sua nova antiguidade deve
constar do documento que determina essa alteração.
2. Quando militares do mesmo quadro especial são promovidos a um posto na
mesma data e havendo alteração do ordenamento anterior, deve constar
expressamente do documento oficial de promoção.

SECÇÃO VII
LICENÇAS

Artigo 39º
(Tipos de Licença)
1. Independentemente da forma de prestação de serviço, ao militar no activo
pode ser concedido os seguintes tipos de licença:
a) Para férias;
b) Por doença;
c) Por parto;
d) Por nascimento de filho;
e) Por casamento, bodas de prata e de ouro;
f) Por luto;
g) Por mérito;
h) Para estudos;
i) Registada;
j) Ilimitada.
2. As licenças das alíneas i) e j) do número anterior são concedidas mediante
despacho do Ministro da Defesa Nacional.

Artigo 40º
(Licença para Férias)
1. O militar no activo tem direito a um período de férias de (30) trinta dias em
cada ano civil, seguidos ou interpolados, tendo em atenção o seguinte:
a) Tenha estado em serviço por tempo superior a um ano;
b) A concessão não prejudique a tramitação de processo disciplinar ou criminal
em curso;
c) Não pode sobrepor-se à frequência de cursos, instrução ou estágios e está
condicionada pela actividade operacional;

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d) Um dos períodos de férias não pode ser inferior a (15) quinze dias;
e) É concedida independentemente do gozo anterior de qualquer outra licença
e do registo disciplinar.
2. O militar no activo nas condições que a seguir se referem tem direito aos
seguintes dias de férias para além do período referido no nº 1;
a) Até (25) vinte e cinco dias por semestre, desde que o número de dias de
férias anuais não ultrapassem os (45) quarenta e cinco dias, ao militar que
faça trabalho de voo ou nas unidades navais de superfície e submarinos,
bem como ao que faz guarda operativa em condições complexas;
b) (15) Quinze dias por ano, ao militar com mais de (20) vinte anos de serviço
militar activo.
3. As férias respeitantes a determinado ano e não gozadas, por motivo de
serviço, podem gozar-se no ano civil imediato, seguida ou não das férias
vencidas neste.
4. No caso de acumulação de férias, por motivo de serviço, o militar não é
impedido do direito no ano a que as mesmas se reportam.

Artigo 41º
(Licença por Doença)
1. A licença por doença é concedida mediante a apresentação de atestado médico
passado por instituição hospitalar das Forças Armadas Angolanas com uma
duração nunca superior a (30) trinta dias.
2. A licença por doença tem a duração máxima de (30) trinta dias seguidos ou
(90) noventa dias a serem atribuídos de forma interpolada, em períodos de
(30) trinta dias, findo os quais o militar é submetido a Junta Médica Militar a
fim de ser avaliado e determinada a sua aptidão para o serviço militar.
3. A licença por junta médica é concedida em conformidade com a lista das
afecções médicas para determinar o grau de aptidão para o ingresso ou
permanência nas Forças Armadas Angolanas.

Artigo 42º
(Licença por Parto)
1. O militar do sexo feminino no activo tem direito a uma licença de (90) noventa
dias por parto, (60) sessenta dos quais a seguir ao parto, podendo os
restantes (30) trinta dias ser gozados total ou parcialmente antes ou depois do
parto.
2. Por solicitação do militar do sexo feminino no activo, as suas férias podem ser
acumuladas com a licença de parto.
3. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, são aplicáveis ao militar do
sexo feminino no activo, em matéria de licença por parto, as disposições
constantes da lei geral.

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Artigo 43º
(Licença por Nascimento de Filho)
1. O militar do sexo masculino no activo tem direito a uma licença de (6) seis
dias por nascimento de filho, podendo ser gozados seguidos ou interpolados,
entre o dia do nascimento, inclusive, e os quinze dias imediatos.
2. A licença por motivo de nascimento de filho, deve ser participada no mesmo
dia em que ocorreu, ou excepcionalmente, no dia seguinte e justificada por
escrito, logo que o militar se apresente ao serviço.

Artigo 44º
(Licença de Casamento, Bodas de Prata e de Ouro)
1. A pedido do militar no activo é concedida:
a) Por casamento, uma licença de (6) seis dias seguidos, incluindo o dia do
casamento;
b) Por ocasião das bodas de prata ou de ouro, uma licença de (3) três dias
seguidos.
2. O pedido para a concessão da licença expressa na alínea a), deve ser
apresentado com uma antecedência mínima de (30) trinta dias.
3. A confirmação do casamento é efectuada através da certidão, necessária ao
averbamento na respectiva folha de matrícula.

Artigo 45º
(Licença por Luto)
1. A licença por luto é concedida:
a) Por (8) oito dias úteis, por falecimento de cônjuge, de parente ou afim no 1º
grau da linha recta;
b) Por (4) quatro dias úteis, por falecimento de parente ou afim em qualquer
outro grau da linha recta e até ao 4º grau da linha colateral;
c) Por (3) três dias úteis, por falecimento de qualquer outra pessoa que
comprovadamente viva com o militar em comunhão de mesa e habitação.
2. No acto de apresentação ao serviço pode ser exigida a prova de falecimento
que justificou a concessão da licença.

Artigo 46º
(Licença por Mérito)
1. A licença por mérito é concedida ao militar que se tenha evidenciado
no desempenho das suas funções com destaque, pelos altos valores
morais cívicos e intelectuais, aptidão militar ou capacidade de
mando ou chefia.
2. A licença por mérito destina-se a recompensar o militar de qualquer
posto, tendo a duração não superior a 30 dias e podendo ser
interrompida por imperiosa necessidade de serviço.

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Artigo 47º
(Licença para Estudos)
1. A licença para estudos pode ser concedida a tempo integral ou parcial, a
requerimento do interessado para efeitos de frequência de curso de nível
superior em estabelecimento de ensino nacional ou estrangeiro, estranho às
Forças Armadas, no seu interesse e de que resulte valorização profissional e
técnica do militar.
2. A licença para estudos pode ser concedida, apenas, ao militar do Quadro
Permanente em serviço militar activo.
3. O militar do Quadro Permanente na situação de licença para estudos deve
apresentar, na data que lhe for determinada, o documento comprovativo do
aproveitamento académico.
4. A licença para estudos é cancelada sempre que a entidade competente
considere insuficiente o aproveitamento académico do militar.
5. A licença para estudos é concedida sem perda de vencimentos.

Artigo 48º
(Licença Registada)
1. A licença registada pode ser concedida por um período não superior a (6) seis
meses, seguidos ou interpolados, ao militar do Quadro Permanente no activo
que a requeira e lhe seja deferida, por cada período de (5) cinco anos.
2. Ao militar do Quadro Miliciano no activo pode ser concedida licença registada,
quando o requeira, por tempo não superior a (3) três meses, seguidos ou
interpolados, por cada período de (3) três anos, dependendo a sua concessão
de não existir inconveniente para o serviço e devendo a prestação de serviço
ser prolongada por igual período.
3. A licença registada não pode ser imposta ao militar no activo do Quadro
Permanente e do Quadro Miliciano.
4. Ao militar do Serviço Militar Obrigatório no activo pode excepcionalmente ser
concedida licença registada, quando a requeira, até (15) quinze dias em cada
ano civil, para comparência em estabelecimentos de ensino onde deve realizar
exames, desde que já não tenha direito a outra licença. O interessado deve
comprovar a data de comparência às provas por documento passado pelo
estabelecimento de ensino respectivo.
5. O militar do Serviço Militar Obrigatório, que por motivo de acidente ou doença
não obtenha aproveitamento na instrução militar básica, é submetido a novo
período de preparação no turno seguinte, entrando de licença registada até à
data de início do mesmo.
6. O militar no activo na situação de licença registada não tem direito a qualquer
remuneração.

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Artigo 49º
(Licença Ilimitada)
1. A licença ilimitada pode ser concedida por um período não inferior a um ano,
ao militar do Quadro Permanente no activo que a requeira e lhe seja deferida;
2. A licença ilimitada apenas pode ser concedida ao militar que tenha prestado
pelo menos (8) oito anos de serviço militar no activo após ingresso no Quadro
Permanente.
3. A licença ilimitada pode ser cancelada:
a) A todo o tempo, ao militar do Quadro Permanente no activo;
b) Em estado de guerra, de sítio ou de emergência, ao militar do Quadro
Permanente na reserva.
4. O militar do Quadro Permanente no activo ou na reserva, na situação de
licença ilimitada, pode interrompê-la se a mesma lhe foi concedida há mais de
um ano.
5. A licença cessa (90) noventa dias depois do militar apresentar o respectivo
requerimento ou, antes deste prazo, a seu pedido, se tal for autorizado.
6. O militar do Quadro Permanente no activo, na situação de licença ilimitada
pode requerer a passagem à situação de reserva, desde que reúna as
condições previstas neste diploma.
7. O militar do Quadro Permanente no activo não pode estar, na situação de
licença ilimitada, por mais de (10) dez anos, seguidos ou interpolados, após os
quais passa à reserva ou a reforma.
8. O militar no activo, na situação de licença ilimitada, não tem direito a qualquer
remuneração.

SECÇÃO VIII
CARREIRAS

Artigo 50º
(Carreira Militar)
A carreira militar é o conjunto hierarquizado de postos, em cada categoria,
relativo a determinada forma de prestação de serviço a que corresponde o
exercício de cargos e o desempenho de funções diferenciadas entre si.

Artigo 51º
(Designação da Carreira)
1.Consoante a forma de prestação de serviço, a carreira do militar designa-se
por:
a) Carreira Longa - para o militar do Quadro Permanente;
b) Carreira Média - para o militar do Quadro Miliciano;
c) Carreira Curta - para o conjunto de militares do Serviço Militar Obrigatório e
do militar em serviço militar da reserva.

16
2. Consoante a categoria do militar, a carreira designa-se:
a) Carreira de oficial:
b) Carreira de sargento;
c) Carreira de praça.
3. O militar no activo tem a sua progressão na hierarquia das Forças Armadas
Angolanas condicionada aos mecanismos estabelecidos por lei e aos postos
limite definido para cada carreira em cada forma de prestação de serviço.
4. O militar no activo que reúna as condições previstas neste diploma e demais
legislação aplicável, pode candidatar-se à frequência de cursos de formação
que o habilite ao acesso à carreira militar de nível superior.
5. As disposições normativas da carreira respeitante às formas de prestação de
serviço, em que se encontrava, a passagem do licenciamento à reserva são
aplicáveis ao militar sujeito a mobilização.

Artigo 52º
(Progressão na Carreira)
1. A progressão na carreira materializa-se com a promoção do militar aos
diferentes postos, consoante a categoria e a forma de prestação de serviço a
que o mesmo se encontra vinculado.
2. A progressão na carreira respeita as qualificações, a antiguidade e o mérito
revelado no desempenho profissional do militar, observada a satisfação das
condições gerais e especiais de promoção e as necessidades orgânicas das
Forças Armadas.

Artigo 53º
(Progressão do militar na Carreira da Saúde Militar)
1. O regime da carreira do militar do Quadro Permanente afecto a
saúde militar é regulado em diploma próprio.
2. O regime de progressão do militar do quadro da carreira da saúde
militar deve estar em sincronia e ser compatível com os princípios
e normas de desenvolvimento da carreira militar prevista na
presente lei.
Artigo 54º
(Desenvolvimento da Carreira)
1. A carreira deve desenvolver-se salvaguardando os interesses da instituição
militar e respeitando o interesse de valorização pessoal e profissional do
militar que a integra.
2. O desenvolvimento harmonioso da carreira do militar das Forças Armadas está
dependente, designadamente, dos seguintes condicionalismos:
a) Do quantitativo autorizado de militares nas diferentes formas de prestação
de serviço, necessário ao funcionamento das Forças Armadas;
b) Do quantitativo de admissões, adequado às necessidades específicas da
estrutura orgânica das Forças Armadas Angolanas;
17
c) Da idade limite de passagem à situação de reserva;
d) Da satisfação das condições gerais e especiais de promoção;
e) Da avaliação individual do desempenho do militar.

Artigo 55º
(Princípios do Desenvolvimento da Carreira)
O desenvolvimento da carreira militar norteia-se pelos seguintes princípios
orientadores:
a) Da valorização militar que consiste em dar primazia à adequada formação do
militar, permitindo uma valorização humana e profissional indispensável à
sua progressão na carreira;
b) Da universalidade que consiste na aplicação de princípios, procedimentos e
mecanismos adstritos à carreira, à todo o militar, consoante a sua forma de
prestação de serviço;
c) Do profissionalismo que consiste em valorizar a capacidade de acção e de
completa entrega à missão, a qual exige os necessários conhecimentos
técnico-científicos e princípios humanos, e que pressupõe a obrigação de
um aperfeiçoamento contínuo e progressivo;
d) Da igualdade de oportunidades que consiste em proporcionar semelhantes
perspectivas de carreira relativamente à formação e a promoção, consoante
a forma de prestação de serviço;
e) Do equilíbrio que consiste em procurar atingir uma gestão integrada dos
recursos humanos e financeiros para a satisfação das necessidades
orgânicas das Forças Armadas Angolanas;
f) Da transparência que consiste em providenciar uma ampla difusão dos
métodos e critérios a aplicar ao desenvolvimento da carreira;
g) Da flexibilidade que consiste em permitir uma oportuna adaptação à
eventuais transformações ou modificações na Instituição Militar,
decorrentes do progresso científico, técnico, operacional e organizacional.

Artigo 56º
(Cursos)
Tendo em vista o desenvolvimento do militar no activo são previstos os seguintes
tipos de cursos:
a) Curso de formação que se destina a assegurar a preparação militar e os
conhecimentos técnicoprofissionais para ingresso nos quadros especiais das
armas, serviços e classes para o exercício de funções da categoria a que o
militar se destina;
b) Curso de promoção que se destina a habilitar o militar com conhecimentos
técnicoprofissionais, para o desempenho de funções de nível de
responsabilidade mais elevado, constituindo, nos termos fixados neste
diploma, condição especial de promoção ao posto imediato;
c) Curso de qualificação ou especialização que se destina a obter ou melhorar
os conhecimentos técnicoprofissionais, de forma a habilitar o militar para o
18
desempenho de determinada função, para a qual seja requerido
conhecimentos específicos;
d) Curso de actualização que se destina a requalificar os conhecimentos
técnicoprofissionais, tendo em vista recuperar uma qualificação ou
acompanhar a evolução técnico militar.

SECÇÃO IX
PATENTEAMENTO E PROMOÇÕES

Artigo 57º
(Condições de Patenteamento e de Promoção)
1. O patenteamento é o acto de atribuição ao militar do primeiro posto e
constitui o ingresso do mesmo na respectiva categoria e carreira.
2. A promoção constitui o acto de atribuição do posto militar imediatamente
superior ao que ostenta, proporcionando-lhe assim uma ascensão na
hierarquia das Forças Armadas Angolanas.
3. O militar tem de satisfazer, para ser promovido, as condições gerais e
especiais de promoção, salvo os casos previstos neste diploma.
4. A promoção deve respeitar a ordem de cursos e, dentro do mesmo curso, por
ordem decrescente da classificação obtida, salvo os casos previstos neste
diploma.

Artigo 58º
(Condições Gerais de Promoção)
1. As condições gerais de promoção comuns a todo o militar, são as
seguintes:
a) Cumprimento dos deveres do militar das Forças Armadas
Angolanas;
b) Desempenho com aptidão das funções do seu posto;
c) Possuir as qualidades e capacidades intelectuais e profissionais requeridas
para o posto imediato;
d) Possuir aptidão física e psíquica adequada ao desempenho de funções do
posto imediato;
e) Existência de vaga no respectivo quadro especial, correspondente ao posto
para o qual o militar vai ascender;
f) Não impender sobre o militar processo disciplinar ou criminal em curso.
2. As condições definidas nas alíneas b), c) e d), resultam de uma avaliação
contínua e periódica a definir em regulamento próprio.

Artigo 59º
(Condições Especiais de Promoção)
As condições especiais de promoção próprias de cada posto são as fixadas na
presente lei e em legislação complementar, podendo abranger:

19
a) Tempo mínimo de permanência no posto, consoante a forma de prestação
de serviço;
b) Frequência de curso de promoção com aproveitamento ou de estágio com
informação favorável;
c) Desempenho de determinadas funções ou exercício de determinados cargos
essenciais;
d) Outras condições de natureza técnica específica para o respectivo posto ou
quadro especial a ser definido em regulamentação complementar.

Artigo 60º
(Cursos de Promoção)
Os cursos que constituem, nos termos da presente lei, condição especial de
promoção para as diferentes categorias são os seguintes:
1. Oficiais
a) Curso de Comando e Direcção ou equivalente, para acesso a Major-
General/Contra-Almirante;
b) Curso de promoção à Oficial Superior no Exército ou equivalente na Força
Aérea e na Marinha, para acesso à Major/Capitão-de-Corveta;
c) Curso de promoção à Capitão no exército ou equivalente na Força Aérea e na
Marinha, para acesso à Capitão/Tenente-de-Navio;
2. Sargentos
a) Curso de promoção à Sargento-Chefe no Exército ou equivalente na Força
Aérea e na Marinha para acesso a Sargento-Chefe.
3. Praças
a) Curso de promoção a Cabo no Exército ou equivalente na Força Aérea e na
Marinha para acesso a 2º Cabo ou Marinheiro.

Artigo 61º
(Modalidades de Promoção)
As modalidades de promoção são as seguintes:
a) Por diuturnidade;
b) Por antiguidade;
c) Por escolha;
d) Por distinção;
e) A título excepcional.

Artigo 62º
(Promoção por Diuturnidade)
A promoção por diuturnidade consiste no acesso ao posto imediato,
independentemente de existência de vaga, desde que decorrido o tempo
mínimo de permanência fixado para o posto, consoante a forma de prestação
de serviço e satisfeitas as demais condições de promoção.
20
Artigo 63º
(Promoção por Antiguidade)
1. A promoção por antiguidade consiste no acesso ao posto imediato, mediante a
existência de vaga, desde que satisfeitas as condições gerais e especiais de
promoção e respeitando a antiguidade relativa no posto.
2. Para efeitos de promoção, não conta como antiguidade no posto, o tempo
decorrido nas situações em que o militar não é considerado em serviço militar
activo conforme previsto no número 3 do artigo 22º.

Artigo 64º
(Promoção por Escolha)
1. A promoção por escolha consiste no acesso ao posto imediato, mediante a
existência de vaga, desde que satisfeitas as condições gerais e especiais de
promoção, nos termos previstos nesta Lei e independentemente da ordem do
curso ou antiguidade relativa no posto que o militar detém.
2. O processo de escolha baseia-se na apreciação do mérito, absoluto e relativo,
tendo em vista ordenar no respectivo posto o militar considerado mais
competente e que se revele com maior aptidão para o desempenho de
funções inerentes ao posto superior imediato.
3. A promoção por escolha, decorrente da ordenação do militar em listas de
promoção, deve ser objecto de fundamentação expressa, subordinada a juízos
de valor precisos e objectivos, com base nos seguintes critérios de avaliação:
a) A qualidade do desempenho de funções do avaliado no actual e, no mínimo,
no posto anterior;
b) A natureza, as condições e as exigências particulares das funções exercidas;
c) As potencialidades demonstradas para o exercício de funções de posto
superior;
d) A qualidade do desempenho de funções do posto superior, quando tenha
ocorrido;
e) As avaliações individuais periódicas e extraordinárias;
f) Registo disciplinar;
g) A frequência de cursos e ou estágios de formação, qualificação, actualização
e especialização, e respectivas classificações;
h) A participação em actividades operacionais e de campanha, em situações de
conflito ou crise e em actividades de treino operacional e técnico;
i) A aptidão física;
j) A antiguidade no posto e na carreira, sem prejuízo do disposto no artigo
anterior.
4. As instruções para a execução dos critérios de avaliação referidos no número
anterior são estabelecidas por diploma próprio do Ministro da Defesa Nacional,
ouvido o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

21
Artigo 65º
(Promoção por Distinção)
1. A promoção por distinção consiste no acesso ao posto imediatamente
superior, independentemente de estarem ou não reunidas as condições de
promoção.
2. A promoção por distinção premeia excepcionais virtudes militares e dotes de
comando, direcção ou chefia, demonstrados em campanha ou em acções que
tenham contribuído para a glória da Pátria ou para o prestígio das Forças
Armadas Angolanas.

3. O militar promovido por distinção a um posto para o qual é exigido curso de


habilitação ou promoção, deve frequentá-lo sob a forma de estágio.

4. A promoção por distinção pode ter lugar a título póstumo.

Artigo 66º
(Promoção a Título Excepcional)
1. A promoção a título excepcional consiste no acesso ao posto imediatamente
superior, independentemente de estarem ou não reunidas as condições de
promoção, tendo lugar nos seguintes casos específicos:
a) Por qualificação do militar como deficiente das Forças Armadas Angolanas;
b) Por reabilitação em consequência de procedência de recurso em processo
criminal ou disciplinar.
2. A promoção a título excepcional pode ter lugar a título póstumo.
3. A promoção a título excepcional é regulada em diploma próprio.

Artigo 67º
(Competências para Promoção)
1. As competências para promoção são as estabelecidas na Constituição da
República e na Lei da Defesa Nacional e das Forças Armadas;

2. As promoções por distinção e a título excepcional podem ser processadas por


iniciativa do Chefe do Estado-Maior General e do Comandante do respectivo
Ramo, ouvido o Conselho do Chefe do Estado-Maior e do Conselho dos Ramos.

Artigo 68º
(Despromoção)

1. A despromoção consiste na passagem do militar ao posto imediato inferior ao


que ostenta, podendo ocorrer por via administrativa e ou por via judicial.
2. A despromoção por via administrativa ocorre nos termos da Constituição e é
imposta como pena disciplinar grave nos termos da legislação aplicável.
3. A despromoção por via judicial ocorre por decisão do tribunal e é imposta
como pena acessória à crime militar ou de natureza militar puníveis com pena
superior a seis (6) anos.
22
4. O militar despromovido não pode ser promovido nos dois (2) anos
subsequentes, findo o qual o processo de promoção deve ocorrer nos termos
definidos na lei.
5. Enquanto durar o período de não promoção, o militar despromovido posiciona-
se a esquerda do militar mais moderno e o seu posicionamento posterior na
lista de antiguidade obedece o disposto na lei.

Artigo 69º
( Patenteamento e Promoção Irregulares)

1. A anulação dos actos de O patenteamento ou a e de promoção


resultantes de irregularidades administrativas, são passíveis de
anulação.

2. A anulação dos actos referidos no numero 1 cabe às entidades com


competência para exarar os respectivos actos, nos termos da Constituição e
da Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas;
3. Sempre que as irregularidades que dão origem ao patenteamento ou promoção
não são imputadas ao militar beneficiado e tendo este ostentado a nova
patente ou posto, o processo é submetido a apreciação conforme o caso para
anulação ou ratificação do acto;
4. Findo o prazo de (90) noventa dias, sem que o órgão competente se pronuncie
com a notificação escrita ao interessado sobre a anulação ou ratificação do
acto tido como irregular, o acto é considerado ratificado;
5. O militar irregularmente patenteado ou promovido, cujo acto é
administrativamente anulado, pode impugná-lo contenciosamente .

SECÇÃO X
GRADUAÇÕES

Artigo 70º
(Condições para Graduação)
1. A graduação consiste na ascensão do militar a um posto superior ao que
ostenta, sem necessidade de satisfação das condições gerais e especiais
definidas no âmbito deste diploma para esse posto.
2. A graduação tem sempre um carácter excepcional e temporário e ocorre nos
casos de exercício de cargos ou desempenho de funções indispensáveis que
não seja possível prover com militar do respectivo posto.
3. O militar pode ser graduado até um máximo de (2) dois graus acima do posto
que ostenta e nunca mais do que (2) duas vezes dentro da mesma categoria.
4. O militar graduado em determinado posto não pode beneficiar de nova
graduação enquanto não cessarem as condições que originaram a graduação
a esse posto.
5. O processo de graduação obedece, em regra, a tramitação estabelecida para o
processo de promoção.
23
Artigo 71º
(Direitos do Militar Graduado)
1. O militar graduado goza de todos os direitos e honras correspondentes ao
posto que ostenta, com excepção dos decorrentes do tempo de permanência
nesse posto, para efeitos de antiguidade.
2. Para efeitos de contagem de antiguidade real e enquanto se mantiver a
situação de graduação, o militar graduado irá sendo promovido aos sucessivos
postos que medeiam entre o posto real e o posto a que está graduado, no
respeito pela sua antiguidade relativa.

Artigo 72º
(Cessação da Graduação)
1. A graduação do militar cessa quando:
a) Seja exonerado do cargo que a motivou;
b) Seja promovido ao posto em que foi graduado;
c) Terminem as circunstâncias que lhe deram origem.
2. Cessada a graduação, não pode a mesma ser invocada para efeitos de
obtenção de quaisquer vantagens ou benefícios.

Artigo 73º
(Competência para Graduação ou Desgraduação)
1. A competência para graduação é a mesma que a definida para as promoções.
2. A desgraduação é da competência da entidade a quem a lei confere o poder
para graduar, observado o estipulado na alínea a), do número 1, do artigo
anterior.

CAPÍTULO II
CARREIRAS LONGAS

SECÇÃO I
INGRESSO NO QUADRO PERMANENTE

Artigo 74º
(Recrutamento para o Quadro Permanente)
1. O recrutamento para as diferentes categorias do Quadro Permanente é feito
através de recrutamento especial e por concurso de admissão, regulados por
legislação própria.
2. O processo de admissão, o regime escolar e a organização dos cursos e
estágios que habilitam ao ingresso nas categorias do Quadro Permanente são
regulados por legislação própria.
3. O número de vagas para admissão aos cursos de formação e estágios para
ingresso nas categorias do Quadro Permanente é fixado, anualmente, por
24
diploma do Ministro da Defesa Nacional, sob proposta do Chefe do Estado
Maior-General, ouvido o Chefe do respectivo Ramo, e tem em conta:
a) O preenchimento das necessidades de cada Ramo decorrentes da
sua estrutura orgânica;
b) A planificação e o desenvolvimento harmonioso dos diferentes tipos de
carreiras, em cada Ramo das Forças Armadas.

Artigo 75º
(Acesso à Carreira Longa de Oficiais)
1. Para acesso à carreira de Oficiais do Quadro Permanente é exigida:
a) Formação militar de nível superior;
b) Licenciatura ou bacharelato, complementada por formação técnico-militar
adequada ao exercício de funções nesta categoria.
2. O ingresso na categoria de Oficiais do Quadro Permanente faz-se por
patenteamento ao posto de Subtenente/Tenente-de-Corveta:
a) Dos alunos que terminam, com aproveitamento, o Curso da Academia Militar,
ordenados em conformidade com as classificações obtidas em cada curso;
b) Dos candidatos admitidos por concurso, licenciados ou bacharéis, após
frequência com aproveitamento, do respectivo Curso de Formação Militar,
que são ordenados segundo a classificação final do concurso, resultante da
média ponderada das classificações obtidas na licenciatura ou bacharelato e
no curso de formação ou estágio;
c) Dos Sargentos do Quadro Permanente e dos Oficiais e Sargentos do Quadro
Miliciano e dos Oficiais, Sargentos e Praças do Serviço Militar Obrigatório
que completam, com aproveitamento, o Curso da Academia Militar
equivalente, ordenados consoante a classificação final obtida.
3. A antiguidade no posto de Subtenente ou Tenente-de-Corveta, a que respeita
as alíneas do número anterior, é contada a partir da data oficial da conclusão
do curso ou estágio e das classificações nele obtidas pelos alunos que os
frequentaram.

Artigo 76º
(Cargos, Funções e Postos de Oficiais)
1. A carreira de Oficial do Quadro Permanente cuja formação de base é uma
licenciatura ou curso legalmente equiparado destina-se, essencialmente, ao
exercício de comando de forças e unidades, direcção de estabelecimentos e
chefia de órgãos, e ao desempenho de funções de Estado-maior e técnico-
científicas que requerem elevado grau de qualificação ou especialização, de
docência e instrução.
2. Os quadros especiais referentes à carreira mencionada no número anterior
podem incluir, por ordem decrescente, a indicação das suas denominações
básicas e as específicas da Marinha, os seguintes postos:
a) Oficiais Generais:
1. General de Exército ou General de Aviação ou Almirante da Armada;
25
2. Coronel-General ou Almirante;
3. Tenente-General ou Vice-Almirante;
4. Major-General ou Contra-Almirante.
b) Oficiais Superiores:
1. Coronel ou Capitão-de-Mar-e-Guerra;
2. Tenente-Coronel ou Capitão-de-Fragata;
3. Major ou Capitão-de-Corveta.
c) Oficiais Capitães:
- Capitão ou Tenente-de-Navio;
d) Oficiais Subalternos:
1. Tenente ou Tenente-de-Fragata;
2. Subtenente ou Tenente-de-Corveta.
3. A carreira de Oficial do Quadro Permanente cuja formação de base é um
bacharelato ou equivalente destina-se, essencialmente, ao exercício de cargos
de comando, chefia e de execução em áreas técnicas de docência e instrução.

Artigo 77º
(Acesso à Carreira Longa de Sargentos)
1. Para acesso à carreira de Sargentos do Quadro Permanente é exigida:
a) Formação militar de nível médio;
b) Ensino médio ou equivalente, complementado por formação técnico-militar
adequada ao exercício de funções nesta categoria aos candidatos militares
e civis admitidos por concurso;
c) Curso de formação de Sargentos do Quadro Permanente que completem com
aproveitamento para os Sargentos e Praças do Quadro Miliciano e Serviço
Militar Obrigatório.
2. O ingresso na categoria de Sargentos do Quadro Permanente faz-se por
patenteamento ao posto de Segundo-Sargento, após conclusão com
aproveitamento do curso de formação de Sargentos do Quadro Permanente,
sendo os alunos que o frequentaram ordenados dentro de cada curso pela
classificação final nele obtida.
3. A antiguidade no posto de Segundo-Sargento é contada a partir da data oficial
da conclusão do curso ou estágio e da classificação final nele obtida pelos
alunos que o frequentaram.

Artigo 78º
(Cargos, Funções e Postos de Sargentos)
1. A carreira de Sargentos do Quadro Permanente destina-se, de acordo com a
respectiva especialidade e posto do militar, ao exercício de funções de
comando e chefia, de natureza operativa e executiva, de carácter técnico,
administrativo-logístico e de instrução.
26
2. Os quadros especiais referentes a esta carreira desenvolvem-se, por ordem
decrescente, com indicação das suas denominações básicas, segundo os
seguintes postos:
a) Sargento-Maior
b) Sargento-Chefe;
c) Sargento-Ajudante;
d) 1º Sargento;
e) 2º Sargento.

SECÇÃO II
QUADROS
SUBSECÇÃO I
PARTE COMUM
Artigo 79º
(Quadro de Pessoal)
1. Designa-se por quadro de pessoal, o efectivo do Quadro Permanente, na
situação de activo, distribuído por categorias e postos, com vista ao exercício
de cargos e desempenho de funções fixados na estrutura orgânica de cada um
dos Ramos e do Estado-Maior General das Forças Armadas.
2. O quadro de pessoal de cada Ramo e do Estado-Maior General, subdivide-se
em Quadro de Generais ou Almirantes e Quadros Especiais, e é fixado nos
termos do número 1 do artigo 5º da presente lei.

3. O somatório do quadro de pessoal de cada Ramo e do Estado-Maior General


constitui o quadro de pessoal das Forças Armadas Angolanas.

Artigo 80º
(Quadros de Generais e Almirantes)
1. Designa-se por Quadro de Generais, para o Exército e Força Aérea e Quadro
de Almirantes para a Marinha de Guerra, o quantitativo de oficiais Generais e
Almirantes, distribuídos por postos, independentemente da formação de base
ou afim.
2. As vacaturas no Quadro de Generais e Almirantes não são obrigatoriamente
preenchidas, salvo nos casos previstos na lei.

Artigo 81º
(Quadros Especiais)
1. Designa-se por quadro especial o conjunto de lugares do Quadro Permanente,
da mesma categoria, afectos à mesma área de actividade militar e com a
mesma formação de base ou afim, distribuídos por postos.
2. A cada quadro especial, corresponde uma área específica de actividade militar,
podendo também designar-se por Arma ou Serviço para o Estado-Maior

27
General, Exército, Especialidades para a Força Aérea e Classes para a Marinha
de Guerra.
3. Os Quadros Especiais podem ser comuns aos três Ramos das Forças Armadas
e também podem ser exclusivos de cada Ramo.
4. O efectivo de cada quadro especial é aprovado pelo Chefe do Estado-Maior
General.

Artigo 82º
(Vaga no Quadro Especial)
1. Os lugares dos quadros especiais são unicamente preenchidos por militar do
Quadro Permanente no activo e na efectividade de serviço, em comissão
normal.
2. Os lugares dos quadros especiais, quando não preenchidos pelos efectivos
legalmente aprovados, dizem-se vagos e constituem vacaturas nos respectivos
quadros.
3. Quando ocorra uma vaga, deve ser desencadeado de imediato o processo
administrativo conducente ao seu preenchimento por militar que reúna as
respectivas condições de promoção, caso não exista militar acima do quadro a
aguardar vacatura.

Artigo 83º
(Situação em Relação ao Quadro)
O militar no activo pode estar, em relação ao quadro a que pertence, na
seguinte situação:
a) No quadro;
b) Acima do quadro;
c) Fora do Ramo.

Artigo 84º
(Militar no Quadro)
1. Considera-se no quadro o militar no activo, que é contado nos efectivos
estabelecidos para o respectivo quadro especial.
2. Para o efeito do disposto no número 1 considera-se no quadro o militar no
activo a aguardar colocação.

Artigo 85º
(Militar Acima do Quadro)
1. Considera-se acima do quadro o militar no activo que não estando fora do
quadro, não possa ocupar vaga no respectivo quadro especial por falta de
vacatura no seu posto.
2. O militar acima do quadro preenche obrigatoriamente a primeira vaga que
ocorra no respectivo quadro especial e no seu posto, pela ordem cronológica
da sua colocação naquela situação.
28
3. A situação de acima do quadro pode resultar das seguintes circunstâncias:
a) Patenteamento por ingresso no respectivo quadro;
b) Promoção por distinção;
c) Promoção do militar que aguardava conclusão do processo disciplinar ou
criminal;
d) Transferência de quadro especial;
e) Regresso de colocação fora do Ramo;
f) Reabilitação em consequência da revisão de processo disciplinar ou criminal.

Artigo 86º
(Reconversão de Quadro Especial)

1. Por necessidade de racionalização do emprego ou outras razões


fundamentadas no interesse do serviço, o militar no activo pode ser
reconvertido do Quadro Especial, sem a sua anuência, devendo a reconversão
ser precedida de um curso ou estágio.

2. O militar reconvertido é inscrito na lista de antiguidade do seu novo Quadro


Especial na posição à esquerda do militar mais moderno do seu posto.

Artigo 87º
(Reclassificação de Quadro Especial)

1. Por necessidade de racionalização do emprego ou outras necessidades de


serviço, o militar no activo pode ser reclassificado do Quadro Especial, com a
sua anuência, ou a seu requerimento, desde que, para o efeito reúna as
aptidões e qualificações adequadas.

2. A reclassificação do Quadro Especial efectua-se por:


a) Transferência do Quadro Especial, prevista na alínea d), do número 3, do
artigo 85º;

b) Conciliação do interesse do militar com o do serviço, tendo em vista a sua


melhor utilização no exercício de cargos ou desempenho de funções.

3. O militar reclassificado é inscrito na lista de antiguidade do seu novo Quadro


Especial na posição à esquerda do militar mais moderno do seu posto.

Artigo 88º
(Militar Fora do Ramo)
1. Considera-se fora do Ramo o militar no activo que não é contado no efectivo
do respectivo quadro especial por se encontrar em comissão especial ou
licença ilimitada.
2. Também se considera fora do Ramo o militar em comissão normal quando:
a) Desempenhe funções em outros organismos militares não dependentes do
Ramo;
29
b) Seja considerado desertor, prisioneiro de guerra ou desaparecido.
3. O quantitativo de militares autorizados a prestar serviço fora do quadro, no
exercício de funções de natureza militar, designadamente no Estado-Maior
General, no Ministério da Defesa Nacional e na Casa Militar do Presidente da
República, em qualquer organismo do Estado ou em organismos
internacionais, é fixado anualmente, para as Forças Armadas Angolanas, por
decisão do Ministro da Defesa Nacional, sob proposta do Chefe do Estado-
Maior General das Forças Armadas.

SUBSECÇÃO II
ESTADO-MAIOR GENERAL

Artigo 89º
(Quadros Especiais de Oficiais e Postos)
1. Os Oficiais do Quadro Permanente comuns aos três Ramos distribuem-se
pelos seguintes quadros especiais:
a) Justiça Militar (JM);
b) Armamento e Técnica (ArmTec);
c) Saúde Militar (SM);
d) Serviços Técnicos de Saúde (STS);
e) Serviços de Justiça (SJ).

2. As especialidades do quadro especial de armamento e técnica comuns aos


três Ramos são definidas por despacho do Chefe do Estado-Maior General
das Forças Armadas Angolanas.

3. Os quadros especiais previstos nas alíneas a), b), c), d) e e), do nº 1,


podem incluir ou conferir acesso até ao posto de Coronel-General.

4. Os quadros especiais previstos nas alíneas d) e e), do nº 1, podem incluir


ou conferir acesso até ao posto de Coronel.

Artigo 90º
(Quadros Especiais de Sargentos e Postos)

1. Os Sargentos do Quadro Permanente comuns aos três Ramos distribuem-


se pelos seguintes quadros especiais:
a) Armamento e Técnica (ArmeTec);
b) Serviços Técnicos de Saúde (STS);
c) Serviços de Justiça (SJ).

2. O quadro especial previsto na alínea a) do nº 1 pode incluir ou conferir


acesso até ao posto de Sargento-Maior.

3. Os quadros especiais previstos nas alíneas b) e c) do nº 1 podem incluir ou


conferir acesso até ao posto de 1º Sargento.

30
SUBSECÇÃO III
EXÉRCITO

Artigo 91º
(Quadros Especiais de Oficiais e Postos)
1. Os oficiais do Quadro Permanente do Exército distribuem-se pelos seguintes
quadros especiais:
a) Infantaria (INF);
b) Tropas Blindadas (BLI);
c) Artilharia (ART);
d) Defesa Antiaérea (DAA);
e) Logística (LG);
f) Engenharia Militar (ENG);
g) Telecomunicações (TEL);
h) Administração Militar (AM);
i) Defesa Contra Armas de Extermínio em Massa (DCAEM);
j) Serviços Técnicos (ST);
k) Técnicos Superiores (TS).
2. Os quadros especiais previstos das alíneas a), b), c) e d), do número anterior,
podem incluir ou conferir acesso até ao posto de General de Exército.
3. Os quadros especiais previstos das alíneas e), f), g e h), do número 1 podem
incluir ou conferir acesso até ao posto de Coronel-General.
4. O quadro especial previsto na alínea i) do número 1 pode incluir ou conferir
acesso até ao posto de Tenente-General.
5. Os quadros especiais previstos nas alíneas j) e k) do número 1 podem incluir
ou conferir acesso até ao posto de Coronel.

Artigo 92º
(Quadros Especiais de Sargentos e Postos)
1. Os Sargentos do Quadro Permanente do Exército distribuem-se pelos seguintes
quadros especiais:
a) Infantaria (INF);
b) Tropas Blindadas (BLI);
c) Artilharia (ART);
d) Defesa Antiaérea (DAA);
e) Administração Militar (AM);
f) Logística (LG)
g) Telecomunicações (TEL);
h) Engenharia Militar (ENG);
31
i) Defesa Contra Armas de Extermínio em Massa (DCAEM);
j) Secretariado e Serviços de Apoio (SECR);
k) Serviços Técnicos (ST);
l) Técnicos Superiores (TS).
2. Os quadros especiais previstos nas alíneas a) à d) do número anterior podem
incluir ou conferir acesso até ao posto de Sargento-Maior.
3. Os quadros especiais previstos nas alíneas e) à g) do número 1 podem incluir
ou conferir acesso até ao posto de Sargento-Chefe.
4. Os quadros especiais previstos nas alíneas h) e i) do número 1 podem incluir
ou conferir acesso até ao posto de Sargento-Ajudante.
5. Os quadros especiais previstos nas alíneas j) e l) do número 1 podem incluir
ou conferir acesso até o posto de 1º sargento.

Artigo 93º
(Armas e Serviços)

1. Designam-se por Armas o conjunto sistematizado de militares e meios bélicos


com características próprias e comuns, constituintes fundamentais do Exército,
cuja função consubstancia-se no combate directo e oportuno sobre o inimigo.

2. Designam-se por Serviços o conjunto sistematizado de meios humanos e


materiais com características e espírito de corpo próprios, constituintes do
Exército, cuja função principal é o asseguramento e apoio combativo.
3. As Armas do Exército são a Infantaria, as Tropas Blindadas, a Artilharia, a
Defesa Antiaérea, a Engenharia Militar e as Telecomunicações.
4. Os Serviços do Exercito são a Logística, Administração Militar, Defesa Contra
Armas de Extermínio em Massa, os Serviços Técnicos e os Técnicos
Superiores.
5. Cada Arma ou Serviço pode ser dividida em Especialidades.
6. Quando às Armas ou Serviços corresponder um efectivo permanente
próprio, sem prejuízo do somatório total e por postos dos efectivos
das Especialidades, não podem exceder os efectivos globais fixados
para as Armas ou Serviços.
7. A criação e extinção das especialidades e a fixação dos efectivos permanentes
correspondentes às Especialidades são determinadas por despacho do
Comandante do Exército.
8. Na designação dos Oficiais e Sargentos, a identificação da Especialidade a que
pertence o militar deve substituir a que se refere à respectiva Arma ou
Serviço.
9. Os conceitos e as especificações feitas neste artigo relativamente aos serviços,
aplicam-se aos serviços do Estado-Maior General.
10. Integram a especialidade de Técnicos Superiores, os Oficiais, Sargentos e
Praças, com bacharelato ou licenciatura em ciências não militares, tais como,

32
Economia, Psicologia, Sociologia, Matemática, História, Educação Física e
Pedagogia.

SUBSECÇÃO IV
FORÇA AÉREA

Artigo 94º
(Quadros Especiais de Oficiais e Postos)
1. Os Oficiais do Quadro Permanente da Força Aérea distribuem-se pelas
seguintes Armas e Serviços:
a) Aviação (AV);
b) Defesa Antiaérea (DAA);
c) Logística (LG);
d) Engenharia Aeronáutica (ENGAE);
e) Tropas Radiotécnicas (TRT);
f) Defesa Contra Armas de Extermínio em Massa (DCAEM)
g) Telecomunicações e Asseguramento Técnico (TEL/ART);
h) Administração Militar (AM);
i) Serviço Técnicos (ST);
j) Técnicos Superiores.
2. Os quadros especiais previstos nas alíneas a) e b), do número anterior podem
incluir ou conferir acesso até ao posto de General da Aviação.
3. Os quadros especiais previstos das alíneas c) à g), do número 1 podem incluir
ou conferir acesso até ao posto de Coronel-General.
4. O quadro especial previsto na alínea h), do número 1, podem incluir ou
conferir acesso até ao posto de Tenente-General.
5. O quadro especial previsto na alínea i), do número 1, pode incluir ou
conferir acesso até ao posto de Major General (retirar ver esta questão)
6. Os quadros especiais previstos nas alíneas j) e k) do número anterior podem
incluir ou conferir acesso até ao posto de Coronel.

Artigo 95º
(Quadros Especiais de Sargentos e Postos)
1. Os Sargentos do Quadro Permanente da Força Aérea distribuem-se pelas
seguintes Especialidades:
a) Aviação (AV)
b) Defesa Antiaérea (DAA);
c) Administração Aeronáutica (ADMAER);
d) Logística (LG);
e) Polícia Aérea (PA);

33
f) Telecomunicações e Asseguramento Técnico (TEL/ART);
g) Meteorologista (MET);
h) Tropas Radiotécnicas (TRT);
i) Defesa Contra Armas de Extermínio em Massa (DCAEM);
j) Serviços Técnicos (ST);
K) Técnicos Superiores (TS).
2. Os quadros previstos nas alíneas a) à c) do número anterior, podem incluir ou
conferir acesso até ao posto de Sargento-Maior.
3. Os quadros previstos nas alíneas d) à f) do número 1, podem incluir ou
conferir acesso até ao posto de Sargento-Chefe.
4. Os quadros previstos nas alíneas g) e h) do número 1, podem incluir ou
conferir acesso até ao posto de Sargento-Ajudante.
5. Os quadros previstos das alíneas j) à k) do número 1, podem incluir ou
conferir acesso até ao posto de 1º Sargento.

Artigo 96º
(ARMAS E SERVIÇOS)

1. Os conceitos de Armas e Serviços previstos no artigo 93º da subsecção


anterior aplicam-se a Força Aérea Nacional.

2. As Armas da Força Aérea Nacional são a Aviação e a Defesa Antiaérea.

3. Os Serviços da Força Aérea Nacional são Administração Aeronáutica,


Logística, Engenharia Aeronáutica, Tropas Radiotécnicas,
Telecomunicações, Meteorologia, Defesa Contra Armas de Extermínio em
Massa, Serviços Técnicos e Técnicos Superiores.

4. Cada Arma e Serviço podem ser divididas em Especialidades.

5. Quando as Armas e Serviços forem divididas em especialidades, a cada


uma destas corresponde um efectivo permanente próprio, sem prejuízo do
somatório, total e por postos, dos efectivos das Armas e Serviços não
podem exceder os efectivos globais fixados.

6. A criação e extinção das Especialidades das Armas e Serviços e a fixação


dos efectivos permanentes correspondentes são determinadas por
despacho do Comandante da Força Aérea.

7. Na designação dos Oficiais e Sargentos, a identificação da especialidade a


que pertence o militar deve substituir, a que se refere à respectiva Arma
ou Serviço.

8. A designação e especificações feitas nos números 10 e 11 do artigo 93º da


subsecção anterior aplicam-se à Força Aérea Nacional.

34
SUBSECÇÃO V
MARINHA DE GUERRA

Artigo 97º
(Quadros Especiais de Oficiais e Postos)
1. Os Oficiais do Quadro Permanente da Marinha distribuem-se pelas seguintes
Classes:
a) Marinha (M);
b) Engenheiros Navais (EN);
c) Administração Naval (AN);
d) Fuzileiros Navais (FZ);
e) Serviços Técnicos (ST);
f) Técnicos Superiores (TS).
2. A Classe prevista na alínea a), do número anterior, pode incluir ou conferir
acesso até ao posto de Almirante da Armada.
3. As Classes previstas na alínea b) e c) do número 1 podem incluir ou conferir
acesso até ao posto de Almirante.
4. A Classe previstas na alínea d) do número 1 podem incluir ou conferir acesso
até ao posto de Vice-Almirante.
5. As Classes previstas das alíneas e) e f), do número 1, podem incluir ou
conferir acesso até ao posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra.

Artigo 98º
(Quadros Especiais de Sargentos e Postos)
1. Os Sargentos do Quadro Permanente da Marinha distribuem-se pelas
seguintes Classes:
a) Manobras (MS);
b) Fuzileiros (FZ);
c) Mergulhadores (U);
d) Administração Naval (AN);
e) Artilharia (A);
f) Torpedo e Minas (TM);
g) Electricistas (E);
h) Radaristas (R);
i) Maquinistas Navais (MQ);
j) Mísseis (M);
k) Comunicações (C);

2. As Classes previstas nas alíneas a) a d), do número anterior, podem incluir ou


conferir acesso até ao posto de Sargento-Maior.
35
3. As Classes previstas das alíneas e) a k) do número 1 podem incluir ou conferir
acesso até ao posto de Sargento-Chefe.

Artigo 99º
(Classes)
1. Designa-se por Classe, os agrupamentos de forças e meios navais com
características comuns, constituintes fundamentais da Marinha de Guerra e
cuja função consubstancia-se no asseguramento, apoio e no combate directo
sobre o inimigo.
2. Cada Classe pode ser dividida em Especialidades.
3. Quando a Classes é dividida em Especialidades, a cada uma destas
corresponde um efectivo permanente próprio, sem prejuízo do somatório total
por postos, não pode exceder os efectivos globais fixados para as Classes.
4. A criação e extinção das Especialidades e a fixação dos efectivos permanentes
correspondentes são determinadas por despacho do Comandante da Marinha.
5. Na designação dos Oficiais e Sargentos, a identificação da Especialidade a que
pertence o militar deve substituir a que se refere à respectiva Classe.

SECÇÃO III
PROMOÇÕES NO QUADRO PERMANENTE
SUB-SECÇÃO I
PARTE COMUM
Artigo 100º
(Postos Militares Limites nas Carreiras)
O militar do Quadro Permanente pode ascender na carreira aos diferentes topos
da hierarquia definidos para cada Ramo, face ao nível de formação que possui e
de acordo com a categoria e quadro especial em que se insere, nos termos deste
diploma.

Artigo 101º
(Tempos Mínimos de Permanência nos Postos Militares)
O tempo mínimo de permanência em cada posto para acesso ao posto imediato,
para o militar do Quadro Permanente, é o seguinte:
a) Oficiais:
 1 ano no posto de Subtenente / Tenente-de-Corveta;
 4 anos no posto de Tenente / Tenente-de-Fragata;
 6 anos no posto de Capitão / Tenente-de-Navio;
 5 anos no posto de Major / Capitão-de-Corveta;
 4 anos no posto de Tenente-Coronel / Capitão-de-Fragata;
 2 anos no posto de Coronel / Capitão-de-Mar-e-Guerra.
b) Sargentos:
 4 anos no posto de 2º Sargento;
 7 anos no posto de 1º Sargento;
36
 7 anos no posto de Sargento-Ajudante;
 4 anos no posto de Sargento-Chefe.

Artigo 102º
(Promoções de militares no Activo)
1. A promoção do militar do Quadro Permanente no activo aos diferentes postos
de cada categoria realiza-se através das seguintes modalidades:
a) Oficiais:
 Por diuturnidade ao posto de Subtenente / Tenente-de-Corveta;
 Por diuturnidade ao posto de Tenente / Tenente-de-Fragata;
 Por antiguidade ao posto de Capitão / Tenente-de-Navio;
 Por escolha ao posto de Major / Capitão-de-Corveta;
 Por antiguidade ao posto de Tenente-Coronel / Capitão-de-Fragata;
 Por escolha ao posto de Coronel / Capitão-de-Mar-e-Guerra;
 Por escolha aos postos Oficiais Generais / Almirantes.
b) Sargentos:
 Por diuturnidade ao posto de 2º Sargento;
 Por diuturnidade ao posto de 1º Sargento;
 Por escolha ao posto de Sargento-Ajudante;
 Por antiguidade ao posto de Sargento-Chefe;
 Por escolha ao posto de Sargento-Maior.
2. As regras sobre a promoção do militar são estabelecidas em regulamento
próprio.

Artigo 103º
(Promoção de Militar na Reserva e na Reforma)
O militar na situação de reserva ou de reforma apenas é promovido a título
excepcional, nos termos previstos na presente lei.

Artigo 104º
(Promoção de Militar Fora do Ramo)
1. O militar do Quadro Permanente fora do quadro a que caiba promoção por
antiguidade ou por escolha é promovido, não ocupando vacatura e mantendo-
se na mesma situação, em relação ao quadro.
2. Caso não continue na situação de fora do quadro no novo posto, ocupa a
vacatura que deu origem à sua promoção.

37
Artigo 105º
(Promoção de Militar Acima do Quadro)
O militar do Quadro Permanente na situação de acima do quadro a que caiba
promoção por antiguidade ou escolha é promovido, ocupando vacatura, no novo
posto de acordo com o referido no número 2 do artigo 85º.

Artigo 106º
(Listas de Promoção)
1. Designa-se por lista de promoção a relação anual, ordenada em cada posto e
quadro especial, de acordo com a modalidade de promoção estabelecida para
acesso ao posto imediato, do militar que até 31 de Dezembro, de cada ano,
reúna as condições de promoção.
2. As listas de promoção são aprovadas pela entidade competente, até 15 de
Dezembro do ano anterior a que respeitam e destinam-se a vigorar em todo o
ano seguinte.
3. Cada lista de promoção deve conter um número não superior ao dobro das
vagas previstas para o ano seguinte e ser publicada, até 31 de Dezembro do
ano anterior a que respeitam.
4. No caso de qualquer lista de promoção se esgotar num determinado posto,
havendo vagas e militares, que satisfaçam todas as condições de promoção, é
elaborada nova lista respeitante a esse posto para vigorar até ao fim do ano
em curso.
5. As listas de promoção de cada ano são completamente substituídas pelas
listas do ano seguinte.
6. São competentes para aprovar as listas de promoção:
a) O Comandante Ramo, as listas de promoção dos militares até ao posto de
Capitão ou Tenente-de-Navio;
b) O Chefe do Estado-Maior General, as listas de promoção a Oficial Superior e
dos Oficiais Superiores, sob proposta do Comandante do Ramo respectivo.
7. As listas de promoção são elaboradas para todos os postos da hierarquia, à
excepção dos postos da categoria de Oficial General.

Artigo 107º
(Exclusão da Promoção)
1. A exclusão da promoção tem lugar quando se verifique quaisquer das
circunstâncias seguintes:
a) O militar que num mesmo posto e em dois anos seguidos ou interpolados
não satisfaça, por falta de mérito absoluto, qualquer das três primeiras
condições gerais de promoção;
b) O militar não satisfaça qualquer das condições especiais de promoção por
razões que lhe sejam imputáveis;
c) O militar na situação de licença ilimitada;
Enquanto decorrer sobre o militar processo disciplinar ou criminal.

38
2. O militar, logo que cessem os motivos que determinaram a exclusão da
promoção, passa a ser apreciado, para efeitos de promoção ao posto
imediato, em igualdade de circunstâncias com os militares de igual posto ou
quadro especial, com excepção do exposto na alínea a) do número anterior,
em que fica definitivamente excluído da promoção.

SUBSECÇÃO II
EXÉRCITO

Artigo 108º
(Condições Especiais de Promoção dos Oficiais)
As condições especiais de promoção do Oficial do Quadro Permanente do
Exército, a exigir em complementaridade com os tempos mínimos de permanência
nos postos anteriormente fixados, são as que se indicam:
1. Para promoção a Capitão:
a) Frequência com aproveitamento do curso de promoção a Capitão;
b) Ter prestado serviço militar activo durante dois anos, como Oficial
Subalterno, em Unidades, Centros de Instrução e Escolas Práticas das
Armas em funções de instrução e comando de subunidades para os
Tenentes oriundos das Armas e, em Unidades e Órgãos dos Serviços em
funções específicas do respectivo Serviço para os Tenentes oriundos dos
Serviços.
2. Para promoção a Major:
a) Frequência com aproveitamento do curso de promoção à Oficial Superior;
b) Ter exercido, no posto de Capitão, pelo período mínimo de um ano, com
informação favorável, o comando de Companhia ou outro comando,
direcção e chefia, considerados de categoria equivalente por Despacho do
Chefe do Estado-Maior General;
c) Ter prestado pelo menos dois anos, como Capitão, em Unidades, Centros
de Instrução ou Escolas Práticas das Armas para os Capitães oriundos das
Armas e, em funções específicas dos respectivos Serviços para os Capitães
oriundos dos Serviços.
3. Para promoção a Coronel:
a) Ter exercido, como Oficial Superior, pelo período mínimo de um ano, com
informação favorável, o cargo de Comandante ou Segundo Comandante de
Batalhão ou outro comando, direcção e chefia, considerados de categoria
equivalente por Despacho do Chefe do Estado-Maior General,;
b) Ter prestado pelo menos dois anos, do tempo mínimo de permanência como
Oficial Superior, em Unidades, Centros de Instrução ou Escolas Práticas das
Armas para os Oficiais oriundos das Armas e, em funções específicas dos
respectivos Serviços para os Oficiais oriundos dos Serviços.
4. Para promoção a Major-General:
a) Frequência com aproveitamento do curso Superior de Guerra;

39
b) Ter exercido, no posto de Coronel, pelo período mínimo de um ano
ininterrupto, com informação favorável, o cargo de Comandante de
Unidade independente, Centro de Instrução ou Escola Prática, de Chefe de
Serviço ou de Director de Órgão ou Estabelecimento, ou outra função de
comando, direcção e chefia, considerada de categoria equivalente por
Despacho do Chefe do Estado-Maior General.

Artigo 109º
(Condições Especiais de Promoção dos Sargentos)
As condições especiais de promoção dos Sargentos do Quadro Permanente do
Exército, a exigir em complementaridade com os tempos mínimos de permanência
nos postos anteriormente fixados, são as seguintes:
1. Para promoção a 2º Sargento:
a) Frequência com aproveitamento do curso de formação de Sargentos.
2. Para promoção a 1º Sargento:
a) Ter prestado o tempo mínimo de permanência em 2º Sargento,
exclusivamente, nas Unidades, Centros de Instrução, Escolas Práticas e
estabelecimentos ou órgãos próprios da respectiva Arma ou Serviço.
3. Para promoção a Sargento-Ajudante:
a) Frequência com aproveitamento do curso de promoção a Sargento-
Ajudante;
b) Ter prestado pelo menos quatro anos de serviço militar activo, do tempo
mínimo de permanência em 1º Sargento, em Unidades, Centros de
Instrução, Escolas Práticas e estabelecimentos ou órgãos próprios da
respectiva Arma ou Serviço.
4. Para promoção a Sargento-Chefe:
a) Ter prestado pelo menos três anos de serviço militar activo, do tempo
mínimo de permanência em Sargento-Ajudante, em Unidades, Centros de
Instrução, Escolas Práticas e estabelecimentos ou órgãos próprios da respectiva
Arma ou Serviço.
5. Para promoção a Sargento-Maior:
a) Ter prestado pelo menos dois anos de serviço militar activo, do tempo
mínimo de permanência em Sargento-Chefe, em Unidades, Centros de
Instrução, Escolas Práticas e estabelecimentos ou órgãos próprios da respectiva
Arma ou Serviço.

SUBSECÇÃO III
FORÇA AÉREA

Artigo 110º
(Condições Especiais de Promoção dos Oficiais)
1. As condições especiais de promoção dos Oficiais do Quadro Permanente da
Força Aérea, a exigir em complementaridade com os tempos mínimos de
permanência nos postos anteriormente fixados, são as que se indicam:

40
1.1. Para promoção a Capitão:
a) Frequência com aproveitamento do curso de promoção a Capitão;
b) Ter prestado serviço militar activo durante dois anos, como Oficial
Subalterno, em Unidades Aéreas no exercício de funções de pilotagem, com
informação favorável, para os Oficiais pilotos e, em unidades ou outros
órgãos da Força Aérea no exercício de funções próprias da especialidade e
posto, com informação favorável, para as restantes especialidades de
Oficiais do Quadro Permanente.
1.2. Para promoção a Major:
a) Frequência com aproveitamento do curso de promoção a Oficial Superior;
b) Ter prestado serviço militar activo durante dois anos, como Capitão, em
Unidades Aéreas no exercício de funções de pilotagem, com informação
favorável, para os Oficiais pilotos e, em unidades ou outros órgãos da Força
Aérea no exercício de funções próprias da especialidade e posto, com
informação favorável, para as restantes especialidades de Oficiais do
Quadro Permanente.
1.3. Para promoção a Coronel:
a) Ter exercido, como Oficial Superior, pelo período mínimo de um ano, com
informação favorável, o cargo de Comandante de esquadra ou grupo para
os Oficiais pilotos ou outro comando, direcção e chefia, considerados de
categoria equivalente por Despacho do Chefe do Estado-Maior General;
b) Ter prestado, pelo menos durante dois anos, como Oficial Superior, serviço
militar activo em Unidades Aéreas, Unidades de base ou outros órgãos de
categoria equivalente ou superior, com informação favorável, no exercício
de funções essenciais, designadamente as relativas à utilização de
aeronaves ou às de formação, que requeiram conhecimentos próprios da
especialidade.
1.4. Para promoção a Major-General:
a) Frequência com aproveitamento do curso Superior de Guerra;
b) Ter exercido, no grau de Coronel, pelo período mínimo de um ano
ininterrupto, com informação favorável, o cargo de Comandante de
Unidade de escalão base ou outra função de comando, direcção e chefia,
considerada de categoria equivalente por Despacho do Chefe do Estado
Maior da Força Aérea.
2. Para além das condições especiais previstas no número anterior, para os
Oficiais pilotos, constitui ainda condição especial de promoção até ao posto de
Coronel, inclusive, o averbamento de tempos mínimos de voo, a fixar em cada
posto ou grupo de postos, por diploma do Ministério da Defesa Nacional sob
proposta do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Artigo 111º
(Condições Especiais de Promoção dos Sargentos)
As condições especiais de promoção dos Sargentos do Quadro Permanente da
Força Aérea, a exigir em complementaridade com os tempos mínimos de
permanência nos graus anteriormente fixados, são as seguintes:
41
1. Para promoção a 2º Sargento:
a) Frequência com aproveitamento do curso de formação de sargentos.
2. Para promoção a 1º Sargento:
a) Ter prestado o tempo mínimo de permanência em 2º Sargento,
exclusivamente, em unidades ou outros órgãos da Força Aérea, com informação
favorável, no exercício de funções próprias da especialidade e posto.
3. Para promoção a Sargento-Ajudante:
a) Frequência com aproveitamento do curso de promoção a Sargento-
Ajudante;
b) Ter prestado pelo menos quatro anos de serviço militar activo, do tempo
mínimo de permanência em 1º Sargento, em unidades ou outros órgãos da
Força Aérea, com informação favorável, no exercício de funções próprias da
especialidade e posto.
4. Para promoção a Sargento-Chefe:
a) Ter prestado pelo menos três anos de serviço militar activo, do tempo
mínimo de permanência em Sargento-Ajudante, em unidades ou outros órgãos
da Força Aérea, com informação favorável, no exercício de funções próprias da
especialidade e posto.
5. Para promoção a Sargento-Maior:
a) Ter prestado pelo menos dois anos de serviço militar activo, do tempo
mínimo de permanência em Sargento-Chefe, em unidades ou outros órgãos da
Força Aérea, com informação favorável, no exercício de funções próprias da
especialidade e posto.

SUBSECÇÃO IV
MARINHA DE GUERRA
Artigo 112º
(Condições Especiais de Promoção dos Oficiais)
1. As condições especiais de promoção dos Oficiais do Quadro Permanente da
Marinha, a exigir em complementaridade com os tempos mínimos de
permanência nos postos anteriormente fixados, são as que se indicam:
1.1. Para promoção a Tenente-de-Navio:
a) Frequência com aproveitamento do curso de promoção à Tenente de Navio;
b) Ter prestado serviço militar activo durante dois anos, como Oficial
Subalterno, em unidades navais ou outros órgãos da Marinha no exercício
de funções próprias da classe e posto, com informação favorável.
1.2. Para promoção a Capitão-de-Corveta:
a) Frequência com aproveitamento do curso de promoção a Oficial Superior;
b) Ter exercido, no posto de Tenente-de-Navio, pelo período mínimo de um
ano, com informação favorável, o comando de Unidade naval ou outro
comando, direcção e chefia, considerados de categoria equivalente por
Despacho do Chefe do Estado-Maior General;

42
c) Ter prestado pelo menos dois anos, como Tenente-de-Navio, em unidades
ou outros órgãos da Marinha no exercício de funções próprias da classe e
posto, com informação favorável.
1.3. Para promoção a Capitão-de-Mar-e-Guerra:
a) Ter exercido, como Oficial Superior, pelo período mínimo de um ano, com
informação favorável, o cargo de Comandante ou Segundo Comandante de
Unidade naval ou outro comando, direcção e chefia, considerados de
categoria equivalente por Despacho do Chefe do Estado-Maior General;
b) Ter prestado pelo menos dois anos, do tempo mínimo de permanência como
Oficial Superior, em unidades ou outros órgãos da Marinha no exercício de
funções próprias da classe e posto, com informação favorável.
1.4. Para promoção a Contra-Almirante:
a) Frequência com aproveitamento do curso de Superior de Guerra;
b) Ter exercido, no posto de Capitão-de-Mar-e-Guerra, pelo período mínimo de
um ano ininterrupto, com informação favorável, o cargo de Comandante de
Unidade Naval, Base Naval ou outra função de comando, direcção e chefia,
considerada de categoria equivalente por Despacho do Chefe do Estado-
Maior General das Forças Armadas.
2. Para além das condições especiais previstas no número anterior, para os
Oficiais de Marinha constitui ainda condição especial de promoção até ao posto
de Capitão-de-Mar-e-Guerra, inclusive, o averbamento de tempos mínimos de
embarque e de navegação, a fixar em cada posto ou grupo de postos, por
diploma do Ministério da Defesa Nacional sob proposta do Chefe do Estado-
Maior General das Forças Armadas.
3. Os tempos de embarque só são válidos, para efeito de satisfação da condição
especial de promoção, quando sejam efectuados em navios armados e o oficial
pertença à guarnição da força ou unidade naval ou, desempenhe funções que
competem aos oficiais da respectiva guarnição.
4. Como tempo de navegação é contado, para efeito de satisfação da condição
especial de promoção, o que for realizado no mar e aquele que, efectuado
dentro das barras, rios ou portos fechados corresponda a navegação preliminar
ou complementar no mar.

Artigo 113º
(Condições Especiais de Promoção dos Sargentos)
1. As condições especiais de promoção dos Sargentos do Quadro Permanente da
Marinha, a exigir em complementaridade com os tempos mínimos de
permanência nos postos anteriormente fixados, são as seguintes:
1.1. Para promoção a 2º Sargento:
a) Frequência com aproveitamento do curso de formação de Sargentos.
1.2. Para promoção a 1º Sargento:
a) Ter prestado o tempo mínimo de permanência em 2º Sargento,
exclusivamente, em unidades ou outros órgãos da Marinha no exercício de
funções próprias da classe e posto, com informação favorável.
43
1.3. Para promoção a Sargento Ajudante:
a) Frequência com aproveitamento do curso de promoção a Sargento-Ajudante;
b) Ter prestado pelo menos quatro anos de serviço militar activo, do tempo
mínimo de permanência em 1º Sargento, em unidades ou outros órgãos da
Marinha no Exército de funções próprias da especialidade e posto, com
informação favorável.
1.4. Para promoção a Sargento-Chefe:
a) Ter prestado pelo menos três anos de serviço militar activo, do tempo
mínimo de permanência em Sargento-Ajudante, em unidades ou outros órgãos
da Marinha no exercício de funções próprias da classe e posto, com informação
favorável.
1.5. Para promoção a Sargento-Maior:
a) Ter prestado pelo menos dois anos de serviço militar activo, do tempo
mínimo de permanência em Sargento-Ajudante, em unidades ou outros órgãos
da Marinha, com informação favorável, no exercício de funções próprias da
classe e posto.
2. Para além das condições especiais previstas no número anterior, constitui
ainda condição especial de promoção até ao posto Sargento-Maior, inclusive, o
averbamento de tempos mínimos de embarque e de navegação, a fixar em
cada posto ou grupo de postos, por diploma do Ministério da Defesa Nacional
sob proposta do Chefe do Estado Maior-General das Forças Armadas.
2. Os tempos de embarque só são válidos, para efeito de satisfação da condição
especial de promoção, quando efectuados em navios armados e o Sargento
pertença à guarnição da força ou unidade naval ou, desempenhe funções que
competem aos Sargentos da respectiva guarnição.
3. Como tempo de navegação é contado, para efeito de satisfação da condição
especial de promoção, o que for realizado no mar e aquele que, efectuado
dentro das barras, rios ou portos fechados corresponda a navegação
preliminar ou complementar no mar.

SECÇÃO IV
FINAL DAS CARREIRAS LONGAS

Artigo 114º
(Condições de Passagem à Reserva)
1. Transita para a situação de reserva o militar do Quadro Permanente que:
a) Atinja o limite de idade estabelecido para o respectivo posto;
b) Complete (20) vinte anos ou mais de serviço militar, o requeira e é
autorizado;
c) Complete (30) trinta anos de serviço militar e declare por escrito;
d) Cesse o mandato que exercia e não nomeado para cargo de posto igual ou
superior;

44
e) Colocado compulsivamente nessa situação por efeito de sanção disciplinar ou
criminal;
f) Excluído da promoção ao posto imediato nos termos da alínea a), do n.º 1,
do artigo n.º 107º.
2. Transita ainda à situação de reserva o Oficial General sem limite de idade e os
restantes militares com idade igual ou superior a 35 anos, se por limitação dos
quadros de pessoal ficam em situação de excedentários;

Artigo 115º
(Limites de Idade de Passagem à Reserva)
Os limites de idade de passagem à situação de reserva nos diferentes postos dos
militares do Quadro Permanente, são os que se indicam:
1. Oficiais:
a) General de Exército; General de Aviação e Almirante da Armada 59 anos;
b) Coronel-General / Almirante – (59) cinquenta e nove anos;
c) Tenente-General /Vice-Almirante – (58) cinquenta e oito anos;
d) Major-General /Contra-Almirante- (57) cinquenta e sete anos;
e) Coronel / Capitão-de-Mar-e-Guerra – (56) cinquenta e seis anos;
f) Até ao posto de Tenente-Coronel / Capitão-de-Fragata – (55) cinquenta e
cinco anos.
2. Sargentos:
a) Sargento-Maior – (56) cinquenta e seis anos;
b) Até ao posto de Sargento-Chefe – (55) cinquenta e cinco anos.

Artigo 116º
(Protecção na Reserva)
O militar do Quadro Permanente que transite para a situação de reserva tem
direito a remuneração, à assistência médica e medicamentosa e à apoio social
estabelecido em legislação própria.

Artigo 117º
(Condições de Passagem à Reforma)
Transita para a situação de reforma o militar que:
a) Atinja os (60) sessenta anos de idade;
b) Requeira a passagem à reforma depois de completados (30) trinta anos de
serviço militar;
c) Complete seguida ou interpoladamente, cinco (5) anos na situação de
reserva;
d) Lhe seja declarada incapacidade permanente total pela Junta Médica Militar;

45
e) Opte pela colocação nesta situação quando é declarada incapacidade
completa ou parcial pela Junta Médica Militar;
f) Seja colocado compulsivamente nesta situação por efeito de sanção
disciplinar ou criminal.

Artigo 118º
(Protecção na Reforma)
1. O militar do Quadro Permanente na situação de reforma tem direito à
pensão, a assistência médica e medicamentosa e à apoio social, previstos em
diploma próprio.
2. O militar do Quadro Permanente que é licenciado à reforma nas condições
previstas nas alíneas d) e e) do artigo anterior, têm direito à pensão de
reforma calculada na base do tempo limite de serviço, equivalente a (30) trinta
anos.

CAPÍTULO III
CARREIRAS MÉDIAS

Artigo 119º
(Início e Duração do Quadro Miliciano)
1. A prestação do serviço militar no Quadro Miliciano inicia-se no dia imediato à
conclusão do Serviço Militar Obrigatório ou no dia do regresso ao serviço
militar, quando oriundo da situação de licenciado à reserva.
2. A duração do serviço militar no Quadro Miliciano é a definida no número 3, do
artigo 8º da presente Lei.

Artigo 120º
(Ingresso no Quadro Miliciano)
1. Os Oficiais e Sargentos ingressam no Quadro Miliciano, após a conclusão do
Serviço Militar Obrigatório, consoante a sua categoria e por promoção a um
dos seguintes postos:
a) Oficiais: Subtenente ou Tenente-de-Corveta;
b) Sargentos: a Segundo-Sargento.
2. As Praças ingressam no Quadro Miliciano, após a conclusão do Serviço Militar
Obrigatório, no posto de Soldado ou Grumete, ou, 1º Cabo ou Cabo quando
habilitados com o Curso de Promoção a Cabo/Marinheiro:
3. A antiguidade no posto, em cada uma das categorias indicadas no número
anterior, é referida ao dia imediato ao termo do Serviço Militar Obrigatório,
quando o militar continua ao serviço ou, referida à data oficial em que o
militar se apresenta ao serviço militar activo, quando é oriundo da situação de
licenciado à reserva.
4. A candidatura ao Quadro Miliciano formaliza-se em requerimento dirigido a
entidade militar competente.

46
5. O candidato do sexo feminino na situação de gravidez tem o dever de, no acto
da candidatura, informar o respectivo Ramo das Forças Armadas daquela
situação.
6. Os prazos e procedimentos a observar na apresentação das candidaturas para
admissão ao Quadro Miliciano, da sua prorrogação e cessação são
estabelecidos por despacho do Chefe do Estado-Maior General das Forças
Armadas.

Artigo 121º
(Condições de Admissão ao Quadro Miliciano)
1. Constituem condições gerais de admissão ao Quadro Miliciano:
a) Ter bom comportamento militar e civil;
b) Reunir condições físicas e psíquicas para o desempenho das funções
inerentes à categoria, posto e especialidade;
c) Possuir as habilitações literárias e técnicoprofissionais necessárias à categoria
e especialidade a que se destina;
d) Ter avaliação favorável sobre o período de prestação do Serviço Militar
Obrigatório.
2. As condições especiais de admissão ao Quadro Miliciano são estabelecidas
pelo Ministro da Defesa Nacional, sob proposta do Chefe do Estado-Maior
General das Forças Armadas, em função das categorias e especialidades.

Artigo 122º
(Cargos e Funções de Oficiais e Sargentos do Quadro Miliciano)
Os Oficiais e os Sargentos do Quadro Miliciano destinam-se, de acordo com as
respectivas especialidades e postos, ao exercício de cargos de comando e
chefia, de natureza operativa e executiva, de carácter técnico, administrativo-
logístico e de instrução.
As especialidades de Oficiais e de Sargentos de cada Ramo são determinadas por
despacho do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Artigo 123º
(Cargos e Funções de Praças do Quadro Miliciano)
A carreira de Praças destina-se ao exercício de funções de natureza operativa e
executiva e ao desenvolvimento de actividades de âmbito técnico e
administrativo, de acordo com as respectivas especialidades.
As especialidades de Praças de cada Ramo são determinadas por despacho do
Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

Artigo 124º
(Postos Militares do Quadro Miliciano)
O militar do Quadro Miliciano pode ingressar e progredir na carreira, consoante a
categoria em que se insere, com indicação da sua denominação básica e
específica da Marinha, nos seguintes postos:
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1. Oficiais:
a) Tenente/Tenente-de-Fragata;
b) Subtenente/Tenente-de-Corveta.
2. Sargentos:
a) 1º Sargento;
b) 2º Sargento;
3. Praças:
a) 1º Cabo/Cabo;
b) 2º Cabo/Marinheiro;
c) Soldado/Grumete.

Artigo 125º
(Tempo Mínimo de Permanência nos Postos do Quadro Miliciano)
O tempo mínimo de permanência em cada posto para acesso ao posto imediato,
para o militar do Quadro Miliciano, é o seguinte:
1. Oficiais:
a) (4) quatro anos no posto de Sub-Tenente ou Tenente-de-Corveta.
2. Sargentos:
a) (4) quatro anos no posto de 2º Sargento.
3. Praças:
a) (4) quatro anos no posto de 2º Cabo/Marinheiro.

Artigo 126º
(Promoções no Quadro Miliciano)
A promoção do militar do Quadro Miliciano, aos diferentes postos de cada
categoria, realiza-se por diuturnidade.

Artigo 127º
(Cessação do Serviço no Quadro Miliciano)
1. A prestação do serviço militar no Quadro Miliciano pode cessar nas seguintes
condições:
a) A requerimento do militar, desde que cumprido o tempo mínimo inicial a que
se obrigou e desde que não haja inconveniente para o serviço;
b) Por desistência ou insuficiente aproveitamento escolar em cursos, por razões
que lhe sejam imputáveis;
c) Por falta de aptidão física ou psíquica, comprovada por competente Junta
Médica Militar, desde que não resulte de acidente em serviço ou doença
adquirida também por motivo de serviço;
d) Por comprovada falta de aptidão técnicoprofissional para o desempenho das
respectivas funções;
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e) Por aplicação de sanções previstas em legislação disciplinar ou penal militar,
após conclusão do respectivo processo.
2. O apuramento dos factos que levam à aplicação das alíneas d) e e) do número
anterior é feito mediante processo próprio, do qual deve constar a matéria
necessária à apreciação e decisão final, respectivamente do Chefe do Estado-
Maior General ou do tribunal competente.

Artigo 128º
(Caducidade do Serviço no Quadro Miliciano)
A prestação de serviço no Quadro Miliciano caduca:
a) Findo o período inicial ou o que resulte da sua prorrogação;
b) Com o ingresso no Quadro Permanente;
c) Findo o período máximo definido neste diploma para esta forma de
prestação de serviço.

CAPÍTULO IV
CARREIRAS CURTAS

Artigo 129º
(Início e Duração do Serviço Militar Obrigatório)
O Serviço Militar Obrigatório tem início no primeiro dia da incorporação do turno
respectivo e tem a duração fixada nos termos previstos na Lei Geral do Serviço
Militar (LGSM).

Artigo 130º
(Cargos e Funções do Militar do Serviço Militar Obrigatório)
O militar do Serviço Militar Obrigatório desempenha funções compatíveis com a
preparação obtida e, sempre que possível, com as habilitações académicas e
qualificações profissionais que possui.
Os militares do Serviço Militar Obrigatório de cada Ramo distribuem-se, dentro de
cada categoria, por especialidades, para satisfação das necessidades orgânicas
das Forças Armadas.
As especialidades do militar do Serviço Militar Obrigatório de cada Ramo, por
categorias, são determinadas por despacho do Chefe do Estado-Maior General.

Artigo 131º
(Instrução Militar Básica)
1. O militar do Serviço Militar Obrigatório é sujeito, após a incorporação, à
instrução militar básica que visa atribuir preparação adequada às
características do Ramo a que pertence e é designado por recruta.
2. A instrução militar básica termina com o acto do Juramento de fidelidade à
Pátria e à Bandeira da República.

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Artigo 132º
(Instrução Técnica Básica)
1. A instrução técnica básica destina-se a conferir conhecimentos de
especialidade, de acordo com a categoria no Ramo a que pertence.
2. Consoante o militar do Serviço Militar Obrigatório se destine a Oficial, Sargento
ou Praça, frequenta o curso de formação respectivo, designado por:
a) Curso de Formação de Oficiais do Serviço Militar Obrigatório;
b) Curso de Formação de Sargentos do Serviço Militar Obrigatório;
c) Curso de Formação de Praças do Serviço Militar Obrigatório.
3. O militar do Serviço Militar Obrigatório, durante a frequência do curso de
formação respectivo, é designado por:
a) Soldado-Cadete / Grumete-Cadete, quando destinado a Oficial;
b) Soldado-Instruendo/Grumete-Instruendo, quando destinado a Sargento;
c) Soldado-Recruta / Grumete-Recruta, quando destinado a Praça.
4. As condições de admissão aos diferentes cursos de formação, nomeadamente
a definição do nível de habilitações literárias a exigir para o acesso a cada
categoria são estabelecidas pelo Ministro da Defesa Nacional sob proposta do
Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas.

Artigo 133º
(Postos Militares do Serviço Militar Obrigatório)
1. O militar do Serviço Militar Obrigatório é patenteado na data da conclusão da
Instrução Técnica Básica:
a) A Aspirante/Subtenente, quando destinado a Oficial;
b) A Sub-Sargento, quando destinado a Sargento;
c) A Soldado ou Grumete, a 2º Cabo/Marinheiro quando habilitado com o
Curso de Promoção a Cabo/Marinheiro.
2. O militar que reprovar no Curso de Formação a que se destinava é
patenteado no posto imediatamente inferior.
3. Durante o período de tempo definido para o Serviço Militar Obrigatório, o
militar destinado a categoria de Sargento e Praça mantém o posto a que foi
patenteado no final da instrução técnica básica.

Artigo 134º
(Antiguidade Relativa no Serviço Militar Obrigatório)
1. A antiguidade no posto, de cada uma das categorias referidas no número
anterior, é determinada, dentro de cada turno de incorporação, por ordem
decrescente da classificação obtida nos respectivos cursos de formação.

50
2. Na categoria de Praças, quando não sejam atribuídas classificações, a
antiguidade é determinada por ordem decrescente do Número de Identificação
Pessoal.

Artigo 135º
(Promoção no Serviço Militar Obrigatório)
O militar do Serviço Militar Obrigatório quando destinado à Oficial, pode ser
promovido ao posto de Subtenente ou Tenente-de-corveta, após um ano de
serviço no posto de Aspirante, desde que satisfaça as condições de promoção
previstas neste diploma.

Artigo 136º
(Termo do Serviço Militar Obrigatório)
1. Após perfazer o tempo de serviço fixado na Lei Geral do Serviço Militar, o
militar do Serviço Militar Obrigatório transita para uma das seguintes situações:
a) Licenciamento à reserva do Serviço Militar Não Permanente;
b) Serviço Militar Activo no Quadro Miliciano;
c) Serviço Militar Activo no Quadro Permanente.
2. Se a data de licenciamento à reserva o militar se encontrar em baixa
hospitalar por motivo de doença e a Junta Médica Militar não estava em
condições de se pronunciar sobre a capacidade ou incapacidade definitivas do
militar, este permanece nas Forças Armadas no Serviço Militar Obrigatório, no
posto que detém, até a decisão final daquela Junta.

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 137º
(Integração no Quadro Permanente)
1. O Oficial e Sargento que à data da entrada em vigor do presente diploma se
encontre a prestar serviço militar activo, com carácter de permanência, nas
actuais Forças Armadas Angolanas é, para todos os efeitos legais, considerado
como pertencente ao Quadro Permanente, com vínculo administrativo ao
Ramo de que é oriundo.
2. A integração do Oficial e Sargento nos Quadros Especiais estipulados no
presente diploma é feita por despacho do Chefe do Estado-Maior General das
Forças Armadas mediante proposta do Comandante do Ramo respectivo.
1. O militar que à data da entrada em vigor deste diploma não desempenhe
efectivamente qualquer função nas Forças Armadas Angolanas ou função de
carácter militar, em qualquer organismo do Estado ou em representações
internacionais, é notificado para o preenchimento de outra vaga.
2. Nos termos do número anterior é considerado excedentário o militar que no
seu interesse não for colocado, devendo passar administrativamente à situação

51
de reserva ou reforma a partir da data em que foi informado da respectiva
decisão.
3. O militar do Quadro Permanente no activo que à data da aprovação do
presente diploma se encontre ao serviço do Ministério do Interior ou da Polícia
Nacional é licenciado à reserva com o último posto que ostentava nas Forças
Armadas.

Artigo 138º
(Listas de Promoção)
As datas de aprovação e de publicação das listas de antiguidade estipuladas no
artigo 104º, são prorrogadas, até 15 de Dezembro e 31 de Dezembro do ano
seguinte ao da publicação do presente diploma.

Artigo 139º
(Integração no Quadro Miliciano)
1. As Praças integradas nas Forças Armadas Angolanas, que à data da entrada
em vigor do presente diploma manifestem a intenção de continuar a prestar
Serviço Militar Activo nas Forças Armadas Angolanas, são integradas no Quadro
de Milicianos, por um período máximo de (4) quatro anos.
2. Findo o período referido no número anterior, só podem permanecer nas
Forças Armadas Angolanas as Praças que reúnam as condições para ingresso
no Quadro Miliciano, de acordo com o estabelecido neste diploma, desde que o
requeiram.
3. As praças que não requeiram o seu ingresso nos termos do número dois (2)
são licenciados a disponibilidade

Artigo 140º
(Cargos de Posto Inferior)
O disposto no artigo 25º do presente diploma não é aplicável ao militar que já se
encontra nessa situação no momento da entrada em vigor do mesmo.

Artigo 141º
(Níveis Académicos para Acesso aos Postos da Carreira)
1. Os níveis académicos a exigir, ao actual militar do Quadro Permanente, para
acesso aos vários postos da carreira são, no mínimo os seguintes:
a) Para acesso a qualquer posto de Oficial, é exigida a formação de nível médio
ou equivalente.
b) Para acesso aos postos de carreira de Sargentos é exigida a formação
académica do 1º ciclo do ensino secundário ou equivalente.
2. Ao actual militar do Quadro Permanente que não possua os níveis académicos
exigidos para acesso ao posto imediato, é-lhe proporcionado num período
máximo de oitos (8) anos, acções de formação adequadas à sua categoria e
posto, através, designadamente da concessão de facilidades na frequência de
cursos em estabelecimentos de ensino público e privado oficialmente
52
reconhecido, tendo em vista a elevação do seu nível académico e a sua
valorização pessoal.
3. Ao Ministério da Defesa Nacional cabe proceder os contactos necessários com
os órgãos adequados do ensino, para o reconhecimento e a atribuição da
equivalência académica a conceder aos cursos de formação, qualificação,
promoção ou actualização que o militar frequentou, com aproveitamento, fora
ou dentro do País.

Artigo 142º
(Contagem de Tempo de Serviço)
1. Ao actual militar do Quadro Permanente é atribuído Tempo de Serviço Activo
(TSA) de acordo com o previsto nas alíneas seguintes.
a) A atribuição de tempo de serviço a cada militar tem por base a respectiva
idade actual (I), aplicando-se o seguinte cálculo:
- TSA = I – 18, para Praças;
- TSA = I – 20, para Oficiais e Sargentos.
b) O Tempo de Serviço no Activo (TSA), calculado é referido à data da entrada
em vigor do presente diploma e é contado como tempo de serviço, para todos
os efeitos legais, designadamente os que decorrem da sua aplicação.
2. Conta-se ainda como tempo de serviço prestado às Forças Armadas, para
todos os efeitos legais, o tempo desde a entrada efectiva nas Forças de
Guerrilha anti colonial, até aos vinte (20) anos de idade para Oficiais e
Sargentos e dezoito (18) anos de idade para as Praças.
3. A prova da existência e duração dos períodos de serviço referidos nos
números anteriores é feita por meio de certificados do tempo de serviço
devidamente comprovados pelo organismo responsável.

Artigo 143º
(Passagem para a Situação de Reforma)
1. Durante um período de cinco (5) anos, contados a partir da data da entrada
em vigor deste diploma é facultada a passagem à situação de reforma ao
militar do activo que, cumulativamente, preencha ou venha a preencher,
durante aquele período, as seguintes condições, desde que requeira e lhe seja
deferido:
a) Ter (45) quarenta e cinco ou mais anos de idade;
b) Ter (25) vinte e cinco ou mais anos de tempo de serviço.
2. Para efeitos de contagem do tempo de serviço a que se refere a alínea b), do
número anterior aplica-se o disposto no artigo 142º da presente Lei.
3. O requerimento de passagem à situação de reforma do militar abrangido no
número 1 deste artigo pode, em caso de interesse ou necessidade de serviço,
ser indeferidos, devendo, no caso de Oficiais Generais, ser submetido à
homologação do Presidente da República, Comandante-em-Chefe das Forças
Armadas Angolanas.
53
4. É aplicável ao militar reformado, extraordinariamente o disposto no número 2,
do artigo 118º da presente Lei.

Artigo 144º
(Dúvidas e Omissões)
As dúvidas e omissões suscitadas pela interpretação e aplicação da presente lei
são resolvidas pela Assembleia Nacional.

Artigo 145º
(Revogação)
É revogada toda a legislação que contrarie o disposto na presente lei.

Artigo 146º
(Regulamentação)
No prazo de um ano a contar da data da sua publicação, são revistos ou
aprovados os regulamentos e as normas complementares previstas na Lei das
Carreiras dos Militares das Forças Armadas.

Artigo 147º
(Entrada em Vigor)
A presente lei entra em vigor à data da sua publicação.

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda aos______ de


____________ de _______.

O Presidente da Assembleia Nacional, António Paulo Kassoma.

Promulgada em ______ de __________ de _________.

Publique-se.

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos

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