Tema 1 – expressão dramática e desenvolvimento interpessoal

o Desenvolvimento interpessoal
 - Autoconhecimento e revelação
A expressão dramática ajuda a criança ou jovem, eficazmente no seu processo de
desenvolvimento bio-psico-sócio-motor, pondo em jogo a sua expressividade, a sua
criatividade e a sua consciência de valores ético-morais e estéticos, ao mesmo tempo
que a ajuda na sua relacionação social, dado que as atividades de expressão dramática
em grupo implicam a cooperação de todos os membros, unindo as suas ações para
conseguirem o fim comum.

 - Falar / escutar
Aprender a lidar connosco, a expormo-nos perante o Outro é aprender a gostar de
nós, a ser confiantes, relevando as nossas qualidades e tomando consciência das
nossas dificuldades, para as podermos ultrapassar.

Aprendermos sobre nós próprios e sobre os outros, para sabermos em que é que
devemos investir e o que é que gostaríamos de melhorar em nós e na nossa relação
com o Outro.

 - Quebra-gelo / aquecimento
 Exemplos de jogos de quebra-gelo/ aquecimento
DE MÃO EM MÃO

 Faixa etária: A partir dos 4 anos;

 Número de elementos: ilimitado;
 Material: à escolha do educador e das crianças;
 Objectivos: Desenvolver o imaginário e a imaginação;
 Descrição:
Todas as crianças estão sentadas em círculo, o adulto coloca-se no meio delas. O
jogo consiste em fazer passar de mão em mão um objeto comum (sapato, saco,
chaves) desviando – o da sua função inicial.

Para o fazer, cada uma vai mimar uma cena muito curta com o objeto numa cena
muda. Exemplo: tenho nas mãos um sapato, seguro-o como se fosse um ramo de
flores e ofereço-o ao meu vizinho. O sapato vai, deste modo, passar de mão em
mão em mão tendo para cada criança uma função diferente
  - Confiança e reciprocidade
Ninguém pode viver sozinho e a vida em comunidade pressupõe o contacto entre as
pessoas, seja esse contacto feito através de uma conversa, de um toque, da partilha de
sentimentos e de ideias, ou de qualquer outra forma…

Aprender a tocar no Outro sem complexos nem constrangimentos, mas mantendo o

nível de respeito e de sensibilidade necessários para que esse toque seja agradável e
saudável para ambas as partes, nem sempre é instantâneo e/ou inato para todos.

 - Guiar e ser guiado

A criança, neste processo de jogo dramático, deseja comunicar com o outro o que
sente. Para sua afirmação e para exteriorização do Eu, tem necessidade que outro
jogue também.

Nesta atividade a criança necessita de uma matriz planificada; necessita igualmente de

uma observação sistematizada e de intervenção. Com efeito, para que a
espontaneidade da criança se desenvolva torna-se necessário induzi-la direta e
indiretamente.

 - Aceitação do risco e do desafio

O processo do jogo dramático, ao criar desafios que promovem a criatividade na
resolução de problemas contribui, através da superação dos constrangimentos
presentes neste processo criativo, para um sentimento de realização que promove a
autoestima e a autoconfiança.