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Disciplina: Introdução à Teoria Sociológica

Professora: Maria de Fatima da Fonseca

Assunto: Unidade IV – A Teoria Social no Século XIX –


Augusto Comte
Augusto Comte (1798 – 1857)
Positivismo e a Física Social
=> Criador da teoria Positivista
⇒ Concluiu ser natural que a sociedade, em toda parte evolua da
mesma maneira e no mesmo sentido, resultando daí que a
humanidade em geral caminha para um mesmo tipo de sociedade
mais avançada.
• Obras:
- Curso de Filosofia Positivista (1830 – 1842).
- Política Positivista (1851 – 1854)
- Catecismo Positivista (1852)
A base teórica do método Positivista
• Cientificismo => Poder absoluto da razão para explicar a realidade. O
humanismo era o centro dos estudos na época.
• A evolução das Ciências Naturais (Física, Química e a Biologia). A
natureza se transforma pela ação do homem. Ex: Grandes
navegações.
• Concepção da Sociedade como um organismo constituído de partes
integrantes e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um
modelo físico ou mecânico. Foi chamado também de organicismo.
Augusto Comte (1798 – 1857)
• ( Montpellier, 19 de janeiro de 1798 — Morre em Paris,
em 5 de setembro de 1857) foi um filósofo francês,
fundador da Sociologia e do Positivismo, que trabalhou
intensamente na criação de uma filosofia positiva.
•No período de 1817-1824 foi secretário do conde Henri
de Saint-Simon, expoente do Socialismo utópico. Algumas
fórmulas são fundamentais dessa época: "Tudo é relativo,
eis o único princípio absoluto" (1819) e "Todas as
concepções humanas passam por três estágios sucessivos
- teológico, metafísico e positivo -, com uma velocidade
proporcional à velocidade dos fenômenos
correspondentes" (1822) "lei dos três estados".
Augusto Comte (1798 – 1857)
• Para o conde de Saint-Simon, a situação dos operários nas primeiras
décadas do século XIX inspiraram mudanças humanitárias e
religiosas. Chegou a pensar numa mudança radical do cristianismo,
para acabar com os abusos, pelos quais responsabilizou os vestígios
do feudalismo, propondo uma espécie de aliança progressista da
burguesia e do operariado.

• Augusto Comte rompeu com Saint-Simon ao discordar das ideias


deste sobre as relações entre a ciência e a reorganização da
sociedade. Estava convicto que o mestre priorizava auxílio à elite
industrial e científica do período com sacrifício da reforma teórica do
conhecimento.
Augusto Comte – O positivismo
•É a crença no poder exclusivo e absoluto da razão
humana em conhecer a realidade e a traduzir sob a
forma de leis naturais.
•Essas leis seriam a base da regulamentação da vida do
homem, da natureza como um todo e do próprio
universo.
•Reconhecia que os princípios reguladores do mundo
físico e do mundo social diferiam quanto à sua essência:
Os primeiros diziam respeito a acontecimentos
exteriores aos homens; os outros, a questões humanas.
Augusto Comte – O positivismo
• Pode-se dizer que o conhecimento positivo busca "ver para
prever, a fim de prover" - ou seja: conhecer a realidade para
saber o que acontecerá a partir de nossas ações, para que o
ser humano possa melhorar sua realidade. Dessa forma, a
previsão científica caracteriza o pensamento positivo.
• O espírito positivo, segundo Comte, tem a ciência como
investigação do real. No social e no político, o espírito positivo
passaria o poder espiritual para o controle dos "filósofos
positivos", cujo poder é, nos termos comtianos, exclusivamente
baseado nas opiniões e no aconselhamento, constituindo a
sociedade civil e afastando-se a ação política prática desse
poder espiritual.
Augusto Comte – O positivismo
• O método positivo, em termos gerais, caracteriza-se
pela observação. Entretanto, deve-se perceber que cada ciência, ou
melhor, cada tipo de fenômeno tem suas particularidades, de modo
que o método específico de observação para cada fenômeno será
diferente. Além disso, a observação conjuga-se com a imaginação :
ambas fazem parte da compreensão da realidade e são igualmente
importantes, mas a relação entre ambas muda quando se passa da
teologia para a positividade. Assim, para Comte, não é possível fazer
ciência (ou arte, ou ações práticas, ou até mesmo amar!) sem a
imaginação, isto é, sem uma ativa participação
da subjetividade individual e por assim dizer coletiva: o importante é
que essa subjetividade seja a todo instante confrontada com a
realidade, isto é, com a objetividade.
Movimentos vitais da sociedade
Para A. Comte (que introduziu a distinção entre estática e dinâmica so
cial), a Estática Social designa a parte da Sociologia que analisa as lei
s gerais da ordem social , as condições de existência e equilíbrio da
sociedade.
Tem por objeto de estudo as diversas partes da sociedade que
se veem permanentes
(a economia, a família ou a comunidade) e da suas relações ou seja,
estuda as condições de existência da sociedade.
A estática social seria uma espécie de anatomia da sociedade. Descre
ve os fenômenos e vê como eles estão relacionados. Leva à
evolução transformando as sociedades, segundo a lei universal, da
mais simples à mais complexa, da menos avançada à mais avançada.
É a regularidade, a normalidade dos grupos. A ordem social.
Movimentos vitais da sociedade
• A Dinâmica Social - "a ciência das leis do Progresso" - dedica
-se a estudar o modo como as sociedades caminham através
das suas etapas de desenvolvimento;
• Estuda a vida em movimento criador do progresso. Tem
como objetivo estabelecer as leis da mudança social.

• A estática social se fundamenta na ordem e a dinâmica no


progresso - daí o lema "ordem e progresso", que figura na
bandeira brasileira por inspiração comtiana. Conhecidos a
estrutura e os processos de transformação da sociedade,
seria possível, para o pensador, reformar as instituições e
aperfeiçoá-las.
O positivismo – etapa racional do
pensamento.
• O filósofo via todas as sociedades constituídas por núcleos
permanentes, como a família e a propriedade, que devem
promover o progresso. O positivismo compara a sociedade a
um organismo biológico, no qual nenhuma parte tem existência
independente. Num estágio positivo, próximo da perfeição, não
haveria lugar para o individualismo, apenas para o
desenvolvimento da solidariedade e do altruísmo (termo
cunhado por Comte) de cada um em favor da coletividade.
• Teve como método de estudo o organicismo e o cientificismo
para o conhecimento da evolução social.
Lei dos Três Estados
• A partir da percepção do progresso humano, Comte formulou a Lei dos
Três Estados. Observando a evolução das concepções intelectuais da
humanidade, Comte percebeu que essa evolução passa por três
estados teóricos diferentes: o estado 'teológico' ou 'fictício', o estado
'metafísico' ou 'abstrato' e o estado 'científico' ou 'positivo', em que:
• No primeiro, os fatos observados são explicados pelo sobrenatural, por
entidades cuja vontade arbitrária comanda a realidade. Assim, busca-se
o absoluto e as causas primeiras e finais ("de onde vim? Para onde
vou?"). A fase teológica
]
tem várias subfases: o fetichismo, o politeísmo
e o monoteísmo
• No segundo, já se passa a pesquisar diretamente a realidade, mas
ainda há a presença do sobrenatural, de modo que a metafísica é uma
transição entre a teologia e a positividade. O que a caracteriza são as
abstrações personificadas, de caráter ainda absoluto: "a Natureza", "o
éter", "o Povo", "o Capital".
Lei dos Três Estados
• No terceiro, ocorre o apogeu do que os dois anteriores
prepararam progressivamente. Neste, os fatos são explicados
segundo leis gerais abstratas, de ordem inteiramente positiva,
em que se deixa de lado o absoluto (que é inacessível) e
busca-se o relativo. A partir disso, atividade pacífica e industrial
torna-se preponderante, com as diversas nações colaborando
entre si.
• É importante notar que cada um desses estágios representa
fases necessárias da evolução humana, em que a forma de
compreender a realidade conjuga-se com a estrutura social de
cada sociedade e contribuindo para o desenvolvimento do ser
humano e de cada sociedade.
Classificação da Ciência
• A combinação da lei dos três estados com a classificação das
ciências tem por objetivo provar que a maneira de pensar que
triunfou na matemática, na astronomia, na física, na química
e na biologia deve, por fim, se impor à politica, levando à
constituição de uma ciência positiva da sociedade, a
sociologia.
• A ordem segundo a qual são ordenadas as diversas ciências
nos revela a ordem em que a inteligência se torna positiva
nos vários domínios. Em outras palavras, a maneira de
pensar positiva se impôs mais cedo nas matemáticas, na
física, na química, e depois na biologia.
Pirâmide do conhecimento positivo
Positivismo no Brasil
•No Brasil os ideais positivistas serviram para alavancar uma
troca de regime, com a proclamação da República. O
aparente paradoxo se explica, em parte, pelo fato de a
influência positivista ter resultado em pensamentos muito
diversos no Brasil, conforme se combinou com outras
correntes ideológicas. Nenhum setor teve maior presença da
ideologia comtiana do que as Forças Armadas, de onde saiu
o vitorioso movimento republicano e a ideia de adotar o
lema "ordem e progresso". Várias das medidas
governamentais dos primeiros anos da República tiveram
inspiração positivista, como a reforma educativa de 1891 e,
no mesmo ano, a separação oficial entre Igreja e Estado.
Referências
• COSTA, Cristina. Introdução. In: Sociologia. 2ª Ed. São Paulo:
Moderna, 1997.

• QUINTANEIRO, Tânia. Et al. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim,


Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

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