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EMBARGOS DE TERCEIRO CÍVEL Nº 5000530-27.2021.8.24.0037/SC

EMBARGANTE: ANA PAULA SCHURMANN
EMBARGADO: MUNICÍPIO DE JOAÇABA

DESPACHO/DECISÃO

Trata-se de  Embargos  de  Terceiro ajuizados por  ANA PAULA

SCHURMANN em face do MUNICÍPIO DE JOAÇABA, ambos qualificados.

Alegou a embargante em preliminar não ser parte legítima para figurar

no polo passivo das execuções em apenso. Acrescentou que  as execuções estão
prescritas e que faltam os requisitos legais para as CDA's que as instruem. Quanto
ao mérito dos embargos, disse que: (a) em 24.10.2019 adquiriu da
empresa  GUINCHOS DAL PRA LTDA o caminhão  Mercedes Benz Accelo, cor
Branca, ano/modelo 2013/2013, placa MLX-6088, renavam 666315302; (b) tal
veículo foi penhorado nas execuções em apenso em que figura como executado a
empresa  GUINCHOS DAL PRA LTDA; (c) a penhora ocorreu posteriormente a
aquisição do bem; (d) é terceira de boa-fé pois na data da aquisição do bem não
havia nenhuma restrição incidente sobre o mesmo; (e) a prescrição das CDA's que
embasam a execução.  Ao final, pugnou pela nulidade da penhora e  a retirada da
restrição inserida no cadastro do  veículo  via  Renajud. Valorou a causa e juntou
documentos. 

O MUNICÍPIO DE JOAÇABA apresentou impugnação. Defendeu em

resumo a legalidade da penhora, visto que o caminhão foi alienado para a
embargante em data posterior ao deferimento da penhora, que apenas restou
efetivada em momento posterior. Acrescentou que a embargante é casada com
Valério Dal Pra, sócio administrador da empresa executada, e que a venda foi
simulada para frustrar a execução, o que afasta a boa-fé alegada. 

Houve réplica.

Decido.

1. A embargante alega não ser parte legítima para figurar no polo

passiva das execuções em apenso.

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Entretanto, a embargante não figura no polo passivo de nenhuma das
demandas, tão pouco houve pedido para o redirecionamento das execuções para a
sua pessoa, razão pela qual o exame desta preliminar resta prejudicada.

2. Quanto à higidez das CDA's que embasam as execuções em apenso,

anto que  apontam expressamente a natureza da dívida, a data de referência dos
vencimentos dos créditos por elas representados, a data da inscrição, a
fundamentação legal, além dos demais requisitos estabelecidos pela Lei n. 6.830/80.

Quanto ao requisito formal do número do processo administrativo,

este  não é aplicável ao caso, pois as dívidas são oriundas de ISS, tributo sujeito a
homologação (art. 150 do CTN). 

Nessa linha, "A jurisprudência do STJ se firmou no sentido de que, em

se tratando de tributo sujeito a lançamento por  homologação, é despicienda a
instauração de prévio  processo administrativo  ou notificação  para que haja a
constituição do crédito tributário, tornando-se exigível a partir da declaração feita
pelo contribuinte"  (STJ - AREsp 1534770/RJ. Segunda Turma. Rel. Min.
Herman Benjamin. Data do julgamento: 03.10.2019).

Quanto a ocorrência de eventual prescrição dos créditos tributários,

importante destacar que houve o parcelamento administrativo pelo devedor, o que
atrai a incidência da Súmula 653 do STJ, verbis: “O pedido de parcelamento fiscal,
ainda que indeferido, interrompe o prazo prescricional, pois caracteriza confissão
extrajudicial do débito”.

3. Ausentes outras questões processuais ou preliminares pendentes de

exame, declaro saneado o feito.

4. Fixo como ponto controvertido a condição de terceiro de boa-fé da

embargante ou se houve simulação no negócio jurídico envolvendo a aquisição do
caminhão penhorado. 

5. A embargante deve demonstrar o fato constitutivo de seu direito e o

embargado deve comprovar a existência de fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito da embargante (art. 373, I e II do CPC).

6. Intimem-se  as  partes para  que especifiquem  de forma

justificada as provas que ainda pretendem produzir, sob pena de preclusão. Prazo: 10
dias.

Após, retornem conclusos.

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Publique-se e intimem-se.

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inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006. A conferência da autenticidade do documento está
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