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RECIRCULAÇÃO MIDIÁTICA NO YOUTUBE A PARTIR DOS USUÁRIOS

Fabrícia GUEDES1

RESUMO

O consumo de objetos culturais em rede opera sob a lógica do compartilhamento, ou


seja, o usuário deseja propagar o conteúdo consumido, por motivos próprios. Os objetos
midiáticos circulam em sua plataforma original e são recirculados em outras
plataformas a partir da ação do usuário. Neste estudo, trazemos a análise de três formas
de recirculação midiática no YouTube a partir da ação dos usuários. Essa recirculação
amplia as formas de fruição desses objetos e traz nossas possibilidades de interação
entre usuários.

PALAVRAS-CHAVE: Recirculação midiática. Usuário em rede. YouTube.


Propagabilidade.

INTRODUÇÃO

As mídias digitais e a internet vêm trazendo mudanças nas mais diversas esferas
da sociedade. Essas mudanças ocorrem tanto nos produtos que utilizamos/consumimos
quanto nas nossas relações interpessoais. Como André Lemos (2007) enfatiza, o que
está acontecendo é uma reconfiguração não apenas tecnológica, mas, principalmente,
nas práticas socioculturais.
Nessa ambiência, o consumo e circulação de bens simbólicos no ciberespaço
estão ancorados na coexistência, na troca e na interação entre os atores sociais e nas
pontes e diálogos estabelecidos com a instância de produção. A linearidade do processo
de produção/circulação/consumo dá lugar à sinuosidade, a formas plurais de fruição.
Jenkins, Green e Ford (2014) colocam que os produtos midiáticos passam a ser
concebidos segundo a lógica da “propagabilidade da mídia”. A propagabilidade2 “se
refere ao potencial – técnico e cultural – de os públicos compartilharem conteúdos por
motivos próprios, às vezes com a permissão dos detentores dos direitos autorais, às
vezes contra o desejo deles.” (2014, p. 26).

1
Mestre em Comunicação e Culturas Midiáticas pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da
Universidade Federal da Paraíba – PPGC/UFPB. Pesquisadora no Grupo de Pesquisa em Processos e
Linguagens Midiáticas - Gmid/PPGC. Email: fabriciakguedes@gmail.com
2
O termo original vem do inglês “spreadable media” (Jenkins; Green e Ford, 2014) e por isso também é
encontrado nas pesquisas em português como “espalhabilidade” ou “espalhamento midiático”.
A partir do compartilhamento em rede, o usuário encontra a possibilidade de
recircular objetos midiáticos. A recirculação é resultado da ação do usuário em
compartilhar um conteúdo/produto em plataformas que não são, necessariamente, os
espaços de veiculação original desse objeto. Ou seja, esse usuário consome esse produto
(seja um série, um filme ou qualquer outro) e compartilha-o em rede onde achar
adequado.
Nesse estudo trazemos a recirculação de objetos midiáticos no site de
compartilhamento de vídeos YouTube. Apresentamos duas categorias de recirculação
midiática no YouTube e fazemos o recorte em seis tipos de produtos.
A partir da análise apresentada, compreendemos o processo de recirculação
como uma forma de extensão da experiência do usuário com o conteúdo midiático.
Compreendemos, ainda, o YouTube como um espaço propício para recirculação
midiática em rede.

CULTURA PARTICIPATIVA E COMPARTILHAMENTO EM REDE

Com as mídias digitais e a internet as “tecnointerações” (SODRÉ, 2013) são


amplificadas e os indivíduos passam a habitar, também, no ciberespaço. O contexto
digital acarreta em diversas mudanças nos processos comunicacionais. Há uma
pluralidade gigante nas práticas desenvolvidas pelos sujeitos em rede. Porém, como
Castells (2007) salienta a tecnologia não determina a sociedade ela a incorpora, bem
como a sociedade não determina a tecnologia, utiliza-a.
Para entender como funciona a “cultura do compartilhamento” e a “cultura
participativa” é necessário assumir que “o advento das mídias digitais promoveu o
surgimento de novos padrões de compreensão dos processos comunicacionais e de
novas formas de sociabilidade que, não por acaso, incorporam a noção de „cultura‟
[...]”. (ZANETTI, 2011, p. 61).
A dinâmica da cibercultura opera sob uma estrutura que dispõe do pluralismo de
ações que se expande para todas as esferas da vida social. “A rede aparece como uma
imensa floresta à disposição dos usuários, com toda a sua dimensão de risco e fascínio.”
(PAIVA, 2012, p. 73). Nessa ambiência as possibilidades de interação entre os atores
sociais são amplificadas como jamais foi visto nas mídias de função massiva3. O
conteúdo passa a circular de maneira muito mais rápida, ele consegue atravessar
fronteiras geográficas em segundos.
Esse movimento do usuário consolida o caráter participativo e coletivo da
construção dos bens simbólicos. O ciberespaço é marcado cada vez mais pela
sinuosidade e cada vez menos pela linearidade no que compete ao processo de
produção/circulação/consumo. Compartilhar, participar, apropria-se e ressignificar são
ações que demarcam o perfil do consumidor/usuário em rede.
Cultura participativa (JENKINS, 2009) ou cultura da participação (SHIRKY,
2011) são termos empregados para designar o cenário de engajamento do público e suas
relações com o produto e produtores nas plataformas online. Essa forma participativa
assume várias configurações e estende-se por diversas esferas, podemos nos referir a
participação entre o público e produtores, público com público, público com produto,
podemos encontrar essas manifestações desde o entretenimento à política, enfim,
surgem distintas possibilidades de participação na internet. As motivações e o desejo
por essa relação participativa partem dos diferentes interesses, e, por partir das ações do
público, é incorporada pelas estratégias mercadológicas.

Hoje, a expressão “cultura participativa” é utilizada para tratar


de um leque tão grande de manifestações que mais adequado
seria nos referirmos a “culturas participativas”, realçando com o
emprego do plural a ideia de que não estamos diante de um
fenômeno único nem tampouco de um conceito monolítico.
Estamos, ao contrário, diante de um mosaico de manifestações
sustentadas pelo desejo de uma intervenção mais direta nos
processos, quer sejam eles de caráter político, quer sejam
motivados pelo consumo cultural (FECHINE, 2014, p.4-5).

3
Por função massiva compreendemos um fluxo centralizado de informação, com o controle editorial do
pólo da emissão, por grandes empresas em processo de competição entre si, já que são financiadas pela
publicidade. [...] As mídias de função massiva são centradas, na maioria dos casos em um território
geográfico nacional ou local. As mídias e as funções massivas têm o seu (importante) papel social e
político na formação do público e da opinião pública na modernidade. As funções massivas são aquelas
dirigidas para a massa, ou seja, para pessoas que não se conhecem, que não estão juntas espacialmente
que assim têm pouca possibilidade de interagir. [...] As mídias de função pós-massiva, por sua vez,
funcionam a partir de rede telemáticas em que qualquer um pode produzir informação, «liberando» o pólo
da emissão, sem necessariamente haver empresas e conglomerados econômicos por trás. [...] O produto é
personalizável e, na maioria das vezes, insiste em fluxos comunicacionais bi-direcionais (todos-todos),
diferente do fluxo unidirecional (um-todos) das mídias de função massiva. (LEMOS, 2007, p. 124-125).
Fechine (2014, p.6) ainda destaca que "A cultura participativa define, nessa
perspectiva, novas práticas de uso das mídias associadas, sobretudo, ao
compartilhamento, publicação, recomendação, comentários, remix e reoperação de
conteúdos digitais (criados e disponibilizados em meios digitais, especialmente, na
internet)". Portanto, a ação dos atores sociais é imprescindível para manifestação da
cultura participativa.
No início dessa cultura participativa em rede os agentes detentores da produção
dos bens culturais foram resistentes às ações de intervenção dos consumidores/usuários,
assumindo uma postura proibicionista. As práticas desses sujeitos pareceram, em um
primeiro momento, uma ameaça à hegemonia dessa instância de produção. Porém, não
demorou muito para que esse “espaço de resistência” do consumidor/usuário fosse
incorporado e moldado pelos interesses mercadológicos. Quando as corporações
perceberam que proibir as práticas que os consumidores/usuário desenvolveram em rede
além de não ter eficácia não seria benéfico, a solução foi encontrar maneiras de se fazer
presente nessas ações, conseguindo, inclusive, regulá-las.
O compartilhamento de músicas online, por exemplo, traçou inúmeras
discussões sobre pirataria e direitos autorais. A prática de consumo e compartilhamento
de músicas online determinou mudanças no mercado mainstream e underground4.
Ambos os mercados moldaram suas lógicas produtivas à nova forma de consumo que
surgiu em rede. Uma das estratégias da indústria fonográfica foi estabelecer ligações e
investir nas plataformas de consumo de músicas online. Já alguns artistas independentes
passaram a disponibilizar músicas para download de graça ou a partir de valores
simbólicos.
É, então, a prática do compartilhamento em rede um dos principais motores da
cultura participativa. Os atores sociais adquirem práticas polimidiáticas (PRIMO;
VALIATI; BARROS; LUPINACCI, 2016), assim, ao “consumir” um bem cultural em
uma mídia ele vai compartilhar ou buscar saber mais sobre esse produto em outra
plataforma.
Partindo das práticas dos atores sociais “A lógica da cultura do
compartilhamento é a contribuição e partilha de conteúdo.” (CARDINS, 2016, p.54),
4
Mainstream é produção de bens culturais criados sob a égide do capitalismo, que ocupa lugar de
destaque dentro dos circuitos de consumo midiático. Já a produção underground designa bens culturais
que fogem dos padrões comerciais e midiáticos.
pela ação mercadológica há o interesse no retorno financeiro. Portanto, podemos dizer
que uma "economia de compartilhamento" funciona na cibercultura. Essa economia diz
respeito a interesses diversos, que vão desde interesses mercadológicos e monetários a
interesses pessoais, como o compartilhamento de uma receita de torta de chocolate, por
exemplo.
Para Zanetti (2011) uma das bases da cultura do compartilhamento está na ideia
de inteligência coletiva, de Pierre Lévy, através do pressuposto da distribuição não
hierarquizada de saberes e conhecimentos por meio das mais diversas formas e
competências das comunidades virtuais. Outro aspecto apontado pela autora são as
redes interativas, que resultam na amplificação dessas associações, facilitando o
compartilhamento de conteúdos junto a um maior número de indivíduos. Por fim,
Zanetti elenca, também, a convergência como base uma das bases para a cultura do
compartilhamento, tratando da convergência das mídias em sua dimensão técnica,
institucional aos produtos veiculados e suas linguagens. Ainda sobre convergência, a
autora destaca o caráter híbrido e hipermidiático da comunicação na
contemporaneidade, o que vai conflui para a cultura do compartilhamento.
Portanto, o usuário tem um papel ativo e fundamental no compartilhamento e
propagação dos objetos culturais no ciberespaço. Municiados de tecnologias que
ampliam e facilitam seus usos e apropriações, esses sujeitos constroem novas conexões
entre grupos e comunidades, formas de resistir, transgredir, desafiar os limites
estabelecidos pela instância de produção. E, mesmo que essas ações tenham sido
incorporadas e proveitosas para o mercado, esses usuários ainda encontram
possibilidades de explorar usos e apropriações conforme suas próprias necessidades.

O COMPARTILHAMENTO NO YOUTUBE

O YouTube é, indiscutivelmente, o maior site de compartilhamento de vídeos do


mundo, com mais de um bilhão de usuários, quase um terço dos usuários da internet5.
Fundado por Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karin o YouTube foi lançado
oficialmente em junho de 2005. O site lançou versões locais em mais de 88 países e

5
Disponível em: <https://www.youtube.com/yt/press/pt-BR/statistics.html>. Acesso em: 22 de outubro
de 2017.
pode ser visitado em até 76 idiomas diferentes (o que abrange 95% dos usuários da
internet6).
O YouTube surge, então, como uma eficiente plataforma onde é possível agregar
e organizar todo conteúdo audiovisual vertido na rede. O site traz a possibilidade de
publicação, compartilhamento e visualização dos mais diversos tipos de vídeos, para
todos os usuários em rede.
A dinâmica de participação e compartilhamento que se alastra pelo ciberespaço
favorece o surgimento de sites como o YouTube, e a forma como o site posiciona-se
nesse cenário, faz com que conquiste o lugar que possui. Mais de uma década após seu
lançamento, o site ainda firma-se como o maior site de compartilhamento de vídeos da
internet. Por sua abertura para qualquer tipo de público, conteúdo e a ausência de limites
de uploads de vídeos, o YouTube transforma-se em um dos maiores repositórios de
conteúdo audiovisual do mundo.
Os primeiros vídeos compartilhados no YouTube eram de teor pessoal, caseiro e
amador, porém, pelo alcance da plataforma, não demorou muito para que o site se
tornasse um espaço para divulgação dos mais variados conteúdos. Vídeos caseiros,
amadores, profissionais, publicitários, musicais, jornalísticos, artísticos, entre diversas
outras categorias, com interesses comerciais ou não, começaram a circular pelo
YouTube. "A missão aparente ou declarada do YouTube foi repetidamente
transformada tanto pelas práticas corporativas como por sua utilização pela audiência."
(BURGUESS; GREEN, 2009, p.20).
O uso e apropriação dos usuários, e posteriormente do mercado, delinearam o
percurso, a utilização e o posicionamento do YouTube como plataforma midiática na
internet. Como Cardins (2016, p.75) explana:

É significativo perceber que o site surgiu da iniciativa


independente de pessoas que não tinham intenções
mercadológicas com sua criação, e que os desdobramentos e
definições dessa criação ficaram por conta da prática coletiva
dos usuários que começaram a fazer uso da ferramenta de
maneira totalmente espontânea e despretensiosa. Foram os
internautas, pessoas leigas e amadoras que, mais uma vez,

6
Dados disponíveis em: <https://www.youtube.com/yt/press/pt-BR/statistics.html>. Acesso em 22 de
outubro de 2017.
determinaram os caminhos a serem percorridos por uma
ferramenta de extrema utilidade na web, se enquadrando mais
uma vez como sujeitos atuantes dentro da cultura do faça você
mesmo.

Podemos dizer que o YouTube modificou definitivamente nossa forma de ter


acesso e de produzir conteúdo audiovisual. Com os dados apresentados, fica claro que a
maioria do acesso ao conteúdo audiovisual na internet é a partir do YouTube. Portanto,
pelo seu alcance e disseminação, a plataforma figura-se com um importante espaço
tanto para produções mainstream quanto para underground. Assim, "O YouTube
representa claramente uma ruptura com os modelos de negócios da mídia existentes e
está surgindo como um novo ambiente de poder midiático" (BURGUESS; GREEN,
2009, p.35).

O YouTube não é somente mais uma empresa de mídia e não é


somente uma plataforma de conteúdo criado por usuários. É
mais proveitoso entender o YouTube (a empresa e a estrutura de
site que fornece) como ocupante de uma função institucional -
atuando como um mecanismo de coordenação entre a
criatividade individual e coletiva e a produção de significado; e
como um mediador entre vários discursos voltados para a
audiência ou para o usuário. Sem essa perspectiva centrada na
audiência, sem uma noção de como as pessoas usam a mídia em
seu cotidiano, qualquer debate sobre o impacto cultural ou social
do YouTube está propenso a tomar como base uma série de
equívocos fundamentais (BURGUESS; GREEN, 2009, p.60).

A indagação de Burguess e Green foi colocada em 2009, e hoje, quase uma


década depois, o YouTube, indiscutivelmente, já é reconhecido pelo seu forte poder e
influência midiática. Na plataforma está disponível uma enorme quantidade do
conteúdo audiovisual que é veiculado em programas televisivos (desde programas de
entretenimento até jornalísticos), compartilhados tanto pelo público de forma não oficial
quanto pelos canais oficiais dessas produções. Muitos vídeos que circulam no site são,
ainda, fornecedores de pauta desses programas das mídias de função massiva.
Destarte, as mídias de função massiva incorporam a dinâmica do YouTube,
indo, muitas vezes, buscar no site o conteúdo que será pautado em sua programação,
assim como essas mídias se fazem presente no YouTube, estendendo seu conteúdo na
plataforma, indo em busca do público que se encontra na rede. Esse novo cenário meche
com o modelo mercadológico da mídia, e tanto o YouTube quanto a mídia massiva
tradicional foram reconstruindo e reposicionando os padrões mercadológicos da
indústria de entretenimento.
O YouTube é o grande repositório audiovisual na rede. A diversidade de
conteúdo disponibilizados no site é desmesurada, tal qual a variedade entre seus
usuários. Para Jenkins; Green e Ford (2014, p. 127) “o sucesso do site se deve, em parte,
a certa flexibilidade que o torna acessível e valioso para essa base de usuários
diversificada. [...] o YouTube é uma plataforma que oferece um alcance potencialmente
grande para quase todos os que chegam.”
A plataforma funciona como uma extensão para o conteúdo das mídias de
função massiva; como ambiente para manifestação das memórias coletivas (SILVA,
2013); publicização da intimidade e do privado (SIBILIA, 2008); circulação de
produtos comerciais ancorados ao mainstream ou underground, entre outras
funcionalidades. O YouTube atua, concomitantemente, como um grande espaço para a
disseminação da inteligência coletiva (LÉVY, 2011) e do interesse mercadológico.

APROPRIAÇÃO DO USUÁRIO EM REDE E A RECIRCULAÇÃO MIDIÁTICA

O usuário em rede é um sujeito que explora as várias possibilidades tecnológicas


que podem facilitar ou ampliar sua experiência com os objetos culturais. “O ambiente
comunicacional contemporâneo, profundamente dinamizado pela expansão das mídias
digitais, aprofunda transformações nas formas de ser, conhecer, comunicar e produzir
em sociedade, de fato, novas maneiras de ser e estar no mundo.” (SAGGIN; BONIN,
2016, p.6).
Ainda que a lógica do capital e o poder dos grandes conglomerados de
comunicação continuem prevalecendo, o consumo nunca foi apenas uma dominação
unilateral. Os sujeitos, mesmo sem tantas possibilidades como na sociedade
contemporânea, sempre foram possuidores de uma pluralidade e complexidade no ato
de consumir.
Em sua pesquisa sobre apropriação na cibercultura, Lemos (2001) traz a ação do
movimento cyberpunks como marca do imaginário da cibercultura. O autor apresenta os
cyberpunks como o underground da informática, outsiders, visionários da tecnologia, os
filhos da contracultura, que encaram uma atitude de apropriação vitalista da tecnologia.
“Como parte da cibercultura, o estilo cyberpunk aponta para uma sinergia entre as
tecnologias digitais do ciberespaço e a socialidade contemporânea.” (LEMOS, 2001, p.
45). Esse imaginário é, então, permeado pela resistência, pelo enfrentamento, pela
máxima em que tudo pode na internet, a informação deve ser livre, o acesso precisa ser
ilimitado etc.

[...] as novas tecnologias da cibercultura estão em relação


estreita com a dinâmica social contemporânea. Vamos mostrar
que esta dinâmica estabelece-se quando a microinformática é
apropriada pela vida social, alimentando as indústrias do virtual.
Esta apropriação se dá como um método de improvisação, onde
os desvios do uso são responsáveis pelos desenvolvimentos na
indústria da informática e por sua popularização. (LEMOS,
2001, p. 48).

Lemos (2001) afirma, então, que a cibercultura nasce da apropriação


tecnológica, visto que ela é fruto da sinergia do Big Science dos militares e do
underground. Portanto, a atitude cyberpunk é a raiz da cibercultura. Diferentemente da
atmosfera eletromecânica do começo do século XX, essa ambiência é favorável a novas
formas de apropriação social dos objetos tecnológicos. “[...] o imaginário tecnológico da
cibercultura parece estar em ruptura com os paradigmas que legitimaram o imaginário
da modernidade.” (LEMOS, 2001, p.49).
Desta forma, assumimos a posição de que todo sujeito receptor também pode
figurar-se como produtor de sentidos. Em meio à sociedade midiatizada, as ações dos
usuários devem ser compreendidas perante aos fatores socioculturais e as dinâmicas dos
meios de comunicação, agora atravessados pela lógica da esfera digital. Assim, cada
espaço de construção e circulação de bens simbólicos possui suas especificidades,
particularidades em seus elementos que devem ser observadas e consideras.
Como Lemos (2001) aponta, a raiz da cibercultura é o movimento de resistência,
de enfrentamento dos ciberpunks. Portanto, se o receptor já encontrava possibilidades
de ir além de sua posição “passiva” nas mídias de função massiva, é nessa ambiência
que ele vai, de fato, explorar seu papel como sujeito produtor de sentidos. É a partir da
apropriação dos bens culturais e dos aparatos tecnológicos que esse usuário encontra
maneiras para atravessar as “regras” estabelecidas pela instância de produção, encontra
formas de ressignificar o uso desses elementos ao seu próprio interesse.

A apropriação tem sempre uma dimensão técnica (o treinamento


técnico, a destreza na utilização do objeto) e uma outra
simbólica (uma descarga subjetiva, o imaginário). A apropriação
é, assim, ao mesmo tempo forma de utilização, aprendizagem e
domínio técnico, mas também forma de desvio (deviance) em
relação às instruções de uso, um espaço completado pelo usuário
na lacuna não programada pelo produtor/inventor, ou mesmo
pelas finalidades previstas inicialmente pelas instituições.
(LEMOS, 2001, p. 49).

A partir da apropriação, a ação criativa por parte do usuário vai agregar novos
sentidos, distintos daqueles propostos pela instância de produção, aos elementos
midiáticos. (DALMONTE, 2015). “Essa necessária e inevitável mistura de fluxos
“alternativos” e “comerciais” torna evidente, assim, uma nova paisagem midiática, na
qual os conteúdos são produzidos para uma ampla circulação, compreendendo uma
variedade de processos de recirculação.” (DALMONTE, 2015, p. 101). Portanto, o
compartilhamento em rede, através dos os usos de apropriações do usuário, resulta em
um processo que iremos chamar de recirculação.
Gabriela Zago (2013) compreende que a recirculação de notícias no Twitter pela
ação dos usuários, por exemplo, reflete como uma forma de participação do público no
processo jornalístico, ao contribuir para a distribuição de informações. Para Zago (2013,
p.225) “[...] há uma ressignificação do conteúdo nesses espaços. A recirculação é uma
nova forma de sentido, na medida em que complexifica o conteúdo que circula e a
compreensão do mesmo.” A autora salienta que, ainda que o processo de circulação da
notícia seja finalizado, em tese, no ato do consumo, ele continua acontecendo e sendo
posto novamente em movimento através da ação dos usuários, a partir da recirculação
dessa notícia.
Compreendemos a noção de recirculação próxima do que Braga (2006) chama
circulação interacional. O autor coloca que por mais que no sistema de circulação
interacional os estímulos são produzidos inicialmente pela mídia, a circulação midiática
e a circulação interacional são distintas. A circulação midiática é ancorada na lógica da
linearidade do processo comunicacional e centrada a partir dos bens de consumo em seu
viés econômico. Na circulação interacional, a circulação é ressignificada e segue um
fluxo adiante.
A recirculação estabelece, então, esse fluxo adiante, a experiência de um usuário
não de esfacela no ato do consumo, ela pode ser renovada, ganhar novas formas e
sentidos. A recirculação dos bens culturais pode ser, e percebemos que é incentivada
pela instância de produção, no entanto, isso não desconfigura essa prática como uma
manifestação de resistência, de extrapolação dos limites impostos por essa instância.
Inúmeras são as motivações e formas de recirculação de objetos culturais, portanto, os
usuários vão sempre encontrar formas de moldar o uso desses objetos a seu interesse, e
isso se mostra benéfico para ambas as esferas de produção de sentidos.

O YOUTUBE COMO PLATAFORMA DE RECIRCULAÇÃO MIDIÁTICA

Como colocamos, o YouTube é o grande repositório audiovisual na internet. Os


vídeos compartilhados no site têm os mais diversos tipos de conteúdo. Vídeos caseiros,
amadores, profissionais, publicitários, culinários, musicais, jornalísticos, artístico etc,
com interesses comerciais ou não.
Para compartilhar um vídeo no YouTube é necessário criar um canal7 (perfil) no
site. Como foi apresentado, o YouTube faz parte da empresa Google, sendo assim
qualquer indivíduo que possuir uma conta na empresa (um email Gmail, que também
faz parte da companhia) possui, automaticamente um perfil no YouTube.
O acesso ao YouTube e a possibilidade de assistir vídeos não são limitados a
quem tem uma conta, no entanto o envio de vídeos sim. Os vídeos compartilhados no
YouTube são vinculados aos canais (perfis) de cada usuário. Esses canais abrangem
indivíduos comuns e empresas, entendendo-se, assim, para esfera amadora e
profissional, com fins lucrativos ou não.
Um indivíduo ou uma empresa, cria um canal no YouTube onde pode
compartilhar vídeos produzidos por ele mesmo, ou qualquer conteúdo que ele ache

7
Quando nos referimos a “canal no YouTube” estamos falando do perfil que cada usuário/empresa cria
no site. Nele é possível publicar vídeos, separá-los por listas, receber mensagens e comentários e
acompanhar as métricas do canal (número de inscritos, número e tempo de visualização de cada vídeo).
Para criar um canal é necessário ter uma conta cadastrada na Google Uma conta pessoal, como nas redes
sociais, em que o indivíduo/empresa pode compartilhar vídeos.
oportuno, de acordo a política de direitos autorais do site. Não há limite para a
quantidade uploads de vídeos na plataforma. O canal desses usuários funciona como um
perfil de rede social8. Ele pode se inscrever (seguir) em canais de outros usuários ou
empresas, outros usuários podem segui-lo, e ainda é possível interagir através de
comentários nos vídeos.
Como apresentado, quem não tem uma conta no YouTube pode assistir os
vídeos disponíveis no site, no entanto não poder fazer upload de vídeos; não por
comentar os vídeos; não pode “gostar” ou “não gostar”9 do vídeos. Ou seja, usuários
que não possuem um perfil no YouTube não pode interagir nem com o conteúdo nem
com outros usuários.
Usuários que possuem perfil no YouTube compartilham vídeos das mais
diversas temáticas. Simulamos o upload de um vídeo no site, para podermos ter acesso
as categorias dos vídeos. Na Figura 01 apresentamos a página para tal ação dentro do
YouTube. Do lado direito da imagem, destacado em vermelho, vemos quinze opções de
categorias que o usuário pode indexar o seu vídeo. São elas: Filmes e desenhos;
Automóveis; Música; Animais; Esportes; Viagens e eventos; Jogos; Pessoas e blogs;
Comédia; Entretenimento; Notícias e política; Guias e Estilo; Educação; Ciência e
tecnologia; Sem fins lucrativos/ativismo.

Figura 01 – Página para upload de vídeos no YouTube

8
Há alguns autores que classificam o YouTube como uma rede social, como Recuero (2014).
9
No YouTube existe os botões “Gostei” e “Não gostei” para os usuários indicarem se gostaram ou não de
determinado vídeo.
Fonte: https://www.youtube.com/upload

Além de o usuário escolher a categoria do vídeo, ele também pode definir um


título para o vídeo, fazer uma descrição sobre o conteúdo e colocar marcações (que
funcionam como palavras-chave). O usuário ainda tem outras opções de personalização
e categorização do seu vídeo, como escolher entre conteúdo público e privado, escolher
o idioma etc.
Quando o usuário faz o upload do vídeo no YouTube, caso o conteúdo seja
público, ele fica disponível para todos os usuários que acessam o YouTube (tendo ou
não um perfil no site). Ao acessar a página inicial do YouTube (Figura 02) são
apresentados os vídeos mais em “alta” do site. Na Figura 02 trazemos a imagem da
página inicial do YouTube Brasil, ao lado esquerdo da imagem, destacado em
vermelho, visualizamos as categorias dos vídeos disponíveis no YouTube.

Figura 02 – Página Inicial do YouTube Brasil (22 de outubro de 2017)

Fonte: https://www.youtube.com/

A categorização de vídeos é dividida em: Música; Esportes; Jogos; Filmes;


Notícias; Ao vivo; Destaque; Vídeo em 360º. Como podemos ver, a categorização para
acesso aos vídeos no YouTube é um pouco mais restrita que a categorização de upload
desses vídeos.
O nosso acesso ao YouTube para capturar a imagem da Figura 02 foi como
usuário sem perfil no site. Todavia, tanto no acesso sem perfil quanto no acesso com
perfil, a categorização dos vídeos é a mesma. No caso do acesso de um usuário com
perfil no site, são apresentados os canais que esse usuário assina e apresentação dos
vídeos inicias (lado direito da Figura 02), é personalizada de acordo com a interação de
cada usuário dentro do YouTube.
Tendo compreendido a forma de compartilhamento e acesso de vídeos no
YouTube, passamos para nossa análise: a recirculação midiática no YouTube a partir
dos usuários.
Por recirculação midiática no YouTube definimos o processo em que
determinado conteúdo, que originalmente é veiculado em outra plataforma (TV, cinema,
rádio, etc), é compartilhado no YouTube por um usuário qualquer, gerando, assim, uma
nova forma de circulação e acesso a esse conteúdo.
Neste estudo, apresentamos dois tipos de recirculação midiática no YouTube:

1. Recirculação de produtos das mídias massivas: conteúdos veiculados


originalmente na televisão, cinema e rádio. Dentre esses conteúdos estão
programas de TV (novelas, séries, telejornais, programas de entretenimento
variados), filmes, músicas, videoclipes, shows (DVDs).

2. Recirculação de produtos a partir da experiência do usuário: conteúdo que


foi produzido pelo usuário em outra plataforma - usuários jogando vídeo-game
(gameplay); experiência com videoclipes interativos; usuários assistindo algum
conteúdo (gravado ou transmissão ao vivo).

Na Figura 03 trazemos três exemplos de produtos veiculados originalmente nas


mídias massivas e que foram recirculados no YouTube a partir da ação dos usuários. No
exemplo 1 temos um trecho do programa “Encontro com Fátima Bernades”, veiculado
na Rede Globo de segunda a sexta no horário da manhã. Nesse caso o usuário gravou
um trecho do programa e compartilhou em sua conta pessoal no YouTube. No exemplo
2 temos o filme brasileiro “Era uma vez eu, Verônica”. O filme estreou no cinema em
2012 e está sendo recirculado no YouTube através do canal de um usuário. No exemplo
3 temos a música “Perfect Illusion” da cantora norte-americana Lady Gaga. A música
que foi lançada em 2016 em rádios de todo o mundo. Nesse caso não é um vídeo, nem o
videoclipe da música, que está sendo compartilhando, é apenas o áudio da canção com a
uma imagem da cantora para ilustrar a área do vídeo.

Figura 03 – Recirculação de produtos das mídias massivas

Fonte: https://goo.gl/5Zy98q | https://goo.gl/WFNiUZ | https://goo.gl/VqCEjr

Na Figura 4 trazemos três exemplos de produtos recirculados no YouTube a


partir da experiência do usuário. Nesses casos os usuários gravaram suas experiências
com esses produtos em outra plataforma e compartilharam no YouTube. No exemplo 4
temos um gameplay do jogo “Assassinos Creed”. Gameplay, ou “jogabilidade” em
português, é o termo que designa que as experiências do jogador durante a sua interação
com os sistemas de um jogo. Os jogadores costumam gravar essa experiência e
compartilhar na rede, principalmente no YouTube, com o objetivo de trocar
experiências com outros jogadores.
Figura 04 - Recirculação de produtos a partir da experiência do usuário

Fonte: https://goo.gl/1gchQ6 | https://goo.gl/XT1MDe | https://goo.gl/EnuqHb

No exemplo 5 (ainda na figura 04) trazemos um vídeo com uma compilação de


vários vídeos compartilhados por usuários no momento em que assistiam o 9º episódio
da 3ª temporada, “Casamento Vermelho” (Red Wedding), da série norte-americana
Game of Thrones. O episódio foi ao ar em 2013 pelo canal HBO, em vários lugares do
mundo. A série televisiva é uma adaptação da série de livros do autor George R.R
Martin, As crônicas de gelo e fogo. Sendo assim, os leitores da série sabiam que nesse
episódio aconteceriam reviravoltas inesperadas, então gravaram amigos que não tinham
lido o livro, e não sabiam o ia acontecer, assistindo o episódio para compartilhar suas
reações. Milhares de vídeos foram compartilhados por pessoas de diversos lugares do
mundo. E essa ideia foi replicada tanto em outros episódios da série quanto em outras
séries.
No exemplo 5 apresentamos a recirculação do videoclipe interativo “We used to
wait”, da banda canadense Arcade Fire. Nesse caso existe o site do videoclipe com
ferramentas interativas em que o usuário constroi interativamente o videoclipe. Cada
usuário que acessa o site terá uma experiência personalizada e individualizada. O
usuário então grava essa experiência e compartilha o vídeo no YouTube. Encontramos
outros clipes interativos de outras bandas também compartilhados no YouTube a partir
da ação do usuário.
Com os exemplos apresentados, podemos compreender o YouTube como uma
plataforma para extensão de conteúdos veiculados em outras plataformas. O site é um
grande repositório audiovisual em rede. Na plataforma tanto existem conteúdo
produzidos para o espaço, quando existem conteúdos recirculados de outras
plataformas.
O YouTube é uma mídia propagável, um espaço favorável para recirculação de
bens culturais. A plataforma é um grande repositório do conteúdo audiovisual
contemporâneo, tudo circula no YouTube, seja a partir da esfera profissional, seja a
partir da esfera amadora. A facilidade no acesso, no upload e na exibição do conteúdo
em conjunto com a dinâmica de compartilhamento do site contribui para o seu aspecto
propagável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O usuário, antes chamado de receptor, nunca foi um agente passivo, esse sujeito
sempre foi um construtor de bens simbólicos no ato do “consumo” desse bem. O sujeito
tem possibilidades de participação e interação ainda na leitura de uma obra. Ou seja, os
atores sociais sempre foram ativos, o que vai mudar sãos os níveis ou possibilidades de
interação e participação.
O que acontece agora é que esse sujeito encontra mais possibilidades e
ferramentas tecnológicas para criar, compartilhar e estender sua experiência com os
bens simbólicos. A circulação de um objeto em rede está, então, intrinsecamente ligada
ao compartilhamento. Castro, citada por Villegas e Santos (2016), afirma que o mundo
está vivendo a “era C: colaboração, conectividade, compartilhamento de conhecimento
e co-criação.”
O YouTube é considerado um dos grandes motores dessa cultura participativa e
do compartilhamento em rede. Como apontado, o site é o maior repositório audiovisual
em rede do mundo. O recorte apresentado nessa pesquisa mostra que tanto a plataforma
estabelece o fluxo adiante (BRAGA, 2006) na circulação de bens simbólicos. E esse
fluxo adiante, que chamamos de recirculação, e estabelecido a partir da ação do usuário.
A recirculação desses objetos no YouTube traz mais possibilidades de interação
entre usuários, através dos comentários, ressignifica e amplia as formas de fruição. A
experiência é compartilhada e abre-se um diálogo em rede. Jenkins (2009) pontua que o
consumo em rede é coletivo, ou seja, a experiência precisa ser compartilhada com
outros usuários.

REFERÊNCIAS

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midiática. São Paulo: Paulus, 2006.
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