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“O Poder da Juventude na Transformação do RN”

DOCUMENTO ORIENTADOR DOS 12 EIXOS DA


4ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DA JUVENTUDE

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Governadora do Estado do Rio Grande do Norte: Fátima Bezerra
Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Norte: Antenor Roberto
Secretária de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos: Júlia Arruda
Subsecretário da Juventude do Rio Grande do Norte: Gabriel Medeiros
Subcoordenadora de Articulação Social: Patrícia Santiago
Subcoordenador de Articulação Institucional: Florentino Júnior
Assessor de Juventude: Leonardo Silva

Comissão Organizadora da 4ª Conferência Estadual da Juventude


Integrantes do Poder Público:
Ana Patrícia de Sousa Santiago (SEJUV/SEMJIDH-RN);
Gabriel Medeiros de Miranda (SEJUV/SEMJIDH-RN);
Leonardo de Oliveira Silva (SEJUV/SEMJIDH-RN);
Nilson Florentino Júnior (SEJUV/SEMJIDH-RN);
Adler Sidney Barros dos Santos Correia (Fundação José Augusto - FJA)
Klediógenes Fernandes Nóbrega (EMATER-RN);
Maria Hellena Silva Rocha (Prefeitura Municipal de Campo Redondo/FOMJUVE-RN);
Suplente: Maria Adriele Pinheiro de Oliveira Bento (Prefeitura Municipal de Doutor Severiano - FOMJUVE-RN);
Wesley de Lima Caetano (Prefeitura Municipal de Natal/FOMJUVE-RN);
Suplente: Victor Dias Gadelha Grilo (Prefeitura Municipal de Passa e Fica/FOMJUVE-RN).

Integrantes da Sociedade Civil:


Alana Carolina Ribeiro Cabral (Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas/CEJUV-RN);
Alex de Pontes Silva (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Rio Grande
do Norte - CEJUV/RN);
Ana Paula Reinaldo da Silva Oliveira (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras
Familiares do Estado do Rio Grande do Norte - CEJUV-RN);
Fernando Henrique Ferreira Dantas (Rede de Juventudes do Seridó/CEJUV-RN);
Heitor Filipe de Medeiros Santos (Cáritas Diocesana de Caicó/CEJUV-RN)
Kaliny Louise de Almeida Silva (Federação de Pessoas com Deficiência do RN/CEJUV-RN);
Lia Pereira de Araújo e Silva (Marcha Mundial das Mulheres/CEJUV-RN);
Yadson Fábio da Silva Magalhães (União Estadual dos Estudantes/CEJUV-RN).

Equipe responsável pela elaboração do documento:


Observatório da População Infanto-Juvenil em Contextos de Violência - OBIJUV
Andrea Paula da Costa Munção (Eixos), Beatriz Pinheiro de Melo (Eixos), Francisco Geovani dos Santos (Eixos),
Gabriel Miranda de Brito (Eixos), Jenair Alves da Silva (Eixos) e Ilana Lemos de Paiva (Revisão)

Subsecretaria da Juventude - SEJUV


Gabriel Medeiros (Eixos) e Leonardo Silva (Sistematização e Projeto Gráfico)
SUMÁRIO:

- Apresentação.......................................................................................................................4
- Metodologia.........................................................................................................................5
- Direito à cidadania, à participação social e política e à representação juvenil..6 ao 9
- Direito à educação.................................................................................................10 ao 12
- Direito à profissionalização, ao trabalho e à renda...........................................13 ao 16
- Direito à diversidade e a igualdade.....................................................................17 ao 20
- Direito à saúde.......................................................................................................21 ao 24
- Direito à cultura.....................................................................................................25 ao 28
- Direito à comunicação e à liberdade de expressão............................................29 ao 31
- Direito ao desporto e ao lazer..............................................................................32 ao 34
- Direito ao território e à mobilidade.....................................................................35 ao 37
- Direito à sustentabilidade e ao meio ambiente.................................................38 ao 41
- Direito à segurança pública e ao acesso à justiça.............................................42 ao 45
- Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE......................................................46 ao 48
APRESENTAÇÃO:

A 4ª Conferência Estadual de Juventude do Rio Grande do Norte, convocada pelo


Governo do Estado por meio do Decreto Nº 31.268, de 24 de Janeiro de 2022, com o
tema “O Poder da Juventude na Transformação do RN”, se propõe a ser um
espaço de promoção da participação social, de discussões e contribuições
democráticas, visando a avaliação e formulação de políticas públicas que dizem
respeito às juventudes potiguares, intermediando o diálogo entre representantes da
sociedade civil, dos órgãos públicos federais, estaduais e municipais.

A 4ª Conferência Estadual da Juventude deverá ser precedida pelas etapas


municipais. Os municípios têm a responsabilidade de convocar a conferência em seu
município ou convocá-la em conjunto com outros municípios na modalidade
intermunicipal, atendendo às recomendações sanitárias municipais, estaduais e
federais. Os encaminhamentos da conferência subsidiarão a elaboração do Plano
Estadual de Juventude, consolidando as Políticas de Juventude como campo de
trabalho fundamental do Estado em território potiguar.

A Conferência terá seus debates organizados em torno dos 12 (doze) eixos do


Estatuto da Juventude (Lei 12.852, de 05 de Agosto de 2013):

I - Direito à cidadania, à participação social e política e à representação juvenil


II - Direito à educação;
III - Direito à profissionalização, ao trabalho e à renda;
IV - Direito à diversidade e a igualdade;
V - Direito à saúde;
VI - Direito à cultura;
VII - Direito à comunicação e à liberdade de expressão;
VIII - Direito ao desporto e ao lazer;
IX - Direito ao território e à mobilidade;
X - Direito à sustentabilidade e ao meio ambiente;
XI - Direito à segurança pública e ao acesso à justiça;
XII - Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE.

Neste documento, encontram-se os textos-base para orientar os debates sobre cada


um dos eixos!
METODOLOGIA:

Conferência de Juventude é um espaço diverso, participativo e problematizador, e


com quantos mais espaços de diálogo, melhor! Por isso pensamos em uma
metodologia simples, que privilegie o intercâmbio de ideias e a construção de
consensos. A ideia é iniciarmos com um debate mais amplo, sobre realidades das
juventudes potiguares, com uma fala provocativa dentro da perspectiva do tema da
Conferência: O poder da juventude na transformação do RN, com possibilidade de
um tempo de interação posterior, com perguntas, comentários e falas de
complementação.

Depois a sugestão é que os debates sejam feitos em subgrupos (12, 6 ou 4


subgrupos a depender da quantidade de pessoas e a que for entendido que possa
fluir melhor os debates). Cada subgrupo precisa pensar de 1 a 3 propostas para cada
eixo que estiver sendo trabalhado. Ao final dos trabalhos, os subgrupos voltam à
plenária e apresentam a produção, sendo respaldados por todo o pleno da
Conferência. O subgrupo deve eleger uma pessoa que possa sistematizar as
propostas de forma escrita (manuscrita ou digitada) para que essas informações
sejam entregues à relatoria da Conferência e não haja perdas de materiais. Tudo
isso comporá o material de partida da Conferência Estadual de Juventude e
consequentemente poderá integrar o Plano Estadual de Juventude do RN. Vamos que
vamos!
EIXO:

1
DIREITO À CIDADANIA, À PARTICIPAÇÃO SOCIAL
E POLÍTICA E À REPRESENTAÇÃO JUVENIL

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EIXO 1 - DIREITO À CIDADANIA, À PARTICIPAÇÃO SOCIAL
E POLÍTICA E À REPRESENTAÇÃO JUVENIL
Ser jovem é se encontrar em um momento de mudanças na busca por autonomia
e construção de identidade. A juventude é uma parte da população que tem grande
força nas decisões sociais, por se encontrar numa fase de constituição de vínculos,
de se pensar como quer construir seu futuro e da sua comunidade. Construindo
formas de como enxergam a si e ao mundo.
Quando analisamos os números dos perfis dos/as candidatos/as a cargos políticos,
percebemos que há um desestímulo dessa população na participação política no Rio
Grande do Norte (RN): apenas 11,17% dos/as candidatos/as na última eleição tem
menos de 30 anos (dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral), número
expressivo quando o último censo do IBGE demonstra que 35% da população do RN é
formada por jovens de 15 a 29 anos. Esses dados apontam que o Estado precisa
encarar a juventude como sujeito de direitos e assumir a tarefa de garanti-los. É
papel do poder público estimular e garantir o protagonismo dos jovens na cena
pública e política, reconhecendo a necessidade de sua participação nas tomadas de
decisão na área social, cultural e econômica, como estratégia para a construção de
uma sociedade mais justa e mais atenta às suas demandas diferenciadas. O
Estatuto da Juventude (Lei no 12.852/2013) assegura esse direito e a Lei
complementar Nº 574, de 2016, cria o Conselho Estadual de Juventude do Rio
Grande do Norte (CEJUV/RN) para efetivar essa política em nosso estado.
É muito importante valorizar o olhar do/a jovem, para que possam agir e refletir
sobre a realidade, e tenhamos políticas públicas eficazes. Para isso, é necessária a
criação de espaços em que essa participação seja possível, tanto no
acompanhamento e na gestão, quanto para os beneficiários dos programas e
projetos de juventude. Poucos programas hoje em dia apresentam recursos que
possibilitam aos jovens trazerem críticas, sugestões e contribuírem para a melhoria
do que está sendo realizado, desde a identificação dos problemas, da construção de
estratégias de solução e de como executar esse planejamento nas políticas públicas,
até a sua fiscalização e avaliação sobre o que deu certo e o que precisa de
melhorias.
Para além da escuta desses jovens, é necessário também o mapeamento de dados
sobre a realidade da juventude que orientem essa elaboração e execução de políticas
públicas eficientes. Um dado recente sobre a realidade da juventude potiguar
demonstra que o estado teve a 2ª maior taxa de mortalidade de jovens no Brasil no
ano de 2020 (G1; OBVIUM - 2020), refletindo a negligência social de uma parcela
importante da população que, para além da faixa etária, tem cor, endereço e cultura
marcada por esse abandono.
Em contrapartida, da própria juventude brotam a disposição para encarar e propor
saídas para superar essas violações de direitos e violências cotidianas. Em cada
canto do estado resistem jovens das mais variadas origens, organizando os seus
sonhos coletivamente e transformando as realidades da sua comunidade. São
inúmeros os grupos de hip-hop, de juventude LGBTQIA+, coletivos de economia
solidária, grêmios estudantis e DCEs, coletivos de comunicação independente,
pastorais, cooperativas de produção rural, coletivos de juventude negra, grupos
feministas e tantos outros tipos de organização coletiva que a criatividade da
juventude permite criar para a transformação da realidade.
Essa juventude tem um importante papel na mudança do quadro de
vulnerabilidade e exclusão, garantindo direitos. A tarefa de construir políticas
públicas que permitam a superação dos índices de violências e violações dos jovens
potiguares é árdua, complexa e impossível de ser cumprida por um ator
governamental isolado. Exige o comprometimento de todas as esferas de gestão e
principalmente a participação ativa da sociedade civil. Como convocar essa
participação? É um esforço que teremos que construir coletivamente para estimular
nossos jovens a serem agentes cidadãos de mudança.
PROPOSTAS DO EIXO 1 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
Criação, em todos os municípios, de Secretarias Municipais de
Juventude, bem como o seu Conselho com seus respectivos
Fundos.

PROPOSTA 2

Garantir dentro dos parlamentos e conselhos setoriais de


políticas 10% das vagas para a Juventude.
EIXO:

2
DIREITO À EDUCAÇÃO

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EIXO 2 - DIREITO À EDUCAÇÃO
O Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852/2013) estabelece a educação de qualidade
como direito de todos/as os/as jovens, sendo responsabilidade do Estado promover
políticas públicas que assegurem o acesso e permanência na escola e/ou
universidade, tendo em vista o pleno desenvolvimento juvenil. Mas, então, o que é
educação de qualidade para nós, jovens potiguares? Essa primeira pergunta nos leva
a pensar a educação que queremos e precisamos.
Neste sentido, o caminho para concretizar esse direito é longo e guarda conquistas
e desafios, como demonstram alguns dados sobre a realidade do nosso estado. Nos
últimos anos, o Rio Grande do Norte apresentou um avanço no acesso juvenil à
escola, tendo em 2019 a maior proporção do Nordeste de jovens entre 15 e 17 anos
matriculados na escola - 93,3%, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo IBGE. Apesar do percentual expressivo,
existem jovens sem escola, principalmente em razão do trabalho ou por perderem o
interesse, conforme apontam os levantamentos nacionais sobre esse tema.
Outros dados apontados na mesma PNAD chamam atenção: apenas 26,9% da
população potiguar com 25 anos ou mais concluiu o ensino médio, percentual que é
o 4º menor do Brasil; já sobre ensino superior completo, somente 15% da população
acima de 25 anos possui curso superior, índice inferior à média nacional de 17,4%.
Entre pretos e pardos na mesma faixa etária, o dado é ainda menor, apenas 11,6%
têm ensino superior completo, número que, apesar de baixo, representou um
aumento em relação ao ano anterior (9,7%).
Esses números têm relação direta com o processo ou a trajetória escolar dos
jovens, muitas vezes marcada pela falta de condições de aprendizado e/ou pelo
fracasso escolar, que estão muito ligados à qualidade da educação. Sobre isto, dados
compilados pela Plataforma Juventude, Educação e Trabalho a partir de dados
oficiais dos órgãos competentes mostram que o RN tinha, em 2021, 39,8% dos
estudantes do ensino médio com 2 anos ou mais de atraso escolar em relação a sua
idade. Este índice é mais preocupante na rede pública (44,1%) e ainda que apresente
gradativa queda nos últimos anos, é um dos maiores do país.
Podemos ver que há muito que avançar na garantia do direito à educação para a
juventude potiguar. O Novo Ensino Médio, aprovado em 2017 e que começa a ser
implementado nos estados em 2022, promete tornar a escola mais atrativa aos
jovens, levando em consideração os seus interesses na escolha das matérias e
trajetórias. Ainda é cedo para dizer até que ponto esse novo modelo vai realmente
atender as necessidades da juventude.
Para além disso, ficam algumas questões: Que outras medidas são necessárias
para garantir o interesse, acesso e permanência dos/as jovens na escola e na
universidade? Que ações ou políticas públicas é preciso criar ou fortalecer nessa
direção, no nível municipal, estadual e/ou nacional? Qual deve ser o papel da
juventude e dos movimentos sociais nessa construção?
PROPOSTAS DO EIXO 2 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
Implantar a educação integral em tempo integral, na educação
básica, com a participação da comunidade escolar, criando e
fortalecendo os conselhos escolares e grêmios estudantis, como
mecanismos de participação estudantil. Garantindo a
reformulação da grade curricular, considerando as
especificidades do campo e cidade, contemplando temáticas de
diversidade, gênero, cultura e economia solidária.

PROPOSTA 2

Garantir a criação de um programa de reestruturação das


universidades estaduais, seja no tocante a estruturas físicas e
assistência estudantil, priorizando construção de restaurantes
e residências universitárias e casas de estudantes, além de
oferta de cursos que atendam as demandas locais.
EIXO:

3
DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO,
AO TRABALHO E À RENDA

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EIXO 3 - DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO, AO TRABALHO
E À RENDA
O direito ao trabalho, à profissionalização e à renda estão garantidos pelo Estatuto
da Juventude (Lei nº 12.852), que deve ser efetivado pelo poder público por meio de
ações de promoção de condições de trabalho adequadas, oferta de modalidades de
ensino em horários possíveis de serem conciliados com as atividades de trabalho,
promoção de estágios e apoio aos trabalhadores rurais e com deficiência.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua mostram
que, no Rio Grande do Norte (RN), os jovens são os mais afetados pelo desemprego,
que em 2020 chegou ao total de 17,3%, recorde no Estado. Especificamente entre
pessoas de 14 a 17 a taxa de desemprego chega a 42,7%, já de 18 a 24 anos de
idade, é de 29,8%. É importante ressaltar que o trabalho e profissionalização de
adolescentes entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos de idade é regido pelo disposto na
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
São os jovens os que compõem a maior parte do contingente de trabalhadores
informais ou por conta própria, muitas vezes expostos a situações insalubres de
trabalho e recebendo muito pouco. As mais baixas remunerações são destinadas
àqueles com até 25 anos. Uma estratégia de minimizar o impacto causado pela
pandemia, foi a concessão de crédito (credjovem) por meio da Agência de Fomento
do RN (AGN-RN) que disponibilizou, R$ 6,95 milhões em crédito para apoiar negócios
chefiados por jovens, totalizando 2.685 pessoas atendidas.
Não é suficiente apenas a disponibilização de vagas de emprego e incentivo ao
empreendedorismo, é fundamental também garantir as condições necessárias ao
alcance desses trabalhos, transporte, segurança alimentar, educação, segurança,
saúde, todos esses pontos compõem e permitem que a inserção profissional na
juventude se dê de maneira proveitosa e complementar, não perpetuando más
condições de trabalho.
Levando em consideração que apenas 26,9% da população potiguar, com mais de
25 anos, conseguiu finalizar o ensino médio, fica evidente que a falta de qualificação
é uma questão quando se pensa na empregabilidade com carteira assinada. Em
2021, no RN, foram criadas 32,2 mil vagas de emprego, desse total, 18.329 foram
ocupadas por jovens de 19 a 24 anos. Apesar do crescimento, a oferta de trabalho
ainda é insuficiente, dados da PNAD contínua de 2021, mostram que 30,8% da
juventude do estado, não estuda nem trabalha, porcentagem maior que a média
nacional.
Outra iniciativa de inclusão dos jovens no mercado de trabalho é a disseminação
do programa aprendiz legal. A Lei 10.097/2000, Lei da aprendizagem, sanciona que
empresas de médio e grande porte devem contratar jovens com idade entre 14 e 24
anos como aprendizes. Incentivando, assim, a conquista do primeiro emprego e
inserção no mercado de trabalho.
A articulação de políticas públicas e equipamentos do Estado é fundamental para
a garantia do direito ao trabalho, a profissionalização e a renda dos jovens no
estado. Esses investimentos precisam vir desde o ensino básico, até programas de
qualificação subsequente e incentivo e fomento das universidades públicas. Os já
existentes precisam ser fomentados e novas possibilidades também podem ser
criadas. Os Institutos Estaduais de Educação Profissional, Tecnologia e Inovação e os
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) são exemplos da educação
profissionalizante.
Pensando nessas questões e no atual cenário de crescimento do desemprego e da
desocupação, quais as problematizações necessárias às estratégias existentes e que
outras possibilidades podem ser pensadas? Quais os impactos do trabalho na vida
do jovem? Apenas qualificar essa população garante necessariamente sua inserção
no mundo do trabalho? Que outras possibilidades podem ser pensadas?
PROPOSTAS DO EIXO 3 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
Fortalecer os empreendimentos e coletivos de juventude da
agricultura familiar, pesca artesanal e demais atividades
produtivas do campo e da cidade, bem como, incentivar a
formação de novos coletivos, garantindo o acesso ao crédito a
ATER e a comercialização, visando a promoção da economia
solidária como estratégia para garantia do bem viver, do
trabalho digno e da renda para a juventude.

PROPOSTA 2

Incentivos fiscais para as empresas que priorizem a


contratação de jovens egressos do sistema penal e de medidas
sócio educativas bem como outros jovens em situação de
vulnerabilidade e que estes tenham equidades de salários.
EIXO:

4
DIREITO À DIVERSIDADE E À IGUALDADE

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EIXO 4 - DIREITO À DIVERSIDADE E À IGUALDADE

As políticas públicas devem ser orientadas essencialmente pelo respeito à


diversidade, garantida pela formulação dos Direitos Humanos, contemplando a
juventude em todas as suas dimensões. Considerando, principalmente, as juventudes
que vem sofrendo opressão e exclusão de maneira frequente, os artigos 17 e 18 do
Estatuto da Juventude (Lei no 12.852/2013) asseguram o direito à diversidade e à
igualdade, para que jovens não sejam discriminados de nenhuma forma, seja por
sua etnia, gênero, cultura, localidade, orientação sexual, idioma, religião, opiniões
políticas, aptidões físicas ou condições socioeconômicas.
Quando pensamos nas juventudes que mais são negligenciadas, imediatamente
voltamo-nos aos dados alarmantes sobre letalidade juvenil. O estado do Rio Grande
do Norte (RN), no ano de 2020, teve a 2ª maior taxa de mortalidade de jovens no
Brasil, sendo o primeiro na região Nordeste. Sabemos, também, que a parcela da
juventude que vem sendo morta no estado e no país, apresenta um recorte
específico: a cor da pele é o principal fator de risco para a população negra e parda.
Dados do OBVIUM (2020) demonstram que, tal recorte, representa 90,3% das mortes
de jovens. Nossa juventude está exposta ao risco e à violência, principalmente nas
áreas mais vulneráveis das cidades, correspondendo a 56,6% dos índices de morte de
todas as faixas etárias do estado (de 2015-2020). Ou seja, ao se tornar jovem no
nosso país, e pertencer a um determinado recorte de raça e classe, aumenta-se o
risco de ser vitimizado pela violência.
A maioria das mortes se concentram nas periferias do Estado, demonstrando a
importância de contextualizar os dados e analisar as vulnerabilidades sociais. No
município de Natal, por exemplo, 47,3% das ocorrências estão concentradas na Zona
Norte, seguido pela Zona Oeste (35,6%), sendo as Zonas Leste e Zona Sul
correspondendo juntas a apenas 17% desses índices (OBVIUM, 2020).
Quando focamos na juventude LGBTQIA+, os dados também são preocupantes. Os
índices mais recentes do estado sobre essa população (2013) são vinculados ao
DISQUE 100, que apontam o RN como o terceiro estado mais violento para pessoas
LGBTQIA + no Brasil, e o primeiro no Nordeste. O acesso a dados mais atuais é
dificultado pela extinção do Ministério dos Direitos Humanos pelo atual governo
federal. Não há o reconhecimento adequado das violências sofridas pelos aparatos
do estado, que é agravado pelo fato de não existir delegacias especializadas em
crimes de LGBTfobia no RN.
O retrato do perfil das juventudes negligenciadas e vitimizadas pela violência é
nítido: a eles não lhes foi garantidos os direitos à educação, ao trabalho, à renda
digna, ao tratamento igual em razão de suas diferenças, que fazem com que suas
vidas sejam tratadas como descartáveis pela sociedade, pelas chamadas
organizações criminosas, pelas forças policiais e pelo Estado. O abandono à própria
sorte durante a vida tem culminado em verdadeiro desafio à sobrevivência imposto à
juventude.
São essas diferentes juventudes que precisam ser incluídas como centrais na
construção das políticas públicas, pensando em seu território, cultura, educação e
inclusão. Como incluir esses jovens na construção desses projetos? Como abordar a
questão do trabalho e renda, que é uma das principais causas da inserção na
criminalidade? Como reformular as abordagens racistas de segurança e violência
policial que são incorporadas nas práticas estatais? Quando falamos em igualdade
de acesso, exige-se a mobilização de várias esferas sociais, e é nossa
responsabilidade atuarmos em conjunto para defender nossas juventudes.
PROPOSTAS DO EIXO 4 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
Formação continuada para os professores da educação básica
e de Ensino Médio, preparando-os para a implementação de
projetos e ações de humanização que combatam as
desigualdades sociais, raciais, entre pessoas com deficiência,
de gênero, ou de livre orientação sexual, cujo objetivo é
garantir o respeito às diversidades, através da
transdisciplinaridade, interdisciplinaridade e/ou
transversalidade.

PROPOSTA 2

Disponibilidade orçamentária para a criação de políticas


públicas de diversidade e combate a LGBTfobia, a exemplo do
projeto “Transcidadania” implantado nos estados de São Paulo
e Paraíba, onde visa a inclusão de travestis, mulheres
transexuais e homens trans na educação e no mercado de
trabalho, garantindo uma sub-delegacia especializada que
trabalhe integradas aos centros de referência ou um grupo
multidisciplinares para atendimento destas e criação de
conselhos municipais.
EIXO:

5
DIREITO À SAÚDE

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EIXO 5 - DIREITO À SAÚDE

Ao se falar em saúde, é necessário compreender que ela significa muito mais do


que “não estar doente”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define “saúde” como
“um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência
de doença”. O estatuto da juventude (Lei nº 12.852/2013) assegura o direito à saúde
e a qualidade de vida nos âmbitos da prevenção, promoção, proteção e recuperação
da saúde de forma integral.
O acesso universal (para todos) e gratuito ao SUS é a primeira das diretrizes
quando se pensa no direito à saúde do/a jovem. É fundamental que o atendimento
leve em consideração os principais agravos à saúde e as especificidades dessa
população, como, por exemplo, o uso abusivo de álcool e outras drogas, questões de
saúde sexual e reprodutiva, e situações de violência.
Em média, no Rio Grande do Norte, (RN) a idade da primeira relação sexual se dá
por volta dos 16 anos, a partir desse período se tem uma maior exposição a
Infecções Sexualmente Transmissíveis, sendo as mais comuns entre os/as jovens:
HIV, HPV, sífilis, Hepatite B e C e gonorreia.
Por exemplo, dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS 2021 demonstram que a
prevalência de sífilis adquirida é maior, quando comparada a outras idades, na faixa
etária de 20 a 29 anos. A taxa de detecção de AIDS (por 100 mil habitantes) subiu
de 2.2 para 3.0 nos últimos 10 anos, totalizando 6.232 casos no ano de 2020. A
incidência de casos entre 20 e 29 anos, em pessoas do sexo masculino, quase
dobrou nesse período.
Também é fundamental reconhecer o impacto da gravidez na vida do/a jovem em
termos médicos, quanto em termos psicológicos, sociais e econômicos. O índice de
gravidez entre 12 e 18 anos, por exemplo, chega a média de 13% ao ano no RN.
É fundamental que os projetos pedagógicos e professores, profissionais da saúde e
da assistência social sejam capacitados, em uma perspectiva multiprofissional, para
que os/as jovens sejam assistidos. O programa Saúde na Escola abarca adolescentes
e jovens adultos que frequentam o ambiente escolar, promovendo políticas de saúde
e educação visando a integralidade.
O cuidado em saúde mental, em geral, se mostra em segundo plano quando
comparado com a “saúde física”. Os transtornos mentais, índices de depressão,
ansiedade e casos de suicidio tiveram significativo aumento após o início da
pandemia da Covid-19. No RN, existem 19 Centros de atenção psicossocial que
atendem usuários do sistema de saúde mental, mas, infelizmente a demanda é
superior ao que os equipamentos conseguem abarcar.
EIXO 5 - DIREITO À SAÚDE

O uso abusivo de álcool e outras drogas se configura uma temática central, por
ser durante esse momento que a maioria das pessoas têm seus primeiros contatos
com essas substâncias. Uma possibilidade para lidar com essa questão entre a
juventude é a disseminação da prática de redução de danos, que consiste em um
conjunto de políticas, programas e práticas que buscam reduzir as consequências
adversas à saúde, sociais e econômicas que o consumo de drogas lícitas e ilícitas
pode causar.
Os desafios para a garantia de acesso à saúde de forma integral são muitos, e
ainda é necessário uma maior especificidade de dados relacionados à juventude.
Muitas das informações separam as faixas etárias em “adolescentes” e “adultos”,
separando a juventude em dois grupos.
Sendo assim, algumas questões permanecem: Quais as melhores maneiras de
disseminar informações e atrair jovens a exercerem seus cuidados em saúde? O que
se pode pensar para aumentar o acesso a cuidados em saúde mental? Como a
própria juventude e os movimentos sociais podem contribuir para construir a saúde
que precisamos?
PROPOSTAS DO EIXO 5 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
Construção e garantia de consultórios de rua itinerante nas
zonas rurais e urbanas a depender da quantidade de
habitantes nos municípios e com periodicidade mensal, com o
intuito de atender a população que pouco tem acesso aos
serviços de saúde com inclusão de psicólogos, testes rápidos,
pediatras, ginecologistas, prevenção de DST’s, assistentes
sociais através do orçamento do ministério da saúde;

PROPOSTA 2

Criar e garantir uma política de atenção integral às mulheres


rurais, de comunidades tradicionais e urbanas para
acolhimento institucional àquelas que optem pelo aborto que
possam contar com a assistência e descriminalização às que
estão em situação de rua, prostituição e respeitando a
diversidade sexual e de gênero de lésbicas, bi e transexuais.
EIXO:

6
DIREITO À CULTURA

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EIXO 6 - DIREITO À CULTURA

De acordo com o artigo 21 do Estatuto da Juventude, “o jovem tem direito à


cultura, incluindo a livre criação, o acesso aos bens e serviços culturais e a
participação nas decisões de política cultural, à identidade e diversidade cultural e à
memória social”. Mas, será que na prática esse direito é garantido a todos os
jovens?
Em um sentido amplo, podemos definir cultura como tudo aquilo que o ser
humano produz para se relacionar com outros seres humanos, com o meio físico ou
com o mundo extra-humano. Desse modo, além daquilo que de imediato pensamos
quando tratarmos de cultura (livros, filmes, obras de arte), também são
manifestações culturais as práticas religiosas, vestimentas, idiomas, símbolos e uma
infinidade de outras coisas. Poder acessar e experimentar essa infinidade de
produções humanas torna a experiência juvenil mais rica, afinal, a juventude é um
período no qual o jovem deve ter garantido possibilidades de conhecer o mundo e,
assim, conhecer a si mesmo.
Contudo, há diversos empecilhos que constrangem jovens a acessar e participar da
vida cultural do RN. Um deles diz respeito à tendência de mercantilização da cultura,
que, ao transformar manifestações culturais em mercadoria, faz com que apenas
tenham acesso a esses bens aqueles que podem pagar por eles. Tal problemática se
revela, por exemplo, na ausência de cinemas e bibliotecas públicas, bem como de
outros espaços culturais de acesso gratuito. No caso do Rio Grande do Norte, que
obstáculos impedem a plena experimentação da juventude na vida cultural do
estado? Como podemos trabalhar para superá-los? Qual o papel do acesso à internet
na garantia do direito à cultura? Na cidade onde você mora, há espaços públicos
destinados à difusão e à produção cultural? Na sua concepção, como seria um centro
cultural ideal?
Além disso, ao tratarmos sobre direito à cultura, outro aspecto problemático diz
respeito ao cerceamento de práticas culturais associadas a culturas não brancas.
Como uma expressão do racismo, são constantes os relatos de jovens que sofreram
discriminação ao professar sua fé ou utilizar algum símbolo que remeta a uma
religião de matriz africana. Assim, além de não se sentirem representados na mídia
e em ações públicas, acumulam em suas trajetórias de vida um conjunto de
microviolências.
Como resultado do silenciamento e da ausência de políticas públicas para a
preservação de espaços culturais associados à população negra e indígena, alguns
autores, como o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, utilizam o
conceito de epistemicídio para caracterizar tal processo. O epistemicídio seria, nesse
sentido, a produção da morte de uma cultura, seja por meio de constantes ataques
ou pela ausência de auxílio estatal na sua preservação. Assim, o que fazer para
evitar o epistemicídio e o apagamento de determinadas práticas culturais?
Até aqui, tratamos de como o jovem deve ter acesso ao universo cultural. Mas, não
podemos esquecer que a juventude, em sua diversidade, é também produtora de
cultura em todas as suas linguagens: musical, teatral, literária, visual, cômica etc.
Contudo, se é provável que todos nós conheçamos algum jovem artista cheio de
potencial, também é provável que conheçamos histórias de jovens que não
encontram apoio para produzir sua arte. Afinal, “viver de arte no Brasil é difícil”.
Sendo assim, a fim de garantir ao jovem o direito de acessar e produzir cultura,
faz-se imprescindível políticas de fomento que incentivem a produção artística da
juventude. Nesse sentido, quais os principais desafios para garantir o acesso ao
consumo e à produção cultural por parte da juventude, sobretudo dos jovens
inseridos em contextos de vulnerabilidade? Como articular as políticas de incentivo à
cultura existentes com as demandas da juventude? E, além disso, como construir
mecanismos de inserção da juventude nos espaços de formulação das políticas
culturais? Esses são alguns dos desafios que estão colocados.
PROPOSTAS DO EIXO 6 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
GESTÃO E FINACIAMENTO: Garantia de financiamento próprio
para a cultura produzida pela juventude, por meio de uma
política de estado amparada por lei, onde espaços de
participação social, como conselhos, fóruns e redes de
juventude e cultura, tenham influência direta na construção
dessas políticas, de modo a garantir uma cota do FEC (Fundo
Estadual de Cultura) para produção cultural da juventude e
cota no Fundo Estadual de Juventude (quando criado) para
atividades culturais.

PROPOSTA 2

FORMAÇÃO E ARTICULAÇÃO: Que a Secretaria de Juventude em


parceria com a FJA, crie uma rede de juventude e cultura por
meio de um mapeamento cultural, que possa garantir um
processo formativo em linguagens artísticas diversas, bem
como uma formação em áreas técnicas que garantam a
qualificação de jovens para criação e execução de projetos
culturais, e que de forma autônoma possa criar uma
importante rede de intercâmbio cultural em conexão com
todos os territórios.
EIXO:

7
DIREITO À COMUNICAÇÃO E A
LIBERDADE DE EXPRESSÃO

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EIXO 7 - DIREITO À COMUNICAÇÃO E A LIBERDADE DE
EXPRESSÃO
Há quase uma década, quando o Estatuto da Juventude foi promulgado (2013),
uma das demandas mais fortes quanto ao direito à comunicação e liberdade de
expressão era justamente a ampliação do acesso à Internet, democratizando a
utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs entre outras formas
de produção de informação e conteúdo comunicativo. Hoje essa demanda ainda é
latente e crescente.
Durante os anos de 2020 e 2021 o Brasil e o mundo atravessaram um período de
aceleração do processo de digitalização do trabalho, da educação, da cultura e de
todas e de todas as relações humanas sociais, econômicas, ambientais, seja ele em
nível pessoal ou global. No entanto, podemos nos perguntar o quanto estaríamos
preparados para tal fato. É 2022 e após alguns semestres de aulas online no Rio
Grande do Norte (ensino público e/ou privado) podemos indagar questões
importantes como: As juventudes têm acesso a equipamentos que garantem um
bom uso para diversas finalidades? Há acesso à Internet de qualidade? Que outras
estruturas são necessárias para manter acesso e acessibilidade a comunicação por
toda a juventude, inclusive aquela com deficiência?
Sabendo que os meios de comunicação, seja os tradicionais, como rádio e tv, ou os
digitais a partir da Internet, são ambientes e tecnologias que espelham as estruturas
da vida cotidiana, como o classismo, racismo, machismo, sexismo, LGBTfobia,
xenofobia, entre outras, que resulta em uma ausência de representatividade ou em
uma representação que representa determinados esteriótipos que não contribuem
para a transformação social e superação de desigualdades. Qual é o jovem que está
sendo representado na mídia local? Em que essa imagem é coerente com a
realidade? Quais potencialidades e produções da juventude merecem destaque nas
redes de comunicação potiguares?
Com atenção aos direitos, embora o direito a informação e comunicação esteja
garantido na Constituição Federal, é importante estar atento a outras legislações,
como a Lei Geral de Proteção de Dados (13.709/2018) que tem como principal
objetivo proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre
desenvolvimento da personalidade da pessoa natural, a Lei Carolina Dieckmann
(12.737/2012), que tipifica os chamados delitos ou crimes informáticos, como
invasão de dispositivos e dá outras providencias), além da demanda de
implementação do Plano Nacional de Banda Larga (Decreto 9.612/2018) que objetiva
ampliar o acesso à internet em banda larga no país, principalmente nas regiões
mais carentes dessa tecnologia. Que outras legislações ou iniciativas são
importantes para garantir o direito a informação e comunicação para as juventudes?
Hoje, com concessão da Anatel, o Rio Grande do Norte conta com 10 emissoras de
TV e 61 emissoras de rádio, administradas por empresas ou associações. Quanto à
Internet, ainda poucos municípios disponibilizam pontos públicos/gratuitos para a
população.
PROPOSTAS DO EIXO 7 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
Descriminalização e regulamentação de Rádios Comunitárias
para garantir acesso a esta ferramenta pelas comunidades
visando a democratização da comunicação tais como a
participação da juventude em toda sua diversidade e na rede
dos territórios

PROPOSTA 2

Garantir acesso à internet gratuita e de qualidade para


população de baixa renda, rural, periférica e demais grupos
considerado em situacão vulnerável facilitando a inclusão
digital de jovens em diversos territórios tal como previsto no
Art. 27 – II do Estatuto da Juventude.
EIXO:

8
DIREITO AO DESPORTO E AO LAZER

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EIXO 8 - DIREITO AO DESPORTO E AO LAZER
O acesso à prática do desporto e o lazer, além de serem direitos constituídos na
Constituição Federal (1988) e no Estatuto da Juventude (2013) também é importante
para o desenvolvimento juvenil, tanto a partir da perspectiva da saúde física e
mental, quanto na perspectiva social e política.
O desporto/esporte, para o Conselho Federal de Educação Física (2010) compreende
um sistema ordenado de práticas corporais que envolve atividade competitiva, que
segue determinados critérios, com objetivos definidos, etc. Mas também pode
aplicar-se a promoção da saúde pessoal, em âmbito educacional, comunitário,
refletidos a partir das condições de cada indivíduo.
O lazer é fundamental para promoção de espaços coletivos de trocas culturais e
diversão. Para além de importantes aliados na promoção da socialização das
juventudes, contribuem para o exercício importante do direito à experimentação. São
esses momentos, entre outros, que proporcionam o convívio com a diversidade - de
corpos, de gostos, de pensamentos, de preferências, etc.
O Rio Grande do Norte conta com a Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e
Lazer, porém por demanda tende a organizar o esporte e lazer atrelado à escola,
porém quando o jovem está fora do ambiente escolar, seja por ter concluído o Ensino
Médio ou outro motivos, quais políticas públicas de Esporte e Lazer estão
disponibilizadas para as juventudes? Quais seriam as demandas das juventude
quanto ao esporte e o lazer em âmbito estadual?
Diversos municípios do RN e do Brasil tem atrelado a política pública de juventude
em âmbito municipal à política pública de esporte/desporto e lazer porém é preciso
analisar se esta junção potencializa ou prejudica ambas as políticas.
Isso convoca a juventude a pensar que as políticas públicas de esporte/desporto e
lazer para os jovens podem ser uma política mais ampliada, não ampliada a uma
determinada fixa etária, mas que pense o sujeito de forma integral, holística e em
todas as fases da vida.
Por outro lado, é fundamental compreender, que é na juventude (15 a 29 anos) que
muitas vezes se atinge o ápice em desenvolvimento esportivo (a depender do
esporte, é claro) e é justamente neste período da juventude que as pessoas
necessitam de estrutura, fomento e apoio ao desenvolvimento de práticas esportivas,
seja ela formal ou informal.
Os grandes eventos que o país e o Rio Grande do Norte sediaram, até o momento,
contribuíram efetivamente para a formação de uma cultura de valorização da
prática desportiva? No processo de retomada das atividades cotidianas em 2022,
após o enfrentamento a fases mais críticas da pandemia de COVID-19 durante os
nos de 2020/2021, buscará promover espaços e oportunidades de lazer de forma
segura e equânime? Importante debater quais são as principais demais para as
juventudes com relação o desporto/esporte e lazer, considerando os diversidades de
corpos (jovens com deficiência por exemplo), de gênero, território e outras
especificidades.
PROPOSTAS DO EIXO 8 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
Organização e construção de uma área de lazer apropriada,
com a disponibilidade de profissionais, que possibilite e
funcionem oficinas de teatro, dança, cinema, capoeira, grafite,
etc., nas comunidades da zona rural (assentamentos,
comunidades tradicionais e acampamentos)

PROPOSTA 2

Promover Festivais Municipais de Cinema, e incentivando à


produção de vídeos locais produzidos por jovens que
concorrerão a prêmios, através da Lei Câmara Cascudo do
Governo do Estado, valorizando a Cultura e o Lazer do
Município (zona urbana e rural)
EIXO:

9
DIREITO AO TERRITÓRIO E À MOBILIADE

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EIXO 9 - DIREITO AO TERRITÓRIO E À MOBILIADE

O pleno acesso ao território, à cidade e à mobilidade são condições essenciais para


o exercício da cidadania. Assegurado pelo Estatuto da Juventude (Lei nº
12.852/2013), esse direito deve ser efetivado por meio de políticas públicas de
moradia, circulação e equipamentos públicos, seja no meio rural ou urbano. A
juventude deseja e necessita se apropriar de todos os espaços de lazer, cultura,
trabalho, experimentação e criação que estão disponíveis ou que poderiam estar.
Mas para isto o Estado deve proporcionar os meios que possibilitem aos jovens esse
acesso, especialmente àqueles em situação de pobreza e vulnerabilidade social.
No Rio Grande do Norte, um grande desafio é o serviço de transporte coletivo.
Segundo dados de 2018 da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros
do Nordeste (Fetronor), em todo o estado havia 54 cidades e 17 distritos sem
transporte intermunicipal, deixando mais 430 mil potiguares dependentes de meios
próprios ou transporte irregular para se deslocar a outras localidades. Já nos
maiores centros urbanos, a exemplo da região metropolitana de Natal e em Mossoró,
a oferta de transporte público é reconhecida pela sua deficiência no número de
linhas e de veículos, além da condição precária dos transportes e ainda do custo alto
das tarifas.
Natal, por exemplo, é palco constante de inúmeras manifestações contra os abusos
das empresas operadoras do transporte, serviço que há anos não tem licitação
(prevista para 2022) e que está entregue aos interesses da classe empresarial.
Durante o período de pandemia, inclusive, foram cometidas várias arbitrariedades
em nome do lucro e contra a população, como redução de veículos, alteração e
retirada de linhas, além da suspensão de meia passagem estudantil em horários de
pico. Nesse cenário, o transporte público em quantidade adequada e com qualidade
digna, bem como o subsídio de tarifa para jovens estudantes e de baixa renda são
pautas urgentes e fundamentais.
Outro desafio crítico para garantir o direito ao território, à cidade, diz da
articulação necessária entre diferentes políticas públicas e organismos estatais. Isto
porque, além de transporte, é preciso investir em políticas mais amplas de moradia,
equipamentos culturais e outras iniciativas que potencializem a ocupação dos
espaços públicos por parte da juventude. Especialmente no campo e nas
comunidades periféricas das nossas cidades há grande carência de investimentos em
infraestrutura, como praças, parques, etc.; e também de suporte para fortalecer os
projetos e ações comunitárias que buscam ocupar e resistir em seus territórios.
Frente a tantos desafios, que políticas públicas precisam ser criadas ou fortalecidas
para garantir à juventude potiguar o direito ao território e à mobilidade? Que ações
devem ser adotadas em âmbito municipal, estadual e federal? Qual transporte
público queremos e em que condições? Quais equipamentos públicos devem ser
priorizados? Como a juventude e os movimentos sociais devem participar dessa
construção?
PROPOSTAS DO EIXO 9 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
Construir democraticamente uma Política Nacional de Espaços
de Vivências Coletivos, autogestionado pelas pessoas das
comunidades, que influenciem e potencialize a formação de
coletivos; como forma de garantir e efetivar o direito de a
juventude acessar e vivenciar a cidade. Assim, tendo como
consequência o cumprimento da função social do espaço
público, descentralização e democratização do acesso a cultura,
esporte, lazer e tempo livre.

PROPOSTA 2

Construir democraticamente um Plano Nacional de Sucessão


Rural para a Juventude do Campo, Comunidades Tradicionais e
Indígenas, que combine/articule políticas nacionais, que
respeitem as especificidades regionais dos territórios, que
tenham como eixos estruturantes:
a) terra e água;
b) assistência técnica;
c) crédito;
d) educação DO/NO/PARA o campo; e
e) cultura, esporte e lazer.
EIXO:

10
DIREITO À SUSTENTABILIDADE
E AO MEIO AMBIENTE

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EIXO 10 - DIREITO À SUSTENTABILIDADE E AO MEIO
AMBIENTE
A sustentabilidade e o meio ambiente têm sido preocupações de gerações no
mundo inteiro e com a juventude brasileira e potiguar não é diferente. Vem
crescendo o debate sobre formas de minimização do impacto da ação do ser humano
ao ambiente como, por exemplo, o enfrentamento ao desmatamento, diminuição do
consumo, reaproveitamento de itens, reuso de água, reciclagem de lixo, entre outras
estratégias.
A formação de uma consciência crítica é fomentada, principalmente, a partir da
educação ambiental, que pode estar ou não atrelada ao processo de educação
formal. O Estatuto da Juventude (2013) coloca como demanda o investimento no
Plano Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) que tem o objetivo de
promover a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à
vida, visando assegurar, no país, as condições ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade e vida humana.
No entanto, esta e outras legislações ambientais do país vêm sofrendo ataques do
interesse de parte do agronegócio que visa o lucro em vez de a sustentabilidade, e
acabam aprovando leis e decretos que resultam em exploração máxima dos recursos
naturais e ampliação das desigualdades sócio-ambientais.
O Rio Grande do Norte é de uma riqueza natural imensa, sua vegetação é marcada
pelos mangues e pela Mata Atlântica, é considerado integrante do Semiárido
brasileiro, com o bioma da Caatinga e grande biodiversidade. No estado é possível
encontrar aproximadamente 400 km de praias, dunas, formações sedimentares e
outras belezas ligadas ao mar, como corais, parrachos e animais marinhos. Porém,
também é possível, no mesmo estado, encontrar formações rochosas, serras, matas
e cachoeiras, o que sinaliza para além da diversidade ambiental, a responsabilidade
de quem reside ou visita o RN, de proteger esses recursos.
O estado do Rio Grande do Norte, por fazer parte da faixa do Nordeste que não
possui regularidade nas chuvas, também demanda por uma constante política de
convivência com a seca, como cisternas, poços, entre outros. Há cidades em que a
população sofre diretamente com o impacto pela falta de água potável, sobretudo
nos territórios rurais, onde a vida depende de abastecimento externo de água, e por
vezes, ações emergenciais. Porém, faz-se necessário elaborar medidas que não
sejam descontinuadas e que considerem as especificidades das juventudes.
De um modo geral, as mudanças climáticas provocadas pela ampliação da emissão
de gases de efeito estufa no planeta, é uma das consequências do atual padrão de
produção e consumo capitalistas. Já é possível visualizar os efeitos dessas mudanças
no território do Rio Grande do Norte, como o aumento do nível do mar no litoral
potiguar, perdas de faixa de areia e avanço das dunas sobre áreas construídas em
diversos municípios.
Outros impactos como enchentes e alagamentos também estão presentes e podem
se intensificarem, como fenômenos acontecidos em outros estados do Nordeste,
como Bahia e Pernambuco, sendo que as populações mais afetadas tendem a ser as
mais pauperizadas, incluindo as juventudes. É preciso preparar-se a curto, médio e
longo prazo, orquestrando ações de preservação, conservação, proteção e regulação
ambiental, com o plano de gestão de desastres.
A discussão das energias renováveis chega ao Rio Grande do Norte tendo destaque
o modelo de energia eólica, onde os parques vêm se espalhando por territórios
potiguares (como por exemplo a região do Mato Grande, Seridó e Região de
Mossoró). É necessário dar atenção aos possíveis atravessamentos das dinâmicas de
vida e comunitária das diversas juventudes, como por exemplo, a limitação de
circulação de espaço, a discussão da empregabilidade nesses empreendimentos, o
impacto na vida marinha (afetando diretamente a juventude pesqueira), implicações
na capacidade e uso do solo para produção de alimentos (afetando diretamente a
juventude da agricultura familiar) entre outros efeitos sociais nas comunidades.
Embora o RN seja um estado que tem sua sua economia baseada fortemente no
turismo, e aproveite-se dos seus recursos naturais como a principal forma de
atração, faz necessário pensar em estratégias de proteção que garantam a
sustentabilidade e preservação do meio ambiente de modo que as gerações futuras
possam usufruir, sem perda de qualidade, o que as gerações atuais têm acesso. Este
é um debate caro para as juventudes, pois são elas que sofrerão as consequências
diretas da ação humana em mais três ou quatro décadas.
PROPOSTAS DO EIXO 10 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
Expandir a coleta seletiva nas áreas rurais e urbanas através
da Política Nacional de Resíduos Sólidos, com trabalhos de
educação ambiental, voltados a conscientização das populações
envolvidas.

PROPOSTA 2

Suporte financeiro e técnico a projetos desenvolvidos por


jovens e organizações do governo, que visem à
sustentabilidade ambiental.
EIXO:

11
DIREITO À SEGURANÇA PÚBLICA
E AO ACESSO À JUSTIÇA

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EIXO 11 - DIREITO À SEGURANÇA PÚBLICA E AO ACESSO
À JUSTIÇA
Redução da idade penal, aumento das vagas no sistema carcerário, expansão do
efetivo policial, endurecimento das ações punitivas dos agentes de segurança,
difusão de práticas de linchamento por meio da ideia de “olho por olho, dente por
dente”. Essas são algumas das propostas e ações recorrentemente apresentadas
como estratégias para atenuar o quadro de violência e insegurança urbana. Desde as
que se camuflam detrás de uma suposta racionalidade técnica até aquelas que
violam explicitamente direitos fundamentais da pessoa humana, todas possuem
duas características em comum: atuam no processo de criminalização da pobreza e
são inefetivas para enfrentar o cenário de insegurança urbana.
A nível de exemplificação, vejamos o seguinte caso: entre o período de 1990 e
2016, enquanto a população total do Brasil cresceu cerca de 40%, houve um
aumento de 707,4% na população carcerária brasileira. Contudo, tal crescimento
vertiginoso no encarceramento não promoveu redução nos índices de homicídios e
tampouco contribuiu para as cidades se tornarem ambientes mais seguros para a
população. Ao contrário, diversos estudos indicam que a política de encarceramento
em massa está associada com o aumento da violência e da criminalidade. Afinal, foi
no interior das unidades prisionais que se criaram e fortaleceram algumas das
facções criminosas que atualmente exercem controle em vários municípios do
território brasileiro, inclusive do Rio Grande do Norte. Sendo assim, do que adianta
uma política de segurança que tenha como eixo central o encarceramento em
massa?
Algumas estatísticas podem nos auxiliar a responder tal questionamento. De
acordo com o levantamento realizado em junho de 2014 pelo Sistema de
Informações Penitenciárias (Infopen), observa-se que aproximadamente 56% da
população carcerária brasileira era composta por jovens, 67% eram pessoas negras e
cerca de 80% estudaram, no máximo, até o ensino fundamental. Portanto, além de
inefetiva, a política de encarceramento opera de maneira racista e seletiva,
aprisionando principalmente pessoas pobres e negras que encontraram na prática
infracional uma opção para obter renda. Ora, ainda de acordo com o referido
levantamento do Infopen, 27% das pessoas presas estavam nessa condição por
crimes relacionados ao tráfico de drogas, 21% por roubo e 11% por furto, ou seja,
pelo cometimento de crimes que podem ser entendidos como estratégias de
sobrevivência. Isso posto, cabe questionar: se esses sujeitos tivessem acesso a
políticas sociais, educação e emprego, essas atividades infracionais continuariam a
se apresentar como uma “opção tentadora” para largas camadas da juventude?
Por fim, a atuação da polícia militar também recebe destaque quando tratamos do
direito à segurança. Quantos de nós conhecemos algum jovem que já vivenciou uma
experiência de violência policial? Infelizmente, a violência é o padrão de normalidade
da atuação da polícia em vários territórios da periferia, expressando-se desde
agressões verbais e chegando, em alguns casos, em violência física e homicídio. De
acordo com o OBVIO, 113 jovens foram assassinados pela polícia no ano de 2021. E,
segundo dados publicados no Anuário da Segurança Pública 2021, 6.416 pessoas
foram mortas em intervenções policiais no Brasil em 2020. Das vítimas, 76,2%
tinham idade entre 12 e 29 anos e 78,9% das vítimas eram negras.
Tais estatísticas apresentam o jovem negro como a maior vítima de uma política
genocida de segurança pública e nos colocam o desafio de construir uma política de
segurança articulada com as outras dimensões da vida social - saúde, educação,
lazer, assistência social, acesso à renda, enfrentamento ao racismo, combate ao
machismo etc. Sendo assim, quais caminhos podemos trilhar para garantir o direito
à segurança para a juventude potiguar, sobretudo para aqueles setores mais
afetados pela violência?
PROPOSTAS DO EIXO 11 APROVADAS
DA 3ª CONFERÊNCIA DE JUVENTUDE

PROPOSTA 1
Adesão imediata e efetivação do Plano Juventude Viva em
todos os municípios do Rio Grande do Norte. Criação e
Efetivação do PPCAM no RN.

PROPOSTA 2

Desmilitarização da Polícia e sua reestruturação, com enfoque


na sua formação humanizada. Além disso, essa formação
também se estender para o restante das pessoas que atuam
no tratamento da segurança, justiça e juventude, no sistema
penal e socioeducativo.
EIXO:

12
SISTEMA NACIONAL DE JUVENTUDE
SINAJUVE

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EIXO 12 - SISTEMA NACIONAL DE JUVENTUDE -
SINAJUVE
A gestão das políticas públicas desenvolveu, ao longo da história institucional do
Estado brasileiro, ferramentas diversas para aprimorar o exercício do poder pelo
Estado. Uma dessas ferramentas é a formatação de determinadas políticas em um
sistema. Por definição, sistema é algo que se diferencia de seu entorno, que possui
atores e funções com objetivos específicos e que procura manter-se ao longo do
tempo. Um sistema de políticas públicas constitui, portanto, um conjunto de atores –
notadamente órgãos e autarquias públicas - e funções com objetivos específicos
para a efetivação de determinada política pública.
São exemplos de sistema de gestão de políticas públicas no Brasil o Sistema Único
de Saúde, o Sistema Nacional de Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Cultura e
tantos outros.
O Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013) instituiu o
Sistema Nacional de Juventude – SINAJUVE, que foi regulamentado pelo Decreto
Federal nº 9.306 de 15 de Março de 2018 e pelo Decreto Federal nº 10.226 de 06 de
Fevereiro de 2020, e estabelece as diretrizes e os objetivos da política de juventude
no país e determina as competências da União, Estados, Distrito Federal e Municípios
na implementação da Política Nacional de Juventude. Os entes da federação têm a
necessidade, portanto, de aderir ao Sistema Nacional de Juventude e adequar sua
política estadual ao disposto nacionalmente.
Inicialmente, o Sistema Nacional de Juventude previa prioridade no repasse de
recursos federais para os entes que integrassem o sistema e instituía, como
condição para a adesão, que os entes federados tivessem órgão gestor de política de
juventude, conselho de juventude, plano de juventude e previsão orçamentária para
execução do plano. Com isso, a intenção era induzir os estados e municípios a
fortalecerem sua estrutura de governança da política pública de juventude. O Decreto
Federal nº 10.226 retirou essa condicionante e também a priorização dos entes que
integram o SINAJUVE.
No estado, temos a oportunidade de criar o Sistema Estadual de Juventude,
integrando os órgãos gestores, conselhos e iniciativas de garantia de políticas
públicas de juventude, potencializando as ações e aprimorando a governança de
PPJs no estado. No RN, além do órgão gestor de juventude estadual – a
Subsecretaria da Juventude da Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da
Igualdade Racial e dos Direitos Humanos -, contamos com o Conselho Estadual de
Juventude, com o Fórum Estadual de Gestores Municipais de Juventude e com
diversos conselhos municipais espalhados pelo estado. Com o resultado desta
conferência, será elaborado o Plano Estadual de Juventude e o estado passará a
contar com mais esse marco das Políticas Públicas de Juventude.
Caminhamos para o fortalecimento das Políticas Públicas de Juventude no nível
estadual e a construção do Sistema Estadual de Juventude pode consolidar esse
lugar de importância à política de juventude como política de Estado, garantindo que
ela sempre estará na pauta das políticas públicas no Rio Grande do Norte e que a
juventude sempre poderá contar com as ferramentas para concretizar suas
demandas.
Para a criação do Sistema Estadual de Juventude é importante que a Conferência
Estadual de Juventude aponte caminhos para que se responda às seguintes
perguntas: quais serão os objetivos e princípios que orientarão o Sistema Estadual
de Juventude? Quais serão as os critérios para ingresso dos entes e órgãos no
Sistema Estadual de Juventude? O que será oferecido aos membros do Sistema?
Por fim, para serem remetidas à conferência nacional, podem ser elencadas
propostas que reflitam qual é a opinião da juventude potiguar sobre o Sistema
Nacional de Juventude.
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