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Antes de iniciar esta visita, é fundamental que você reflita sobre o seu papel como
Gestor da Previdência, Instituição que exerce importante função social na vida dos
brasileiros. Você já se perguntou qual é o papel da Previdência no desenvolvimento
sustentável do País?
Princípios básicos
Respeito à diversidade cultural, aos valores, crenças, visões, normas e costumes nas
relações com pessoas e diante de situações diversificadas;
Atenção às diferentes percepções dos atores sociais;
Valorização dos aspectos históricos e socioculturais inerentes ao contexto;
Disposição para criar e aprender a partir de situações inusitadas;
Desenvolvimento de formas diversificadas de comunicação na relação com pessoas
e grupos;
Comprometimento com uma atuação cidadã e de responsabilidade socioambiental.
Orientações
Você deverá realizar uma visita a um projeto social situado no meio urbano ou rural. Para a
escolha da instituição a ser visitada, você contará com o apoio dos profissionais das
equipes de educação (T&Ds) das Gerências Regionais e Executivas.
Esclarecemos que não haverá pagamento de diária para participar desta ação.
Bom trabalho!
Equipe de Educadores do INSS.
Anexo I
Contexto Local
Roteiro de Observação
Identificação do servidor
Nome do projeto:
PROJETO SOCIAL FAZENDA DA ESPERANÇA
Endereço: RUA JOÃO FRANCISCO DOS SANTOS 460
BAIRRO SANTA EDWIRGES
Município: GUARATINGUETÁ
Email: guara.m@fazenda.org.br
Site: www.fazenda.org.br
Na vida diária ocorrem milhares de fatos, mas nem todos são fatos históricos, isto é,
acontecimentos. Porque acontecimentos são aqueles que têm um sentido especial para:
- um grupo;
- uma comunidade;
- uma classe social, um país ou
- o mundo.
De maneira que a fundação de uma associação de moradores é um acontecimento
para a comunidade. Um “pacote econômico” do governo que muda a moeda ou descongela
os preços é um acontecimento para a nação. A queda do muro de Berlim foi um
acontecimento para o mundo.
Sabermos identificar os principais acontecimentos, num determinado momento
histórico, é um passo fundamental para que possamos analisar uma conjuntura.
Os acontecimentos sociais, políticos, econômicos ou culturais, se dão em
determinados lugares, que podem ser chamados cenários.
O cenário apresenta características que influenciam o desenvolvimento da luta, dos
diferentes atores sociais.
Nota
1. A partir de adaptação feita pelo Núcleo de Alfabetização – Centro de Educação – PUC – SP. SOUZA,
Herbert José de. “Algumas categorias para a análise da conjuntura” (p. 09 – 18). In: Como se faz Análise de
Conjuntura – 13a. Edição. São Paulo: Editora Vozes, 1993.
Que lugar ocupará a figura e o pensamento de Paulo Freire nos livros que estão
aparecendo para reconstruir a história dos quinhentos anos de educação no
Brasil? Seu pensamento e sua obra encontrarão a atenção merecida, ao menos
como um capítulo da história da educação popular latino-americana? A
pedagogia de Paulo Freire e sua figura histórica têm tudo a ver com a educação
popular, com a alfabetização de adultos, com a sua politização e
conscientização. Porém, na história da educação escolar, na história do
pensamento e da teoria pedagógica, ele é descartável, é um estranho. Essa
imagem e esse reparto de lugares são muito cômodos. A quem interessa essa
dicotomia? Como desconstruí-la? Ou melhor, ela resistirá à realidade que
estamos vivendo? Paulo Freire, seu pensamento e sobretudo sua prática
pertencem ao passado? São encostáveis no desvão da sem-memória educativa?
Sensibilidade e atualidade em Paulo Freire
Nós estamos em tempos de atualidade do pensamento e da figura de FREIRE,
porque a realidade social e cultural que alimentou seu pensar e sua prática está tão viva
quanto nas décadas em que ele e tantos outros educadores e pensadores foram tentando
responder teórica e pedagogicamente às interrogações que essa realidade lhes propunha.
Eis a matriz de seu pensamento: olhar para a realidade com sensibilidade pedagógica e
entender a dramaticidade das interrogações de seu tempo.
Este nos parece o núcleo fundante de seu pensamento e de sua prática pedagógica:
situar todo ato educativo (também o escolar), toda teoria pedagógica, em sintonia com os
desafios postos pela dramaticidade de cada hora, em sintonia com o problema da
humanização, com o ser humano como problema – os homens “se fazem problema a eles
mesmos”. A pedagogia como humanização aproxima FREIRE de uma das matrizes
pedagógicas mais perenes.
A dramaticidade da hora atual repõe o olhar pedagógico de FREIRE com legítima
atualidade. Sua pedagogia se articula numa sensibilidade amorosa para com os processos
humanizadores-desumanizadores da exclusão e da opressão. Ele não vê a história como um
processo linear de humanização, não se confunde com qualquer humanismo pedagógico-
romântico. O pensamento de FREIRE e sua figura de educador impressionam a todos nós
por vincular estreitamente humanização-desumanização e educação.
Sua teoria não pode mais ser arquivada ou encostada longe do repensar da escola e
da história de nossa educação em espaços informais de educação de adultos e de jovens
oprimidos... A cruel realidade de desumanização da infância e adolescência que pede nossa
mão de educadores e educadoras nas escolas públicas, confronta-nos com as mesmas
questões que são estruturantes de seu pensamento e de sua prática. Nunca ele foi tão atual
para o representar-se da escola pública.
É a dramaticidade da hora presente, da desumanização até mesmo da infância, que
traz à escola, à pedagogia escolar, aos educadores dessa infância e adolescência a
imperiosa obrigação ética e profissional de assumir o humanismo pedagógico tão marcante
em FREIRE: que toda prática educativa, até mesmo a escolar, tenha como norte e intuição
primeira a recuperação da humanidade roubada aos educadores, à infância e também à
adolescência.
O pensamento de Paulo Freire é tão atual quanto nos anos 1960 e 1970, pois
excluídos, oprimidos e crianças ainda temos e teremos. Mas é atual, sobretudo, porque essa
dolorosa constatação nos leva a nos perguntar a nós mesmos sobre a procura de
humanização na própria negação e nas lutas atuais por liberdade, justiça, igualdade,
diversidade, por recuperar a humanidade roubada e vincular a escola com todo gesto à
procura dos direitos.
A consciência dos direitos humanos, da luta dos oprimidos e excluídos, em prol da
liberdade, justiça, igualdade, diversidade, terra, moradia, segurança, emprego, dignidade,
avanço. Os movimentos sociais não passaram, surpreendem e chocam nossas sociedades.
As organizações em defesa dos direitos humanos estão presentes, atuantes e ofensivas. O
ser humano continua se fazendo problema de si mesmo, apesar dos tempos de globalização
ou por sua causa.
Esse núcleo fundante do pensamento e da prática de FREIRE tem atualidade para
todo pensar e agir como práticas político-pedagógicas.
Notas
1.Trechos selecionados por Antônio Vladimir Félix da Silva. Extraídos de: ARROYO, Miguel G., Paulo
Freire em tempos de exclusão (163 - 170) In: A Pedagogia da Libertação em Paulo
Freire / Ana Maria Araújo Freire (org.) São Paulo: Editora UNESP, 2001.
2.Freire, Paulo, 1987: Pedagogia do Oprimido. Rio de janeiro: Paz e Terra.