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Aquivo Novo
Aquivo Novo
(1) Eng. Civil, Mestrando da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP/PCC
email: antonio.melo@poli.usp.br
Av. Prof. Almeida Prado, Travessa 2 - Edifício da Engenharia Civil - Cidade Universitária - São Paulo -
SP 05508 900 Tel. 11-3091.5459 Fax: 3091.5544
Resumo
1 Introdução
As propriedades mecânicas do concreto são a base para que seja dimensionado
uma estrutura de concreto armado. A maioria dos projetos estruturais são feitos com
base na resistência à compressão, sendo esta determinada através de ensaio. Mas
para um cálculo estrutural que se aproximar de uma maneira mais realista do
comportamento do material é de grande importância o conhecimento das
propriedades da deformação do material a ser utilizado, não só a resistência à
compressão, tem-se que conhecer com precisão o módulo de elasticidade, a
retração, a fluência, e outros parâmetros que expressem as condições dos estados
limites de serviço.
As normas atuais, em grande parte, relacionam o módulo de elasticidade de um
concreto com sua resistência à compressão através de formulas matemáticas.
Devido a uma maior complexidade da determinação do módulo de elasticidade do
concreto em relação a determinação de sua resistência à compressão. A grande
maioria dos projetos estruturais utiliza um valor para o módulo de elasticidade obtido
através de formulas matemáticas, tomando como variável a resistência à
compressão.
O conceito de elasticidade é geralmente aplicado a materiais que possuam um
comportamento linear, porém isto somente acontece quando da aplicação de
tensões pequenas, a partir de 50% das tensões aplicadas este conceito de
linearidade pode não ser mais verdade. No caso do concreto, o comportamento
deixa de ser linear um pouco antes de 50% da carga última, comportamento este
explicado por vários estudos sobre o processo de micro-fissuração progressiva do
concreto sob cargas. Por isso alguns preferem denominar “módulo de deformação”
invés de “módulo de elasticidade”. Os materiais constituintes do concreto possuem
módulo de elasticidade muito diferente do módulo de elasticidade do concreto, os
agregados graúdos têm um módulo variando a partir de 35 GPa e a pasta de
cimento variando partir 16 GPa. A deformação do concreto provavelmente será um
valor intermediário entre o módulo do agregado e do módulo da pasta.
2 Módulo de elasticidade
O módulo de elasticidade pode ser definido como sendo a relação entre a tensão
aplicada e deformação instantânea dentro de um limite proporcional adotado
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O fator αE depende da natureza do agregado, sendo: 1,2 para basalto e diabásio, 1,0
para granito e gnaisse, 0,9 para calcário e 0,7 para arenito. No nosso caso
utilizamos agregado de origem granítica, portanto teremos um αE =1,0.
A análise do modelo de previsão da NB 1 1978 e da proposta de revisão da NB 1
2000 foi feita com o intuito de avaliar se a proposta da NB 1 2000 está ou não
condizente com o nosso programa experimental, e para compararmos se antiga NB1
estava destoando dos modelos internacionais. Existem outros modelos de previsão
(Reuss, Voigt) baseados nas frações volumétricas de pasta e de agregados no
volume total de concreto, mas para fazer análise deste modelo teríamos que ter o
módulo de elasticidade da pasta e do agregado, portanto estes modelos não serão
analisados neste trabalho.
Todos os modelos propostos não têm como precisar com certeza o valor do módulo
de elasticidade em função da resistência e do tipo de agregado, por isto mesmo
devemos adotar os valores fornecidos por estes modelos apenas como
aproximações. O ideal seria fizesse um estudo prévio do concreto com o qual iria se
trabalhar, de modo a se fazer uma correlação mais realista, para o seu concreto,
entre a resistência à compressão e o módulo de elasticidade.
3 Programa experimental
3.1 Materiais e dosagem
3.1.1 Materiais
Foi utilizado um cimento Portland composto CP II–E–32, de acordo com a NBR
11578, com as características físicas e mecânicas apresentadas na Tabela 1 :
Foi utilizado um agregado miúdo natural de origem quartzosa extraído de rio que no
momento de sua utilização tinha umidade zero (processo de secagem em estufa), de
acordo com a NBR 7211. O agregado graúdo usado para a produção do concreto foi
de origem granítica, de acordo com a NBR 7211. As tabelas 2 e 3 apresentam a
caracterização dos mesmos. Foi usada água potável proveniente do abastecimento
da Sabesp e não foi utilizado nenhum tipo de aditivo durante a realização dos
experimentos.
3.1.2 Dosagem
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4 Resultados e discussão
4.1 Análise dos resultados
Para o estudo do módulo de elasticidade, é necessário analisar os fatores que
influem no mesmo, como: natureza do agregado graúdo, diâmetros nominais do
agregado graúdo, estado de umidade, velocidade de aplicação de carga, dimensões
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Com base nos resultados obtidos foram feitos diagramas de dosagem, tanto para
resistência à compressão como para o módulo de elasticidade, de acordo com
MONTEIRO; HELENE (1993). Os mesmos são apresentados com suas respectivas
equações (Lei de ABRAMS, Lei de LYSE e Lei de MOLINARI) obtidas através de
regressão linear, como pode ser visto na Figura 3 e na Figura 4.
fc (MPa) 62,073
f =
32 c
4,406 a/c
Resistência à compressão
R2 = 0,979
28
24
20
C (kg/m3)
Consumo de cimento Relação a/c a/c (kg/kg)
450 400 350 300 250 3 0.50 0.60 0.70 0.80
teor agregado/cimento
-0,816 7
C=1321,244 • m m =9,345 • a/c - 0,956
2
R2 = 0,997 8
m (kg/kg)
R =1
Ec (GPa)
32
Módulo de Elasticidade
-0,597
28
Eci=17,316 • a/c
R2 = 0,970
24
20
C (kg/m3)
Consumo de cimento Relação a/c a/c (kg/kg)
450 400 350 300 250 3 0.50 0.60 0.70 0.80
teor agregado/cimento
4
-0,816 7
C=1321,244 • m m =9,345 • a/c - 0,956
2
R2 = 0,997 8
R =1
m (kg/kg)
32 32
-0,5975 -0,4223
y = 17,316x y = 157,05x
28 28
R2 = 0,9704 2
R = 0,9693
Ec (GPa)
Ec (GPa)
24 24
20 20
16 16
12 12
0,45 0,55 0,65 0,75 0,85 10 70 130 190 250
Fator a/c (kg/kg) Abatimento (mm)
Figura 5 - Gráfico do módulo de elasticidade versus Figura 6 - Gráfico do Módulo de elasticidade versus
o fator a/c (abatimento = cte) o abatimento (a/c = cte)
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32 32
-2,0697 0,003x
y = 4E+06x y = 8,2007e
28 28
2
R = 0,9951 R2 = 0,7175
Ec ( GPa)
Ec ( GPa)
24 24
20 20
16 16
12 12
275 325 375 425 275 325 375 425
3 3
Consumo de Cimento ( kg/ m ) Consumo de Cimento ( kg/ m )
Figura 7 - Gráfico do módulo de elasticidade versus Figura 8 - Gráfico do módulo de elasticidade versus
o consumo de cimento (a/c = cte) o consumo de cimento (abatimento = cte)
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32 32
-0,5
y = 50,622x
28 28
R2 = 0,9718
Ec ( GPa)
Ec ( GPa)
24 24
20 20 1,4039
y = 2,3324x
2
16 16 R = 0,9996
12 12
3 4 5 6 7 3 4 5 6 7
Teor de Agregados Teor de Agregados
Figura 9 - Gráfico do módulo de elasticidade versus Figura 10 - Gráfico do módulo de elasticidade versus
o teor de agregados (abatimento = cte) o teor de agregados (a/c = cte)
28
0,6002
y = 3,3736x
26 R2 = 0,8733
24
Ec (GPa) 22
20
18
18 20 22 24 26 28 30
Resistência à Compressão ( MPa)
60
50
40
30
ACI 318
10
NB1 2000
0
0 20 40 60 80
Resistência à Compressão aos 28 dias (MPa)
50
40
NB1 1978
20 ACI 318
NB1 2000
10
Resultados Experimentais
0
0 20 40 60 80
Resistência à Compressão aos 28 dias (MPa)
5 Conclusões
Os resultados experimentais mostraram que dentre os modelos de previsão do
módulo de elasticidade, os que mais se assemelharam aos resultados experimentais
obtidos neste estudo foram o da proposta da NB 1 1997 e o do ACI 318. Pode-se
afirmar que o modelo do CEB também é aceitável e a proposta de mudança da NB 1
realmente é necessária, visto a discrepância da NB 1 de 1978.
Módulo de Elasticidade
Variação dos parâmetros Variação do Módulo Variação do Módulo
de mantendo mantendo
Dosagem Fator a/c =constante Abatimento =constante
↑ ↓
Fator a/c
↓ ↑
↑ ↓
Abatimento
↓ ↑
Consumo de ↑ ↓ ↑
cimento ↓ ↑ ↓
Teor de ↑ ↑ ↓
agregados
(m) ↓ ↓ ↑
Volume de ↑ ↓ ↑
pasta ↓ ↑ ↓
Onde: ↑ = Aumento; ↓ = Diminuição; = Sem análise
6 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto – Determinação do
módulo de deformação estática e diagrama tensão-deformação – NBR 8522. Rio de
Janeiro,1984.
Instituto Brasileiro do Concreto - 44º Congresso Brasileiro
HELENE, Paulo R.L.; MONTEIRO, Paulo J.M. Designing Concrete Mixtures for
Strength, Elastic Modulus and Fracture Energy. Materials and Structures, v.26,
n.162, Oct. 1993 p.443-452.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer aos técnicos do laboratório da EPUSP pelo o auxílio na
execução do trabalho experimental.