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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CELULOSE BACTERIANA
Alunos: Allan Saturnino; Conrado Leardini; Vitor Haring.

FERMENTAÇÕES INDUSTRIAIS ITAJAÍ, 2019


Profº Anderson Jocemar Moura
CELULOSE

• O Biopolímero mais abundante no mundo é a celulose, com


uma produção estimada de 1014 toneladas por ano.
• Pode ser encontrada em diferentes formas de vida como em
plantas verdes, fungos, protozoários, e procariontes.
• A celulose é composta de monômeros de glicose unidos por
ligações glicosídicas β 1,4.
Estrutura molecular da celulose
• Cada molécula de celulose é formada por 10.000 ou mais
unidades de β-glicose.

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CELULOSE

• A celulose é o principal componente da parede celular de plantas, contendo impurezas


como lignina, pectina e hemicelulose;
• A celulose pode ser divido em dois grupos: grupo da celulose complexa e o grupo da
celulose pura.
• Como a celulose bacteriana pode ser obtida através de rotas de biossíntese por meio
de bactérias, a forma de obtenção desta a torna livre de impurezas.

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CELULOSE BACTERIANA
A celulose bacteriana possui a mesma fórmula química que a celulose vegetal, mas suas fibras
em dimensões nanométricas dão à CB propriedades distintas.

Fibras da celulose bacteriana micrografada. Fibras da celulose vegetal micrografada.

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PROPRIEDADES DA CELULOSE BACTERIANA
Algumas propriedades da celulose bacteriana:
• Alta resistência mecânica e à tração;
• Alta porosidade;
• Alta capacidade de absorção de líquidos;
• Alta pureza;
• Alta Cristalinidade;
• Altamente hidrofílica;
• Inerte;
• Biodegradável;

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APLICAÇÕES DA CELULOSE BACTERIANA
A membrana de celulose bacteriana atende diversas áreas:
• Cosméticos;
• Indústria Têxtil;
• Mineração e Refinaria;
• Tratamento de Lixo;
• Purificação de Esgotos;
• Medicina;
• Laboratórios;
• Eletrônica;
• Energia;

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APLICAÇÕES DA CELULOSE BACTERIANA
São diversas as aplicações biotecnológicas da membrana de celulose bacteriana, por exemplo:

• Pele artificial;
• Componentes de implantes dentários;
• Meio para cultura de tecidos;
• Implante vascular artificial;
• Diafragma para fones de ouvido;
• Ultra filtração de água;
Biomaterial flexível
• Remoção de metais pesados (mercúrio e chumbo);
• Produção de papel cédula;
• Embalagem para alimentos.
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MICRORGANISMO

• Família: acetobacteriaceae e enterobacteriaceae;

• Gêneros: acetobacter, rhizobium, agrobacterium e Sarcina;

• Habitat: frutos e vegetais em decomposição;


Gluconacetobacter xylinus
• Grande parte dos estudos empregam a Gluconacetobacter xylinus;

• Formato Bacilar, Gram-negativa, Aeróbia.

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MICRORGANISMO

• Além da glicose, utilizam frutose, inositol e glicerol como fonte de carbono

• Lactato, etanol, metionina, ácido cítrico e ácido succínico são usados para melhorar o
rendimento

• Quando utilizado a glicose, o microrganismo produz primeiro ácido glucônico para


posterior conversão em celulose

• Quando utilizado frutose ou sacarose, o microrganismo sintetiza celulose diretamente

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MEIO DE CULTURA

• O meio de cultura mais utilizado para o g. xylinum é o HS (HESTRIN & SCHRAMM,


1953), que é composto por : glicose, 20 g.L-1 ; peptona de carne, 5 g.L-1 ; extrato de
levedura, 5 g.L-1 ; Na2HPO4, 2,7 g.L-1 ; e ácido cítrico, 1,15 g.L-1.

• Podem ser utilizadas diferentes fontes de carbono e de nitrogênio;

• Temperatura ótima de 25 a 30ºC;

• pH ótimo de 4 a 7, sendo que o melhor rendimento fica em torno de 6,5;

• A quantidade de oxigênio no meio é de extrema importância para o rendimento;

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BIORREATOR A SER UTILIZADO

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BIOSSINTESE DA CELULOSE BACTERIANA
• O G. xylinum pode operar pelo ciclo das pentoses fosfato e no ciclo de Krebs juntamente
com a gliconeogênese;

• O ciclo das pentoses envolve a oxidação de carboidratos, ao passo que o ciclo de Krebs
envolve a oxidação de carboidratos derivados de acetatos, gorduras e proteínas

• O G. xylinum não é capaz de metabolizar a glicose anaerobicamente por não possuir a


enzima fosfofrutoquinase-1;

• A biossintese envolve diversas etapas, ações de enzimas individuais, complexos


catalíticos e proteínas regulatórias;

• Quando a principal fonte de carbono é a glicose a via metabólica possui quatro


processos enzimáticos como mostrado na figura:

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RECUPERAÇÃO E PURIFICAÇÃO
• O polímero final não é puro. Impurezas como células e componentes do meio de cultivo
devem ser retiradas para que a celulose pura seja obtida e o rendimento calculado;

• O principal processo de purificação de celulose bacteriana é o tratamento com álcali


(hidróxido de sódio ou potássio), ácidos orgânicos como ácido acético ou lavagens
repetidas com água de osmose reversa ou com água quente;

• Quando o polímero final se destina à aplicações médicas, tratamentos subsequentes


devem ser realizados para que células bacterianas e toxinas sejam retiradas da
celulose;

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RECUPERAÇÃO E PURIFICAÇÃO
• Uma das metodologias mais utilizadas consiste em processar a película de polímero
gentilmente entre duas folhas de papel absorvente que retira aproximadamente 80% da
fase liquida e então submergir o polímero em NaOH 3% por 12 horas. O procedimento
é repetido por três vezes e então a película é incubada em solução 35% de HCl,
prensada e lavada com água destilada. Finalmente, a película é esterilizada em
autoclave ou por irradiação com Cobalto-60.

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RECUPERAÇÃO E PURIFICAÇÃO

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Referencias Bibliográficas
• BOLDRIN, Luis Felipe. BIOSSÍNTESE, APLICABILIDADE E RECENTES AVANÇOS NO ESTUDO DA CELULOSE BACTERIANA.
Trabalho de conclusão de curso - Curso de Engenharia Bioquímica, Universidade de São Paulo, Lorena, 2015.

• CARMINATTI, Claudemir A. OLIVEIRA, Marielle de. PRODUÇÃO DE CELULOSE BACTERIANA EM CULTURA ESTÁTICA UTILIZANDO
DIFERENTES FONTES DE CARBONO. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/171571/UFSC%20-
%20CTJ%20-%20TCC_BCT%20-%20Marielle%20de%20Oliveira.pdf?sequence=1&isAllowed=y> Acesso em: 07 de fevereiro de 2019.

• COIMBRA, Cynthia Gisele de Oliveira. PRODUÇÃO DE CELULOSE BACTERIANA POR GLUCONACETOBACTER XYLINUS E
ELABORAÇÃO DE FILMES COMESTÍVEIS. 2016. 138 f. Tese (Pós-Graduação) - Curso de Biotecnologia, Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2016.

• ANTÔNIO, R. V. et al. PRODUÇÃO DE CELULOSE BACTERIANA A PARTIR DE DIFERENTES SUBSTRATOS. Simpósio de Integração
Científica e Tecnológica do Sul Catarinense, Santa Catarina, Araranguá, 2012.

• HODEL, K. V. S. et al. PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE CELULOSE BACTERIANA COMO MATERIAL POTENCIAL PARA
CURATIVO DE FERIDAS DÉRMICAS. Encontro Nordeste de Ciência e Tecnologia de Polímeros, Universidade Tiradentes - UNIT, Aracaju,
2018.

• SOUZA, E. F. et al. PRODUÇÃO DE MEMBRANAS DE CELULOSE BACTERIANA USANDO MELAÇO DE SOJA. Workshop de
Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

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