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No meu próprio país, ele dirá, eu tenho sempre sentido e às vezes criticado abertamente a falta de

preocupação com questões éticas dentro das ciências sociais.

“Classificar seres humanos para testar uma nova droga ou protocolo envolve uma questão ética, mas
questioná-los sobre sua história pessoal ou vida sexual, observando suas condutas, ou analisar arquivos que
contém suas informações pessoais, não.” (tradução livre)

“Há uma longa tradição, que vai desde Claude Lévi-Strauss e Alain Tourraine até Marc Augé e Pierre
Bourdieu, considerou-se que a ética é incorporada pelo antropólogo ou sociólogo, garantida de forma
satisfatória pela sua integridade moral e rigor científico.” (tradução livre)

“Essa prestação de contas cujos critérios são autodefinidos e autorreferidos era o código ético, que sequer
precisava ser escrito certificado ou acessado.” (tradução livre)

por contraste, na África do Sul […] eu fui confrontado por um conjunto crescente de regulamentos éticos.”
(tradução livre)
- Programas foram atrasados pela espera por decisões favoráveis de comités de ética, que em alguns casos
jamais chegaram, impedindo a realização do trabalho de campo, portanto. E, quando a permissão foi
alcançada, obstáculos foram criados a cada passo do processo de pesquisa.” (tradução livre)

“Apesar das grandes questões éticas passíveis de serem denunciadas quanto à forma como esses pacientes
eram tratados pela equipe médica e de assistência social – sua dor ignorada, seu sofrimento negligenciado,
seus corpos expostos, suas vidas consideradas não merecedoras de serem vividas – foi a presença
antropológica que se apresentou como um problema ético”.

Entre o déficit de preocupações éticas e o excesso de constrangimentos éticos, ele destaca dois pontos:
“Primeiro, culturas éticas nacionais nas ciências sociais devem ser muito diferentes. […] Segundo, a
genealogia do aumento das expectativas de avaliação éticas nas ciências sociais não está relacionada apenas
a história da experimentação clínica – e seus abusos.”

“Nos países do Sul o nacionalismo têm sido um forte incentivo ao desenvolvimento da regulação ética. […] O
reconhecimento de que as culturas éticas nacionais e o nacionalismo nas demandas éticas sugerem que a
ética é também uma questão de política”.

“A intrusão da regulação ética formal no trabalho etnográfico coloca em questão o verdadeiro significado do
trabalho de ccampo. Assim como os autores corretamente sublinharam, a participação observante […] é
caracterizada pela informalidade.”

“os quadros institucionais e os constrangimentos regulamentares pautados nas ciências biomédicas


representam uma resposta adequada?
“por um lado, esse modelo é pobremente adaptado à especificidade epistemológica e ao método das
ciências sociais, especialmente no que se refere ao trabalho etnográfico” […] Por outro lado, esse modelo
deixa de lado a maior parte das questões éticas levantadas pelo trabalho de campo e dá uma falsa garantia
de que o respeito à ética é garantido pela realização de operações puramente formais.”

“Etnografia não é sobre espécimes humanos em experimentos clínicos. É sobre seres humanos in
circunstâncias históricas – incluindo o etnógrafo.”

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