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PRO-REITORIA ACADÊMICA
DIRETORIA DE ENSINO
CURSO DE ODONTOLOGIA
OBRIGATÓRIA
DISCIPLINA: Práticas Educativas e Promoção da Saúde CÓDIGO: 27338
HÍBRIDA / NCC
CRÉDITOS: 03 CARGA HORÁRIA: 60h
1º Semestre / 2023
PROFESSORA: Letícia Fellipe PERÍODO: Noturno
SÍNTESE CRÍTICO-REFLEXIVA
O artigo “Confluências e divergências conceituais em educação em saúde” que tem como organizadoras as autoras Ana Feio e Clara
Oliveira Costa aborda questões relacionadas a alteração do entendimento de educação e saúde com avanço da sociedade e sua conexão com a
promoção de uma comunidade ativa com indivíduos integralmente inseridos. Para isso foi realizado levantamento bibliográfico e análise de
conferências sobre saúde feita pela OMS e educação pela Unesco que tem como objetivo desenvolver a percepção das mudanças nos conceitos
desses termos.
O texto propõe a ampliação da área de atuação da educação e saúde expandindo para setores culturais, econômicos e políticos. Em
um cenário pós-segunda guerra mundial com adoção de um sistema democrático e que dispõem de novas tecnologias, organizações como a
Unesco e OMS, preocupadas com a integração do indivíduo na sociedade moderna, realizaram diversas conferências sobre educação e saúde a
fim de desenvolver a consciência sobre a importância dessas áreas na vida das pessoas.
Para Feio e Costa (2015) os debates sobre a importância da educação foram além do âmbito escolar com a transmissão dos
conhecimentos formais e ampliou-se para área de utilidade social com a potencialização das capacidades do indivíduo. O ensino preparatório para
inserção na sociedade baseada em direitos humanos leva em consideração a multidimensionalidade dos indivíduos e estimula a formação de uma
comunidade ativa, crítica e consciente de seus deveres e direitos com governos efetivos na realização das necessidades. Por sua vez, a saúde
também apresentou mudanças de paradigmas, seu conceito alterou de estado de ausência de doença para um estado de bem-estar completo
(físico, social e mental). O acesso aos meios, questões sociais e pessoais, políticas públicas e um sistema ecologicamente sustentável são fatores
A educação em saúde é uma área multidisciplinar com foco em aspectos individuais e coletivos que oriente as pessoas ao longo da
vida e ajude a controlar os determinantes da saúde. De acordo com Feio e Costa (2015), às exposições a novos riscos e alterações nos conceitos
de saúde e educação alteraram também a forma de educar em saúde, e segundo Moreno, García e Campos (2000), as transformações
conceituais podem ser traduzidas em três grandes gerações de modelos de educação em saúde.
Segundo Feio e Costa (2015), a primeira geração, e mais antiga, era um ensino sobre as pessoas, apresentava foco informativo do
tratamento e prevenção de doenças apenas em contextos hospitalares ou relacionados à saúde, baseava-se na ausência de doenças, e para
Silva et al. (2010, p. 2546) esse tipo de educação em saúde “[...] não se busca a autonomia mas, ao contrário, se enfraquece a população.”, pois o
profissional repassava as informações unilateralmente sem considerar a capacidade de compreensão ou de valorização do indivíduo sobre a
mensagem transmitida. A segunda geração possui o foco comportamental, adota-se a visão de saúde como resultado de escolhas saudáveis e a
forma de educar é persuasiva responsabilizando os indivíduos pelos determinantes da sua saúde. Esse modelo recebe críticas por informar sem
incentivar a participação ativa do indivíduo no diálogo, não levar em consideração outros aspectos do meio ou pessoais e ainda descomprometer
o governo no papel de efetivar a saúde. Por fim, a terceira geração com o foco integral do homem propõe mudanças sociais, econômicas e
políticas que auxiliam na qualidade de vida. O ensino integralista busca promover todas as capacidades do indivíduo para agir sobre o meio e
entre as pessoas de maneira crítica, ativa e autônoma transformando a sociedade em um local justo com saúde acessível a todos. É uma
metodologia que educa com as pessoas, o educador valoriza todas as dimensões que formam o indivíduo e adapta sua abordagem para o
contexto inserido e tem o papel de facilitar as informações desenvolvendo a reflexão orientando para possíveis soluções.
Nesse sentido, as autoras concluem que ao longo das várias conferências, surgiram novos entendimentos sobre o indivíduo e o seu
bem-estar completo, a união dos diversos fatores que formam a multidimensionalidade são levados em consideração na formação de uma
comunidade saudável. A educação é o motor que capacita as pessoas a tomarem ações responsáveis, construindo uma sociedade justa com
governos participativos e assim o meio terá todos os atributos necessários para os indivíduos e comunidades tenham uma saúde acessível.
O texto traz muitas informações sobre saúde e educação fundamentadas por diretrizes da OMS e Unesco e autores como Freire e
Moreno que contribuem para o entendimento sobre educação em saúde. A leitura do artigo “Confluências e divergências conceituais em educação
em saúde” acrescenta positivamente à carreira de profissionais da saúde sobre a compreensão dos aspectos que formam a integralidade das
pessoas e sua subjetividade propondo um novo olhar na forma de transmitir os conhecimentos adquiridos, um educar empático e adaptado para
cada indivíduo. Além disso, instiga o leitor a pensar sobre as questões sociais e econômicas que influenciam na saúde e se poderíamos através
de um ensino melhor desenvolver uma sociedade ativa e justa com qualidade de vida acessível para todos.
REFERÊNCIAS
FEIO, A.; COSTA, C. Confluências e divergências conceituais em educação em saúde / Conceptual convergences and divergences in
health education. Saúde Soc ; 24(2): 703-715, Apr-Jun/2015. Artigo em Português | LILACS | ID: lil-749058 Biblioteca responsável:
BR67.1
MORENO, A.; GARCÍA, E.; CAMPOS, P. Conceptos de educación para la salud. In: MORENO, A. Enfermería comunitária. Madrid: McGraw-Hill,
2000. p. 155-168.
SILVA, C. et al. Educação em saúde: uma reflexão histórica de suas práticas. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n. 5, p. 2539-2550,
2010.