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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

A avaliação da aprendizagem tem sido um dos aspectos mais discutidos na


Educação e é algumas vezes bastante polêmico. A razão disso é o fato de
que, no ensino presencial, tradicionalmente os estudantes são avaliados de
maneira quantitativa, por meio da atribuição de uma nota, e geralmente após
algumas avaliações pontuais realizadas no decorrer de um período. Esse
mecanismo, considerado autoritário e classificatório, não está de acordo com
a ideia de que a avaliação possa ser um instrumento de aprendizagem, como
parte da construção do conhecimento do estudante.

Na Educação a Distância, também ocorre a discussão a respeito da avaliação


da aprendizagem, uma vez que existe uma tendência em reproduzir as
práticas utilizadas no ensino presencial. Entretanto, existem características
que devem ser consideradas e respeitadas quando se trata de avaliação da
aprendizagem na Educação a Distância:

 As atividades são realizadas em tempo e/ou espaço diferentes;


 O processo de ensino e aprendizagem é mediado por tecnologias;
 O estudante exerce mais autonomia e controle da sua aprendizagem.

O papel da avaliação da aprendizagem é o de trazer subsídios para o processo


de ensino e aprendizagem. Portanto, deve ser realizada não somente ao
término desse processo, mas também enquanto ainda se encontra corrente
e passível de modificação. Nesse contexto, são funções principais da
avaliação da aprendizagem:

 Avaliar para conhecer os estudantes;


 Determinar se os objetivos previstos para o processo de ensino e
aprendizagem foram ou não atingidos;
 Aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem;
 Diagnosticar as dificuldades de aprendizagem;
 Promover os estudantes (no sentido de progressão escolar).

Essas funções podem ser agrupadas em três macro funções da avaliação


(diagnosticar, controlar e classificar):

 A função diagnosticar é caracterizada pela verificação de pré-requisitos


com relação aos conhecimentos e habilidades necessários para a
aprendizagem de algo novo;
 A função controlar é caracterizada pelo acompanhamento dos
resultados que estão sendo alcançados durante o desenvolvimento das
atividades, com o objetivo de melhorar o ensino e a aprendizagem e
identificar deficiências no desenvolvimento;
 A função classificar é caracterizada pela observação do rendimento do
estudante e pela classificação com base em resultados, de forma a
confirmar a expectativa quanto ao desempenho de sua aprendizagem.

A decisão de qual estratégia de avaliação da aprendizagem é a mais adequada


de acordo com os objetivos e com o perfil dos estudantes geralmente é
compartilhada entre a instituição de ensino, coordenação de curso,
professores e equipe pedagógica.

A condução das avaliações é realizada com o objetivo de ser a mais ampla e


justa possível, e para permitir que o estudante tenha um retorno (feedback)
para a decisão do que precisa ser melhorado ou aprofundado.

Com base nos resultados das avaliações, o estudante realiza uma


comparação com os seus próprios objetivos de aprendizagem, e pode chegar
à conclusão de que tem de reforçar os seus estudos ou então continuar no
mesmo ritmo, se considerar que os resultados estão compatíveis com aquilo
que esperava.

A ausência de avaliação da aprendizagem dificulta a obtenção de parâmetros


de desempenho que sejam confiáveis. Nesse caso, a situação é complicada
para todas as partes envolvidas pelo fato de não se ter dados indicando se as
decisões foram corretas ou não.

Texto adaptado de:

FAGANELLO, J.; REIS, E.; GUIMARÃES, M. I. P. Os instrumentos de avaliação


da aprendizagem e a avaliação formativa em educação a distância. In:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E ENCONTRO DE
PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, SIED:EnPED, 4., 2016, São
Carlos. Anais [...]. São Carlos: UFSCAR, 2016. p. 1-12.

HAYDT, R. C. C. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. 6. ed. São


Paulo: Ática, 1997.

RODRIGUES, E. F. A avaliação e a tecnologia: a questão da verificação da


aprendizagem no modelo de ensino híbrido. In: BACICH, L.; NETO, A. T.;
TREVISANI, F. M. Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação.
Porto Alegre: Penso, 2015. p. 141-154.

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