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CONTROLE E SUPERVISÃO DE GMG A DISTÂNCIA

Alexandre Baratella Lugli, Fábio Henrique Moreira, Giovanni Henrique Faria Floriano, João Paulo
Carvalho Henriques, Nelson de Barros Cobra Neto, Romulo Mota Volpato & Yvo Marcelo Chiaradia
Masselli
concessionárias.
Abstract – The automation system for generator groups has
became a major field for use of various models of controls, using É crescente o número de GMGs que contam com
dedicated and embedded controllers in networks for remote transferência automática utilizando controladores
surveillance along with the general plant. It is present in this microprocessados que, também, são capazes de atuar na
article an application on the field from a generator remotely partida/parada, no controle geral e na proteção do GMG.
connected using MODBUS communication protocol and Com o controle e supervisão remota do GMG, é possível
demonstrated the verification of some variables of Group Motor verificar as configurações do gerador, suas variáveis, controlá-
Generator and advantages of the automatized system. lo e também integrá-lo a uma rede Smart Grid.
Index Terms – Control, GMG-Group Motor Generator, PLC - O sistema de comunicação e controle remoto, ainda pouco
Programmable Logic Controller, Remote Communication.
utilizado em GMGs, é muito útil para casos de manutenção,
Resumo – O sistema de automação para grupos geradores tem controle de gastos e envio de dados. Ainda oferece para GMG
se tornado um grande campo para utilização de vários modelos de pequeno ou grande porte, a possibilidade da integração com
de controle utilizando controladores dedicados e inseridos em sistemas de plantas gerais e também, para os operadores, a
redes para monitoramento à distância juntamente com a planta comodidade de não mais necessitar monitorar o grupo através
geral. É apresentada nesse artigo uma aplicação em campo de um da sua Interface Homem Máquina (IHM) física.
gerador conectado remotamente utilizando o protocolo de
comunicação MODBUS e demonstrado a verificação de algumas II. GRUPO MOTOR GERADOR
variáveis do Grupo Motor Gerador e vantagens do sistema
automatizado. Grupo motor gerador é o sistema composto por um motor à
Palavras chave – CLP - Controlador Lógico Programável, combustão, normalmente operando com diesel, que tem sua
Comunicação Remota, Controle, GMG – Grupo Motor Gerador. energia mecânica convertida em energia elétrica através de um
gerador síncrono que gera uma tensão alternada em sua saída,
I. INTRODUÇÃO com sinal estável independente da variação de carga e
O crescimento da frequência e da duração das interrupções velocidade constante quando operante em regime normal. [1]
do fornecimento de energia elétrica vem alavancando o Seu acionamento pode ocorrer de forma automática ou
aumento da utilização de Grupo Motor Gerador (GMG) no manual, podendo ser utilizado de forma singela (somente um
Brasil.[14] gerador/rede alimentando a carga) ou paralela (um ou mais
Comodidade, segurança e confiabilidade são algumas das geradores alimentando a carga simultaneamente com a rede ou
garantias que um GMG pode oferecer quando uma carga não, somando potências para casos onde somente uma fonte
necessitar de energia elétrica seja numa interrupção do sistema de energia não seria capaz de suprir a demanda solicitada). [2]
de distribuição ou quando operar isoladamente. Essa Diversos equipamentos como fusíveis, relés, reguladores,
necessidade pode durar horas, dias ou mesmo semanas, até chaves, contatores, disjuntores e quadros de comando realizam
que o fornecimento de eletricidade seja restabelecido ou a o sistema de monitoramento do GMG e assim garantem seu
carga possa ser desligada. A falta de energia elétrica pode
correto funcionamento e proteção. [2]
causar prejuízos em situações como, por exemplo: hospitais
Seguem as normas brasileiras que abrangem os GMGs.
que não podem ter sua rotina interrompida, sistemas de
segurança de vários tipos de segmentos, shows e eventos - VDE 0530 – Máquinas elétricas girantes (Especificações
culturais, transmissões dos meios de informação e e características de ensaio); [9]
comunicação ao vivo tais como as de rádios, de televisões, de
telefonia e de internet, que não podem ter seu ciclo - NBR 5117 – Máquinas síncronas (Especificações); [9]
interrompido. - NBR 5052 – Máquinas síncronas (Método de ensino); [9]
A energia fornecida pelos GMGs não é limpa já que esses
sistemas geralmente utilizam motores à diesel. No entanto, é a - IEC e NBR 6146 – Define os graus de proteção dos
que apresenta melhor relação custo/benefício já que esse equipamentos elétricos; [9]
combustível apresenta custo relativamente inferior comparado
- IEC 39.9 e NBR – 3.02.8-001 especificam limites
a outros, baixo custo de manutenção, grande flexibilidade e
máximos de nível de ruído, em decibéis; [9]
confiabilidade. Assim pode minimizar os prejuízos
decorrentes de uma interrupção ou propiciar o fornecimento - DIN 45665 – Norma em relação à vibração dos
de energia elétrica em situações onde não há fornecimento de equipamentos; [9]
Artigo apresentado no II Seminário de Automação Industrial e Sistemas - NBR 7095 – Norma que relaciona as classes de
Eletro-Eletrônicos – SAISEE (ISSN 2319-0280), ocorrido em 04 de Março de isolamento dos materiais utilizados em máquinas
2015 na cidade de Santa Rita do Sapucaí-MG.
elétricas. [9]
verificar e controlar as variáveis provindas do motor e do
III. CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL gerador síncrono, pois mesmo com a falta de energia e o GMG
O controlador lógico programável (CLP) foi desenvolvido alimentando a carga, caso venha a ocorrer alguma falha grave,
deve ter seu funcionamento instantaneamente encerrado, pois
pela indústria, devido à dificuldade de se compreender, operar
caso contrário poderá gerar danos irreversíveis ao sistema
e substituir painéis de comando a cada alteração da linha de
gerador de energia e também a carga que está sendo
montagem, sendo que tais manobras exigiam altos custos e
alimentada.
parada da linha inteira, gerando grande atraso na produção. [3] O gerador síncrono pode ter em sua saída uma diferença de
Com a necessidade do mercado de possuir um equipamento tensões que impossibilitem a alimentação da carga, portanto é
mais simples, barato e fácil de operar nascia ali o CLP, sendo amostrada ao controlador a tensão do gerador para que seja
que no início tinha operação restrita e com poucos recursos. verificado continuamente se as mesmas estão dentro da faixa
[3] parametrizada, caso contrário o mesmo não deve alimentar a
Com o passar do tempo, o mesmo sofreu grandes alterações, carga e caso já esteja em operação ter seu ciclo encerrado e ser
ganhando mais linguagens de programação, tipos de entradas e informado o erro ao operador através da Interface Homem
saídas, tornando-se mais rápido, atendendo processos cada vez Máquina (IHM) local ou remota.
mais complexos e também contando com uma interface de Outros pontos importantes de verificação são a corrente
comunicação cada vez mais intuitiva e que faz com que o para a carga e frequência do sistema, que caso estejam em
usuário domine mais facilmente o mesmo. uma faixa de excedência podem gerar uma grande
A função do controlador é monitorar, controlar e operar o perturbação, pois caso a corrente máxima seja ultrapassada, a
processo em questão, sendo que o controlador recebe carga e até mesmo condutores que foram projetados para
informações de sensores (analógicos ou digitais) analisa e atua operação serão comprometidos. A Figura 2 ilustra os pontos
as saídas a fim de manter o sistema de acordo com o desejado. de conexão de um GMG.
A figura 1 ilustra um fluxograma de operação de um CLP.

Figura 1: Fluxograma funcionamento de um CLP.

Com a alta demanda do mercado, grande oferta de


microcontroladores e para viabilizar custos, encontra-se no
mercado atualmente três portes de CLPs: [4]
 Nano e Micros: controladores simples com pouca
memória e digitais; [4]
 Médios: são controladores que possuem entradas e
saídas analógicas/digitais que são formados por
módulos separados e adicionados externamente; [4]
 Grandes: oferecem um maior número de aplicações Figura 2: Diagrama geral de ligação um GMG.
do tipo mais complexas, devido ao grande número de
entradas/saídas, grande memória e comunicação; [4] O controle de fatores mecânicos do motor também é
verificado ciclicamente pelo controlador e medidores, como
Os CLPs também podem ser classificados em específicos temperatura, pressão do óleo, baixo nível de água no radiador
ou genéricos. Específicos são aqueles que exercem funções e rotação que através de sensores enviam seus dados ao
pré-determinadas e que permitem a alteração da controle, que por sua vez faz a verificação e proteção das
parametrização e de algumas diretrizes, mas não permitem variáveis.
alterar a lógica de programação. Já os genéricos podem operar Para que não haja há interrupção de energia na carga por
e controlar um maior número de variáveis de acordo com sua falta de combustível, é imprescindível que seja verificado
capacidade e princípio de funcionamento. [4] constantemente o nível de combustível. Quando verificado um
nível abaixo do mínimo o controle deve sinalizar a
IV. PONTOS DE CONTROLE necessidade de reabastecimento de combustível.
A verificação de corrente na carga é um fator que não deve
Para o correto funcionamento de um GMG, a função do ser ignorado em um GMG, pois uma sobrecorrente pode
controlador, além de realizar a transferência de cargas, é causar sérios danos no grupo e na carga. Os disjuntores podem
ser utilizados para a interrupção dessas sobrecorrentes. Já para FIELDBUS FOUNDATION, entre outros que possuem
o sensoriamento da corrente pode ser feito via transformadores respectivamente seus órgãos regulamentadores. [12]
de corrente (TCs). Segundo a norma ABNT NBR 6546que
rege transformadores de corrente (TCs), os mesmos são VII. PROTOCOLO MODBUS
transformadores cujo enrolamento primário é ligado em série O protocolo MODBUS é uma estrutura de comunicação
com circuito elétrico para que no secundário tenha-se uma remota desenvolvida no final dos anos 70, usada para
corrente proporcional a do primário. Esse sinal de corrente do estabelecer comunicação entre dispositivos mestre/escravo. É
secundário deve ser adequado para utilização de sistemas de um padrão de fácil acesso, integração e operação e utilizado
controle, medição e proteção. O TC também isola os por muitos equipamentos industriais devido à isenção de taxas
equipamentos para que não seja necessário o contato com altas de utilização e também empregado em várias aplicações. [10]
correntes. No Brasil é normalizada a utilização de TCs com Os dispositivos na rede MODBUS se comunicam utilizando
5A no secundário. [8] a técnica mestre-escravo no qual permite que somente um
dispositivo (o mestre) possa iniciar as transações. Os outros
V. REDES INTELIGENTES (SMART GRID) dispositivos (escravos) respondem de acordo com o pedido do
Smart Grid é um conceito de redes elétricas que a integra mestre, ou de acordo com a tarefa em questão. As funções do
com sistemas de Telecomunicações, Automação e MODBUS funcionam sobre um registrador de mapa,
Computação propiciando um melhor controle e configuração e controle de módulo I/O. [10]
monitoramento do sistema elétrico. Um dos aspectos A velocidade de comunicação varia de acordo com o padrão
contemplados nesse conceito é a geração distribuída. A de comunicação que será utilizado para aplicação do
implantação da Rede Inteligente (Smart Grid) no sistema protocolo, que pode ser do tipo RS 232, RS 485, Transmission
brasileiro de energia elétrica possibilitará atender a demanda Control Protocol/Internet Protocol (TCP-IP) entre outros, bem
de forma muito mais racional e com mais qualidade. [5] [6] como o comprimento máximo da rede e o número máximo de
As concessionárias poderão, por exemplo, supervisionar o dispositivos conectados. [10]
fluxo de energia desde a geração até a utilização nas
residências e indústrias, diminuindo os furtos. Os VIII. APLICAÇÃO PRÁTICA
consumidores por outro lado poderão identificar seus gastos e
compreender melhor as tarifas, além de tornarem-se Para demonstrar a funcionalidade do sistema de supervisão
prosumidores, ou seja, aquele que consome e também fornece e controle de um GMG foi utilizada a montagem apresentada
energia à rede. [5][6] no diagrama em blocos da Figura 3. Nessa montagem tem-se
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o protocolo um sistema composto por um motor diesel, um gerador
definido para Smart Grid foi o IEC 61850 que garante uma síncrono, sensores digitais e analógicos, quadro de força, um
troca de dados de maneira rápida e permite definição de banco de resistores operando como carga, um controlador do
funções através de mensagens trocadas entre equipamentos processo e um computador para verificação e operação da
inteligentes. [7] IHM remota. Essa montagem foi implementada na sede de
uma empresa fabricante de itens para automação de grupos
geradores. Os dados do GMG, carga e controle estão listados
VI. COMUNICAÇÃO REMOTA
na Tabela I.
A comunicação remota surgiu no campo com a função de
aperfeiçoar a verificação, processamento e atuação em cima de
variáveis e assim ter um melhor resultado, sendo mais rápido e
eficiente. Com o decorrer do tempo aumentou-se
significamente o fluxo de dados nos barramentos, fazendo-se
necessário a implantação de novos meios de comunicação,
com menor índice de complexibilidade de instalação e
manuseio. O uso de meios sem fio vem se tornando mais usual
no campo, pois é de alta flexibilidade, aperfeiçoa espaço e
reduz custos. [11]
As redes industriais surgiram da necessidade de interligar
equipamentos que até então atuavam de forma independente e
passaram a atuar com um mesmo meio de comunicação que
tem um protocolo em comum entre os componentes do
sistema. [12]
Protocolo de comunicação é um conjunto de regras sobre o
modo como se dará a comunicação entre as partes envolvidas
do processo. Não existe protocolo certo ou errado, a escolha
depende particularmente da aplicação em questão. [12]
Os protocolos são desenvolvidos de acordo com o padrão
Open Systems Interconnect (OSI) da Organização
Internacional para Padronização (ISO). Protocolos comumente
mais utilizados: MODBUS, PROFIBUS, ETHERNET, Figura 3: Fluxograma em blocos do funcionamento do sistema.
TABELA I
DADOS GMG/CARGA/COMANDO DE FORÇA
Os sensores atuam na proteção do motor, verificando as
Variáveis Valores variáveis de temperatura da água, nível de água, pressão de
Potência Elétrica Nominal 55 kVA óleo, rotação e também é realizada a medição da corrente
Potência Mecânica 68 HP fornecida para a carga através da utilização de TCs.
Tensão 220 volts Através da IHM remota, é possível realizar a
Fase Trifásico parametrização dos valores de operação do sistema,
alternância entre modos de operação, controle remoto manual
Cos α 0,8
do sistema, além da verificação em tempo real de todas as
Frequência Nominal 60 Hz
variáveis. O controle também permite a integração do GMG a
Rotação Nominal 1800 RPM uma rede de geradores, que no protocolo utilizado, o mesmo
Carga 36 kVA (resistiva) pode ser alocado em um endereço variando de 1 a 247.
Contatores Para até 200 A em AC1
A. Controle remoto através de conexão RS 485
A verificação de tensão do sistema é realizada pelo Para a realização da comunicação remota entre o GMG e o
controlador que,quando operando no modo automático, ao computador, foi utilizado um controlador dedicado que já
verificar a ocorrência da falta da rede da concessionária faz o possui o protocolo MODBUS no modo de transmissão
acionamento do GMG. MODBUS RTU, e que se comunica através do meio físico RS
O controlador utiliza o tipo de transferência em rampa, que 485, que é um modo baseado na transmissão diferencial de
quando utilizado para horário de ponta, que é o horário mais dados através de um par de fios e exposto na figura 5 o
caro de tarifação de energia elétrica, e o uso de geradores conjunto. Esse modo possibilita a transferência de dados em
como fornecedor principal para esse horário é mais viável, e altas velocidades em longas distâncias, mesmo em ambientes
na entrada e saída do horário, o sistema faz com que não haja sujeitos a interferência eletromagnética (EMI), como é o caso
a interrupção no fornecimento de energia para a carga, de GMGs que são fontes significativas de EMI e, portanto,
controlando as potências dissipadas pelos contatores e não requerem cabos imunes a ruídos. A utilização do padrão RS
causando também o curto-circuito. O sistema também age 485 permite a comunicação entre vários elementos
quando o GMG está operante no modo Stand-By, mas participantes em uma mesma rede de dados, com alcance de
somente no retorno para a rede. até 1200 metros e com a utilização de taxa de comunicação de
O sistema quando operante no modo manual é necessário até 100 kbps. O modo de comunicação RS 485 possibilita a
que sejam acionados os comandos na IHM local ou remota ampliação da rede com a inserção de novos nós durante sua
para controle do GMG e do fornecimento de energia para a extensão.
carga. O diagrama de atuação do controlador está apresentado
na figura 4.

Figura 4: Fluxograma de operação do controlador. Figura 5: Montagem da planta para testes.


A taxa de transmissão escolhida foi a de 19,2 kbps já que a um sinal de tensão de 24 volts para a abertura da válvula de
distância é pequena: 4 metros e, portanto, não provoca perdas combustível do motor e posteriormente o envio de um sinal de
significativas que poderiam atrapalhar ou interromper o tensão de 24 volts para o acionamento do motor de partida. Na
tráfego de dados. O bit de paridade foi definido como nenhum, figura 8 está apresentado um gráfico de partida e operação do
assim como o fluxo de controle. Os dados são enviados de 8 GMG, no qual estão demonstradas variáveis mecânicas e
em 8 bits, com 1 bit de parada e com intervalo entre envio e elétricas. Assim que o mesmo se estabiliza, o controlador
recebimento de 4 milissegundos. realiza o envio do sinal de 220 volts alternados para o
O cabo RS 485 foi conectado a uma porta exclusiva do acionamento dos contatores, que assim fechando seus
controlador, que já possui internamente o circuito contatos, volta a alimentar a carga enquanto a rede comercial
condicionador/conversor do sinal trafegado, e na outra esteja fora da faixa nominal.
extremidade o mesmo foi acoplado a um conversor RS
485/USB para ser acoplado ao computador.

Figura 8: Gráfico de partida do GMG.

C. Verificação de controle mecânico


Figura 6: Tela de configuração para comunicação.
Para a verificação do comportamento mecânico do motor foi
O sinal transmitido no cabo de comunicação foi captado escolhida a monitoração da rotação do mesmo. A rotação do
através de um osciloscópio e é apresentado na figura 7. motor utilizado, que nominalmente é de 1800 Rotações por
Minuto (RPM), é controlada através de um sistema que
comanda a abertura e fechamento da bomba de combustível de
modo a torná-la estável independente do valor da carga
elétrica, dentro do seu limite de potência.
O sensor utilizado foi um pick-up magnético que envia o
sinal para o controlador físico e para o regulador de
velocidade do motor. Sua saída é de 6 Vpp, com uma
resistência interna de 550Ω e consumo obtido através da
conexão com o controlador sendo menor que 1 mA. [13]
Para a medida correta da rotação do motor, o sensor está
instalado bem próximo a cremalheira do mesmo com um
número de 159 dentes, para que haja uma maior precisão da
leitura. A variação entre o campo magnético (gerado pelo imã)
e um condutor de energia elétrica (bobina), gerou uma tensão
Figura 7: Sinal cabo RS 485. induzida (voltagem) no condutor, que tem de ser um cabo
blindado para que não haja interferência de ruídos, foi de 2,88
B. Comando volts verificados através de medição com multímetro. Essa
O comando de partida do GMG é realizado pelo controlador, tensão induzida, que é do tipo alternada pulsante com uma
seja pela IHM local ou remota, com a verificação das variáveis frequência proporcional a velocidade do material magnético
monitoradas através de sensores e também de sinais injetados que passa em frente ao pólo do sensor, foi injetada no
diretamente no controlador, como é o caso das tensões da rede controlador que internamente possui um circuito para
e GMG. conversão dos valores e injeção no software. Nas figuras 9 e
A partida é iniciada toda vez que o controlador identifica 10 demonstra-se o gráfico da variação de tensão do pickup
falha na rede ou quando acionado no modo manual, através de através da leitura com um osciloscópio, e com a medição
através de um multímetro e posteriormente a leitura remota RPM  n
através do controlador conectado a rede MODBUS e Fs  (1)
60
apresentado na figura 11. Onde,
Fs = Frequência sensoriada em HZ;
RPM = velocidade de rotação por minuto da cremalheira;
n = número de dentes da roda cremalheira;

Figura 9: Gráfico da variação de tensão do pick-up.

Figura 12: Monitoração da frequência.

D. Verificação do controle elétrico


O controlador utilizado dispõe de entradas para a medição da
corrente para a carga, sendo essa leitura enviada através da
comunicação remota para o computador, onde se verifica
continuamente a corrente na carga, também podendo ser
adicionado um valor máximo da corrente. Os dispositivos
Figura 10: Verificação local pickup/multímetro. utilizados para a captura da corrente foram TCs de relação de
200/5 Ampéres, sendo alocado um transformador por fase na
saída para a carga, assim realizando a leitura quando o mesmo
estiver operando com alimentação proveniente da geração do
GMG ou da concessionária local.
A Figura 13 apresenta a leitura da corrente na saída para a
carga utilizando um alicate amperímetro e a Figura 14
apresenta a mesma corrente medida através do controle
remoto, o que permite verificar se o sistema está operando nas
condições elétricas normais, pois caso contrário a alimentação
será interrompida.

Figura 11: Monitoração remota rotação em RPM.

Para a verificação remota, o operador pode configurar a


máxima rotação, habilitar ou não o sensor e também verificar
a rotação e freqüência sensoriada, cuja relação é dada pela
Equação (1) e demonstrado no controle remoto através da
Figura 12. O sinal da frequência sensora é convertido e
demonstrado a frequência elétrica no controlador e no controle
remoto. Figura 13: Leitura com amperímetro da corrente fornecida para a carga.
REFERÊNCIAS

[1] Site da Internet: Motores e Geradores, disponível em:


http://www.joseclaudio.eng.br/geradores/PDF/diesel1.pdf, acessado em:
10/09/2014.
[2] Site da Internet: Disciplina Grupo Motor Gerador, disponível em:
http://www3.ifrn.edu.br/~jeangaldino/dokuwiki/lib/exe/fetch.php?Media=apos
tila_grupo_motor_gerador1.pdf), acessado em: 12/09/2014.
[3] Franchi, C., M., e Camargo, V., L., A., Controladores Lógicos
Programáveis: Sistemas Discretos, 2ª Edição, São Paulo, Érica, 2009, 352p.
[4] Site da Internet: Antonelli, P. L. Introdução aos Controladores Lógicos
Programáveis, Disponível em
www.ejm.com.br/download/Introdução%20CLP.pdf>, acessado em
15/09/2014.
[5] Site da Internet: A Cemig e o Futuro, disponível em:
http://www.cemig.com.br/pt-br/ A_Cemig_e_o_Futuro/sustentabilidade/
nossos_programas/Redes_Inteligentes/ Paginas/as_redes_inteligentes.aspx,
acessado em 19/09/2014.
[6] Site da Internet: Smart Grid: Energia inteligente no Brasil, disponível em:
http://www.cpqd.com.br/mercado/smart-grid, acessado em 20/09/2014.
[7] Relatório Smart Grid - Ministério de Minas e Energia, Portaria 440-2010,
Figura 14: Leitura controle remoto da corrente fornecida para a carga.
229p.
[8] Site da Internet: Catálogo ABNT, disponível em
IX. CONCLUSÕES http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=4644, acessado em
20/09/2014.
Através dos ensaios feitos e dos resultados obtidos, [9] Site da Internet: Grupos geradores - Requisitos gerais para
verificou-seque a utilização de comunicação remota para telecomunicações, disponível em: http://www.pcs.usp.br/~laa/Grupos
automação em grupos geradores é de total importância e de /EEM/CAN_Bus_Parte_2.html, acessado em 22/09/2014.
[10] Site da Internet: O protocolo Modbus, Disponível em: http://www.cerne-
alta relevância nos dias atuais, pois quando os mesmo estão tec.com.br/Modbus.pdf, acessado em 05/10/2014.
em operação não há necessidade de alocação de um operador [11] Lugli, Alexandre Baratella, e Santos, Max Mauro Dias, Redes industriais,
local, pois na sala de controle, um único operador pode São Paulo, Editora Érica, 2010, 176p.
manusear e verificar várias máquinas simultaneamente. Com [12] Site da Internet: Redes de Comunicação para Sistemas de Automação
Industrial, disponível em: http://www.em.ufop.br/cecau/monografias
isso apenas será necessário o deslocamento ao local em casos /2009/THIAGO%20AUGUSTO.pdf, acessado em 07/10/2014.
confirmados e com objetivo já definido. [13] Site da Internet: KVA Energia Sob Controle, disponível em:
Os testes foram realizados com uma versão experimental do www.kva.com.br/kva2.0/, acessado em 14/11/2014.
software de controle remoto, mas com o final do projeto a [14] Site da Internet: ANEEL – Agência Nacional Energia Elétrica,
disponível em: www.aneel.gov.br/15.htm/PDF/RELATORIO_
empresa fabricante já está realizando a confecção e testes da GERAL_IASC_2003 _%20VGF. pdf, acessado em 16/12/2014.
versão final do mesmo além da expansão para utilização de
outros protocolos como MOSBUS/TCP e também para novas
plataformas para utilização em dispositivos portáteis.
Na rede com fio, aqui exemplificada e testada utilizando o
padrão RS 485, verificou-se um atraso na entrega da
mensagem e de resposta muito pequeno, que é insignificante
no controle e supervisão do GMG. Todos os parâmetros,
controles e verificações foram recebidos pelo controlador local
e o mesmo operou instantaneamente no GMG, ocorrendo
somente o atraso de atuação e resposta, que são obtidos
através de comandos digitais e analógicos (tensão/contatos
secos).
Redes industriais estão amplamente interligadas, pois a
utilização de mecanismos do tipo ponto a ponto torna inviável
a instalação física, dificuldade de manutenção e elevado custo
e através das redes, com a alocação de escravos específicos
enviando sinal para um mestre, o GMG através do padrão RS
485 será comandado e operado pelo comando geral ou mestre
local da planta.
Com o início da implantação do sistema Smart Grid no
Brasil, é fundamental que GMGs estejam em comunicação
com alguma rede, pois mesmo não sendo o padrão adotado
pelo sistema, através de Gateways poderá ser feito o
entroncamento e enviado para a rede inteligente o excedente
gerado.

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