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Poesia

trovadoresca
Cancioneiros da poesia galego-portuguesa

Arte de
Trovar
Poesia trovadoresca
Cantigas de amigo

Caracterização temática

● Emissor feminino (a donzela)


● Objeto masculino (o amigo)
● Espaço rural e ambiente doméstico e
familiar
● Drama sentimental da donzela
● Variedade do sentimento amoroso:
diversidade de sentimentos (tristeza,
saudade, dúvida, ansiedade,...)
Cantigas de amigo

Caracterização temática

● Presença de confidentes (humanos,


como a mãe ou as amigas, ou
inanimados, como elementos da
Natureza)
● Relação com a Natureza: cenário,
confidente e valor simbólico
Cantigas de amigo

Nas cantigas de amigo, o sujeito poético é uma donzela


enamorada que, num ambiente rural e familiar e em
íntima relação com a Natureza, revela à mãe, às amigas,
ou a elementos da natureza personificados os seus
sentimentos relativamente ao namorado – o amigo. O
tom é, por isso, de confidência amorosa, que contribui
para a expressão da variedade do sentimento amoroso,
ligada a sentimentos como a tristeza, a saudade, a alegria,
a mágoa ou mesmo a irritação.
Cantigas de amigo

Caracterização formal

● Paralelismo

● Refrão
Cantigas de amigo

Em termos de linguagem, as cantigas de amigo


caracterizam-se pela musicalidade e pelo cariz oralizante
próprios de textos que se destinavam a ser cantados e
que, por essa razão, deviam facilitar a memorização. A
própria estrutura tinha em vista esse fim, já que assentava
muito em mecanismos de repetição, como o paralelismo
com leixa-prem (retoma de versos) e o refrão.
Cantigas de amor

Caracterização temática

● Emissor masculino (o trovador)


● Objeto feminino (a «senhor» ou «dona»)
● Espaço aristocrático e ambiente
palaciano
● Coita de amor e sofrimento amoroso
(a «morte por amor»)
● Elogio cortês: idealização e enaltecimento da
mulher, de acordo com o código do amor cortês
(vassalagem e cortesia)
Cantigas de amor

Nas cantigas de amor, o sujeito poético é masculino e


exprime os seus sentimentos para com uma dama. A sua
atitude é de vassalagem e reproduz metaforicamente as
relações feudais. O trovador coloca-se ao serviço da sua
dona ou «senhor», guardando distância e respeito
(mesura) face a ela, que, por sua vez, se mostra,
habitualmente, distante, fria, indiferente ou até cruel.
Cantigas de amor

O carácter inacessível da amada e a ausência de


retribuição amorosa conduzem o «eu» enunciador à coita
de amor – o intenso sofrimento amoroso, a paixão infeliz
que pode mesmo levar à loucura ou à morte por amor.
Neste género da poesia trovadoresca, é recorrente o
elogio cortês à mulher amada, cujo retrato se assemelha a
uma idealização, com recurso frequente à hipérbole para
intensificar a beleza (física e moral) e a perfeição da dona.
Cantigas de escárnio e maldizer

Caracterização temática

● Emissor masculino (o trovador)


● Objetos diversos (figuras ou situações)

● Dimensão satírica:
-
paródia do amor cortês
-
crítica de costumes (sátira indireta, nas
cantigas de escárnio, ou direta, nas
cantigas de maldizer)
Cantigas de escárnio e maldizer

As cantigas de escárnio e maldizer, de dimensão


satírica, visam a crítica de costumes, associada à
representação humorística ou caricatural do quotidiano,
apontando a certos comportamentos e ações. Revestem-
se, por isso, de grande valor documental.
Se a crítica é direta e o seu objeto nomeado, as cantigas
são consideradas de maldizer. Se a crítica se
desenvolve por alusões, de modo indireto, não sendo
possível identificar o visado, as cantigas são de escárnio.
Cantigas de escárnio e maldizer

O alvo de muitos destes textos, cuja intenção comunicativa


passa por divertir e moralizar, frequentemente através da
ironia, é, muitas vezes, o próprio grupo profissional dos
trovadores, ridicularizando-se temas e processos típicos
das cantigas de amor, como o elogio superlativado da
«senhor» ou a «morte de amor», em clara paródia do
amor cortês.

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