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Camila, Nacionalidade XXXXXX, Estado Civil XXXXX, Profissão XXXXX, portadora do RG

n° XXXXX, e inscrita no CPF, sob o N° XXXXXX, residente e domiciliada na rua XXXX,


N° XXXX, Bairro: Resende-RJ, CEP: XXXXX, por intermédio de seu defensor
constituído, conforme instrumento particular de procuração em anexo, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 396 e 396-A
do Código de Processo Penal, apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO, pelos motivos de fato
e de direito a seguir expostos.

O Ministério Público da Comarca da Barra da Tijuca, no dia 11 de julho de 2022,


ofereceu denúncia contra a Acusada, por ter esta, em tese, ter cometido o crime de
Estelionato, descrito no Art. 171, parágrafo 4° do Código Penal. Uma vez que,
Vivian procurou Camila, via telefone, para contratar os supostos serviços de
organização e realização dos preparativos da festa de sua neta. As duas se reuniram
no dia 11 de abril de 2022, na Barra da Tijuca e Camila mantendo Vivian em erro,
ofereceu um salão de festas, contratação de buffet, decoração e música, mediante o
pagamento de R$25.500,00(vinte e cinco mil reais). O dinheiro deveria ser pago no
dia 10 de julho de 2022, uma semana antes da festa.

Cinco dias antes do programado para receber o deposito de Vivian, Camila em um


súbito relâmpago de consciência, liga para Vivian e revela toda sua ideia criminosa
e pede desculpas pelo ocorrido, alegando está arrependida. Embora nenhum recurso
tenha sido transferido e sem prejuízo aparente, Vivian ficou muito triste e
frustrada, pois, além de ser enganada, não conseguiria realizar a festa de sua neta
na data prevista.

Por conta da denúncia oferecida, o MM. Juiz da Comarca recebeu a exordial


acusatória, determinando a citação da Acusada, regularmente citada no dia 14 de
julho para apresentar a defesa da acusação que lhe fora imputada, e por meio deste
petitório, apresenta tempestivamente sua defesa no último dia do prazo dia 24 de
julho de 2022.

Da preliminar
É notório observar que á uma ilegitimidade, pois trata-se de ação condicionada à
representação do ofendido. Nos termos do §5.º do art. 171 do Código Penal, exige-se
representação do ofendido para que o fato possa ser investigado e, eventualmente,
torne-se objeto de ação penal. Não basta que o fato chegue a conhecimento das
autoridades; somente haverá responsabilidade penal do autor do estelionato se
houver manifestação de vontade da vítima nesse sentido, o que no caso em comento
não há anuência da vítima para que sua irmã, denunciasse a ré.

Atipicidade da Conduta
Percebe-se ainda que há uma atipicidade da conduta, uma vez que o crime de
estelionato tipificado no caput do Art. 171 do Código Penal, consuma-se somente com
a obtenção da vantagem ilícita, em prejuízo alheio.
Desta forma, como a ré, desistiu de prosseguir com a conduta voluntariamente em
tempo hábil, nota-se que não há infração penal.

Dos pedidos
a) Que seja absolvida sumariamente a Acusada, face a conduta manifestamente
atípica, nos termos do artigo art. 397, III, do Código de Processo Penal

b) Caso não acatada nenhuma das teses anteriores, requer-se a designação de


Audiência de Instrução e Julgamento, nos termos dos artigos 399 e 400 do Código de
Processo Penal, para que se possa comprovar a inocência da Acusada.

c) No mais, requer-se a produção de todas as provas em Direito admitidas e que se


fizerem necessárias, bem como a oitiva das testemunhas abaixo indicadas, requerendo
sejam intimadas para prestarem depoimento em Juízo.

Nestes termos, pede e espera-se deferimento.


24 de julho de 2022.

Advogado
OAB/XX
N° XXXXXX

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