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Questão 1)

Noção distorcida de tempo: “O relógio da cadeia anda em câmera lenta.” Racionais


Mc’s Diário de detento, Sobrevivendo ao inferno.
(Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Cosa Nostra, 1997.)

(Salvador Dali, A persistência da memória, 1931)

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Questão 2)
Gioconda

Deu-te o grande Leonardo ao sorriso a ironia,


Insídia, e eterno ardil, na luminosa teia:
Tal, a Belerofonte a Quimera sorria,
E a Esfinge de Gizé sorri na adusta areia...
A cilada do amor, o embuste da utopia,
O desejo, que abrasa, e a esperança, que enleia,
Chispam na tua boca impenetrável, fria...
Seduzes, através dos séculos, sereia!
Esse leve clarão no teu lábio, indeciso,
É a dobrez ancestral, a malícia primeva
Da Ísis, da pecadora altriz do Paraíso:
Porque, para extrair as gerações da treva,
À serpe, e a Adão, e a Deus, com o teu mesmo sorriso,
Sorria, astuta e forte, a mãe das raças, Eva.

a)
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Questão 3)
Essência do capitalismo:
A falência Júlia Lopes Almeida “Senhores, a audácia ajuda a fortuna. Fiquem certos
que o bom negociante não é o que trabalha como um negro, e segue a rotina dos
seus antepassados analfabetos. O negociante moderno age mais com o espírito do
que com os braços e alarga os seus horizontes pelas conquistas nobres do
pensamento e do cálculo.”
(Júlia Lopes, A falência. São Paulo: Companhia das Letras, 2019).

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Questão 4)

“SEGUNDA — Durante anos e anos, dia a dia, o marinheiro erguia num sonho contínuo a
sua nova terra natal... Todos os dias punha uma pedra de sonho nesse edifício impossível...
Breve ele ia tendo um país que já tantas vezes havia percorrido. Milhares de horas
lembrava-se já de ter passado ao longo de suas costas. Sabia de que cor soíam ser os
crepúsculos numa baía do norte, e como era suave entrar, noite alta, e com a alma
recostada no murmúrio da água que o navio abria, num grande porto do sul onde ele
passara outrora, feliz talvez, das suas mocidades a suposta...”

(O marinheiro Fernando Pessoa) ( Disponível em


http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books/Fernando%20Pessoa%20-%20O
%20marinheiro.pdf/ Acessado em 05/08/2021).
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Questão 5)
“Há ainda na linguagem o ritmo de cada expressão. Quando o sentimento fala,
a linguagem não se fragmenta por vocábulos, como nos dicionários”
(O ateneu – página 58)

Língua Portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,
É as, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

a)
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Questão 6)

“Se as nossas eleições fossem sempre impuras, vá que viesse aquela disposição no projeto;
mas é raro que a ordem e a liberdade se não dêem as mãos diante das urnas. Uma eleição
entre nós pode ser aborrecida, graças ao sistema de chamadas nominais, que obriga a
gente e não arredar pé da seção em que vota, mas são em geral boas. E depois, se o voto
secreto já fez algum bem neste nosso pequeno mundo, por que aboli-lo?” (Bons dias!
Machado de Assis)

(Obra de domínio público e Séries Crônicas – Editora da Unicamp)

a)
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Questão 7)

“Nicolau Coelho, e Aires Corrêa, e nós outros que aqui na nau com ele íamos, sentados no
chão, nessa alcatifa. Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia
fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a alguém. Todavia um deles fitou o colar do
Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar,
como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de
prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá
também houvesse prata!”

(Pero Vaz de Caminha – Carta Carta de Achamento a el-rei D. Manuel) (Disponível em


a)
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Questão 8)

Sete anos de pastor Jacob servia

Sete anos de pastor Jacob servia


Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prémio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,


passava, contentando se com vê la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos


lhe fora assi negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida;

começa de servir outros sete anos,


dizendo:-Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida.
(Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000164.pdf/
Acessado /05/08/2021)

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