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Corretoras carteiras e o

ecossistema de criptomoedas
6 minutos

16 minutos
Você vai aprender:
 O que significa o Bitcoin ser peer-to-peer e como negociar nesse modelo.

 Os tipos de carteira de criptomoedas.

 Corretoras (ou exchanges) e transações OTC.

 Como identificar uma pirâmide financeira e investir com segurança.

Se você já entende como a tecnologia do Bitcoin funciona e como ela


permite a descentralização, é hora de entender todo o sistema de
negócios que se desenvolveram a partir dele.

Confira abaixo, na lição final desta trilha!

1. Plataformas Peer-to-Peer
(P2P)
Você entendeu que o Bitcoin permite que usuários negociem entre si
diretamente seus ativos, sem intermediários. É o que chamamos de
P2P (abreviação de “peer to peer”, em inglês). Em resumo, significa
que você vende ou compra um bitcoin diretamente de outro usuário,
de acordo unicamente com o preço que ele definir. Assim, não
importaria a cotação de mercado, porque cada usuário tem a liberdade
para negociar pelo preço que bem entender.
No modelo P2P, a forma de pagamento e a transferência da
propriedade do bitcoin são definidos em comum acordo entre as
partes, sendo necessário confiar de que as transferências (do valor
da compra e da consequente transferência da custódia) serão feitas
como combinado. Ou seja, realizar uma transação P2P é arriscado do
ponto de vista de confiança de que a outra parte concluirá a
transferência como combinado. Para resolver esse problema, existem
plataformas P2P.

As corretoras P2P surgem para facilitar a conexão entre as partes.


Elas permitem que as partes negociem o valor da moeda pelo preço
que quiserem, independente da cotação do mercado, e intermediam a
transferência. Ou seja, elas se tornam o elo de confiança que
garantem que a transação seja feita como combinado. Para isso,
cobram uma porcentagem da transação.

Existem também os marketplaces P2P, que são simplesmente sites


que reúnem vários usuários que negociam bitcoin nesse modelo. Eles
servem apenas para que usuários se conectem uns aos outros para
negociarem. Ou seja, diferente das corretoras P2P, eles não são parte
intermediadora da transação, mas apenas “apresentam” as partes. Ou
seja, não se responsabilizam pela confiança da transação.

2. Carteiras
As carteiras de Bitcoin e outras criptomoedas são os locais onde
esses ativos ficam armazenados. Carteiras são individuais e possuem
um código próprio para que apenas o proprietário a acesse. Esse
código é chamado de “Chave Privada”. É essa chave que permite que
seus bitcoins fiquem seguros na sua carteira, já que para acessá-la é
necessário ter esse código. Ou seja, a Chave Privada deve ser
mantida segura pois ela permite acesso à sua carteira.

As carteiras são a origem e o destino nas transações de


criptomoedas, de onde você enviará e onde receberá seus ativos.
Para isso, além da chave privada, sua carteira também terá uma
“Chave Pública”, que é como o número da sua conta em um banco
tradicional. Essa chave pública é usada para gerar códigos chamados
de endereços, para outros usuários transferirem criptomoedas para
sua carteira. Da mesma forma, para enviar os ativos da sua carteira
para outro usuário, você precisará de um endereço gerado pela chave
pública dele.

Os tipos de carteiras
Carteira online
É o tipo de carteira que fica armazenada na nuvem. Assim, ela pode
ser acessada de diferentes dispositivos, bastando ter uma conexão
com a internet. Por esse motivo, ela é mais prática e bem conveniente.
No entanto, é mais suscetível do ponto de vista de segurança.

São alguns exemplos: corretoras como a Coinext.

Carteira mobile (mobile wallet)


São carteiras que funcionam em um aplicativo no celular. Você baixa
um aplicativo de carteira e mantém controle sobre seus ativos. É mais
segura que uma carteira online. No entanto, os grandes riscos das
carteiras mobile são problemas como a perda do celular. Além disso,
como está em um dispositivo conectado à internet, é possível haver
brechas de segurança.
São alguns exemplos: Coinomi, Jaxx Wallet

Carteiras para computador (software wallet)


Assim como as de aplicativo para celular, a carteira para computador
é um software baixado e instalado no PC que tende a ser mais segura
que as online. No entanto, é importante manter sua máquina sempre
atualizada, com antivírus e outras barreiras de segurança.

São alguns exemplos: Jaxx Wallet, Exodus

Exemplo de uma software wallet. Imagem: Exodus

Carteira em hardware (hard wallet)


São pequenos dispositivos, normalmente no formato de pendrive, com
uma porta USB. É mais segura por ser um dispositivo que está na
maior parte do tempo offline, sem acesso à internet. Além disso, é
bem prática, pois você pode plugá-la no computador, transferir seus
ativos de várias plataformas e depois desconectá-la.

Um dos pontos que pode ser negativo para algumas pessoas é o


preço, pois tende a ser mais caro que outras opções. No entanto, é
uma das opções mais seguras.

São alguns exemplos: Ledger, Trezor

Exemplo de uma hard wallet. Imagem: Trezor


Carteiras em papel (paper wallet)
De longe, as carteiras de papel são a opção mais segura para
armazenar seus ativos. Isso porque é uma cópia física da sua chave
privada. Na prática, você terá escrito ou impresso em uma folha de
papel suas chaves privada e públicas, podendo inclusive ter os QRs
Codes impressos.

O risco é você perder esse papel e não ter uma cópia. Por isso é
sempre importante manter um backup seguro, como em um cofre.

Exemplo de como pode ser uma paper wallet. Imagem: Blockgeeks

Hot wallet ou cold wallet (carteira “quente” ou


carteira “fria”)
São os termos usados para diferenciar as carteiras que estão online
ou offline. Enquanto as hot wallets são conectadas à internet, ficando
mais suscetíveis a ataques, as cold wallets ficam desconectadas da
rede.

3. Corretoras (Exchanges)
As corretoras de criptomoedas, em resumo, intermediam a compra e
venda entre usuários, cobrando uma taxa para cada negociação
realizada. Elas têm como referência a cotação média do bitcoin no
mercado global, mas têm pequenas variações entre si devido a cada
uma delas ter uma quantidade específica de clientes e de custódia de
bitcoins para negociarem.
Corretoras de criptomoedas funcionam como uma Bolsa de Valores,
com a diferença principal de que, enquanto as ações de uma empresa
são negociadas em bolsas específicas, as criptomoedas são
negociadas por várias corretoras ao mesmo tempo. Assim, cada
corretora tem uma espécie de “mini mercado” próprio. O resultado
disso são pequenas variações de preço do bitcoin entre as corretoras,
mesmo que todas tenham referência do preço global de moeda.

Muitos usuários confundem os conceitos de corretora e carteira. Se


você tem bitcoins em uma corretora, você na verdade não tem uma
carteira nela. Ou seja, corretora não é carteira. Os endereços de
origem ou destino das suas transações em uma corretora são na
verdade para a carteira da própria corretora. Isso significa que aqui na
Coinext, por exemplo, apenas mantemos seus bitcoins custodiados
em uma carteira nossa. Os bitcoins são identificados como seus se
chegam por um endereço gerado por você.

Se você não tiver perspectiva de negociar bitcoins, o ideal é que você


os mantenha em uma carteira própria.

4. OTC
OTC é um termo emprestado do mercado tradicional que significa
‘Over the Counter’. No mercado de criptomoedas, é usado para as
grandes quantidades negociadas a um preço fixo. E por quê realizar
transações OTC?

Imagine, por exemplo, que você queira comprar 10 bitcoins. Se você


fosse comprar essa quantidade usando o livro de ofertas (book) de
uma corretora, você começaria com os preços mais baixos e, até
completar os 10, você iria avançar sobre as ordens de valores de
venda mais altos. Com o OTC, você faz uma comunicação direta com
o vendedor para fechar o valor da quantia total, pagando um valor
fechado, não precisando “escalar” o livro.

Em resumo, o OTC tem como vantagem: conclusão de transações


mais rápidas para grandes quantias, cotação travada e atendimento
exclusivo.

5. Mineradores ou hubs de
mineração
Como você aprendeu na lição 4, a mineração de bitcoin é o que
permite que a Blockchain mantenha atualizada todas as transações
que aconteceram na rede. Com isso, muitas pessoas optam por se
tornarem mineradores ou integrarem um hub de mineração, que junta
o poder de processamento de vários computadores, para receberem
os bitcoins pagos como recompensa pela inclusão de transações na
rede.

6. Pirâmides financeiras
As pirâmides financeiras já são conhecidas no mercado muito antes
das criptomoedas. A lógica desse tipo de fraude é simples: você dá
dinheiro em troca de promessas de ganhos, enquanto divulga para
mais pessoas entrarem no mesmo negócio.

Enquanto novas pessoas estão entrando e colocando dinheiro, a


promessa da empresa é cumprida. Afinal, há fluxo de caixa que pode
ser usado para pagar os usuários anteriores. Até que não é mais
sustentável, pois os ganhos prometidos não encontram espaço na
realidade de qualquer mercado. O pagamento realizado pelos novos
usuários na entrada são usados para pagar os anteriores, mas em
algum momento a entrada de novos não é suficiente para pagar os
antigos.

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