VIDEO:

Segundo Moreira & Nejmeddine (2015, p. 13), há 2 tipos de vídeos que podem ser
usados em contexto de sala de aula:

1 – Vídeos didáticos, ou pedagógicos, são vídeos não narrativos, e onde se incluem os

vídeos científicos, técnicos e documentários;

2- Vídeos educativos, apesar da sua conceção não ter existido uma intenção
propriamente educativa, pode servir os fins pretendidos pelo professor para abordar
determinado conteúdo.

E, continuando a citar Moreira & Nejmeddine (2015, p. 19), podemos considerar “4

funções que o vídeo pode desempenhar no campo educativo enquanto transmissor de
informação”:

1- Transmissor de informação: possibilitando ao aluno ver aquilo, que apesar de existir

no seu quotidiano, não vê, apenas olha. O vídeo consegue tornar uma realidade banal,
numa nova realidade;

2- Instrumento motivador: o importante é que o documento, enquanto elemento de

motivação catalise a sua atenção para determinado conteúdo e promova a reflexão que,
por sua vez, conduza a aprendizagens partilhadas;

3- Instrumento de avaliação: função de analisar e avaliar comportamentos, expressões,

atitudes, valores e todo um conjunto de realizações verbais e não verbais. Realizando
autoscopia para poderem ter consciência do que os outros podem ter sobre eles;

4- Forma de expressão: podem incluir-se as experiências videográficas em que os

estudantes e professores utilizam a câmara e os meios técnicos de montagem para
produzir documentos como dramatizações ou performances cénicas ao nível da
expressão corporal, musical ou teatral.

Principais etapas para uma adequada utilização pedagógica

1.ª) Previamente à visualização do vídeo, é necessário haver uma planificação do
professor.
2.ª) Durante a visualização, o professor deverá fornecer aos estudantes um guião que
os possa encorajar a uma visualização ativa.
 3.ª) Após a visualização, deverá haver lugar para o diálogo / debate sobre as ideias e
emoções levantadas pelo objeto videográfico e para uma síntese das aprendizagens por
ele veiculadas, integrando-as na temática em estudo.

Considerando os recursos de aprendizagem audiovisuais com um enorme potencial

educativo, a utilização dos mesmos nas aulas requer, por parte do professor (Moreira &
Nejmeddine, 2015):
1.º) Preparação ou Planificação: refere-se à etapa prévia à visualização do recurso
audiovisual. O professor deve selecionar e visualizar o recurso e verificar se é adequado
aos objetivos que se pretendem alcançar e aos seus destinatários. Depois, num segundo
momento, deve preparar as atividades a desenvolver e conceber os materiais
pedagógicos de apoio a utilizar nas fases posteriores. Entre estes materiais, destacamos
a construção de um guião de leitura e uma grelha de observação.
2.º) Visualização, leitura e análise do recurso de aprendizagem: refere-se à visualização
do documento videográfico. Nesta fase o professor deve fornecer aos estudantes os
materiais de apoio pedagógico elaborados na primeira fase – guião e grelha de
observação –, que os deve encorajar a uma visualização ativa e a efetuar uma avaliação
de conceitos.
3.º) Desconstrução do recurso, debate e reflexão: é a fase em que o professor
disponibiliza um espaço referente à sala de aula virtual onde apresenta os referenciais
teóricos, considerados pertinentes para desconstruir o vídeo, sendo os estudantes
convidados a debater as suas reflexões acerca do objeto videográfico visualizado.
4.º) Conclusão e verificação: refere-se à síntese final da atividade, onde o professor
pode solicitar aos estudantes um trabalho que integre as aprendizagens realizadas e que
possibilite a aferição dos conhecimentos adquiridos.
BIBLIOGRAFIA:

Moreira, J.A. & Nejmeddine, F. (2015). O vídeo como dispositivo pedagógico e

possibilidades de utilização didática em ambientes de aprendizagem flexível.

Coleção: Estudos Pedagógicos. Whitebooks. ISBN: 978-989-98890-8-8.