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Antiulcerosos:

Usado como tratamento de doenças pépticas como dispepsia (engloba vários sintomas epigástricos como: pirose,
sensação de plenitude gástrica, saciedade precoce, distensão abdominal e náuseas). Caracteriza-se pelo
desenvolvimento de ulceras na mucosa exposta à secreção ácida do estômago. Geralmente ocorre no estômago
mas também podem aparecer no esôfago, duodeno e outras partes no intestino. É fortemente associada à dois
fatores de risco:

1- infecção por H. Pylori


2- uso frequente de medicamentos AINES e acido acetilsalicílico pois inibem a síntese de prostaglandinas e
estes mediam a reação inflamatória e protegem a nível citoplasmático a mucosa gástrica. Ou seja, uso de
medicamentos AINES diminuem a proteção da mucosa gástrica. Pacientes com artrite, reumatismo
precisam tomar AINES por muito tempo e com isso são mais propensos a ter mucosa lesionada.

Outros fatores como redução das defesas da mucosa gástrica e duodenal ou estímulos à secreção de HCl
(tabagismo, etilismo, estresse e dieta inadequada) podem desencadear doença ulcerativa péptica. O
desenvolvimento da DUP baseia-se no desequilíbrio entre os fatores protetores do estômago e os agressivos. O
tratamento consiste na erradicação da H.Pylori ou redução da secreção gástrica.

Fatores agressivos: HCl, isquemia da mucosa (falta de suprimento sanguíneo), pepsina, drogas como aines,
corticoesteróides, cloreto de potássio, eritromicina, agente quimioterápicos, alendronato e zidovidine.

Fatores protetores: muco, secreção de bicarbonato, motilidade normal, fluxo sanguíneo gástrico e duodenal, rápido
turn over do epitélio gástrico (renovação epitelial).

Importância das secreções do estômago: fator intrínseco (a acidez gástrica permite a absorção de vit B12 sendo um
fator antianêmico), HCl combate MO e ativa o pepsinogênio,pepsinogênio converte-se em pepsina na luz gástrica e
participa da digestão de proteínas, muco protege a mucosa contra HCl sendo uma barreira física.

A mucosa gástrica possui dois tipos importantes de glândulas:

Oxíinticas: responsáveis pela produção de HCl, pepsinogênio, fator intrínseco e muco. Possui 3 tipos de células:
produtoras de muco, células pépticas que secretam grandes quantidades de pepsinogênio e células parietais ou
oxiinticas que secretam HCl e fator intrínseco.

Pilóricas: muco e gastrina (hormônio regulador da secreção gástrica).

Os sinais nervosos que estimulam a secreção gástrica podem ser originados tanto no cérebro quanto no próprio
estômago através do contato da mucosa com estímulos químicos diversos e também através da distenção do
estômago.

A secreção gástrica é controlada basicamente por quatro substancias:

1- Acetilcolina: produzida pelos neurônios e estimula a produção de gastrina.


2- Gastrina: aumenta em até 8x a produção de HCl pelas células parietais
3- Histamina: produzida constantemente no estômago, sua presença é necessária para que a gastrina e
acetilcolina possam funcionar adequadamente.
4- Prostaglandinas: inibem a secreção ácida e estimulam a produção de muco e HCO3. Desempenham um
importante papel na proteção do estômago. Por isso, drogas que bloqueiam a síntese de prostaglandinas
(AAS, AINES) são prejudiciais nos casos de DUP, por afetarem diretamente a produção de muco protetor do
estômago
Estratégias de tratamento: tradicional (redução da secreção ácida gástrica), erradicação da H. Pylori para cicatrizar
e diminuir a ocorrência de ulceras, evitar uso de drogas ulcerogênicas, fumo, álcool, café, chocolate, frituras,
refrigerantes, estresse, inibidores da receptação de serotonina não são indicados pois podem aumentar os
sintomas dispépticos.

Principais fármacos utilizados para inibir ou neutralizar a secreção gástrica:

Antiácidos: promovem conforto temporário, não sendo recomendado o uso prolongado por causa efeito rebote.
Por levar à neutralidade de pH, estimula a produção de mais HCl e a neutralização do efeito gástrico pode levar ao
cálculo renal. Nesses casos usa-se hidróxido de magnésio, pois elevadas doses dessa substância aceleram o
esvaziamento gástrico e a motilidade intestinal, mas podem causar diarreias. Associa-se o hidróxido de magnésio
com hidróxido de alumínio.

Antagonistas dos receptores de H2: inibe a secreção gástrica induzida pela histamina, acetilcolina e gastrina.
Receptores H2 existem em varias células mas bloqueadores H2 causam efeitos fisiológicos apenas na secreção de
gastrina. Reduzem o volume da secreção gástrica e aumentam o pH. Utilizados em úlceras e esofagite de refluxo.
Mecanismos:

1- histamina nos mastócitos se liga aos receptores H2 presentes na membrana das células parietais
aumentando o HCl
2- acetilcolina age n receptor muscarínico aumentando o cálcio do citosol aumentando a secreção de HCl
3- gastrina aumenta o cálcio do citosol aumentando a secreção de HCl

Inibidores da bomba de prótons: omeprazol, outros da família ‘prazol’, inibem a secreção da enzima responsável
pela acidificação da secreção das células parietais, inibem até 95% da secreção ácida, tem alta seletividade e com
isso não modificam a secreção de pepsinogênio, fator intrínseco e motilidade gastrointestinal.

Análogos de protaglandinas: misoprostol inibe a secreção ácida gástrica em resposta aos alimentos, histamina,
cafeína através de uma ação direta na célula perietal, elevam o fluxo sanguíneo da mucosa e a secreção de uco e
HCO3. Usado quando o uso prolongado de AINES é necessário e crônico. Causam diarreia, cólicas, contrações
uterinas e relaxamento do colo uterino (aborto). Os análogos das prostaglandinas (PGE1 PGI2)possuem papel
importante na homeostase da barreira protetora da mucosa. As prostagandinas são sintetizadas na mucosa e são
responsáveis pela secreção de muco e bicarbonato, diminuir a secreção de ácido e causam a vasodilatação, e estes
são mecanismo de proteção do estômago contra lesões

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