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Figura 1: Curvas de torque, potência e consumo específico do motor utilizado Tabela 2: Massa não suspensa do veículo. Fonte: Autor.
na competição Baja SAE Brasil. Fonte: Autor.
Cubo de roda traseiro 1,360kg
Conjunto Roda/Pneu 5,000kg
Massa não suspensa total 6,360kg
Tabela 3: Peso sob cada roda e peso total do veículo. Fonte: Autor.
Wb
FTmáx L (3)
h
1
L
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Concreto, ou asfalto 1,316
Dureza média, ou terra 7,017
Para um veículo com as características indicadas nas tabelas 1, 2, 3 e Areia 26,316
4, o valor da força trativa máxima é de 1350,520N. Esta força
corresponde ao Torque de 343,03Nm e este torque corresponde à
rotação de 1927rpm da curva de torque disponível. Porém, não há
torque líquido suficiente para que esta força trativa máxima seja Já que o coeficiente de resistência é uma função do tipo de
atingida. A força trativa líquida máxima é de 1233,695N, na rotação solo e da velocidade, não é possível reduzi-lo, sem diminuir
de 2600rpm. O que faz com que a eficiência trativa seja baixa. A também a velocidade [6]. Resta então a opção de reduzir o
equação 4, mostra como se calcular a eficiência trativa do veículo [9]. peso sobre as rodas. A velocidade do veículo é calculada em
função da rotação do motor, e da relação de transmissão e
Ftratliquida redução. Pelos dados da tabela 1 e da figura 2, a velocidade do
trativa (4)
Ftratmax veículo na rotação de 2600rpm é de 2,006m/s.
Aplicando a equação 4, chega-se a um valor de eficiência de 0,913. Reduzir a massa dos pneus é uma missão inviável
Uma vez que o objetivo do presente trabalho é aumentar a força financeiramente, além de que é praticamente a alguma equipe
trativa do veículo que é de inicialmente 1350,520N, então, baseado de Baja nacional fabricar seus próprios pneus. Já a redução de
nas equações 2, 3, 4 e na Fig.1, conclui-se que para isso é necessário massa das rodas é possível, principalmente alterando o
aumentar força trativa líquida, ou diminuir a força trativa máxima do material das mesmas. Porém, o material menos denso utilizado
veículo. Reduzir a força de tração máxima representa uma limitação com segurança pelas equipes é o alumínio, que é o material
do projeto e só é possível alterando as características geométricas do utilizado neste estudo e ainda não surgiram opções quanto à
veículo. Já para aumentar a força trativa líquida, há duas
isso. Além de que financeiramente seria mais custoso fabricar
possibilidades: aumentar o torque disponível, ou reduzir o torque
requerido. Aumentar o torque disponível é impossível, uma vez que rodas, do que compra-las pronta.
não é permitido mexer no motor [3]. Então, para reduzir a potência
requerida só é possível reduzindo a carga de resistência do ar e Resta como opção a redução de massa do cubo de roda. Neste
resistência ao rolamento, como sugere a equação 2. A Fig.3 mostra a quesito existem três possibilidades: alterar o material de
importância da resistência do ar, em relação à carga de resistência fabricação, ou a geometria, ou ambas. Normalmente o cubo de
total, em %. Na figura fica evidente a baixa influência da resistência roda utilizado advém de outros veículos ATVs, ou mesmo
do ar em relação à resistência total – pouco menos de 1%. Algo que é gaiolas de competição. Porém, tanto o peso desses veículos,
condizente, em relação à resistência aerodinâmica em baixa quanto o torque disponível pelo motor são diferentes do
velocidade [7]. Portanto o foco deste trabalho deve estar em reduzir a
outra parcela da carga de resistência: Resistência ao rolamento.
encontrado normalmente nos veículos Baja. Considerando o
tamanho do cubo, em relação ao tamanho da roda e a
complexidade da geometria da roda, em relação à geometria
do cubo, é mais barato para uma equipe dimensionar seus
próprios cubos. Neste estudo será alterado a geometria do
cubo e o material.
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Os eixos dianteiro e traseiro os responsáveis por equilibrar a força
centrífuga [6]. À parcela de força de cada eixo, dá-se o nome de força
lateral [5]. A figura 5 representa o desenho da direção do veículo
Baja, com a qual foi possível determinar os ângulos de esterçamento
das rodas dianteiras, enquanto a tabela 5 mostra os resultados para
força lateral, para o torque e para a força peso, que serão os valores
de entrada utilizados na simulação computacional.
mv 2
Fc
Torque 368,592Nm
(6)
Rc Força Lateral 989,035N
a
G (7)
g
H
Wintdin Wintestt Wintestt (8)
B
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Simulação Computacional de um Cubo de Roda
Comercial
A tabela 7 apresenta as propriedades do material do cubo de roda
comercial, composto por ferro fundido cinzento. É a partir do módulo
O processo de simulação é um processo de aproximação [11]. O que
elástico que é possível determinar a deformação máxima e que o
significa, segundo o mesmo autor, que podem existir divergência
limite de escoamento é que limita a tensão máxima que deve atuar
entre resultados analíticos e numéricos. Uma maneira de diminuir
sobre o cubo de roda [14]. A figura 8 apresentam as condições de
esta divergência de resultados é aplicando um controle de malha [12].
contorno do estudo proposto [13]. Considerando o cubo de roda
Com as cargas de entrada definidas, é necessário determinar a malha
conectado à um conjunto de roda e pneu rígidos e fixos ao solo,
do elemento finito do cubo de roda comercial [13]. Dentre alguns
simbolizado na figura 8 pelo Nó2. O outro ponto recebe torque
modelos de malha, pode-se citar as malhas de uma dimensão, ou as
proveniente do motor, além de sofrer efeito da força lateral e da força
lineares, as bidimensionais e as tridimensionais. A figura 6 mostra
peso e é simbolizado na figura 8 pelo Nó1.
cada um tipo dessas malhas.
Tabela 7: Propriedades do material do cubo de roda. Fonte: Autor.
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de ruptura e a tensão máxima, pois o cubo comercial está
superdimensionado para ser utilizado em um veículo Baja.
Devido à diminuição do volume do cubo de roda, que antes era
0,00018896m³, no modelo comercial para 0,00011942m³ no modelo
opcional, a quantidade de nós e de elementos – para o tamanho de nó
de 1mm – são menores. Além da mudança do volume, houve também
mudança no material da peça: Trocou-se o ferro fundido cinza por
uma liga de Nylon que tem suas propriedades mostradas na tabela 10.
Figura 9: Resultados da tensão de von Misses e deslocamento máximo do Limite de escoamento 139,04MPa
cubo de roda comercial. Fonte: Autor.
Resultados
Foram redimensionadas as áreas onde a tensões eram muito baixas.
Essas áreas foram eliminadas da peça, pois o estudo, apresentado no
presente trabalho, que pode ser visto na figura 9, mostrou serem
desnecessárias. O restante da geometria não foi alterada, uma vez que
é objetivo da maioria das equipe utilizar, tanto rodas comerciais,
quanto semi-eixos comerciais e tais itens possuem medidas padrões
que já condizem com as medidas do cubo de roda comercial. A nova
geometria do cubo de roda, denominado cubo de roda opcional é
mostrado na figura 10, tal como sua versão discretizada e um detalhe
na geometria superficial da malha que não foi alterada, em relação ao
modelo do cubo comercial, enquanto os dados da malha estão
detalhados na tabela 9. Optou-se novamente por um tamanho de
malha constante, pelos mesmos motivos expostos para o modelo
comercial.
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A mudança no volume e na densidade do material resultou em uma
redução da massa do cubo de roda. O modelo comercial possui massa
de 1,360kg enquanto o modelo opcional possui massa de 0.167kg.
Uma redução de 87,72% na massa do cubo de roda. Mesmo com a
redução de massa, foram mantidas as mesmas cargas, mantendo as
condições de contorno idênticas à do geometria comercial. O
resultado da tensão e da deformação são mostrados na figura 11.
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6. Canale, A.C., 1989. Automobilística Dinâmica e Desempenho.
10ªEd. São Paulo: Érica. pp. 57-77.
7. Leal, L.C.M., Nicolazzi, L.C. e Rosa, E, 2008. Uma introdução
à modelagem quase estática de veículos automotores de rodas.
Publicação interna do GRANTE – Departamento de Engenharia
Mecânica da UFSC.SC, Brasil. pp. 43-76.
8. Gillespie, T.D., Fundamentals of Vehicle Dynamics, Society
of Automotive Engineers, Inc., Nova York,
1992.
9. Fiorese, D.A, Morelli-Ferreira, F., Marasca, I., Sandi, J., Lanças,
K. P., Torque nos Rodados Motrizes de um Trator Agrícola
Submetido a Ensaios de Tração Sobre Pista de Concreto e de
Solo Firme.
10. Povoa, A.H., Nacif, G.C.L., Christoforo, A.L., Dias, A.M.S.,
Panzera, T.H., 2011. Avaliação numérica do emprego de
geometria alternativa na elaboração do flange de roda de um
protótipo off-road mini-baja.
11. Bosch, R. 2005. Manual de Tecnologia Automotiva. 25ªEd. São
Paulo: Blucher. pp. 190-196;749.
12. Alves Filho, A., Elementos Finitos - a Base da Tecnologia Cae -
Análise Não Linear. 1ªEd. São Paulo: Érica.
13. Budynas, R., Nisbet, J.K., 2011. Elementos de Máquinas de
Shigley – Projeto de Engenharia Mecânica. 8ªEd. Porto Alegre:
AMGH. pp. 963-971.
14. Hibbeler, R. C., Resistência Dos Materiais. Pearson Education.
Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer o auxílio dos membros da equipe
de Bajaço, o apoio do Instituto Federal de Minas Gerais Campus
Congonhas e também da Altair Brasil pela contribuição à realização
do trabalho.
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