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Teste de Resistência de Isolamento

Este documento visa disponibilizar informações operacionais e critérios de aceitação


para realização do Teste de Resistência de Isolamento em bobinados de motores de
gaiola de esquilo assíncronos trifásicos e monofásicos.

Finalidade do teste: Indicar se o motor está em estado adequado para ser submetido a
ensaios dielétricos ou para ser colocado em funcionamento ou para fins de manutenção.

Ensaio: A resistência de isolamento do enrolamento deve ser medida antes da entrada


em serviço. Se o ambiente for muito úmido, é necessária uma verificação periódica
durante a armazenagem.
É difícil prescrever regras fixas para o valor real da resistência do isolamento de uma
máquina, uma vez que ela varia com as condições ambientais (temperatura, umidade),
condições de limpeza da máquina (pó, óleo, graxa, sujeira) e qualidade e condições do
material isolante utilizado. Não só a medida pontual deve ser considerada na avaliação,
e sim o comportamento ao longo do tempo, a resistência de isolamento pode ainda estar
em níveis aceitáveis, porém decaindo com o passar do tempo. Registros periódicos são
úteis para esta conclusão.
Usualmente a resistência do isolamento é medida com um MEGÔHMETRO.

Procedimento para ensaio: Deve-se juntar todos os terminais do motor e conectá-los ao


terminal positivo (+) do aparelho. O terminal negativo ( - ) deve ser conectado à carcaça
do motor. Deve-se aplicar a tensão de ensaio durante 1 minuto e efetuar a medição da
resistência de isolamento. O ensaio pode ser realizado também em cada fase em
separado das demais.
Os valores de tensão de ensaio recomendados são indicados na tabela abaixo

Tabela 01: Tensão de equipamento X Tensão de ensaio


Tensão do Equipamento (V) Tensão DC Aplicada no Ensaio (V)

até 575 500 à 1000

575 à 2400 1000 à 2500

2400 à 6900 1000 à 5000

Nota: Acessórios como para-raios contra surtos etc, que são ligados aos terminais do
motor, devem ser desconectados dos terminais do motor e conectados a carcaça durante
o ensaio.
Importante: Registros periódicos são úteis para concluir se a máquina está ou não, apta
a operar.

Correção da Resistência em Função da Temperatura: A resistência medida é


influenciada pela temperatura, assim, os valores de resistência são referenciados a
temperatura de 40°C. para medições realizadas em temperatura diferente de 40°C a
correção é dada pelo gráfico abaixo

Figura 01: Variação da resistência de isolamento com a temperatura

Nota: Para converter a resistência de isolamento medida Rt para Rt40C, multiplicar pelo
coeficiente Kt40ºC

R40C = Rt x Kt40C

onde:
R40C = resistência do isolamento, em MΩ, a 40ºC.
Rt = resistência do isolamento, em MΩ na temperatura t.

Avaliação do ensaio: Os critérios de avaliação da resistência de isolamento têm passado


por alterações nos últimos anos, devido principalmente à evolução dos materiais
isolantes, haja vista a revisão da norma IEEE 043 - 2000. Assim é possível encontrar em
livros antigos referências de resistência de isolamento que hoje podem não ser mais
reais.
Tabela 02: Valores da norma IEEE 043 - 2000 de critério de aceitação

Conectar as garras do aparelho, terminal positivo (+) nos cabos de


ligação e terminal negativo (-) na carcaça.

Para motores construídos até 1970 se mantém a regra conhecida como kV +1, ou seja, o
valor mínimo de aceitação é o valor numérico da tensão de alimentação do motor em
quilovolts mais 1, em megaohms. Assim um motor alimentado em 440V tem resistência
mínima de 1,44MΩ.

A WEG adota os valores descritos na tabela abaixo que estabelece os valores limites de
resistência de isolamento. Deve se garantir que a máquina esteja seca e limpa, no caso
da permanência prolongada em estoque ou em desuso, antes da realização do ensaio.

Tabela 03 – Valores de resistência de isolação


Valor Limite (M Ω ) Avaliação do Isolamento

------ 2 Perigoso

2 50 Ruim

50 100 Insatisfatório

100 500 Bom *

500 1000 Muito Bom

Acima de 1000 Excelente

*Conceito mínimo para aceitação da máquina.


Nota: Estes valores não são válidos para máquinas de potência menor que 1hp ou 1kW.

Estes são os critérios mínimos de aceitação que as normas recomendam, porém deve-se
salientar que uma medida pontual (em 1 minuto) pode não ser um bom critério para
manutenção preventiva, é apenas uma amostra da situação atual do motor.

Existem situações de motores que funcionam em condições extremas, nas quais a


resistência não alcança os valores mínimos, mas devido ao método de partida e controle
do ambiente, ele pode continuar operando. Por exemplo, um motor que apresenta uma
resistência de isolamento de 50MΩ mas que manteve esta isolação nos últimos anos é
menos crítico do que um motor com resistência de 400MΩ mas que têm demonstrado
uma tendência em reduzir este valor.

Este material está com seu conteúdo alinhado com as normas IEEE 043 de 2000,
NBR 5383 de 2002 e procedimentos internos da WEG.

Material escrito por: Marcelo Pamplona


03/04/2013

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