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TÉCNICAS USADAS NA ACUPUNTURA ESTÉTICA

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Sumário

1. INTRODUÇÃO 4

2. ELETROACUPUNTURA 6

2.1. Introdução 6

2.2. Anatomia 7
2.2.1. Estruturas Importantes 7
2.3. Fisiologia Visão Ocidental 8
2.4. Parâmetros 8
2.5. Aplicação Clínica 10
2.5.1. Dores Musculo Esqueléticas 10

2.5.2. Lombociatalgia 10
2.5.3. Dores Oncológicas 10
2.5.4. Eletroacupuntura em Pontos HUATUOJIAJI 11
2.5.5. Distúrbios do Sono Estresse Emocional 11
3. MOXABUSTÃO 12

3.1. Indicações Específicas para Uso da Moxa 14

3.2. Contraindicações 14
4. VENTOSATERAPIA 16

4.1. Fisiologia Humana 17


4.2. Tipos de Ventosas 18
4.3. Diferentes Métodos para a Utilização de Ventosas 21
4.4. Retirada das Ventosas 25

4.5. Marcas Deixadas na Pele pelas Ventosas 25


5. GUA SHA 28

5.1. História 28
5.2. GUA SHA APLICADO NA ESTÉTICA 28
5.3. Mecanismo Fisiológico 30
6. MANOBRAS FACIAIS 32

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6.1. Tipos de Manobras 32
6.2. Tratamento 33
6.2.1. Intensidade do tratamento 33

6.2.2. Tempo do tratamento 33


6.2.3. Recomendações 33
6.3. Aplicação nos Pontos SHU DORSAIS 33
6.4. Método do GUA SHA 34
7. LASERTERAPIA 35

7.1. BENEFÍCIOS DA LASERTERAPIA 35

7.2. ACUPUNTURA ESTÉTICA 36


7.3. Frequências de Nogier 36
7.4. Correlação com a Aurícula: 40
8. STIPER 44

8.1. Atuação do Stiper na Acupuntura 44


8.1.1. Massoterapia 45

8.1.2. Estética Facial e Corporal 45


9. MICROAGULHAMENTO 46

9.1. Instrumentos de Perfuração 48


9.2. A Técnica Potencializa a Permeação de Ativos 49
9.2.1. Quanto aos Ativos 50
9.2.2. Associação Terapêutica 51
9.2.3. Técnica de Aplicação 51
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 54

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo natural do organismo, ocorre desde o


nascimento, mas só aparecem sinais após a terceira idade. O envelhecimento é um
processo progressivo de declínio das capacidades física e mental, afeta todos os
indivíduos, e apresenta um ponto de vista amplo e variável de manifestações. Está
intimamente relacionado com a qualidade de vida do indivíduo. O órgão que mais
revela o envelhecimento é a pele, pois se encontra externamente, exposta às
intempéries, especialmente as mãos, o pescoço e o rosto. A pele exposta por mais
tempo apresenta alterações mais visíveis do que aquelas devidas somente ao
envelhecimento. Esta pele, geralmente se apresenta enrugada, hiperpigmentada e
com flacidez. Outro fator importante que contribui com o envelhecimento precoce da
pele, é o excesso de expressão facial, isto é, algumas pessoas usam
exageradamente e de forma errada alguns grupos musculares da face.

Nas alterações da pele podemos encontrar:

- Região nasal: rugas transversais, queda da ponta nasal, exacerbação do


ângulo nasolabial;

- Região orbital: flacidez e ptose das pálpebras, bolsas de gordura;

- Região frontal: rugas na glabela e rugas transversais;

- Região mentoniana: queda do mento, flacidez da pele, apagamento da linha


mandibular;

- Região malar e terço médio da face: depressão do sulco nasolabial,


apagamento da eminência malar, ptose dos lábios, pregas e rugas generalizadas.

A acupuntura é o recurso da Medicina Tradicional Chinesa mais conhecido no


Ocidente. É uma técnica onde é feita a introdução, circulação, mobilização de
agulhas, promovendo o equilíbrio do organismo, o fortalecimento dos órgãos e das
vísceras do corpo. A acupuntura trabalha nos canais de energia do corpo favorecendo
a prevenção e interrupção de um processo de adoecimento. Na Medicina Oriental, o
envelhecimento da pele está ligado ao desequilíbrio energético do sangue, da defesa
do organismo e da pele, deficiência na nutrição, favorecendo ao surgimento das

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rugas. O tratamento propõe aumentar estas energias na região da face, através de
estímulos ao Sistema Nervoso Autônomo.

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2. ELETROACUPUNTURA

2.1. Introdução

Com o avanço dos recursos tecnológicos, associaram-se a esta técnica tão


antiga estímulos elétricos através das agulhas em pontos de acupuntura na
composição denominada de Eletroacupuntura.

Desde então, diversos trabalhos vêm relatando a eficácia clínica da


eletroacupuntura como recurso analgésico (Wei-liang & Ching-Liang, 2013; Wang&
Bao, 2013).

A corrente farádica ou alternada, descoberta por Michale Faraday, no século


XIX, tornou-se uma forma mais segura de realizar eletroestímulos.

Terminologia das correntes:

● Franklismo: eletroestática;
● Galvanismo: corrente direta;
● Faradismo: corrente alternada ou interrompida.
Parâmetros do aparelho de Eletroacupuntura:

● Potência;
● Frequência;
● Tipo do Estímulo;
● Largura de Pulso;
● Formato de Onda;
● Polaridade;
● Intensidade;
● Tempo total.
Potência, relacionado à intensidade:

● Eletroacupuntura: Aparelhos de 10 mA para uso de agulhas;


● Eletropuntura: Aparelhos 40-50 mA transcutâneos - utilização de Eletródos.

Estímulos:
● 0,5 a 1 mA : Limiar de sensibilidade;
● 1 a 10 mA: Pinica;

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● 10 a 50 mA: Dor;
● 50 a 250 mA: Fibrilação Ventricular;
● 250 mA: Queimaduras e paradas Cardíacas.

2.2. Anatomia

2.2.1. Estruturas Importantes


● Terminações Nervosas Livres: relacionadas com a dor, estimulo das agulhas
Eletroacupuntura.
● Receptores Meissner: relacionados ao Tato (Tuina);
● Receptores de Paccini: relacionados a pressão (Yzichan);
● Receptores Ruffini: relacionados com o Calor (Moxa).

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2.3. Fisiologia Visão Ocidental

Efeitos Excitomotor:

● Realiza contração pelos estímulos elétricos.

Efeitos Analgésicos:

● Produção de: Encefalina, Dinorfina, Serotonina, Endorfinas entre


outras;
● Via neurofisiológica pela teoria das comportas.
Efeito Ionizante:

● Aumento da permeabilidade de membrana e eletrolise;

Efeito Vasodilatador:

● Vasodilatação Cutânea pela liberação de histamina


● Inibição de Noradrenalina através das sinapse
produzindo vasodilatação passiva.

2.4. Parâmetros
Frequência baixa (hz):

Baixa de 5 a 10 Hz - São mediadas por opióides como beta endorfina e


encefalina, que promovem analgesia de baixa intensidade e longa duração, em
Eletroacupuntura efeitos de Tonificação.

Frequência alta (hz):

Alta de 20 a 80 Hz - São mediadas por dinorfina, que se ligam aos receptores


Kappa, e possivelmente outros mecanismos não opióides. Promovem analgesia de
alta intensidade e curta duração, em Eletroacupuntura efeitos de Dispersão.

Intensidade:

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Normalmente ficando estabelecida por dois parâmetros:

LIMIAR DE PERCEPÇÃO X LIMIAR DE DOR

O limiar de percepção: é determinado pelo paciente no exato momento em


que este sente, percebe o estímulo elétrico, seja na forma de choque ou
formigamento.

O limiar de dor: o paciente deve estabelecer o momento em que sente o


estímulo de maneira desconfortável, respeitando seu limite de tolerância.

Polaridade:

POLO NEGATIVO (cor preta) X POLO POSITIVO (cor vermelha)

A agulha ligada ao cátodo existe uma retirada de íons e a agulha ligada ao


ânodo há uma introdução de íons.

Circuito Elétrico

Polo positivo (Cátodo) Polo negativo (Ânodo)

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2.5. Aplicação Clínica

2.5.1. Dores Musculo Esqueléticas


As dores que atingem o aparelho locomotor do tipo localizado estão
associadas a processos oriundos de artrose, osteofitose, inflamações crônicas tais
como: bursites e tendinites. Na visão oriental estão associadas à invasão de Vento/
Frio/ e ou umidade e recomenda-se moxabustão.

No entanto, se houver um caráter mais agudo ou de alta intensidade nas dores


é recomendado o uso de eletroacupuntura.

● Para dores localizadas com diâmetro superior de 4 cm pode ser aplicada a


técnica conhecida na China, com a denominação de Cercar o Dragão.
Avaliação da Dor:

● Para dores com características de: Hiperemia, calor no local, dor aguda, aplica
- se polo negativo na área interna, e polo positivo ao redor do sitio da dor.
● Para dores com características de: Palidez, frio, dor difusa, profunda e crônica,
aplica – se polo positivo na área interna e o polo negativo por fora do sitio da
dor.

2.5.2. Lombociatalgia
Dor lombar associada a irradiação para os membros inferiores no trajeto de
uma raiz nervosa ou dermátomo, associado em geral a compressão de uma raiz
nervosa.

2.5.3. Dores Oncológicas


Acreditam-se, por experiência clínica, que no grupo das dores mais
“agressivas” e persistentes ao tratamento, estão às originárias de compressão de
raízes nervosas, nevralgias do trigênio e as oncológicas.

O uso da acupuntura e Eletroacupuntura em pacientes oncológicos têm como


principal benefício: alívio da dor, melhora dos sintomas desagradáveis decorrentes
da quimioterapia e radioterapia, bem como na imunomodulação (Wang & Bao 2103).

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2.5.4. Eletroacupuntura em Pontos HUATUOJIAJI
Nos pontos extras, como os de Huatuojiaji, o ideal são pulsos não polarizados,
em caso do dispositivo trabalhar somente com pulsos polarizados a colocação
obedece ao sentido do canal da Bexiga (páng guāng ).

2.5.5. Distúrbios do Sono Estresse Emocional


Estudo realizado com estudantes de Medicina com sintomas de distúrbio do
sono, ansiedade, depressão e estresse emocional. Foram utilizados os pontos E36
(zú sān lǐ) 足三裡, PC6 (nèi guān) 內關 em pares e VB14 (yáng bái) 陽白 conectado
com o ponto auricular “Shenmen”, recorrendo a Eletroacupuntura de 2hz modo
contínuo. Concluiu que houve melhora da qualidade do sono e consequentemente,
outros sintomas relacionados ao estresse.

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3. MOXABUSTÃO

A Moxabustão é a técnica de aquecimento dos pontos de Acupuntura. Na


China, não existe de forma isolada a palavra Acupuntura. Sempre se falam em
"Agulha e Moxa", simbolizando que nos pontos são utilizados não somente a agulha,
mas qualquer estímulo físico ou químico.

O aquecimento dos pontos fornece calor e energia para o corpo. Por isso, a
moxabustão é indicada para as doenças provocadas pelo frio e pela umidade (muito
usada em países frios e no inverno), e para situações com deficiência de energia
(convalescentes, doenças crônicas, pessoas fracas e pacientes idosos). Dizem até
que todos os pacientes idosos devem receber primeiro a moxabustão algumas
sessões para que as agulhas possam produzir seus efeitos. Ou ampliando tal
conceito, todas as pessoas devem aprender a fazer moxa em alguns pontos chaves
para recarregar as energias do corpo e prevenir as doenças.

Alguns acupunturistas, como Sawada e Manaka no Japaão, acreditam que a


moxa pode ser utilizada tal como agulha, assim, colocam até mais de cem grãozinhos
de moxa nos pontos, substituindo as agulhas.

O calor realmente produz vasodilatação, efeito anti-inflamatório e anlgésico.


Os banhos e pedilúvios quentes relaxam o corpo e a mente. As compressas quentes
são úteis para amenizar as dores crônicas e as contraturas musculares. Entretanto, a
aplicação do calor em áreas extensas do corpo em longo prazo traz efeitos colaterais
como enfraquecimento e má circulação sanguínea. Os terapeutas orientais aplicam
as moxas nos pontos de Acupuntura permitindo uma atuação mais precisa e eficiente,
sem tais efeitos colaterais.

Hoje, afirma-se que a moxabustão funciona porque atua diretamente sobre


pontos de Acupuntura, portanto, é mais eficiente do que a aplicação difusa das
lâmpadas infravermelhas ou das compressas quentes. Além disso, a moxabustão
aplicada à agulha é até mais eficiente, pois o calor é levado diretamente até a
profundidade dos tecidos.

Desde os tempos antigos, a moxabustão é feita através da queima de uma


erva medicinal chamada Artemísia. Esta planta é mais utilizada talvez pelos seus
efeitos químicos ou talvez pelo espectro infravermelho mais eficaz. As folhas de

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Artemísia são secadas no sol e na sombra. Os pecíolos e as nervuras são retirados
deixando apenas os limbos. Estes são triturados até adquirir a consistência de lã.
Estas massas lanosas são chamadas de moxa.

Hoje, devido às dificuldades para a obtenção da moxa, pelo custo ou pelo


cheiro (similar à maconha?), tenta - se aquecer os pontos com instrumentos
adaptados (lâmpada alógena, resistência elétrica, secador de cabelo, forno de Bier,
vela de aeromodelo, paninhos dobrados aquecidos por ferro de passar roupa, toalhas
aquecidas em vapor nas panelas elétricas de arroz, broca aquecida no fogo) ou por
reações químicas. Tais expedientes realmente funcionam, mas acredito que a queima
da Artemísia tenha algum efeito energético extra.

Na Acupuntura, fazem com a moxa massas do tamanho de grão de arroz, de


feijão ou de soja. A moxa pode ser queimada diretamente sobre a pele, na modalidade
chamada de moxabustão direta, ou para evitar queimaduras, põem camada de ar,
cebola, alho ou gengibre entre a moxa e a pele, chamada de moxabustão indireta.
Utilizam também o aquecimento através da aproximação de bastões de moxa ou
através das agulhas de Acupuntura que levam o calor diretamente até os pontos.

As moxas do tamanho de grão de arroz podem ser aplicadas diretamente sobre


a pele, as moxas maiores somente devem utilizadas de forma indireta. Para utilização
por pessoas não profissionais, é mais conveniente utilizar os bastões, aproximando e
afastando de 3 a 7 vezes sobre os pontos. Cada vez durando em torno de alguns
segundos. O bastão deve ficar numa distância de 1,5 a 2cm. A distância ideal é aquela
onde o ponto é aquecido lentamente, numa intensidade confortável, assim o calor
pode penetrar profundamente. Por isso não deve aproximar demais o bastão pois o
calor se torna insuportável rapidamente, nem ficar longe demais, porque demorará
muito em aquecer os pontos. Na dúvida, coloque seu dedo sobre a pele do doente,
perto do ponto de Acupuntura, como sensor de calor.

Todas as pessoas devem aprender a fazer moxabustão pelo menos para os


casos de traumatismos (entorses, contusões, contraturas, distensões), para dores
reumáticas crônicas, para resfriados e para aumentar a energia do corpo. Para
traumatismos e dores, em geral é suficiente aplicar bastão de moxa na região ou nos
pontos dolorosos. Para resfriados, aplicar nos pontos IG4 e VB20. Para aumentar a
energia do corpo e prevenir doenças, aplicar em E36, IG4 e VC4.

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Acupuntura e o moxabustão têm como vantagem serem indicadas em um
grande número de situações, tendo eficácia comprovada e segurança, sendo
bastante usada na china por milhares de anos. Prestou, também, uma imensa
contribuição á prosperidade e ao desenvolvimento da Nação chinesa, esse
desenvolvimento surgiu ao longo de um processo histórico perto da luta prolongada
do povo chinês e seus médicos contra as doenças (QIU MAO LIANG 2001).

Segundo Fernandes (2011), entre os métodos de estimulação usado de alguns


pontos temos inúmeras praticas que associadas e reelaboradas ao longo do século
que hoje consistem em uma ferramenta importante para nossa pratica clinica, entre
eles temos o clássico como agulhas e moxa, o shiatsu e ventosas e os modernos
como stiper, plexus, turbo e o laser entre outros, o uso de algumas destas técnicas
que chamamos hoje de estética facial data de milênios, como é o caso da moxa e da
acupuntura.

3.1. Indicações Específicas para Uso da Moxa

● Enfermidades crônicas, que debilitam o organismo;


● Doenças degenerativas;
● Pessoas idosas;
● Crianças e debilitados de uma maneira geral;
● Desportistas e atletas (para melhorar rendimento);
● Como preventivo das doenças e manutenção da saúde;
● Em todas as circunstâncias em que eventualmente a agulha não possa ser
usada.

3.2. Contraindicações

● Durante equinócio de primavera e outono;


● Nas mudanças de estações;
● Durante fortes manifestações meteorológicas;
● Durante um ataque de ira ou histeria;
● Nos embriagados;
● Em alguns pontos durante gestação (o meridiano do BP, os pontos abaixo do
umbigo, os pontos IG4, BP6, B60-67, E12-36, F3-11);
● Moxabustão fora dos pontos;

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● Durante febre;
● Nas intoxicações;
● Nos inchaços;
● Sobre vasos sanguíneos;
● No rosto e sobre as mamas (questão estética);
● No crânio de crianças pequenas.

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4. VENTOSATERAPIA

Baseado no princípio oriental ‘água parada apodrece’ foi criado a


Ventosaterapia. Ela parte do fundamento de que a resistência contra a doença pode
ser alcançada, induzindo o corpo a se curar pela aplicação de Ventosas em pontos
dos 14 Canais ou em nódulos de reação positiva.

A Ventosaterapia é a aplicação de Ventosa colocada sobre a pele do paciente


e exercerá sobre a mesma uma pressão negativa devido ao vácuo gerado em seu
interior que provocará uma sucção na pele em nos tecidos mais superficiais. Esse
tipo de terapêutica deve ser bem compreendido, pois auxilia no tratamento de
diversas patologias concomitantemente com a Acupuntura, onde poderia resumir de
forma simplista, que na Acupuntura é tratada a energia e com a Ventosa é tratada a
limpeza do Sangue (Xue), promovendo a troca de gases eliminando a toxidade que
afeta o organismo.

Segundo Yin Gang Lin e Liu Zheng Hua “Ventosa é um método terapêutico
onde um jarro ou um copo é aderido à superfície da pele para causar uma congestão
local. Isso é atingido através da criação de uma pressão negativa dentro do corpo
através da introdução de um material aceso no interior do copo”. A Ventosaterapia
ficou de certa forma no esquecimento, devido dificuldade de assimilar a sua teoria e
o seu real significado, muitos dos profissionais atuantes faziam uso dessa ferramenta
apenas com o intuito de tirar o Sangue (Xue) do paciente, acreditando que com esse
processo, a pessoa melhoraria com a eliminação do Sangue (Xue) ruim.

Nos tempos atuais há um grande aumento do número de pessoas que buscam


por terapias alternativas para solucionar problemas relacionados à saúde, pois devido
a evolução cultural dos povos, essas medidas de tratamentos alternativos tornaram-
se mais respeitáveis e aceitos. Na Europa, a Ventosaterapia encontrou sucesso
terapêutico através do Japão, aproximadamente há 30 anos, divulgado pelo Dr.
Kuroiwa, como tratamento preventivo.

No Brasil, em Minas Gerais, utilizam Ventosas associadas com pó medicinal


para serem ingeridas no dia anterior ao tratamento, com o objetivo de limpar as
toxinas e bactérias retiradas do Sangue (Xue) pela Ventosa. Na Coréia, utiliza-se uma

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injeção fabricada a partir do Ginko Biloba para reforçar a desintoxicação antes da
aplicação das Ventosas.

É notório que nos dias de hoje, a Ventosaterapia sendo ensinada e executada


de forma adequada, atuando de forma individualizada ou complementada com outras
terapias pode beneficiar e acelerar o processo curativo natural do corpo do paciente.

4.1. Fisiologia Humana

O Sangue (Xue) humano é praticamente formado por duas partes, uma sólida,
constituída pelas células sanguíneas e outra líquida, o plasma sanguíneo. O plasma
sanguíneo é composto por 90% de água e os 10% restantes perfazem a somatória
de gases de oxigênio, nitrogênio, gás carbônico, alimentos, proteínas, sais minerais,
anticorpos, hormônios e substâncias tóxicas como a ureia e ácido úrico (Antônio
Augusto Cunha, 2011).

A quantidade de água presente no organismo de uma pessoa adulta


contabiliza cerca de 70% do seu peso corpóreo e está água situada nos meios extra
e intracelular tem a capacidade de dissolver várias substâncias, porém, com o
decorrer da idade ir avançando, as células do organismo vão perdendo água,
tornando-se então desidratadas, ficando ressecadas e rugosas, perdendo a
elasticidade, começando assim o processo da formação de rugas na pele.

Ainda segundo estudo de Antônio Augusto Cunha, os Canais responsáveis


pela condução de Sangue (Xue) por todo o corpo também envelhecem tornando-se
finos e rígidos e em consequência, o Sangue (Xue) não consegue fluir facilmente.
Para sanar momentaneamente essa dificuldade, a aplicação de Ventosa promove a
vasodilatação, ou seja, o calibre dos Vasos volta ao normal e o Sangue (Xue) retorna
ao seu fluxo natural. Conclui-se, que com o uso frequente das Ventosas ocorre o
controle da corrente sanguínea e o fortalecimento dos Vasos sanguíneos, prevenindo
a pessoa contra infartos e derrames.

Quanto à escarificações terapêuticas, que já eram realizadas em um passado


remoto, segundo o doutor G. Petragnani defendeu a teoria de que o envelhecimento
podia ser retardado e as doenças poderiam ser evitadas se o organismo adulto fosse
submetido periodicamente a estímulos como pequenos cortes e aplicações de

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Ventosas, trazendo as funções do corpo ao máximo da atividade funcional, ativando
as defesas do organismo e fortalecendo e desenvolvendo capacidade de resistência
a estímulos externos e as doenças (Antônio Augusto Cunha, 2011).

4.2. Tipos de Ventosas

Muitos dos métodos utilizados atualmente são semelhantes aos usados


antigamente. Surgiram algumas poucas modificações como a introdução de um
aparelho que atua como uma bomba de sucção manual ou elétrica, contudo, a técnica
continua sendo a mesma de muito tempo atrás.

Ventosa de chifre:

São instrumentos confeccionados com chifres de animais, como o boi e o


búfalo, onde os mesmos são cortados entre 10-15 cm de comprimento e com um
diâmetro interno de 5cm aproximadamente, e o seu exterior deve ser devidamente
trabalhado e lixado para evitar que algumas proeminências fiquem expostas e assim
ferir o paciente.

Ventosa de bambu:

Devido à grande facilidade de cultivo de bambu este é o tipo de Ventosa mais


usada na China, no decorrer de todos os tempos desde a utilização desta técnica. A
confecção deste instrumento é retirar um segmento fechado de um ramo de bambu
com a medida entre 6 e 9cm de comprimento e com um diâmetro de até 0,6cm e com
as paredes laterais com até o máximo de 1cm de espessura e que deve, em sua
região externa, ser devidamente lixada para evitar ferimentos e desconfortos no
paciente.

A utilização da Ventosa de bambu se tornou muito popular pelo seu baixo


custo, pela facilidade de transporte devido ser extremamente leve e, principalmente,
pelo poder de associá-la as ervas medicinais. Em contrapartida, o uso da Ventosa de
bambu apresenta alguns pontos desfavoráveis a sua indicação, tais como a não
visualização do local onde a estimulação está sendo aplicada, não facilitando a
manipulação para uma sucção de fraca a forte intensidade, como também não
permitir a visualização de hiperemia no local e tão pouco ainda poder controlar a
quantidade de Sangue (Xue) quando necessário realizar uma sangria e tão pouco

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fazer uma completa higienização desse instrumento pela sua própria composição
porosa. (Ilkay Zinhi Chirali,2001).

Ventosa de borracha:

Essa Ventosa feita totalmente com borracha, possui uma forma ondulada e
quando apertada com os dedos, o ar é retirado e com isso, obtém-se uma sucção
forte. Apresenta como aspectos positivos a facilidade e segurança de poder ser
utilizada em crianças pois não acarreta nenhum risco no seu uso com os mesmos e
também tem a característica de poder ser aplicada em regiões onde a pele é mais
delicada como face, estômago e outras partes moles do corpo.

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Ventosa de vidro:

As Ventosas de cerâmica e de louça foram substituídas pelas de vidro, pois


estas apresentam um melhor proveito em sua utilização, com o fato de ser
totalmente transparente, o aplicador pode acompanhar em tempo real, o que está
ocorrendo em seu interior assim como a quantidade e a coloração do tecido sugado,
e em caso de sangria também é possível à observância da quantia e a da
tonalidade vermelha do Sangue (Xue) a ser expulso. O vidro aplicado na fabricação
das Ventosas é de um material resistente ao calor, de fácil higienização e também
destinado à esterilização, se mostrando então muito eficaz na sua utilização pelos
terapêuticos.

Ventosa de Acrílico com Válvula:

Esse tipo de copo é feito com um plástico duro e transparente e possui uma
válvula inserida na sua parte superior. Essa Ventosa vem acompanhada de uma
bomba manual, onde, o terapeuta coloca a Ventosa na posição específica e acopla a
bomba na válvula da Ventosa e então bombeia tirando o ar para fora da Ventosa,
criando assim a pressão negativa fazendo com que a pele seja sugada tem o total
controle sobre a força da sucção aplicada.

A Ventosa de acrílico apresenta um grande benefício na sua utilização, pois


além de ser feita com um material bem econômico, leve e de fácil transporte, é
também muito simples a sua higienização e existindo também possibilidade de ser
encontrada nos mercados do ramo uma grande variedade nos tamanhos dos copos,
podendo ser utilizadas em partes com difícil manuseio no corpo do paciente. Porém,
apresenta uma desvantagem quando a sangria é realizada concomitantemente com

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este material, pois não há a possibilidade de ser realizada uma esterilização nesta
Ventosa, contudo, já existem à venda, pequenos receptáculos, que são colocados no
interior da Ventosa de acrílico e com isso a sangria pode ser realizada sem que haja
o contato do Sangue (Xue) com o acrílico da Ventosa, e quando terminado o
procedimento, o receptáculo é retirado e então descartado.

A válvula encontrada na Ventosa de acrílico também pode ser encontrada na


Ventosa de vidro e o procedimento para a retirada do ar é de seu interior é semelhante
ao que é aplicado na Ventosa de plástico.

4.3. Diferentes Métodos para a Utilização de Ventosas

Entre as técnicas aplicadas, dando relevância à intensidade fraca, média ou


forte empregada, encontramos vários métodos que são utilizados por terapêuticos,
elencados baixo:

Método Deslizante:

O objetivo deste método é atingir uma maior área do corpo do paciente, onde,
a região determinada ao tratamento deve receber uma pequena quantidade de creme
ou lubrificante de uso terapêutico e em seguida acomodar a Ventosa sobre a pele da
pessoa e promover a sucção de forma suave e então dar início aos movimentos de
deslizamento, verificando e controlando a pressão no interior da Ventosa (Daniel Son
Kim, 2002).

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Método Flash:

Nesta manipulação, com a pele desprovida de lubrificante, é feita a colocação


da Ventosa com sucção sobre a área em tratamento e de forma brusca a mesma é
retirada provocando um som característico “POC” demonstrando a saída do ar. Este
recurso é muito eficaz no auxílio de alívio de dores e de contração muscular (Tetsuo
Inada, 2003).

Ventosa com Massagem:

Neste processo é aplicada a Ventosa sobre a pele do paciente e são aplicados


movimentos rotatórios no copo, girando-o da esquerda para a direita, repetidamente
(Ilkay Zinhi Chirali, 2001).

Ventosa com Repuxamento:

Com a Ventosa já aplicada no paciente e com uma devida sucção, é exercido


um movimento que puxa o recipiente para cima e o solta em seguida por várias vezes,
sem fazer com que o mesmo se solte da pele. Com está técnica estimula-se a região
(Daniel Son Kim, 2002).

Ventosa com Vibração:

Já aplicada a Ventosa sobre a pele do paciente, vários movimentos vibratórios


são exerdos simultaneamente, para cima e para baixo, da esquerda para a direita,
todos realizados repetidamente e a mesma é retirada instantaneamente de forma
abrupta, estimulando assim a área a ser tratada. (JOURNAL OF TRADITIONAL
CHINESE MEDICINE, 1999)

Ventosa e Gua Sha:

Com o auxílio de um instrumento liso e sem pontas, de material


preferencialmente de jade ou de chifre de búfalo, é realizada uma raspagem na pele
do paciente, provocando assim uma hiperemia na região afetada e em seguida, sobre
a mesma região é realizada a Ventosaterapia, potencializando o tratamento. ( Daniel
Son Kim, 2002).

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Ventosa e Sangria:

Esta associação de terapias é utilizada no tratamento do aumento súbito da


pressão arterial e para a drenagem de fluido de tumores e furúnculos, sendo, portanto,
realizado em pacientes que apresentem uma forte energia e sintomas de Excesso em
seu organismo.

O desenvolvimento desta técnica consiste em fazer uma pequeníssima incisão


com uma navalha ou com a utilização do martelo de sete pontas aplicar pequenos
“golpes” até causar sangramento e em seguida, sobre o sangramento uma Ventosa
deve ser colocada com a bomba de sucção e assim poderá ser observado o Sangue
(Xue) adentrando para o interior da cúpula.

Para a realização dessa prática, cuidados devem ser tomados como a


utilização de Ventosa descartável ou com a associação da mesma com o receptáculo
inserido no seu interior, podendo ser então removível e descartado. Atenta-se ainda
para o uso de luvas descartáveis e a não retirada de mais de 100ml de Sangue (Xue)
neste método. (Daniel Son Kim, 2002).

Ventosa com Água:

Está técnica se baseia em preencher a Ventosa com 1/3 de água morna e, de


forma muito rápida, realizar o procedimento normal da Ventosaterapia, emborcando
a Ventosa sobre a pele do paciente. Este método favorece a dispersão e a
regularização do Qi do Pulmão bloqueado, sendo muito indicada para portadores de
asma ou doenças reumáticas. Apresenta a vantagem de não deixar manchas no local
da aplicação (Daniel Son Kim, 2002).

Ventosa com Agulha:

Neste princípio, o tratamento de Acupuntura é executado de forma tradicional


na inserção da Agulha e a aplicação da cúpula deve ser colocada sobre a Agulha e
permanecer por volta de 10 a 15 minutos. Devido à presença da Agulha pode ocorrer
um ligeiro sangramento na área e deve ser encarado de forma normal em virtude da
sucção exercida pela Ventosa.

A atenção nesse processo se deve ao fato de em algumas situações a


aplicação da técnica empregada ocorrer no dorso do paciente e, se Agulha for de

23
tamanho considerável, pode ser empurrada para dentro da pele e ocorre o risco de
ocasionar um pneumotórax, para maior segurança é recomendável o uso de Agulhas
curtas, de 1,27 a 2,5 cm de comprimento com Ventosas grandes, dando preferência
às de bambu, pois apresenta altura suficiente para acomodar as Agulhas, tornando o
tratamento mais seguro. Essa técnica não é recomendada para crianças. (Daniel Son
Kim,2002).

Ventosa com Moxa:

A Moxa é a erva de Arthemisia vulgaris aquecida e é muito utilizada nas


terapias, pois apresenta a propriedade de remover o frio e tonificar o Qi e o Sangue
(Xue).

O método utilizando Agulha e Moxa requer muito cuidado, pois uma pequena
porção de lã de Moxa é colocada na Agulha e está na pele, e, evidentemente tomando
a precaução de forrar a pele do paciente com um pedaço de papel para evitar algum
dano na mesma caso caia cinza sobre a sua superfície. Posteriormente a esse
processo, a Ventosa é aplicada sobre a Agulha e lá permanecer o tempo desejado
pelo aplicador.

A técnica acima descrita é particularmente útil quando aplicada no tratamento


de síndromes relacionadas ao Baço e ao Estômago, quando decorrentes de frio, e
também quando aplicadas para dores lombares provenientes da deficiência do Yang
do Rim (Shen). (Daniel Son Kim,2002).

Ventosa com Ervas:

Para a realização deste método, primeiramente é necessário o uso de Ventosa


de bambu juntamente com determinadas ervas destinada a síndrome do paciente. A
confecção se baseia em colocar as ervas e a Ventosa de bambu em um caldeirão e
cobri-las com água e levando-o ao fogo e após a fervura aguardar 30 minutos de
cozimento. Posteriormente a esse processo, cuidadosamente, a Ventosa deve ser
retirada do caldeirão com uma pinça e ser aplicada no paciente de forma tradicional,
podendo permanecer sobre a pele por cerca de 20 minutos.

Essa técnica requer muita prática do terapeuta, pois pode ocorrer o risco de
queimaduras sobre a pele do paciente, tanto pela Ventosa estar demasiadamente

24
aquecida como também pode escorrer água ou como também pela presença de vapor
que pode ficar aprisionado na mesma, além de requerer muito tempo na sua
preparação, também é inviável para uma clínica de muito movimento. (Daniel Son
Kim,2002).

4.4. Retirada das Ventosas

Após um tempo de aplicação, variando entre 5 a 10 minutos, as Ventosas


devem ser retiradas. Esse intervalo de tempo pode sofrer uma variação se for
observado o grau de tensão existente no interior da Ventosa, assim também como a
observância da coloração da pele, até atingir um tom avermelhada ou violácea. Para
a retirada da Ventosa, deve-se segurar o copo com uma das mãos e com o dedo
indicador da outra mão pressionar levemente a pele próxima à base da Ventosa,
favorecendo assim a entrada de ar, permitindo assim a sua retirada. (Tetsuo Inada,
2003).

Ainda segundo Tetsuo Inada, 2003, a recomendação é que a Ventosa não


deve ser retirada com força ou mesmo deixar que o ar entre muito rapidamente no
copo, pois isto pode ocasionar dores e desconfortos desnecessários e uma tração
muito forte nos tecidos superficiais do paciente.

“Após a retirada das Ventosas, o profissional deve analisar a região e buscar


por todas as possíveis reações¨ (Reginaldo Filho, 2016)”.

4.5. Marcas Deixadas na Pele pelas Ventosas

Quando é feita a retirada da Ventosa é bem comum que o local afetado se


apresente com uma coloração diferente do restante da pele adjacente, podendo
aparecer manchas de várias tonalidades e que podem servir de parâmetro na
avaliação do tratamento feito pelo terapeuta.

Bruce Bentley, em um artigo publicado em 2015, alega o fato de se relacionar


as marcas deixadas pelas Ventosas como equimose, contusão, descolorações
podem evocar a noção de que elas são o resultado de um processo doloroso ou que
causou uma lesão. Porém o que ocorre é que se a Ventosaterapia for aplicada
corretamente, com a escolha adequada do método a quantidade correta de sucção

25
se adequa ao paciente, a Ventosaterapia se torna uma experiência confortável e
satisfatória (Reginaldo Filho, 2016).

Segundo Reginaldo Filho, em seu livro de Ventosaterapia Chinesa, diz que as


marcas deixadas pelas Ventosas podem ser observadas segundo duas
particularidades, sendo uma a avaliação da marca em si e outra a localização em que
a marca apresenta alguma alteração.

● De acordo com a Dra. Sun Yu as marcas da Ventosa são detalhadas no


especificamente por Reginaldo Filho, em seu livro Ventosaterapia Chinesa,
alega: ““... As marcas da Ventosa vão ficando mais claras, ao passo que a
doença fica melhor¨;
● Coloração que retorna rapidamente ao normal indica que a condição do
paciente está adequada ou em fase de recuperação;
● Coloração levemente rosada indica Deficiência;
● Coloração azul pálida indica uma condição de frio, normalmente associada a
uma Deficiência;
● Coloração vermelha viva, acompanhada de sensação de calor, indica uma
condição de alteração de Natureza Yang, condição de calor, condição de
Excesso, Calor tóxico, Deficiência de Yin, Fogo;
● Coloração vermelha e escura normalmente indica condição de Sangue (Xue)
não circulando de modo adequado;

● Coloração roxa indica condição de Sangue (Xue) não circulando de modo

adequando, Estase de Sangue (Xue), acúmulo de Frio ou ainda Depressão do

Qi com estase de Sangue (Xue); ∙ Coloração roxa mais clara com pontos mais

escuros indica uma Deficiência associada à Estase de Sangue (Xue);

● Coloração roxa com manchas ou pontos pretos indica Qi e Sangue (Xue) sem
livre fluxo, ou seja, Estagnação de Qi e Estase de Sangue (Xue);
● Coloração preta, azul escura ou roxa escura indica severa Estase de Sangue
(Xue), ou condições crônicas com retenção de agentes patogênicos com
destaque para Vento e Frio;
● Coloração mais escura alternada com mais clara, como em manchas, indica
uma condição onde uma Deficiência de Qi leva a uma Estase de Sangue (Xue);

26
● “Coloração escura, porém, que regride após a remoção da Ventosa indica que
os fatores patogênicos se aprofundaram de volta no corpo e necessitam ser
novamente puxados para fora com nova aplicação de Ventosaterapia, ou ainda
com a combinação de sangria...”

Segundo o professor Ilkay Zihni Chirali, existe um consenso entre os


praticantes de Ventosaterapia do mundo, “Quando mais escura for a marca da
Ventosa, mais crônica será a estase.

27
5. GUA SHA

5.1. História

A história do Gua Sha começou em tempos muito antigos na China, começou


a ser descrita aproximadamente na dinastia Han Ocidental (206 a.C.).

Além da China, esse método também é utilizado nos países do sudeste


Asiático, pelos camponeses, que utilizavam materiais com formas arredondadas para
haver o deslizamento na pele, como por exemplo, a moeda de cobre e o chifre de
búfalo.

Essa técnica é passada de geração para geração com finalidade mais


preventiva do que o próprio tratamento da patologia.

No Brasil a terapia do GUA SHA ganhou evidência a partir de 2002, quando


começaram a surgir escolas com os primeiros cursos de extensão nesse segmento
da saúde.

O GUA SHA, portanto, é uma antiga ferramenta terapêutica chinesa usada


para tratar diversos problemas de pele, musculares e circulatórios (remove bloqueios
de energia), entre outras funções.

Essa importante ferramenta vem sendo “esquecida” ou desprezada


ultimamente, tornando-se quase inexistente na sociedade brasileira.

A literatura sobre essa técnica é muito precária ainda em português, ou seja,


quase nada se encontra a respeito. As publicações em sua grande maioria estão em
inglês e chinês.

5.2. GUA SHA APLICADO NA ESTÉTICA

Falaremos aqui, um pouco do GUA SHA aplicado na estética, explanando: A


correlação das linhas de tensão da pele com os ZANG FU; O mecanismo fisiológico
da terapia de raspagem; O método de aplicação do GUA SHA na face e A análise dos
movimentos do GUA SHA nos pontos SHU DORSAIS.

28
Linhas de tensão da pele com o ZANG FU:

● Tensão estática são características genéticas e estruturais da derme


existentes na pele do ser humano.
● Tensão dinâmica são combinações de forças relacionadas à gravidade, ações
voluntárias dos músculos e a mímica facial.

A pele jovem e saudável permite a liberdade dos movimentos faciais, é


extensível, provoca tensões naturalmente estáticas e dinâmicas, que se inter-
relacionam e se assemelham ao movimento do YIN e o YANG.

Alguns fatores são fundamentais para a análise da face e pescoço na


observação do terapeuta:

1) cor desta pele; se ocorrem descamações ou despigmentações no tecido


conjuntivo.
2) nutrição da pele, se é oleosa, seca ou normal.
3) palpação, firmeza, flacidez, dor, engrossamento na pele.

29
5.3. Mecanismo Fisiológico

Na China, os profissionais entendem que o hematoma produzido na aplicação


da terapia de raspagem é previsto e natural no decorrer do tratamento, pois se trata
da exteriorização da doença, não causando surpresa e nem incômodo essas marcas.

Mas aqui no Ocidente, encontramos dificuldade na aplicação da técnica devido


à agressividade e o hematoma gerado.

Os efeitos terapêuticos através do GUA SHA são:

● Através da fricção e o deslizamento da raspagem local, ativa-se mais de uma


classe de mecanorrecptores em diferentes combinações de regeneração e
reconstrução dos canais sensórias, produzindo uma ação reflexa indireta,
liberando substâncias vasoativas que, na sequencia estimulam as terminações
nervosas receptoras.
● No decorrer do movimento, temos o efeito circulatório, aquecimento e aumento
da velocidade do fluxo sanguíneo, devido ao deslocamento constante do
sangue através dos vasos; melhora da circulação sanguínea periférica;
eliminação de toxinas acumuladas no corpo; oxigenação dos músculos e
aumento do tônus muscular.

Método de aplicação do GUA SHA na face:

Sempre tomar alguns cuidados para não provocar o excesso de SHA


(hematomas), a intenção do tratamento nesta região será para remoção das células
mortas na pele e rejuvenescimento facial.

Rugas profundas;

● Rugas finas ao redor dos olhos e boca;


● Redução da flacidez de pálpebras superior e inferior;
● Previne flacidez do pescoço;
● Diminui olheiras e manchas;
● Sequelas de acnes;
● Paralisia facial;
● Cicatrizes com aderência;
● Distúrbios da ATM;

30
● Sinusites.

Contra indicado em:

● Tumores malignos ou benignos;


● Eczema;
● Psoríase;
● Fragilidade capilar;
● Edemas pós - mastectomia;
● Tromboflebite;
● Gravidez;
● Processos infecciosos na pele como furúnculos;
● Herpes Zooster.

Funções Energéticas:

● Drenar o QI e o XUE, para que através do suor sejam expelidas as toxinas do


corpo;
● Dispersar os canais e colaterais, removendo o frio, calor, umidade, secura;
● Faz a limpeza do calor perverso, tratando a dormência e dor por consequência
da má circulação do XUE.
● Transforma e transporta o QI acumulado dos ZANG FU, promovendo equilíbrio
do YIN e YANG;
● Reforça o QI do sistema BA(Pi)/E (Wei), ativando o metabolismo e o WEI QI;
● Remove a obstrução do QI e XUE nos vasos sanguíneos.
● Facilita a formação do JIN YE, melhorando a distribuição dos líquidos
corpóreos;
● Aquece o Rim (Shen), alivia a umidade, restabelecendo o caminho dos líquidos
orgânicos;
● Tonifica o YANG geral.

31
6. MANOBRAS FACIAIS

6.1. Tipos de Manobras

● Pressão do movimento: fricção forte com movimentos circulares nos pontos de


acupuntura.
● Deslizamento do movimento: raspagem rápida, para o desbloqueio da linha de
tensão.
● Frequência do movimento: raspar 5 vezes simultâneas para cada posição do
GUA SHA.
● Direção do movimento facial: para cima no sentido da linha do cabelo, para os
lados no sentido da orelha.
● Direção do movimento na coluna vertebral: para cima no sentido da nuca e
para as laterais do corpo.

32
6.2. Tratamento

6.2.1. Intensidade do tratamento


Duas aplicações consecutivas para os pontos de acupuntura em um mesmo
posicionamento.

6.2.2. Tempo do tratamento


Duas vezes por semana no primeiro mês, uma vez por semana no segundo
mês.

6.2.3. Recomendações
Após a aplicação da “terapia de raspagem” – GUA SHA, algumas precauções
devem ser tomadas como:

● Não usar maquiagem ou qualquer outro produto químico ou ainda aparelhos


que aqueçam ou esfriem demais o rosto por mínimo de 4 horas.
● Não lavar o rosto com água por 2 horas.
● Usar a técnica para finalizar tratamento ou sozinho.

6.3. Aplicação nos Pontos SHU DORSAIS

Para que ocorra atenuação de rugas e linhas de expressão, é necessário o


desbloqueio de estagnações energéticas que ficam pelo corpo, que podem ser
antigos ou recentes e de natureza YIN ou YANG.

Para o bom funcionamento do Sistema Nervoso (SHEN) é necessário o livre


fluxo de QI e XUE nos canais e colaterais e principalmente nos canais DU MAI(VG) e
PANGGUANG(B). Esses dois canais são de natureza YANG, sustentam a coluna
vertebral, se relacionam com a médula espinal, núcleos pontino, mesencéfalo,
amígdala, hipotálamo e córtex cerebral, quando seus acupontos são estimulados,
promovem a ativação de sistemas opióides.

33
6.4. Método do GUA SHA

Iniciar a massagem na 5 a. vértebra lombar com pressão e cinco movimentos


circulares no mesmo local.

Na sequência do posicionamento 1 e movimento 2, deslizar o GUA SHA no


músculo sacroespinhal, ligamentos e músculos transversos, músculo latíssimo dorsal,
músculos serráteis superior e inferior, músculo trapézio e músculo rombóide,
seguindo verticalmente o sentido das vértebras torácicas até cervicais.

Na sequência do posicionamento 3 e movimento 4, iniciar o deslizamento com


o GUA SHA, à 0,5 cun do processo espinhoso da vértebra lombar até a cervical,
seguindo o sentido horizontal para a raspagem dos músculos paravertebrais.

34
7. LASERTERAPIA

Com o avanço da tecnologia, a laserterapia é a técnica mais recente dentro da


Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Hoje, muitos estudos estão sendo
desenvolvidos, com evidências científicas, utilizando o laser na Medicina Tradicional
Chinesa (MTC) em diversas doenças e com resultados promissores. A escolha da
utilização do laser e não de agulhas geralmente são para alguns tipos de tratamentos
em crianças, idosos e pacientes que apresentam Aicmofobia (pânico de agulhas). O
tratamento é feito apenas com a luz emitida pelo aparelho de laser nos pontos de
acupuntura (o laser atinge a mesma profundidade das agulhas na maioria das vezes).

O uso do laser na Medicina Tradicional Chinesa é um método conhecido por


Laserterapia ou Laserpuntura, contudo, é preciso utilizar um equipamento de laser
que atenda aos padrões necessários, como: comprimento de onda, potência do
equipamento, número de pontos e de sessões.

O tratamento segue conforme o diagnóstico pela Medicina Tradicional


Chinesa, o uso do laser não provoca dor e/ou incômodo, e os resultados variam de
acordo com cada paciente, em especial em casos de dores – tendinite, osteoporose,
coluna, etc.

7.1. BENEFÍCIOS DA LASERTERAPIA

● Redução de efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia em tratamentos


de câncer;
● Auxilia no processo de emagrecimento (atua no controle das emoções, regula
o metabolismo);
● Indução da liberação de endorfinas;
● Aumento na produção de ATP;
● Aumento do potencial da membrana de células nervosas;
● Relaxamento muscular;
● Rugas, celulite, estrias, manchas, vitiligo, herpes.

35
7.2. ACUPUNTURA ESTÉTICA

O LASER na acupuntura tem várias vantagens e indicações:

● É totalmente natural e indolor e traz resultados rápidos e visíveis, sendo


indicado para tratamentos em crianças e pessoas mais sensíveis.
● Não necessita de tempo de recuperação, não acarreta efeitos colaterais e nem
oferece risco algum de agressão a derme ou epiderme.
● Possibilita tratamento de vários pontos na mesma sessão, tornando o
tratamento mais rápido.
● A LASER Acupuntura está fundamentada no principio da acupuntura
tradicional, com princípios de sedar e tonificar órgãos internos, sistemas
corporais e ativar os pontos específicos.

Os efeitos fisiológicos do LASER acupuntura são:

● Indução da liberação de endorfinas


● Aumento na produção de ATP
● Aumento do potencial da membrana de células nervosas
● Relaxamento muscular
● Aumento do limiar da dor
● Redução da atividade de pontos de trigger muscular.

Além das aplicações nos pontos de acupuntura o LASER também pode ser
aplicado localmente em aplicações estéticas, tratamentos fisioterápicos, pontos de
ulceração ou para estímulo de cicatrização, entre outras indicações.

7.3. Frequências de Nogier

Dr.Paul Nogier, médico e pesquisador francês conhecido como o “pai” da


auriculoterapia foi quem mais pesquisou e estudou área e praticamente definiu as
bases do LASER Acupuntura ainda em 1951.

No começo Dr.Nogier percebia que pacientes com pontos de cauterizações na


orelha relatavam cura de seus problemas de ciática. Intrigado, Dr.Nogier decidiu
investigar o fenômeno. Depois de mais de 15 anos de estudos e experimentos, ele
definiu um mapa da orelha com seus pontos. Os resultados de seus trabalhos hoje

36
em dia são bem conhecidos e utilizados na Europa, Estados Unidos e até mesmo na
China, berço da acupuntura.

O princípio da auriculoterapia baseia-se no fato de que os pontos no pavilhão


auricular externo correspondem a certos órgãos ou sistemas. O mecanismo de ação
é um mecanismo reflexo.

Na auriculoterapia um ponto patológico é detectado por uma reação dolorosa


no local da pressão ou através de um detector de pontos. O tratamento pode ser
implementado por massagem, agulhas, estímulo elétrico ou LASER nestes pontos.

A auriculomedicina é a extensão lógica da auriculoterapia. Enquanto


desenvolvia sua prática Dr. Nogier percebeu que a auriculoterapia tinha poucos
efeitos em certas doenças. Baseado em suas experiências com acupuntura, ele
começou a tomar o pulso de seus pacientes enquanto examinava suas orelhas. Ele
demonstrou variações no pulso dos pacientes assim que tocava em diferentes pontos
da orelha.

Mais tarde, por volta de 1970, estendendo suas pesquisas sobre o pulso, ele
iniciou utilizando luz estroboscópica e depois o LASER pulsando a esta frequência.
De acordo com a inervação em diferentes pontos da orelha, estas áreas respondiam
a certas frequência, com reações de pulso.

As frequência determinadas foram 7, utilizadas para diagnóstico e tratamento,


representando informações recebidas e emitidas pelo corpo. Estas frequência são
conhecidas como frequência de Nogier e são designadas por letras, cada uma com
aplicações em determinados tratamentos.

Frequências U A B C D E F G

Valores (Hz) 1.14 2.28 4.56 9.125 18.25 36.5 73 146

As frequências de Nogier são classificadas de acordo com o tratamento e


efeitos obtidos:

37
RELAXANTE
TRATAMENTO ANALGÉSICO REGENERATIVO
MUSCULAR

Frequências E G A B F C D G

São frequências normalmente utilizadas em clínica médica para detecção e


tratamento, já que são preferencialmente reconhecidas pelo organismo.

Elas entram em ressonância com o corpo e causam efeitos específicos.

Informações abaixo extraídas de "The man in the ear", Maisonneuve, 1979,


255 p.

Frequência A:

● Associada com estruturas embrionárias, não organizadas.


● É a frequência da vida primitiva, em concordância com as células em estado
indiferenciado.
● Utilizada para diagnóstico e terapia da substância nervosa reticular, todas as
cavidades do organismo, inflamações, desorganizações, edemas, assim como
detecção e terapia de focos inflamatórios no organismo.
● Ação regenerativa.

Frequência B:

● Frequência mais elaborada, relacionada aos órgãos, também usada em


distúrbios nutricionais.
● Está relacionada ao sistema gastrointestinal primitivo, vísceras, problemas de
alimentação, irrigação sanguínea, degeneração nervosa e artrose.

Frequência C:

● Indica elementos motores do corpo.


● Reflete os movimentos, os membros, sistema renal, trato genital, espinha e
juntas.
● Ação de relaxamento muscular.

38
Frequência D:

● Frequência que se situa em um nível mais alto de organização e introduz o


conceito de simetria, seletivamente afetando certos órgãos unitários (que não
têm par), apresentando a característica de ser solitária, mas anatomicamente
simétrica. Por exemplo o Corpo Caloso do cérebro, ou a comissura branca,
duas estruturas cerebrais simétricas, situado entre o hemisfério direito e
esquerdo.

Frequência E:

● É a frequência da espinha dorsal e sistema nervoso central, percebendo e


comunicando às unidades funcionais situadas em diferentes níveis.
● Ação analgésica.

Frequência F:

● Ótima frequência utilizada para diagnóstico. Representa as regiões cerebrais


subcorticais. Estas estruturas são encontradas no cérebro de animais como
cães, por exemplo.

Frequência G:

● Frequência que ressona com as estruturas mais elaboradas do corpo, como o


córtex cerebral, parte tipicamente humana do cérebro, que dá ao homem
capacidade de pensar, criar e imaginar.

A tabela seguinte resume as principais aplicações terapêuticas da frequência


de NOGIER:

FREQUÊNCIA AÇÃO TERAPÊUTICA


Ação em tecidos ulcerados, tumores epiteliais, reações epidérmicas,
A
inflamações, desorganizações, edemas.
Problemas gastrointestinais e metabólicos, sistema gastrointestinal primitivo,
B vísceras, problemas de alimentação, irrigação sanguínea, degeneração nervosa
e artrose.
C Problemas de locomoção.
D Desordens de lateralidade
E Dor e condução nervosa, doenças da medula espinhal.
F Reconstrução cerebral e dos ossos.
G Ação no córtex cerebral cortical, desordens mentais.

39
7.4. Correlação com a Aurícula:

Com relação à orelha a divisão das zonas de frequência é como segue,


colocando-se para cada uma a frequência de Nogier:

ÁREA A:

Localiza-se na face interna do trago, inervada pelo nervo intermediário, com


polaridade parassimpática.

Relaciona-se aos influxos interoceptivos do parassimpático craniano.

Diagnosticam-se nela deficiências constitucionais (insuficiências funcionais


familiares, más formações congênitas), inflamações ou neoplasias (câncer,
leucemias, etc.) e desestruturação (cicatrizes, escleroses).

Tem-se como ponto mestre o ponto O'.

ÁREA B:

Corresponde à concha, inervada pelo nervo vago, com projeção visceral, de


origem endodérmica e polaridade parassimpática, portanto, ligada a termotropismo,
assimilação e anabolismo.

40
Altera-se pelas afecções nutricionais celulares e teciduais. Consideram-se
nesta área também as perturbações da irrigação sanguínea do tecido, como, por
exemplo, infarto do mesentério ou do miocárdio ou renal.

Tem-se como ponto-mestre o ponto Zero (anterior e posteriormente).

ÁREA C:

Corresponde à área do pavilhão, de origem mesodérmica, inervada pelo


trigêmeo.

Apresenta-se com polaridade simpática. Relaciona-se aos movimentos do


corpo, sendo uma área ergotrópica. Investigam-se nesta área as afecções agravadas
pelo movimento, especialmente afecções osteomusculares e vasculares. V.G. cólicas
que aparecem na marcha e asma agravada pelo movimento.

Na face interna do antitrago, no limite entre a área B e C, tem-se o ponto do


tálamo, específico para qualquer dor unilateral.

Tem-se como ponto-mestre o ponto S (Sommet), localizado no ápice do


antitrago.

ÁREA D:

Localiza-se sobre o trago e amplia-se para frente.

A inervação é mista, de limites imprecisos, e é uma área relativa às comissuras


cerebrais. Coordena a bilateralidade humana, pelo que suas afecções causam
descoordenação. Utiliza-se em dores simétricas bilaterais e dores estritamente
medianas.

Têm-se dois pontos-mestres: o ponto O' (comissural) e o ponto R (reacional).

ÁREA E:

Corresponde à hélice (do tubérculo de Darwin até o lóbulo, correspondendo à


medula). Apresenta outra localização na descida da anti-hélice para a concha, ligada
à cadeia ganglionar simpática.

41
Inervada por ramos do plexo cervical superficial e ligada às projeções
medulares: sensitivas na face externa da hélice, neurovegetativas na descida da anti-
hélice e motoras na face mastoidiana da hélice. A origem é ectodérmica e
relacionando-se, por conseguinte, com as patologias nervosas ou cutâneas.

Localizam-se nesta área as nevralgias superficiais exacerbadas por contato,


como por exemplo, Herpes Zoster, bem como as dermatites e as cicatrizes tóxicas.

O ponto-mestre localiza-se na altura do ponto Zero até C2, sobre a hélice,


também chamado de ponto-mestre da decussação bulbar.

ÁREA F:

Localiza-se na face posterior do lóbulo. Cobre também a face interna do


antitrago, inervada por ramos do plexo cervical superficial.

Contém fibras sensitivas, autônomas e motoras.

É uma área central, onde se projetam as formações subcorticais. Nela


diagnosticam-se as deteriorações centrais de origem metabólica.

Tratam-se nela tiques, espasmos (blefaroespasmo, torcicolo espasmódico


gagueira), nevralgias mal sistematizadas (Horton, cefaléias temporais, parietais,
faciais atípicas, enxaquecas oftálmicas), choques emocionais provenientes de
imagens sonoras ou visuais.

Tem-se como ponto mestre o ponto do tálamo (seja externa seja


internamente).

ÁREA G:

Localiza-se na face anterior do lóbulo, inervada por ramos do plexocervical


superficial.

É a área de projeção cortical. Condiciona as patologias psíquicas e nela


localizam-se os pontos para o tratamento das afecções dependentes da
intelectualidade ou da afetividade.

Pesquisam-se nesta área as paralisias neuróticas.

42
Na face mastoidiana do lóbulo deve-se explorar a função motora piramidal.

Tem-se como ponto-mestre o ponto sensorial, também conhecido como ponto


do olho.

Algumas indicações na Acupuntura em Odontologia utilizando as frequências


de Nogier:

● iperemia pulpar: Freqüência Regenerativa (A, B ou F) por 2 minutos.


● Sensibilidade dentinária: Frequência Regenerativa (A,B ou F) por 3 minutos.
● Periodontite, edemas, inflamações: Freqüência Regenerativa (A, B ou F) por 2
minutos.
● Gengivite: Freqüência Regenerativa (A, B ou F).
● Trismo muscular: Freqüência Relaxante Muscular (C, D ou G) por 5 minutos.
● Alveolite, dor pós-operatório: Freqüência Regenerativa (A, B ou F).
● Nevralgia do Trigêmio: Freqüência Regenerativa (A, B ou F) e Frequência
Analgésica (E ou G) por 1 minuto em cada ponto de acupuntura relacionado.
● Sinusite: Freqüência Regenerativa (A, B ou F) por 3 minutos.

43
8. STIPER

As Pastilhas Stiper tem como conceito básico de fabricação o mineral Silício,


amplamente encontrado na natureza. O Silício é cientificamente reconhecido como o
melhor amplificador e ordenador de ondas e freqüências que o Mundo conhece.

Por isso é utilizado em equipamentos que necessitam absoluta precisão, tais


como computadores, radares, sonares, aparelhos de recepção e transmissão,
equipamentos de absoluta precisão ótica, de vídeo, de imagem, de som e de tempo.

Sem o Silício estaríamos, cientificamente, muito atrasados, e as grandes


conquistas científicas ora conquistadas e em todas as áreas estariam ainda por vir.

Estas pastilhas, macias como algodão, são impregnadas com silício puro, e
sua principal característica é o de reordenamento e reequilíbrio das ondas e energias
nos pontos aplicados.

Os pontos são os mesmos utilizados nos métodos tradicionais, seja de


acupuntura, fisioterapia, massoterapia, pontos de dor ou demais pontos terapêuticos.

O Stiper potencializa todas as outras terapias, e é também sedador imediato,


por isso, muitíssimo utilizado nos pontos de dor, trazendo ao paciente alívio imediato.

Quando em contato com a pele, os cristais naturais agregados à pastilha


absorvem a energia em diferentes freqüências e amplitudes de ondas
desequilibradas.

Após absorvê-las, esses cristais as regularizam e as devolvem ao organismo


de forma equilibrada, possibilitando a regulação da energia vital.

Tal regulação possibilita diversas melhorias, dentre elas, a melhora do


metabolismo, aceleração das reações enzimáticas, reforço das fagocitoses na luta
contra as infecções, eliminação de resíduos, relaxamento da musculatura lisa e
estriada e a ativação da circulação do sangue e da linfa.

8.1. Atuação do Stiper na Acupuntura

O Stiper tem função equilibradora e moduladora da energia do organismo


agindo de forma sedativa e tonificadora (funciona de forma inteligente, atuando da

44
maneira que o organismo demandar), já que o silício funciona absorvendo as energias
desarmonizadas e desequilibradas; devolvendo-as ao organismo de forma
controlada, harmonizada e gradual, restabelecendo assim o fluxo de energia
continuamente.

Assim sendo, tem a mesma finalidade das agulhas de Acupuntura, com a


vantagem de não ser um método invasivo, muito mais confortável e com um tempo
de benefício terapêutico de estimulação permanente e duradouro.

Pode ser aplicado de forma independente, promovendo a estimulação nos


pontos por até 5 dias.

O Stiper é recomendado para todas as pessoas, tanto idosos, bebês e crianças


que têm a pele mais sensível, ou ainda para pacientes que não desejam ou não
podem se submeter às agulhas.

8.1.1. Massoterapia
Após a realização das massagens, aplique as pastilhas Stiper para que os
pontos que foram trabalhados continuem recebendo a estimulação após a saída do
paciente de seu consultório, e essa estimulação se manterá por mais cinco dias. A
sensação de conforto e relaxamento se prolonga.

8.1.2. Estética Facial e Corporal


Por promover um melhor fluxo sanguíneo onde aplicado, tonifica os músculos
e o colágeno de regiões rugosas ou flácidas da face, região dos olhos, promovendo
a suavização de rugas, manchas, olheiras, marcas de expressão, auxiliando na
recuperação de tecidos, como o tratamento de estrias, celulite, vasos, varizes,
queimaduras, micoses e cicatrizes.

A aplicação é sempre tópica e local. Em casos de cicatrizes ainda abertas, a


aplicação deve ser em torno da ferida.

Você pode optar também pela Máscara Facial e Corporal de Silício,


desenvolvida exclusivamente para aprimorar e acelerar os resultados nos principais
e mais procurados tratamentos estéticos.

45
9. MICROAGULHAMENTO

A técnica teve início na década de 90, como nome de “subcisão”.


Primeiramente apresentada por Orentreich, sua finalidade era induzir a produção de
colágeno no tratamento de cicatrizes cutâneas e rugas. Devido a técnica envolver
lesão, foi denominada como TIC – Terapia de Indução de Colágeno (CIT – Colagen
Induction Therapy). Na mesma década, o Congresso de Cirurgia Plástica e
Reconstrutora em Madri, na Espanha e o Congresso Internacional de Cirurgia Plástica
e Estética em Paris, na França, aceitaram e aderiram à técnica. Na ocasião, o
cirurgião plástico Camirand (1997), descreveu resultados em punturações feitas com
uma pistola de tatuagem em duas pacientes que apresentavam cicatrizes faciais
hipercrômicas, causadas após um procedimento cirúrgico na face (facelifting). O
objetivo foi de camuflar com tatuagem a cicatriz, com pigmentos da cor da pele. No
entanto notou-se que as lesões causadas pelas finas agulhas desencadearam uma
nova síntese de colágeno saudável. Mas somente em meados de 2000 que o
cirurgião plástico sul-africano Dermond Fernands criou um aparelho apropriado para
a indução de colágeno, constituído por um cilindro rolante cravejado de microagulhas.
O novo designer permitia uma perfuração uniforme e rápida, além de permitir
trabalhar em áreas maiores e com profundidades diferenciadas para cada região.
Desta forma foi criado o Dermaroller, marca registrada e mais conhecida nos
tratamentos de microagulhamento. A injúria provocada pelo microagulhamento,
desencadeia através da perda da integridade do tecido, uma nova produção de fibras
colágenas a fim de reparar as fibras danificadas, a dissociação dos queratinócitos, a
liberação de citocinas ativadas pelo sistema imune, geram uma vasodilatação no local
da injúria, fazendo com que queratinócitos migrem para a região e reestabeleçam o
tecido lesionado. Além da resposta fisiológica, as micropunturas facilitam a
permeação de ativos no tecido. Segundo Oliveira (2012) e Lima et al (2013), após a
lesão, inicia-se a fase mais importante do tratamento, a cicatrização, que pode ser
dividida em três fases:

1 – Fase inflamatória (1 a 3 dias): ocorre imediatamente após a lesão,


formando coágulos para proteger de contaminação, liberando histamina e serotonina,
promovendo a vasodilatação e fazendo a quimiotaxia de neutrófilos e monócitos,
responsáveis pela liberação de queratinócitos. O novo tecido depende de fatores de
crescimento (MDGF – Fatores de Crescimento Derivados de Macrófagos), que

46
incluem os fatores derivados de plaquetas (PDGF), os fatores transformadores alfa,
beta, os interleucina-1 e fator de necrose tumoral. Após 72 horas, os linfócitos T
liberais a interleucina -1, reguladora da colagenase e as linfocinas. Estas são
responsáveis pela resposta imunológica.

2 – Fase proliferativa (3 a 5 dias): a ferida é fechada pelos processos de


epitelização, angiogênese, fibroplasia e depósito de colágeno. Nestas etapas, a
membrana da camada basal restaura os tecidos, a angiogênese (formação de novos
vasos sanguíneos) promove nutrição e oxigênio, a fibroplasia se inicia de 3 a 5 dias
após a lesão e pode perdurar por 14 dias, ativando os fibroblastos e a produção de
colágeno tipo I e formação de matriz extracelular (CAMPOS et al, 2007).

Segundo Setterfield (2010), o aumento de queratinócitos na presença dos fatores de


crescimento epidérmicos é 8 vezes maior. Daí a importância de se fazer associação
de ativos durante o tratamento com microagulhamento. Até o 20º dia do
procedimento, a inflamação tende a diminuir para permitir a formação de um novo
tecido.

3 – Fase de remodelamento (28 dias a 2 anos): nesta fase há o aumento da


resistência tecidual. Tazima et al, (2008), afirma que nesta fase de remodelamento o
colágeno tipo I passa para o tipo III , aumentando a força tensora do tecido em até
80%. O colágeno é a principal proteína da matriz extracelular. Sua estrutura rígida e
helicoidal tripla de cadeia longa se assemelha a uma corda. Durante o processo de
maturação, ela pode crescer de maneira desordenada, criando a cicatriz. A
perfuração ordenada do roller, no entanto, faz a orientação cicatricial de forma
saudável. Esse processo pode levar até 2 anos, mas a recuperação da força de tração
original na área lesionada pode chegar a 80% (SETTERFIELD, 2010).

47
9.1. Instrumentos de Perfuração

Embora o roller seja o instrumento mais conhecido para realização do


microagulhamento, existem outros modelos com a mesma finalidade. Mesmo entre
os rollers conhecidos, hoje há uma grande quantidade de modelos e material
utilizados na fabricação dos mesmos. O roller tradicional e é constituído por um
cilindro repleto de agulhas em aço inoxidável, dispostas ordeiramente em quantidade
(de 190 a 1.080 agulhas), distâncias, espessura e comprimento (de 0,20mm a
3,00mm) diferentes. Essa disposição está relacionada ao tipo de tratamento e área
de aplicação do roller. Seu cabo é de polietileno, impedindo que o equipamento seja
autoclavado. Após o uso, é necessário que se faça o descarte juntamente com o
material perfuro cortante.

Há também rollers totalmente feitos em materiais esterilizáveis como aço inox


e ouro, permitindo a reutilização do equipamento, contudo após um período, é
necessária a troca destes, visto que as agulhas perdem o corte podem se deformar.

Além da variação de material, os rollers também podem vir associados a outras


terapias como a cromoterapia, LED e com efeito vibratório. Toda tem como objetivo
potencializar a técnica e efeitos desejados no tratamento.

Outro equipamento bastante utilizado no procedimento de microagulhamento


são as canetas ou dispositivo manual de microagulhamento, também conhecidas com

48
Dermapen, que podem ser manuais ou elétricas. Estas funcionam com refis
descartáveis, sua regulagem manual permite realizar microagulhamento de 0,25mm
até 2,00mm. A quantidade de agulhas em cada refil pode se de 2, 3, 7, 12 ou 36
agulhas, bem inferior à quantidade de agulhas do roller convencional.

A aplicação da caneta manual se diferencia do roller por exigir maior destreza


do profissional que fará a aplicação. Mesmo em aparelhos elétricos, onde não será
necessária a pressão manual, o controle e direcionamento do agulhamento são feito
pelo profissional. Alguns modelos ainda possuem inclinação automática da ponteira.
Todos estes ajustes são para evitar cortes irregulares na pele. A caneta permite uma
aplicação pontual, sendo ideal para pequenas áreas de difícil acesso e região capilar.

9.2. A Técnica Potencializa a Permeação de Ativos

Certamente o principal objetivo do microagulhamento é a estimulação dos


fibroblastos. Porém, outro grande benefício foi observado através do procedimento.
Ao realizar as micropunturas no tecido dérmico, as agulhas abrem canais que ligam
a derme ao meio externo. Estes canais permitem que a introdução e absorção de
ativos de uso tópico sejam mais fácil e rapidamente depositadas na camada mais
profunda da pele. Para Badram, Kuntsche e Fahr (2012), esses microcanais se
fecham após duas horas do microagulhamento e que a agulha de 0,5 mm é mais
eficiente para esse tipo de procedimento devido a ação dos capilares menores.

Os efeitos de permeação são variáveis, segundo Kalluri, Kolli e Banga, devido


a fatores biomecânicos. Eles destacam que não se deve esperar uma resposta igual
para todas as áreas aplicadas. A avaliação deve ser individual em caso de associação
de ativo.

O uso do ativo pode ser feito a antes, durante ou após o microagulhamento.


Na verdade o profissional escolhe a melhor maneira de trabalhar, desde que não
prejudique o deslizamento do equipamento. O fato é que a técnica de
microagulhamento aumenta a permeação em até 80 vezes. Segundo Yoom et al. A
permeabilidade ainda pode ser potencializada se combinada a outros métodos físicos
como o aquecimento localizado ou uma microdermoabrasão.

49
Quanto maior a molécula, menor será sua capacidade de permeação. Em uma
pele intacta, dificilmente muitas substâncias penetrariam na derme, devido ao sistema
de proteção impermeabilizante da epiderme. O microagulhamento rompe essa
barreira de proteção, e quanto menor a molécula, maior será seu poder de penetração
e difusão na derme. Desde a década de 1990, a técnica de microagulhamento
associada à permeação de ativos cosméticos ou fármacos vem sendo desenvolvida.

9.2.1. Quanto aos Ativos


Com efeito, potencializador, o ativo direciona para uma resposta mais rápida e
eficiente da pele. O tratamento home care também poderá ser utilizado pelo paciente.
Como já foi dito, o tamanho da molécula é fator determinante para uma boa absorção
e consequentemente resposta positiva ao tratamento desejado. Entre os ativos mais
utilizados em procedimentos de microagulhamento, destaca-se:

● Vitamina C – poderoso antioxidante que aumenta os níveis de RNA


mensageiro pró-colágeno tipo I e III.
● Vitamina A – estimula a produção de fibroblastos.
● Vitamina B3 – utilizada no tratamento de hipercromias.
● Peptídeos de Cobre – necessário na síntese de colágeno realizada pelos
fibroblastos. · Zinco – necessário na síntese de elastina e produção de
colágeno.
● Ácido Hialurônico – componente da matriz extracelular, são capazes de
estimular a neocolagenase.
● Fatores de Crescimento – são liberados pelo organismo após o
microagulhamento, mas podem ser inseridas na pele humana, a partir da
extração de cultura de células epidérmicas, células placentárias, colostro,
prepúcio humano, bactérias em cultura e até mesmo plantas. Fatores de
crescimento participam do processo de divisão e formação celular, crescimento
de novos vasos sanguíneos e na produção de colágeno e elastina.

Setterfield, Prestes et al e King (2010, 2006 e 2013), enfatizam o a utilização


de fatores de crescimento em procedimentos de microagulhamento pois estudos
apontam melhores resultados em seus procedimentos terapêuticos. Por isso é
importante conhecer os efeitos de cada fator, para obter o resultado desejado.

50
9.2.2. Associação Terapêutica
As associações são necessárias para promover uma resposta rápida ao
tratamento. Em geral são feitas nos intervalos de aplicação do microagulhamento,
porém podem ter indicação pré ou pós-início do tratamento. Das mais utilizadas, lista-
se:

● Peeling químico – técnica consiste em promover a descamação da camada


córnea da pele. Usam-se ácidos de acordo com a necessidade, ou seja, para
hipercromias (ac. Lático, Salicílico, etc.), para acne (ac. Mandélico), para
fotoenvelhecimento (ac. Glicólico), e assim por diante.
● Luz intensa pulsada (LIP) – utilizada nos intervalos de tratamento de
fotoenvelhecimento e hiperpigmentação.
● Radiofrequência (RF) e Carboxiterapia – com o objetivo de estimular a
produção de colágeno, sugere-se o uso pré-tratamento com
microagulhamento.
● Vacuoterapia – associada ao tratamento de celulite, pode ser utilizada pré ou
durante o tratamento.

9.2.3. Técnica de Aplicação


Embora a finalidade da IPC – Indução Percutânea de Colágeno, seja a mesma,
existem técnicas de aplicação e uma metodologia a ser seguida a fim de obter os
resultados desejados. Segundo Negrão (2015) a aplicação do microagulhamento
poderá ser feito com o sem anestésico. O que determinará o uso será o tamanho da
agulha e também a sensibilidade de cada pessoa. Ele ainda afirma que a
periodicidade também será proporcional ao tamanho das agulhas escolhidas para o
procedimento, ou seja, quanto maior a agulha, maior será o espaço entre uma
aplicação e outra. Em média o intervalo seria de 30 dias, porém pode-se dar um
espaço de 45 a 60 dias.

Antes de iniciar o procedimento, é necessário observar se todo o material está


ao alcance das mãos. Durante o procedimento recomenda-se não manipular outros
objetos a fim de evitar possíveis contaminações. Todo o campo de trabalho deve ser
estéril, é indispensável o uso de EPI’s, luva estéril, anestésico (quando necessário),
solução antisséptica, gaze estéril, touca para o cliente, soro fisiológico, o roller, os

51
ativos que serão utilizados e o que mais se julgar necessário para realizar o
procedimento.

PASSO A PASSO:

1. Higienização da área a ser tratada com sabonete antisséptico;


2. Higienização com álcool 70% ou clorexidina a 4%;
3. Esfoliação (física biológica ou mecânica);
4. Analgesia tópica (ação de 30 minutos), remover completamente todo o produto
com água filtrada;
5. Agulhamento em todas as direções;
6. Aplicação de ativos (podem-se associar ativos);
7. Hidratação com soro fisiológico em temperatura ambiente.

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Lima, Lima e Takano (2013) recomendam que seja feito o teste ou prova do
toque com o anestésico que será utilizado, pois não é pouco comum as reações
alérgicas ou irritativas em pessoas expostas à tais substâncias. O ideal é realizar o
teste cerca de 30 minutos antes do procedimento, e observar se há sinais de
vermelhidão, irritação, prurido, inchaço, etc. Independente do equipamento utilizado
– roller ou caneta é indicada que se trabalhe em áreas ou seções para alcançar todas
as regiões de maneira uniforme.

Setterfield (2010) recomenda que a aplicação seja rápida, com movimentos


curtos, nos sentidos horizontais, verticais e diagonais. Quanto ao número de vezes
não há um consenso, o que irá determinar será a prática clínica, mas o sangramento
é um indicador de que se deve mudar a direção. Ainda segundo Setterfield (2010),
tanto o roller quanto a caneta jamais devem ser arrastados sobre a pele, ou seja,
entre um movimento e outro, o equipamento deve ser levantado. A pressão deve ser
moderada, sem forçar uma penetração além do tamanho programado.

Contra Indicações do Microagulhamento:

A técnica parece simples, porém requer conhecimento em biossegurança,


anatomia, fisiologia, patologia e, sobretudo saber manusear bem o instrumento, a fim
de evitar lesões e infecção por contaminação. Antes de iniciar o tratamento, é
necessário que se faça uma boa avaliação, registro fotográfico de antes, durante e ao
término do tratamento, é necessário que o paciente assine um termo de
consentimento em duas vias, com todas as informações do tratamento inclusive os
cuidados a serem tomados em casa. Deve-se evitar o microagulhamento em
pacientes que estejam:

● Com lesões ou feridas expostas;


● Com a pele bronzeada e/ou queimada devido à exposição solar · Com pústulas
e nódulos actínios;
● Com herpes ativa · Com histórico de má cicatrização e queloides;
● Fazendo uso de Roacutan, anti-inflamatórios e anticoagulantes;
● Gestantes e lactantes;
● Neoplásicos (em qualquer fase);
● Com rosácea ativa;
● Apresentem algum tipo de alergia aos ativos.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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