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PROPOSTA DE REDAÇÃO

TEXTO 1: “O capacitismo (ableism) é a discriminação da pessoa com deficiência e que, em decorrência dela,


é considerada uma pessoa incapaz. O capacitismo, assim, é uma manifestação de preconceito para com as
pessoas com deficiência ao pressupor que existe um padrão corporal ideal e a fuga desses padrões torna as
pessoas inaptas para as atividades na sociedade. Essa padronização é chamada corponormatividade (able-
bodiedness). A corponormatividade é um conceito que acompanha as discussões sobre as discriminações de
pessoas com deficiência, pois são considerados corpos “normais” aqueles que não apresentam deficiências,
vendo as deficiências como falhas. Assim, um corpo sem deficiência é considerado um padrão a ser seguido.
Neste movimento, ocorre a discriminação da pessoa com deficiência, pois a mesma é reduzida a sua
condição de “deficiente”, o que é visto como ruim. A discussão sobre o capacitismo em língua portuguesa é
recente e a Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015, Estatuto da Pessoa com Deficiência, não traz o termo em
suas normativas, porém orienta quanto as discriminações contra as pessoas com deficiência, que devem ser
encaradas como violações de direitos. “Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. § 1º Considera-se
discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão,
que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações
razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. (BRASIL, 2015)”. A prática do capacitismo atinge a
pessoa com deficiência de diferentes maneiras, como o acesso ao meio físico e a criação de barreiras para
que exerçam atividades independentemente; e também como barreiras socioemocionais quando essas
pessoas são tratadas como incapazes, dependentes, sem vontade ou voz própria para exprimir suas vontades.
Tratar uma pessoa deficiente de forma infantilizada, incapaz de compreender o mundo, um problema em um
serviço público por exigir acessibilidade, assexualizada, inferior ou que deva ser medicada e afastada do
convívio comum dos demais cidadãos são exemplos de capacitismo.”
(Disponível em: https://www.infoescola.com/sociologia/capacitismo/. Acessado em: 16/09/2022).

TEXTO 2: “Cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo — 15% da população global — tem algum tipo
de deficiência documentada. No Brasil, segundo o Censo 2010 do IBGE, quase um quarto da população
declarou ter algum grau de dificuldade em pelo menos uma das habilidades investigadas (enxergar, ouvir,
caminhar ou subir degraus) ou possuir deficiência mental/intelectual. A incidência é semelhante nos EUA e
no Reino Unido. Apesar desses números, as pessoas com deficiência sofrem discriminação generalizada em
quase todos os níveis da sociedade. O capacitismo pessoal pode ser um xingamento ou ato de violência
contra uma pessoa com deficiência, enquanto a capacitismo sistêmico se refere à desigualdade que as
pessoas com deficiência vivenciam como resultado de leis e políticas. Mas o capacitismo também pode ser
indireto, até mesmo não intencional, na forma de microagressões linguísticas. Por mais que a gente goste de
pensar que é cuidadoso na hora de escolher as palavras, o capacitismo linguístico está difundido no nosso
vocabulário. Os exemplos estão por toda parte na cultura popular, e provavelmente você mesmo já usou
algumas expressões. Muitas vezes, o capacitismo linguístico surge nas gírias que usamos, como falar para
alguém "deixar de ser retardado" ou dizer que "fulano tem TOC" (Transtorno Obsessivo-Compulsivo).”
(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-56926469. Acessado em: 16/09/2022).

TEXTO 3: “A presença de pessoas com deficiência na mídia tem se tornado constante. Não há como negar
que personagens de ficção tiveram seu papel importante para o tema se evidenciar. Isso também fez
aumentar sensivelmente a quantidade de reportagens sobre o assunto nos jornais, rádios, TVs e internet.
Calçadas esburacadas, falta de rampas, ônibus adaptados, qualificação profissional e lei de cotas para o
mercado de trabalho são apenas alguns dos temas recorrentes. Entretanto, há aspectos que precisam ser
observados nas redações quando vai se tratar do assunto. [...]. Os movimentos mundiais das pessoas com
deficiência, inclusive os do Brasil, assinaram a Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos
Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, aprovada pela Assembleia-Geral da ONU em 2006, e
ratificada no Brasil em julho de 2008. Entre vários outros aspectos, de que forma preferem ser chamados:
Pessoa com Deficiência. O objetivo é valorizar o ser humano, e não sua condição permanente ou passageira,
e isso precisa ser levado em consideração quando se vai se contar uma história na reportagem, pois ajuda a
levar para a sociedade estes mesmos conceitos. Colocar alguém com deficiência como entrevistado é mais
do que necessário, mas a condição dele não pode transformá-lo num herói, quando ele é apenas um ser
humano com seus direitos e deveres como qualquer outro cidadão. O bom-senso é um excelente caminho
nesses momentos. Ponderar o motivo daquela pessoa com deficiência estar presente na reportagem e o que
realmente é relevante, sem colocá-la em situações constrangedoras.”
(Disponível em: https://www.inclusive.org.br/arquivos/19271. Acessado em: 16/09/2022).

TEXTO 4:

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema “Os desafios do combate ao capacitismo na sociedade brasileira”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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