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1 – A longa digressão anterior era necessária, pois ela nos mostra como as alterações políticas
condicionaram a reorganização da sociedade e da economia, inserindo as estruturas
econômicas coloniais dentro de uma nova ordem legal, estimulando a organização e o
crescimento de um mercado interno e configurando uma situação de mercado que se tornaria,
bem depressa e segundo um ritmo de aceleração crescente, o principal polarizador do
desenvolvimento econômico nacional.
3 – Como o Brasil tinha uma condição econômica periférica e dependente, não iria assimilar
tais modelos reproduzindo, pura e simplesmente, o desenvolvimento prévio daquelas
economias.
4 – Isso fez que a assimilação inicial desses modelos fosse mais intensa nos centros urbanos
que coordenavam as relações de exportação e de importação, os quais absorviam, assim as
vantagens econômicas decorrentes da diferenciação ou do aumento da produção rural, da
transformação dos padrões de consumo e de comércio, e da dinamização da vida econômica.
6 – A economia brasileira era organizada através de uma ordem legal e política controlada de
dentro e para dentro. Produzia para fora e consumia de fora.
Obs. – esses dois elementos até o presente momento jamais chegaram a eliminar os
outros três, nem mesmo conseguiram contrabalançar os efeitos estruturais e dinâmicos
que eles exercem, como fatores de heteronomia econômica.
Só podiam colocar em prática, com eficiência e senso de “previsão econômica”, nas ações
e relações econômicas nas quais a situação de mercado aqui imperante já reproduzia
determinados requisitos institucionais das economias centrais.
Era um capitalismo de tipo especial, montado sobre uma estrutura de mercado que possui
duas dimensões – 1) uma estruturalmente heteronômica; 2) outra com tendências
dinâmicas autonômicas ainda em vias de integração estrutural.
Por causa, dessa dupla polarização, o capitalismo poderia ser aplicar a noção de
“capitalismo dependente”
2 fator - se refere aos agentes humanos que “viveram o drama” e podem ser vistos como
principais atores e fautores do desencadeamento da revolução burguesa. Movidos
inicialmente por interesses egoísticos e economicamente mais ou menos toscos, logo
evoluíram para formas de consciência social de seus dilemas econômicos que tiveram
importância crucial na elaboração de sucessivas políticas econômicas, no Império e na
República.
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