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O Pur "Por Reforma@: té Hojel” 1 S Url Itar iz S Scriptura, sola gratia, sola fide, soli Deo glori Quem Me Livrara...? “Desventurado homem que sou! Quem me livraré do corpo desta morte?” (Rm.7.24) ; SCR Ge Edinburgo | A Natureza do Homem e a Lei ‘Manoel Canuto “sw ros reve menos, ou eum puma cata a Gah tea plate ce peso uae ae mous meme” Fam 2) Inatureza do homem sempre o leva a fazer aquilo que é condenado pela lei de Deus. Quando ele toma conhe- cimento da sua situagao de miséria espiritual ea realidade da santidade de Deus e da Sua vontade expressa na lei divina, duas possibilidades se apresentam: ou sua consciéncia 6 despertada e o faz clamar por misericdrdia, ou menospreza a Deus, sua majestade, poder e seus jufzos, através de uma mente obscurecida ou cauterizada pelo pecado. Ale evidencia ao homem sua maldade, seu pecado e sua merecida condenacao. Paulo nos diz em Romanos 6 que ‘20 se manifestar 0 pecado e sua face dantesca, a graga e misericdrdia de Deus s4o ao mesmo tempo manitestas, visto que nao somos consumidos e vém sobre alguns de forma a salvé-los, liberté-los, consolavlos. Ao se manifestar 0 pecado e suas conseqiéncias (morte), Deus revela sua graga salvador. Dessa forma podemos ver a dimenséo da graga de Deus revelada na cruz maldita once o Filho de Deus recebeu sobre si nossas culpas, morreu, ressuscitou ao {erceito dia, fazendo-se “os primeiros frutos". as primicias dos que dormem, ascendendo aos céus, de onde reina @ intercede polos crentes que amam Sua volta. Calvino disse que Cristo “expe & morte o que é mortal em nés, a fim de verdadeiramente restaurar-nos a vida". Ele est dizendo que morremos com Cristo, fomos sepultados na Sua morte, mas ressuscitamos com Ele para uma nova vida. Cristo renova em nés uma nova natureza - somos conformados & Sua imagem. Somos unidos a Jesus, enxerta- dos na oliveirae isso nos renova interiormente segundo a natureza superior do Espirito. Nascemos do alto, de Deus, nascemos de novo. Isso no quer dizer que nos livramos do velho homem quando lemos que o velho homem foi cruciticado, mas que agora somos vitoriosos no conflto que temos com este miserével homem velho que ainda jaz em nds. Agora somos viloriosos pois, ‘se ja morremos com Cristo, eremos que também com Ele viveremos”. Vivernios em novidade de vida e nao reina em nés 0 pecado (no que vivamos sem pecado), nao tem mais dominio sobre nés porque estamos debaixo da graga, ramos servos do pecado, mas agora somos servos da justiga, pois fomos libertos do jugo do pecado. Quando ramos ndo conwvertidos achavamos que nao éramos obrigados a cumprir a vontade de Deus, servir & Sua justiga. Por isso serviamos a Satands (como disse Jesus em Jodo 8) pensando que éramos lives. Era uma liberdade amalcigoada —mas, antes, era uma escravidéio ao pecado. Paulo no capitulo 7 fala da relagao do homem com a lei e mostra a sua situago pessoal. Pauio nao diz que estamos agora desobrigados em relagdo a lei, mas que ela sempre foi usada para se conseguir salvago, porém quando nos amimos a Cristo recebemos perfeita justiga, perfeigao absoluta quanto as exigéncias da lei. Cristo & nossa justiga. “Calvino afirma isso através de uma metéfora ao dizer que "a mulher casada esté ligada pela lei ao marido enquanto ele vive". Ele interpreta assim esta metéfora: “Allel era nosso “esposo™, sob cujo jugo foros mantidos, até o tempo em que ela morreu em relagdo a nds. Depois da morte da lei, Cristo nos recebeu em seu seio, ou seja, nos libertou da lei e nos uniu a ele. Estando, pois, unidos a Cristo, 0 qual ressuscitou dos mortos, devemos viver ligados exclusivamente a ele E assim como a vida (humana) de Cristo é eterna depois de sua ressurreigéo, entao nunca mais haverd divércio entre nds ¢ ele, no pon" ‘Nunca entendamos que aqui Paulo esta dizendo que estamos desobrigados da lel, mas da lei civil e cerimonial de Moisés © como uma exigéncia para a justiicagdo pensada polos judeus. Cristo esté no lugar da lel, estamos ligados a Ele para que sejaimos salvos, produzamos frutos e nos apresentemos em novidade de vida. ‘Mas Paulo sabia o que oxiste dentro de um homem cronte. Ele fala de forma dramatica: *Misoravel homem que sou! {Quem me livrard do corpo desta morte?" (Rm 7:24). Nés no apenas vivemos a lutar contra nossa came, mas lamen- tamos esta situagao. Paulo ndo esta em diivida sobre quem o livara, mas, ao contrério, usa esta expresso para mostrar que esperava seu livramento no poder grandioso de EDITORIAL Deus; Pavio quer nos aizer que ainda temos uma “massa EEE 1 pecados que tazem a corrupgao do homem, mesmo re- tee re 9 as gererado, porém esperando na graga de Deus em Cristo eae hating Jesus. Paulo nao estava murmurando contra Deus, mas ge~ ‘Manoel Caruto ‘Marcos Vasconcelos. mendo pela sua condi¢ao e desejando em confianga na gra- ectacaasd maroc G2 a Reranga etema. Os puritanos chamavam isso do a Madea BRE |S cemitus sanciorum’. one Heals denne. 99400356 ous nos faga humildes para perceber quem somos e 0 ars toot aque Deus ja fez por nés. Que lutemos pela santidade, colo wes Resttheaeta tn cando nossas ansiedades aos pés de Cristo @ quem vero- Enrehatebaresy fe Heesrst Siow Seana Een yacenaniaeama ST | Boa letural Jornal Os PURITANOS maz Quem Me Livrara? Por: J. C. Philpot oe Jomal OS PURITANOS esventurado homem que sou! Quem me livraré do compo desta morte? Gragas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado” (Romanos 7.24.25) Quado grande foi a miserioérdia para com a Igreja de Deus que o apéstolo Paulo tenha sido inspirado pelo Espirito Santo para registrar a sua propria experiéncial Ele nao deixou meramente algum fragmento da mesma, mas explorou-a de tal modo que a encontramos completa, no sétimo capitulo da epistola aos Romanos. De que alivio tem servido esse registro para milhares de sofredores ¢tristonhos dentre os da familia de Deus! Quanta luz ele tem langado sobre as perplexidades e meandiros do curso seguido por essas pessoas! Que consolo tem sido esse registro, em todos os séculos, para mui testado e tentado povo de Deus. E, sem divida, assim continuaré sucedendo até ao fim dos tempos! Alguns tém afirmado que Paulo ndo falava sobre “si mesmo”, embora ele tenha usado o pronome “eu” por muitas vezes. Outros tém asseverado que esté em pauta “o conflito que se debatia no peito do apéstolo, entre a natureza ea consciéncia, antes do Senhor havé-lo chamado por Sua graca”. No entanto, do principio ao fim ele fala no tempo presente, mostrando-nos assim que descrevia um conflito presente de sua vida, Outros tém dito que essas palavras refletem “o conflito debaixo da lei, antes de ter ele recebido o livramento conferido pelo Evangelho". No entanto, em face disso, ele exclama: “desventurado homem que sou!” e ndo “que eu era”. E também disse “vejo em meus membros outa lei”, ¢ nao “via nos meus membros outra lei”. E evidente que ele teferia-se a um conilito que prosseguia nos momentos mesmos em que ele estava redigindo a epistola aos Romanos. O CLAMOR Que teria feito 0 apéstolo clamar com tanto sentimento: “Desventurado homem que soul"? 1) O conhecimento da abrangéncia ¢ da espiritualidade da lei de Deus. 1ss0 foi declarado por Paulo nos versiculos 9 e 10: “Outrora, sem le, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri. Eo mandamento ‘que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para morte”. A introdugéo da lei de Deus, em sua abrangéncia ¢ espiritualidade, oamaldigoou @ condenou. Antes dele familiarizar-se espiritual e experimentalmente com a condenagao da lei em sua consciéncia, ele estava “vivo", isto é, estava satisfeito com a sua prépria justica, com o seu cumprimento dos deveres, com as suas proprias realizacdes. Nao percebia que Deus requer a verdade no intimo; no conhecia.a pureza ea santidade do cardter divino; ndo sentia que a lei amaldigoa cada transgresséo cometida por pensamento, tanto quanto por palavra ou agai ‘Aluz ainda nao havia chegado a sua consciéncia, o Espirito de Deus ainda nao havia iniciado Suas operagées convencedoras dentro dele. Portanto, devido & auséncia dessas operagées em sua alma, ele se sentia vivo, pois ainda néo havia sido morto. De fato, a espiritualidade e a abrangéncia da lei precisava ser a LC. Pilpot sentida, em menor ou maior grau, pela consciéncia de cada despertado pecador. Por quanto tempo o pecador ficard sob essa impressio, ou quo profundamenteficaré perturbado em face da mesma, Deus ndo definiu, enem nés podemos definir. Mas o efeito da lei se faz sentir obrigatoriamente na consciéncia de todo pecador salvo, porque “pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rm 3.20). Se nunca senti a quando os maus desejos procuram obier a vitéria em nosso interior, quando o orgulho ¢ a infidelidade, bem como outras corrupgdes em grande niimero lutam perpetuamente, como um vuleio aceso em nosso ser, bbuscam conseguir 0 predominio, a fim de arruinarem as nnossas almas — nao é essa a nossa carga mais pesada? Estou convicto, com base em minha propria experiéncia, de que quando o pecado é culpa do pecado pensando em minha consciéncia, se a convicgdo de pecado nunca me traspassou © coragao, que posso saber ou que posso desejar saber a res- peito de um Emanuel que Se nunca senti a culpa do pecado pensando em minha consciéncia, se a conviceao de pecado nunca me traspassou 0 cora¢ao, que posso saber ou que posso desejar saber a respeito de um Emanuel que verteu o Seu sangue? sentido em suas renovadas operagées por uma cons- iéncia sensibilizada, isso faz um homem inclinar a ca- bega. E, algumas vezes, tal homem fica agonizando em verteu o Seu sangue? Para os pecadores nunca assim aiingidos, que pode signiticar o Seu amor perdoador, o Seu sangue expiatério, a Sua rica misericérdia, a Sua

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