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Associativismo como meio de Fortalecimento da Agricultura Familiar no

Território Local: caso do Posto Administrativo de Mieze (2018 – 2020)1

António Tomás2
at9523058@gmail.com

Resumo
O presente estudo intitulado Associativismo como meio de fortalecimento da agricultura familiar: caso do Posto
Administrativo de Mieze, 2018 – 2020. O estudo visa analisar o associativismo como meio de fortalecimento da
agricultura familiar no território local. A pesquisa é qualitativa baseada no estudo de caso, porque permitiu-nos analisar
profundamente sobre o tema. Para a recolha de dados empíricos recorreu-se amostra não – probabilística, composta
por (13) pessoas, respeitando a diversidade, sendo (3) gestores e (10) agricultores, por meio dos guiões de entrevistas
semi-estruturadas, através dos quais fez-se a análise de conteúdo. A consulta bibliográfica, trabalho de campo e análise
documental permitiram conceber o quadro teórico. Com efeito, espera-se que o estudo sirva de inspiração às futuras
investigações da área, contribuindo assim a escassez da literatura no País. E espera-se ainda, que a comunidade local
adira ao associativismo, visando promover o bem – estar comum. Doravante, conclui-se que a persistência no uso de
técnicas tradicionais à produção agrícola, não permite a produção e a produtividade. Este facto pode estar aliado, a fome,
às desigualdades sociais, ao êxodo rural, a criminalidade e a marginalidade. Contudo, o associativismo pode ser meio de
fortalecimento da agricultura familiar, reduzindo a pobreza, promovendo renda e inclusão social.

Palavras-chave: Associativismo, fortalecimento, agricultura familiar.

Abstract
This study entitled Associativism as a means of strengthening family agriculture: case of the Administrative Post of Mieze,
2018 - 2020. The study aims to analyze associativism as a means of strengthening family farming in the local territory.
The research is qualitative based on the case study, because it allowed us to analyze deeply on the subject. For the
collection of empirical data, a non-probabilistic sample was used, composed of (13) people, respecting diversity, being
(3) managers and (10) farmers, through the scripts of semi-structured interviews, through which the content analysis
was made. The bibliographic consultation, fieldwork and documental analysis allowed us to conceive the theoretical
framework. In fact, it is expected that the study will serve as inspiration for future investigations in the area, thus
contributing to the scarcity of literature in the country. And it is also expected that the local community adheres to
associativism, aiming to promote the common well - being. From now on, it is concluded that the persistence in the use
of traditional techniques to agricultural production does not allow production and productivity. This may be allied to
hunger, social inequalities, rural exodus, crime and marginality. However, associativism can be a means of strengthening
family agriculture, reducing poverty, promoting income and social inclusion.

Keywords: Associativism, strengthening, family farming.

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O presente estudo, analisa sobre associativismo como meio de fortalecimento da agricultura familiar: caso do Posto Administrativo de Mieze, (2018
– 2020), visando compreender o contributo do associativismo no desenvolvimento e crescimento económico e social no meio rural e urbano.
Outrossim, não só é tendente a dar respostas aos desafios que nos são impostos pelos actuais mercados consumidores, como também, é tendente a
reduzir as assimetrias regionais e as desigualdades sociais, rumo à redução da pobreza. O estudo constitui é de carácter avaliativo e é requisito para a
conclusão do grau de Mestre em Desenvolvimento Económico Regional e Local.
2 Mestrando em Desenvolvimento Económico Regional e Local, pela UCM – Faculdade de Gestão Turismo e Informática e Licenciado em Ensino de

Geografia pela Universidade Pedagógica de Moçambique.


1. INTRODUÇÃO
Desde a existência da espécie humana no planeta Terra, o Homem sempre procurou viver em comunidade na
luta pela sobrevivência, visando garantir o bem – estar individual e colectivo. Foi neste contexto, que nasceu
o associativismo, com objectivo das pessoas se reunirem ou de cooperarem entre si para satisfazerem as suas
necessidades individuais e colectivas ou comuns de seu grupo.

Nesta óptica, a génese do associativismo em Moçambique, não foge à regra geral. A população sempre
desenvolveu o espírito de trabalho em equipa nos sistemas tradicionais e nos mecanismos informais de
solidariedade em todas esferas sociais, facto que visava mobilizar as comunidades locais a organizarem-se em
grupos para participarem no processo de desenvolvimento económico e social. Sobre este ponto Moura
(2009) descreve “o associativismo que teve origem no espírito humano de congregação, na vontade do
homem de ser solidário e de poder, ao mesmo tempo, pertencer a uma organização que sirva de intermediária
entre o indivíduo e a sociedade” (p. 51). Estas organizações surgiram com o intuito de auxiliar a sociedade a
melhorar as condições de vida, através da ajuda mútua.

Foi assim, que o associativismo surgiu através do interesse dos indivíduos em reunir esforços, visando
proporcionar benefícios aos associados. Através do associativismo, uma comunidade consegue ter maior
expressão social e buscar o bem – estar comum.

Apesar da existência de uma população economicamente activa cuja base económica é a agricultura de
subsistência familiar, da existência de terras férteis para a produção agropecuária, da disponibilidade de
recursos hídricos, bem como o acesso a estrada nacional e ao mar para facilitar o escoamento e a entrada de
mercadorias, visando melhorar cada vez mais a produção e produtividade agrícola, a renda das famílias e
proporcionar a qualidade de vida à população local.

O Posto Administrativo de Mieze em particular e o País em geral caracteriza – se por enormes desigualdades
sociais, altos índices de desemprego, principalmente para os/as jovens, factos que se traduzem em altos
índices de pobreza e de precariedade habitacional, assim como desnutrição crónica. Trata – se de uma
realidade que tem preocupado não só à comunidade local, como também aos órgãos governamentais. A
literatura assegura que a promoção do associativismo no seio dos pequenos agricultores constitui uma das
alternativas para a superação das limitações económicas enfrentadas por esta classe. Entretanto, pouco ou
nada se sabe sobre como o associativismo pode contribuir no fortalecimento da agricultura familiar no Posto
Administrativo de Mieze?

Constituiu o objecto de estudo desta pesquisa: Associativismo como meio de fortalecimento da agricultura
familiar no Posto Administrativo de Mieze e objectivava:
 Caracterizar a agricultura familiar no território local;
 Conhecer as implicações socioeconómicas do associativismo, resultantes da dinâmica da agricultura
familiar no Posto Administrativo de Mieze;
 Descrever o território enquanto espaço socioeconómico e institucional que dinamiza a economia
local;
 Explicar como o associativismo fortalece a agricultura familiar no Posto Administrativo de Mieze.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para esse efeito, foi accionada uma série de autores, cujos pressupostos teóricos deram forma a este capítulo,
podendo também contribuir e sustentar os trabalhos metodológicos e empíricos realizados
subsequentemente.

2.1. Características da agricultura familiar


De acordo com (Antunes, 999), caracteriza a agricultura familiar como sendo “um sistema de produção que
usa técnicas menos evoluídas, muitas vezes transmitidas de geração para geração, com alterações pouco
significativas”. Trata-se de um tipo de agricultura segundo (INE, 2019), “[…] produzida em pequenas parcelas,
de baixo uso de tecnologias modernas, baixa cobertura dos serviços de assistência técnica e extensão rural”.
Devido a estas razões o Banco Africano de Desenvolvimento (2018) defende que, “parte considerável da
população moçambicana passa por momentos de crise e de insegurança alimentar”. Sobre este ponto, o
Relatório Balanço PES/2019, refere que, entre os anos 2018 e 2019, a agricultura familiar foi desafiada pela
ocorrência de chuvas intensas que provocaram cheias e inundações, aliadas com a ocorrência de ciclone
Kenneth, contrariando as expectativas dos agricultores.

Nesta pesrpectiva, pode-se entender que os factores acima referidos constituem mesmo obstáculos para o
aumento da produção e da produtividade e, por conseguinte, influenciam também no aumento dos níveis de
importação de alimentos. A baixa produtividade que caracteriza o sector familiar no País e a vulnerabilidade
a desastres naturais (seca, cheias, ciclones e inundações) impactam igualmente, nos níveis de segurança
alimentar e o bem – estar das famílias.

2.2. Implicações socioeconómicas do associativismo na agricultura familiar


Associativismo é um modelo de organização social que desempenha um papel de relevo e que pode dinamizar
a agricultura familiar no território local, uma vez que é sustentado nos pilares, económico, social, político e
cultural, pode contribuir igualmente, para a geração e distribuição de renda, de forma justa e igualitária entre
os seus associados. Na óptica de Guasselli (2002) admite que,
As associações agrícolas funcionam como instituições de comercialização de produtos de seus
associados, assistência técnica e revende insumos. Reúnem tanto os produtores rurais do
sector agrícola, quanto do sector pecuário. Essas associações têm um papel significativo de
desenvolvimento rural e redução da pobreza. As associações oferecem as melhores condições
económicas aos grupos, antes desfavorecidos mas que optaram em trabalhar juntos,
compartilhar os riscos e resolver os seus problemas.
Isto significa que o associativismo está atrelado aos processos de construção das relações sociais dentro dos
territórios locais, o que Hebinck, Ploeg e Schneider (2014) chamaram de “territórios aninhados. Esses
territórios estabelecem um conjunto de normas socioculturais, que podem ser aproveitadas de forma
colectiva pela sociedade para gerar benefícios através de governanças locais”. Adicionalmente, Konzen e
Krause (2002) defendem que, “na solidariedade associativa, os participantes têm de se unir em grupos para
vencer os riscos, bancar as despesas, distribuir igualmente o fruto do trabalho, em nome da colectividade”.
Isto pode implicar conforme descrito por Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1995) como sendo, “a capacidade que
o meio rural tem de reformular e de implementar estratégias ou técnicas que permitem aumentar a produção
e a produtividade”.
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Nesta óptica, o associativismo enquanto dinamizador da agricultura familiar no território local, garante a
estabilidade económica e a segurança alimentar aos associados e a sociedade no geral. No fundo, trata – se
de uma dinâmica resultante da constante capacitação dos seus participantes, da profissionalização, da gestão
e governança, concorrendo para mudanças no ambiente de negócios e o surgimento de novas oportunidades
de trabalho. Com efeito, o associativismo pode possibilitar que os pequenos agricultores promovam e
comercializem os seus produtos em mercados de nível regional, passando a competir com formas
hegemónicas na comercialização de géneros alimentícios e conquistando algumas parcelas dos mercados
convencionais.

2.3 Características do território enquanto espaço socioeconómico, institucional e dinamizador da


economia local
Sobre este assunto, (Amaral Filho, 2001) considera que, “os territórios podem tornar-se verdadeiros espaços
institucionais e dinamizadores das economias locais sob requisito (…) capital social”. Na sequência da
discussão ainda nesta senda, Putnam (2006) classifica as comunidades com base no engajamento cívico. O
autor realça as diferenças entre “as cívicas e prósperas” e as “não cívicas e pobres” e explica que quanto mais
cívica a comunidade de um território for, mais eficaz o seu governo e maior o seu avanço económico,
resultando também daí a estabilidade política e a boa governança. Para melhor discussão das ideias acima
(Gehlen & Riellao, 2004), entendem território como “uma referência globalizante, que se opõe por vezes,
pelas possibilidades que oferece, de reconhecer e valorizar as especificidades locais, que enfrenta à pretensão
uniforme da ideia de globalização”. Sobre este domínio, (Gehlen e Riellao, 2004), acrescentam que,
Território inclui a noção de património sociocultural e a necessidade de mobilização dos
recursos e das competências, através de atribuições de responsabilidades sociais, por meio
de processos participativos. A mobilização do património local induz à re – dinamização do
território, através de novas modalidades de integração e de valorização dos recursos e dos
produtos locais, como componentes do património sociocultural colectivo.
Conforme descrito por Sen (1998) apud Gomes (2011), defende que,
Para além de seus elementos formais, a descoberta e potencialização dos laços e relações que
conformam a economia real, não é a única condição para a dinamização desses territórios.
Deve – se ter em conta também, com a fragilidade dos mercados locais, a necessidade de
pensar em estratégias de inserção baseadas na captação de demandas externas a esses
territórios.
Sobre este ponto Benko (2001), defende que, “não há territórios em crise, há somente territórios sem
projecto”. Analisando as ideias de Benko (2001) e tendo em conta as potencialidades existentes no Posto
Administrativo de Mieze, pode – se inferir que as altas taxas de desemprego, a baixa renda nas famílias, a
fome e a pobreza prevalecentes no geral prendem – se com a falta de projectos concretos e a insuficiência de
capital social capaz de conduzir aos destinos desses projectos.

No fundo, as iniciativas locais e criativas abrem portas para a valorização do local para gerar, capacitar, atrair
e reter talentos que sustentem a criatividade e o seu valor económico acrescentado. Em contrapartida, a sua
ausência gera a fuga de talentos, emigração do capital humano para outros territórios, assim como a
depauperação das condições de subsistência dos territórios e das economias locais.

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2.4. Implicações do associativismo como meio de fortalecimento da agricultura familiar
Nesta senda pode – se perceber que, para fortalecer a agricultura familiar impõe – se a necessidade dos
agricultores se unirem em associações, objectivando não apenas para auto – consumo, mas também para a
venda, mitigando deste modo, os efeitos da pobreza, das desigualdades e da exclusão social. Trata – se de
uma atitude assenta nos valores da participação, democracia, solidariedade, independência e autonomia,
equilíbrio e justiça social (Tesch, 2000). Nesta óptica, seria necessário que os pequenos agricultores optassem
pelo associativismo, pois que, enquanto proprietários dos meios de produção, assumem também o trabalho
na propriedade. Aliás, no dizer de Zenaro, Schiochet e Gelinski Júnior (2017) acrescentam que,
O acesso dos meios de produção permite elevar a renda, promover uma agricultura
diversificada e adequada a produção local, fortalecendo um conjunto de propriedades
sustentáveis, valorizando o território, fomentando a inovação tecnológica, podendo resultar
na produtividade e no bem-estar dos associados.
Por conseguinte, a adesão voluntária dos pequenos agricultores ao associativismo, pode aumentar a produção
e a produtividade, ampliar as suas visões no mundo de negócios, melhorar as condições de vida das pessoas,
promover o emprego, aumentar a renda entre os participantes e reduzir a pobreza nas famílias. Ainda nesta
linha de pensamento, Andrade e Alves (2013) defendem que, “as associações trazem formas de solução de
problemas, de ajuda mútua entre pessoas que têm interesse ou anseios em comum, criando oportunidades
de emprego e de negócios, a partir da sua influência na produção e comercialização dos seus produtos” (p.
67). Isto significa que para além de, o associativismo fortalecer a agricultura familiar nos territórios locais,
desempenha igualmente, um papel crucial na melhoria das condições de vida das famílias, através da
distribuição equitativa de renda entre os sócios, da promoção e agregação de valor aos produtos agrícolas,
aumentando deste modo, o poder de troca dos produtores locais em mercados relativamente complexos.
Para que isso aconteça, seria melhor que as pessoas se unissem em associações para responder as novas
exigências nas técnicas de produção e do mercado global.

Nesta óptica, Wanderley (1999) advoga que, “agricultura familiar assume ares de renovação, sobretudo
quando os próprios agricultores se abrem às reformas nos meios, nas técnicas de produção, nos processos de
comercialização e na melhoria dos insumos agrícola”. Nesta senda, o associativismo pode ser entendido como
mecanismo de minimização de empecilho ao crescimento das actividades agrícolas. Pois que, possibilita o
crescimento da renda e, por conseguinte, uma série de efeitos de encadeamento directo e indirectos, em
diversas actividades, podendo contribuir também, na dinamização do sistema económico, fenómeno
essencial ao desenvolvimento.

3. METODOLOGIA
3.1. Quanto à abordagem
Quanto à abordagem, a pesquisa é qualitativa, pois trata – se de um estudo que teve por base oferecer dados
qualitativos no sentido dos sujeitos – alvo da pesquisa atribuem às suas vivências. Esta abordagem foi de
extrema importância, pois permitiu explorar sentimentos, experiências e significados que não podiam ser
expressos em números (Guerra, 2010).

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3.2. Quanto ao método
A presente pesquisa assumiu, em geral, as formas de pesquisa bibliográfica, estudo de caso e pesquisa
exploratória. Porque visava proporcionar maior familiaridade com o problema com vista a torna – lo explícito.
Quanto ao método de pesquisa foi estudo de caso, pelo facto de ser apropriado e, pois nos permitiu analisar
o associativismo como meio de fortalecimento da agricultura familiar no Posto Administrativo de Mieze (2018
– 2020). De acordo com Yin (2015) defende que, “o método estudo de caso tem um foco que reside na
compreensão mais abrangente e profunda do tema escolhido, através de uma exploração, descrição e
explicação abrangente dos componentes de uma dada situação social, visando encontrar as inter – relações”.

3.3. Participantes
Participaram neste estudo os gestores e agricultores do Posto Administrativo de Mieze, dos quais foram
seleccionados com base na diversidade, num total da população detentora de informação relevante sobre o
associativismo como meio de fortalecimento da agricultura familiar no território local. Na perspetiva de
Zaniescki apud Guerra (2010, p. 40), o critério diversidade “usa – se para medir a compreensão dos
participantes sobre o tema em estudo, para garantir que nas entrevistas participem pessoas de diferentes
grupos”. De facto, na pesquisa qualitativa procura – se a diversidade e não a homogeneidade usando para o
efeito, diversos sujeitos para assegurar a veracidade dos factos. Neste contexto, a pesquisa em alusão
procurou diversificar os participantes, para aferir as experiências, visões e vivências numa gama mais
diferenciadas de actores sociais, visando assegurar a autenticidade do estudo.

3.4. Amostra
Para responder aos objectivos desta pesquisa, usou – se uma amostra não – probabilística de tipo intencional,
composta por treze (13) pessoas, respeitando a diversidade das mesmas, sendo (3) gestores, tais como: Chefe
do Posto Administrativo de Mieze, Chefe da Localidade de Mieze e, um Extensionista e (10) agricultores.

3.5. Técnicas e instrumentos de recolha e análise de dados


Quando começámos a desenvolver esta pesquisa, percebemos que visava documentar e descrever o
associativismo como meio de fortalecimento da agricultura familiar no território local. O primeiro passo foi o
recurso a questões de pesquisa, mediante a definição dos objectivos específicos, por um lado, à recolha e
análise de dados bibliográficos, que nos permitiram conceber o quadro teórico que alicerçaram a própria
pesquisa. Para o efeito, accionámos livros e artigos pertinentes à temática em estudo (Gil, 1991). No entanto,
com o efeito deste accionamento o material ajudou – nos a reformular a nossa pergunta de partida, consolidar
os nossos conhecimentos prévios, assim como estabelecer as bases para a realização do nosso trabalho de
campo.

Mas, por outro lado, esta pesquisa foi de campo, tendo assentado na recolha de dados, que foi feita em três
fases. A primeira fase consistiu na elaboração de instrumentos de recolha de dados, tais como guiões de
entrevistas semi – estruturadas que foram dirigidas a diferentes actores sociais capazes de dinamizar o
desenvolvimento do Posto Administrativo de Mieze. A segunda fase foi marcada pela deslocação ao local de
estudo, isto é, no Posto Administrativo de Mieze, onde recolhemos dados importantes para o suporte do
presente estudo, a partir dos instrumentos previamente elaborados.

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E finalmente, a terceira fase, baseou – se na análise e discussão de dados recolhidos na segunda fase. Para
esse efeito, as entrevistas foram agrupadas em categorias de significância, que permitissem sintetizar os
principais temas e conceitos contidos nos instrumentos de recolha de dados, facto crucial para a inferência
das conclusões, assim como para a concepção de uma série de sugestões.

Basicamente, a técnica usada foram as entrevistas semi – estruturadas. De acordo com Trivinos (1987), as
entrevistas semi – estruturadas é um questionário com perguntas abertas e fechadas, um processo específico
para o desenvolvimento de uma investigação qualitativa, tendo o investigador um pequeno controlo sobre os
eventos, e quando o enfoque está em um fenómeno contemporâneo dentro de algum contexto de vida real.
Durante a entrevista, os entrevistados mostravam à-vontade suficiente para abordar assuntos sensíveis sobre
si e o governo local, visto que, previamente, já se havia construído uma certa confiança entre nós.

Para Flick (2004), as entrevistas com roteiros semi – estruturados em comparação com as entrevistas
padronizadas ou com os questionários facilitam o processo de obtenção de informações, a partir do ponto de
vista dos entrevistados. Em função de sua flexibilidade, as entrevistas semi – estruturadas permitiram ao
pesquisador incluir e excluir determinadas questões ou ainda efectuar alterações na ordem das questões, em
virtude das respostas obtidas.

3.6. Modelo de análise de dados


Para análise dos dados usou – se grelhas de análise de conteúdos. De acordo com Guerra (2010, p. 62), afirma
que, “a grelha de análise de conteúdos tem uma dimensão descritiva porque conta factos passados e
dimensão interpretativa resultante dos questionamentos do pesquisador sobre o tema em estudo”.
Basicamente, todo o material recolhido numa pesquisa qualitativa é geralmente sujeito a uma análise de
conteúdo, que constitui um procedimento neutro, decorrendo na forma de tratamento de material
paradigmático de referência.

Entretanto, este modelo de análise de conteúdo ajudou – nos estruturar e organizar os dados obtidos, a partir
de elaboração de categorias A e B e sub – categorias (as questões ligadas ao tema analisado) de análise, tendo
em conta a revisão literária produzida. Com efeito, para análise de conteúdo das entrevistas semi –
estruturadas e a grelha de análise organizou – se da seguinte maneira: Tema, categoria, sub – categoria,
unidade de registo e frequência.

3.7 Limitações do estudo


Teve-se limitações o facto de termos lidado com um tema pouco abordado na realidade moçambicana, facto
que não nos permitiu encontrar muitos estudos anteriores que nos servissem de referência, para subsidiar o
trabalho.

4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


4.1 Características da agricultura familiar no Posto Administrativo de Mieze
Nas entrevistas semi – estruturadas aplicadas tanto aos gestores como aos agricultores locais, foram
apontadas as seguintes características da agricultura familiar no Posto Administrativo de Mieze: é praticada

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para o sustento às famílias; uso de técnicas atrasadas e por vezes, repassadas de pai para os filhos; depende
das condições naturais; usa mão-de-obra familiar; a assistência técnica é quase inexistente; as vezes são
condicionadas pelas mudanças climáticas; exiguidade de produtos químicos (insecticidas, herbicidas, etc), o
que torna as culturas vulneráveis às pragas; a falta de sementes melhoradas; é praticada em pequenas
parcelas de terras e de baixo rendimento. Sobre este ponto, as características referidas pelos entrevistados
coincidem com as de (Antunes, 999), segundo o qual, caracteriza-a como sendo um sistema de produção que
usa técnicas menos evoluídas, muitas vezes transmitidas de geração para geração, com alterações pouco
significativas. Trata-se de um tipo de agricultura segundo (INE, 2019) […] produzida em pequenas parcelas, de
baixo uso de tecnologias modernas, baixa cobertura dos serviços de assistência técnica e extensão rural.
Devido a estas razões o Banco Africano de Desenvolvimento (2018) defende que, “parte considerável da
população moçambicana passa por momentos de crise e de insegurança alimentar”. Sobre este ponto, o
Relatório Balanço PES/2019, refere que, entre os anos 2018 e 2019, a agricultura familiar foi desafiada pela
ocorrência de chuvas intensas que provocaram cheias e inundações, aliadas com a ocorrência de ciclone
Kenneth, o que contrariou as expectativas dos agricultores.

4.2 Implicações socioeconómicas do associativismo na agricultura familiar no Posto


Administrativo de Mieze
Nas entrevistas semi – estruturadas aplicadas tanto aos gestores, como aos agricultores, explicaram as
implicações socioeconómicas do associativismo na agricultura familiar no Posto Administrativo de Mieze:
redução do desemprego; melhoria das condições de vida das famílias; torna localizável o grupo alvo em que
o parceiro deseja trabalhar; facilita a aquisição de insumos agrícolas; promoção do espírito solidário;
diminuição da exclusão e das desigualdades sociais; melhoria na renda dos participantes; diminuição do êxodo
rural; promoção do bem-estar comum; alavanca a economia local; fortalecimento das actividades económicas
locais; resolução dos problemas económicos; redução dos problemas de criminalidade, marginalidade e da
fome; torna fácil a aquisição de sementes melhoradas e facilita acesso aos mercados consumidores. Ao se
debruçar a esse mesmo propósito, Guasselli (2002) admite que,
As associações agrícolas funcionam como instituições de comercialização de produtos de seus
associados, assistência técnica e revende insumos. Reúnem tanto os produtores rurais do
sector agrícola, quanto do sector pecuário. Essas associações têm um papel significativo de
desenvolvimento rural e redução da pobreza. As associações oferecem as melhores condições
económicas aos grupos, antes desfavorecidos mas que optaram em trabalhar juntos,
compartilhar os riscos e resolver os seus problemas.
Isto significa, em princípio, que o associativismo está atrelado aos processos de construção das relações sociais
dentro dos territórios locais, o que Hebinck, Ploeg e Schneider (2014) chamaram de territórios aninhados.
Esses territórios estabelecem um conjunto de normas socioculturais, que podem ser aproveitadas de forma
colectiva pela sociedade para gerar benefícios através de governanças locais. Adicionalmente, Konzen e
Krause (2002) defendem que, “na solidariedade associativa, os participantes têm de se unir em grupos para
vencer os riscos, bancar as despesas, distribuir igualmente o fruto do trabalho, em nome da colectividade”.
Isto pode implicar conforme descrito por Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1995) como sendo, a capacidade que
o meio rural tem de reformular e de implementar estratégias ou técnicas que permitem aumentar a produção
e a produtividade.

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4.3. Características do território enquanto espaço socioeconómico e institucional dinamizador da
economia local
Nas entrevistas semi – estruturadas aplicadas tanto aos gestores, como aos agricultores, caracterizaram o
território enquanto espaço socioeconómico e institucional dinamizador da economia local: O território
caracteriza-se pela sua localização geográfica estratégica e acessível a estrada nacional e ao mar e possui
condições agras ecológicas favoráveis para a promoção do desenvolvimento local. O território é rico em
recursos naturais, humanos, culturais e institucionais, necessários para o desenvolvimento da agricultura
familiar que, por sua vez, pode impulsionar os sectores não agrícolas, reduzindo desta feita, a pobreza.

O governo procura traz parceiros de cooperação para aumentar mostrar-nos as técnicas melhoradas usadas
na produção agrícola. Valorizar e potenciar as actividades locais através da união de pessoas para se
desenvolverem, visando reduzir a pobreza nas famílias. Sobre este assunto, (Amaral Filho, 2001) considera
que os territórios podem tornar-se verdadeiros espaços institucionais e dinamizadores das economias locais
sob requisito (…) capital social. Na sequência da discussão ainda nesta senda, Putnam (2006) classifica as
comunidades na perspectiva de engajamento cívico. Para melhor discussão das ideias acima (Gehlen & Riellao,
2004), entendem território como “uma referência globalizante, que se opõe por vezes, pelas possibilidades
que oferece, de reconhecer e valorizar as especificidades locais, que enfrenta à pretensão uniforme da ideia
de globalização. Sobre este domínio, Gehlen e Riellao (2004), acrescentam que,
Território inclui a noção de património sociocultural e a necessidade de mobilização dos
recursos e das competências, através de atribuições de responsabilidades sociais, por meio
de processos participativos. A mobilização do património local induz à re-dinamização do
território, através de novas modalidades de integração e de valorização dos recursos e dos
produtos locais, como componentes do património sociocultural colectivo.
Conforme descrito por Sen (1998,apud Gomes. 2011), defende que,
Para além de seus elementos formais, a descoberta e potencialização dos laços e relações que
conformam a economia real, não é a única condição para a dinamização desses territórios.
Deve-se ter em conta também, com a fragilidade dos mercados locais, a necessidade de
pensar em estratégias de inserção baseadas na captação de demandas externas a esses
territórios.
Aliás, isso significa que “não há territórios em crise, há somente territórios sem projecto” (Benko, 2001).
Tendo em conta as potencialidades existentes em Mieze, pode-se inferir que as altas taxas de desemprego, a
baixa renda nas famílias, a fome e a pobreza prevalecentes prendem-se com a falta de projectos concretos e
a insuficiência de capital social capaz de conduzir aos destinos desses projectos.

4.4. Implicações do associativismo como meio de fortalecimento da agricultura familiar


Nas entrevistas semi – estruturadas aplicadas tanto aos gestores como aos agricultores, explicaram as
implicações do associativismo no fortalecimento da agricultura familiar no Posto Administrativo de Mieze, nos
seguintes termos: Sobre esta questão, alguns entrevistados responderam afirmativamente.

E reconhecem o papel do associativismo na redução das dificuldades encaradas individualmente. Ademais,


acredita-se que unidos com propósitos claros, se pode obter mais ganhos no mercado consumidor.
Constituem as implicações aqui referenciadas: satisfação das necessidades básicas sociais ou familiares,

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fortalecimento na superação das dificuldades económicas e sociais, consolidação da inclusão e redução das
desigualdades sociais, com base no respeito aos princípios e normas associativas.

A fácil aquisição de insumos agrícolas e a preços acessíveis; redução do esforço dos extensionistas, ao dirigir-
se apenas e directamente às machambas dos associados; fortalecimento dos laços interpessoais, livrando-as
das péssimas condições de vida. Proporciona às condições condignas na alimentação, saúde para todos,
educação aos filhos e habitação. Embora em algumas vezes, traz conflitos no seio dos associados, ligados a
fraca capacidade gestão dos representantes, provocando a sua dissolução. Promoção de emprego, redução
dos encargos sociais ao Estado e permite colocar os produtos agrícolas mercado consumidor mais
competitivo.

Nesta senda percebe-se que para fortalecer a agricultura familiar impõe-se a necessidade dos agricultores se
unirem em associações, objectivando não apenas para auto consumo, mas também para a venda, mitigando
deste modo, os efeitos da pobreza, das desigualdades e da exclusão social. Trata-se de uma atitude assenta
nos valores da participação, democracia, solidariedade, independência e autonomia, equilíbrio e justiça social
(Tesch, 2000). Nesta óptica, seria necessário que os pequenos agricultores optassem pelo associativismo, pois
que, enquanto proprietários dos meios de produção, assumem também o trabalho na propriedade. Aliás, no
dizer de Zenaro, Schiochet e Gelinski Júnior (2017) acrescentam que,
O acesso dos meios de produção permite elevar a renda, promover uma agricultura
diversificada e adequada a produção local, fortalecendo um conjunto de propriedades
sustentáveis, valorizando o território, fomentando a inovação tecnológica, podendo resultar
na produtividade e no bem-estar dos associados.
Ainda nesta linha de pensamento, Andrade e Alves (2013) defendem que, “as associações trazem formas de
solução de problemas, de ajuda mútua entre pessoas que têm interesse ou anseios em comum, criando
oportunidades de emprego e de negócios, a partir da sua influência na produção e comercialização dos seus
produtos” (p. 67). Para que isso aconteça, seria melhor que as pessoas se unam em associações para
responder a novas exigências das técnicas de produção e do mercado global. Nesta óptica, Wanderley (1999)
advoga que, agricultura familiar assume ares de renovação, sobretudo quando os próprios agricultores se
abrem às reformas nos meios, nas técnicas de produção, nos processos de comercialização e na melhoria dos
insumos agrícola.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES DO ESTUDO


No que respeita as características da agricultura familiar no Posto Administrativo de Mieze, não diferem com
as mencionadas na revisão de literatura. São motivos que nos levam a concluir que a agricultura familiar é
praticada para sustentar as famílias numerosas, usa técnicas tradicionais e por vezes, repassadas de pai para
os filhos, é dependente das condições naturais, usa mão-de-obra familiar, a assistência técnica é quase
inexistente e por vezes, condicionada pelas mudanças climáticas, exiguidade de produtos químicos, tornando
as culturas vulneráveis às pragas, é praticada em pequenas parcelas de terras e é de baixo rendimento.

Relativamente as implicações socioeconómicas do associativismo enquanto organização dinamizadora do


meio rural, não se divergem e nem se distinguem das defendidas pela revisão da literatura e conclui-se que,
a redução do desemprego, a melhoria das condições de vida das famílias, a fácil aquisição de insumos
agrícolas, a promoção do espírito solidário, a diminuição na exclusão e das desigualdades sociais, a diminuição
do êxodo rural, fortalecimento das actividades económicas locais, redução dos problemas de criminalidade,
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marginalidade e da fome, entre outras, constituem os principais desafios que o associativismo impõe as
pessoas.

No que concerne as características do território enquanto espaço socioeconómico e institucional,


dinamizadora da economia local, conclui-se que, a localização geográfica, as condições físico – naturais, os
efectivos populacionais, as actividades económicas desenvolvidas a nível do Posto Administrativo de Mieze,
as infra – estruturais básicas sociais e económicas, as instituições público – privadas existentes e os aspectos
socioculturais, constituem uma identifica do território. Para efeito, urge necessidade de buscarmos as
características externas como forma de manifestar a nossa afirmação cooperativa com o mundo globalizado.
Outrossim, antes porém, valorizar o local e as suas respectivas especificidades e sem pôr de lado o global.

Em relação as implicações do associativismo como meio de fortalecimento da agricultura familiar, conclui-se


que, as implicações referidas na revisão da literatura não encontram cisão com as mencionadas pelos gestores
e agricultores, pelo facto de, tornar fácil a vida dos agricultores na obtenção de alimentos, no aumento da
renda familiar, fortalece e ajuda a superar as dificuldades económicas e sociais, promove a inclusão e reduz
as desigualdades sociais, facilita para obtenção insumos agrícolas a preços acessíveis, torna acessível aos
serviços de saúde, educação e habitação condigna do agricultor, promove o emprego, reduzindo os encargos
sociais ao Estado.

5.1 Recomendações
Ao Governo local e seus parceiros
 Que se apoie a comunidade local na abertura de represas sobre o rio Mieze, nas lagoas Thipo,
Makharikhari e Sunho, para a retenção das águas das chuvas para permitir que a mesma seja útil à
irrigação dos campos agrícolas na época seca.
 Que o governo local e seus parceiros de cooperação inspeccionem a actividade agrícola, de modo a
vivenciar as dificuldades que os agricultores enfrentam.

Aos extensionistas
 Que os extensionistas realizem visitas de monitoria aos campos agrícolas dos agricultores, de modo a
vivenciar os problemas que a classe enfrenta.
 Que implementem as técnicas de baixo custo, uma vez que, a renda dos agricultores é baixa, ou seja,
não é satisfatória para aquisição e aplicação de técnicas modernas.

À comunidade
 Que adiram ao associativismo para reduzir o desemprego, melhorar as condições de vida das famílias,
a aquisição de insumos agrícolas, a promoção do espírito solidário, diminuir a exclusão e as
desigualdades sociais, diminuir o êxodo rural, fortalecer as actividades económicas locais e para
reduzir a criminalidade e a marginalidade.

Aos agricultores
 Que se unem em associações para garantir a fácil a obtenção de alimentos, a aumentar a renda das
famílias, promover a inclusão e reduzir as desigualdades sociais, facilitar a obtenção de insumos
agrícolas a preços acessíveis, o acesso aos serviços de saúde, educação e habitação condignas, a
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redução do desemprego dos seus filhos, pois estes podem ser continuadores na organização e para a
redução dos encargos sociais ao Estado.
 Que aproveitem as potencialidades que o território dispõe e transformem em oportunidades ampliem
o seu campo, a sua visão sobre o desenvolvimento económico local e social.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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