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no Judiciário:
governo como plataforma
e dados abertos
Inteligência Artificial
nos Tribunais
Ministrado por:
Rodrigo Marques
Agenda
Noções Gerais sobre IA
O desafio algorítmico
Ética e IA
IA no processo judicial
Uso da IA pela
Administração Judiciária
Noções Gerais sobre IA
Fonte: https://www.hpe.com/br/pt/what-is/artificial-intelligence.html
Noções Gerais sobre IA
• Sabe-se, de forma genérica, que um sistema inteligente é aquele que apresenta
capacidade para:
• Raciocinar;
• Planejar;
• Resolver problemas;
• Realizar indução, dedução
• Lógica e abdução;
• Armazenar conhecimento;
• Comunicar-se através de uma
• Linguagem;
• Perceber e adaptar-se ao meio;
• Aprender.
Fonte: https://www.conjur.com.br/dl/algoritmos-inteligencia-artificial.pdf
Noções Gerais sobre IA
Fonte: https://www.conjur.com.br/dl/algoritmos-inteligencia-artificial.pdf
Noções Gerais sobre IA
Fonte: https://www.conjur.com.br/dl/algoritmos-inteligencia-artificial.pdf
Noções Gerais sobre IA
•Geralmente, as heurísticas são úteis, mas, por vezes, podem levar a erros severos e
sistemáticos.
O desafio algorítmico
O desafio algorítmico
• É fundamental entendermos que, por trás de cada solução de inteligência artificial
haverá humanos, que pensam no seu propósito, criam o algoritmo e definem em
quais tipos e bases de dados esse algoritmo irá se apoiar. Por certo, isso transfere
para a solução tanto aspectos de parcialidade quanto, até mesmo, preconceitos
transmitidos de forma consciente ou não e que influenciam diretamente na saída de
dados que será gerada pela aplicação, não importando que esta seja capaz de
aprender de forma autônoma.
• A grande maioria das aplicações de Inteligência Artificial são baseadas na categoria
de algoritmos conhecidos como Deep Learning, que são perfeitos para
reconhecimento de padrões nos dados. Contudo na construção deste algoritmo,
com a consequente coleta e tratamento dos dados podem ocorrer os chamados
vieses.
• O viés (bias) é um atributo inerente ao ser humano, que tende seguir determinadas
tendências e maneiras de pensar e agir.
O desafio algorítmico
• No tocante aos algoritmos, os vieses podem se revelar, principalmente, em 3
estágios:
• Definição do Problema;
• Coleta de Dados;
• Preparação dos Dados.
• Consertar um viés é bem difícil pois há alguns desafios que devem ser superados:
1) UNKNOWN UNKNOWNS - A introdução do viés nem sempre é óbvia durante a
construção do modelo já que pode-se não notar os impactos dos seus dados e escolhas
desde o início. Mesmo que o impacto seja notado, é difícil identificar em que momento
o viés foi introduzido e descobrir como retirá-lo do modelo.
2) AUSÊNCIA DE CONTEXTO SOCIAL - De maneira semelhante, a forma como cientistas da
computação são ensinados a definir problemas, muitas vezes, não é a melhor
abordagem para problemas sociais.
O desafio algorítmico
3) PROCESSOS IMPERFEITOS - Muitos dos processos e etapas de Deep Learning não são
projetadas para detectar viés. Modelos de Deep Learning são testados de acordo com
sua performance antes de serem publicados. Na prática, os testes geralmente são
realizados da seguinte forma: cientistas dividem aleatoriamente os dados em 2
conjuntos: 1 conjunto de treinamento e 1 conjunto de validação. Isso significa que os
dados utilizados para testar a performance do modelo tem o mesmo viés que os dados
utilizados para treiná-lo anteriormente. Portanto, ele irá falhar ao tentar indicar
resultados enviesados.
4) DEFINIÇÃO DE JUSTIÇA - Esse problema não está só presente na ciência da
computação—essa questão tem uma longa história de debates na Filosofia, nas
Ciências Sociais e no Direito . A diferença é que na computação o conceito de justiça
deve ser previamente definido em termos matemáticos.
• Como reduzir em termos matemáticos a isonomia e evitar falsos positivos e falsos
negativos em sistemas de predição?
• Uma das abordagens propostas para contornar essa questão chama-se FAT - Fairness,
Accountability e Transparency.
O desafio algorítmico
Fonte: https://apublica.org/2016/06/software-que-avalia-reus-americanos-cria-injusticas-na-vida-real/
O desafio algorítmico
• O case ocorrido nos EUA, no Estado de Wiscosin, no qual a utilização do software
privado denominado COMPAS (Correctional Offender Management Profiling for
Alternative Sanctions) que foi utilizado para a dosimetria da pena aplicada a um
condenado em 2013, acabou se tornando um dos mais emblemáticos exemplos de falha
da IA no suporte decisório judicial. O caso foi levado a Suprema Corte de Winsconsin.
• O caso ilustra que a tomada mecânica de decisões, com base em padrão decisório
previamente definido, dissociado do caso concreto e sem a fundamentação em
contraditório pelo juiz do caso pode acabar gerando injustiças mais gravosas do que o
caso em questão.
O desafio algorítmico
Fonte: https://www.blacklistednews.com/article/52055/machine-bias-software-used-across-us-to-predict-criminal-behavior-biased-against.html
O desafio algorítmico
Fonte:https://medium.com/thoughts-and-reflections/racial-bias-and-gender-bias-examples-in-ai-systems-7211e4c166a1
Ética e IA
• Conforme muito bem apontado por Dora Kaufman em sua obra: “O aumento do
agenciamento da IA, especialmente quando substitui a agência humana, remete a uma
questão ética cada vez mais urgente: a responsabilidade.”
• Continua com o pensamento: “Atribuir aos humanos a responsabilidade sobre as
decisões automatizadas, ou mesmo sobre meras previsões, não é trivial. Os sistemas de IA
mais complexos, portanto, com maior probabilidade de causar danos, agregam
contribuições de diversos desenvolvedores, utilizam bases de dados originadas de
múltiplas fontes para treinar seus algoritmos e, por fim, são aplicados para executar
tarefas, às vezes, em distintos domínios. A responsabilidade, desse modo, teria que ser
distribuída entre todas as partes envolvidas (o que nem sempre é fácil de rastrear).”
• Neste sentido, fica a questão: na esfera da responsabilidade civil quando e a quem pode
ser imputada a responsabilização por atos oriundos de sistemas de inteligência
artificial?
Ética e IA
➢ A responsabilidade civil incide sobre um ato voluntário, decorrente da vontade
do agente, cujo resultado é um dano ou risco aos direitos de outrem, mesmo que
este não tenha sido verdadeiramente almejado.
➢ Como ensina Rodolfo Pamplona Filho e Pablo Stolze Gagliano, constitui requisito
necessário para configuração da responsabilidade a conduta humana e
voluntária, baseada na própria vontade de agir e na liberdade de escolha.
➢ Já pelo Código Civil há previsão de que haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente da comprovação da culpa, quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, riscos para os
direitos de outrem (Art. 927, § único do Código Civil). Estabelece ainda, o
dispositivo legal, que as empresas respondem pela assunção do risco,
independentemente de comprovação de culpa, pelos danos que podem ser
causados pelos produtos postos em circulação ou pela atividade desenvolvida,
essencialmente perigosos.
Ética e IA
Fonte: https://www.migalhas.com.br/coluna/humanidades-e-novas-tecnologias/371055/personalidade-juridica-eletronica-epersonality-de-aplicacoes-de-ia
Ética e IA
• Um dos problemas específicos em relação à atribuição da responsabilidade no caso de IA,
também denominado de "problema de muitas mãos", é a falta ou dificuldade de identificação
do nexo causal entre a conduta do agente e o dano produzido entre os diferentes atuantes
envolvidos no processo, já que há um complexo sistema sociotécnico envolvido.
• O Alan Turing e Oxford Internet Institute/UNESCO traz a proposta de "responsabilidade
'compartilhada' ou 'distribuída' entre designers de robôs, engenheiros, programadores,
fabricantes, investidores, vendedores e usuários. Nenhum desses agentes pode ser indicado
como a última fonte de ação. Ao mesmo tempo, esta solução tende a diluir completamente a
noção de responsabilidade: se todos tiverem uma parte na responsabilidade total, ninguém
será completamente responsável.
• Por sua vez, Caitlin Mulholland traz a proposta de causalidade alternativa; diante da existência de
um único nexo causal que não pode ser identificado de forma direta, podemos atribuir a sua
presunção ao grupo econômico como um todo, e maior facilitação do ônus probatório para a
vítima ("Responsabilidade civil e processos decisórios autônomos em sistemas de IA: autonomia,
imputabilidade e responsabilidade", IA e Direito, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2019, p.325 e ss.)
Fonte: https://www.migalhas.com.br/coluna/humanidades-e-novas-tecnologias/371055/personalidade-juridica-eletronica-epersonality-de-aplicacoes-de-ia
Ética e IA
• Projeto de Lei 21/2020 traz, em seu Art. 2º, IV, a definição de agente de inteligência artificial:
• pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, e entes sem personalidade
jurídica, assim considerados:
• a) agentes de desenvolvimento: todos aqueles que participam das fases de
planejamento e design, coleta e processamento de dados e construção de modelo; de
verificação e validação; ou de implantação do sistema de inteligência artificial; e
• b) agente de operação: todos aqueles que participam da fase de monitoramento e
operação do sistema de inteligência artificial.
• Já em seu Art. 6º define que:
• São princípios para o uso responsável de inteligência artificial no Brasil:
VI - responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelos agentes de inteligência
artificial, do cumprimento das normas de inteligência artificial e da adoção de medidas
eficazes para o bom funcionamento dos sistemas, observadas suas funções.
IA no processo judicial
• Levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta expressivo aumento do
número de projetos de inteligência artificial (IA) no Poder Judiciário em 2022. A pesquisa
apresentada nesta terça-feira (14/6) pelo presidente do CNJ, ministro Luiz Fux,
identificou 111 projetos desenvolvidos ou em desenvolvimento nos tribunais. Com isso, o
número de iniciativas cresceu 171% em relação ao levantamento realizado em 2021,
quando foram informados apenas 41 projetos.
• Houve também avanço no número de órgãos que possuem projetos de IA. Atualmente, 53
tribunais desenvolvem soluções com uso dessa tecnologia (considerando 91 Tribunais no Brasil,
praticamente 60% tem projetos de IA). Na pesquisa anterior, apenas 32 órgãos declararam ter
iniciativas no tema. O estudo evidencia que mesmo os tribunais sem projetos nessa área
– em sua maioria tribunais do ramo eleitoral e do Trabalho – já possuem soluções
implementadas ou sendo estudadas por seus Tribunais Superiores ou pelo respectivo
conselho superior, o que implica que também são beneficiados por projetos nacionais.
Fonte: https://www.cnj.jus.br/justica-4-0-inteligencia-artificial-esta-presente-na-maioria-dos-tribunais-brasileiros/
IA no processo judicial
• E quais são as iniciativas mais comuns?
1. Automatização de Tarefas
2. Compilação automatizada de documentos
3. Conectividade ininterrupta (Chatbots)
4. Classificação de processos
5. Análise e Triagem de Informações (grandes volumes)
6. Processamento de linguagem natural
• Uma questão que ainda divide opiniões é o limite da IA dentro do Judiciário. De fato deve
caber a utilização de inteligência artificial no processo de tomada de decisão, ou seja, na
própria atividade jurisdicional (identificação de causas de pedir, configurações fáticas e jurídicas,
temas, ratio decidendi, adequação de causas, distinguishing)?
Fonte: https://itsrio.org/pt/publicacoes/o-futuro-da-ia-no-judiciario-brasileiro/
Uso da IA pela Administração Judiciária
Fonte: https://itsrio.org/pt/publicacoes/o-futuro-da-ia-no-judiciario-brasileiro/
Uso da IA pela Administração Judiciária
Fonte: https://itsrio.org/pt/publicacoes/o-futuro-da-ia-no-judiciario-brasileiro/