Resposta do milho à fontes potássicas e seus efeitos na disponibilidade

de nutrientes no solo e lixiviação

Wellington Rosa Soares; Ana Paula B. Teles; Marcos Rodrigues; Paulo

Sergio Pavinato

Departamento de Ciência do Solo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz” / Universidade de São Paulo
wellingtonrs@usp.br

análise dos lixiviados. As colunas foram

Objetivos alocadas em bancadas, sendo distribuídas no
O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta delineamento de blocos ao acaso, com 5
da cultura do milho (Z. mays) em função das repetições. Essas colunas foram saturadas
fontes potássicas contendo outros nutrientes na com água deionizada e mantidas por duas
sua composição (enxofre (S), magnésio (Mg) e semanas para estabilização da solução do
boro(B)), verificando a percolação de nutrientes solo, depois foram mantidas na umidade de 60-
no perfil do solo e possível lixiviação. 80% da capacidade máxima de retenção de
água durante o cultivo do milho.
Métodos e Procedimentos Os tratamentos foram em dois solos distintos
sob fontes potássicas (dose de 100 mg K kg-1
O experimento foi desenvolvido em ambiente de solo) e seus nutrientes extras adicionados à
controlado no Departamento de Ciência do essas fontes (S, Mg, B) (Tabela 1). Totalizando
Solo da ESALQ/USP, utilizando como cultura 14 tratamentos.
teste o milho. Foram utilizados dois solos com
diferentes texturas, um argiloso (±50% de Tabela 1. Tratamentos aplicados na superfície
argila) e outro arenoso (<20% argila), coletados do solo nas colunas.
na camada de 0-20 cm na região de Nutrientes
Piracicaba. Uma amostra de cada solo foi Trat Fontes potássicas
aplicados
tomada e submetida a análises químicas e
1 Controle -
físicas para fins de caracterização. Os dois
solos foram corrigidos quanto à acidez (V = 2 KCl K
60%) com uso de CaO, mas mantendo a baixa 3 Aspire K+B
disponibilidade dos demais nutrientes (potássio
4 K-MAG K + S + Mg
(K), Mg, S, B).
O experimento foi conduzido em colunas de 5 Polihalita K+S
policloreto de vinilo (PVC) com 6 KCl + B (ulexita) K+B
aproximadamente 45 cm de altura e 15 cm de 7 KCl + B (ác. bórico) K+B
diâmetro, sendo preenchidas com 40 cm de
solo (7,5 kg de solo argiloso e 8,5 kg de solo
arenoso). A extremidade inferior de cada Os demais nutrientes (N, P, Zn, Cu e Mn) foram
coluna foi fechada com um “cap” perfurado no aplicadas de acordo com a recomendação para
centro, onde foi fixada uma mangueira para a cultura do milho para evitar qualquer restrição
saída de solução que foi coletada em garrafas nutricional.
plásticas a cada período pré-definido para
A avaliação do milho foi feita aos 45 dias após
germinação, sendo avaliada a produção de
massa seca da parte aérea, sendo as plantas
secas à 60°C até atingirem massa constante.
Após moídas, foi determinado o teor de macro
e micronutrientes no tecido vegetal
(MALAVOLTA et al., 1997).
Amostras de solo foram coletadas para
avaliação da disponibilidade de nutrientes no
perfil após a colheita, bem como amostras de
solução foram coletadas aos 15, 30 e 45 dias
após a germinação, para avaliação da Figura 2: Massa seca do milho cultivado em solo
lixiviação de nutrientes. arenoso com diferentes fontes potássicas.

Resultados
Para o parâmetro avaliado de massa seca do
milho em solo argiloso não houve diferença
entre as fontes (Figura 1). Porém, no solo
arenoso houve diferença na comparação das
fontes com o controle (Figura 2). Assim, em
ambos os tratamentos as diferentes fontes de
potássio apresentaram resultados de massa
seca similares. Além disso, observa-se a alta
necessidade de potássio em solo arenoso
quando comparado a planta controle, isso pode
ser explicado em decorrência da maior perda
por lixiviação apresentada nesse solo. Os
demais dados serão apresentados no evento.
Conclusões
As distintas fontes potássicas não
influenciaram significativamente na produção
de massa seca do milho em ambos os solos.
Porém, no solo arenoso foi possível observar
diferença quando comparado o tratamento
controle com as fontes potássicas, o que não
foi o caso no solo argiloso.
Referências Bibliográficas
Malavolta, E., G.C. Vitti, and S.A. de Oliveira.
1997. Avaliação do estado nutricional das
plantas: princípios e aplicações. 2nd ed.
Piracicaba, Brasil: Potafos.

Figura 1: Massa seca do milho cultivado em solo

argiloso com diferentes fontes potássicas.