Revista

Edição 21 | Ano 9 | Dezembro de 2022 | São José do Rio Preto, SP

Intraempreendedorismo:
como qualificar profissionais
colaborativos e de alto desempenho

Planejamento, ação e humanização

Saiba o que será tendência para 2023

Convite ao leitor
por Ederson de Souza
O relógio cumpriu com excelência o seu traba-
lho. O tempo ora marcado já anuncia previa-
mente o novo ciclo que se aproxima, portanto,
nada mais natural do que fazer um retrospecto
do que foi realizado neste ano de 2022, com
aquela velha e boa mania de enxergar longe,
vislumbrando quais serão os próximos planos.
A ansiedade por saber como serão os dias que
virão também se apresenta. Com ela, a pers-
pectiva, ou melhor, a expectativa de alcançar
novas metas. Afinal de contas, superamos o
maior dos desafios: recuperamos a vida social,
conseguimos nos manter no mercado e temos
observado com mais alívio os resultados alcan-
çados até aqui.
Esse efeito positivo permitiu que ouvíssemos a
respeito do futuro dos negócios com mais
convicção, e tudo isso tem refletido na saúde e
no clima organizacional das empresas.
Para encerrarmos 2022, nesta 21ª Edição,
convidamos você, leitor, a ficar atento ao que o
Supremo Tribunal Federal fará para que os
contribuintes tenham a oportunidade de orga-
nizar as finanças e ter acesso à recuperação
tributária. Além das discussões sobre tributa-
ção e organização de débitos, seguimos falan-
do do organismo empresarial. O artigo Manual
do e-mail no trabalho desmistifica a redação
empresarial e, de maneira leve, apresenta
soluções de fácil entendimento, eliminando
ruídos da comunicação corporativa. Diante das
transformações nos ambientes empresariais, o
bom futuro dos negócios é esperado, porém,
toda evolução traz preocupações, angústias e
uma certa ansiedade. A saúde no meio corpora-
tivo nunca foi tão discutida, casos como
Bornout cresceram em praticamente 32%,
somente neste ano, por isso, abordamos a
prevenção da síndrome e a importância da
saúde mental no ambiente de trabalho.
Como em toda edição, o direito trabalhista faz
presença, para fecharmos o semestre, aborda-
mos o tema salário-maternidade e a proteção à
trabalhadora gestante no Brasil no artigo escri-
to por nosso parceiro Jhaes Rander. Tradicio-
nalmente, seguimos falando dos possíveis
panoramas do mercado para o próximo ano.
Afinal, quais serão as tendências em Recursos
Humanos? A atuação do RH está ligada a defini-
ções que falam do avanço das novas tecnologias
e da automação de processos que também
estão presentes na gestão de equipes.
Como destaque, o Intraempreendedorismo
desponta para a evolução das empresas que
adotam a prática empreendedora dentro da
organização, estimulando o desenvolvimento
do potencial humano, com dinâmica e inovação.
Enfim, finalizamos 2022!
Nossa jornada permanece com parceria, suces-
so e com o desejo de que o próximo ano apre-
sente para todos nós a oportunidade de com-
partilharmos experiências, conhecimentos e
satisfação.
Ótima leitura e até 2023!
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 RECURSOS HUMANOS
RH: planejamento, ação e humanização.
Saiba o que será tendência para 2023
A iminente atuação do Recursos Humanos está ligada a definições que falam do
avanço das novas tecnologias, da automação de processos organizacionais e, também,
da gestão de equipes.
por Vanessa Mandarano | Portal Educação
J á é praxe chegarmos nesta época do ano
com informações sobre as tendências de
mercado para o novo ano. A inclinação desta
vez é focar, ainda mais, na gestão de pessoas e
nas novas modalidades de trabalho, por exem-
plo, trabalho remoto, flexibilização, qualidade
de vida e aumento de produtividade.
Além disso, a gestão em RH 4.0 está inteirada
dos processos de recrutamento e das mudan-
ças que o mercado tem exigido, já que os
candidatos precisam mostrar novas habilida-
des que o meio profissional tem apresentado
por conta de novas profissões.
O RH 4.0 também passou a analisar
dados (people analytics) para melho-
rar os seus processos internos.
É importante frisar que, atualmente, as empre-
sas não analisam somente habilidades e com-
petências técnicas, mas também hábitos e
padrões de comportamento. E essas análises
já estão acontecendo com o auxílio da tecno-
logia, tudo para que o RH se torne cada vez
mais estratégico.
Portanto, contar com a tecnologia é um dos
recursos para o crescimento da área. Afinal,
nos últimos dois anos, todos os setores de
negócios passaram a implementar ferramentas
digitais na entrega de seus serviços e/ou para
viabilizar os processos que precisavam ser
mantidos.
Captação de novos
profissionais e retenção de talentos
Como tudo é mutável, as maneiras de traba-
lhar também acompanham o desenvolvimen-
to social e econômico. O ambiente dentro das
organizações tem outra atmosfera quando as
equipes são integradas e buscam, não só
resultados, mas também, constante inovação.
Ao que tudo indica, essa sinergia será manti-
da, sendo assim, vemos novas perspectivas
no setor econômico para o ano de 2023.
Espera-se que as organizações voltem a con-
tratar e que condutas como a retenção de
talentos cresçam consideravelmente, ainda
mais, neste período crucial para a sociedade
que começa no próximo ano. E sim, estamos
falando do período pandêmico, na verdade,
do primeiro ano pós-pandemia que começa-
mos sem medidas restritivas, os gestores que
voltaram seus olhares para o capital humano
dentro das empresas, passando a investir nos
talentos que já faziam parte de suas equipes,
sairão na frente.
Sendo assim, equipes colaborativas são
essenciais para essa nova maneira de progre-
dir nas rotinas das organizações, ou seja, já
que cada indivíduo tem sua parcela de
responsabilidade no sucesso das atividades
executadas, as estratégias de ação conjunta-
mente planejadas permanecerão comparti-
lhando sugestões, desenvolvendo projetos e
conquistando novos objetivos.
REVISTA NETSPEED | 05
Em entrevista à Revista Você RH, da Editora
Abril, edição on-line publicada em 17 de
setembro desse ano, Rodrigo Vianna, CEO da
Mappit, empresa de recrutamento do Talenses
Group, declarou que o ano de 2023 será de
estabilização, sobretudo, para a área de recur-
sos humanos. O que nos faz entender que real-
mente existirá uma nova estratégia para sele-
cionar profissionais, assim como se manterão
alguns processos adotados no decurso do que
vivemos durante a Covid-19.
Processos de contratação e modalida-
des de contrato de trabalho
Com as transformações nos ambientes de
trabalho, é natural que algumas condutas ado-
tadas nos processos seletivos sejam mantidas
e, também, aprimoradas, por exemplo, as
entrevistas à distância, realizadas on-line, redu-
zindo o tempo disponibilizado para esse tipo
de atividade.
Apesar dos processos seletivos presenciais
terem a sua relevância ao lidar com o candida-
to, as novas modalidades de contratação de
trabalho deram também a possibilidade de
realizar as entrevistas e seguir com as etapas
de contratação utilizando a tecnologia, otimi-
zando o tempo.
Ademais, os critérios que os candidatos
usavam para concorrer às vagas e aceitar às
propostas de emprego também não são os
mesmos. O que mais se levava em conta peran-
te uma vaga de emprego estava relacionado a
piso salarial, estabilidade e perfil dos gestores.
E, por falar em piso salarial, em pesquisa realizada pela Robert Half Talent Solutions, o Guia
Salarial de 2023 afirma que, mesmo com alterações políticas e econômicas, executivos estão
mais otimistas com o ano que vem e planejam acelerar contratações.

Ainda segundo a pesquisa, 94% dos executivos estão mais confiantes em comparação a doze
meses atrás. A sondagem aponta que 47% das empresas consultadas pretendem abrir novas
vagas de trabalho, outras 47% planejam preencher posições abertas, sem aumentar a
headcount (contagem de quantos funcionários trabalham em uma empresa). A pequena parcela
de 4% deve congelar as contratações e, somente, 1% irá reduzir posições.

Com a flexibilização de horários, os modelos híbridos e o home office, muitos profissionais têm
optado por vagas com esse perfil, analisando outros critérios, como liberdade de escolha,
gestão e aproveitamento do seu próprio tempo, estimulando o autocrescimento e a produtivi-
dade. Atualmente, os dois lados, empregador e colaborador, buscam alinhar seus objetivos e, a
partir disso, tomar a decisão de ser parte da organização, ou não.

Essa informação também é confirmada pela pesquisa da Robert Half, a qual especifica que exis-
tem três fortes tendências de mercado que muito provavelmente permanecerão, são elas:
modelos flexíveis de trabalho, priorização da saúde mental no meio corporativo e equilíbrio da
vida pessoal com a profissional.
Áreas de atuação mais cotadas para 2023
No mês passado, a Agência de Notícias da Indústria divulgou
dados atualizados sobre as tendências para o futuro do trabalho
em nosso país para os próximos quatro anos.

De acordo com o Mapa do Trabalho 2019/2023, do Serviço

Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), a área da tecnolo-
gia é a que mais continuará a crescer, destacando o setor de
automação de processos.

A pesquisa ainda cita que a qualificação profissional em diferen-

tes áreas de atuação será uma das principais motivações para
crescer profissionalmente nos próximos anos e se adequar às
novas oportunidades do mercado.

Dentre os setores que mais se destacam na pesquisa, estão:

Tecnologia

Mercado contábil
e financeiro

Seguros

Engenharia

Jurídico

Marketing e vendas

Recursos humanos

REVISTA NETSPEED | 07
Soft Skills: a busca por uma mentalidade de crescimento
Não tem como falar de tendência de mercado, carreira, equipe e ambiente profissional, sem citarmos
as soft skills. Afinal, estudos já realizados comprovam que incorporar soft skills na gestão de pessoas
apresenta resultados mais positivos.

Para os próximos três anos, as habilidades e competências que serão mais requisitadas são:

1 - Comunicação
Quando ouvimos falar de habilidade de comu-
nicação, logo ligamos a falar bem em público,
contudo, o contexto é bem mais amplo.
A comunicação sempre foi importante, porém,
tornou-se imprescindível durante e após o
período de pandemia. Tudo porque nunca foi
tão necessário manter contato e, ainda, enten-
der a necessidade do outro.
3 - Planejamento
Ter essa habilidade bem desenvolvida faz toda
diferença. Um olhar antecipado e um plano
estrategicamente traçado facilitam os proces-
sos e garantem os melhores resultados.
Por meio de um planejamento bem estrutura-
do, é possível mapear um plano de ação e
determinar quais são as ações apropriadas e os
recursos necessários para alcançar as metas.

Por isso, uma comunicação eficiente vai além 4 - Pensamento crítico

da facilidade de falar em público. Então, pode-
mos citar mais práticas fundamentais, como:
ouvir atentamente, praticar empatia, observar
as linguagens verbal e não verbal.
2 - Inteligência emocional
Com certeza, em algum momento, o tema inte-
ligência emocional já fez parte de uma conver-
sa, formal ou informal, entre amigos ou no
círculo de colegas de trabalho, afinal, a compe-
tência em questão, realmente passou a ser um
dos principais critérios para contratações
dentro das empresas.
O autoconhecimento e o autocontrole são
alicerces da inteligência emocional. Investir em
conhecer a si é essencial para que outros
aspectos do desenvolvimento emocional
sejam igualmente aperfeiçoados.
Se antes o ideal era não demonstrar o que se
pensava sobre determinada situação, atual-
mente, as organizações buscam profissionais
que saibam se posicionar, expressar ideias e,
de maneira racional, analisar eventos que
possam surgir.
5 - Gerenciamento de projetos
Gerenciar as etapas de um projeto é um impor-
tante diferencial, muito requisitado, e tudo
indica que se manterá por um bom tempo no
topo da lista das soft skills mais procuradas.
O fato é que, se você tem a habilidade cogniti-
va de planejar, organizar, será mais simples
assumir projetos e levá-los adiante. Afinal, o
profissional que detém essa competência con-
segue mapear, iniciar, executar e concluir os
projetos com excelência.

REVISTA NETSPEED 08
6 - Criatividade
Não é à toa que criatividade aparece no ranking das soft skills mais requisitadas, até porque, ser cria-
tivo permite ir além, enxergar novas ideias, apresentar diferentes resultados e simplificar processos.
O melhor de tudo é que essa habilidade, ao contrário do que se pensa, é treinável.

7 - Adaptabilidade e resiliência
Durante o período de isolamento provocado pela pandemia, a adaptabilidade e a resiliência tiveram
grande atenção. Isso porque, foi preciso ouvir mais, se dedicar ao outro para manter o equilíbrio, seja
no ambiente de trabalho, seja nas relações profissionais. A resiliência nos permite enfrentar com
racionalidade as pressões e resolver as diferentes exigências que estamos submetidos diariamente.

Também podemos destacar o preparo para enfrentar situações adversas que exigem estabilidade
emocional e adaptabilidade diante de transformações.

8 - Empatia
Muito ligado a adaptabilidade e resiliência, a habilidade de ser empático está entre os requisitos de
diferentes processos de seleção, independentemente do nicho profissional. Ser empático permite
mais compreensão, minimiza situações de estresse e evita conflitos desnecessários. Com isso, é uma
forma de garantir a harmonia, seja na equipe, seja com os clientes.

9 - Gestão de tempo
Não é quantidade de horas que nos falta, mas sim planejar como usamos o tempo que temos. Isso
quer dizer que, mesmo que tenhamos mais de 24 horas, se não soubermos utilizá-las, de nada vai
adiantar. É importante frisar que dispor bem o nosso tempo não quer dizer “dar conta de realizar
todas as tarefas”; está ligado, de fato, a viver com qualidade, absorvendo o melhor de cada experiên-
cia e tendo a chance de viver o presente, sem prejudicar os detalhes da sua rotina.
10 - Liderança
O bom desenvolvimento das equipes é uma das ações determinan-
tes para o sucesso das organizações. Mesmo que existam outras
boas estratégias, uma das maneiras de definir a escalabilidade da
empresa são os treinamentos que incentivam, motivam, o colabora-
dor a se especializar em sua área, bem como abrem oportunidades
de novos campos de atuação.

Oferecer capacitação não serve apenas para aperfeiçoar os proces-

sos internos da empresa, aliás quando a oportunidade não se
restringe ao ambiente de trabalho, o colaborador sente-se ainda
mais valorizado, pois o conhecimento adquirido pode ser levado
para atividades externas.

Assim, para manter o mindset em constante

evolução, é essencial investir na busca
constante por conhecimento e aperfeiçoar o
que já se faz muito bem. Aliás, vale para as
empresas que buscam talentos com todas
essas habilidades e competências citadas e
tantas outras que não chegamos a elencar.

Investir no capital humano é somar habilida-

des, competências e conhecimentos que o
colaborador possui e utiliza para cumprir
suas atividades profissionais de maneira
mais produtiva.

A cultura corporativa, conforme os dados

apresentados pela Robert Half, também
continuará relevante quando se trata de
atrair e reter talentos, pois está relacionada
a ética, valores e crenças, e cada ponto
norteará as práticas e formas de trabalho.

REVISTA NETSPEED | 10
 FINANÇAS

Supremo Tribunal Federal abre

a possibilidade de recuperação tributária
A recuperação tributária, por meio da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da
Cofins, foi liberada pelo STF, e os contribuintes podem contar com a oportunidade de
recuperação de créditos.

por Luciana Marques | Portal Educação

Q
uando o assunto é recuperação tributária, certo é que está longe de ser algo simples, porém
estamos diante de um cenário promissor com destaque para os escritórios contábeis.

Isso porque, a famosa tese do século enfim deu seu parecer final com a modulação que afirmou que
o ICMS de faturamento não deve compor a base de cálculo do PIS e da Cofins.

Vale mencionar que o ICMS é um dos tributos estaduais que mais incide nas empresas brasileiras.

Portanto, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) apresenta uma oportunidade de recupera-
ção de créditos para os contribuintes, além de gerar a possibilidade de alavancar profissionais que
desejam trabalhar no setor tributário.

Para ter sucesso nessa área, não basta o conhecimento da legislação, é exigido do profissional um
mindset voltado para novas oportunidades.

REVISTA NETSPEED | 12
Como ocorreu o processo de exclu-
são do ICMS da base de cálculo do
PIS e da Cofins?
A modulação foi admitida no STF em 1999. O
primeiro julgamento realizado sobre a maté-
ria foi no RE nº 240.785/MG, em 8 de outu-
bro de 2014. Nesse Recurso Extraordinário, o
STF decidiu, de maneira definitiva, que o
ICMS não podia integrar a base de cálculo do
PIS e da Cofins.
Em 2006, já havia uma maioria formada no
STF que defendia que o ICMS deveria ser
excluído da base de cálculo do PIS e da
Cofins. Porém, o processo estava submetido
ao efeito, em que os embargos da declaração
seriam válidos para partes daquele processo.
Isso significa que, para outras partes, os con-
tribuintes que desejassem se favorecer do
mesmo efeito prático da decisão precisariam
entrar com uma ação judicial individual.
A Repercussão Geral foi aplicada ao Recurso
Extraordinário como uma solução jurídica,
isso significa que, mesmo em processos indi-
viduais, uma vez admitida pela Repercussão
Geral, pode ter seus efeitos ampliados.
Por isso, mesmo que o STF tenha decidido
por um caso individual, a deliberação vale
para todo contribuinte, inclusive para aqueles
que não ingressaram em juízo e nem preten-
diam entrar com ação judicial.
REVISTA NETSPEED
A tese foi fixada no julgamento do RE nº
574.706/PR, em 15 de março de 2017.
Embora seja de uma parte contra a União, a
decisão vale para todos os contribuintes.
O Supremo Tribunal Federal julgou
que o ICMS não é faturamento
A princípio a questão era: o ICMS que deverá
ser retirado da base de cálculo é o destacado
na nota fiscal ou o efetivamente recolhido?
De acordo com os efeitos da decisão, consi-
dera-se que o ICMS a ser excluído da base de
cálculo do PIS e da Cofins é o destacado nas
notas fiscais de venda e de prestação de
serviços sujeitos ao imposto estadual.
Embora integre o preço, esse valor é recolhi-
do para os cofres das unidades estaduais. A
União faz a cobrança do PIS e da Cofins sobre
o faturamento, no entanto, o ICMS não é
faturamento, porque é um valor que apenas
transita pela contabilidade do contribuinte.
Quando fazer a recuperação tributária?
Quando houver tributo a maior ou indevido
pago pelo contribuinte, permitindo assim a
recuperação de crédito, que pode ser realiza-
da em duas esferas: administrativa ou judicial.
O processo de recuperação apresenta uma
oportunidade para o profissional oferecer um
serviço adicional e garantir caixa ao contri-
buinte.
13
As situações de pagamento indevido, geral-
mente, ocorrem por falta de clareza na legis-
lação tributária, que é de fato complexa. Mas,
também, podem acontecer por conta de
desconhecimento dos direitos legais ou,
então, pelo grande número de obrigações
fiscais mensais a serem entregues pelo
mesmo contribuinte, dentre outros fatores.
Exclusão do ICMS da base de cálculo
PIS/Cofins a partir de 15/03/2017
Os contribuintes que ingressaram com ação
até 15/03/2017 poderão aplicar o direito de
exclusão do ICMS de maneira geral. Para
quem entrou antes dessa data, será possível
reaver os valores dos anos anteriores, poden-
do se valer integralmente do valor incluído da
base de cálculo do PIS e da Cofins.

Como proceder?
Para os contribuintes que ingressaram com
Refazer apuração de PIS/Cofins ação após 15/03/2017 ou não ingressaram
com ação, o direito será concedido a partir
Retificar EFD-Contribuições
dessa data, tanto na via administrativa como
Retificar DCTF na judicial.

Apresentar PER/DCOMP Por fim, vale mencionar que o campo de atua-

Caso o contribuinte opte por utilizar o crédito
somente para PIS e Cofins, ou seja, sem a
atualização da taxa Selic, não será necessário
retificar DCTF e apresentar PER/DCOMP.
ção é vasto, por isso é possível construir uma
grande carteira de clientes para a recupera-
ção tributária.

Basta retificar a EFD-Contribuições e acumu-

lar crédito mensalmente no controle de saldo
na EFD-Contribuições e utilizar somente para
PIS e Cofins, não há o que atualizar.

Já as empresas que ingressaram com medida

judicial deverão aguardar o trânsito em julga-
do. A Receita Federal tem o prazo de 60 dias
para deferir ou indeferir o processo, e a com-
pensação pode ser realizada por meio do
PER/DCOMP. É possível compensar o crédito
apurado, atualizado pela taxa Selic,
com qualquer tributo federal.

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 GESTÃO E TECNOLOGIA

Intraempreendedorismo: como
qualificar profissionais colaborativos
e de alto desempenho
O ambiente empresarial que aprimora a prática empreendedora dentro das
organizações estimula o desenvolvimento do potencial humano abrindo oportunidades
de inovação e crescimento econômico.

por Vanessa Mandarano | Portal Educação

P ara começarmos a contextualizar o tema Intraempreendedorismo, é necessário que seja

perceptível a todos que as alterações comportamentais atingem o meio corporativo. É claro
que essa alteração ocorre também dentro das empresas, porque estamos falando de pessoas e,
exatamente por isso, todo núcleo empresarial não é permanente, mas sim, suscetível a qualquer
mudança.

Para começarmos a contextualizar o tema Intraempreendedorismo, é necessário que seja perceptí-

vel a todos que as alterações comportamentais atingem o meio corporativo. É claro que essa alte-
ração ocorre também dentro das empresas, porque estamos falando de pessoas e, exatamente por
isso, todo núcleo empresarial não é permanente, mas sim, suscetível a qualquer mudança.

REVISTA NETSPEED | 15
Em síntese, um profissional intraempreendedor é dotado da capacidade de
enxergar, desenvolver e implementar projetos internos, com ampla visão empre-
endedora, somente com o intuito de transformar o desempenho das atividades
corporativas, bem como, ampliar o poder de competitividade.

Esse perfil comportamental tem sido considerado um requisito relevante no momento da contratação,
já que além de ser reputado como investimento, a habilidade é vista como uma chance de inovar não só
em processos, como também nos serviços/produtos que a empresa disponibiliza no mercado.

A expressão intrapreneur, em português, intraempreendedorismo, foi lida pela primeira vez em 1978,
em um artigo redigido pelo escritor norte-americano Gifford Pinochot e pela sua companheira Elizabe-
th Pinochot. A pesquisa rendeu um livro, lançado em 1985, Intrapreneuring: Why You Don’t Have to
Leave the Corporation to Become an Entrepreneur, em tradução literal, Intraempreendedorismo: por
que você não precisa deixar a corporação para se tornar um empreendedor.

O estudo desenvolvido pelo casal trata de conceituar quais são os benefícios que a modalidade traz
dentro das organizações, além de como desenvolver essa habilidade, reconhecê-la no meio corporati-
vo e, ainda, executar cada processo com segurança.

Já que o assunto está totalmente conectado ao empreendedorismo, o que será que mudou no cenário das
tendências dos negócios, além do número significativo de novos empreendedores?

Em uma rápida resposta, é como se o mercado adotasse uma postura mais receptiva a novas ideias,
aberto a pequenos negócios e parcerias, por exemplo, a estabilidade crescente das startups no Brasil.

Empreender: o quadro positivo de empreendedores no Brasil

As qualidades de um empreendedor são bem conhecidas. Quando pensamos em uma pessoa que iden-
tifica problemas e, no mesmo instante, mapeia soluções para eles, estamos lidando com essa compe-
tência empreendedora, que contribui para o desenvolvimento social.

O interessante é que, apesar do movimento empreendedor ter sido intensificado com a pandemia, a
atuação das mentes empreendedoras é bem anterior. Ela é um processo natural, constante, portanto,
começou juntamente com a evolução humana.

Entretanto, a diferença está nos recursos, assim como nas necessidades de mercado. Quando ocorre a
escassez, sucedem os gatilhos impulsionadores de novos caminhos criativos. É claro que não é o único
meio de inovar, mas geralmente, em tempos de crise, surgem soluções totalmente inéditas.

REVISTA NETSPEED 16
Dados recentes sobre o empreendedorismo no Brasil, apesar dos cenários contraditórios, chegam até
os principais meios de comunicação desenhando uma realidade positiva que denota uma constante
evolução, de certa forma, em um ritmo vertiginoso, logo, o número de empreendedores continua a
surpreender.

Analogamente, mesmo com a “baixa” de empresas no período de isolamento social, os dados que a
Receita Federal disponibilizou sobre o número de novos CNPJs deixou o mercado mais esperançoso, e
os mais de dois milhões de novas empresas registradas, no primeiro semestre em 2022, aparece como
destaque desse, possível, novo momento econômico.

Podemos aqui destacar a base de dados do ano anterior, em que, conforme noticiou a CNN Brasil,
somente no primeiro semestre de 2021 foram abertas 2.016.078 novas empresas, enquanto
2.016.481 foi a quantia em seis meses do ano que estamos encerrando.

Aliás, até fecharmos esta edição de dezembro, conforme indicam as informações cedidas para o Servi-
ço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) pelo Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), 278,6 mil contratações serão realizadas. Além desse número expressivo, as
micro e pequenas empresas (MPEs) aparecem como responsáveis por 70% das novas contratações no
mercado de trabalho.

Inovação organizacional, comportamento e engajamento dos colaboradores

Unindo os conceitos de empreendedorismo e intraempreendedorismo, as duas visões são complemen-
tares. O gestor tem a sensibilidade de notar entre seus colaboradores quais são os que se encaixam
nesse perfil criativo, apoiando a inovação organizacional.
Como, então, identificar esse comportamento e incentivá-lo nas empresas?
Como em um processo natural, as técnicas de gestão de pessoas permanecem evoluindo. Percorrer
tal caminho casou-se com a necessidade de aprimorar estratégias de valorização do capital humano,
priorizando habilidades e competências do colaborador.

O problema encontrado em algumas empresas, independentemente do porte, está nos modelos

engessados e retrógrados. Portanto, há uma necessidade real de sintonizar os processos de gestão
de pessoas com as transições comportamentais, além de ter a clara percepção de que filtrar essas
“novas ideias” pode, sim, gerar sucesso.

Como incentivo, podemos citar algumas atitudes intraempreendedoras que contaram com o feeling
de gestores e transformaram suas histórias no mercado, como a criação destes produtos:

Criação do botão
Curtir do Facebook

A criação só foi possível por conta da cultura da empresa. Dentro da organização, existe uma
proposta que encoraja a competição entre os colaboradores com o objetivo de estimular a criação de
novos projetos. Assim foi com a implementação da reação “curtir” nas postagens da rede social.

Playstation da Sony

A Sony era considerada pioneira na produção de aparelhos de som, e não tinha interesse em entrar
no mercado de jogos eletrônicos. Porém, um jovem colaborador foi além e trabalhou sozinho em um
projeto que desenvolveria, por meio de um chip de som, o futuro videogame. Essa versão
prenunciava a chegada do conhecido Nintendo. Inicialmente a Sony não deu valor à ideia, mas o
engenheiro Ken Kutaragi deu continuidade ao projeto e, assim, apresentou a versão do videogame
Playstation.

Assim como esses casos, tantos outros aconteceram, por exemplo, o Post-it da 3M, o Mc Lanche
Feliz do MC Donalds e o Gmail do Google.

Todas essas ideias mudaram a história de cada uma de suas empresas, gerando engajamento entre os
times de trabalho, reafirmando nos colaboradores o sentimento de pertencimento, estimulando,
com responsabilidade, a inovação organizacional.

REVISTA NETSPEED 18
 SOPA DE LETRAS

Manual do e-mail no trabalho

Volta às aulas e a primeira atividade é escrever uma carta para seu primo que mora longe contando como
foram as férias. Pareceu familiar? Pois é, podemos apostar que você achava inútil toda aquela conversa
sobre vocativo, estrutura textual e assinatura, não é? Mas agora, em 2022, o que você mais faz é escrever
cartas, ou melhor, e-mails.

por Beatriz Baptista,

graduada em Letras e Revisora de textos da Netspeed

A
palavra e-mail (assim mesmo com
hífen entre o “e” e o “mail”) é uma abre-
viação de electronic mail que, em bom portu-
guês, é correio eletrônico. Como gênero textu-
al, ele é herdeiro da carta, do bilhete e do
memorando.
Possivelmente, o e-mail é o veículo de comu-
nicação mais utilizado na sociedade atual, o
que devolve todo mundo para as aulas de
redação. Por isso, se você ainda alimenta
mágoas da professora de português, chegou a
hora de superar, o e-mail profissional não
pode ser qualquer texto, precisa estar muito
bom, afinal a mensagem vai enviada com cópia
oculta para o chefe.
Na década de 90, o correio eletrônico foi se
popularizando. Com o passar do tempo, garan-
tiu o seu espaço e, hoje, tamanha sua impor-
tância, é considerado um documento e tem
valor de prova dentro de um processo jurídico.
Sua principal vantagem, além da capacidade
de armazenamento, é a facilidade de transmis-
são da mensagem, afinal, quase que instanta-
neamente, ela chega a vários destinos.
Preciso escrever um e-mail, e agora?
O e-mail tem a estrutura textual parecida com a da carta: destinatário, assunto, saudação e vocati-
vo, mensagem, despedida e assinatura.

Valeu a pena ter

ouvido a professora
Escreva seu texto de forma objetiva, evitando o bláblá-
blá corporativo. Uma boa estratégia é empregar pará-
grafos curtos e em ordem direta: sujeito, verbo e com-
plemento. Por vezes, elaboramos frases rebuscadas
achando que soará mais confiável, no entanto,
costuma apenas deixar a leitura enfadonha.

REVISTA NETSPEED | 20
 Organize os assuntos em tópicos para facilitar a leitura.

Releia seu texto para ter certeza de que está bem escrito, se precisar, peça para um
colega ler também.

Atente-se ao destinatário, ele ditará o grau de formalidade do texto, mas, no trabalho,

é bom manter a seriedade e ser sempre cordial.

Tenha um endereço de e-mail profissional, deixe os cadastros de redes sociais e as

fotos informais na sua conta pessoal.

Preencha o campo assunto em todas as situações. O destinatário precisa saber do que

se trata a mensagem antes de abri-la.

Empregue o vocativo adequado. Vocativo é uma forma linguística que “chama” o

destinatário, pode ser nome, cargo ou pronome de tratamento, por exemplo. Ele é
sempre isolado por vírgulas.

Deixe de lado repetições das mesmas palavras, empregue sinônimos e pronomes para
substitui-las.

Preocupe-se com a ortografia. O dicionário é seu amigo, e você pode consultá-lo em

versões on-line e gratuitas.

Pesquise sempre, a pulga deve morar atrás da orelha.

Dicas para copiar no post-it e colar no monitor

Se escreve com
Se escreve com Não tem hífen:
É redundante maiúscula: Im-
hífen: bem-vindo, hora extra, salário
escrever: como posto de Renda,
ano-calendário, mínimo, décimo
por exemplo. Fisco, Receita
livro-caixa. terceiro.
Federal.

Persista
Insista. Aos poucos, você voltará a ser o orgulho da professora de português. Aprenda que nem
tudo cabe na memória, por isso, tenha materiais de consulta, eles serão uma mão na roda na
hora de lembrar se exceção é com “ss” ou “ç”.

A dica de ouro é: pense em como você falaria se estivesse conversando pessoalmente. A mensa-
gem escrita passará muito perto disso, tenha certeza. No geral, preze pelo simples.

REVISTA NETSPEED 21
 LEIS TRABALHISTAS

O salário-maternidade à
empregada com jornada
parcial
por Jhaes Rander, Advogado Especialista
em Direito do Trabalho e Previdenciário

A proteção à trabalhadora gestante é garanti-

da, no Brasil, tanto no âmbito do direito do
trabalho, como no âmbito do direito previdenciário.

Nas relações trabalhistas, a garantia se dá pela

estabilidade conferida nos termos do artigo 10 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT). Na CLT, artigo 392, estão garantidos os
direitos à transferência de função em determinados
casos e à dispensa para consultas médicas, ambos
no parágrafo 4, entre outros direitos.

Quanto ao aspecto previdenciário, é garantida a

concessão de benefício com duração, em regra, de
120 dias sem prejuízo do salário, ou seja, a partu-
riente terá o mesmo salário que estava recebendo
antes do nascimento do bebê.

O responsável pelo pagamento do auxílio, na maio-

ria dos casos, é o empregador que, depois, compen-
sa o valor na sua folha de pagamento.

Contudo, após a Emenda Constitucional

nº 103/2019, uma drástica mudança ocorreu no
benefício concedido à empregada que possui jorna-
da de trabalho parcial.

Explicaremos.

REVISTA NETSPEED | 22
A referida emenda, no artigo 29, determinou:
O segurado que, no somatório de remunerações
auferidas no período de 1 (um) mês, receber
remuneração inferior ao limite mínimo mensal
do salário de contribuição poderá:
I - complementar a sua contribuição, de forma a
alcançar o limite mínimo exigido;
II - utilizar o valor da contribuição que exceder o
limite mínimo de contribuição de uma competência
em outra;
III - agrupar contribuições inferiores ao limite
mínimo de diferentes competências, para aprovei-
tamento em contribuições mínimas mensais.
A complementação do valor de contribuição
previdenciária é determinante para que o mês
seja considerado para todos os fins em relação
ao benefício.
Desse modo, a alteração de 2019 impactou de
forma considerável os benefícios das empregadas
com jornada parcial, já que, em outras palavras, se
ela, ao final do mês, não receber mais que o salá-
rio mínimo vigente e não complementar ou agru-
par suas contribuições ao INSS para que a soma-
tória chegue ao valor referente a um salário
mínimo, em tese, não poderá usufruir de qualquer
benefício uma vez que o seu tempo de trabalho
não foi contabilizado para nenhum direito.
Essa realidade tornou-se, como poderia se espe-
rar, um problema para a classe. Assim, para
resolver a questão, no ano seguinte, foi sancio-
nado o Decreto nº 10.410/2020 que, no artigo
19-E, regulamentou a Emenda Constitucional nº
103/2019 nas demandas de complementação e
agrupamento de contribuição previdenciária.
Pois bem, resta a pergunta: o que essa comple-
mentação tem a ver com o salário-maternidade
da empregada com jornada parcial?
REVISTA NETSPEED
Vamos à resposta:
O mesmo decreto que regulamentou a contri-
buição previdenciária incluiu no texto do Decre-
to nº 3.048/1999 o artigo 100-C:
O salário-maternidade devido à empregada com
jornada parcial cujo salário de contribuição seja
inferior ao seu limite mínimo mensal, observado o
disposto no art. 19-E, será pago diretamente pela
previdência social, e o valor da contribuição previ-
denciária deverá ser deduzido da renda mensal do
benefício, nos termos do disposto no art. 198.
Portanto, com base nesse artigo, surgiu uma
exceção nova no direito previdenciário: a obriga-
toriedade de pagamento do salário-maternidade
sai da alçada do empregador e retorna ao INSS.
Parece ter resolvido o problema, porém, a ques-
tão é um pouco mais delicada.
Segundo esse novo artigo, o pagamento do salá-
rio-maternidade será feito pelo INSS, se e
somente se, as contribuições anteriores ao parto
forem complementadas ou agrupadas de modo
a alcançarem o mínimo legal.
Nesse sentido, a segurada empregada de jorna-
da parcial que não tiver alcançado o mínimo
legal nos meses anteriores ao parto e não com-
plementar ou agrupar esses mesmos meses de
forma a atingir o mínimo legal, não terá direito
ao recebimento do salário-maternidade de
quem quer que seja - empregador ou INSS!
Tenho eu, autor deste artigo, essa questão como
uma possível inconstitucionalidade, já que viola
o direito fundamental de proteção à família e à
maternidade.
Aguardemos o posicionamento do Poder Judiciário.
23
 SAÚDE E PREVENÇÃO

Burnout: a prevenção da síndrome

e a importância da saúde mental
no ambiente corporativo
por Rosângela Campos, graduada em Psicologia
e corresponsável do Portal Educação da Netspeed

No início do ano de 2022, a Síndrome de

Burnout, também conhecida como Síndrome
do Esgotamento Profissional, passou a ser
reconhecida pela Organização Mundial da
Saúde como uma doença ocupacional. Ela é
caracterizada como um distúrbio emocional,
o qual apresenta sintomas de exaustão
extrema, resultantes de um ambiente de
trabalho desgastante, que demanda muita
competitividade e/ou responsabilidade.
Dentro desse contexto, o trabalho é o
desencadeador de um distúrbio latente.

A classificação da Burnout como doença

ocupacional potencializa a implantação e
manutenção da saúde mental no ambiente
corporativo, uma vez que reflete não só na
vida do colaborador, mas, também, na rotina
da empresa de forma geral. Os sintomas
incluem: esgotamentos físico e mental inten-
sos, estresse, dificuldade de concentração,
desânimo, alteração de humor, sentimentos
de derrota e desesperança, dentre outros. As
primeiras manifestações desses indícios
geralmente são de forma leve e se intensifi-
cam com o passar do tempo, por isso, pode
ser considerado pelo indivíduo, nessa fase,
como cansaço e/ou mal-estar passageiro. REVISTA NETSPEED | 24
O diagnóstico da síndrome é realizado, em conjunto, por psiquiatras e psicólogos especialistas. O
tratamento pode incluir o uso de medicamentos, dependendo do quadro clínico do indivíduo,
além de psicoterapia.

Algumas variáveis devem ser consideradas ao falarmos de saúde mental. Um dado relevante é
que a segunda maior causa de abstenção no trabalho está intimamente ligada aos problemas de
saúde mental. Um indivíduo que não está bem emocionalmente será afetado em áreas distintas
da vida, isso pode incluir a área profissional.

Diante dessa realidade, o olhar atento dos gestores e dos líderes em seus colaboradores facilita
a identificação de dificuldades emocionais que possam estar enfrentando, permitindo assim a
ação de medidas que visem o auxílio imediato, evitando possíveis progressões e danos.

As empresas precisam trabalhar a conscientização de seus colaboradores, de forma geral, sobre

transtornos mentais e sobre o impacto do estresse no ambiente corporativo e na vida do
indivíduo. A abordagem desses assuntos ajuda a diminuir o preconceito acerca do tema,
disseminando informações que auxiliam na prevenção, na identificação e no tratamento dos
transtornos.

Além disso, é importante que as empresas pensem no bem-estar de seus colaboradores e tornem
o trabalho um ambiente mais agradável, visando qualidade de vida. Pequenas atitudes podem
resultar no aumento de motivação e produção, além de trabalhar na prevenção de transtornos.

Vale ressaltar que a responsabilidade da saúde mental também é do colaborador, como trabalhar
o autoconhecimento para compreender seus limites, suas potencialidades, seus pontos fortes e,
também, seus pontos de melhoria dentro e fora do ambiente corporativo. A partir do conheci-
mento de si, lidar com as dificuldades do meio que está inserido pode se tornar mais fácil.

Ao considerar que o espaço de trabalho é formado por pessoas diferentes, com culturas distintas,
hierarquias e regras, cumprimento de metas e prazos, todos estão sujeitos a vivenciar situações
que causam desgastes emocionais. Autoconhecimento é, então, de extrema importância para ter
inteligência emocional e lidar com as dificuldades de modo eficiente, evitando estresse e/ou
ansiedade.

Algumas condutas podem ajudar:

 Defina pequenos objetivos

Possuir objetivos na vida profissional e pessoal é de grande relevância para o desenvolvimento

particular. Porém, é importante gerenciar cada meta de forma correta, pois, quando administrada
inadequadamente pode sobrecarregar o indivíduo, causando estresse e frustação. Dessa forma,
pequenos objetivos realizáveis são uma estratégia inteligente que facilita a sensação de dever
cumprido a cada etapa. Para prosseguir em direção ao objetivo final, as metas devem ser aumen-
tadas conforme as metas anteriores forem se realizando.

Organize-se

A organização é essencial na vida de todos. Porém, no trabalho, ela se faz fundamental. Com as
tarefas sistematizadas, é possível visualizá-las e classificá-las por ordens de prioridade, buscando
sempre os pequenos objetivos e uma rotina que se adeque à realidade de cada um, o que evita
surpresas e, consequentemente, ansiedade e estresse. Uma boa dica é utilizar ferramentas de
organização.

Respeite o seu tempo de pausas

É de extrema importância respeitar o tempo para descanso, o que inclui cumprir corretamente a
carga horária estipulada em lei. O trabalho diário é cansativo e exige concentração, para isso, é
importante respeitar os processos e, principalmente, o tempo para pausas, evitando estafes e
auxiliando na produtividade. Ter momentos de lazer com amigos, familiares ou, até mesmo, sozi-
nho é basilar para a saúde mental.

Tenha uma boa comunicação na empresa

Para que o colaborador sinta-se à vontade com o seu líder, a liderança precisa ser confiável e
respeitar o lugar de fala do colaborador. Quando essa realidade acontece, todos conseguem con-
versar a respeito de situações difíceis que estejam vivenciando no trabalho e na vida particular, a
resolução dos problemas torna-se, então, mais fácil, e ambos podem buscar soluções.

E a empresa, o que deve fazer?

Além das quatro condutas aqui abordadas, para evitar estresse e ansiedade no ambiente corpo-
rativo, é importante que gestores e diretores humanizem processos e conscientizem, principal-
mente, os líderes sobre a importância da saúde mental. Assim, quem de fato vive a rotina ao lado
do colaborador pode estar atento a quaisquer alterações comportamentais em sua equipe e,
assim, buscar estratégias para a prevenção de doenças.

Hoje, as empresas que valorizam o colaborador, compreendendo acima de tudo que se trata de
um ser humano, e não, de uma máquina, investem em atitudes e condutas que refletem positiva-
mente no clima organizacional, garantindo bem-estar e ganhando em retenção de talentos e qua-
lidade de produção.
 portal educação

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21ª Edição | Dezembro de 2022

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