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{} voz da literatura
fascículo revista
epistolar zaps para emily dickinson
transcription of broadcast to ross 128-b tell
WWW.VOZDALITERATURA.COM JULHO . 2021
Júlia C. Rodrigues
albuquerque filho um fascículo epistolar
Natalia Wiechmann
- Sweet - countrymen
p. 20
- Judge
Um Fascículo tenderly- of Me
Epistolar
Rafael Voigt
The Way I read a Letter's - this - 'Tis first - I lock
the Door -p. 24
And push
Zaps paraitEmily
with my fingers -next -
Dickinson
Adalberto Müller
For transport it be sure - And the I go the furthest
off To counteract
p. 38
a knock - The draw my little
Transcription of Broadcast
to Ross 128-B
my letter p.to48theTell
World That
all the Truth
slant -
butnever
tell it wrote to Me
tender Majety
p. 56
- Her Message is committed
Fragmentos para escrever
uma paisagem
Tatianne Dantas
To hands I cannot see - For love of Her -
Sweet - countrymen
p. 70
- deJudge
Carta Inverno tenderly- of Me
Júlia C. Rodrigues
Foto:emilydickinsonmuseum.org
Foto: emilydickinsonmuseum.org
- 11 - {} voz da literatura
revista
EMILY DICKINSON
CONTEMPORÂNEA
3
DICKINSON (1984. p. 147).
- 13 - {} voz da literatura
revista
EMILY DICKINSON
CONTEMPORÂNEA
[...]
Embora eu possa durar mais que ele,
Ele mais que eu vai viver –
Pois eu só tenho o poder de matar –
Não tenho o poder de morrer – 4
- 15 - {} voz da literatura
revista
EMILY DICKINSON
CONTEMPORÂNEA
6
DICKINSON (1984. p. 57).
7
Disponível em https://literaturanorteamericana2012fe.wordpress.
com/2012/11/15/52/ Acesso em 13.jun.2021.
REFERÊNCIAS
- 17 - {} voz da literatura
revista
This is my letter to the World That never
wrote to Me - The simple News that Nature
told - With tender Majety - Her Message is
committed To hands I cannot see - For love of Her
- Sweet - countrymen - Judge tenderly- of Me
The Way I read a Letter's - this - 'Tis first - I lock
the Door - And push it with my fingers -next -
For transport it be sure - And the I go the furthest
off To counteract a knock - The draw my little
Letter forth - And slowly pick the lock - This is
my letter to the World That never wrote to Me
- The simple News that Nature told - With
Emily Dickinson. Poesia Completa: volume 1
(edição bilíngue).
tender Majety - Her Message is committed
Tradução, notas e posfácio: Adalberto Müller.
Brasília: Ed. UnB; Campinas: Ed. Unicamp, 2020.
Caríssima Emily,
Mal nos conhecemos e resolvo com certa pressa
lhe escrever esta carta. De início, para comunicar
que, de suas gavetas, chegaram até o Brasil, pelas
mãos do tradutor e pesquisador Adalberto Müller,
todos os seus poemas, em fascículos e folhas
repletas de versos.
As notícias do Brasil não são muito boas. Parece
que estamos sempre por um fio. Na última semana,
a pandemia, aliada a um presidente fascista (não
sei se conhece esse termo), ceifou mais algumas
milhares de vidas. Seus poemas não falam de
pandemia, mas de tantas outras coisas da Vida, da
Natureza, da História e até da Imortalidade.
Mesmo sem nos conhecermos pessoalmente, ouço
você me dizer, bem próximo do meu ouvido, algo
entre o sussuro e o cântico:
- 21 - {} voz da literatura
revista
FASCÍCULO
EPISTOLAR
- 23 - {} voz da literatura
revista
Zaps para
Emily
Dickinson
Adalberto Müller
É professor da UFF,
escritor e tradutor.
Publicou recentemente
o livro de contos O
traço do calígrafo
(Editora Medusa) e
a tradução anotada
da Poesia Completa
de Emily Dickinson
(Editora da UnB/ Editora
Unicamp). É Member-
at-Large da Emily
Dickinson International
Society. Os poemas
citados entre aspas
aqui podem ser
consultados nessa
edição (em português)
ou no wikisource.
ADALBERTO
MÜLLER
- 25 - {} voz da literatura
revista
ZAPS PARA EMILY
DICKISON
- 27 - {} voz da literatura
revista
ZAPS PARA EMILY
DICKISON
- 29 - {} voz da literatura
revista
ZAPS PARA EMILY
DICKISON
- 31 - {} voz da literatura
revista
ZAPS PARA EMILY
DICKISON
- 33 - {} voz da literatura
revista
ZAPS PARA EMILY
DICKISON
- 35 - {} voz da literatura
revista
ZAPS PARA EMILY
DICKISON
T
a
há gente pior – que publica pela “Fama” – que “é
o
uma abelha” – como você bem viu – ou pior ainda
– “Pela Desgraça do Preço” – eu só queria te dizer –
s
quanto a isso – que teus poemas me comovem – teus
poemas me doem – teus poemas me iluminam – e
m
teus poemas libertam – até o Lula – quando estava
na prisão – te leu – aquele poema – “No Prisoner
h
be” – “Não existe Prisão – / Se a Liberdade pisa / h
Contigo o mesmo Chão” – bom acho que ele leu –
eu mandei para ele – e felizmente ele saiu – i
o
§
T
– Oi Emily – eu de novo – rapidinho – apenas queria
a
deixar – meu endereço – manda uma cartinha –
estou sempre aqui – e sei que sempre – vou estar
o
aqui – porque eu também posso escrever – o meu
verdadeiro endereço – com as tuas palavras – “I
s
dwell in Possibility” – ou com as minhas – “Moro
na Possibilidade”– e o resto você sabe – “mora na
m
filosofia” – ou na poesia – h
h
i
CARTAS PARA EMILY DICKINSON - 36 -
The way Hope builds his house It is not with
a sill - Nor Rafter - has that Edifice But
only Pinnacle - Adobe in as supreme This
superficies As if it were of Ledges smit Or
mortised with the Laws The way Hope builds
his house It is not with a sill - Nor Rafter -
has that Edifice But only Pinnacle - Adobe
in as supreme This superficies As if it were
of Ledges smit Or mortised with the Laws
The way Hope builds his house It is not with
a sill - Nor Rafter - has that Edifice But
Poema registrado por Emily Dickinson em
Amherst College.
É escritor, cineasta e
compositor americano
radicado em Chelsea,
Michigan. Prêmio Jule
and Avery Hopwood da
Universidade de Michigan,
publicou trabalhos na
Tampa Review, Puerto del
Sol, California Quarterly,
World Literature Today e
outras. Em 2017 recebeu
bolsa do National
Endowment for the
Humanities para uma série
de workshops sobre Emily
Dickinson no Amherst
College. Em 2017, seu filme
Clogged Only With Music,
Like The Wheels of Birds
foi exibido no encontro
anual da Emily Dickinson
International Society, e
em 2019 apresentou-se na
Sessão Emily Dickinson da
MLA.
STEPHEN ERIC
BERRY
- 39 - {} voz da literatura
revista
TRANSCRIPTION OF BRODCAST
TO ROSS 128-B
- 41 - {} voz da literatura
revista
TRANSCRIPTION OF BRODCAST
TO ROSS 128-B
- 43 - {} voz da literatura
revista
TRANSCRIPTION OF BRODCAST
TO ROSS 128-B
SELVA OSCURA
- 45 - {} voz da literatura
revista
TRANSCRIPTION OF BRODCAST
TO ROSS 128-B
T
a
Vinnie's breakers rise and fall
o
on silver fairgrounds of the moon.
Scritch and scratch, a birdfoot
s
circuit voiced in cherrywood,
you write as your sister breathes –
m
in chortles, iambs, interruptions, h
trochees, sudden crocus from rock.
A compass with a restless needle h
is the circle of steel in your chest,
what rides an ecliptic breeze. i
Yours, forever a crooking path
loathes all roads, taken or not, o
for long bends of undergrowth –
nettled shins the crooking way. T
Now – to reach across chill Swarms of Nought a
– for your hand.Your scholar,
o
Stephen Eric Berry s
>> acesse nosso podcast e ouça uma
m
versão especial desta carta na voz de
Stephen Eric Berry. h
h
CARTAS PARA EMILY DICKINSON - 46 -
i
The way Hope builds his house It is not with
a sill - Nor Rafter - has that Edifice But
only Pinnacle - Adobe in as supreme This
superficies As if it were of Ledges smit Or
mortised with the Laws The way Hope builds
his house It is not with a sill - Nor Rafter -
has that Edifice But only Pinnacle - Adobe
in as supreme This superficies As if it were
of Ledges smit Or mortised with the Laws
The way Hope builds his house It is not with
a sill - Nor Rafter - has that Edifice But
only Pinnacle - Adobe in as supreme This
Carta de Emily Dickinson para
Doutora em Estudos
Literários pela Unesp e
professora do Instituto
Federal de São Paulo.
Autora do livro A questão
da autoria feminina na
poesia de Emily Dickinson
(2015).
NATALIA
WIECHMANN
- 49 - {} voz da literatura
revista
TELL ALL THE TRUTH BUT TELL
IT SLANT -
- 51 - {} voz da literatura
revista
TELL ALL THE TRUTH BUT TELL
IT SLANT -
- 53 - {} voz da literatura
revista
TELL ALL THE TRUTH BUT TELL
IT SLANT -
É psicanalista, mestre
em Psicanálise:
Clínica e
Cultura pela UFRGS,
doutoranda em
Estudos Literários pela
Universidade
Federal de Sergipe
(UFS).
TATIANNE
DANTAS
Se ando a ler um livro e ele torna todo o meu corpo tão frio que
parece que lume algum, poderá, alguma vez, voltar a aquecê-
lo, sei que é poesia. Se eu sinto, fisicamente, como se o alto da
cabeça estivesse a ser arrancado, sei que é poesia
Emily Dickinson
In: A branca dor da escrita,
de Lucia Castello Branco
(Ed. 7 Letras, 2003).
Tradução de cartas e poemas:
Fernanda Mourão.
1.
Há uma estrada branca à minha frente. Desértica,
como a folha de papel. Olho para o lado, buscando
um poema que me leve ao começo. Encontro o
poema-oferenda de Maria Gabriela Llansol para
Emily Dickinson, que diz: Só o leme do barco destroçado
veio dar ao poema 1.
- 57 - {} voz da literatura
revista
FRAGMENTOS PARA ESCREVER
UMA PAISAGEM
Estrada de Boston para Amherst, 30.12.2017. Foto: Tatianne Dantas. Acervo pessoal.
2.
Esse é um relato de viagem que começa numa estrada
e se abre para o dia 30 de dezembro de 2017. O
branco toma conta de tudo. No livro A branca dor da
escrita, Lucia Castello Branco escreve: Uma mulher,
nascida em 1830, em Amherst, Massachusetts, um
dia passou a se vestir toda de branco e se fechou
em um quarto onde, encerrados nas gavetas de
uma cômoda, seriam guardados os seus fascículos.
A mulher copiava seus poemas em folhas de papel-
carta e, de tempos em tempos, reunia quatro ou
seis dessas folhas e as costurava em fascículos. Nem
sempre fazia isso, também escrevia em pedaços de
papel usados, envelopes rasgados, qualquer lugar
que pudesse ocupar com a escrita.
- 59 - {} voz da literatura
revista
FRAGMENTOS PARA ESCREVER
UMA PAISAGEM
3.
Em 15 de abril de 1862 a neve provavelmente já
tinha derretido. Depois de ler em um jornal um
texto chamado Letter to a young contributor, Emily
Dickinson envia uma carta com quatro de seus
poemas para Thomas Wentworth Higginson, autor
do artigo, perguntando se seus versos respiravam.
Ele era conhecido como alguém que se preocupava
com a condição da mulher escritora mas, mesmo
assim, só publicou os poemas de Emily depois de sua
morte. Em um texto de 1891, Thomas fala sobre a
impressão de ter lido aqueles poemas, pensado como
eles eram novos e originais, mas que não tinham
lugar dentro do que era conhecido como poesia até
aquele momento. Seus poemas estão nesse terreno
do inclassificável. Estrangeira, dizem uns. É difícil
determinar 'sobre o que' essa poesia fala, dizem
outros.
- 61 - {} voz da literatura
revista
FRAGMENTOS PARA ESCREVER
UMA PAISAGEM
Sr. Higginson,
2
A tradução para essa carta é de Fernanda Mourão e está no apêndice do
livro A branca dor da escrita, de Lucia Castello Branco.
4.
Pouco mais de um quilômetro separa a entrada da
cidade da casa em que ela viveu e do cemitério em que
foi enterrada. A casa virou um museu e só é possível
visitar os cômodos com o acompanhamento de uma
guia que parece ter lido na cartilha dos que acham
possível explicar a poesia de Emily através da vida
dela. Tinha toda uma teatralidade no jeito como ela
contava a história que levantou minha desconfiança.
Parecia que algo permanecia escondido na relação da
poeta com a conservadora cidade norte-americana.
Toda a visita fiquei com a sensação que havia ali a
tentativa de colocar uma névoa sobre Amherst,
e criar a ideia que o lugar era o responsável pela
criação. Mas era uma casa velha, cheia de brechas
que falavam sobre o que não está ali.
- 63 - {} voz da literatura
revista
FRAGMENTOS PARA ESCREVER
UMA PAISAGEM
- 65 - {} voz da literatura
revista
FRAGMENTOS PARA ESCREVER
UMA PAISAGEM
Museu de Emily Dickinson em Amherst (2017). Foto: Tatianne Dantas. Acervo pessoal.
5.
O último movimento dessa viagem foi ir ao
cemitério deixar um pedaço do mar no túmulo de
Emily Dickinson. Tinha levado na mala uma concha
de uma praia do litoral sergipano, chamada Caueira,
queria deixar entre as canetas, lápis e pedaços de
papel que as pessoas costumam deixar em túmulos
de escritores, um pedaço daquilo que Emily só havia
imaginado. Como ela diz em um poema: I never saw
a Moor - / I never saw the Sea - / Yet Know I how the
Heather looks / And what a Billow be.
- 67 - {} voz da literatura
revista
FRAGMENTOS PARA ESCREVER
UMA PAISAGEM
- 71 - {} voz da literatura
revista
CARTA
DE INVERNO
Júlia.
- 73 - {} voz da literatura
revista
pouco, mas muito, um, é perfeito a esse T
etéreo gueto não tem cada um todo o direito F
de pertencer, secreto? sépala, pétala e um T
espinho nesta manhã radiosa gota de orvalho -
abelhas brisa folhas em remoinho sou uma S
rosa muita loucura faz sentido a um olho n
esclarecido muito sentido é só loucura é a i
maioria que decide, suprema aceite? e você s
é são objete? é perigoso e merece uma algema I
nossa porção de noite nossa porção de aurora o
nossa ausência de amor nossa ausência de P
agrura uma estrela, outra estrela que se I
Emily (2017), álbum de Cid Campos, com 13
canções compostas a partir de poemas de Emily
Dickinson traduzidos pelo poeta Augusto de
{}
slant natalia helena wiechmann fragmentos
para escrever uma paisagem tatianne
dantas carta de inverno júlia c. rodrigues
emily dickinson contemporânea dinarte
albuquerque filho um fascículo epistolar
rafael voigt zaps para emily dickinson
adalberto müller transcription of broadcast to
ross 128-b stephen eric berry tell all the truth
but tell it slant natalia helena wiechmann
fragmentos para escrever uma paisagem
tatianne dantas carta de inverno júlia c.
emily dickinson contemporânea dinarte