O documento descreve a experiência de vida difícil de uma mulher desde a infância, tendo que assumir responsabilidades familiares após a morte do pai aos 10 anos de idade. Ela sofreu assédio sexual no primeiro emprego aos 13 anos, mas não denunciou por medo de perder o emprego. Apesar de ter conquistado estabilidade financeira ao longo dos anos, ainda carrega a mágoa da violência sofrida.
O documento descreve a experiência de vida difícil de uma mulher desde a infância, tendo que assumir responsabilidades familiares após a morte do pai aos 10 anos de idade. Ela sofreu assédio sexual no primeiro emprego aos 13 anos, mas não denunciou por medo de perder o emprego. Apesar de ter conquistado estabilidade financeira ao longo dos anos, ainda carrega a mágoa da violência sofrida.
O documento descreve a experiência de vida difícil de uma mulher desde a infância, tendo que assumir responsabilidades familiares após a morte do pai aos 10 anos de idade. Ela sofreu assédio sexual no primeiro emprego aos 13 anos, mas não denunciou por medo de perder o emprego. Apesar de ter conquistado estabilidade financeira ao longo dos anos, ainda carrega a mágoa da violência sofrida.
Miniconto – A experiência da mulher na sociedade e na vida subjetiva.
Docente: Wesley Pacheco
Discentes: Ana Cláudia Tanure e Hemylle Arifa 3º Meio Ambiente IFNMG – Campus Araçuaí
O eco de uma voz silenciada
Nunca tive uma vida fácil. Aliás, nada foi fácil.
Venho de uma família pobre da zona rural, que passou por muitas dificuldades após a morte do meu pai, que aconteceu em meus braços, aos meus 10 anos. E lá estava a minha mãe, viúva aos 28 anos, com 6 filhos e a mais velha, era eu. Buscando condições melhores de estudos para mim e meus irmãos, que sempre foi a prioridade para minha mãe, decidimos nos mudar para a cidade mais próxima, investindo todas as poucas economias na compra de uma pequena casa. Pouco tempo depois, houve uma enchente, a famosa de 79. E lá se foi a nossa única conquista. Logo, vimos a necessidade de contar com os mais próximos para nos abrigar. Nada foi fácil. Assim, me separei dos meus irmãos, pois ninguém abrigaria tanta gente. Na casa que fiquei, eu tinha a função de realizar os serviços domésticos, afinal, nada nessa vida é de graça. Com receio do incômodo, minha mãe começou a trabalhar como confeiteira e conseguiu uma casa de aluguel. Mas, mesmo assim, o orçamento era muito apertado. Daí, houve a necessidade que eu também arrumasse um emprego. E lá estava eu, trabalhando aos 13 anos em uma empresa. Com todos os medos e inseguranças possíveis, como todo adolescente. Nada foi fácil. A minha beleza começou chamar a atenção dos meus chefes, que, obviamente, eram bem mais velhos. Os olhares me incomodavam, mas como eram só olhares, eu deixei passar. Logo, vieram os comentários. Mas como eram só comentários, também deixei passar. Até que, um dia, partiram para o contato físico. Um contato agressivo. Um contato completamente invasivo. A vontade de denunciar aos quatro cantos era grande, mas o receio do desemprego também. Minha voz ecoava em uma frequência que só eu escutava. Era a palavra de uma mulher, jovem e pobre, contra a DELES. Anos se passaram, consegui outros empregos, me formei em duas faculdades... Hoje, ocupo um cargo importante e tenho boas condições financeiras. Mas a mágoa de um dia ter sido ferida enquanto mulher permanece em mim. Afinal de contas, nada foi fácil.
Resgate uma mulher e cure uma geração: Como o apoio entre as mulheres impacta no desenvolvimento de uma sociedade saudável, feliz e produtiva nos negócios