nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos”. Na definição de Isaías, somos barro nas mãos do Senhor. Após descrever o estado deplorável a que podemos cair, por causa dos nossos pecados, o profeta Isaías revela o caminho da recuperação. “ 1. O Barro Não Tem Valor Sem ter muito valor e grande importância, o barro não é objeto de disputas. Não há guerras entre as nações por causa do barro. Por causa do petróleo, sim, por causa do ouro, sim. Mas barro? Barro não é raridade. O barro, quando pisado nas ruas, tem o poder de sujar. Suja nossos sapatos, nossa roupa, nosso corpo, nossa casa. O barro, quando entregue a si mesmo, não consegue criar nada de útil. O barro não é autossuficiente. As obras e causas de Jesus muito sofre por causa de nossas vaidades pessoais, quando, por exemplo, achamos que somos muita coisa. “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor. Porque não é aprovado aquele que se recomenda a si mesmo” (2Co 10.17,18). 2. O Barro É Frágil Diferente do ferro ou do bronze, o barro se espatifa à-toa. Facilmente os nossos projetos se desmoronam. Basta pequena pressão da vida para que os nossos sonhos se despedacem como a botija de Jeremias (Jr 19.10). Nossa fragilidade, no entanto, é a oportunidade de Deus. Eis como Paulo explica isso: “…não me gloriarei senão nas minhas fraquezas… e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo” (2Co 12.5,9). 3. O Barro Não Tem Querer Ainda através de Isaías o Senhor questiona: “…porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes?” (Is 45.9). Seria absurdo admitir um oleiro consultando o barro sobre a forma que este deveria receber. Deus ensina uma poderosa e inesquecível lição a Jeremias, ordenando-lhe que vá à oficina do oleiro e observe bem o seu modo de trabalhar. E Jeremias viu que, “como o vaso, que ele fazia de barro, se estragou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme pareceu bem aos seus olhos fazer” (Jr 18.4). Ao barro não resta opção senão render-se à vontade soberana do artista que o manipula. Barro não faz birra. Barro não dá berro. 4. (Mas) O Barro É a Matéria-Prima do Artista É o artista quem resgata o barro da mediocridade. Nas mãos dele, o barro vira arte, é analisado, admirado, exibido em galerias e… vale uma fortuna Nas mãos competentes e criativas de um oleiro, porém, o barro pode ser transformado em utensílio ou em obra de arte. Nisso tudo pensava Isaías, quando nos descreveu como barro e descreveu a capacidade do Senhor, nosso oleiro. Porque o Senhor é nosso Pai, Ele é um oleiro de um eterno amor. Apesar da nossa sujeira, Ele nos pega nas suas santas mãos e, cuidadosamente, vai nos moldando. Nós não sabemos, mas Ele sabe o papel e a importância do vaso que seremos. Nossa utilidade e beleza dependem do Seu projeto. E a nossa resistência às pressões deste mundo depende do calor do forno no qual somos colocados. Graças ao Senhor, não somos um barro qualquer, que apenas serve para sujar. Graças ao Senhor, temos o Pai como oleiro.