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Em Isaías 64.

8 lemos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai;


nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas
mãos”.
Na definição de Isaías, somos barro nas mãos do Senhor. Após
descrever o estado deplorável a que podemos cair, por causa dos
nossos pecados, o profeta Isaías revela o caminho da recuperação. “
1. O Barro Não Tem Valor
Sem ter muito valor e grande importância, o barro não é objeto de
disputas. Não há guerras entre as nações por causa do barro. Por causa
do petróleo, sim, por causa do ouro, sim. Mas barro? Barro não é
raridade.
O barro, quando pisado nas ruas, tem o poder de sujar. Suja
nossos sapatos, nossa roupa, nosso corpo, nossa casa. O barro,
quando entregue a si mesmo, não consegue criar nada de útil. O barro
não é autossuficiente.
As obras e causas de Jesus muito sofre por causa de nossas
vaidades pessoais, quando, por exemplo, achamos que somos muita
coisa. “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor. Porque não é
aprovado aquele que se recomenda a si mesmo” (2Co 10.17,18).
2. O Barro É Frágil
Diferente do ferro ou do bronze, o barro se espatifa à-toa.
Facilmente os nossos projetos se desmoronam. Basta pequena pressão
da vida para que os nossos sonhos se despedacem como a botija de
Jeremias (Jr 19.10).
Nossa fragilidade, no entanto, é a oportunidade de Deus. Eis
como Paulo explica isso: “…não me gloriarei senão nas minhas
fraquezas… e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu
poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me
gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder
de Cristo” (2Co 12.5,9).
3. O Barro Não Tem Querer
Ainda através de Isaías o Senhor questiona: “…porventura dirá o
barro ao que o formou: Que fazes?” (Is 45.9).
Seria absurdo admitir um oleiro consultando o barro sobre a forma
que este deveria receber. Deus ensina uma poderosa e inesquecível
lição a Jeremias, ordenando-lhe que vá à oficina do oleiro e observe
bem o seu modo de trabalhar. E Jeremias viu que, “como o vaso, que
ele fazia de barro, se estragou na mão do oleiro, tornou a fazer dele
outro vaso, conforme pareceu bem aos seus olhos fazer” (Jr 18.4).
Ao barro não resta opção senão render-se à vontade soberana do
artista que o manipula. Barro não faz birra. Barro não dá berro.
4. (Mas) O Barro É a Matéria-Prima do Artista
É o artista quem resgata o barro da mediocridade. Nas mãos dele,
o barro vira arte, é analisado, admirado, exibido em galerias e… vale
uma fortuna
Nas mãos competentes e criativas de um oleiro, porém, o barro
pode ser transformado em utensílio ou em obra de arte. Nisso tudo
pensava Isaías, quando nos descreveu como barro e descreveu a
capacidade do Senhor, nosso oleiro.
Porque o Senhor é nosso Pai, Ele é um oleiro de um eterno amor.
Apesar da nossa sujeira, Ele nos pega nas suas santas mãos e,
cuidadosamente, vai nos moldando. Nós não sabemos, mas Ele sabe o
papel e a importância do vaso que seremos. Nossa utilidade e beleza
dependem do Seu projeto. E a nossa resistência às pressões deste
mundo depende do calor do forno no qual somos colocados. Graças ao
Senhor, não somos um barro qualquer, que apenas serve para sujar.
Graças ao Senhor, temos o Pai como oleiro.

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