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#Financial Distress
Autor: Alexandre Ernesto 1
Área: DCSA
Resultados da aprendizagem 2
Resultados da aprendizagem
Quando tivermos terminado este tópico vocês devem ser capaz de:
Se existe alguma coisa que tem caracterizado as situações vividas pelas empresas nos tempos actuais é de
que muitas delas têm tido e/ou enfrentado grandes dificuldades financeiras.
Várias podem ser as justificativas por detrás desta situação, mas é unânime apontarmos que o contexto
actual de crise (que vem-se arrastando desde finais de 2014) tem sido a maior dificuldade e/ou fonte de
incertezas económicas e financeiras.
Uma empresa que não consegue gerar montantes suficientes de cash flows para fazer face às suas
despesas contratuais (pagamento de salários, fornecedores, juros, etc.) tende a enfrentar dificuldades
financeiras.
Uma empresa que falha o pagamento de uma obrigação financeira (default) poderá ser forçada a liquidar
os seus activos ou declarar falência.
Muitas das vezes, empresas inadimplentes tendem a proceder a uma reestruturação financeira.
A reestruturação financeira pode ser feita por meio da aplicação da Lei de Falências ou Private
Workout (private workouts through debt-for-equity swaps and abandonment of debt by the lenders/
reducing the size of the payment or postponing a payment).
Conceito:
Financial distress é uma situação onde os cash flows operacionais da empresa não são suficientes para
satisfazer as suas obrigações actuais e a empresa é forcada a tomar medidas correctivas.
Sharing ideas…
Que exemplos podem ser ilustrados em Angola de empresas que tenham enfrentado e/ou
estão a enfrentar dificuldades financeiras?
Em termos gerais, quais têm sido as razões subjacentes a estas dificuldades financeiras?
Face às dificuldades financeiras, existem muitas respostas que podem ser levadas a cabo pelas empresas para resolver a
situação. Estas respostas incluem uma ou mais das seguintes estratégias:
3. Políticas financeiras
5. Mudança da gestão
6. Encerrar a empresa
Quando uma empresa encontra-se em dificuldades financeiras, esta pode procurar reduzir os riscos da sua
operação aumentando a sua actividade. Estas políticas podem incluir a aquisição de outras empresas,
realização de parceiras, aumento de investimentos em activos fixos, aumento da produção, etc.
Muitas empresas preferem focar-se nos seus negócios mais rentáveis quando enfrentam dificuldades
financeiras. As políticas de contracção operacional incluem a venda de activos, desinvestimentos, etc.
Exemplos…
Mudança de gestão
Em contexto de performance financeira pobre, a gestão pode ser mandada embora.
Encerrar a empresa
A estratégia menos desejada para dar resposta às dificuldades financeiras é o encerramento das operações decretando a
falência da empresa.
Empresas que não podem cumprir com as suas obrigações contratuais para com os credores têm basicamente duas opções:
liquidação ou reestruturação.
Liquidação: significa a terminação da empresa. Envolve a venda dos activos da empresa ao valor residual e o
produto líquido da venda é distribuido aos credores de acordo com a prioridade estabelecida.
Reestruturação: é a opção de manter a empresa em andamento. Contudo, algumas vezes envolve a emissão de
novas dívidas e/ou obrigações para substituição das antigas.
Decretar falência é um procedimento legal que pode ser feito voluntariamente pela empresa ou de forma involuntária (quando
forçada pelos credores).
Uma vez determinada a falência da empresa, a liquidação dos activos deve ser feita. A distribuição dos activos
ocorre de acordo com as seguintes prioridades gerais:
As duas formas de reestruturação financeira envolvem a troca de reinvindicações financeiras antigas por novas. Grande parte
da pesquisa académica tem descrito o que acontece em situações de private workout e formalização da falência de
empresas.
1. Historicamente, metade das reestruturações financeiras têm sido privadas (private workout), mas recentemente, a
formalização de falências tem sido dominante;
2. Empresas que emergem do private workout o preço de suas acções tendem a ser maiores comparativamente às empresas
que emergem de situação de falência formalizada;
4. A gestão de topo, geralmente perdem pagamentos e as vezes o próprio emprego em ambos os casos (private workout e
falência).
Os factos apresentados anteriormente, parecem indicar que private workout é melhor do que decretar falência.
Contudo, por que razão as empresas tendem a decretar formalmente a sua falência e depois avançar para a reestruturação?
Complexidade: uma empresa com uma estrutura de capital complicada, terá mais problemas em colocar tudo
junto em private workout.
Falta de informação: há um conflito de interesse entre accionistas e credores e este é acentuado quando
ambos têm informações incompletas acerca das circunstâncias que deram origem às dificuldades financeiras.
Muitos credores usam modelos para assessar a credibilidade dos futuros devedores. A ideia geral é encontrar factores
estatísticos que permitem os credores discriminar entre bom e mal risco de crédito.
Edward Altman (1993) desenvolveu um modelo (Altman Z-score) usando rácios financeiros e múltiplas análises para prever
a falência de empresas.
Modelo para as empresas que actuam no sector não industrial e em países emergentes:
RLR = Resultado líquido retido; VM Equity = Valor de mercado do capital próprio; FM = Fundo de maneio líquido; EBIT = Resultado antes de juros e impostos
Onde:
Para as empresas não industriais e países emergentes
𝑍 < 1.10 indica uma previsão de falência – a empresa está certamente em dificuldades e o risco de falência é muito alto;
1.10 ≥ 𝑍 ≤ 2.60 indica uma área cinzenta – é a zona de alerta, quanto mais próximo de 1.10 maior a probabilidade de a empresa vir a
falir;
𝑍 > 2.60 indica que não haverá falência – zona segura, em que a empresa pode estar a salvo, dada a sua capacidade financeira.
𝑍 > 2.90 indica que não haverá falência – zona segura, em que a empresa pode estar a salvo, dada a sua capacidade financeira.
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Volenti Nihil Difficili -“A quem quer, nada é difícil”