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Saudade

Ao meu ver, é um dos- se não o pior- sentimento que podemos sentir.


É uma dor que não pode ser acalentada, não a nada que possa ser feito, nada que amenize a
tristeza e a situação angustiante em nosso peito.
Temos a mania de pensar que o passar do tempo irá nos abraçar e fazer com que a dor vá
embora aos poucos. Iludidos somos nós, que acreditamos que isso realmente irá acontecer.
A cada tic-tac do relógio, a realidade desmorona um pouco mais sobre nossas cabeças. Nos
fazendo perceber que só o que nos resta é aceitar.
Não é fácil. Já considerei impossível. Mas não é. Nada é.
A dor não some, só aumenta. Mas vamos percebendo que não adianta chorar, não adianta
gritar ou espernear, nada lhe trará de volta.
Não sei em que momento esse texto passou a ser sobre você- ou, mais especificamente sobre
minha dor-, mas, aproveitando o rumo que foi tomado, quero pedir-lhe algo:
Quero pedir-lhe perdão.
Não lhe dei o valor merecido enquanto eras viva.
Hoje choro a tua morte.
Hoje grito de saudade.
Me pergunto se algum dia eis de te ver novamente, algo em mim diz que não-isso me parece
um castigo, por ser tão ingrata-, mas prefiro acreditar que estou enlouquecendo- ou
alucinando-, do que me deixar aceitar a realidade de que não te tenho e de que não te tereis
mais.
Você era a alegria dela, você partiu e me deixou encarregada de ser sua substituta-sim,
substituta pois não mereço tomar seu lugar ou ter o seu papel nesta história-, eu nunca
imaginei que fosse tão difícil fazer alguém feliz.
Me desculpe.
Estou falhando.
Eu não estou conseguindo e algo me diz que não eis de conseguir.
Você fazia parecer tão fácil.
Me pergunto se o problema está em mim, ou, se você era superdotada ou algo do tipo.
Na verdade.
Eu sou muito normal, eu sou ruim, eu sou eu, um eu falso, não um eu verdadeiro.
Por isso nunca conseguirei nem chegar aos seus pés...
Você era especial-você é-.

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