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Era uma vez…talvez foi ou será, o tempo não tem mais direção ou convicção perdeu sua sanidade com

as histórias
medonhas e estranhas que ele presenciou, mas sabemos que o tempo não é a vítima dessa história, que ele foi tão mal
quanto qualquer maldade feira pelas mãos das pessoas retratadas nessa história…espero que gostem de minha narração de
minha humilde opinião…espero que gostem.

Ass.Giselle A.S.
Por Giselle Alves da Silva

Era uma vez…talvez foi ou será, o tempo não tem mais direção ou convicção perdeu sua sanidade com as histórias
medonhas e estranhas que ele presenciou, mas sabemos que o tempo não é a vítima dessa história, que ele foi tão mal
quanto qualquer maldade feira pelas mãos das pessoas retratadas nessa história…espero que gostem de minha narração de
minha humilde opinião…espero que gostem.

Ass.Giselle A.S.
“Não me mate por favor”

A manhã já havia chegado, na verdade era isso que o relógio quebrado em minhas mãos
dizia, 2:57 hs da manhã. Não sei se o horário está certo, ou se a bateria do relógio
duraria mais um dia, mas enquanto os ponteiros tortos continuam rodando mesmo que
lentamente, me ajudam a tirar os olhos do belo rosto adormecido ao meu lado. O corpo
de Kallem jazia no chão quase imóvel, a gaze em seu peito voltou a sangrar. Eu olho de
seu peito ensopando o tecido branco de sangue lentamente, suas pálpebras coladas e
penso “ O que há no sono que dá essa aura de tranquilidade e inocência a pessoa? ” não
consigo entender que a mesma pessoa que gritava de dor e quando fazia o curativo seja
a mesma dormindo plenamente ao meu lado.
Aperto mais os joelhos contra o peito, respiro fundo “ é isso que você precisa fazer,
coragem! “ Digo a mim mesma. Encaro a linha e a agulha à minha frente, minhas mãos
trêmulas, não espero o medo me impedir, “ é isso que preciso fazer ”. Me coloquei de
joelhos em cima da cintura de Kallem, tomando o cuidado de não encostar em seu
corpo. Ele ainda dorme e sua respiração fica cada vez mais fraca, “ preciso ser rápida
para não acordá-lo ”.
Pego uma pequena tesoura nas mãos, que tremiam descontroladamente, olhei para ele
mais vez “ ainda está dormindo, ainda está dormindo ” se eu ter cuidado posso cair
sobre seu corpo, o que pelo que diz meu reloginho, já faz quatorze horas que eu não
como nada. Com as duas mãos eu corto a gaze em seu peito, deixando minhas mãos
sujas novamente com seu sangue. Fecho os olhos com força para não ver como a ferida
está e abro as duas abas do curativo “estou realmente com medo do estado do
ferimento?” eu sufoco uma risada “em qualquer outro momento você teria prazer em
machucá-lo, mas ele não pode morrer se não você ficará sozinha e não sabe quando
alguém vai chegar”
— Só hoje…por hoje eu não te odeio — eu sussurro para o corpo inerte abaixo de mim.
Com um pedaço de tecido que cortei do meu vestido limpo o ferimento como eu posso,
tentando de todo o meu ser não acordá-lo “não posso acordá-lo, não consigo lidar com
seus gritos” Passo a agulha entre meus dedos “tenho que ser rápida” afundo a agulha de

Era uma vez…talvez foi ou será, o tempo não tem mais direção ou convicção perdeu sua sanidade com as histórias
medonhas e estranhas que ele presenciou, mas sabemos que o tempo não é a vítima dessa história, que ele foi tão mal
quanto qualquer maldade feira pelas mãos das pessoas retratadas nessa história…espero que gostem de minha narração de
minha humilde opinião…espero que gostem.

Ass.Giselle A.S.
um lado do corte, “não está como pensei, está pior, mas pelo menos não está sangrando
tanto” passo a agulha pelo outro lado do corte, fazendo o mesmo processo durante
quase todo o corte, estou quase acabando…eu paro estou imóvel, um grunhido “não,
não, não, não e não”. Olho para seu rosto, seus olhos estão se abrindo, um gemido sai de
seus lábios franzidos.
— Elowey…— sussurra ele quase em um suspiro. “Não, não e não, não posso lidar com
você agora só um segundo”
— Kallem, por favor, em hipótese alguma grite…eu preciso terminar…por favor
deixe-me cuidar de seu ferimento — sussurro no mesmo tom de voz para não fazê-lo
gritar. Ele parece perceber, junta as sobrancelhas e arregala os olhos, um suspiro, seu
rosto relaxa.
— Rápido — cospe ríspido e fecha os olhos.

Era uma vez…talvez foi ou será, o tempo não tem mais direção ou convicção perdeu sua sanidade com as histórias
medonhas e estranhas que ele presenciou, mas sabemos que o tempo não é a vítima dessa história, que ele foi tão mal
quanto qualquer maldade feira pelas mãos das pessoas retratadas nessa história…espero que gostem de minha narração de
minha humilde opinião…espero que gostem.

Ass.Giselle A.S.

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