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PRÓLOGO

HELENA MIKHAILOV • 17 ANOS

📍
• Um ano antes...
São Paulo.

Nunca precisei lidar com a dor emocional de uma perda, nunca soube o que fazer e qual
seria minha válvula de escape para não sucumbir caso sofresse uma que me levasse a
esse extremo. Isso até meu avô morrer nos meus braços mês passado, me deixando num
mundo que perdeu toda a graça sem a sua gargalhada escandalosa, sem as suas
provocações e suas pegadinhas que tinham como foco fazer meu pai sofrer um infarto.

Que irônia... Quem morreu de um foi ele. Por minha causa ainda por cima.

Seu Jão partiu levando minha melhor versão, aquela que eu nunca mais terei de volta, a
inocente apaixonada pela vida que ficaria horrorizada se me visse agora completamente
nua sentada sobre os calcanhares com uma máscara tampando os olhos enquanto aguarda
ansiosa um homem que não é o que "nós" amamos chegar para fazer o que quiser comigo.
Isso tudo na casa dele, que "nós" nunca vimos na vida.

E nem vamos.

Ele só tem uma missão nesse momento que é me causar dor física o suficiente para aplacar
a emocional que hoje já me fez pensar em suicídio algumas vezes.

Sei dos riscos que corro estando aqui e do que estou determinada a dar pra um total
estranho mas eu preciso disso.

Preciso transformar toda minha dor emocional em algo que não me faça pensar em desistir
de viver e talvez... Talvez! Tranformá-la em prazer seja o caminho certo, mesmo que pra
todos esse seja um...

Prazer proibido.

CAPÍTULO 01
GUSTAVO HENRIQUE • 33 ANOS
VULGO - GH

-- Tá me dizendo que contrataram uma novata? - olhei pra minha secretaria do lar enquanto
caminhava ao seu lado pelo corredor dos quartos, travando meu maxilar ao assistir ela
acenar brevemente - E quem foi o idiota que fez isso quando deixei bem claro que queria
uma experiente?
Tati - Fui eu, senhor. - voltei a olhar pra frente, sentindo todos meus músculos tensos
ficarem mais ainda - Mas a descrição do perfil dizia que ela suportava qualquer tipo de
prática... E era a única que só tinha uma observação que é manter a privação dos sentidos
até o fim do ato.

-- Quais deles?

Tati - Visão. Ela deixou claro que não quer saber quem será seu dominador e como eu sei
que o senhor segue o mesmo padrão com suas submissas, eu não achei que seria um
problema.

-- Não é. - suspirei, mais irritado do que gostaria - Algo mais que eu precise saber?

Tati - O codinome dela. Se o senhor quiser, é claro. - parei segurando a maçaneta do meu
quarto e balancei a cabeça para que prosseguisse - Sheila.

-- Vou tentar me lembrar. - acenei uma última vez e entrei no quarto, trancando a porta
antes de me virar tirando a camiseta e ficando somente de calça jeans, olhando pra garota
ajoelhada sobre o chão frio mais a frente. - Fique de pé. - ordenei, observando seu corpo
tremer antes de obedecer - Já fez isso antes?

Deixei minha camiseta de lado e alcancei uma chibata ao caminhar até a garota, engolindo
o excesso de saliva ao analizar todo seu corpo de perto.

Morena clara de longos cabelos cacheados, lábios carnudos, seios médios, barriga e púbis
"negativa", coxas grossas e uma bunda que sem sombra de dúvidas é uma das mais
perfeitas que já vi até hoje, grande e redonda.

"Sheila" - Não... Não, senhor. É a minha primeira vez. - umedeci meus lábios ao perceber o
nervosismo na sua voz suave, deslizando a ponta de couro ao redor dos mamilos
enrigecidos, querendo açoita-los mas me segurando pois ainda não negociamos qual
safeword ela usaria para me fazer parar.

-- Então um de nós teve muita sorte hoje. - arrastei lentamente a ponta áspera pela sua
barriga, assitindo os pelos descoloridos eriçarem enquanto seguia pro meio das suas
pernas que se abriram um pouco, deixando a ponta do nervinho avermelhado me chamar
atenção ao se mostrar espremido entre os dois lábios gordinhos e fechados digno de uma
intocada. - E acho que fui eu.

Não me controlei e acertei forte seu clitóris, arrancando um gemido de dor da boca carnuda
que me fez ficar duro só de imaginar os lábios grossos ao redor do meu pau, porra!

-- Preciso que diga uma palavra que você usará caso não suporte mais minhas seções.
Agora! - pedi, mais desesperado do que gostaria de admitir.

"Sheila" - Prazer... - seus lábios se moveram tão lentamente que entrei numa espécie de
transe, perdi o controle e sem ele golpeei seu sexo novamente, assistindo o couro brilhar
com sua excitação quando fiz de novo e denovo... Me deliciando com seus gemidos
contidos.

"Sheila" - Não para, por... - senti meu coração galopar no peito quando a moreninha fechou
as pernas prendendo o couro entre elas e jogou a cabeça pra trás mordendo o lábio pra não
gritar seu orgasmo atingido tão rapidamente.

Seu corpo sofreu um espasmo tão violento que fui obrigado a soltar a varinha e o segurar
pra impedir que fosse pro chão.

"Sheila" - Me... me desculpe, senhor. - vibrei quando a mão de dedos frios apertou meu
bíceps em busca de sustento e juro que pensei em me afastar quando senti a lufada de ar
quente ser solta contra a pele do meu rosto que pela primeira vez na vida arrepiou - Isso
não vai... - interrompi sua fala grudando nossas bocas, salivando em excesso ao sentir a
maciez dos seus lábios nos meus.

Dando vários tapas fortes na bunda empinadinha de tamanha frustração que senti por estar
beijando uma submissa que está aqui pra satisfazer meus desejos carnais e não despertar
outros que me fazem sentir raiva por saber que não sou digno deles.

-- Não faça novamente! - bradei ao nos afastar, segurando firme no seu pescoço enquanto
respirava ofegante - Você está sendo paga pra me satisfazer, então satisfaça! - apertei
meus dedos no seu pescoço e ela separou os lábios, sugando o ar lentamente antes de
trancar a respiração - Ajoelhe e abra a boca. - sussurei rente aos seus lábios, querendo os
sentir em outra parte do meu corpo dessa vez.

"Sheila" obedientemente atendeu a minha ordem e eu me afastei indo pegar prendedores


de mamilos que eu prendi apertado aos seus, puxando pra cima quando enchi sua boca
com meu pau pesado e duro de tanto tesão.

A moreninha começou sem jeito, parecendo inexperiente no assunto, mas depois de uma
ou duas ordens minhas fez o que pra mim foi o melhor boquete já recebido.

Mas eu não me contentei em só ter meu pau sugado pelos lábios carnudos.

Eu queria mais, eu tive.

Segurei sua cabeça e fodi a boca gostosa sem nenhum remorço, rezando pra ela proteger
os dentes até o fim, caso contrário - era uma vez meu pau- , até que senti a porra subir de
uma vez pelo meu canal e me empurrei lento até tocar a garganta quente que eu sufoquei e
enchi de esperma enquanto gemia de dor e prazer, sentindo as unhas finas rasgarem a pele
das minhas coxas numa tentativa falha da morena se livrar de mim.

Meio esgotado por ter gozado como um louco eu me retirei da boca gostosa, só então
soltando a cabeça da submissa que novamente se colocou em posição de espera enquanto
respirava ofegante.
Gastei um minuto pra me recompor e observar ela, o suor já fazia sua pele brilhar e eu notei
sua máscara meio molhada. Era como se ela tivesse chorado em algum momento e eu não
percebi, contudo, como ela não disse a zafeword eu continuei...

A puni de todas as formas possíveis mas principalmente com chicotadas em todas as partes
do seu corpo por ter fincado as unhas na minha pele, neguei alguns orgasmo, proporcionei
outros, a imobilizei e quando me dei por satisfeito fui em busca do nosso prazer em
conjunto, só então descobrindo que a sua primeira vez.

Era realmente a sua primeira vez.

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-- Já sabe meu nome, onde eu moro e o que eu quero com você... Por que não tira a
máscara e diga que aceita ser minha olhando nos meus olhos?

Toquei o tecido macio, pronto pra erguir e expor seus olhos que eu estava louco para saber
de que cor eram quando ela me impediu, tirando minha mão e segurando firme o tecido no
lugar com a sua.

"Sheila" - Deixei claro no meu perfil que a máscara fica até o fim.

-- Não somos mais dominador e submissa, moreninha. - tentei ser carinhoso e deslizei a
ponta do indicador ao redor dos seus lábios que se abriram para soltar suspiros pesados.

Esqueci que era pra ser carinhoso e desci desenhando cada curva do seu pequeno corpo
que se encaixou perfeitamente no meu enquanto eu a fazia minha momentos atrás,
trilhando rumo ao paraíso enquanto falava:

-- Você estar deitada nos meus braços e não cavalgando no meu pau como estava a dez
minutos atrás é um exemplo disso.

"Sheila" - A máscara fica... Ain... - gemeu manhosa quando toquei seu centro sensível e
manuseei o nervo inchado devagar - Por favor... - grudei nossas bocas fazendo ela calar e
deslizei dois dedos pra dentro do buraquinho apertado.

Roubando cada gemido dela com minha boca, sentindo meus dedos melados com seu
prazer e sangue deslizarem com facilidade pra dentro e pra fora da sua bucetinha, que
graças a mim não era mais virgem.

Não conseguia parar de pensar nesse detalhe e por isso me sentia na obrigação de fazer
dela minha mulher. Foda-se que era uma submissa que estava sendo paga pra está ali
comigo. Naquele momento eu tinha certeza que pagaria quantas vezes fosse necessário
pra ter ela novamente na minha cama pois nenhuma outra se entregou da mesma maneira
que ela e eu estava decidido:

"Sheila" seria minha mulher!


Com essa certeza dominando a minha mente eu montei seu corpo e substitui meus dedos
por meu pau, parando completamente atolado nela enquanto tentava não gozar ao ser
esmagado pela buceta apertada que contraiu forte ao meu redor quando seu corpo
começou a tremer sendo dominado por mais um orgasmo.

-- Puta merda! - sai antes mesmo do seu corpo parar de tremer e gozei na sua barriga,
ofegante, me culpando por parecer um precoce a essa altura do campeonato - Fica aqui
que eu vou pegar um lenço no outro cômodo.

"Sheila" - Tudo bem... - disse em meio as arfadas, engoli a saliva grossa quando ela erguiu
as mãos e mexeu na máscara, ansioso para que tirasse aquela merda mas respeitando sua
vontade, afinal de contas, ela seria minha mais cedo ou mais tarde - Use o tempo que
precisar. - completou.

-- Não demoro. Prometo. - me inclinei dando um selinho nos lábios grossos e levantei
juntando minha calça do chão, vestindo sem cueca mesmo enquanto saia do quarto e ia até
o banheiro do corredor.

Não demorei mais que cinco minutos e quando voltei pro quarto encontrei Tati recolhendo o
lençol branco manchado de sangue da cama em que a pouco estava com a moreninha.

-- Cadê ela? - Tati deu um pulo com o susto e me olhou sem entender - A moreninha! Se faz
de doida não.

Tati - Ela disse que haviam terminado e foi embora. Por isso vim fazer a limpeza.

-- Como assim foi embora? - deixei os lenços no sofá ao lado da porta e sorri nervoso
passando as mãos nos cabelos, sem querer acreditar que aquela mandada fugiu de mim.

A loira de meia idade viu a frustação no meu olhar, oscilou o seu entre o lençol manchado
na sua mão e abriu a boca em O.

Tati - Ela fugiu do senhor? - gargalhei, DE NERVOSO, por ouvir outra pessoa dizer o que eu
havia pensado e acenei indo atrás do notebook, voltando com ele aberto no site de
submissas.

-- Me mostre o perfil dela. Veja se tem endereço ou algo que me ajude a encontrá-la. -
entreguei o aparelho pra ela que mexeu, mexeu e negou me olhando confusa - O que foi?

Tati - Eu não acho. - ela rola o feed me mostrando nomes e descrições de outras - E até o
dinheiro que havia pago antecipadamente pra ela vim, voltou pra sua conta, veja. Está tudo
aqui.

Estalei minha língua, pensando o mais rápido que consegui e por fim ordenei:
-- Puxe as imagens dela nas câmeras de segurança e contrate alguém... Um detetive se
preciso for e repassa tudo pra ele. Amanhã eu viajo pra Bolívia e quando voltar quero fazer
dela minha mulher. Nem que seja contra sua vontade.

Tati - Mas senhor...

-- Não tem mas, Tati. Ela será minha mulher e ponto.

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CAPÍTULO 02
BENÍCIO MOTA • 38 ANOS
VULGO - BEN

📍
• Dias atuais...
Rocinha, Rio de Janeiro.

-- Mudar teu vulgo de Rapp pra puta - falo, entrando na sala de empacotamento da boca
principal, e encaro o moreno de cabelos platinados esparramado no sofá de canto - Só quer
viver deitado, pô.

Rapp - Dá nada, pelo menos as puta recebe depois de te dar. - os muleque tudo olha
fazendo "humm" e rindo dele - Ou, cês tão é de marola. Sai daí !

-- Cê que tem uns papo meio estranho meu mano. - me aproximo fazendo toque com ele e
sento no braço do sofá olhando os muleque pesando e separando a mercadoria, só as de
qualidade, tá ligado ?

Papo retão? Me amarro em olhar minhas parada assim.

Fico brisadão, sentindo orgulho de mim mermo.

Sei que não é um bagulho pra mim se orgulhar - ainda mais se levar em conta tudo que eu
perdi e abri mão - mas eu me orgulho, pô.

Sabe porquê ?

Porque tudo que tenho hoje eu consegui com muito esforço e dor, eu tinha a escolha de
ficar lá no Vidigal junto com o que sobrou da minha família, sendo gerente de uma das
bocas mas eu não quis .

Não depois de ter perdido a única por quem eu daria a minha vida pra salvar a dela e
acabou sendo o contrário.
Tá ligado? Embora eu não demonstrasse na época, a morte da minha avó me abalou
demais, pô, quem conhecia sabia o quanto eu amava aquela velha maluquinha .

Sei que não fui o único que sofreu com a morte dela, mas fui o que mais sentiu por saber
que era o culpado.

E isso ninguém nunca vai tirar de mim.

Rapp - Tenho porra nenhuma. Cês que leva tudo pro buraco da maldade. - ouço a sua voz e
volto a mim, sentindo ele me empurrar com o pé - Como que foi a reunião com a cúpula?
Vão deixar eu entrar?

-- Foi tranquilo. - levanto batendo na perna dele que cai pra fora do sofá quase levando o
mongo pro chão - GH disse que vai ter um papo com teu pai primeiro, tú ainda é de menor e
o Russo deixou bem claro que não queria nenhum de vocês envolvido com o CV - falo o
que ele tá cansado de saber.

Reforçando o fato de eu não estar afim de entrar em uma com o Russo só porque ele quer
fazer parte do Comando. GH que se resolva com eles. Tenho problemas demais pra pegar
mais esse pra mim.

Rapp - Pô, fala pra ele chegar lá no morro depois de amanhã então . Vai ter uma resenha lá
na Caliente, alguma coisa a fantasia. Se pá, ele se anima e deixa eu fazer parte sem
precisar falar com o pai. - ele senta puxando o celular do bolso quando o mesmo começa a
tocar - Dá teu papo, vida - diz depois de atender - Pô, Helena. Tú também só faz merda
mermã... Quem te trouxe pra esse caralho?...

Franzo meu cenho, começando a ficar preocupado. Qualquer coisa que envolva essa
menina me abala de uma maneira incomum. E por mais que eu tente me manter longe dela
- porque eu já me liguei que isso vai dar merda - eu não consigo.

Parece até macumba um bagulho desses .

Rapp - Tá, tá bom. Vou ver o que eu faço. - ele desliga, guarda o aparelho no bolso e me
olha passando a mão na boca - Tá afim de fazer um pra mim não?

-- Depende, qual foi o B.O. dessa vez? - pergunto tentando esconder meu excesso de
preocupação na voz e ele faz tsc, negando.

Rapp - A maluca da Helena... Acredita que o anão de jardim veio pra ajudar na campanha
de vacinação daqui e agora não acha ninguém de confiança pra levar ela pra casa? - ele faz
cara de puta pidona - Tem como tú fazer essa pra mim não? Pode deixar ela lá em casa que
quando eu for pro Vidigal eu levo a bonita.

- Faço, pô, manda mensagem pra ela avisando que eu tô indo. Pra ela me esperar na
entrada do bagulho - caminho até a porta e me encosto no batente pegando a chave da
moto no bolso da minha bermuda.
Rapp - Vou fazer isso agora - ele levanta pegando o celular e se afasta colocando o
aparelho no ouvido.

-- Fica de olho em tudo aí que eu só volto a noite, vou descansar um pouco. - aviso pra ele,
me despeço dos muleque falando pra eles ficarem na ativa também e parto pro postinho
indo buscar a morena que não devia, mas tem o dom de me tirar o juizo facinho .

Paro a moto lá na frente e ainda fico uns bons três minutos embaixo do sol olhando ela se
despedir do "amigo" médico que me olha lá de dentro acenando com a mão, esse pau no
cú.

Só contratei porque estava sem médico aqui e já me arrependi dessa porra, esse vacilão tá
sempre chamando a Helena pra vim ajudar e a monga com papo de que é uma experiência
a mais pra faculdade dos sonhos dela vem toda felizinha sem se dar conta que o cara tá
maluco pra foder com ela .

Helena - Desculpa pela demora - ela chega correndo, fazendo seus cabelos cacheados
voarem pelo seu rosto de menina - Tudo bem ?

-- Suave. - troco beijo no rosto com ela, sem querer beijando o canto da sua boca e ela sorri
se afastando - Foi mal.

Helena - "Suave" - me imita colocando a mão no banco da moto - Isso está pegando fogo,
Nick. - ergo a sombrancelha olhando pra ela que tira a bolsa das costas e me entrega . -
Segura rapidinho .

Fico sem entender, e quando ela pega na barra da sua camiseta azul clarinho puxando pra
cima, eu entendo .

-- Tá maluca, porra? - abaixo suas mãos puxando o tecido junto - Fica com esse caralho aí!
- devolvo a mochila dela e tiro a minha camiseta vermelha do jacaré, entregando pra ela
que sorri falso colocando no banco.

Helena - Obrigada! Mas eu estou de cropped, dava nada não - ela sobe na moto e eu olho
pros olhos castanhos claros que me fitam pelo espelho retrovisor.

Na moral... a intensidade e a maneira que o olho dela brilha sempre que me olha tá
afetando um lado meu que eu não tô afim de usar com ela .

Não com ela .

-- Cala a boca e segura aí. - aviso desviando do seu olhar e sinto ela envolver minha cintura
com os braços finos quando eu saio acelerando com a moto dali .

Corto caminho entrando pelas viela, ouvindo ela me xingar toda vez que eu ameaço dá um
grau e logo tô encostando a moto na frente do meu barraco, que é ao lado do que os irmãos
dela fica quando vem pra cá fazer as parada pra mim .
Helena - Olha só, que minha mãe não me ouça, mas você é um belo filho da puta! - ela
desce beliscando minha cintura me fazendo rir e se afasta sem olhar pra trás.

-- De nada pela carona, bonequinha. - chamo a morena pelo apelido e ela manda dedo
antes de sumir portão a dentro na casa dos irmãos - Depois eu broto aí pra te dar um
presente - brinco, com um fundo de verdade.

Helena - É bem árvore para está brotando né ? - ela grita em resposta e em seguida bate a
porta da casa com força.

Toda zen, ela .

Dou risada descendo da moto, tirando a chave da ignição e minha camiseta do banco. Faço
toque com os menor que fica aqui na frente cuidando e entro indo direto pro banheiro tomar
um banho frio.

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Sento no sofá puxando a fumaça do baseado pra dentro e deito a cabeça pra trás ouvindo o
funk estourando alto na casa ao lado.

Já tocou sertanejo, pop, até música evangélica nessa playlist aleatória dela e agora tá no
kevin o Chris, sei mais nem o que esperar.

Solto a fumaça e levanto a cabeça ao ouvir a porta da sala abrir só pra ver a morena passar
por ela vestindo uma samba canção curtinha e um sutiã da cor da pele que dá a impressão
dela está sem.

Respiro fundo, rindo de nervoso .

Mandada veio pra me tirar o resto do juízo, tenho certeza.

Helena - Coitado, já está ficando caduco. - ela se joga do meu lado, o cheiro embriagante
do seu perfume mexendo com meu auto controle - Rindo sozinho mané .

-- Cê tava na rua assim, bonequinha? - aponto pra ela de cima abaixo igorando sua fala.

Helena - Queria que eu estivesse como, pelada ?

Muleque, eu nem pensei na hora de fazer a merda. Pisquei e estava deitando encima dela
no sofá, minha mão deslizando pelo seu busto rumo ao pescoço fino e cheiroso.

-- Não se mexe! - fecho minha mão que segura o baseado no seu pescoço, tomando
cuidado pra não queimar sua pele e cabelos - Tá brincando com fogo, não acha não ? - ela
sorrir mordendo o lábio inferior, fechando as pernas no meu quadril e me puxando pra si .
Respiro fundo outra vez, nervoso, sentindo suas pernas se apertarem fazendo meu quadril
ser pressionado contra seu meio, gesto que faz ela gemer manhosa ao sentir meu pau
tomando forma .

Caralho, isso tá muito errado.

Helena - Vim atrás do meu presente. Vai me dar agora ou depois ? - ela é direta, como
sempre - Vai, Nick. Para de se fazer de difícil. Eu sei que você também me quer. - engulo
em seco quando ela olha no fundo dos meus olhos.

Porra, mulher que olha no fundo do olho do pião só quer uma coisa:

Foder com o psicológico dele.

É o que ela está fazendo com o meu nesse exato momento.

-- Para com isso, bonequinha. - fecho meus olhos por um momento, ouvindo sua respiração
completamente desrregulada ser solta próximo a minha boca - Caralho menina. Isso tá
errado, desgraça.

Resisto a tentação de beijar seus lábios carnudos e saio de cima dela, indo sentar na
poltrona na outra extremidade da sala .

Rezando mentalmente pra ela não vim atrás porque se isso acontecer eu não vou
responder por mim.

Tenho certeza que não vou.

CAPÍTULO 03
HELENA

-- Errado, é sério isso? - indago ao levantar do sofá olhando pra ele que me fita a distância
enquanto se mantém sentado na poltrona próxima a porta da sala, terminando de fumar seu
baseado.

O corpo magro mas definido vestido somente com uma bermuda tactel preta todo largado
no estofado, o peitoral exposto com uma cicatriz na altura do coração subindo e descendo
com rapidez e o seu pomo de adão se movimentando a todo segundo denunciando que ele
está salivando em excesso e consequentemente, engolindo também.

Ben - É, Helena. Cê tem dezessete anos, sua atribulada. Te vi crescer e agora cê tá aí! -
aponta pra mim, ele está nervoso, muito nervoso - Com fogo pro meu lado. Tá na hora de
parar com essa porra.
Sorrio ao ouví-lo, não vou bater cabeça, prometi a mim mesma que ia tentar ficar com ele
só essa vez.

Não quer? Eu vou entender .

Nessa parte eu sou diferente de todos da minha família, eles costumam insistir até o fim. Eu
não.

Tenho um limite e não gosto de ficar me rastejando atrás das pessoas. Ainda mais se for de
macho.

-- Tudo bem, Nick. Eu paro. - caminho lentamente até a porta, sem tirar meus olhos dos
seus que se perdem em meio a fumaça quando ele a solta pelo nariz e boca.

Ben - Bonequinha... - ele se inclina e apaga a ponta no chão deixando ela lá, levantando
antes que eu chegue ao meu destino final .

-- Adoro quando me chama assim - admito, parando na sua frente - Mas sinto falta de
quando me chamava de minha bonequinha. - soo carente.

Ben - Você não é minha, Helena. - ele fala sério, o tom rouco da sua voz me fazendo fechar
os olhos só pra sentir o impacto dela no meu corpo que se arrepia por inteiro - Tenta
entender isso.

Engulo em seco, isso doeu mais do que deveria.

-- Já entendi, Nick. - abro meus olhos e evito olhar pros seus, estou com vergonha por
parecer uma puta, me jogando pra ele .

Mas que culpa tenho eu de ter me apaixonado logo por ele? O melhor amigo da minha mãe,
o cara que mesmo morando em outro morro sempre estava alí pra mim? Que me dava
presentes peculiares e me mimava como ninguém?

Nenhuma.

Qualquer mulher em sã consciência também se apaixonaria por ele.

Ainda mais se ele sorrisse da maneira que sorrir quando está perto dos "aliados", os
caninos sobressaindo o ferrinho do seu aparelho recém colocado.

Aí, meu ponto fraco real.

Ben - Olha aqui pra mim... - seus dedos tocam meu maxilar com delicadeza e viram meu
rosto na direção do seu - Tú é novinha, bonequinha. É um problema e tanto pra mim e eu tô
correndo de problemas. Tô dando conta nem dos que eu tenho.

Respiro fundo olhando pros seus lábios grossos e rosados que se movimentam lentamente
enquanto ele fala.
Céus, esse homem é a minha perdição. Preciso sair daqui.

-- Beleza, Benício - sorrio amargamente - Fica aí com os seus problemas que eu tô indo pra
casa. Mas depois, quando você ficar sabendo que eu tô sentando pra outro não vem querer
me cobrar porque eu vou mandar você ir se foder! - saio do seu toque e da sua casa o mais
rápido que consigo.

A vergonha e o coração partido fazendo morada em mim quando eu entro na dos meus
irmãos e me jogo no sofá por uns minutos antes de levantar e sair catando minhas coisas,
jogando de qualquer jeito na mochilinha que sempre que eu saio meu pai faz questão que
eu carregue, ela tem um tipo de rastreador que permite que ele saiba exatamente onde eu
estou .

Superprotetor? Vocês não viram nada.

Fecho a mochila com as mãos trêmulas, de raiva por ser uma emocionada do caralho, e
respiro fundo quando ouço a porta abrir.

Eu não preciso olhar pra saber que é ele. O perfume de homem que não vale nada
denuncia sua chegada em qualquer lugar .

Ben - Bora, eu vou te levar pro Vidigal. - diz, naquele tom de poucos amigos que raramente
ele usa comigo .

-- Obrigada, mas eu sou problema pra você. É melhor ficar longe. - não deixo de alfinetá-lo .

Paro por um momento só pra juntar meus longos cabelos cacheados e os prendo em um
coque no alto da cabeça antes de pegar minha mochila e trilhar caminho rumo a porta que
ele fecha antes de eu chegar. Trancando nós dois dentro da casa.

Ben - Tú é difícil pra caralho - ele cola seu corpo no meu - Mas eu não consigo ficar longe.

-- Então não fica, - olho nos seus olhos, em seguida, pra boca carnuda que ele faz questão
de deixar molhada quando umedece os lábios olhando pros meus - Fica comigo, Nick .

Eu sei, eu sei, estou me humilhando agindo dessa forma. Mas pessoas apaixonadas como
eu tem essa tendência. Não me julguem.

Ben - Porra. Eu vou queimar no fogo do inferno depois que o teu pai me matar. - diz e então
avança sobre mim sem me dar chance de entender nada.

Uma mão fechada no meu pescoço e a outra na minha cintura, ambas apertando de uma
maneira que me deixa sem fôlego quando sua boca vem de encontro a minha .

Me desconfiguro inteira, deixando minha mochila cair no chão quando ele me empurra até o
sofá e me deita, ficando por cima de mim .
-- Ai, calma - sorrio nervosa, quase sem fôlego quando o moreno fisga meu lábio inferior
entre os dentes e o puxa de uma maneira deliciosa antes da sua boca começar a devorar a
minha novamente, sua língua me invadindo, trazendo o gosto de maconha pra minha
cavidade oral .

Gemo sem controlar. Rebolando meu quadril, sentindo sua ereção sendo pressionada
contra minha buceta coberta por um leve tecido .

E só por ele .

Ben - Primeira e última vez, tá ouvindo? - diz ofegante ao afastar nossas bocas, me arrepio
inteira deslizando minhas unhas de acrigel pelo seu abdômen, rumo ao cós da sua bermuda
.

Mordo meu lábio ouvindo sua respiração descompasada.

-- Sim, estou. - desabotuo e puxo o velcro, sentindo ele afastar seu quadril só pra mim tirar
seu pau pra fora da cueca - Tem camisinha? - pergunto olhando no seu rosto, sua mão no
meu pescoço me impedindo de olhar pra baixo .

Ben - Tenho mas eu quero te sentir no pelo. Já tô fodido mermo - solto o restinho de ar que
eu tinha quando sinto sua mão que estava na minha cintura descer pro nosso meio,
entrando por dentro do tecido fino que eu uso - Sem calcinha, bonequinha ? - ele aperta
meu pescoço, seus olhos queimando de uma maneira que eu nunca vi antes .

-- Muito calor pra... - minha voz some quando ele dá um tapa na minha buceta e fecha sua
mão, apertando toda a carne com força - Ahh... - gemo manhosa.

Ben - Vai sustentar esse caralho caladinha, tá me ouvindo ? Só vou parar depois que te
encher de leite, - sua mão solta o meu pescoço e sobe pro meu rosto onde ele dar dois
tapas razoavelmente ardidos - Minha bonequinha.

Fico calada, extasiada com esse lado dele .

Estou adorando.

-- Sou, só sua! - fecho meus olhos, me arrepiando por inteira ao sentir ele posicionar sua
glande na minha entrada, esperando ansiosamente ele me preencher .

E quando isso acontece eu abro meus olhos, assustada com o fato de ter o rosto dos meus
dois irmãos encima do meu .

O que me faz entender que tudo não passou de um sonho.

White - Quem era? - pisco, confusa olhando pro rosto tatuado do meu irmão do meio - Tava
tendo um sonho erótico com quem?
-- Eu ? Com ninguém - minto descaradamente ao tentar levantar, mas os dois me impedem
ao ficar na minha frente - O que foi agora, hein? - encaro eles, já estou puta o suficiente
pela porcaria do sonho ter sido interrompido .

Rapp - Cê tava sim, danada - ele gargalha enquanto o outro fica sério - Tava até gemendo:
"ahh, sou só sua."

Reprimo meus lábios pra não rir quando ele me imita. Rapp tem a mania de levar tudo na
brincadeira, já o White é mais sério - igual nosso pai.

- Quem é de quem? - a voz rouca e autoritária me faz tremer por saber a quem pertence e
tentando evitar um constrangimento maior eu pulo no meu irmão mais velho tampando sua
boca pra impedir que o boca de sacola fale, mas quem me entrega é o outro.

White - A Helena tava tendo um sonho erótico com alguém aí, gemendo e dizendo que era
da pessoa.

-- Deus, me mate e me leve agora! - falo, só querendo um buraco pra enfiar minha cabeça
dentro.

Russo - Quem era o filho da puta? - pergunta ao cruzar os braços na frente do peitoral
musculoso, todo cheio de marra.

E como se o universo respondesse por mim, o mané entra pela porta da sala ajeitando seu
boné na cabeça.

Ben - Qual foi? Pensei que cês tava se matando, pô. Mó gritaria - nossos olhos se cruzam
por um segundo e logo desviam quando ele se vira pro White que abre a boca pra falar, ou
melhor, me matar de vergonha.

-- Já chega, eu vou embora! - me afasto e pego minha mochila no canto do sofá antes de
seguir pra porta.

Passando ao lado do mané que ergue a mão pra me impedir mas diante do meu olhar
furioso abaixa e deixa que eu siga pra fora.

CAPÍTULO 04
GUSTAVO HENRIQUE - GH

Abaixo o vidro escuro da janela do carro em que eu estou e apoio meu braço levando o
baseado pra fora, deixando ele queimar quando minha atenção vai pra mulher que sai da
casa em que um dos meus aliados acabou de entrar.
Morena, baixinha de longos cabelos cacheados, rosto e corpo bem desenhadinhos, tão bem
feita que parece uma boneca.

Papo reto? Minha mente viaja no tempo e para numa lembrança do ano passado em que
essa mesma morena esteve na minha cama, se entregando pra mim como nenhuma outra
se entregou...

Flashback on:

- Preciso te falar uma coisa ... senhor - a garota com a máscara cobrindo seus olhos
sussurrou em meio as arfadas enquanto eu pincelava meu pau na sua entrada e a mantinha
inclinada sobre a cama com minha mão aberta nas suas costas .

-- O quê, moreninha? - olhei pra ela com a vista turva de prazer, vendo o corpo pequeno
todo imobilizado tremer embaixo do meu .

Os dois braços amarrados nas costas, as pernas bem separadas com a ajuda da barra que
se mantinha presa aos seus tornozelos com algemas de couro de modo a facilitar que eu a
fodesse de quatro. Porra, não me controlei e acabei desferindo outro tapa na bunda
empinadinha.

-- Gostosa demais! - olhei pra pele extremamente vermelha que deixava bem claro que hoje
ela já havia sofrido demais em prol do meu prazer e decidi que era a vez de nós dois
fazermos isso, juntos.

Sem esperar pela sua resposta eu forcei sua entrada, sentindo uma puta dificuldade em
penetrar ela mas mesmo assim forcei e fiz, a invadindo com uma única estocada.

O grito de dor que saiu da sua boca e a impressão de tê-la rasgado enquanto meu pau
deslizava pela carne quente e úmida me deram a idéia do que ela ia falar .

-- Puta que pariu ! - respirei fundo, tentando não gozar ao sentir o quão apertada ela era -
Tú é virgem ?

- Eu era, até uns segundos atrás. - respondeu com a voz embargada .

Engoli em seco e sai devagar de dentro dela, a camisinha em volta do meu pau melado de
sangue me fazendo entender que pela primeira vez na vida eu tirei a pureza de alguém .

-- Caralho... - fiquei sem acreditar e diante dos seus fungos que denunciavam seu choro eu
comecei a soltá-la .

Quando terminei, seu corpo se encolheu na cama mas logo se reergueu, voltando a posição
de antes .

- Quero que você vá até o fim. Até que não sobre nem um pedacinho de hímem pra contar
história.
Me surpreendi com a certeza no seu tom de voz. Eu já havia a amarrado, marcado com o
couro do chicote todas as partes do seu corpo, a sufocado com meu pau em sua garganta e
mesmo assim ela permanecia insaciável, sempre querendo mais. E cada vez que eu
gozava ou a via gozando só aumentava a certeza que nenhuma outra se entregou da
maneira que ela estava .

-- Tem certeza? - deslizei minha mão pela suas costas até chegar no enorme cabelo
cacheado que eu juntei e enrolei duas vezes no meu pulso puxando ela pra mim, colando
suas costas no meu peitoral só pra sussurar próximo a sua orelha - Se eu começar, não vou
parar.

Queria olhar nos seus olhos, ver como eles eram mas a máscara que ela fez questão de
continuar usando - como se não quisesse ver quem a foderia - , me impediam disso .

- Absoluta... - sussurrou - Não quero que pare, não até me fazer gozar... denovo. - ela
impussionou sua bunda pra trás, sarrando no meu pau, tirando todo o juizo que eu mandei
pra puta que me pariu quando me enfiei no meio das suas pernas e fodi com ela até a
manhã seguinte .

Flashback off.

Pisco, voltando pro presente ao lembrar que essa mandada só deixou um nome falso, uma
mancha de sangue no meu lençol e a certeza que ela me pertencia antes de evaporar no
mundo sem deixar rastros para que eu pudesse encontrá-la .

E olha que eu tentei...

Umedeço meus lábios quando ela passa xingando ao lado do carro, tão bolada que nem
nota minha presença e meu olhar em cada mínimo movimento dela.

Foco em não perdé-la de vista e com a certeza que ela é a menina que eu tornei mulher se
fixando na minha mente eu descarto o baseado e saio do carro. Bato a porta tão
determinado em não deixar ela fugir de novo que nem percebo a aproximação dos dois
homens que momentos antes tinham entrado na casa que ela saiu.

Só sinto uma mão no meu ombro que me impede de continuar.

Russo - Tá indo pra onde, feio? - respiro fundo tentando ignorar a raiva que sobe ao
perceber que perdi a moreninha de vista por causa dele e só então me viro pro homem alto
e musculoso que me encara com a pior cara do mundo.

-- Não que seja da tua conta, tá ligado? - movo meu ombro e saio do seu toque - Mas eu
estava indo atrás de uma mulher aí. E tú fez eu perder ela de vista, pô. - controlo meu tom
ao falar com ele .

Russo não é alguém com quem eu queira entrar em uma, principalmente agora que um dos
seus filhos quer fazer parte do comando. Um bagulho que a cúpula queria a um tempo já.
Ben - Uma mulher? - ele rir ao se encostar no meu carro e mete a mão no bolso da
bermuda jeans tirando o isqueiro e um baseado que ele acende olhando sério pra direção
em que a moreninha sumiu - Sabia dessa não, nunca te vejo com uma, pensei até que tú
era... - ele faz gesto com a mão, desmunhecando ao voltar seu olhar pro meu .

-- É, pô. Eu cheguei até a comentar contigo. A moreninha cacheada que eu conheci lá em


São Paulo ano passado, a maluca que fodeu com meu psicológico por ter sido a primeira a
fugir de mim logo depois de eu tirar a virgindade dela. Golpe puro. - estalo a língua no céu
da boca, voltando minha atenção pro Russo que está concentrado mexendo no seu celular -
Fala tú, Russo: Morena cacheada fode com o juizo do homem, fode não?

Russo - Não só com o... - ele se cala e leva sua atenção pro Ben quando o rádio do mesmo
apita fazendo com que ele o tire da cintura ignorante e aperte o botão já na frequência de
quem o chamou .

Obsevo o moreno, que se tornou meu único amigo nessa vida por não ficar de babação de
ovo pro meu lado só por eu ter herdado a liderança do CV depois da morte do meu tio e
avô, falar com um dos seus e algo na conversa deles prende minha atenção...

Ben - Como assim a Helena pegou tua moto e foi atrás do Jean? Tá de marola?

- Pegando, pô. Tú sabe que a mina é maluca, fica mais ainda quando mexem com a Jade.

Ben - Mexeram com a Jade ?

- Jean encheu ela de soco e quando eu cheguei quem tava socando ele era a Helena. O
filho da puta aproveitou que eu apartei os dois e fugiu. Helena foi atrás dizendo que ia matar
ele .

Ben olha pro Russo que entra correndo na casa com o celular em mãos e sai segundos
depois com os seus filhos que eu só fui conhecer hoje.

Culpa dos anos que eu fiquei fora do Rio cuidando dos problemas da facção em outros
estados.

Russo - Eu tô indo atrás da minha filha, vocês vão ver como a Jade está. -diz como se fosse
o dono da porra toda, ele seria se quisesse, e então sai acompanhado dos outros dois.

Ben - Eu vou atrás da Helena também! - ele grita pro Russo, guarda o aparelho e me olha -
Nossa reunião vai ter que ficar pra outro dia. Tú não quer ir atrás dela comigo não?

-- Não sei de quem é, então, não. - sou sincero, não costumo me importar com quem não
me interessa.

Ben - A moreninha que acabou de sair daqui. - aponta pra casa atrás de mim e franze as
sobrancelhas ao me encarar - Moreninha cacheada... - por algum motivo ele rir nervoso e
trinca o maxilar, ficando visivelmente puto - Fica longe dela, só vou te avisar essa vez. - ele
fala ao passar do meu lado rumo ao seu carro .
Sorrio ao juntar as peças desse quebra cabeça.

-- Helena... - repito, gravando o verdadeiro nome daquele golpe que eu faço questão de cair
de novo.

E pelo olhar raivoso que eu recebi do Ben antes dele entrar na sua Evoque, tenho certeza
que eu não sou o único.

Isso é bom...

Gosto de lutar pelo que eu quero. E eu quero Helena, muito.

CAPÍTULO 05
BEN

Bato a porta do meu carro com o ódio circulando nas minhas veias, a recém descoberta que
Helena perdeu a virgindade com o GH me deixando mais puto do que deveria.

-- Desgraçado! - grito boladão, levando um tempo pra me acalmar antes de puxar o celular
do meu bolso tentando ignorar os vários pensamentos que invadem a minha mente quando
eu coloco o aparelho no suporte e desbloqueio indo no aplicativo de rastreamento da bolsa
dela que por mais doidinha que seja, nunca tira das suas costas.

Vejo o pontinho se movimentar rapidamente pelas ruas do Rio e ligo o carro saindo rápido
pela rua, ignorando tudo pra ir atrás dela .

Mais uma vez.

Meu maior medo nesse momento sendo o Jean fazer mal pra ela.

Falar pra tú, maldita foi a hora que o Russo não deixou o Teco morrer no passado, bagulho
tão simples evitaria metade dos meus problemas .

Aquele filho da puta além de ficar na minha cola e na do Russo ainda fez mais um filho pelo
mundo que só serve pra encher o cú de drogas e vim se crescer pra cima da Jade que é a
mais indefesa da família.

E como a Helena tem o defeito do pai dela de achar que é peito de aço, compra todas as
brigas da prima pra si.

A garota é malucona mermo, peita qualquer um sem se importar se vai ou não dar conta de
sustentar o caô .
Milagrosamente, ela sempre dá.

Aperto o volante quando vejo que o pontinho parou na entrada do Vidigal e acelero mais
ainda, passando a mil pelo carro que eu tenho certeza pertencer ao Russo .

De longe eu vejo as duas motos sendo levantadas do chão pelo Sabiá e o Gege, meu
coração faltando sair pela boca quando eu vejo a mochila dela no ombro do primeiro .

Caralho.

Paro o carro perto deles e desço travando as portas.

-- Cadê ela ? - me aproximo fazendo toque com o primeiro e quando vou fazer com o
segundo ele me puxa pra um abraço, beijando o meu pescoço - Sai, maluco - empurro ele.

Gege - O homem tá cheiroso, cê é louco. Vai bem pro puteiro depois daqui né? - passo a
mão no local como se limpasse a saliva dele e o encaro esperando pela resposta.

Não tô pra brincadeira, não enquanto não saber se ela está bem .

Sabiá - Ela tá bem, pô. Relaxa aí. - engulo a saliva ao ouvir o carro parar do meu lado e o
Russo descer dele.

Russo - Cadê a minha filha ?

Gege - Tá descendo a madeira no Jean alí no beco de cima. Barriga e Tucano segurando o
fodido e ela batendo.

Ouço e sigo atrás do mais velho quando ele sai em disparada na direção que a filha dele
está.

Helena - Eu não te falei que era pra ficar longe dela? - ela grita e em seguida o fodido
quando o som de algo caindo soa pelo beco escuro, é difícil enxergar por estar de noite e a
lâmpada do beco estar quebrada mas eu ainda vejo sua sombra - Qual a dificuldade em me
obedecer, seu merda? Porque não se cresce pra cima de mim ? Ãn ?

Jean - Para Leninha, sabe que eu nunca triscaria em tú, porra !

Helena - Mas triscou na Jade que é sangue do meu sangue, do teu também mas tú fez
questão de socar essa informação no cú quando saiu lá de Ipanema pra subir o morro atrás
dela - só vejo o pedaço de madeira na sua mão subindo e descendo enquanto ela fala .

Russo - Já chega, Helena! - ele fala alto.

Mas tú escuta? Porque ela não .


Me seguro pra não rir quando ele chega por trás dela arrancando a madeira da sua mão e a
suspende no ar.

Helena - Me solta pai, deixa eu terminar o que eu comecei. - Russo nega e ela se debate -
O senhor que ensinou que gente ruim a gente não pode deixar viva no mundo.

Russo - Não vou deixar você sujar suas mãos, bonequinha. Que médica você seria se
tirasse vidas ao invés de salvá-las? - ele vence a discussão com esse argumento e para na
minha frente soltando ela - Leva pra casa.

Chego a ficar nervoso quando a morena tropeça nos próprios pés vindo parar nos meus
braços que eu fecho ao seu redor, impedindo que ela caia no chão.

-- Cuidado bonequinha - falo baixo, sentindo o cheirinho bom dela misturado com o ferro
característico de sangue - Tá machucada? - me preocupo .

Helena - Me solta! - diz entredentes enquanto o pai dela, alheio a nós dois, volta pra onde o
Jean está - Tô, mas você não se importa já que o dano maior foi você quem causou .

Fico calado depois dessa, observando o anão de jardim me empurrar pra longe de si e sair
pisando com força no chão, pra fora do beco .

Calminha que só ela .

Gege - Tú vai acabar sofrendo um infarto, Lena. Muita raiva num ser desse tamanho.

Helena - Olha só... Só não te mando praquele lugar porque meu pai tá bem alí, ó - ouço ao
sair atrás dela - E ele me ensinou a ser uma princesa educada.

Sou obrigado a rir dessa.

-- Princesa assassina, só se for. - não controlo minha língua ao caminhar rumo ao carro
onde ela me espera.

Gege - Ia falar isso agora. - ele para na minha frente entregando a mochila da mandada -
Que Deus te proteja dela. - faz graça.

-- Amém! - vou no embalo dele ouvindo ela bufar enquanto a gente rir, me despeço do meu
amigo e sigo meu caminho.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Paro o carro na frente da casa dela e olho pro lado notando suas mãos manchadas de
sangue em cima da mochila no seu colo, tento não me importar mas falho quando pego a
esquerda e olho com atenção vendo uns pequenos cortes por alí.

-- Vamo entrar, deixa eu cuidar disso aqui pra tú.


Helena - Por que Nick? - ergo meu olhar pras grandes orbes castanhas claras, meu
estomago ficando frio quando ela pisca lentamente fazendo o brilho surgir neles ao olhar no
fundo dos meus - Por que veio? Por que se importa? - sua voz soa suave e baixa, causando
uma explosão de sentimentos em mim.

Coisa que não deveria.

-- Porque eu gosto de tú, bonequinha. Cansei de te falar isso. - sou sincero, esse é um
bagulho que eu sempre falei pra ela. Mas eu sigo aquele dilema; gostar dela é uma coisa e
tê-la pra mim é outra, impossível - E por mais que eu tente eu não consigo ficar longe. É
mais forte que eu. - sinto o ar faltar quando ela sorrir toda linda e por uns instantes deixo o
meu lado irracional tomar conta - Vem cá, vamo conversar de pertinho.

Puxo ela pro meu colo e enquanto a morena se acomoda eu rodo meu olhar pelo lado de
fora pra vê se nenhum conhecido tá por alí, de olho na gente. Só vejo alguns curiosos
passando olhando, nada com o que se preocupar.

Umedeço meus lábios voltando minha atenção pra ela que desliza a unha grande pelo meu
pescoço, arranhando ao trilhar o caminho da minha corrente de ouro rumo ao pingente com
a inicial do meu vulgo.

-- Helena... - coloco minhas mãos na sua cintura fina e aperto, respirando fundo quando ela
trás sua boca pra perto da minha - Colabora comigo, bonequinha.

Helena - Eu tô no seu colo, Nick. - sussurra e me dá um selinho molhado, os lábios


carnudos entrando em contato com os meus pela primeira vez - Deixa rolar, vai... Só um
beijo. - ela agarra minha corrente e a puxa pra si, colando sua boca na minha.

Só um beijo...

Aperto sua cintura com mais força e a pressiono pra baixo fazendo a morena entender que
não vai ser só um beijo, que eu vou acabar fodendo com ela aqui dentro.

Helena geme na minha boca quando sente meu pau tomando forma rapidamente embaixo
dela e eu subo uma mão pra sua nuca, pressionando minha boca com mais força contra a
sua, pedindo passagem com a língua que ao invadi-la eu deslizo lentamente sobre a sua,
passando no seu céu, fazendo ela gemer novamente, bem manhosinha.

Meu coração bate na boca, a vontade de ter meu pau atolado na sua buceta fazendo meu
corpo aquecer e suar mesmo com o ar ligado.

Até que alguém bate na janela quebrando nosso clima e deixando nós dois assustados ao
nos afastar rapidamente.

Ofegantes.

-- Puta que pariu! - engulo a saliva e puxo o ar com força ao ver minha irmã do lado de fora.
Os braços cruzados na frente dos peitos e os olhos estreitos na direção da janela como se
tentasse ver através dela.

Nunca fui tão grato por ter posto um insulfilm G3 em todos os vidros como estou agora.

Helena - E agora, Nick? - olho pra minha menina, a unha grande pintada de rosa clarinho na
boca mostrando o quão nervosa ela está.

-- Fica suave. - me ajeito no banco e dou um selinho nela - Vai lá pro teu banco, vai - peço e
espero ela ir pra abaixar a janela e olhar pra loira que ao ver a morena no outro banco faz
gesto pra ela descer - Boa noite também! - soo mais cínico do que gostaria.

Brenda - Entra Helena, eu preciso conversar com o Benício a sós. - pelo tom dela eu já sei
que vem um esporro dos grandes por aí e por isso me antecipo depois de ver a morena
passar correndo abraçada com a mochila pra dentro da casa.

-- A gente não fez nada, Brenda. - minto, minha cara nem treme ao manter a postura séria.

Brenda - Fez sim seu mentiroso de uma figa. - ela respira fundo, irritada - Eu não preciso te
lembrar de quem ela é filha né, Benício? Que ela é de menor? - minha cabeça dói quando
meu lado racional toma o controle novamente - Caramba cara, presta atenção. Tú viu ela
cres...

-- Tá, Brenda. Eu já entendi esse caralho. Não precisa ficar repetindo a desgraça que não
sai daqui! - falo putão mermo apontando pra minha cabeça.

Sendo torturado pela minha mente que só agora me faz ver a merda que eu ia fazendo com
a Helena.

Brenda - Tô falando isso pro teu bem...

Não deixo ela terminar de falar e ligo o carro saindo o quanto antes de perto dela, indo pro
único lugar que nesse momento vai me fazer esquecer de quem eu não posso ter.

Caliente.

CAPÍTULO 06
HELENA

Entro em casa sentindo o coração bater em todo canto do corpo e me encosto na porta,
ainda sem acreditar que a gente finalmente se beijou .

E fomos pegos no flagra.


Mas foi tão perfeito o encaixe, o pressão dos lábios dele sobre os meus, o aperto firme na
minha cintura... Que eu nem me importo em levar um esporro da minha avó.

O que eu com certeza vou. Mas vou feliz porque pela primeira vez desde que perdi meu bv
eu beijei alguém que eu realmente gosto.

Suspiro. Isso parece mais um daqueles meus sonhos de tão surreal que é.

Tomara que não seja.

Afrodite - Você é maluca? - me assusto com a proximidade da sua voz e logo sinto um tapa
na minha cabeça, mal tenho tempo pra absorver a dor do golpe que ela me puxa pros seus
braços e me acolhe com seu amor materno - Nunca mais faça isso, está ouvindo? A mamãe
ficou preocupada.

Sorrio da sua bipolaridade e a abraço de volta.

-- Eu sou. - afirmo dando risada quando ela me aperta - Ouvindo eu estou, só não sei se
vou obedecer.

Afrodite - O que aquele estrume fez dessa vez? Te machucou? - ela me guia pro sofá, me
obriga a sentar e olha atentamente pra cada parte do meu corpo em busca de machucados
- Céus! Suas mãos.

Minha mãe levanta indo até o andar de cima e logo volta com o kit de primeiros socorros,
começando a cuidar dos meus machucados.

-- Subiu o morro atrás da Jade querendo que ela desse dinheiro pra ele usar heroína e
como ela não deu... - encolho meus ombros deixando a frase no ar porque ela com certeza
já sabe o restante da história.

É sempre assim, Jean só tem 16 anos e já é um viciadinho de merda. Minha prima até
tentou ajudar o irmão já que o pai e a mãe dele estão cagando pro garoto mas pelas
inúmeras vezes que ele já agrediu minha preta podemos ver que isso não deu certo .

Afrodite - Você ia matar ele? - os olhos verdes me encaram com curiosidade.

-- Se o papai deixasse? Sim. - sou sincera , minha mãe me conhece o suficiente, sabe do
que eu sou ou não capaz .

E eu com certeza sou capaz de matar alguém. Basta a pessoa mexer com quem eu amo.

- Joga lá na frente da casa do pai dele... - a voz do meu primeiro amor invade o ambiente e
logo meu coroa entra na sala - Como tá isso aí? - olha preocupado pras minhas mãos e em
seguida pra minha mãe - Nossos faixas detonaram o muleque, pretinha. Precisava ver - os
olhos dele brilham, aquele típico brilho que só aparece quando a gente olha pra quem se
ama.
E nessa parte eu sei, todos sabemos o quanto ele ama a dona Afrodite.

Um amor igual o deles é o que eu quero ter pra mim .

Não aceito menos .

Afrodite - Só alguns pequenos cortes, ela já teve piores. - minha mãe termina de passar a
pomada nos machucados e beija minha testa antes de ir até meu pai que abraça ela dando
um beijo suave em seus lábios - E você acha isso lindo né?

Russo - Você? - ele soa cínico ao tentar mudar de assunto - Linda e gostosa... - faço uma
careta e deixo eles conversarem entre si quando levo minha atenção pra tropinha que entra
pela porta.

Vovó, que me olha visivelmente chateada enquanto conversa baixo com alguém pelo celular
e meus irmãos, sujos de sangue.

White - Jade mandou te avisar que ela vai dormir na casa do Nauan. - ele diz ao se
aproximar de mim e abaixa o tom, sussurando - Podia ir pra lá também né? Dormir entre os
dois pra ele não tocar na minha preta.

-- Eu não. Se você quisesse impedir isso, tinha assumido ela. - alfineto, eu virei rainha em
fazer isso depois que descobri do caso deles.

Incesto? Sim. Mas que família não tem aquele entre primos, né nom?

White - Vai morrer seca, sua mal amada, ingrata! - ele me dar um tapa na testa e vai pro
lado da nossa mãe - Vou tomar um banho aqui mermo, depois eu pego meu rumo. - diz ao
beijar a testa dela.

Gesto que o Rapp fez momentos antes de subir pro andar dos quartos.

Afrodite - Vai lá, cópia do teu pai.

Mordo meu lábio ao notar que ele não vai entrar também e repetindo a mim mesma que: ele
voltou pro morro dele porque é lá que ele mora, eu olho pra minha mãe que assobia me
chamando atenção.

Afrodite - Esqueci de te falar, o Pequeno ligou e disse que seus cremes chegaram. Está
com ele lá na Caliente.

-- Eu posso ir lá buscar? Tenho que fazer as publis essa semana ainda. - levanto com minha
mochila em mãos e caminho lentamente até a escada esperando por sua resposta,
podendo ouvir o choro do meu irmãozinho vindo do quarto dele - O João Pedro acordou. -
aviso.
Brenda - Deixa que eu vou lá pegar ele. Hoje a saudade do meu moreno está demais. - diz
com a voz embargada passando do meu lado quase correndo.

Faço um bico querendo chorar quando isso acontece. Vovó é apaixonada pelo João, só vive
com ele no colo. Acho que é a forma que ela achou de suportar a ausência do meu avô que
faleceu ano passado, um mês depois do nascimento do meu irmão.

Um infarto fulminante matou um dos homens que mais me amava nessa vida e eu sinto por
isso até hoje .

Dói só de lembrar que ele partiu nos meus braços e é por isso que eu faço de tudo pra
manter minha mente ocupada, sei que assim não vou ter espaço pras memórias com ele
preenché-la e me causar a dor psicológica que eu costumo diminuir ao aumentar a física.

Tenho a plena consciência que é doentio aumentar sua dor física mas o que me acalenta é
ter a certeza que ninguém além de mim sofre com isso.

Russo - Pode ir, bonequinha. - sua voz vem acompanhada da sua mão que pega a minha e
me tira do transe ao abrí-las com delicadeza - Pensei que você tinha parado com isso. - seu
tom é calmo ao observar minha palma marcada com a linha fina das unhas de acrigel -
Tudo bem se você chorar, meu amor .

Respiro fundo olhando pra minha mãe atrás dele, ela já está com os olhos marejados .

-- Eu estou bem, não quero chorar. - forço um sorriso, minha vista ficando turva por causa
das lágrimas que eu me recuso a deixar sair, e tiro minha mão da sua - Vou só trocar de
roupa e vou lá. Vou com seu carro. - falo rápido e subo mais ainda.

Tudo pra não ver minha mãe chorando se eu começar a fazer isso na sua frente.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

-- Restinho de aborto? Tô indo praí, viu? - mando a mensagem pro meu melhor amigo ao
ver ele online e no mesmo instante meu celular toca com o seu nome brilhando na tela -
Late coração! - digo depois de atender e colocar no viva voz .

Pequeno - Cê ta vindo com quem, minha faixa ?

-- Com ninguém. Só eu, Deus e o possante do meu coroa .

Pequeno - Pegou o carro do teu pai escondido de novo?

-- Eu só fiz isso uma vez, tá legal? Pode ir parando.

Pequeno - Cuidado pra não atropelar ninguém como fez da última vez. - ele rir do outro lado
da linha.
-- Eu sou piloto de... - paro de falar e piso no freio com toda a força pra não atropelar a
garota que praticamente brotou do chão na minha frente.

-- Ô maluca, presta atenção! - puxo o freio de mão e desço do carro indo ajudar ela a
levantar do chão - Você se machucou? - me preocupo.

- Quem tem que prestar atenção é você, garota. Tá achando que só porque é filha do chefe
pode fazer o que quer? - quem diz é a mãe dela.

Nada mais, nada menos que a Laise.

E nem é a minha galinha que o Nick matou depois de eu ter esfregado o cú dela na sua
cara. No mesmo dia em que ELE mesmo me deu .

A mulher com a barriga de grávida exposta levanta da cadeira plástica que ela estava
sentada no bar alí do lado e vem ao encontro da garota de 16 anos que por influência dela e
da irmã mais velha, também é uma garota de programa.

Laise - Sai de perto da minha filha. - ela me empurra fazendo com que eu caia de bunda na
calçada do bar.

Kaila - Para com isso, mãe. Ela só queria ajudar. - ouço ela falar baixo enquanto me levanto
passando a mão na minha bunda, repetindo mentalmente que é errado bater em uma
mulher grávida.

Por mais que ela mereça .

Laise - Você não precisa da ajuda dela. - ela coloca a garota de pé e ajeita o pedaço de
pano parecido com um vestido no seu corpo - Não era pra você está trabalhando hora
dessas? Sua irmã já está, inclusive, hoje ela senta pra um chefe e se não for burra, já
engravida dele.

Meu estômago embrulha com a sua fala de tamanho nojo que eu começo a sentir, essa
mulher é muito baixa e desprezível.

Céus, eu tenho que sair daqui.

Kaila - Eu já estou indo mãe. - ouço ela falar enquanto caminho de volta pro carro - Helena!
- me viro pra garota que se desvencilha da mãe e vem correndo ao meu encontro - Você
pode me dar uma carona?

Laise - O que eu acabei de te falar, Kaila? - foco na morena que me olha como se
implorasse pra tirar ela daqui e faço gesto pra ela entrar no carro - KAILAANE !

Sorrio entrando no automóvel e bato a porta abaixando o vidro da janela ao ver a doida vim
cega pra impedir a garota.
-- Se você encostar nela eu esqueço da porra da sua gravidez e te sento a porrada. - falo e
a mulher para no mesmo lugar - Quem tem cú, tem medo, né ? - zombo ao sair com o carro,
passando lentamente por ela só pra ver seu olhar de ódio pra mim - Nojenta.

Pequeno - Quem você atropelou dessa vez ?

-- Meu pai! - grito, assustada - Tú ainda tá aí, menino. Eu pensei que cê tinha desligado,
peste. Quase me matou do coração agora.

Pequeno - Eu ia mas daí esqueci porque fui preparar aquela bomba atômica que só tú e o
Ben tem moral pra beber. Quem tú atropelou, piloto de fuga ?

Kaila - Não chegou a atropelar, mas fui eu, a Kailaane .

Pequeno - Tá fazendo o que com essa piranha, Helena ? Tú se liga hein...- desligo a
chamada antes que ele fale besteira .

Eu sei de quem a garota é filha e que por causa disso, quase todo mundo julga e odeia ela.
Mas eu não, até porque se vê que ela é diferente da mãe e da irmã que pensam que a
única maneira de se dar bem é dando golpe nos envolvidos.

-- Você quer que eu te leve pra onde? - tento mudar o clima estranho que ficou no carro.

Kaila - Pode me deixar aqui que eu vou andando até a Caliente. - aponta pra esquina mais
próxima, seu tom soando sem graça.

-- Eu te levo pra lá, vou ir também. - falo sem tirar os olhos da estrada mas de soslaio
percebo ela me olhar com o cenho franzido - Tenho que ir buscar uns cremes que uma
marca me enviou. Eles sempre são entregues na igreja lá na entrada do morro e o Andrew
leva pra caliente pra ter um motivo pra mim ir lá beber com ele - explico .

Vai que ela acha que eu vou ir pra me prostituir também.

Kaila - É muito difícil pra ser influencer como você? Adoro seus vídeos, cê dá umas dicas
maneirinhas de como cuidar dos cachos e... - ela fala todos os conteúdos dos vídeos que
eu posto no meu canal do you tube, a admiração presente em cada frase.

Fico toda boba e engato num papo gostosinho com ela que fica curiosa em saber como eu
fiz pra conseguir patrocinadores e tantos seguidores, tanto no you tube quanto no insta .

Explico sem perder a paciência com o fato dela perguntar sem parar e assim a gente chega
rapidinho na Caliente.

Kaila - Obrigada pela carona e pelas explicações. Vou tentar fazer igual você. Se der certo e
entrar uma graninha boa eu paro até de me prostituir. Mas até lá... essa é a minha vida. -
aceno em concordância ao descer do carro, vendo ela fazer o mesmo.
-- Por nada. Precisar de mim é só me ligar naquele número que eu te passei, vou ficar feliz
em te ajudar. - bato a porta do carro, pronta pra me virar quando sinto um forte puxão nos
meus cabelos que faz minha cabeça pender pra trás me dando a visão da minha agressora.

Raika - Quem você pensa que é pra ameaçar bater na minha mãe, sua vagabunda?

Sorrio da sua coragem e nem penso antes de girar meu corpo com a mão fechada em
punho dando um soco forte na lateral da sua cabeça, deixando ela desorientada na hora.

-- Fumou maconha estragada, foi ? - parto pra cima dela que solta meus cabelos e
cambaleia pra trás, caindo no chão - Tú procurou esse caô, agora sustenta.

Subo encima dela ignorando a dor nas minhas mãos machucadas e dou um soco encima
do outro até sentir dois braços se fecharem na minha cintura e me puxarem de cima dela
com a facilidade que só um homem teria.

Benício.

CAPÍTULO 07
GH

Um tempo depois de ver a evoque sumir na esquina mais próxima eu estalo a língua no céu
da boca ao sentir meu celular vibrar no bolso dianteiro da minha calça.

Fazendo uma idéia de quem seja, eu pego dando uma rápida olhada na tela só pra ter
certeza que é meu pai antes de atender.

-- Pode falar, Deleiwson.

Doca - A educação pra falar comigo tú socou aonde, muleque?

-- Provavelmente no mesmo lugar que o senhor socou a vergonha na cara ao aceitar aquela
vagabunda de volta.

Doca - Presta atenção em como tú fala da tua mãe, Gustavo Henrique.

Respiro fundo pra não me alterar com ele mais uma vez e resolvo mudar de assunto.

-- Me ligou pra que mermo?

Doca - Só queria saber como foi a reunião com o Russo.


-- Não foi. - respondo simples coçando minha barba por fazer e me viro olhando pras duas
motos sendo pilotadas pelos filhos do Russo que entram na rua.

O que se parece com ele passando direto sem nem olhar pro lado e o outro parando bem
próximo a mim.

Rapp - Qual foi, tá ocupado aí? - pergunta ao tirar o capacete, colocando o objeto encima
do tanque enquanto me olha.

Eu faço gesto pedindo um momento e me despeço do meu pai antes focar nele.

-- Dá teu papo, menor. - cruzo meus braços na frente do peitoral com meu celular em mãos
e me encosto no carro olhando pro garoto de cabelos platinados todo trajado de Balanciaga.

Rapp - Pô, tú precisa mermo falar com meu coroa pra desenrolar o meu lado? - ele passa a
mão no pescoço, nervoso - Faço dezoito semana que vem, cara. Se o caô for eu ser de
menor, a partir de sexta feira não vai ser mais. - encaro ele.

O garoto é determinado e vai ser uma adição e tanto pro comando, ainda mais agora que
eu preciso de alguém com a determinação dele pra comandar a Penha, mas o lance de
conversar com o Russo tem que ser mantido. Principalmente agora que eu descobri que ele
é pai da moreninha.

Vão ser duas conversas em uma.

Posso ser morto ao tocar no assunto que envolve a Helena? Posso e provavelmente vou,
mas se eu tenho pra mim que ela me pertence por ter tirado a sua virgindade eu vou fazer
essa parada certo.

Começando por abrir o jogo pro pai dela

Rapp - E aí? - volto a mim quando sua voz vem no mesmo instante em que a vibração do
aparelho na minha mão.

Franzo meu cenho ao ver o nome do Ben brilhar na tela e atendo meio desconfiado. O
mano saiu daqui puto comigo e agora tá me ligando.

Estranho pra caralho.

-- Já eu falo contigo. - falo pro menor que faz um joinha e levo o aparelho pra minha orelha,
atendendo.

Ben - Aí, quem tá do outro lado?

-- Tú me ligou e não sabe quem tá falando. Tá doidão, porra?

Ben - Eu liguei pra última pessoa com quem eu falei. - percebo sua fala meio grogue e
arrastada - Tô mermo... Acho que me drogaram, pô. Parada forte mermo.
-- Cê tá aonde agora? - me preocupo.

Ben é meu parceiro desde quando eu tinha meus 16 anos, além da amizade a gente tem
uma irmandade consolidada com quase 18 anos de convivência e isso não vai mudar
porque os dois querem a mesma garota.

Nenhuma vale a nossa irmandade.

Ben - GH, é tú? Se for, vem logo porque eu tô a ponto de fazer merda, irmão .

-- Me fala onde cê tá desgraça! - falo puto, quase perdendo a paciência - Tenho duas bolas
e nenhuma delas é de cristal.

Ben - Tô na Caliente... - ele choraminga - A piranha aqui... Ela disse que só fode se for sem
camisinha e eu tô com o pau tão duro que tô a ponto de fazer isso. Vou meter logo é um
pivete nela. Caralho... - ele continua falando.

Afasto o celular da orelha e olho pro Rapp que faz o mesmo comigo.

-- A Caliente fica no morro do teu pai, né não? - ele confirma - Tem a moral de me levar até
lá? - não gasto tempo pra contar o que vou fazer, ele não precisa saber.

Rapp - Agora? - aceno em concordância - Tá, bora lá. - enquanto ele coloca o capacete eu
entro no meu carro, coloco o celular no suporte e clico no viva voz.

Vou o caminho todo conversando com o Ben que pra fugir da vagabunda que drogou ele se
trancou no banheiro do quarto em que eles estão. Tudo pra não fazer a merda de foder sem
camisinha com uma prostituta.

-- Eu cheguei, pô. Marca dois que eu broto aí. - aviso e já desligo sem dar chance dele falar.

O cara tá mais tagarela que o normal.

Tiro o celular do suporte e guardo no bolso ao descer do carro olhando pra fachada do
grande estabelecimento que parece até uma casa de show.

Rapp - Tá entregue! - bato a porta e me viro pra ele que para com a moto bem do meu lado
- Tenho que ir alí cobrar um pela saco mas tú pode ficar a vontade.

-- Valeu. - faço um toque com ele - Semana que vem quando tú for de maior, eu te ligo pra
gente ver certinho a tua parada, fechou?

Rapp - Fechou. Faz assim, meus pais sempre fazem um churrasco todo ano no nosso
aniversário. Brota aí no dia, desenrolo até umas profissional pra tú.

-- Vou brotar mermo mas vai ser pra alcançar minha meta. - me despeço dele depois disso
e entro no local sem saber pra onde ir.
Até que um bom tempo depois eu acho a maldita porta com o número 14 gravado nela, a
mesma em que o Ben disse que estava.

Preciso arrombar e quando faço meu olhar vai direto pra garota bronzeada que está
sentada no chão, encostada na porta que eu suponho ser a do banheiro com o celular em
mãos.

-- Sai daí! - observo ela levantar e sem controlar desço meu olhar pelo seu corpo sendo
marcado pelo vestido vermelho extremamente curto e justo, as curvas bem feitas me
chamando atenção.

Gostosinha até.

- Meu nome é Raika. - volto meu olhar pro seu - Quer beber alguma coisa, chefe? - ela
sorrir safada, o olhar cheio de maldade fixos no meu.

- GH? Cai na dela não, irmão. Essa filha da puta vai te drogar também! - a voz que eu bem
conheço grita me fazendo encarar a garota que embora seja gostosa, tem cara de quem
não vale nada.

-- Se eu fosse tú, eu saía daqui agora mermo. - aponto sério pra garota, caminhando até a
porta em que ela estava encostada - Eu te ver denovo, além da porrada que eu mermo vou
te dar, tú ainda vai virar pão careca. - eu mal fecho a boca e a mandada sai correndo do
quarto.

Bato na porta avisando que sou eu e logo meu irmão abre, me dando a visão do seu corpo
levemente musculoso vestido só com uma cueca, a ereção marcando ferozmente o tecido
me fazendo desviar na hora.

-- Cadê o resto da tua roupa, desgraça? - controlo a vontade de rir quando ele passa por
mim segurando sua arma e o celular em mãos, se equilibrando nas próprias pernas,
tropeçando e quase caindo algumas vezes.

Ben - Aquela porra tá por aí. - ele senta na cama redonda e se joga pra trás, deitando - Tá
tudo girando... Tô num tesão do caralho também, pô. Eu bati umas três punheta alí e meu
pau tá aqui ó, durão! Só pode que aquela vagabunda me deu viagra. Tem condição não. Ai,
tá doendo ó.

-- Rapaz... Vim te socorrer até vai, agora te ouvir falando do teu pau não vai nem cá porra. -
procuro suas roupas e acho espalhadas pelo chão, jogo nele e espero se vestir para só
então sair com ele do quarto.

Seu braço direito no meu ombro e a minha mão esquerda na sua cintura pra ajudar no
sustento do seu corpo.

Ben - Gustavo? - resmungo um "hum" enquanto caminho pelas pessoas dançantes com ele,
rumo a saída - Ela geme no talentinho?
-- Ela quem, caralho?

Ben - A moreninha cacheada, Helena. - junto minhas sobrancelhas sem acreditar que essa
porra quer falar dela agora - Pode falar, pô. Eu não vou ficar puto não. Desisti de ficar com
ela, muita burocracia e muita gente contra.

-- Foi por isso que tú veio pra um puteiro? - ultrapasso a porta de saída com ele e meto a
mão no bolso tirando a chave do carro, já destravando as portas enquanto me aproximo.

Ben - Vim pra esquecer... A gente se beijou hoje, tá ligado? - engulo a saliva, um sentimento
estranho surgindo dentro de mim - Agi na emoção e fiz essa merda.

-- Mas ela quis ou foi na marra?

Ben - Ela quis, tá maluco. Nunca ia forçar nada com ela. - abro a porta de trás colocando
ele alí.

-- Então pronto, para de drama. A garota pode ser novinha mas sabe o que faz, Ben. Não é
bobinha não.

Ben - Ela sabe? - suas orbes olham dentro das minhas, a curiosidade de saber demais
presente nelas.

-- Sabe. Mucilonzinho coloca muita profissional no chinelo. - falo a verdade, forçando minha
mente pra não lembrar do corpo pequeno sendo fodido por mim.

- Socorro! A Helena vai matar a minha irmã. - ouço os gritos e olho por cima do carro vendo
a confusão formada do lado de lá.

Mal dou uma passo naquela direção e o Ben sai do carro como se tivesse tido um pico de
lucidez, correndo na direção da confusão.

Faço o mesmo, chegando no segundo em que ele tira a Helena de cima da Raika.

Helena - Me larga, caralho. Tá ficando maluco, porra? - a pequena se debate, os cabelos


bagunçados ficando mais ainda.

Ben - Sou eu bonequinha. Fica quieta que eu não tô legal. Vai cair nós dois nessa porra. -
sua fala tem efeito instantâneo pois a garota para e respira fundo, fechando os olhos
quando ele sussurra algo no seu ouvido.

Helena - Pode me soltar, Nick. Eu estou calma, você não tá vendo? - seu tom é ódio puro
mas mesmo assim ele a solta e vai parar na sua frente com as mãos segurando seu rosto
enquanto sussura coisas contra sua boca.

A tensão que vem dos dois me deixa estranhamente excitado e incomodado com isso eu
me viro, olhando pra outra garota que, com a ajuda de uma menina magrinha levanta do
chão, o rosto cheio de sangue deixando evidente que ela levou a senhora surra da
moreninha.

Raika - Me larga, Kaila! Essa porra aqui é culpa tua que fica andando com essa gentinha
que não respeita nem a nossa mãe. - ela começa a discutir com a magrinha que se encolhe
abraçando o próprio corpo.

Nego com a cabeça, gente assim é foda de se lidar. Melhor remédio é um tiro no meio da
testa.

Ben - Vamo embora, irmão? - ele surge na minha frente com o braço no ombro da Helena
que sobe seus olhos lentamente pros meus olhos.

Meu coração chega a acelerar quando as orbes castanhas claras olham dentro dos meus
olhos como se pudesse ver minha alma.

Caralho, fico até nervoso.

-- Vamo. - tento soar calmo diante do olhar curioso da moreninha - Ela vai com a gente?

Helena - Vou. - responde por ele, me encarando - Não te conheço e não confio em deixar o
Nick nesse estado com você.

Reprimo meus lábios pra não responder que ela conhece, até demais, e sigo pro carro
sendo acompanhado pelos dois.

Helena - Esperem aqui que eu já volto. - diz, depois que estamos todos dentro do carro - Eu
esqueci de avisar o meu amigo. Já eu volto, juro pra vocês que volto. - ela fala e sai em
seguida.

Ben - Não demora! - grita batendo a porta que ela deixou aberta.

-- Tú acha uma boa tirar ela do morro agora? - pergunto um tempo depois, batucando meus
dedos no volante enquanto olho pra ele no banco de trás pelo espelho interno.

Ben - Não vamos. Eu tenho uma casa aqui, te guio até lá... - balanço minha cabeça,
confirmando - E tú fica com a gente pra impedir que eu faça o que tô maluco pra fazer com
ela agora.

Umedeço meus lábios ao ver a morena voltando pela frente do carro, o cabelão preso em
um coque com duas mechas cacheadas soltas no rosto de menina, o short jeans subindo
pelas coxas grossas enquanto ela anda e o cropped verde abacate deixando a barriga
chapada e a cintura fina exposta.

Gostosa pra caralho, meu pau chega a pulsar com a imagem e por isso falo:
-- Ou tú fode com ela hoje ou se contenta em ouvir os gemidos enquanto eu tiver socando
cada centímetro da minha rola na bucetinha apertada dela. - me viro pra ele que se
endireita no banco, piscando com força pra se manter lúcido - Tô te dando meu papo.

Helena - Voltei! - ela sorrir ao abrir a porta do carona - Tudo bem se eu for aqui na frente
com você? Passo mal se for atrás.

Olho dentro dos seus olhos, as orbes contendo a inocência que não condizem com ela me
deixando fascinado.

Essas são as piores.

-- Claro, fica a vontade. - deixo que ela entre e olho pelo espelho interno pra trás vendo o
Ben oscilar o olhar entre nós dois até parar nos meus - Se tú não foder, eu vou. - movo
meus lábios sem emitir som ao dar meu ultimato.

Pela primeira vez na vida querendo que alguém foda com a garota que eu quero.

Parada estranha.

CAPÍTULO 08
HELENA

Sabe aquela impressão que você costuma ter de conhecer intimamente uma pessoa que
você nunca viu na vida? Pois é, eu tive ao ouvir a voz do amigo do Nick.

A feição do rosto não me lembra ninguém que eu já tenha visto mas a voz grossa e
autoritária é estranhamente familiar pra mim e devo admitir que ao ouví-la cada pedacinho
do meu corpo tremeu, principalmente minhas pernas.

Foi difícil até manter a postura mas graças a raiva que eu estava e ainda estou sentindo, eu
disfarcei bem.

Ben - Vem mais pra cá, bonequinha. Tá muito longe de mim. - sinto sua mão tocar minha
cintura e no automático desço o tapa nela - Qual foi?

-- Olha, tú não me trisca!

Respiro fundo sem mover um único músculo do centro da cama de casal que os dois
morenos fizeram questão de vim dormir comigo. E o pior, só de cueca que é pra testar meu
autocontrole e o meu grau de safadeza que é tão grande ao ponto de eu estar super a
vontade com eles assim.
-- Você merecia levar uma surra de marreta só pra largar mão de ser vacilão.

GH - Eu também acho. - o moreno deitado à minha direita coloca mais lenha na fogueira
que ele mesmo acendeu.

Ben - Fica na tua aí, GH, que cê não tinha nada que abrir o bico pra ela. - diz, passando as
mãos nos cabelos úmidos por causa do banho recém tomado.

Meu pobre coração quase para dentro da caixa torácica com o quanto a cena se tornou
pornográfica na minha mente, chego até a engolir o excesso de saliva que se acumula
rapidamente na minha boca e mais uma vez, finjo que minha calcinha não molhou com a
cena.

Não vou perdoá-lo facilmente dessa vez, mesmo que ele esteja um gostoso vestido com
uma cueca vermelha que deixa o seu V e a sua ereção bem evidentes. Eu não vou, não
posso.

Meu orgulho é maior que o meu tesão.

Eu acho.

-- Não fica não, GH. Me passa toda a visão. Começou? Agora termina. Quem é a prostituta
que drogou ele? - me viro na sua direção tentando ignorar a vontade de descer meu olhar
pelo seu corpo assim como eu fiz com o Nick quando ele saiu do banho e algo marcando a
sua cueca me chamou atenção .

Juro, sua ereção estava quase dando na minha cara de tão evidente que estava.

E ainda está.

GH - Se tú não tivesse com esse olhar assassino pro meu lado eu até te falaria, ta ligada?
Mas cê tá muito revoltada, pô. Capaz de me matar e eu não quero morrer, não antes de
sentir a tua...

Ben - Eu acho bom a gente ir dormir, né? - interrompe o que o outro ia falar, levanta da
cama e apaga a lâmpada nos deixando somente com a iluminação do poste que entra pela
janela do quarto antes de voltar a deitar atrás de mim - Vem, vamo dormir de conchinha.

Estremeço quando sinto sua mão deslizar pela minha cintura até parar aberta sobre o meu
abdômen, me puxando de uma vez pra trás e colando minhas costas no seu peitoral.

Até penso em me afastar porque ainda não engoli o fato dele ter ido pra Caliente logo
depois da gente ter se beijado mas decido ficar quietinha ao sentir sua ereção sendo
pressionada contra minha bunda coberta pelo tecido fino da sua camiseta que ele me
emprestou pra dormir.

Ben - Boa noite, bonequinha. - sussurra ao dar um beijo molhado no meu pescoço.
Chego a respirar fundo pressionando uma perna na outra ao sentir meu clitóris pulsar, esse
sem vergonha.

-- Boa noite... - sussurro de volta, com todo meu nervosismo olhando pro homem deitado na
minha frente - Boa noite, GH.

GH - Boa, moreninha. - sinto a cama balançar quando ele se mexe, virando de costas pra
mim.

Ben - Helena... - suspira quente na minha orelha enquanto empurra seu quadril contra
minha bunda - Deixa pra ficar bolada comigo amanhã, vai. Tô afim de foder bem gostosinho
contigo hoje. - ele beija meu pescoço - E aí, topa?

Juro, quase solto um gritinho de felicidade, esqueço até que o GH está com a gente quando
empino bem minha bunda e sarro na sua ereção, fazendo justamente o contrário do que eu
falei pra mim mesma que ia quando gemo cheia de tesão um "sim" pra ele.

Ben - Isso... - mordo meu lábio ao sentir os seus roçarem no lóbulo da minha orelha - Faz
de novo que eu vou tacar o foda-se pro fato do GH tá aí do teu lado e vou te foder com
tanta força que vai ser preciso tampar a tua boca pros vizinhos não ouvirem teus gritos.

-- Ain... - suspiro nervosa quando sua mão sobe da minha barriga pro meu seio que ele
apalpa tão firme que eu amoleço nos seus braços sentindo meu coração começar a galopar
dentro do peito.

Ben - Fica calma. - mordisca meu lóbulo e desce espalhando beijos até o meu pescoço
onde ele raspa os dentes me fazendo arrepiar intensamente ao sentir o frio do ferrinho do
seu aparelho entrar em contraste com o calor da minha pele - Eu mal comecei, bonequinha.
- ele beija, morde e chupa minha pele enquanto desce deslizando sua mão até o meio das
minhas pernas - Posso?

-- Sim. - gemo a resposta, serpenteando em seus braços quando seus dedos entram por
debaixo da camiseta e tocam o tecido fino da minha calcinha me levando do céu ao inferno
quando se movem pra cima e pra baixo pressionando minha fenda, enfiando o tecido alí.

Ben - Toda meladinha. - ele grunhi baixinho enquanto continua me torturando lentamente,
seu dedo rodeando meu clitóris, subindo e descendo pela fenda molhada, me fazendo
querer mais, muito mais - Porra...

Suspiro pesadamente olhando por cima do ombro pro moreno que muitas vezes esteve em
meus sonhos eróticos e agora está aqui, a um passo de me foder.

-- Nick... - chamo manhosa.

Ben - Hum? - resmunga, sua respiração descompassada se juntando com a minha quando
ele aproxima nossas bocas - Quer mais, bonequinha?

-- Quero. - murmuro entre os gemidos baixos.


Fazendo minha vontade, ele afasta minha calcinha pro lado e no momento em que seus
dedos tocam minha carne sensível com certa pressão eu estremeço soltando um gemido
mais alto.

Ben - Isso, minha gostosa, geme assim.

Seu pedido me faz esquecer de tudo e obedecendo, eu fecho meus olhos me entregando
às sensações quando sua boca cobre a minha e sua mão livre entra pela gola da camiseta
no meu corpo indo parar no meu seio que ele massageia gostosamente.

Nosso beijo abafa meus gemidos mais altos quando ele dá um tapinha na minha buceta e
logo em seguida desliza dois dedos de uma vez pra dentro dela iniciando o vaivém que a
cada saída vem até meu clitóris o pressionando antes de voltar fazendo a curva, tocando
meu ponto g.

Meu corpo treme e eu me empurro ainda mais contra o seu volume, rebolando sem
vergonha nenhuma nos seus dedos.

Eu consigo sentir o orgasmo se aproximando quando a língua quente com gosto de creme
dental desliza pra dentro da minha boca e tenho certeza que ele também pois seus
movimentos ficam ainda mais intensos.

-- Não para agora, eu vou... - reviro meus olhos ao gemer com a boca na sua, sem controle
nenhum sobre meu corpo que está prestes a explodir de prazer - Ain...

Ben - Ainda não! - ordena e eu me esforço pra obedecer, sentindo cada pedacinho da
minha pele vibrar intensamente quando ele curva seus dedos em meu interior fazendo
pressão no pontinho G - Agora.

E como se ele mandasse no meu corpo, acontece...

Eu arqueio minhas costas de uma vez, grito de prazer de tão intenso que é o meu orgasmo
e sinto o líquido quente escorrer da minha buceta que pulsa fortemente quando os dedos
saem dela deixando um vazio dolorido.

Céus, esse orgasmo foi demais!

- Isso sim foi uma gozada de respeito. - ouço a voz distante em meio a um gemido rouco,
me sentindo cansada de mais pra abrir meus olhos agora.

Ben - Consegue fazer melhor, GH? - abro meus olhos de uma vez ao ouvir isso, focando no
moreno a minha frente que sem pudor nenhum se masturba olhando pra minha buceta
como se ela fosse o seu alimento preferido.

GH - Consigo. Mas hoje eu quero ver tú fodendo com ela. - ele sobe seus olhos famintos
pros meus, travando o maxilar quando eu olho no fundo deles.
Engulo a saliva e ainda ofegante olho por cima do ombro pro Benício que não esboça
nenhuma reação de ir contra o pedido do seu amigo.

Ao contrário, ele parece gostar da idéia.

E eu mais ainda.

CAPÍTULO 09
BEN

É o efeito da droga que a Raika me deu, é isso.

Não tem outra explicação pra eu querer tanto foder com a Helena, na frente do GH ainda
por cima. De estar nem aí pro fato dele continuar batendo uma punheta enquanto diz querer
assistir eu socando a pica na mulher que nós dois queremos.

Algo que parando pra pensar agora, eu acho até bom.

Talvez assim ele enxergue que a Helena é minha e que só vai ter alguma chance com ela
se eu vacilar.

E eu não vou, não mais...

Com ela ainda fodendo com meu psicológico ao me olhar nos olhos eu aproximo meu rosto
do seu dando um beijo lentinho na boca gostosa antes de levantar da cama trazendo ela
comigo.

-- Tudo bem pra você foder com ele aqui?

Helena - Eu só quero você, Nick. - diz olhando no fundo dos meus olhos - Não me importo
com quem assiste ou não. - sorrio beijando sua boca mais uma vez, atento às reações do
seu corpo que treme a cada toque meu quando nos afasto e lentamente tiro sua roupa,
deixando-a completamente nua.

Deito ela novamente na cama e me afasto por uns segundos só pra memorizar cada fodido
centímetro do seu corpo nesse momento, começando pelos olhos intensos, lábios grossos
sendo mordidos, seios médios de mamilos durinhos que sobem e descem acompanhando
sua respiração pesada, cintura fina, buceta lisinha brilhando com sua excitação...

Terminando nas coxas grossas antes de me inclinar sobre ela afastando e erguendo suas
pernas com minhas mãos que apertam a pele clara das suas coxas fazendo a morena
gemer manhosa ao deslizar as mãos pelos meus cabelos me puxando pra sua bucetinha
molhada.

Meu pau chega a pulsar dentro da cueca de tão perfeita que é a imagem da sua entrada
piscando de tesão.

-- Muito linda, bonequinha. - inalo seu cheiro antes de deslizar minha língua pela fenda
úmida provando seu gosto - E deliciosa.

Ignorando os gemidos do GH que nos observa da outra extremidade da cama fazendo o


barulho molhado e intenso da sua punheta ecoar por todo o cômodo eu abocanho a buceta
melada. Mordo os lábios íntimos gordinhos, chupo cada pedacinho quente e bato a língua
no clitóris inchadinho até sentir seu corpo estremecer sob a minha boca, sinalizando que
seu orgasmo está próximo.

Helena - Nick... - ela puxa minha cabeça ainda mais contra sua buceta molhada e implora
para que eu continue enquanto solta gemidos deliciosos de se ouvirem.

Baixinhos do jeito que me enlouquecem ao ponto do meu pau pulsar sem parar contra a
cueca que nesse momento parece ter encolhido de tanto que me aperta.

Em busca de alívio, eu solto uma das suas coxas e desço com a mão pra barra da minha
peça íntima abaixando o suficiente pra minha pica ser liberada do aperto que estava me
matando aos poucos.

Punheto rapidamente espalhando o pré gozo por sua extensão e grossura enquanto
continuo lambendo e chupando a bucetinha gostosa da minha menina até que suas mãos
deixam minha cabeça e se espalmam sobre a cama, prendendo o lençol ao fechá-las em
punho enquanto goza mais uma vez.

Usando isso como minha deixa eu deslizo sobre seu corpo, mal dando tempo dela sacar
minha intenção quando penetro sua buceta numa única estocada.

Sentindo meu coração bater na boca enquanto deslizo meu pau pela carne quente e
apertada que eu alargo até tocar seu fundinho com a bolinha do piercing presente na
cabeça da minha pica, minha respiração chegando a falhar quando Helena grita e treme
descontroladamente embaixo de mim ao ter os efeitos do seu segundo orgasmo
intensificados pela minha atitude.

Deixo que ela se acalme e tento fazer o mesmo, me controlando ao sentir as paredes da
sua buceta contraídas ao redor da minha pica.

Porra, ela é muito apertada.

Sugo o ar com força quando sinto suas pernas se fecharem no meu quadril e olho pro seu
rosto vendo as bochechas vermelhas assim como a pontinha do nariz que dilata quando ela
puxa fortemente o ar por ele.
-- Tudo bem? - engulo a saliva quando ela acena levemente em concordância e em seguida
olha pro lado, na direção do GH.

Sem controlar, meu olhar curioso segue o seu parando no cara que acaba de soltar um
gemido rouco e arrastado, seu peito subindo e descendo com rapidez acompanhando o
ritmo pesado da sua respiração enquanto ele desliza a mão direita ao redor do seu pau
comprido de grossura média em direção a glande rosada que solta o líquido branco direto
na sua mão esquerda que se abre sobre a coxa mostrando que o esperma tomou boa parte
dela.

-- Caralho... Né que tú gozou mermo. - deixo escapar, sem conseguir segurar minha língua
na boca.

Meu maior defeito, pô.

Helena - Agora só falta você, amor. - meu olhar volta rapidamente pra ela ao ouvir a última
palavra e sem controlar eu sorrio me sentindo vitorioso ao dar uma última olhada pro GH
que levanta visivelmete puto da cama, indo pra fora do quarto.

Agora ele sabe, assim como todos vão:

Helena é minha!

-- Amor? - me abaixo dando um beijo molhado na boca carnuda, querendo mais do que
antes encher ela com a minha porra.

Helena - Sim... - ela geme quando eu pulso meu pau no seu interior e apoia as mãos nos
meus ombros, me empurrando pra trás ao inverter nossas posições - E agora, meu cavalo.

Observo a pequena se ajeitar e rebolar lentinho no meu pau, subindo até a glande antes de
sentar de uma vez me fazendo rir nervoso quando repete olhando no fundo dos meus olhos.

Uma intensidade fodida contida nas orbes castanhas claras que queimam com a luxúria.

Eu vou me foder tão gostoso por causa dela, tô só vendo.

Fecho minhas mãos na sua cintura quando ela começa a galopar com mais intensidade e
aperto deixando a pele clara marcada pra quem ver saber que agora ela tem dono.

Impulsiono meu quadril pra cima a cada vez que ela desce com força fazendo meu pau
tocar seu fundo e fico em êxtase com o som dos nossos gemidos e corpos se batendo com
violência, observando o suor escorrer pelo vão dos seus peitos que sobem e descem
acompanhando o ritmo feroz das suas sentadas.

É torturante ver os bicos durinhos carentes de atenção tão longe da minha boca e
umedecendo meus lábios eu inverto nossas posições mais uma vez, me inclinando sobre
ela só pra abocanhar um dos peitos de tamanho médio, batendo com a língua no bico
durinho antes de mamar com força massageando o outro que eu belisco o mamilo com um
gancho feito com o indicador e o polegar.

Helena geme mais alto com isso, serpenteando embaixo de mim quando eu estoco lentinho
ao trocar minha boca de peito, conseguindo sentir sua buceta contraindo fortemente ao meu
redor.

Ela vai gozar, tenho certeza.

Respirando com dificuldade eu saio rápido de dentro dela e ajoelho na cama girando seu
corpo, puxando a bunda grande pra trás em questão de segundos.

-- Fica assim.

Helena - Ain... - a safada geme se empurrando na minha direção, empinando bem a bunda
ao ficar inclinadinha de quatro pra mim - Eu quero seu leitinho, amor...

-- Calma, eu vou te dar, bonequinha. - me abaixo mordendo as duas bandas durinhas da


sua bunda e levanto espalmando minhas mãos nelas, em dois tapas ardidos que deixam as
marcas certinhas dos meus dedos encima das dos dentes - Gostosa!

Helena - Que delícia... - a voz manhosa me enlouquece e sem demora eu pincelo meu pau
pela sua buceta melada, pressionando a bolinha do meu piercing no seu clitóris inchadinho
para só então voltar pra sua entrada e entrar fundo nela.

Helena agarra o lençol da cama e segura firme quando eu separo as bandas da sua bunda
e começo a estocar com força, bem fundo assitindo ela gemer gostosinha se empurrando
pra mim a cada investida bruta que faz seu corpo deslizar no lençol.

Vou aumentando o ritmo das estocadas, vendo ela quicar de quatro na minha pica, sentindo
as paredes da sua buceta contraírem cada vez mais ao meu redor enquanto maceto sem dó
a bucetinha que eu arrombo gostoso.

Helena não geme quando eu alcanço um ritmo brutal pra nós dois, batendo forte com minha
glande no fundinho da sua buceta, ela grita.

Muito alto.

Suas pernas tremem e seu corpo se inclina ainda mais, as costas brilhando de suor e o
cabelão cacheado que até então estava preso num coque se espalhando sobre ela.

Me descontrolo quando vejo as mechas encaracoladas, são minha paixão, e tiro as mãos
da sua bunda indo até elas. Junto todo o volume e aperto entre meus dedos, usando eles
pra puxar a morena pra mim enquanto arremeto uma última vez, lenta e profundamente
nela enchendo a garota com minha porra enquanto sinto ela gozar comigo.

Puxo o ar com força pela minha boca tentando acalmar meus batimentos antes de sair de
dentro da minha menina e desabar ao seu lado trazendo ela pros meus braços.
Seus olhos piscam lentamente deixando bem claro que ela está exausta depois do terceiro
orgasmo mas mesmo assim ela esfrega seu corpo nú e suado contra o meu.

Helena - Segundo round? - propõe num sussurro enquanto desliza preguiçosamente sua
perna pra cima da minha - Estou te devendo mais algumas gozadas.

-- Que você vai me dar... - abaixo minha cabeça dando um beijo suave em seus lábios -
Mas só depois que descansar. - deslizo minha mão pra sua bunda e acaricio a pele
marcada enquanto vejo seus olhos fechando lentamente.

Os cílios compridos e volumosos tremendo enquanto ela luta com o sono ao sussurrar algo
que faz meu coração, já calmo, acelerar novamente dentro do peito.

Sorrio com a confissão e desvio meu olhar pra porta do quarto que o GH abre de uma vez
me chamando atenção.

-- Qual foi? - pergunto baixo pra não acordar a Helena que acaba dormindo de tão cansada
que ficou.

GH - A gente pode trocar uma idéia? Agora.

CAPÍTULO 10
GH

É por isso que eu te amo...

Dizia o sussurro que por mais baixo que foi dito ainda chegou aos meus ouvidos.

Pô, se antes eu já tava puto por ter ouvido ela chamando ele de amor, imagina como eu
fiquei ao ouvir sua confissão.

Senti mó parada ruim, tanto que nem esperei ele se afastar do corpo cheio de marcas
vermelhas pra virar de costas e voltar pra sala em que eu estive durante a última hora
ouvindo o barulho da foda intensa que rolava entre os dois no quarto.

Ben - Vem de sermão pro meu lado não, Jade... - ouço sua voz rouca vindo do corredor e
tiro meu olhar da tela do celular na minha mão, olhando pra ele que surge com o seu na
orelha - Só tô te dando o papo que é pra tú não deixar ela esquecer de tomar a pílula do dia
seguinte...

Franzo meu cenho quando ele se aproxima e senta do meu lado no sofá ainda falando com
a tal Jade, desligando somente depois de ver a minha carranca na sua direção.
Ben - Qual foi a dessa careta aí? Parece que cê tá puto. - o sorriso provocante estampa sua
face e eu me controlo ao máximo pra não falar ou fazer merda.

Sou maduro o suficiente pra não levar seu sacasmo pro lado pessoal nesse momento, por
mais que ele me irrite, eu sou.

-- Fodeu sem camisinha e ainda jogou dentro dela? - pergunto entredentes, não querendo
acreditar na hipótese que logo ele, que fica neurótico em não usar camisinha fodeu com a
minha menina sem.

Ben - Foi, pô. - ele relaxa no sofá e deita a cabeça no encosto traseiro - Ela já é minha
mermo. De corpo e coração, tú ouviu: Amor... - ele sorrir convencido ao torcer sua cabeça
na minha direção - Dá em nada também se vier um menorzin pra nois chamar de filho.

Ele só pode que tá com merda na cabeça.

-- Não dá em nada? - levanto guardando meu celular no bolso da calça e o encaro, puto - A
garota tem dezessete anos, cursa medicina porque é o sonho dela ser médica igual a tua
irmã e cê tá me dizendo que não dá em nada se ela engravidar agora e foder com os planos
dela por causa da tua irresponsabilidade? - me altero ao dizer algumas das coisas que eu
descobri ao olhar as redes sociais dela, um privilégio que saber seu nome verdadeiro me
deu.

Ben - Tá revoltado assim porque não foi tú que fodeu com ela, que encheu a "garota" com o
teu esperma. - ele levanta também e para na minha frente, nossos olhos vermelhos ao
queimar de raiva um pro outro - Tú bem queria que eu sei, mas viu que não tem chance
porque ela me ama.

-- Ela te ama? - ergo a sobrancelha, se é pra jogar na cara eu sei fazer isso como ninguém -
Ou disse aquilo no calor do tesão? Porque olha, falar eu te amo durante uma foda intensa é
o que eu mais falo pras minhas submissas. Inclusive, falei praquela garota...

Aponto na direção do quarto em que ela está sem tirar meus olhos dos seus.

-- Na noite em que eu tirei a virgindade dela. Enquanto me enterrava fundo na sua buceta
assistindo ela gozar na minha pica que momentos antes tinha reduzido seu hímem a nada.

Helena - Você o quê? - viro rapidamente na direção que vem a voz suave quase inaudível e
vejo seus olhos arregalados na minha direção.

Ben - Bonequinha... - ele vai pra perto da garota que sem tirar seus olhos de mim puxa
entre os dedos o lençol branco ao redor do seu pequeno corpo - Vamo voltar pro quarto,
vamo.

Helena - São Paulo? - ela o ignora focando em mim que aceno em concordância, vendo
suas bochechas ficarem ruborizadas depois disso - Ai meu Deus! - ela cobre o rosto com as
duas mãos - Que vergonha.
Dou um passo na sua direção afim de ir até ela prender seu corpo em meus braços assim
como fiz um dia mas, paro ao ouvir a seguinte frase:

Ben - Não precisa ter vergonha, Helena. - ele beija o topo da sua cabeça - Essa é a primeira
e a última vez que você vai ver ele. Não é, Gustavo? - abraçado com a minha menina, ele
me encara.

-- Não. - tento soar tranquilo ao falar o que eu ia quando fui até o quarto chamar ele pra
uma conversa - Essa é a primeira, de muitas.

Ben - Cê tá falando do que? - percebo seus braços se apertarem ao redor da garota que se
encolhe ainda mais dentro deles. Se eu não visse o quanto ela é destemida eu até diria que
está com medo mas acho que esse não é o caso - Hein?

Respiro fundo. Já que eu comecei, agora eu vou até o fim.

-- Que eu vou dar meu papo pro Russo logo depois que ela completar dezoito anos. Falar
sobre o que aconteceu em São Paulo e que eu quero a filha dele como minha fiel.

Ben - Não, você não vai.

Sorrio irônico. Até parece que ele não me conhece, que não sabe que quando eu quero
uma coisa eu faço de tudo pra conseguir e que seguindo esse raciocínio, eu vou ter Helena
como minha mulher.

Custe o que custar.

-- Vou! - insisto, confiante - E se tú quiser ter pelo menos uma chance de fazer dela a tua
fiel, eu sugiro que faça isso antes de mim porque eu não vou medir esforços pra ter ela no
meu nome.

Helena - E não vai conseguir. - seu tom soa firme me chamando atenção, aí está a
destemida que eu tô maluco pra ver submissa a mim mais uma vez - Quem decide com
quem eu vou ou não ficar sou eu. E nesse momento eu quero ficar com o Benício.

Sua decisão causa um misto de emoções em mim que eu nunca senti antes, portanto, não
sei como lidar.

Engulo em seco, travando meu maxilar quando ela tira seu olhar de mim e leva pro Ben,
tocando levemente sua boca com a ponta dos dedos e ficando na ponta dos pés para
beijá-lo com paixão.

A imagem faz o fogo da raiva queimar dentro de mim por saber que ele só investiu nela
porque eu o coloquei contra a parede.
Burro, é isso que eu sou por ter praticamente jogado minha garota nos braços do cara que
ela ama e que nunca tinha cedido a ela antes porque não tinha um concorrente a altura, não
como tem comigo na parada.

Os dois começam a se devorar, desinibidos na minha frente, e sem querer presenciar mais
disso eu saio da casa rumo ao meu carro.

Puto, puxando meu celular do bolso só pra ir no contato de uma das minhas submissas, a
menos emocionada delas.

Preciso disso, descontar minha raiva em alguém que a receba de bom grado e que sinta
prazer em fazer isso. Me proporcionando também.

Entro no automóvel ouvindo o toque da chamada e fecho a porta bem a tempo da voz
sonolenta sair pelo autofalante do aparelho que eu tenho em mãos...

Tainá - Senhor ou GH?

-- Senhor. - prendo o celular no suporte clicando no viva voz e coloco a chave na ignição,
ligando o carro para só então descer com ele pela rua - Tá no trabalho?

- Em casa meu senhor.

-- Ok... Vai pra minha e separa o plug, os prendedores de mamilos e a corda de nylon
10mm. Me espera lá que já eu chego.

Ordeno e desligo a chamada sem esperar pela sua resposta, focando na estrada e em não
pensar que pela segunda vez aquela garota fez o que nenhuma outra se atreveu a fazer
comigo.

Me rejeitou.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

-- Não mexa no plug! - ordeno ao deslizar meu pau pra dentro da sua boca, ouvindo o
barulho da corrente dos prendedores nos seus mamilos balançarem quando ela movimenta
os braços amarrados nas costas ao fazer justamente o contrário do que eu mandei e, com a
intenção de puni-la por isso eu seguro firmemente sua cabeça com as duas mãos enquanto
movo meu quadril pra frente até que eu sinta a glande tocar sua garganta.

Paro, sufocando a preta de cabelos cacheados com as pontas vermelhas por alguns
segundos, me retirando dela ao ver seus olhos puxadinhos lacrimejarem. Deixo que ela
puxe o ar uma única vez e me empurro novamente pra dentro dela, fechando meus olhos
ao iniciar um vaivém frenético que eu só interrompo quando a imagem da moreninha surge
na minha mente fazendo meu saco subir, rijo e cheio da porra que eu jogo toda em seu
rosto depois de sair já gozando do seu canal.
Irritado ao abrir meus olhos e não ver ela ajoelhada na minha frente eu bato com força no
rosto da Tainá usando meu pau, deslizando meu comprimento pela pele escura,
lambuzando com minha porra antes de puxar a mulher pelos cabelos pondo ela de pé e a
empurrando pra cama.

-- De quatro, bem aberta pra mim, agora.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Tainá - Ela te rejeitou? - solto a fumaça do meu baseado e, sério, me viro pra ela que veste
seu uniforme de enfermeira - Tá, eu parei. - a preta sorrir ao erguir as mãos em rendição -
Já sou fã dela e nem conheço, olha que maravilha!

-- E nem vai. - volto meu olhar pra janela, o dia já está amanhecendo e por mais que eu
tenha fodido com a Tainá até ainda a pouco eu só consegui gozar ao fechar meus olhos e
ver minha menina na minha mente.

Porra, se ela não for minha eu vou acabar ficando maluco.

Tainá - GH? - volto a mim com a sua voz e sem me virar resmungo um "hum" - Vamo no
Vidigal amanhã? Vai ter uma festa a fantasia lá naquela "boate" que eu te falei.

-- Vai sozinha, pô. Perdi nada lá. - volto com o baseado pra minha boca e pelo canto do olho
observo ela sentar na beira da cama pra calçar aquela parada feia cheia de buraquinho.

Crocs, acho que é esse o nome.

Tainá - Eu vou mesmo. Quem sabe eu encontro a Helena por lá e fale pra ela que você está
tão obsecado que enquanto me fodia só chamava o nome dela.

-- E o quê, filha da puta? - engasgo com a fumaça e levanto da poltrona pronto pra macetar
ela, dessa vez na porrada, mas a mandada é mais rápida e sai correndo - Eu te pegar, vai
ser sem dó, Scorsatto!! - grito, mesmo sabendo que ela já está longe.

É rainha em fazer isso.

Bufo, parece que agora eu vou ter que ir nesse caralho a fantasia porque se eu bem
conheço a Tainá que além de ser minha submissa também se tornou minha amiga, ela vai
fazer de tudo pra se aproximar da Helena.

E eu sei que ela é maluca o suficiente pra fazer o que falou que ia.

CAPÍTULO 11
BEN

Passo a mão na boca olhando pra Helena dormindo na cama, hipnotizado com a beleza da
sua nudez que deixa a pele morena toda marcada dos tapas que eu dei durante a nossa
transa visíveis pra mim.

Papo reto, foi intensa e selvagem pra caralho depois que o GH foi embora, parada de louco
mermo, nunca fodi com alguém tão resistente e insaciável como ela antes.

Pensei até que eu não ia dar conta mas graças ao bom pai, eu dei.

Helena - Nick? - a voz sonolenta alcança minha audição e eu pisco rápido assistindo ela se
espreguiçar sobre a cama soltando um resmungo de dor ao sentir os efeitos dos meus
tapas no seu corpo - Puta merda!

Deixo o batente da porta do quarto em que estava vidrado nela e vou até a cama,
preocupado com sua expressão de dor sentando na beirada.

-- Quer que eu pegue um remédio pra você? Te leve pro hospital? - deito de frente pra ela e
toco seu rosto tirando uma mecha cacheada caída sobre ele - Hein?

Helena - Não precisa... - ela engole a saliva, seu olhar cabisbaixo focando no pigente da
minha corrente - Só me deixa quietinha aqui, que logo passa.

Percebo que ela não olha nos meus olhos e estranho sua atitude, ela nunca fez isso.

Será que se arrependeu?

-- Helena... - toco seu maxilar e ergo seu rosto para que ela me olhe - O que tá pegando,
bonequinha?

Helena - Eu ouvi tudo, Nick... - seus olhos se erguem e entram fundo nos meus, a decepção
presente neles me fazendo tremer na base - Você e o GH discutindo como dois
adolescentes que brigam por uma garota. E você! - aponta o indicador no meu peito -
Exibindo o fato de eu te amar, de ter gozado dentro de mim como se isso fosse um troféu
dado na competição ridícula entre vocês dois.

Minha vez de engolir a saliva. Eu não fazia idéia de que ela tinha ouvido tudo.

Helena faz um bico e respira fundo antes de se afastar de mim, eu abro a boca pra chamar
ela, me explicar, mas a voz não sai, parece que minhas cordas entendem que nada do que
eu falar agora vai expressar o quão arrependido eu estou por ter agido como um moleque
naquele momento.

Pô, nem quando eu tinha vinte anos eu agia assim. E agora com quase quarenta, eu
comecei a ter atitudes de um adolescente emocionado. Tudo por causa de uma garota que
até ontem eu fugia mais que o diabo da cruz, por causa dela...
O toque do meu celular me trás de volta a realidade e junto com ele eu ouço o barulho da
água do chuveiro caindo contra o chão, percebendo só agora que Helena foi pro banho.

Levanto puxando o aparelho do meu bolso e ajeito a arma no cós da calça antes de focar
na tela que se acende com a chegada de várias mensagens da Raika.

As últimas delas me fazendo ir rapidamente no seu chat do whatsapp.

Raika - Tô aqui na frente da sua casa.


- Vem pra gente conversar.
- Vai vim? Ou eu vou ter que mandar esse vídeo babado pra página de fofocas aqui do
morro?
- [vídeo]

Sentindo o sangue circular frio dentro das minhas veias ao ver a capa do vídeo sendo
baixado no meu celular eu espero até que o download se conclua para só então, com a mão
trêmula, clicar na tela de reprodução.

A primeira coisa que surge somos nós três. Eu, GH e Helena conversando sobre a cama
com a lâmpada ainda acesa. O vídeo é cortado e a próxima imagem faz meu coração bater
na garganta. Está escuro mas ainda dar pra ver nitidamente eu chupando a Helena
enquanto o GH bate punheta ao nosso lado olhando pra ela que se contorce de prazer sob
a minha boca.

Assisto até o final que é quando o GH sai puto do quarto e sinto como se minha cabeça
fosse explodir com isso.

Mais uma mensagem chega.

Raika - Russo vai adorar saber que a "bonequinha" dele anda dando pra dois homens ao
mesmo tempo, sendo um deles seu melhor amigo. Não acha?

Travo meu maxilar e, decidido a impedir que esse vídeo caia nas mãos erradas e foda com
a vida de Helena, vou ao encontro da garota que é igual a mãe dela. Uma prostituta
desgraçada que só pensa em se dar bem na vida.

Raika - Você veio, amor. - deixo o portão entreaberto e parto pra cima dela, pegando a
garota pelo pescoço e pressionando a ponta da minha glock na sua testa - Faz isso e a
minha mãe manda o vídeo pra página. - sua voz sai sufocada.

-- O que tú quer, desgraçada? Hãn? - aperto ainda mais seu pescoço vendo ela se debater
em busca de ar - Fala, filha da puta!

Raika - Você. - ela sobra e afetado com sua resposta, eu solto seu pescoço - Nossa! - tosse
sem parar, enchendo seus pulmões de ar antes de prolongar sua resposta - Eu quero você,
Ben. Desde a noite em que tirou minha virgindade. Tá que você estava drogado na hora,
mas eu não estava e mesmo se estivesse, me lembraria. O nosso primeiro a gente nunca
esquece.
Sua frase mexe comigo, mas não por causa dela e sim por lembrar que o GH foi o primeiro
da Helena. E se o seu raciocínio estiver certo, talvez agora eu entenda o porque da Helena
ter reagido daquela forma depois que descobriu quem o Gustavo foi na sua vida.

Raika - Está ouvindo? - estala os dedos na frente do meu rosto me fazendo encarar ela.

Eu tô com tanto ódio dessa porra que só queria meter um tiro na sua boca mas tô ciente
que se eu fizer isso a vagabunda da Laise cumpre a ameaça que a sua cópia me fez.

E eu não quero que a Helena leve a fama de marmita de bandido se esse vídeo vazar, nem
quero morrer se o Russo descobrir de nós dessa forma, assistindo ele.

Que desgraça!

-- Quer que eu te assuma? - ergo minha sobrancelha, disposto a partir o coração da minha
menina pra esse vídeo não destruir a sua vida.

Raika - Sim! - ela sorrir dando um passo na minha direção - Quero ser sua fiel.

Guardo minha arma e levo minhas mãos pro rosto em seguida, esfregando com força sem
acreditar que eu vou fazer isso.

-- Tá. - abaixo as mãos engolindo a saliva que desce arranhando o nó formado na minha
garganta - Quer fazer isso como?

Raika - Depois a gente ver certinho. - ela sorrir olhando pra algo atrás de mim e eu não
preciso me virar pra saber que é a Helena - Agora você bem que podia beijar a sua mulher,
não acha? - sussurra só pra mim ouvir.

Eu sinto o olhar de ódio queimando as minhas costas e meu coração dói pra caralho.
Parada que eu nunca senti antes porque não tinha ultrapassado o limite com ela e não
sabia o quão incrível seria a nossa conexão.

Raika - Amor? - olho pra ela que envolve meu pescoço com seus braços e ignorando a
raiva e o nojo que eu estou sentindo, eu me abaixo cobrindo sua boca com a minha num
beijo rápido.

Me afasto acumulando toda a saliva do ato na boca e cuspo no chão ao seus pés ouvindo
sua risada diabólica, erguendo meu olhar o suficiente só pra ver minha menina descendo a
rua correndo.

A certeza que eu parti seu coração doendo em mim.


CAPÍTULO 12
HELENA

Dor...

É só o que eu sinto cada vez que a imagem do homem com quem eu passei a noite surge
na minha mente, beijando outra garota.

Juro, presenciar aquilo foi um golpe e tanto em mim. Logo em mim, que achei que a
discussão entre ele e o GH tinha me machucado o suficiente.

Achei errado, Benício conseguiu o que queria que era me exibir como um troféu e de
quebra, quebrou meu coração.

Coisa que eu jurei a mim mesma enquanto corria em direção a casa do meu melhor amigo
com os olhos cheios de lágrimas que nunca mais alguém teria o poder de fazer comigo.

Não se eu puder impedir...

Jade - Tá escrito aqui, ó! - pisco rapidamente, me recusando a chorar enquanto vejo minha
prima mostrar pra mim e pro nosso amigo a notícia na página de fofoca aqui do morro que
diz que a Raika é a nova primeira dama da Rocinha.

Tudo que eu não gostaria de saber nesse momento.

Pequeno - Na moral, esse filho da puta merecia dez minutinho no tatame com o Russo
dando só na cabeça dele. - ele diz puto enquanto desliza o dedo pela tela do iPhone - Burro
pra caralho. Tomara que leve chifre pra largar mão de ser otário. Tira essa porra daqui, me
estressei legal agora. - ele empurra o aparelho e volta com sua mão pra minha cabeça,
afagando meus cachos - Vai fazer o quê com isso, minha faixa?

-- Nada... - fecho meus olhos curtindo do seu carinho enquanto tento não chorar - Benício é
adulto e se depois de passar a noite comigo ele decidiu assumir ela é porque é dela que ele
gosta. - respiro fundo - A marmita da história fui eu.

Jade - Olha a boca! - recebo um tapa leve nos meus lábios - Marmita é aquela meretriz
desprovida de feiura. Ai que ódio, podia ser pelo menos feia pra gente poder falar mal dela.

Andrew gargalha do modo dela falar. Jade é assim, não sabe brigar, não fala palavrões - só
em situações de emergência - e é a mais simpática e calma do quarteto formado por mim,
ela, Pequeno e o meu outro primo, o Nauan. Os três são os únicos que sabem de todas as
merdas que eu faço, e quando eu falo todas, é TODAS.

Não escondo nada deles e nem eles de mim. Isso vale pra segredos e broncas.
Pequeno - Aí! - sinto o pretinho sentado atrás de mim se mexer - Aproveitando que o Nauan
não tá aqui, manda o papo, fiquei sabendo por alto que o White foi parar lá na Rocinha essa
madrugada atrás de tú. Rolou um ménage incestuoso? - abro meus olhos na direção da
preta de olho azul que está deitada do outro lado da cama só pra ver ela afundando a
cabeça no colchão ao levantar o polegar.

-- É O QUÊ? - pela primeira vez no dia de hoje, eu dou risada - Não creio. Jade, tú nera
santa?

Pequeno - Eu te falei que ela não era. Tú ainda ficou puta comigo, me deu até um
pescotapa. - afundo meu cotovelo em sua costela exposta fazendo ele rir - Teve ao menos
uma DP? Ou a pobi não aguentou?

-- Man, mas cê tá muito interessado na vida sexual dela. - recebo um mordida no meu
ombro - Ai, resto de aborto, isso dói.

Pequeno - Presta atenção que ela vai responder. - nós dois olhamos atentos pra Jade que
rir de nervoso, pronta pra responder quando a porta do quarto em que estamos se abre nos
chamando atenção.

Sabiá - Lena? - balanço minha cabeça para que ele continue falando - Acho que deu ruim
pra tú, hein. - fico nervosa na hora, imaginando o pior.

Minha mente vai logo pro que o GH disse, pro lance de dar o papo pro meu pai.

Céus, que não seja isso. Se aquele homem chegar a falar pelo menos a metade das coisas
surreais que ele fez comigo pro meu pai, eu juro que cavo um buraco e me enterro dentro.

Fico sem cara até pra continuar sobrevivendo.

Pequeno - O que foi que aconteceu, pai? - pergunta por mim ao ver que eu estou em
choque.

Sabiá - Algum x9 falou pra patroa que a Helena não dormiu aqui como disse que ia. A
mulher tá se tremendo toda lá. - aponta pra trás - Comeu meu cú na bruta, pô. Levei mó
esculacho antes dela mandar eu vim atrás da bonita aí. - aponta pra mim.

Engulo a saliva, isso é ruim mas não é péssimo. Seria pior se fosse o meu pai, com ele o
buraco é mais embaixo.

-- Sendo assim, eu acho melhor a gente ir, né ? - por fim, falo .

Me despeço do meu amigo e sigo pra casa com a Jade no meu encalço. Ela mora com
meus irmãos na casa ao lado da minha, o que eu acho uma puta sacanagem já que eu sou
a única que é proibida de morar com eles.

Alí do ladinho, o que poderia acontecer demais?


Nada, né nom.

Sábia - Eu acho melhor tú nem entrar aí, Jadinh - diz, quando ela ultrapassa o portão de
ferro comigo - Cê vê a cara da patroa... Tá boa não.

-- O senhor falando assim, não está me ajudando. - sorrio nervosa, começando a me


preocupar.

Jade - Então eu vou pra casa, de noite eu venho ver o que rolou. - franzo meu cenho na sua
direção, buscando pelo companheirismo no seu olhar - É o quê bonita? Quando a dona
Yara vem de bronca pro meu lado a senhorita também foge.

Lógico, a tia Yara é maluca, solta o que tiver em mãos na gente, isso sem falar nos gritos. -
penso, mas não falo.

-- Jade 1, Helena 0. - faço graça ao mostrar os números com a mão - Vai logo antes que eu
te arraste comigo. - abraço ela e entro, indo devagar até meu quarto ao ouvir a voz da
minha mãe me chamar pra lá.

Afrodite - Senta aqui... - ela diz mansinha ao bater no espaço ao seu lado na cama e eu me
arrepio inteira.

Só quem conhece ela e meu pai sabe que o perigo mora na voz mansinha.

-- Eu não fiz nada, juro pra senhora - minha voz começa normal e vai afinando, estando
quase inaudível no final da frase.

Esse é o primeiro sinal que eu estou mentindo. Minha mãe sabe disso.

Afrodite - Dessa vez você fez e a sua irresponsabilidade pode causar a morte de duas
pessoas. - fico paralisada sentindo meu coração começar a galopar dentro do peito, tão alto
que eu escuto suas batidas.

-- Do que a senhora está falando? - pergunto num fio de voz, me fazendo de sonsa.

Se não houver provas, não tem o porque de me preocupar. É só negar até a morte, simples.
Coisa que eu vou fazer.

Afrodite - Eu estou falando disso! - ela puxa o celular do bolso traseiro do seu short e me
entrega com a tela desbloqueada.

Percebo sua mão tremer ao fazer isso e involuntariamente, começo também.

Olho pra tela acesa, a imagem pausada de um vídeo me fazendo querer ter um mal súbito,
daqueles fatais, sabe?

Aí meu Deus, me ajuda!


A prova tá bem aqui, não tem como negar dessa vez.

Afrodite - Clica pra reproduzir, Helena Mikhailov. - balanço a cabeça freneticamente em


negativa, sem coragem para subir meu olhar pro seu. Eu estou morrendo de vergonha. -
Um, eu sei que é o Benício mas e o outro? Quem é? - seu indicador com a unha grande
toca na tela ao apontar e como se Deus quisesse me punir, o vídeo reproduz.

Em choque, eu assisto o final da filmagem que eu julgo ter sido feita da janela do quarto do
Benício, a que eu lembro só agora que a gente deixou com as cortinas abertas para que a
luz do poste entrasse porque eu tenho medo do escuro.

Puta merda.

-- Mãe... - aperto o celular nas minhas mãos - Eu posso explicar?

Afrodite - Não tem o que explicar, Helena. - ela toma o aparelho de mim e logo o barulhinho
referente ao de se excluir algo chega aos meus ouvidos - Eu recebi esse vídeo de um
número desconhecido na hora do almoço - aceno, como se dissesse que estou entendendo
- E logo em seguida os dados de uma conta e o pedido de um milhão de reais para que seu
pai não recebesse o mesmo vídeo.

E as coisas só pioram.

-- Eu tenho esse dinheiro, posso fazer isso - falo rápido, só querendo encerrar essa
conversa que a cada segundo só diminui minha expectativa de vida.

Afrodite - O dinheiro que você tem em conta é seu, Helena. Boa parte você ganhou com seu
suor e a maior dela seu avô deixou pra você poder viajar pelo mundo, conhecer os lugares
que ele não pode por causa da vida que escolheu. A de traficante.

Tento engolir o nó do choro que se forma na minha garganta com a menção do meu avô e
depois de falhar, algumas lágrimas descem pelo meu rosto.

Afrodite - E esse vídeo chegar até seu pai nem é a pior parte meu amor. - ela toca meu
maxilar e me faz olhar nos seus olhos que não expressam nada que não seja amor, o
materno - Pior vai ser se todos verem e você ficar mal falada.

-- Eu não me importo em ficar mal falada, mãe. Só não posso deixar que esse vídeo chegue
até o papai e ele mate o Nick. - me desespero só de pensar na hipótese e sinto mais
lágrimas desceram pelo meu rosto - Eu não posso deixar porque...

Afrodite - Por que você ama ele. - aceno sem perceber e logo sinto seus braços ao meu
redor, me abraçando - Maldito é o karma do teu pai. - por alguma razão ela rir - Isso é praga
do seu avô.

-- Como assim? - pergunto baixinho, me sentindo mais calma no seu abraço.


Afrodite - Ele disse que seu pai ia pagar pela trairagem de ter ficado comigo. - sorrio, isso
era a cara do vovô - Agora nós vamos conversar, Ok? - ela se afasta e segura as minhas
mãos quando eu aceno em concordância, ciente que se eu não morrer de vergonha agora
eu não morro mais nunca - Então vamos, comece por me contar quem é o outro cara do
vídeo e porque caralhas ele estava lá.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

CAPÍTULO 13
AFRODITE - 37 ANOS

Benício e GH...

Sinceramente, eu tô surtando interiormente depois de ouvir por alto, sem detalhes porque
eu já vi o suficiente naquele vídeo, o que a minha filha aprontou essa noite.

É assustador saber que além do lado revoltado do Bóris, ela ainda herdou o apetite sexual.

Ai Deus, e isso sem falar nas coisas que ela herdou de mim. Perfeito!

Temos um monstrinho.

O Karma é mesmo uma vagabunda. Uma que cabe a mim e ao Bóris aceitar de bom grado
porque na nossa vez, nós fizemos pior.

Helena - Vai fazer o quê, mãe? - olho pra minha pequena sobre a cama com o JoPe deitado
no seu tronco prestando atenção no celular preso entre seus joelhos reproduzindo o vídeo
do bonde das maravilhas que ele ama e abro minha bolsa conferindo rapidamente o pente
da minha arma.

Algumas coisas mudaram por aqui nesses últimos anos, e eu não sair desarmada é uma
delas. Tive que aprender a me defender também para que assim pudesse proteger meus
filhos se o Bóris não estivesse por perto e só no último ano aprendi a lutar box, meu marido
me ensinou e em um desses treinos o João foi concebido. O tesão estava demais no dia e
aquele velho safado botou tão forte que meu diu saiu do lugar.

O resultado disso é o João Pedro que eu me orgulho em dizer que é a minha cópia, pretinho
dos olhos verdes. Lindo, meu bebê.

-- Vou resolver alguns problemas - os seus meu amor, penso a última parte - Cuida dele pra
mamãe? A Bê disse que assim que sair do plantão ela vem pegar ele.

Helena - Cuido sim. A senhora vai demorar? - os grandes olhos castanhos claros, inchados
de tanto chorar por ter tido seu coração partido, me encaram com curiosidade.
-- Com certeza. Talvez só volte de madrugada. - olho pro relógio no meu pulso marcando
sete da noite e volto a olhar pro meu bebê que chupa ferozmente o seu polegar - A chupeta
você não pega né, mamãe? - falo com a voz fofa e ele sorrir mostrando os dois dentinhos
de cima, os únicos - Coisa linda! - me inclino dando um beijo no pescocinho branco de tanto
talco que a Helena passou nele.

Espero que ela não tenha filho tão cedo porque olha, ela tem 0 dom pra cuidar de um.

De repente, me lembro de algo e encaro atentamente a cacheada que percebendo meu


olhar nela se vira lentamente pra mim.

Helena - O que eu fiz dessa vez?

-- Usaram camisinha? - seu pescoço mexe quando ela engole a saliva, seu rosto fica
vermelho como um pimentão e eu já começo a rir de nervoso, sem querer acreditar nisso -
Helena...

Helena - A gente usou mãe. - sua voz sai num fio, ela está mentindo - É sério, usamos.

Só queria entender porque ela ainda mente.

-- Você não usou porra nenhuma. - respiro fundo para me acalmar - Na volta eu passo na
farmácia e compro um remédio pra impedir que aquilo, -me refiro ao vídeo - Se transforme
nisso. - aponto pro bebê no seu colo e levanto sem querer mais falar desse assunto.

Está na hora de ir atrás do fodido que me enviou aquele vídeo porque nem fodendo eu vou
pagar um milhão pra um desgraçado que acha que não vai ser cobrado quando eu pegar
ele. Vai, e vai ser sem dó porque ninguém mexe com meus filhos e sai impune.

-- Não morra e cuide bem do João, pelo amor de Deus.

Helena - Relaxa mãe. Tá comigo, tá com Deus. - finjo que não escutei e com o cú na mão
por deixar meu caçula com a irmã que cuida mal dela, eu saio do quarto e desço as
escadas, quase chegando na porta quando ela se abre e meu marido entra tirando a
camiseta.

Ai pai, minhas pernas amolecem na hora.

Russo - Indo pra onde gostosa dessa jeito, pretinha? - ele lambe seus lábios ao me olhar de
baixo pra cima, passando pelo tênis branco, calça preta de cintura alta e regatinha da cor do
tenis que eu uso até parar sua imensidão acinzentada nos meus olhos - Puta que pariu,
hein!

Sorrio me sentindo a mulher mais gostosa desse morro quando ele ergue a mão colocando
na minha cintura e me puxa pra ele, escorregando pra minha bunda onde ele aperta firme
enquanto dá um cheiro no meu pescoço.
-- Boris... - gemo, fechando meus olhos ao tentar me asfastar dele, isso ainda é muito difícil
- Eu preciso sair, amor.

Russo - Depois de uma rapidinha? - sua língua desliza pela carne do meu pescoço me
fazendo arrepiar, esse velho safado sabe bem fazer isso.

- Mãe? Pai? Que porra é essa? - a voz masculina vem em meio a uma risada que quebra o
transe sexual em que estavamos e só então eu volto a mim, lembrando o que eu ia fazer.

-- Olha aí! - bato levemente no peitoral tatuado do meu homem e me afasto, me abanando
com a mão - Caramba, que calor.

White - Eu vou ficar é quieto, que calado eu ainda tô errado. - ele ultrapassa a porta tirando
o fuzil das suas costas - Cadê a bonequinha? Quero saber que história é essa dela ter
saído no soco com a Raika, de novo.

Russo - Se saiu é porque a piranha mereceu, Helena não bate se não tiver um motivo pra
isso.

White - Mas tá ligado que o Ben assumiu a piranha, né? E se ele vier querer cobrar o anão
de Jardim por isso? - travo meu maxilar pra conter a raiva que começo a sentir, ainda não
engoli essa informação.

Tem algo que não bate nessa história e eu vou descobrir o que é.

Russo - Ele vier se crescer pra cima da minha filha eu vou mostrar de onde ele veio e pra
onde ele vai. Quero nem saber.

Abro minha bolsa ouvindo isso e tiro a chave do carro, me despeço dos dois que ficam
conversando sobre o assunto e parto pra Rocinha. É lá que mora quem vai me ajudar.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Paro com o blindado na frente do beco que fica a boca principal e desço deslizando a bolsa
pelo meu braço, rumo ao ombro.

- Eu não posso ir tirar um cochilo que vocês já fazem merda. Puta que me pariu! Deixaram
quem subir dessa vez? - bato a porta e me viro na direção que vem a voz grossa.

-- A sua madrinha, seu safado. - sorrio pro garoto que graças a Deus não é nada parecido
com o pai dele, meu Nauan .

Ele sorrir por um segundo ao me ver e fica sério logo em seguida.

Nauan - Afrodite... - estreito meus olhos na sua direção vendo ele vim pra mim, todo cheio
da marra - Tá bem, dindinha? - diz ao me abraçar de lado, alto o suficiente só pra mim
escutar.
-- Isso que é medo dos seus parceiros descobrirem que você não é tão marrento quanto
parece, hein. - gasto com ele que beija a lateral da minha cabeça.

Nauan - Nada. - se afasta tirando e colocando o boné na cabeça achatada - Trouxe seu
celular?

-- Trouxe. - pego o aparelho na bolsa e entrego pra ele que guarda na pochete que não sai
do seu quadril. Meu menino já sabe o que fazer porque assim que eu recebi o vídeo já
mandei mensagem pra ele pedindo ajuda, ele é o único que pode fazer isso sem que
ninguém mais saiba - Consegue mesmo descobrir a quem o número pertence?

Nauan - Tá me achando com cara de dono de lan house, dinda? - seu olhar e sorriso
presunçoso são dirigidos a mim, esse garoto se acha só porque manja das paradas
tecnológicas. É, ele é um hacker, um dos melhores do Rio. - Vou descobrir até o endereço
desse desgraçado. Se pá, eu mermo vou lá e faço o serviço. Depender do ódio que eu tô
sentindo... - ele para de falar quando o barulho de um tiro vem de dentro do beco.

- É o patrão, caralho! - alguém grita e logo em seguida o Nauan corre pra lá, sendo
acompanhado por vários homens armados.

Meu coração acelera dentro do peito e com o medo tomando conta do meu ser eu caminho
lentamente na direção que veio o tiro, rezando mentalmente pra nada de ruim ter
acontecido com o Nick.

Não quero nem pensar no mal que isso faria pra minha filha.

Não agora que ela parece ter superado a morte do avô que teve um infarto fulminante logo
depois dela contar que passou em Medicina e acabou falecendo nos seus braços.

Minha princesa se pune e se culpa por isso até hoje, ela sempre se culpa por tudo de ruim
que acontece com quem ela ama, um defeito herdado de mim.

Ainda pensando, eu passo pelos vários homens que saem resmungando um atrás do outro
de dentro do barraco e sigo o som da voz do meu afilhado até está parada diante dos dois
homens no chão.

O cara que eu reconheço como sendo o do vídeo, GH, fazendo um mata leão no Benício
enquanto suas pernas estão encima dos braços do meu amigo, deixando ele imobilizado.

Não sei se eu fico feliz por ninguém estar morto ou se fico assustada com o fato do Nick
estar pedindo pro GH matar ele.

Engulo a saliva e me abaixo ao lado do meu amigo que não percebeu minha presença
porque está de olhos fechados.

GH - Não toca nele. O mano tá drogado, pô. Vai querer te machucar também.
Ignoro sua fala e foco no meu amigo.

-- Nick... - toco sua mão e no susto ele estremece abrindo os olhos, a parte branca deles
estando extremamente vermelha - O que você usou? - me preocupo, eu nunca vi ele assim.

Seu olhar me encara e dentro deles eu só vejo dor, a mesma presente nos da minha
menina. E é aí que eu entendo:

O amor deles é recíproco e não foi só ela que se machucou.

CAPÍTULO 14
GH

Meu nariz dói pra caralho por causa da cabeçada que eu levei enquanto tentava imobilizar o
Ben pra impedir que esse filho da puta se matasse mas, contudo, não dói mais do que ouvir
ele pedir:

"Me mata, GH... Tá doendo pra caralho, irmão...

Pô, eu até queria ter peito pra fazer mas eu não tenho. Tive nem pra ficar longe dessa
desgraça depois da nossa discussão essa madrugada.

Fiz foi botar na cabeça que era a droga que aquela prostituta tinha dado pra ele que tava
fazendo meu irmão agir daquele jeito e vim pra conversar com ele. Na cara dura mermo,
como se nada tivesse acontecido.

Felizmente pra mim e in pra ele, quando eu entrei na sala peguei o fodido com a mão
trêmula levando a arma pra boca, pô, eu nem pensei antes de me jogar encima dele.

Nessa, a arma disparou, a gente saiu no soco e agora estamos aqui.

Os dois no chão, eu imobilizando ele que não faz nada a não ser encarar a preta que
segura a sua mão e me olha visivelmente puta.

E eu nem conheço essa maluca, mas a feição do rosto não me é estranha.

Já vi ela antes, só não lembro onde.

Nauan - Eu acho que tú já pode soltar ele, pô. - ergo meu olhar pro sub - Com a Afrodite
aqui, ele vai ficar de boa.

Na moral, consigo nem controlar o sorriso ao ouvir o nome. Sabia que conhecia ela de
algum lugar.
Minha futura sogra, pô.

-- Deusa do amor... - ela me olha de rabo de olho, putassa das idéia, se esse olhar pudesse
matar eu nem vivo estava mais.

Afrodite - Pra você é Afrodite, dá licença. - depois da patada, ela usa sua outra mão e toca
meu braço, praticamente me forçando a soltar o pescoço do Ben que em momento algum
eu apertei, só deixei imobilizado pra ele não tentar se machucar mermo. - Vem, Nick. Vamos
conversar.

Eu libero seus braços e observo ela ajudá-lo a ficar em pé, ir com ele até a cama de solteiro
que tem no canto da parede e sentar esperando que ele faça o mesmo.

E ele faz. Tá parecendo até outro Ben e não o com comportamento suicida de agora a
pouco.

Ao ver isso eu levanto também, pego minha glock que na hora da confusão foi parar no
chão e guardo na cintura ao caminhar rumo a porta, pronto pra sair da sala quando a voz da
Afrodite me faz parar.

Afrodite - Fica, GH. Vamos conversar nós três porque isso também envolve você.

-- Isso o quê? - me viro pros dois sentados na cama - Seja mais direta, eu gosto disso. -
aceno pra que ela fale e a mandada bufa de tão irritada que está.

Nauan - Bom... - ele bate as mãos e esfrega uma na outra - Eu vou fazer o meu. Depois que
eu descobrir quem mandou aquele vídeo pra senhora, madrinha, eu volto pra gente ir lá
cobrar o desgraçado.

Ben - Que vídeo? - ele arregala os olhos como se tentasse recobrar a lucidez com o ato e
olha da Afrodite pro Nauan que a princípio, ficam calados - Fala porra, que vídeo?

Afrodite - O de vocês dois numa cama com a minha filha. - ela aponta pra ele e depois pra
mim - Quer que eu seja mais direta, GH? - sem acreditar no que ela diz, eu aceno em
concordância - Você batendo punheta enquanto olhava o Ben e a Helena transando.

Na moral, fico tão nervoso que engasgo com a própria saliva.

-- É o capeta mermo! - tusso sem conseguir parar e pelo canto do olho vejo o Nauan sair da
sala rindo.

Esse pau no cú.

Ben - Caralho... - ele deita na cama e cobre o rosto com as duas mãos - Aquela filha da
puta vazou o vídeo da minha menina.

Vazou o vídeo? Puta que pariu.


-- Quem? - pergunto depois de me recompor, sua atitude me fazendo achar que o fato
desse vídeo existir tem ligação com o que ele acabou de tentar - Dá todo o papo desse
caralho porque eu não tô entendendo legal não. - sentindo minhas pernas perderem um
pouco das forças eu caminho até a mesa de escritório e me encosto nela, tentando manter
meu nervosismo dentro de mim.

Ben - Fizeram um vídeo da gente lá. - começa - A Raika fez... - ele senta ereto sobre a
cama e me encara antes de começar a contar tudo, desde a chantagem até o momento que
ele decidiu se drogar pra ter coragem de acabar com a própria vida porque ele ama a
Helena e a morte pareceu melhor que ficar sem ela.

Afrodite - Seu idiota! - ela dá um tapão na cabeça do outro - Você acha que a Helena ia ficar
como se o GH não tivesse te impedido? Hum?

Ben - Caralho, sua atribulada, tua mão é pesada. - ele alisa o local da pancada e respira
fundo antes de voltar a falar - Nem pensei na hora, tá ligada? Só queria acabar com essa
dor aqui. - aponta pro próprio peito.

Fumando o baseado de gosto estranho que eu peguei na mesa atrás de mim eu estava,
fumando eu fiquei.

Minha cabeça sem parar por um segundo trabalhando na melhor maneira de executar
qualquer pessoa que tenha esse tal vídeo pra que ele nunca vaze.

Sei que essas parada acabam com a vida da mulher e enquanto o homem sai como o
bonzão, elas ficam conhecidas como putas e todos os piores adjetivos possíveis.

E eu não quero isso pra minha moreninha.

Ben - GH! - pisco, parando de pensar, e o encaro confuso - Tô te chamando a mó cota,


irmão. Tá pensando no que?

Faço todo o processo de puxar, prender e soltar a fumaça do baseado lentamente para só
então responder:

-- Em como salvar a honra da nossa menina. Eu meti a gente nessa, eu vou tirar. - falo sem
me importar com o olhar feio da minha futura sogra na minha direção.

Vou conquistar ela também, vai me chamar de meu genro e tudo mais. Bota fé?

Dou um último trago e coloco a ponta no cinzeiro sobre a mesa ainda olhando pra preta
toda marrenta que abre a bolsa quando seu celular começa a tocar.

Coincidentemente, o meu também começa e desviando minha atenção pra ele eu o tiro de
dentro do bolso da calça.
Por causa do cargo que eu ocupo no CV eu praticamente sou escravo do meu iPhone.
Qualquer simples vibrar eu já tenho que olhar porque sempre pode ser um fornecedor de
armas, drogas e todo o caralho que eu sou designado a comprar mais "barato" pra repassar
pros chefes fechados com a gente.

-- Porra! Lá se foi outro celular. - resmungo depois de olhar pra tela do meu aparelho e ver
ela toda trincada, deve ter quebrado enquanto eu rolava no chão com o Ben.

Desbloqueio sem dar muita idéia pras rachaduras e vou na mensagem de um dos meus que
eu coloquei pra ficar no encalço da Helena.

Posso tá sendo superprotetor e até meio doentio nessa parte? Posso. Mas depois de ver a
facilidade em que a garota se mete em encrenca, tudo que eu puder fazer pra impedir que
ela se machuque em uma dessas, eu vou.

Japão - Tua faixa rosa acabou de chegar na praia, chefe.


- kkkkk
- Vi de longe a cacheada fugir pela janela do quarto e segui ela até aqui.
- Botei foi fé na pedaço de gente.

-- Não perde ela de vista e qualquer coisa, me liga.


-- Dependendo do que for, eu vou atrás.

Ele responde com um joinha e guardando meu aparelho eu volto minha atenção pra minha
futura sogra que já está de pé, pronta pra sair.

Seu olhar preocupado deixando bem claro que ela já sabe da fuga da sua filha.

Afrodite - Você pode ficar de olho nele, GH? Estou com medo de ir e ele tentar de novo.

Ben - Eu vou ficar de boa, Di. Vai tranquila.

Ela cruza os braços ignorando a fala do outro e foca só em mim, esperando por minha
resposta.

-- Pode ir despreocupada, pô. Vou ficar cuidando dele.

Depois da minha resposta ela se despede - só dele - e sai nos deixando a sós.

Ben - Quando sair, tú apaga a lâmpada que eu vou dormir aqui mermo. - ele se ajeita ao
deitar na cama e cobre o olhos com o braço, ficando calado, na dele.

Alá, tá achando que eu vou deixar ele sozinho. Vou porra nenhuma.

Em silêncio, eu caminho até o interruptor e aperto fazendo com que a luz do cômodo se
apague deixando a gente num breu do caralho, fazendo uma idéia de onde está a cama eu
vou até ela.
-- Afasta pra lá, maluco. - sento na beirada e tiro minha glock da cintura colocando a arma
embaixo da cama.

Ben - Tá fazendo o quê? - ele rir enquanto se arrasta pro canto da parede.

-- Cuidando do meu sócio, pô. - ele resmunga quando eu deito tomando boa parte da cama
- Não reclama não, filho da puta. Tá achando que vai tentar se matar e eu vou deixar tú
sozinho pra tentar denovo? Vou é porra. Nois é irmão e enquanto eu não morrer, tú também
não vai.

Ben - Tú me ama, fala aí. - sinto um cutucão na lateral do meu braço - Tô começando a
achar que o teu lance é comigo e não com a bonequinha, ó! - percebo seu tom soar triste
com a menção da nossa menina.

É, nossa menina. Porque por mais que o meu lado possessivo queira ela só pra mim, eu
entendi que a garota nunca vai ser 100% minha. O coração dela pertence ao Ben e tá tudo
bem.

E melhor ter ela pela metade do que não ter. A parada agora é só conquistar essa tal
metade.

-- Irmão? - chamo ao ouvir o seu fungar e ele resmunga um "hum" - Fica tranquilo. Essa
porra vai acabar amanhã, bota fé?

Ben - Tú não ouviu nada do que eu falei né? Sobre a chantagem?

-- Ouvi tudo, pô, e é por isso que amanhã cedinho eu vou atrás do hacker da facção. O
mano é um dos melhores do Rio e eu sei que apagar esse vídeo da face da terra vai ser
fichinha pra ele.

Ben - Tomara que seja mermo. Não vejo a hora de me ver livre daquelas desgraçadas. Na
moral, vou sentir tanto prazer em matar ela e a mãe dela que é capaz de ficar com o pau
duro na hora.

-- Filho da puta! - sou obrigado a rir dessa e com isso a gente engata numa conversa que
dura a noite toda porque o arrombado não conseguia dormir e também não me deixava.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Ben - Espera aí que eu vou contigo. - olho pra trás vendo ele andar lentamente na minha
direção.

O mano tá destruído. Olheiras fundas e cara de derrotado mermo.

Parecendo um morto vivo.

-- Tú vai é dormir desgraça. Olha a tua situação.


Nauan - Qual foi? O sujo falando do mal lavado aí. - ele entra na boca com uma latinha de
energético na mão e eu franzo o cenho, não é nem 5:00 horas da manhã - Não fala nada
que eu tô ligado no 220 agora. Passei a noite acordado.

Ben - Por que quis, né não? - ele faz um toque com o cabeça chata.

Nauan - Nada. Fui resolver o problema de vocês, pô. - me interesso pelo assunto e encosto
na parede alí do lado só pra prestar atenção nele - Consegui criar um vírus que vai danificar
todos os vídeos do celular em que ele estiver. Eu só preciso que esteja conectado na
mesma rede wifi que eu.

Ben - A mandada e a desgraçada da mãe dela estão lá em casa, tú já tem a senha é só ir lá


e fazer.

Penso por um momento e por fim, falo:

-- Talvez isso não seja o suficiente. - os dois me olham sem entender - A gente não sabe se
elas passaram esse vídeo pra outras pessoas. - explico querendo que eles entendam onde
eu quero chegar.

Ben - Vamo fazer o que então?

Porra, ele tá tão desesperado que não consegue nem pensar direito.

Nauan - Soltar o vírus na Caliente! - bingo, o cabeça chata entendeu - Hoje é a festa à
fantasia, chefe. Vai tá geral lá, de mamando a caducando - ele sorrir levando a latinha pra
sua boca e depois de dar um gole, finaliza com um sorriso presunçoso no rosto - Parece
que eu vou danificar algumas dezenas de celulares.

CAPÍTULO 15
HELENA

A conversa com a minha mãe não foi tão ruim como eu achei que seria, foi vergonhoso e
constrangedor mas ruim, não foi.

Em contrapartida, o esporro que eu levei por fugir pra praia depois que a minha avó veio
buscar meu irmão que eu não sei por que cargas d'águas minha mãe deixou sobre os meus
cuidados, esse sim foi ruim.

Me senti uma irresponsável que não se importa com o mal que a minha atitude poderia
causar a ela e a todos que me amam, mesmo sabendo que eu só fui pra praia porque
precisava espairecer longe de todo mundo que eu conheço.
Aquele lance de repor as energias boas e deixar que a água salgada levasse as ruins.

Bom, a água quase levou foi a minha vida e se não fosse um homem de olhos puxados que
passava na hora eu acho que nem viva eu estava mais. Ele me tirou do mar e me trouxe pra
casa, sã e salva.

Suspiro fundo ao lembrar disso e ainda sem jeito encaro a preta de olhos azuis em pé a
minha frente.

-- Foi sem querer, tá legal. - digo pela enésima vez, ela acabou de chegar pra fazer o que
faz de melhor, me dar bronca - Eu lá ia saber que a onda ia me arrastar pra parte funda?

Jade - Uma onda! Como não ia te arrastar? Olha o teu tamanho. - encaro ela, começou o
bullying - Tú não sabe nadar, Leninha, tinha nada que ir pra lá. - suspira e me puxa pra um
abraço.

Acho que percebeu que eu não estou apta pra receber mais do que meus pais e meus
irmãos me deram.

-- Eu sei nadar sim. - ela me olha de cima por ser mais alta que eu, duvidando -
Cachorrinho.

Jade - Para de falar, por favor. - ela sorrir fraco e me aperta no abraço - Quero nem pensar
no que teria acontecido se aquele gostoso não tivesse te salvado.

- Bom saber que tú acha ele gostoso, Jade. - me assusto com a voz do meu tio - Acho que
acabei de ver esse tal "gostoso" alí embaixo conversando com teu namorado.

Qual deles? - quase pergunto.

Jade - Tenho namorado nenhum, pai. - ela me solta e vai até o Leonaro que por tê-la criado
como filha também foi considerado pai, o abraçando - Decidi que vou virar sapatão, colar
uns velcro por aí.

Gam - Aí dentro! - ele gargalha - Sai daí sua pecadora. Vai cometer incesto, vai.

-- Então o senhor sabe? - ele solta ela e vem até mim, me envolvendo nos seus braços
levementes musculosos - Bença, tio.

Gam - Peguei no flagra, fiote. Teve nem como eles negar. - ele beija minha testa - Deus
abençoe. Tá derrotada, hein. Isso é o que? Macho que te deixou assim?

Yara - Não fala que é macho que eu vou dar na sua cara e se falar, diga pelo menos que é
bonito porque sofrer por feio ninguém merece. - fecho meus olhos com força quando ouço
ela gritar do corredor.

Lá vem a ladra de cremes.


Russo - Que mané macho. Tá achando que minha filha tem porte pra ficar sofrendo por
homem? - se o senhor soubesse, penso ao ver os dois aparecerem na porta do meu quarto,
um atrás do outro - Descola da minha filha, seu fodido.

Gam - Já foi, fiote, é minha. - dou risada, ele pegou essa mania de falar fiote com o Gabriel,
meu irmão parou mas ele não.

Meu pai rir nervoso dando aquele olhar assassino pro meu tio que como é medroso já se
afasta.

Ainda não sei porque ele tem tanto medo do meu pai, seu Russo nunca triscou nem um
dedo nele pra ele agir assim.

Bom, eu acho né, vai saber. Eles nunca falam do passado deles, é um assunto proibido aqui
em casa.

Rapp - Reunião no quarto da dona encrenca? - passo as mãos nos cabelos sentindo a
maciez da hidratação que fiz com os produtos pós-praia que eu ganhei e os jogo pras
costas ao ver meu irmão aparecer sendo seguido pelo meu amigo - Ah, esqueci. Ela tá de
castigo. - debocha ao lembrar desse pequeno detalhe, esse idiota - Tá entregue, resto de
aborto.

Pequeno - Na moral, faz eu te encher de soco não.

Rapp - Alá, ele tá revoltado - ele dá um pescotapa no meu pretinho que respira fundo pra
não revidar - Fica mec, irmão, porque se revoltar é pior .

-- Para com isso, Gabriel. Depois eu pego pra descontar em tú, cê fica pedindo arrego. - vou
até meu amigo e puxo ele pra mim - Né, meu pretinho - abraço meu nego dando um cheiro
no seu peitoral - Tá cheiroso, coração.

Pequeno - Helena, caralho! Teu pai vai me matar, perturbada. - me afasto dele ao ouvir isso
e vejo meu coroa massageando as têmporas com força, quase afundando a área pra
dentro.

Russo - Vou te matar não, Pequeno. Fica suave. - ele vai saindo - No máximo vai ser um
tiro na testa. Deus decide se tú morre ou não.

Dou risada ao ver o pequeno ficar pálido.

-- Ele tá brincando, coração. - eu acho.

Rapp - Aí, pai! - ele chama meu tio que olha todo bobo pra ele - Bora alí pra nois trocar
umas idéias. Eu, tú e o titular.
Gam - Me chama de pai denovo que nois vai até pra China filhão - ele fala ao sair atrás do
meu irmão que nessa bagunça toda de familia tradicional brasileira que nós somos também
é seu filho biológico.

É difícil de entender? Não é. Pelo menos eu e meus irmãos entendemos bem quando
nossos pais nos falaram, nós tínhamos oito anos na época e levamos numa boa porque o
tio Gam já fazia parte da nossa família mesmo. Dava em nada.

Yara - Gabriel quer alguma coisa chamando o Leonaro de pai. Ele só chama quando quer
fazer merda e precisa de um cúmplice - ela diz de algum lugar e rodando meu olhar pelo
quarto vejo a ladra saindo do meu banheiro com um kit de cremes na mão, eu sabia que ela
tinha vindo pra isso - Vou pegar pra mim e tú vai ficar calada. - ela abre uma das
embalagens e cheira - Ai que perfeito. Vou ficar com cheirinho de paty.

Pequeno - Cheiro de Helena. - sinto ele me abraçar por trás e apoiar seu queixo encima da
minha cabeça - Que não deixa de ser uma Paty, mas uma da quebrada com complexo de
herói.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Depois que a minha tia vai embora, ficamos nós três no quarto o dia todo. Pequeno e Jade
assistindo filme no meu notebook e eu revisando uma matéria da faculdade porque além de
sofrer por macho eu também sofro com a matéria de anatomia.

Um sofrimento maior que o outro.

Ajeito minha postura sobre minha cadeira da escrivaninha e respiro fundo olhando pros dois
abraçados sobre a cama, queria, desviando pra porta aberta que é onde eu vejo meu irmão
do meio encarando meu amigo.

Ele não assume mas também não deixa outro assumir.

É foda.

-- Quer alguma coisa, Dante? - mordo a borracha do meu lápis enquanto pisco inocente pra
ele.

White - Não. - ele ajeita a postura - Vim só vê se tú quer alguma parada pra comer - ele
disfarça, se forçando a olhar pra mim - Quer não?

-- Quero não, obrigada. - sorrio falsa pra ele que depois do flagra sai resmungando os
xingamentos em russo que ele aprendeu com nosso pai.

Pequeno - Acho que eu vou colar lá no meu barraco antes que ele volte. - coloco o lápis
com a borracha toda mordida no meu estojo e olho pra ele levantando da cama - Preciso ir
me ajeitar pra ir pra Caliente também. Dj Guuga, pai. Perco por nada.
Arregalo meus olhos quando ele tampa a boca como se tivesse falado demais.

-- Cê tá brincando? - pergunto sem acreditar, minhas mãos começando a tremer.

É o dj Guuga, eu sou apaixonada por aquele homem, pelas músicas dele que me fazem
esquecer de tudo enquanto eu me acabo de dançar.

Jade - Aí, seu boca aberta! - ela fecha o notebook e levanta prendendo os cachos, indo pro
banheiro - Sai dessa agora.

Pequeno - Lena, cê tá de castigo. - umedeço meus lábios desviando meu olhar do dele - Eu
sei que cê ama aquele feio mas você ouviu o que a tua mãe falou, não ouviu?

Se você aprontar mais uma eu vou fazer questão de levar você pra Noruega quando eu e
seu pai formos nos mudar pra lá.

A frase dita por minha mãe enquanto ela e meu pai me davam um esporro surge na minha
mente como um lembrete.

Que eu ignoro.

-- É só essa vez, juro. - me volto pra ele - Eu vou, me acabo de dançar e depois volto pra
casa e pra minha linda cama como se nada tivesse acontecido. Meus pais nem vão
perceber.

Jade - Perceber o quê, Helena? - ela sai do banheiro balançando as mãos molhadas e eu
repito o que acabei de falar - Helena...

-- Helena, nada. Confia na mãe aqui que é só sucesso. Ninguém vai me pegar nessa não.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Russo - Tá de robe porquê, bonequinha ? - olho por cima do ombro pra trás e vejo ele
encostado no batente da porta, fecho o tecido de cetim ao meu redor e saio da janela que
eu estava olhando as pessoas fantasiadas subirem pra Caliente, indo até ele.

-- Eu tô de pijama e como vocês falaram pra mim não fechar a porta eu acho que vou dormir
com ele pra impedir que o Nauan veja minha bunda de fora quando passar pro quarto de
visitas. - faço um biquinho.

Quem vê até pensa que não fui eu quem pediu pro meu primo vim dormir aqui pra mim
jogar essa desculpa no peito do meu pai que é mais manipulável que a minha mãe.

Russo - Hum... - ele olha por cima da minha cabeça na direção da janela aberta - Vai
dormir, já?
-- Vou tentar... - ergo minha mão e coloco na boca ao fingir bocejar - E acho que vou
conseguir, hein.

Russo - Jade não vai vim dormir contigo hoje?

Balanço minha cabeça em negativa sem querer entrar no assunto da minha prima que foi
embora chateada e disse que dessa vez não vai ir comigo porque isso tem tudo pra dar
errado.

Como se das outras vezes que a gente fez uma merda juntas não tenha dado.

Russo - Tá beleza - ele volta a olhar pra mim, nos meus olhos pra tentar me intimidar.

-- Se o senhor quiser eu deixo a porta aberta, não tem problemas. - sustento seu olhar.

Russo - Não. - ele desvia e dá dois tapinhas na madeira - Fecha essa porra porque eu não
quero aquele cabeçudo olhando pra tua bunda não. Sei nem o que eu faria se pegasse ele
fazendo isso.

Quase dou um pulinho de felicidade mas mantenho a postura e só confirmo brevemente.

-- Tudo bem, papai. - falo quando ele se abaixa me dando um beijo terno na testa.

Russo - Dorme bem, bonequinha. - diz e se vai. Acompanho até que o loiro de algumas
mexas brancas na cabeça entra na sua suíte e só então fecho a minha porta.

Passo a chave e vou pra minha cama, faço aquela paradinha de colocar os travesseiros
embaixo do cobertor para se parecer comigo e me afasto pra apreciar meu trabalho.

Perfeito!

Tiro meu robe e termino de me arrumar rapidinho antes de meter o pé pela minha janela,
um costume que eu peguei depois ver o Gabriel fazendo o mesmo.

Pequeno - Bora logo, mandada. - coloco os saltos altos no chão e calço olhando pra ele que
está vigiando a entrada do beco em que eu estou.

-- Calma aí. - jogo meus longos cachos pras costas ao ajeitar minha postura e ando na sua
direção como a boa gostosa que eu estou me sentindo dentro da fantasia de coelhinha sexy
que eu optei por usar.

Uma meia calça arrastão por baixo do body preto de encaixe perfeito na minha cintura fina e
decote médio que deixa o vão dos meus seios a mostra, um pompom branco na altura do
cóccix que chama atenção pra minha bunda grande e uma máscara com orelhinhas que
cobre a maior parte do meu rosto para que ninguém me reconheça.

Enfim, gostosa de cem maneiras diferentes.


Estava precisando me sentir assim pra entender que eu não preciso sofrer por homem
nenhum.

Como diz meu pai: eu não tenho porte pra sofrer por homem.

Tenho pra fazer eles sofrerem.

Pequeno - Tá pronta pra matar um hoje, hein. - sorrio dando um selinho nele, deixando sua
boca manchada com o batom vermelho presente nos meus lábios - Tem pião que vai chorar
e graças as Deus não vai ser eu.

Caminhamos juntos pro carro do seu pai estacionado do outro lado da rua e ele abre a porta
de trás pra mim entrar, me fazendo ter a visão da minha preta sentada alí vestida num trage
igual ao meu com um acréscimo de uma saia tule.

-- Ai, meu Deus! - dou um gritinho de felicidade ao ver ela toda linda bebendo uísque barato
no gargalo.

Jade - Não fala nada da procedência duvidosa do meu uísque, eu sei que você quer falar...

-- Eu não vou, juro! - interrompo ao entrar e abraço ela, dando vários beijos no seu rosto
porque sei que ela só bebe e fala demais quando está nervosa - Obrigada por vim.

Jade - Se eu souber antes, eu nunca vou deixar você fazer merda sozinha. Tú sabe disso,
minha alma gêmea. - ela me oferece a garrafa que eu pego sem cerimônia e bebo.

Sentindo o líquido descer esquentando tudo por dentro.

Pequeno - Só lembrando que se vocês forem pegas, vocês nunca me viram e eu nunca
levei vocês pra lugar nenhum. - ele fecha a minha porta e entra ligando o carro.

- Nunca! - falamos juntas e sorrimos, eu sentindo um leve frio na barriga por mais uma vez
está indo fazer algo proibido.

O que é deliciosamente bom ao meu vê e sentir.

CAPÍTULO 16
BEN

-- Esqueceu que é uma festa à fantasia. Cadê a tua? - pergunto depois de fazer um toque
com o cara que acaba de descer do seu carro.
O maluco está vestido normal. Tênis, calça jeans escura, uma camiseta branca e uma
jaqueta marrom por cima. Única coisa de diferente é um arco de princesa na cabeça que ele
acaba de apontar com o indicador.

GH - Eu sou um príncipe, se ligou não? - ergo minha mão com o copo cheio de uísque puro
e bebo ainda olhando pra ele - E tú é o quê? O diabo ou a mulher dele? Tá de saia, viado.

Engulo o líquido e fecho minha cara pra esse fodido.

-- Vamo entrar, Nauan tá esperando a gente. - mudo de assunto, seguindo pra sala em que
o meu sub está fazendo a parada de hacker dele.

Tudo pra não falar que o fato de eu estar usando uma saia tem haver com mais umas das
chantagens da Raika que me obrigou a usar essa porra pra combinar com a dela.

Fosse por mim eu estava de bermuda, a fantasia ia ser a mesma de diabo porque minha
intenção hoje é mandar aquela desgraçada junto da mãe dela pro inferno mermo por toda a
raiva e horas longe da minha menina que elas tão me fazendo ficar.

Pô, tô a quase 40 horas sem falar e ter notícias da Helena, Afrodite achou melhor ser assim
enquanto a gente não resolver essa parada toda e eu acatei numa boa.

Ela mãe, sabe o que é melhor pra filha dela.

Nauan - Tá tudo pronto já e em alguns aparelhos o vírus já fez o trabalho dele. - ele não
desvia o olhar do notebook no seu colo por um segundo - Agora é só esperar ter um total de
99% de aparelhos danificados pra poder comemorar e começar a derramar sangue de
prostituta por aí.

Sorrio com sua fala e levo meu copo pra boca, bebendo e olhando pro cara com uma
fantasia de pirata sentado sobre a cama do quarto vip.

Ele está desde as dez que foi a hora que chegamos aqui, no quarto que agora não é mais
público como antigamente. Agora ele é reservado só pro Russo e pra Afrodite que foi quem
emprestou a chave para que o Nauan pudesse ficar aqui fazendo as parada dele.

GH - Então eu acho bom a gente descer e esperar lá embaixo antes que a tua mulher
venha atrás de tú, né não, diabinha? - debocha ao me olhar.

-- Vai se foder, pô. Tá chei das gracinha hoje, tô te entendendo legal não. - fico serin vendo
ele e o Nauan rindo de mim - Arrombados.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

GH - Tua sogra não tem vergonha, não? - olho na direção que ele está olhando e vejo a
puta lá com a fantasia de anjinho com o bucho no pé da guela descendo até o chão com a
filha mais velha, um sutiã que tampa mal o bico dos peitão dela e uma saia de tule
transparente sem nem um forro por baixo.

Mostrando tudo, parada feia pra caralho.

-- Ela não é minha sogra. - falo alto por causa do som que ecoa pelo espaço - E como dizia
a minha vó: Puta lá tem vergonha de alguma coisa? - volto meu olhar pra ele que traga seu
baseado e me oferece em seguida sem tirar os olhos de lá.

Pego da sua mão e dou uma puxada ficando todo largado no sofá, estamos em um dos dez
que tem espalhados ao redor da grande pista de dança.

Como castigo, um vento vindo do inferno entra por baixo da minha saia e faz ela voar pra
cima, deixando minha cueca vermelha da lacoste a mostra.

-- É o caralho mermo! - passo a mão e prendo o tecido cheio de buraquinho no meio das
minhas pernas que eu fecho ao perceber o olhar de duas mulheres vestidas de coelhinhas
no sofá do outro lado do salão olhando pra cá.

Pô, tão hipnotizada no pai aqui.

Decido encarar também, tenho nada pra fazer mermo.

A mais baixinha delas levanta com o copão na mão e vira de costas pra cá ao se abaixar no
meio das pernas da outra que fica sentada. A iluminação de led deixa ela gostosa pra
caralho a distância e sem controlar eu desço meu olhar por suas costas cobertas por um
longo cabelo cacheado que me deixa meio assim quando a impressão de conhecer ela me
domina.

Não pode ser, pode?

-- Irmão... Acho que a brisa bateu forte aqui. - solto a fumaça enquanto falo pro GH que
dando um risinho se vira pra mim - Tô vendo a Helena alí, pô.

GH - Aonde? - me olha curioso e eu aponto com a cabeça na direção, me virando


novamente quando minha visão é tampada pelo cão.

Raika - Tá fazendo o quê, amor? - subo meu olhar lentamente até o seu, o ódio queimando
nos meus - Pensei que tinha sido bem clara sobre o que aconteceria se você ao menos
pensar na hipótese de me trair.

-- Na moral, - levanto ficando na sua frente e ergo a mão do baseado passando no seu
rosto, a ponta com a brasa quase tocando a sua pele - Não abusa nesse caralho porque... -
travo meu maxilar pra impedir que eu fale demais, ainda não é a hora.

Raika - Ben, por favor... - ela olha assustada pra brasa quase tocando seus cílios falsos.
-- É o quê, filha da puta. Tú não é corajosa o suficiente pra chantagear bandido? - pergunto,
puto mermo - Tem que ser também pra sustentar a porra da gracinha, amor. - debocho ao
empurrar sua cabeça pra trás - Vaza daqui, vagabunda - faço gesto com a cabeça e quando
ela sai pro lado da piranha da mãe dela eu volto meu olhar pra coelhinha.

Percebendo só agora que nenhuma das duas estão mais lá.

GH - Acho que não era ela não, irmão. - me viro pra ele que faz gesto dispensando mais
algumas putas quando elas cogitam vim pro nosso lado.

Era sim.

-- Também acho. - ignoro a voz da minha mente que discorda dele e sento novamente,
voltando com o baseado pra boca.

Vou fumar essa porra até o fim agora, só de raiva.

GH - Vou alí tirar a água do joelho. - avisa ao levantar - Se comporta, diabinha! - finjo que
nem ouvi e expulso ele com a mão.

Acompanho com o olhar quando se afasta e ao passar pela pista de dança para por um
momento só pra cumprimentar com beijo no rosto duas mulheres alí no meio, uma delas
vestida de mulher gato e a outra que entrega algo que ele guarda no bolso me parecendo
uma policial, a corajosa.

GH logo se afasta delas e segue pro andar de cima que é onde fica o meu quarto, suite 14.

- Aí! - me viro na direção que vem a voz masculina acompanhada de um cutucão no meu
braço esquerdo e vejo o muleque do Sabiá com a boca toda borrada de batom vermelho,
tava se acabando na boca de alguém, certeza.

-- Dá teu papo, cara da Adriana. - troco o baseado de mão e faço um toque com ele que
sorrir com a simples menção da mãe dele.

A mulher era gente boa pra caralho, infelizmente morreu no parto dele depois de levar uma
surra da ex do pai dele.

Falar pra tú, só vou sentir mais prazer em matar alguém igual eu senti ao matar aquela
maluca na hora que eu tiver mandando a Raika e a mãe dela que eu devia ter matado a
muitos anos atrás pro inferno.

Pequeno - Nauan mandou te avisar que o bagulho tá feito. - sorrio sabendo do que ele tá
falando e me levanto pra ir fazer o meu quando algo que ele diz me faz parar - Vai ter que
conquistar ela denovo, irmão. - me viro pra ele, acenando para que continue - Helena está...

Ele para de falar e ergue seu olhar pra algo atrás de mim, na curiosidade eu me viro na
direção também e vejo uma confusão se formar próximo ao bar que é onde tem dois pole
dance encima do balcão de mármore.
Pequeno - Eu ainda falei que ia dar merda ela ir dançar lá.

Ela?

White - Segura essas mandadas aí! - daqui eu vejo ele gritando e apontando pra frente.

Sigo a olho seu gesto e só então vejo a coelhinha cacheada parando no pé da escada pra
tirar seus saltos dos pés, ela se vira por menos de trinta segundos na minha direção e o
simples gesto faz cada pelo do meu corpo arrepiar ao ver perfeitamente seu rosto.

Não é qualquer coelhinha, é a minha.

CAPÍTULO 17
HELENA

Eu já chego pique Opala na Caliente, bebendo demais e indo pro bar esperar o meu amigo
fazer a minha batida bomba como ele chama.

Uma coisa leve feita com corote sabor morango, whisky do bom e conhaque.

Pequeno - Isso é um veneno! - diz ao despejar a batida num copo de 500 ml, me
entregando em seguida - Vai com calma, ouviu? - aceno e pego o copo dando o primeiro
gole - Você quer, Dinha?

Jade - Eu já estou bêbada, amigo. Obrigada. - ela dar risada e quando puxa o ar ronca igual
porquinho.

Não tem nem como controlar e a gente rir disso, é muito engraçado.

Pequeno - Linda, gostosa e sensata. Tinha que ter algum defeito. - ele pisca pra Jade que
se faz de doida e olha pro outro lado, disfarçando - Vou alí meu mano, curtir a folga com
minhas garotas! - se despede do bar man e vem nos abraçando pelos ombros.

Caminhamos juntos pela galera e por causa de um esbarrão, Pequeno fica pra trás pra
ajudar a menina com fantasia de policial enquanto eu e a Jade que começou a ficar tonta
vamos nos sentar em um dos sofás no canto do salão.

Jade - Amiga... - tiro meu olhar do líquido dentro do copo que eu tentava beber em tempo
recorde e levo pra ela que mantém o seu em algo do outro lado do salão.

-- O que é, coração? - sinto um frio enorme na minha barriga ao acompanhar seu olhar e
ver eles do outro lado.
Por estarmos num canto mais afastados da pista de dança, quase não tem gente
atrapalhando minha visão e as poucas que fazem isso eu ignoro quando começo a encarar
o Ben e o GH que olham fielmente pra pista, sem notar meu olhar neles.

É até pecado admitir, mas os dois juntos são uma visão e tanto.

Não sei se é o álcool presente no meu corpo ou se é a minha safadeza que é demais, o que
eu sei é que por alguns segundos eu me imagino novamente com os dois numa cama.
Sendo empalada por ambos ao mesmo tempo.

Aquele lance de dupla penetração que segundo a minha prima depois de te levar pro
inferno, te leva ao céu de tão gostoso que é.

Ai, fico até com calor, principalmente quando vejo o volume na cueca do Ben quando sua
saia sobe me dando esse privilégio.

Juro, o homem mole marca presença, duro então... É maravilhoso!

Jade - Ai meu Deus, ele tá olhando pra cá. Para de encarar, Lena. - ouço sua voz e volto a
mim, me punindo mentalmente por ainda ficar pensando no Benício.

O cara está casado, fez o que fez comigo e eu igual uma prostituta sem amor próprio
querendo dar pra ele de novo.

Nam, tenho que criar é vergonha na minha cara.

-- Eu parei. - por fim, falo - Vamos dançar? - levanto, e ao sentir uma tontura repentina me
abaixo na sua frente - Caralho...

Jade - Olha a boca! - recebo um tapa razoavelmente forte nos lábios que me faz sentir
tesão ao invés de dor e sem controlar eu mordo meus lábios olhando pros seus - Tá com
tesão, né safada?

-- É tão evidente? - levo o copo pra minha boca, tirando só depois de beber todo o líquido
que desce me aquecendo por dentro.

Jade - Não. Mas é que eu te conheço sua masoca! - ela sorrir mas logo fica séria ao
encarar o outro lado, no automático faço o mesmo e o que eu vejo me faz querer chutar o
balde de vez.

Ben está na frente de uma diabinha que por ver dançando na pista eu sei que se trata da
Raika, a posição que os dois se encontram não deixa dúvidas que estão se beijando.

Aaaa, e eu pensando em dar pra ele.

Sorrio amargamente com meu próprio surto interno e desvio meu olhar pro seu amigo que
se mantém sério encarando a cena, percebendo meu olhar nele, o moreno retribui.
GH não sorrir e me encara numa intensidade fodida que faz as minhas pernas ficarem
bambas.

Aí pai, me ajuda.

-- Vamos sair daqui! - me forço a levantar e saio com minha prima rumo ao bar.

Preciso beber e dançar porque se eu for dar idéia pro que a minha mente e o meu tesão
querem fazer, hoje eu esfrego minha buceta na cara do GH.

Jade - Pensei que estava de folga. - ela diz em tom enciumado pro nosso amigo que acaba
de entregar uma bebida pra mesma menina que ele esbarrou momentos atrás.

A garota moreninha de olhos claros sorrir pra gente e se vai, dançando no ritmo do som
mixado que o dj - que não é o meu Guuga - faz.

Guuga só chega as três da manhã, foi o que meu amigo disse.

Pequeno - Pegar na minha mão e assumir, ninguém quer. - ele joga me fazendo rir - Quer o
quê, coração? - pergunta pra mim - Tô ajudando meu mano aqui porque hoje o movimento
tá foda.

-- Encher porque acabou. - entrego meu copo vazio pra ele - E eu quero que me ajude a
subir também, quero dançar no pole dance - bato no mármore do balcão que é onde fica o
pole e ele balança a cabeça, discordando - Iiii, pedi ajuda e não permissão.

Pequeno - Isso vai dar merda, Lena... - sentindo o efeito do álcool que me deixa mais
soltinha eu coloco o indicador nos lábios pedindo silêncio e deslizo minha língua nele
fazendo cara de safada pro meu amigo que engole em seco antes de falar: - Caralho, vem
logo aqui mandada. - sorrio passando pro lado de dentro e ele me ajuda a subir - Vou alí ver
o que o Nauan quer e já volto pra ficar de olho em tú. - diz ao me entregar meu copo já
cheio.

Faço um joinha levando o objeto pra boca, bebo até sentir meu corpo entrar em erupção e
quando isso acontece eu entrego o restante pra minha prima que sorrir sabendo que a
vagaba que habita em mim tomou o lugar da sofredora.

Seguro firme a barra e faço meu show, girando no pole e usando ele de apoio para não cair
pra trás quando começo a rebolar minha raba.

Mordo meu lábio me sentindo a própria Anitta e começo a instigar minha prima que rir
nervosa, ela já está soltinha também e começa a encarar minha bunda na descarada
mesmo, assim como um monte de macho por alí que eu faço questão de ignorar até sentir o
senhor tapa ser dado na minha nádega direita.

Ele arde na alma.


- Gostosa! Quero ver se tem o dom de fazer isso enquanto tiver descendo no meu pau! - me
viro por cima do ombro na direção do escrotinho só pra ver meu irmão do meio fantasiado
de rato de academia, que é o que ele é. Uma regatinha, um short molinho no seu corpo e o
fuzil atravessado nas costas.

-- Seu arrombado! - desço na base do ódio e parto pra cima dele conseguindo dar um único
tapa na fuça branca tatuada que ele afasta rápidamente do meu alcance - Tá ficando
maluco, Dante?

Ele olha fixamente pro meu rosto coberto pela máscara de coelhinha, entrando fundo com
seus olhos azuis no castanho dos meus.

White - Helena? - me olha num misto de confusão e raiva que me faz tremer por inteira.

Me fodi.

Dante avança tentando me pegar, conseguindo somente arrancar minha máscara e alguns
fios de cabelo quando eu ativo o modo sobrevivência e empurro ele antes de pegar na mão
da minha preta e sair correndo com ela pelo espaço, parando só pra tirar meus saltos e
olhar na direção da minha decepção antes de voltar a correr como uma louca do meu irmão
que grita pra mim parar enquanto vem correndo atrás.

Ram, ele que lute para nos pegar, vou parar é nada.

Continuo correndo como uma louca com os saltos altos em uma mão e o cú na outra, tudo
pra não ser pega e levada pro nosso pai.

Seria vergonhoso demais até pra mim aparecer vestida de coelhinha sexy praquele que
acha que eu estou dormindo tranquilamente em casa.

Jade - A direita, vira a direita! - ela grita, tão desesperada quanto eu.

-- Caralho, o que foi que a gente foi arrumar pra nossa cabeça? - viro a direita que dá no
corredor dos quartos, sem parar de correr por um segundo.

Talvez, talvez ok? Eu tenha me dado conta só agora que foi uma péssima idéia eu vim pra
Caliente.

Jade - A gente? - ela rir de nervoso - Você quem inventou de vim, eu só vim junto porque
não queria te deixar sozinha nesse antro de perdição. - sorrio da sua fala e acabo me
desequilibrando, caindo igual uma fruta podre no chão.

Gemo de dor ao sentir meu tornozelo doer. Eu o torci.

Jade - Que droga, Lena. Levanta! - ela para de correr lá na frente e volta pra me ajudar.

White - Antes de te levar pro pai eu vou te encher de soco Helena, papo reto! Tu não é puta
pra agir como uma não. - ouço seus gritos ao longe e me desespero mais ainda.
A gente sai no soco real. Ainda mais porque é ele quem me treina, então, ele usa disso pra
me deixar toda roxa.

-- Tá doendo, Dinha! - reclamo do meu tornozelo ao levantar - Me deixa aqui e vai. Uma de
nós não levando esporro do papai já vai me deixar tranquila.

Jade - O caralho que eu vou te deixar. - ela passa meu braço pelo seu ombro e me ajuda a
andar - Vi uma porta entreaberta ali na frente. Acho que não tem ninguém.

Sorrio querendo chorar da sua atitude. É por isso que eu amo essa menina. Minha
companheira de merda desde que a gente era pequena.

Olho pra porta que ela disse que achava que não tinha ninguém mais a frente e respiro
fundo ouvindo os passos do meu irmão se aproximando de nós.

Não vai dar tempo.

-- Dinha, me deixa aqui e corre pra lá. - ela nega pela segunda vez - Vai, pretinha. Eu vou
ficar bem. - falo calmamente ao parar de andar e me encosto em uma porta qualquer,
saindo do seu toque - Vai! - aponto pra ela que teima, ainda negando - Meu pai descobrir
que você estava comigo ele vai querer nos separar e nós não queremos isso, não é? - ela
faz que não com a cabeça - Então pronto. Vai!

Jade pragueja baixo e faz o que eu pedi.

Respiro até aliviada por saber que pelo menos ela vai escapar dessa e me assusto quando
a porta que eu estava encostada se abre de uma vez.

Fecho meus olhos só esperando o impacto do meu corpo contra o chão mas isso não
acontece. Ao invés do chão, eu sinto braços me segurando.

-- Ai calica! - falo depois de abrir meus olhos e fixá-los no azul do cara que me segura.

Lindão. Cabelos castanhos e bagunçados, rosto levemente quadrado, queixo e vinco entre
as sobrancelhas marcados e aquela aura de poder...

Puta que pariu, fico fraquinha.

White - Cadê tú, sua sonsa? - a voz dele soa pertinho me tirando do transe.

-- Me ajuda! - sussurro pro homem que mal espera eu fechar a boca e me puxa pro quarto,
fechando a porta com um sorrisinho sacana em seus lábios razoavelmente grossos.

O que me faz ter certeza que as coisas aqui dentro vão ficar bem quentes.
CAPÍTULO 18
GH

Mentiroso... É isso que eu sou.

Pô, minha cara nem tremeu quando eu fiz o Ben acreditar que não era a moreninha que
estava gostosa daquele jeito vestida de coelhinha.

Tão gostosa que foi impossível não ficar de pau duro.

Meu amigão ficou emocionado e eu puto por ver ela com quase nada cobrindo seu corpo,
deixando ele exposto pra outros filhos da puta como eu imaginarem ela nas suas camas.

Tomar no cú, fico putasso com um bagulho desse.

- Ele está bravo, tenho certeza! - ouço a voz familiar e me viro na direção só pra ver a preta
de olhos puxadinhos, Tainá, vestida de mulher gato no meio da pista de dança.

-- Tú veio mermo, maluca. - por hora, deixo minha raiva pra descontar na causadora dela e
vou até a mulher gato que não está sozinha.

Tainá - Eu falei que vinha. - troco beijo no rosto com ela - Arrastei até a Jeny comigo. - olho
pra morena de olhos claros ao seu lado e troco beijo no rosto com ela também.

Sou educado, pô.

-- E aí, suave? - a amiga dela confirma e algo na sua fantasia de policial me chama atenção
- É de verdade? - olho pra algema presa no cinto envolta da sua cintura.

Tainá - Eu sabia que era a primeira coisa que você ia enxergar nela.

Jeny - Com certeza. - responde - Você quer? - não faço cerimônia na hora de acenar em
concordância e observo ela tirar de lá e me entregar junto com a chave.

-- Valeu! - guardo no bolso da minha calça, ciente que se a oportunidade surgir eu vou usar
na minha moreninha ainda hoje, e somente nela.

O simples pensar que isso pode acontecer faz meu pau marcando a calça pulsar, e
querendo acabar com isso eu me despeço delas e parto pra um dos quartos no andar de
cima. O do Ben.

Preciso me aliviar pra ficar cem por cento focado na hora que for torturar aquelas
desgraçadas e se eu não posso fazer isso com minha menina que foi quem me deixou de
pau duro, eu vou sozinho.
︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Minha mão coça e tudo que passa na minha mente enquanto eu deslizo ela ao redor do
meu pau, tentando diminuir minha ereção que dói nas bolas é em como eu vou punir a
Helena por estar vestida daquele jeito.

Fecho meus olhos, aumentando a pressão ao redor da minha pica que começa a pulsar
quando a imagem dela abaixada de costas pra mim surge na minha mente, pronto pra
ejacular quando um grito feminino entra pelos meus ouvidos me fazendo parar
instantaneamente.

Minha respiração pesada e meu coração batendo na boca deixando bem claro que se eu
fizesse o movimento de vaivém mais duas vezes eu gozava dentro da pia do banheiro mas
ao invés disso eu faço é respirar fundo, num movimento rápido devolvendo meu pau pra
dentro da cueca antes de ir pra porta do quarto ver se eu não estou ficando maluco.

Mais do que eu já sou.

Minha surpresa vem quando ao abrir eu sou surpreendido pela moreninha que despenca na
minha direção.

Faço questão de segurar ela firme antes que a mesma caia no chão.

Helena - Ai calica! - diz depois de abrir os olhos e percorrer todo o meu rosto que fica sério
quando ela para com a porra dos olhos castanhos claros dentro dos meus, me hipnotizando
com esse caralho.

- Cadê tú, sua sonsa?

Helena - Me ajuda! - sorrio de lado ao puxar ela pra dentro e fecho a porta em tempo
recorde antes de pegar ela, que reclama de dor no tornozelo, nos meus braços e levar pra
cama.

Minha chance de ouro, pô, vou perder nem com a porra.

Helena - Eu torci enquanto corria do meu irmão. - explica ao se ajeitar sobre o tecido
vermelho da cama redonda - Só faço merda, ó!

-- Sou obrigado a concordar contigo. Parece que cê tem um imã pra confusão, moreninha. -
umedeço meus lábios ao descer meu olhar pelo seu corpo e sinto meu pau pulsar,
insatisfeito por não estar dentro dela.

Calma amigão, vamo com "calma".

Helena - Você bem que podia fazer uma massagem no meu tornozelo ao invés de
concordar comigo, né? - volto meu olhar pro seu que me olha de modo inocente - Por favor?
Sorrio pra essa filha da puta gostosa e depois de pensar por um tempo, resolvo entrar na
dela.

-- Faço... - ela me olha surpresa quando eu sento na beirada da cama e coloco seus pés
encima do meu colo, meu pau ainda duro pulsando quando o pé pequeno fica sobre ele -
Mas só depois que tú ficar peladinha pra mim. - sou direto enquanto deslizo minha mão
lentamente pela sua perna coberta por aquela meia cheia de buraquinho rumo a sua coxa
onde eu espalmo e aperto fazendo seu corpo tremer.

Ela é muito sensível.

Helena - GH... - aperto mais forte ao olhar nos seus olhos, ouvindo seu suspiro pesado -
Atacante, né. - ela rir de nervoso.

-- Sou direto quando eu quero alguém... - minha voz sai rouca e carregada do desejo que
eu sinto por ela, tanto, que a minha moreninha fecha os olhos ao sentir o impacto dela
sobre o seu corpo que mais uma vez treme sob a minha mão - E eu quero tú, Helena. -
outro aperto, mais forte que os anteriores - Quero pra caralho.

Foco no seu lábio inferior que ela morde enquanto respira pesadamente e pressiona uma
perna na outra com força apertando meus dedos entre suas coxas com o ato.

Está excitada, tenho certeza.

Helena - Então me mostra. - ela abre os olhos de uma vez e entra dentro dos meus com
eles - Mostra o quanto você me quer, GH. - me desafia com o olhar.

Sorrio de lado.

-- Você que manda, moreninha.

CAPÍTULO 19
HELENA

Eu pisco, e sou virada de bruços sobre a cama ao ser puxada pro seu colo, mal tenho
tempo de me arrepender que sou surpreendida com um tapa ardido na minha bunda.

Gemo de dor e prazer, uma mistura que o GH sabe muito bem como dar.

GH - Se for demais pra você, quero que fale. - puxo o ar devagar pelo nariz quando o tom
autoritário me invade e sem forças pra falar, só aceno.

Sinto uma das suas mãos aberta sobre as minhas costas enquanto a outra desfere um tapa
encima do outro na minha bunda.
GH - Se tú soubesse o quanto eu tô puto por te ver vestida nessa porra... - ele continua
falando e batendo, cada tapa sendo mais ardido que o anterior.

É doloroso, mas também gostoso.

Toco o chão com meu pé saudável e me ajeito no seu colo em busca do "conforto" quando
seguro firme sua coxa com minhas mãos ao erguir meu busto pra olhar por cima do ombro
pra ele.

Mordo meu lábio pra reprimir meus gemidos mais altos, jogando todo meu cabelo pro ombro
esquerdo só pra ver o GH ir com as duas mãos pra minha bunda. Ele separa as bandas que
ardem depois dos tapas e com violência arrasta o tecido do meu body pro lado.

Separo um pouco mais minhas pernas e o vejo sorrir, sabendo que agora ele tem total visão
do meu cuzinho e da minha buceta que escorre de tesão por ele.

Gemo manhosa quando sinto seus dedos entrarem pelos buracos da minha meia arrastão e
irem direto pro meu clitóris, GH não é delicado ao tocar minha carne, ele usa de uma mão
pra segurar o tecido e abrir minha banda enquanto a outra ele esfrega meu pontinho de
prazer com força.

-- Porra! - gemo mais alto quando vejo o fio de cuspe descer da sua boca direto pro meu
buraquinho enrugado, ele usa o liquido frio que escorre pra minha buceta como lubrificante
e sobe com seus dedos, entrando fundo com dois deles dentro de mim.

Empino minha bunda e abaixo minha cabeça quando ele inicia o vaivém frenético, seus
dedos da mão direita entrando e saindo de mim enquanto os da esquerda apertam minha
pele ardida.

Sinto seu cotovelo no meio das minhas costas me forçando a ficar curvada e gemo
rebolando nos seus dedos.

GH - Gosta disso? - pergunta entredentes, seu tom soando carregado de tesão - Hum? -
sinto seus dedos sairem e logo um tapa que me faz gritar ser dado na minha buceta -
Sustenta essa porra calada, Helena! - ele volta com os dedos pra mim, sendo mais firme
quando os curva em meu interior.

Meu corpo treme, avisando que meu orgasmo está próximo.

-- GH... - gemo alto ignorando o que ele acabou de falar, empurrando minha bunda contra
seus dedos.

Um pedido silencioso para que ele vá mais fundo, e ele vai. Consigo sentir a curva dos
outros dedos ao redor da minha entrada

GH - Quer gozar, não quer? - respondo algo entre o sim e o não para quando sua mão larga
minha bunda e sobe pro meu pescoço vindo parar no meu maxilar, me forçando a olhar pro
seu rosto que ele trás pro meu só pra lamber meus lábios - Então goza. - ele não pede,
manda - Goza pra mim, gostosa.

O tom autoritário faz as minhas pernas tremerem e querendo sentir a boca levemente
carnuda na minha eu apoio minhas mãos no seu joelho e me inclino ainda mais na sua
direção, olhando pros seus lábios para ele entender o que quero.

Felizmente GH é esperto e faz minha vontade, me dando um beijo sedento enquanto


movimenta seus dedos de forma bruta dentro de mim.

É delicioso, e serve como catalizador pro meu prazer.

Minha pele se arrepia, meu interior contrai e eu perco todo o controle sobre o meu corpo
que convulsiona quando o orgasmo explode de dentro pra fora.

-- Ahhh.... - gemo descontroladamente na boca que me devora.

Me dar prazer também o dar porque nesse momento ele geme.

Baixo e roucamente, aumentando meu tesão.

Amoleço no seu colo de tão intenso que foi o orgasmo e sinto seus dedos me deixarem, GH
me dá um selinho e afasta nossas bocas, vindo com seus dedos pra minha.

GH - Chupa! - faço o que ele manda olhando nos seus olhos quando ele afunda os dedos
na minha cavidade, deixando que o meu gosto preencha minha boca. Gemo satisfeita
deslizando minha língua ao redor deles - Isso, moreninha.

Desço meu olhar pros seus lábios quando sua língua desliza sobre eles e subo novamente
pro azul dos seus olhos que queimam ao me olhar.

Ele faz menção que vai tirar os dedos da minha boca e eu os chupo, deixando que saiam
quase secos.

GH - Deita de bruços. - ele solta meu pescoço que dói por causa da pressão que foi feita ao
seu redor, deixando que eu fique livre para lhe obedecer - Mãos nas costas. - ordena depois
que eu acato sua última ordem e como a boa garota que eu sou, obedeço - De agora em
diante quero que me chame de senhor. - solto um sorrisinho ao sentir algo frio ser envolto
dos meus pulsos, tenho certeza que é uma algema - Entendeu?

-- Sim. - levo um tapa forte na pele abaixo do meu bum bum e respiro fundo, reformulando a
resposta - Sim, senhor. - sinto suas mãos virem parar no meu quadril.

GH - Boa garota... De quatro pra mim, agora. - mordo meu lábio quando ele me puxa de
uma vez pra trás, meu tornozelo torcido dói mas eu tento ignorar sua dor quando outro tapa
é depositado na minha bunda - Ainda tô puto contigo, Helena. - seu tom fica mais
carregado, ódio? Talvez. Ele parece ter muito disso - Qual a necessidade de usar essa
porra?
Sinto seus dedos entrarem pelo elástico do meu body enfiando o tecido na minha bunda.
Sofro em antecipação e solto um gemido antes mesmo de sentir ele puxar o tecido pra
cima, o enfiando nas minhas dobras.

-- Filho da puta! - meu resmungo logo é substituído por um gemido quando sinto a mordida
ser dada na minha bunda, como sinal de que eu estou sendo desobediente - Me desculpe...
- outra mordida, filho da puta! - Me desculpe, senhor.

GH - Está aprendendo…

CAPÍTULO 20
GH

Ter Helena com a bunda pra cima, as mãos algemadas nas costas, o rosto afundado no
colchão e as pernas bem separadas enquanto se mantém de quatro pra mim, é de longe a
visão que eu gostaria de ter pro resto da minha vida.

Eu consigo ver sua excitação molhando o fino tecido atolado na sua buceta e bunda.

Abaixado no pé da cama entre as suas pernas com minhas mãos nas duas polpas durinhas
eu a faço inclinar ainda mais, descendo com a direita só pra arrastar o tecido empapado
com seu gozo pro lado, ato que deixa a buceta coberta pela meia arrastão exposta pra mim.

Sem paciência, eu rasgo o tecido entre suas pernas e mergulho minha cara na sua buceta,
abocanhando a carne sensível como se foce minha comida preferida, ela é, deslizando
minha língua desde o clitóris durinho até o buraquinho enrugado que faz ela ficar tensa
instantaneamente.

-- Fica tranquila, moreninha... - falo contra sua entrada, meu olhar no seu cuzinho - Não vou
mexer com ele. - não agora.

Levanto e tiro minhas roupas, deixando as peças amontoadas por alí enquanto rasgo a
embalagem do preservativo que eu peguei no bolso da minha calça, desesperado pra foder
a buceta e o cuzinho que se ninguém tocou ainda é virgem.

Não por muito tempo.

Deslizo o látex pelo meu pau ereto sentindo a facilidade quando o pré gozo serve de
lubrificante.

A bunda grande se empina ainda mais quando eu volto pro seu meio pincelando a buceta
gostosa com minha ereção dolorida, ouvindo seus gemidos manhosos.
Olho a cabeça do meu pau deslizar pela bucetinha molhada, vindo até o cuzinho apertado
que contrai quando minha moreninha se contorce tentando fugir de mim e voltando pra sua
entrada que me recebe de bom grado quando eu entro fundo nela.

Socando todos os meus 22 cm de uma única só vez, empalando a moreninha que grita
afundando o rosto no colchão.

Respiro com dificuldade, sua buceta me aperta e eu uso de todo meu autocontrole pra não
tirar o látex e encher ela com minha porra.

Seria muito filho da puta se fizesse isso.

Olho pros seus pulsos que começam a ficar vermelho por causa da algema ao seu redor e
me excito ainda mais com isso, desço meu olhar pra bunda grande que de tanto levar está
carmim e dou outro tapa forte, indo com minha mão direita pra lateral da sua bunda,
segurando o tecido preto com o polegar enquanto a esquerda eu fecho na corrente da
algema.

Saio quase que completamente da bucetinha melada e volto de uma vez, aumentando
gradativamente as estocadas.

Helena se contorce, seus gemidos e apertos ao redor do meu pau aumentando assim como
minhas bombadas e sei que seu segundo orgasmo está próximo.

Continuo com o ritmo frenético, ciente que desse modo nós vamos gozar juntos.

-- Senhor... - o nome sendo dito por ela, seguido de um gemido alto é o motivo do meu
descontrole.

Arremeto duro e sem só, sentindo suas mãos se fecharem ao redor do meu pulso, as unhas
grandes afundando na minha pele enquanto seu corpo vai pra frente e volta com meu
puxão, enquanto fodo a buceta gostosa com força.

Ela geme descontrolada, seu corpo todo tremendo e ao olhar pras suas costas suadas vejo
a pele arrepiada, tudo indicando que esstá gozando novamente e só de saber que sou eu
quem a fez chegar lá mais uma vez minhas bolas ficam duras, minhas pernas vibram e sem
conseguir segurar por mais um segundo, eu gozo.

Me afundando lentamente nela até o fundo, numa última vez enquanto encho a camisinha
com minha porra.

Solto um gemido arrastado e respiro pesadamente, fechando meus olhos ao sentir meu
coração bater forte quando a fraqueza pós gozada me atinge. A mesma fraqueza que faz a
moreninha amolecer e deslizar preguiçosamente sobre a cama, me fazendo ir com ela.
Espalmo minhas mãos ao lado do pequeno corpo embaixo do meu e me abaixo dando um
beijo na boca carnuda que ainda solta gemidos baixos ao sentir meu pau pulsar em seu
interior.

-- Vou te soltar. - digo ao afastar nossos lábios, lutando contra a vontade de continuar dentro
dela sentindo seu calor quando me afasto.

Tiro a camisinha e jogo no lixo do banheiro para só então voltar com a chave da algema que
eu pego no bolso da calça para a cama.

Solto minha moreninha que está sonolenta e sorrio quando ela me xinga baixinho ao
massagear seus pulsos marcados.

Deito do seu lado e puxo ela pra cima de mim fazendo deitar a cabeça no meu peitoral
enquanto sua buceta fica na altura do meu pau.

-- Teu tornozelo parou de doer? - só agora me lembro dele e ela sorrir fraco enquanto me
tem alisando delicadamente a polpa da sua bunda e afagando seus cabelos, uma mão em
cada local.

Helena - Não. E agora é um combo... - franzo meu cenho, esperando que ela explique
porque eu sou meio lento pra entender mulher, principalmente essa que vai ser minha -
Tornozelo, bunda, pulso e pescoço.

Tirando o tornozelo, todos os lugares em que eu quis mesmo machucar ela.

Helena - Cê é louco, eu parecia uma galinha sendo enforcada por você. - reprimo o riso
quando ela sussurra a frase.

-- Transei com um mano cheio das gírias. - falo, sentindo ela esfregar a buceta na cabeça
do meu pau - Helena... - digo nervoso.

Embora meu pau já esteja duro novamente, eu é quem preciso de um tempo pra me
recuperar.

Pô, sou o quê? Uma máquina? Claro que não.

Helena - O seu mano está com fome, GH. - ela apoia as duas mãos no meu peitoral e
coloca o queixo encima, me olhando com os grandes olhos castanhos claros.

Linda pra caralho. Deslizo a mão pelo seu rosto e tiro um cachinho que estava alí,
colocando atrás da sua orelha.

-- De comida ou de pica? - ela pisca inocente, me deixando mais vidrado nesse dom dela -
Quer fuder com meu psicológico, não quer?

Helena - Dos dois. - responde a primeira pergunta e sobe prendendo meu lábio inferior
entre os dentes, puxando pra si e voltando pra me dá um beijo meia boca que eu transformo
em um do caralho quando mergulho minha lingua na sua boca, invertendo nossas posições
e subindo com minha mão pro seu pescoço, apertando ao separar nossas bocas depois de
quase ficar sem fôlego - Eu já fodi. - diz ofegante, rebolando o quadril ao sentir meu pau na
sua entrada.

Lambo seus lábios e olho nos seus olhos que entram fundo nos meus, me fazendo arrepiar
como nenhuma outra mulher fez antes.

É, ela já fodeu.

Bufo irritado, alguém batendo insistentemente na porta nos tira da bolha em que eu queria
que nós continuássemos.

Helena - É o meu irmão. - ela sussurra, seu olhar se tornando assustado - Ai meu Deus, ele
vai querer me levar pro meu pai. E minha mãe vai me levar embora do país. - ela fala
rápido, tentando me tirar de cima dela - Deixa eu sair, GH.

Franzo meu cenho.

-- Como assim te tirar do país? - é só no que eu foco.

As batidas na porta não param e ninguém fala nada, só bate.

-- Soca a mão no cú, caralho! Tô ocupado aqui, porra. - grito pra quem quer que esteja
batendo na porta e isso o faz parar.

Volto meu olhar pra ela que parece mais aliviada e me afasto, sentando na beira da cama e
vendo ela fazer o mesmo.

Helena - Minha mãe disse que se eu aprontasse mais alguma ela me tirava do país. - ela dá
de ombros, prendendo os longos cachos num coque - Você sabia que alguém fez um vídeo
da gente lá? - ela olha pra frente, seu olhar se tornando distante e sei que está pensando
nele.

-- Helena... - chamo num sussuro, acho que a essa hora aquele vídeo não existe mais então
não tem o porque de acatar o pedido da Afrodite de deixar tanto ela como o Ben sem saber
um do outro - Vem cá, minha moreninha.

Pego na sua cintura e a puxo pro meu colo, deixando que seus lábios íntimos fiquem
divididos pelo meu pau no seu meio.

Parecendo saber de quem eu vou falar ela começa a mover a cabeça em negativa.

Helena - Não fala daquele mané, por favor. - entrelaço minhas mãos na sua bunda e levanto
com ela no colo. Minha moreninha rodeia as pernas no meu quadril e braços no meu
pescoço - Vai fazer o quê? - ela morde o lábio deslizando pra cima e pra baixo no meu colo,
gemendo baixinho ao se esfregar em mim.
Involuntariamente, me fazendo fazer o mesmo.

-- Porra! - tento me concentrar - Tomar banho e conversar contigo. - caminho com ela pro
banheiro - Depois eu vou te alimentar... Com comida. - dou ênfase na segunda frase que faz
ela sorrir e a contragosto coloco ela no chão, deixando que se apoie no vidro do box
enquanto eu tiro lentamente a sua roupa - E depois você me diz se ainda quer ser
alimentada com a minha pica. - ligo o chuveiro e puxo ela pra entrar junto comigo.

Helena - Meu tornozelo, Gustavo! - diz me usando como apoio e eu sorrio segurando firme
na sua cintura.

-- É bom saber que tú não esqueceu meu nome. - digo, ciente que ela só sabe porque eu
falei ano passado.

Fui puro com ela a esse nível depois de ver que tirei sua virgindade e essa filha da puta só
golpe pro meu lado.

Helena - Você foi meu primeiro, GH... - ela enlaça meu pescoço - E do seu jeito sádico me
ajudou a passar por um momento delicado na minha vida. - ergue a cabeça deixando que a
água deslize pelo rosto de menina, encaro sério cada detalhe dele vendo o quanto eu tô
fodido quando paro nas pálpebras fechadas querendo que elas se abram só pros seus
olhos entrarem nos meus - Nunca vou te esquecer.

E então ela os abre, terminando de foder com a porra toda.

Engulo a saliva que desce com uma dificuldade do caralho e respiro fundo.

Tenho que dar o papo do porque o Ben assumiu a Raika e do que aconteceu depois. Se ela
ainda quiser ficar comigo, bom. Se não... eu não sei .

Não sei mesmo.

Helena - Te deixei sem palavras, isso é bom, né? - ela olha pro bagulho de vidro no canto
do box e se estica pegando um sabonete ainda na caixa - Essa suíte é de quem? - me olha
curiosa - Porque as outras não tem sabonete caro.

Penso em perguntar se ela já foi nas outras mas decido ignorar e focar no que realmente
importa.

-- Do Ben. - uso da deixa que ela mesma me deu e antes que eu desista ao ver seu olhar
ficar cabisbaixo, eu decido abrir o jogo - Ele assumiu a Raika pra te proteger, Helena ... - ela
finge que não me escuta e foca em tirar o sabonete da caixa e deslizar pelo seu corpo, me
tirando o foco algumas vezes enquanto eu falo tudo que preciso.

No fim, ela me olha com um semblante que eu não consigo decifrar e me abraça, pedindo
pra que eu a alimente com minha pica.
Eu faço sua vontade e quando sento na cama com ela quicando com força no meu pau, a
porta se abre revelando a pessoa que faz ela tremer sem nem ao menos precisar tocar.

CAPÍTULO 21
BEN

Minutos antes…

Helena some do meu campo de visão e quando penso em ir atrás, sou parado pela Raika
que segura meu pulso na intenção de me impedir, falando entredentes:

Raika - Se você for atrás dela, aquele vídeo vai estar em todas as páginas de morro ainda
hoje. - olho sério pro meu pulso que ela aperta e subo lentamente meu olhar pro seu,
deixando que a raiva que eu sinto por ela domine todo o meu corpo.

Pequeno - Vou tentar ajudar as meninas. - ouço ele falar, se afastando.

Mantenho meu olhar na Raika. Tá na hora dessa filha da puta pagar pela desgraceira que
fez na minha vida.

-- Foi bom tú vim. - num gesto rápido, giro minha mão que ela segura e alcanço seu pulso,
levando pras suas costas - Me polpou o trabalho de te caçar nessa porra.

Me livro do baseado, agarro seus cabelos e puxo ela pra saída, ouvindo seus gritos
desesperados se unirem com os das pessoas dançando.

-- Cadê a vagabunda da tua mãe? - pergunto depois de olhar pros lados e não ver a
desgraçada em lugar nenhum - Hein, fala porra! - dou um puxão forte nos fios castanhos.

Raika - Eu não sei. - choraminga erguindo sua mão livre, trazendo pra cima da minha na
sua cabeça - Mas com certeza deve estar mandando aquele vídeo pra todo mundo agora. -
grita com raiva, começando a chorar.

-- Se ele ainda existisse... - saio pra fora e a empurro com força contra o chão - Ou tú achou
mermo que ia mexer com vagabundo e ninguém ia fazer nada?

Encaro ela que se arrasta pelo chão em busca do seu celular que na queda foi parar
embaixo de um dos carros alí na frente e deixo que ela veja com os próprios olhos o vídeo
danificado enquanto vou até meu carro, pego a chave encima do pneu traseiro, destranco e
pego o radinho no porta luvas.

Raika - Ben, por favor... - ela junta as mãos, implorando depois de ver.
-- Por favor o caralho. Não quis vim de gracinha? Agora vai sustentar essa porra até o fim. -
aperto o botão do aparelho na minha mão, chamando na frequência da minha contenção
que eu mandei ficar nas esquinas.

-- Dino e Leno! - chamo o cabeça e o irmão dele - Encosta aqui na entrada da Caliente.
Agora.

- Marca dois patrão.

-- Nego, Chorão e PT, quero os três caçando a Laise igual se caça x9, não é pra alisar e se
tentar correr pode meter bala até virar peneira.

- Vi ela acabar de entrar no segundo beco depois daí, patrão, tô indo lá...

Raika - Não, seu monstro! Ela está grávida. - a mandada levanta e vem cega pro meu lado.

Nem penso antes de mandar ela pro chão novamente com o tapão de esquerda que eu dou
na sua cara.

-- Tá ficando maluca, filha da puta? - me abaixo pegando nos seus cabelos e ergo sua
cabeça, fazendo ela me olhar - Vou ser bonzinho contigo e não vou te matar aqui, tá ligado?
- travo meu maxilar encarando ela, ciente que o morro nem meu é, e por isso não posso
matar alguém sem a permissão do dono.

Isso ia dar um b.o do caralho pro meu lado.

- Qual a ordem, patrão? - ouço a voz masculina ofegante e levanto, fazendo a mandada que
ficou desorientada depois do tapa levantar comigo.

-- Abre o porta malas do meu carro. - falo e observo o branco queimado de sol obedecer -
Vem vagabunda. - não tenho dó na hora de arrastar ela pelos cabelos pro porta malas.

- Me solta, seu escroto, nojento... - a voz de taquara da Laise alcança minha audição e eu
espero que se aproxime o suficiente para tirar meu olhar da mandada chorona, levando pra
revoltada - Você é um filho da puta, Benício.

-- Sou mermo, me fala uma novidade agora. - encaro ela com minha pior cara - Joga junto
com a outra, Nego. - aponto ao falar com o cara que trás ela suspensa, presa em seus
braços.

Me afasto e vou pegar a glock no porta luvas, por causa dessa porcaria de fantasia eu não
tenho nem onde colocar meus bagulho.

Nauan - Vai matar aqui não, né? - o muleque surge igual assombração do meu lado, tava
tão distraído que nem vi chegar.

-- Ó desgraçento, vai assustar o cão! - ouço ele rir enquanto caminha atrás de mim - Vou
não, porquê?
Nauan - Madrinha pediu pra tú não matar a Laise... - franzo o cenho, sem entender - Não
enquanto ela tiver grávida.

Penso rápido na solução.

-- Sem problemas. - paro olhando pras duas no porta malas, tão quietinha porque todos os
cinco da minha contenção estão com seus fuzis apontados pra elas - Leva pra Rocinha,
Dino - clico no botão pra fechar o porta malas e jogo a chave do carro pra ele - Passa a zero
na cabeça das duas e manda a Laise pro hospital, fala que eu mandei tirar o bebê.

Nauan - Vai meter o loco mermo? - cruzo meus braços e me viro pra ele balançando a glock
na minha mão.

-- Vou. - deslizo a língua pelo meu canino sentindo o ferrinho do aparelho na ponta - Depois
eu ajudo a Kaila a criar o menor, ela é a unica que vale alguma coisa dessa família.

Lembro da outra filha da Laise, a que ela deixou pra trás quando se mudou pra Rocinha
achando que tinha se dado bem com a Raika.

Dino - Vou lá então, patrão. - me viro pra ele que estende a mão com a chave da sua moto
e troco a arma de mão estendendo a direita pra pegar na sua.

-- Espera tirarem o bebê e leva ela pra sala de tortura junto com a outra, deixa as duas
amarrada que eu só vou falar com uma pessoa aqui e depois vou pra lá. - olho nos seus
olhos enquanto falo sério - Entendeu?

Dino - Do começo ao fim, patrão. - aceno e solto ele fechando a mão com a chave dentro.

-- Os outros podem ir atrás, quero ninguém aqui. - Dino me encara por uns segundos como
se não gostasse da minha ordem e depois de receber meu olhar irredutível se vai, junto
com os outros.

Nauan - Tenho a leve impressão que o cabeça da tua contenção te ama, sabia? É cada
olhada... Muleque.

-- Só fala merda, pô. - rodo meu olhar por alí e vejo a moto do Dino do outro lado da rua -
Vou dá um chega alí em casa rapidão. - faço um toque com ele e saio.

Alinho pra casa que eu tenho aqui no Vidigal e troco de roupa, me livrando da desgraça da
saia que eu faço questão de queimar antes de vestir uma bermuda jeans e voltar pra
Caliente.

Agora eu só preciso achar a Helena e me acertar com ela.

-- Helena conseguiu fugir do White? - pergunto pro Pequeno que me entrega o copão de
500 com a batida bomba.
Pequeno - Falar pra tú, eu nem sei onde elas estão. - dou um gole longo na minha bebida -
Subi naquela hora e não achei ninguém, pô. Corredor vazio.

Giro na cadeira que eu estou próximo ao bar, levanto sem falar nada e subo indo pro andar
dos quartos.

Minha mente me alertando sobre uns bagulho que eu ignoro até tentar abrir a porta da
minha suíte e ver que ela está trancada por dentro.

Fico puto ao ouvir a voz dela vindo de lá e começo a esmurrar a porta, parando só depois
de ouvir a voz do GH...

"Soca a mão no cú , caralho... Tô ocupado aqui porra!"

-- Ocupado... - repito decepcionado e decido deixar os dois em paz.

Posso nem reclamar já que o GH deixou claro que queria ela, mas posso achar ruim o fato
dela dizer que me amava e menos de dois dias depois está fodendo com meu amigo.

Amava porra nenhuma.

Encosto novamente no bar e mando descer um litro de batida com md só pra mim encher a
cara pra esquecer desse caralho.

Não sei lidar de outra forma, é melhor que ir fazer merda.

Pequeno - Vai devagar pô. - ignoro ele e me viro pro feio que sobe no palco, agitando a
mulherada com aquele som maneiro do helicóptero - Helena tivesse aqui, ela ia tá lá encima
com ele, alí gosta desse buchechudo feio do caralho. - ouço ele falar atrás de mim e sorrio.

Isso é verdade.

- Tem mais daquela batida gostosa aí, pretinho? - ouço a voz feminina gritar por cima do
som ao meu lado e de rabo de olho, desço e subo meu olhar pelo seu corpo moreno cheio
de curvas coberto por um vestido preto e curto de couro.

É a menina com fantasia de policial que eu vi o GH conversar hoje mais cedo, gostosinha
até.

Pequeno - Tem pra fazer, cê quer? - deixo de prestar atenção neles e foco nas piranhas
jogando mais a frente, tento distrair minha mente pra não pensar na Helena mas quanto
mais eu tento mais eu lembro.

-- Vai tomar no cú, isso é macumba irmão! - falo sozinho com a boca dentro do copo e viro
de uma vez, bebendo tudo - Enche esse caralho aqui denovo, Pequeno. - me viro pra ele.

Pequeno - Isso não é água não, mano. - diz, fazendo minha vontade - Vai atrás dela, pô. É
melhor que encher o cú com essa porra aí.
-- E atrapalhar a foda dela? - sorrio ironicamente ao trazer o copo cheio pra minha boca,
uma parte minha querendo fazer justamente o que falei.

- Que é isso? Que mina do caralho... - a mina começa a cantar do meu lado - Concentra,
menina foguenta... - bebo do líquido vendo ela se afastar com o copo na mão, dançando.

Pequeno - E então... Vai chegar ou só ficar olhando pra "policial"? - fico calado, pensando.

Tenho nada a perder mermo.

Termino de beber minha parada e levanto de uma vez deixando o copo no balcão.

-- Puta da desgraça! - seguro no mármore ao sentir tudo dar um giro 360 graus e balanço a
cabeça ignorando a tontura só pra chegar na policial.

Vou levar ela pro meu abate e foda-se.

Chego devagar, cumprimento ela e a amiga, converso e curto. Quando vejo, pá...

Tô com minha boca na dela, minha mão deslizando da frente do seu pescoço pra nuca,
enfiando os dedos pelos fios castanhos e lisos, puxando levemente enquanto sinto o gosto
doce da sua boca ao deslizar minha língua por ela.

O beijo tava gostosin mas meu erro foi tirar a boca da sua e deslizar pro pescoço cheiroso
onde ao inalar eu não senti o cheiro dela.

Minha mente viajou e eu não consegui continuar.

-- Foi mal. - olho pro rosto dela que estava ofegante - Foi mal mermo, morena.

Me afasto depois disso e vou até o bar.

-- Pega a chave reserva da minha suíte aí pra mim, faz esse favor. - peço pro outro bar man
que logo me atende - Valeu.

Subo pro andar de cima e paro na frente da porta com o número 14 gravado nela, ciente
que eu já não tô mais bom das idéias por querer fazer o que eu vou.

Mas foda-se também.

Amanhã eu não vou me lembrar de nada mermo, dá nada.

Destranco a porta e entro chamando atenção dele que é o único que me vê pela posição,
suas mãos na cintura fina incentivando ela a continuar quicando quando sentindo meu
olhar, ela para e se vira me olhando por cima do ombro.
Minha respiração chega a falhar e como se eu tivesse entrado em um transe, eu tranco a
porta e caminho lentamente até ela, nossos olhares sem sair um do outro.

GH - Cê aguenta, moreninha? - ouço ele sussurrar pra ela ao sentar do seu lado.

Sinto meu corpo quente quando desço meu olhar pros seios médios vendo eles subirem e
descerem rapidamente com a respiração descompassada e umedeço meus lábios,
querendo eles na minha boca.

Helena - Ele não vai querer. - subo meu olhar pro seu novamente vendo que eles me fitam
com expectativa - Vai?

Não preciso está são pra saber do que eles estão falando.

-- Quer foder com nós dois? - ela não se faz de rogada e confirma, gemendo manhosa
quando o GH se impulsiona contra ela.

Caralho, eu fico duro na hora.

-- Vai pedir arrego não? - levanto e paro atrás dela, junto seus cabelos molhados e os puxo
pra baixo fazendo ela pender a cabeça pra trás - Hein?

Helena - Não... - geme - Vou aguentar caladinha. - respiro fundo fechando os olhos quando
o tom safado me invade - Vai foder meu cuzinho, Nick? - sorrio lembrando que ela prometeu
que me daria na nossa próxima foda.

-- Vou. - abro meus olhos e dou um tapa razoavelmente ardido no rosto dela - Com força,
ainda.

CAPÍTULO 22
HELENA

Os olhos do Benício contém uma mistura de raiva e tesão que fazem meu corpo inteiro
tremer.

Juro, não penso em mais nada quando depois do tapa ardido ele se abaixa e toma minha
boca com a sua num beijo intenso.

Tudo, desde o choro que eu não deixei sair, a raiva que eu senti enquanto o GH me falava
das chantagens feitas pela Raika e a certeza que eu não posso ficar com nenhum dos dois
porque eles merecem mais... Tudo desaparece da minha mente quando suas mãos largam
meus cabelos e deslizam pra frente do meu corpo vindo parar nos meus seios onde ele
intercala entre massagear gostosamente e dar tapas.

É delicioso.

Mesmo sem olhar consigo sentir quando o GH fica parcialmente deitado na cama. Ele
estoca com força de baixo pra cima e eu sinto seus dedos esfregarem meu clitóris da
mesma forma, o que me faz gemer contra a boca carnuda sentindo a língua gostosa brincar
com a minha.

Fico sem fôlego com os estímulos dados por eles e sinto meu orgasmo próximo. Meu corpo
borbulha de tesão e faz minha mente querer mais do que antes os dois de uma vez.

-- Nick... - gemo quando ele suga meu lábio superior, meu corpo vibra quando os dois em
sincronia batem em mim, ele nos bicos enrigecidos dos meus peitos e GH na minha buceta
- Gustavo...

Chamo os dois quando o orgasmo explode em mim, me fazendo convulsionar e gritar de


prazer.

GH - Ô caralho... - sinto suas mãos na minha cintura me forçando a parar de se mexer


encima dele que, pela fala entredentes e a forte puxada de ar tenta a todo custo não gozar
por estar sem camisinha.

Ben - Eu já volto. - ele me dá um selinho e tira suas mãos de mim, deixando que eu desabe
encima do GH que respira ofegante assim como eu, seu coração batendo tão forte e rápido
que eu o ouço quando repouso minha cabeça em seu peitoral.

Fecho meus olhos por uns segundos, tentando me recuperar enquanto ouço os passos do
Ben se afastar.

GH - Tem certeza que aguenta nós dois, moreninha? - a voz grossa sussurra - Sou
completamente a favor de explorar o seu limite mas uma dupla penetração com picas
grandes como as nossas... Tem certeza? - sem forças pra falar, eu só aceno.

Os passos se aproximam novamente e abrindo meus olhos eu viro meu rosto na direção
que vem só pra ver o Benício sair do banheiro completamente nú com algo em sua mão que
eu não me esforço pra saber o que é pois minha atenção vai pro seu pau comprido, grosso
e levemente torto pra esquerda. Ele está duro e a glande enfeitada com a bolinha do
piercing brilha com o pré gozo.

Minha boca chega a encher d'água com a cena.

Gostoso!

Ben - Quer mamar, bonequinha? - engulo a saliva quando ele para na beira da cama
redonda e devagar subo meu olhar pro seu rosto vendo o sorriso sacana alí, ele sabe que
eu quero - Vem cá, vem. Mamar no teu macho.
GH - Helena... - toca meu rosto e me faz olhar pro seu que ele trás pra pertinho só pra me
beijar lentamente sem se importar com o fato de eu ter beijado o Ben antes, gosto disso
nele - Mama ele de quatro pra mim que eu quero foder tua bucetinha bem gostoso nessa
posição. - diz com a boca na minha e me dá dois tapinhas no rosto antes de me ajudar a
sair de cima dele.

Sentindo minhas pernas bambas eu engatinho até o Nick, paro com meu rosto na altura do
seu pau e inclino minha coluna, ficando bem empinadinha pro GH que rir nervoso atrás de
mim.

GH - Filha da puta tá querendo me deixar maluco. - recebo um tapa forte em cada polpa e
reprimo meus lábios pra não soltar um gemido de dor - Passa o lubrificante pra cá, Ben. Vou
preparar o cuzinho pra tú não machucar ela.

Estremeço ao ver o Benício entregar o pequeno vidro pra ele e tento ignorar o frio que dá na
minha barriga quando a glande roxinha desliza pelos meus lábios, deixando eles melados
com o pré gozo salgadinho.

Ben - Chupa... - olho pra cima pegando os olhos castanhos mel me fitando com desejo -
Quero ver tua boca cheia com meu leite.

Eu também, acredite.

Sorrio sem tirar os olhos dos seus e coloco a língua pra fora, deslizo ao redor da glande,
brinco com a bolinha prateada ao sentir o gostinho salgado do pré gozo na minha língua e
só então deslizo minha boca salivante ao redor do pau gostoso.

Vou até onde consigo e volto com dificuldade, o membro comprido e extremamente grosso
não colabora para que eu o coloque todo na boca.

Faço denovo e denovo... Podendo sentir o líquido frio escorrer pelo vão da minha bunda
rumo a minha buceta que lentamente é preenchida pelo pau do GH que posicionado entre
minhas pernas força um dedo no meu cuzinho.

Arfo pesadamente ao ter meus três buracos invadidos pelos únicos homens com quem já
transei.

GH - Puta que pariu... - geme, despejando mais do líquido frio na minha bunda enquanto
desliza lentamente o dedo pra dentro e pra fora de mim, assim como faz com seu pau na
minha buceta.

Gemo de satisfação, a invasão é lenta e prazerosa, fico querendo mais, mais forte, mais
rápido e por estar com a boca cheia pra falar, começo a impulsionar meu corpo pra trás.

Implorando pra que um deles entenda meu pedido silencioso.


Ben - Dá o que ela quer, GH. - diz de modo autoritário, juntando meus cabelos num rabo de
cavalo - Continua com os dentes cobertos.

Eu mal tenho tempo de entender que ele está falando comigo e meu corpo vai pra frente,
minha boca engolindo seu pau quase todo.

Arregalo meus olhos que lagrimam quando algo parecido com um grito fica retido na minha
garganta, saindo só um gruido sufocado.

GH faz denovo, sai lentamente da minha buceta e volta com força, tocando meu fundo com
o pau comprido.

Ben - Isso... - ele geme, aproveitando das estocadas do outro pra começar a foder a minha
boca.

Sinto ânsia e me engasgo algumas vezes com o pau indo até minha garganta mas aguento
firme, o gemido gostoso dos dois me dão a força necessária pra isso.

GH segura firme em meu quadril com uma mão e força o dedo da outra mais fundo em meu
cuzinho, sem parar de estocar por um segundo e uma onda de prazer incomum explode em
mim fazendo cada pedaço do meu corpo tremer.

Meus gemidos mais altos ficam presos na garganta sendo tocada pela glande macia e tudo
que me resta é sentir:

Meu clitóris pulsar sem parar assim como minha buceta que eu sinto apertar fortemente o
pau dentro dela e minhas pernas tremerem descontroladamente perdendo um pouco das
forças quando depois do orgasmo meu corpo relaxa.

GH - Porra! Foi mal, moreninha. - ele geme rouco antes de se afundar lenta e
profundamente em mim uma última vez, enchendo meu interior com sua porra.

Me sentindo fraca por causa dos tremores que ainda reverberam pelo meu corpo, eu subo
meu olhar pro rosto do Benício e aproveito do último impulso do GH para fazer seu pau
descer por minha garganta.

O ato me deixa temporariamente sem ar mas eu não me importo porque logo sinto o líquido
quente e agridoce descer pelo meu canal.

Ben - Covardia... - ele geme entredentes ao jogar o quadril pra frente, segurando firme a
minha cabeça até que todo o líquido jorrado na minha boca seja engolido.

GH se retira lentamente de mim, assim como o Ben da minha boca e só então eu me


permito desabar sobre a cama de olhos fechados, exausta mas ciente que agora vou ter o
que eu queria desde o início.

Uma deliciosa dupla penetração.


Mordo meu lábio sentindo meu interior pulsar em expectativa e abro meus olhos
novamente, de cara vendo o Ben lambuzar seu pau com o lubrificante.

Fico tão ansiosa pra que me preencham logo que mal sinto a dor no meu tornozelo quando
ele me puxa por eles pra beirada da cama.

GH - Devagar pra não machucar nossa menina, Ben. - ele sai do banheiro falando, seu pau
duro apontando pra cima enquanto ele caminha até nós sem vergonha nenhuma da sua
nudez.

Ben - Relaxa, irmão. - ele me faz dobrar as pernas, os joelhos tocando a lateral dos meus
peitos - Segura aqui, bonequinha. - faz pressão na parte traseira das minhas coxas e assim
eu obedeço, espalmando minhas mãos alí e ficando bem aberta pra ele - Gostosa pra
caralho. - recebo um tapinha na minha buceta dolorida e arfo estremecendo sem tirar os
olhos dele que encosta a glande gorda e melada no meu buraquinho, forçando lentamente
pra dentro.

Puxo o ar com força quando a impressão de estar sendo partida ao meio me invade e oscilo
meu olhar desesperado dele pro GH acaba de subir na cama.

GH - Tem que relaxar, moreninha - ele se inclina sobre mim e toma meu peito com a boca,
sugando devagar enquanto sua mão escorrega até minha buceta onde ele circula o meu
clitóris sensível e vai até a minha entrada deslizando dois dedos pra dentro.

Gemo mais alto, Ben se retira nesse momento e sinto o líquido frio ser despejado na minha
buceta, escorregando pro buraquinho que ele volta enfiando parte do seu comprimento e
grossura.

-- Ain, calma...

Ben - Aguenta só mais um pouquinho, minha gostosa. - ele respira ofegante, se


empurrando cada vez mais em mim até está completamente atolado no meu cuzinho.

Eu serpenteio na cama numa mistura de dor e prazer sentindo que meu corpo está no limite
mas ignorando porque eu preciso disso, dos dois juntos. Só dessa vez.

GH - Quer que a gente pare? - pergunta com a boca no meu outro peito, ele mordisca o
mamilo durinho e rodeia a língua quente por ele sem parar de brincar com o meu clitóris e a
minha entrada.

-- Não... - gemo a resposta, rebolando meu quadril quando ele pressiona meu nervinho com
força - Ain, droga...

Fecho meus olhos sentindo o Ben se afastar lentamente e choramingo.

-- Nick... - abro meus olhos na sua direção e me arrepio inteira ao ver as orbes castanhas
queimando em luxúria - Me fode logo, vai.
Os dois sorriem com o desespero na minha voz.

Ben - Assim? - ele coloca suas mãos encima das minhas e volta de uma vez, numa
estocada forte e funda que faz minha vista escurecer com a dor de sentir cada centímetro
do seu pau no meu cuzinho, grito sem controlar - É assim que você quer que eu te foda,
minha puta? - ele se afasta saindo quase que completamente e volta forte novamente.

-- Sim... Continua! - gemo alto, satisfeita e cheia de tesão sentindo ele estocar sem dó e o
GH continuar com seus estímulos.

Meu corpo treme, o orgasmo anunciando sua chegada e eles se afastam repentinamente
antes que eu exploda em prazer mais uma vez.

Fico ofegante, vazia e carente das carícias deles.

-- Por favor, volta. - choramingo ao abrir meus olhos que eu nem lembro quando fechei e
oscilo meu olhar entre os dois homens.

Benício lambuzando seu pau com mais lubrificante e Gustavo deitando ao meu lado na
cama, as pernas pra fora me fazendo entender sua intenção.

GH - Calma, moreninha. Vem cá, vem... - ele toca minha cintura e me puxa pro seu colo.
Com seu pau entre meus lábios íntimos, eu deslizo pra cima e pra baixo melando todo seu
comprimento com minha excitação - Senta pra mim, vai. - mordo o lábio e ergo meu quadril
com a ajuda das suas mãos que apertam firmemente minha cintura, a minha escorrega do
seu peitoral firme pro nosso meio e eu pego no seu pau melado, sem cerimônia sentando
lentinho nele - Ah, porra, que buceta gostosa do caralho...

Ben - Deita, bonequinha. - sinto um tapa ser dado na minha bunda e sorrio safada
obedecendo, me inclinando bem gostosinha sobre o GH - Lembra o que eu te falei? - o tom
rouco soa carregado enquanto sinto seu pau na entrada do meu cuzinho - Hum?

Com força...

-- Sim. - arfo sentindo ele entrar devagarzinho, me preenchendo com cada centímetro do
seu pau grosso.

Dói, dói muito, e agora mais que antes eu me sinto rasgada com os dois paus grandes
dentro de mim.

Sinto as mãos do Ben separando e apertando as bandas da minha bunda enquanto as do


GH me forçam a erguir o quadril.

Os dois se impulsionam ao mesmo tempo, GH de baixo pra cima e Ben com força no meu
cuzinho.
Grito de satisfação, dor e prazer me sentindo preenchida com os dois paus nos meus
buracos e por mais doloroso que seja, nesse momento eu não quero mais nada que não
seja isso.

Com minhas mãos espalmadas ao lado da cabeça do GH eu rebolo lentinho sentindo um


tapa ardido ser dado na minha bunda.

Ben - Filha da puta gostosa! - ele junta meus cachos e os puxa pra trás, minha cabeça vai
junto e eu fecho meus olhos sentindo sua boca na minha testa, falando entredentes - Tú é
minha perdição, Helena.

Sorrio em meio aos gemidos de prazer sentindo os dois aumentarem a velocidade das suas
estocadas, seus paus deslizando com facilidade pra dentro e pra fora de mim me alargando
pouco a pouco e meu clitóris inchado batendo com violência contra a pélvis do GH a cada
estocada dele.

Nossos corpos suados fazem barulho quando se encontram, nossos gemidos se tornam
mais alto e sei que nesse ritmo os três vão gozar juntos.

GH - Tá gostando, moreninha? - ele diminui o ritmo, deixando que as estocadas firmes do


Ben me façam ir e vim encima dele.

-- Muito... - meu corpo treme quando sinto uma das suas mãos sair do meu quadril e ir pra
minha buceta, esfregando com força o meu clitóris, é o meu fim - Gustavo, eu vou...

Não tenho tempo pra terminar a frase que a explosão acontece, é tão intensa e repentina
que eu tenho um squirting enquanto grito de prazer, sendo arrebatada pelo orgasmo mais
intenso da minha vida.

GH - Caralho, que delícia. - sinto ele mover a mão no nosso meio fazendo com que o
líquido que esguicha da minha buceta molhe tanto ele como a cama em que estamos.

Meus olhos pesam, o cansaço me domina e ambos percebem.

Ben - Aguenta mais um pouco, bonequinha. - diz, vindo com mais força contra mim, me
fodendo com vontade enquanto o GH faz igual e sem controlar algumas lágrimas descem
pelo meu rosto.

Não aguento mais mas, também não vou pedir pra parar.

Os dois se afundam juntos, Ben e GH se empurram tão fundo em mim que me falta o ar
quando os dois gemem rouca e arrastadamente ao me encherem com as suas porras.

A pressão feita contra a parede dos meus dois orifícios é tão forte que quando sinto o Ben
soltar meus cabelos e sair lentamente de mim eu desabo sobre o GH. Me sentindo cheia
depois de ser muito bem fodida pelos dois e sem forças pra mais nada, fecho meus olhos e
fico quietinha.
- Descansa... - ouço a voz rouca daquele que eu amo e sempre vou amar sussurar e sinto
um beijo suave ser dado nos meus lábios - Teus homens vão cuidar de você agora.

Sorrio fraca com a fala e deixo que o cansaço e a exaustão dominem meu corpo,
me fazendo apagar em segundos.

CAPÍTULO 23
BEN

Acendo o baseado olhando pra Helena completamente nua apagada na cama redonda.
Minha mente ainda tentando organizar todas as memórias e sensações que adquiri
enquanto fodia ela sentindo a pica do GH com a minha através do tecido que separa um
orifício do outro quando ele encosta do meu lado olhando pela janela lá pra baixo com o
celular em mãos.

A princípio, ficando calado, e só depois de uns cinco minutos começando a falar:

GH - Quero fazer isso de novo. - puxo a fumaça mais uma vez e dobro minha perna,
apoiando o pé na parede atrás de mim ao virar a cabeça na sua direção - Não hoje, tá
ligado? Mas eu quero.

-- O ménage? - pergunto em meio a fumaça só pra ter certeza porque minha mente tá uma
bagunça agora que o md começou a fazer efeito no meu corpo, o que faz meu raciocínio
ficar bem lento.

GH - É. - seu olhar sai lá de baixo e vem pros meus, as duas orbes azuis me encarando
com tranquilidade - Foi diferente dos outros que eu já fiz.

-- Porque tú ama ela?

GH - Não, ainda não. - ele desvia o olhar pra cama e acompanhando seu gesto, vejo ela se
mexer pela primeira vez desde que a limpamos e deixamos descansar - Mas gosto, gosto
pra caralho e não vou desistir de ter ela como minha mulher.

-- E é aí que a gente vai se estranhar porque eu também não vou. - volto com o baseado
pra boca, meu olhar fixo nela que puxa o lençol e se embrulha sem abrir os olhos.

GH - A gente não precisa, irmão. - toco a erva com a ponta da língua e trago sentindo o
calor da fumaça subir pro canal do meu nariz que é por onde eu a solto - É só ela aceitar
ser nossa mulher.

Viro minha cabeça tão rápido na sua direção que ela chega a estalar.
Ai.

-- Ela aceitar ser... nossa? - solto o resto da fumaça sentindo meu nariz arder com a entrada
de ar e ignoro o incômodo enquanto encaro ele - Explica esse caralho aí.

GH - Nunca ouviu falar em trisal, não? - junto minhas sobrancelhas em confusão - A gente
pode ser um. - continuo confuso, puxando na mente se já ou não quando ele explica - Três
pessoas num relacionamento, irmão. Eu, tú e ela

-- Muito caô em pouco tempo. - faço que não, imaginando a zona que seria - Não daria
certo. Ia ser o que, um bota e o outro tira? Não. É loucura.

GH - A gente nunca foi bom das idéias mermo. - sorrio concordando com essa parte,
apagando o baseado na parede depois de tragar uma última vez - Pensa e depois diz se
topa ou não. - Helena resmunga na cama nos chamando atenção.

-- Por que isso agora?

GH - Porque eu entendi que ela nunca vai ser totalmente minha. - guardo o baseado no
bolso da bermuda e olho rapidamente pra ele - Helena te ama, irmão, e eu vi que isso é
recíproco da tua parte. Não quero estragar mas também não quero ficar sem ela.

-- Viciou no mel da novinha. - brinco indo até ela que chama meu nome.

GH - Viciei nela toda e é aí que mora o perigo.

Helena - Eu tô com frio, Nick. Deita comigo? - rodo meu olhar pelo espaço e bato na jaqueta
do GH jogada num canto qualquer, vou até lá e pego trazendo pra ela - Obrigada. - ajeito a
peça no seu corpo e abotoo todos os botões antes de deitar puxando ela pros meus braços
- Vou descansar só mais um pouquinho aí depois você me leva pra casa, pode ser?

-- Pode sim minha dona. - ela sorrir toda linda de olhos fechados quando eu beijo sua testa
e olho pro GH ainda perto da janela mexendo no celular - O que tanto tú faz aí?

GH - Negociando uma carga de cocaína preta pra testar a venda lá na Penha. - diz sem me
olhar - Também chamando alguém pra vim dar uma olhada no tornozelo da Helena. - estala
a língua no céu da boca quando batem na porta - E ela acabou de chegar, acorda nossa
mulher aí que eu vou buscar um lanche pra ela.

Ele para no meio do caminho e me olha franzindo o cenho, igualmente a mim com a
pronúncia do nossa mulher que soa estranho mas me atrai ao ponto de eu falar segundos
depois:

-- Foda-se, vamo fazer essa parada de trisal dar certo. - a gente rir com a certeza na voz de
quem até ainda agora achava loucura.

GH - A gente vai, irmão. Essa mulher já é nossa e ai de quem tentar mudar isso.
CAPÍTULO 24
GH

-- Trouxe tudo que eu pedi? - dou uma rápida olhada nas duas sacolas que são passadas
pra mim, uma com lanche e a outra com roupas pra minha moreninha já que as dela eu fiz
questão de rasgar pra ela nunca mais usar aquela porra.

Japão - Tá tudo aí, patrão. Só fiquei meio em dúvida na hora de escolher o sutiã mas daí eu
puxei na mente o tamanho dos peitos... - encaro o moreno de olhos puxados, sério,
esperando que ele termine a frase mas ele rir nervoso e muda de assunto - Já posso voltar
pro morro?

-- Não. - dou as costas pra ele - Fica aí na frente e quando ver a Helena saindo, me manda
mensagem pra avisar - não falo mais nada e sigo de volta pro quarto em que o Ben ficou
com ela e a Tainá que eu chamei pra examinar o tornozelo dela.

Queria tá errado, tá ligado? Mas pelo tanto que a Helena se entregou a nós dois e aos
resmungos sonolentos que ela soltava enquanto me ouvia sugerir o trisal pro Ben, eu sei
que ela vai fugir de nós. O que não é nenhuma novidade já que ela é profissional nisso.

Vou fazer alguma coisa pra impedir? Não. Mas vou cuidar de longe, afinal, é da minha
futura mulher que eu tô falando.

Uma vez que ela se entregou pra mim denovo, já era, pode até fugir mas volta.

Nem que seja na base de um sequestro.

Tainá - Ah, você voltou! - diz ao me ver enquanto sai do quarto - Fiz o que eu podia, agora é
torcer pra ela tomar o remédio e repousar aquele tornozelo direitinho.

-- Tá beleza, depois eu transfiro o dinheiro pra tua conta.

Tainá - Seu amigo disse o mesmo e como eu disse pra ele, vou repetir pra você: seja
generoso, por favor, eu gosto disso. - ela ajeita os seios dentro da fantasia e sorrir falsa -
Vou lá, patrão. A gente se ver por aí agora que eu virei best da sua mulher. - bate no meu
ombro e se vai enquanto eu entro no quarto fechando a porta, tentando ignorar o tanto que
eu vou me fuder se isso for verdade.

Helena - Foi gostoso, não tô falando que não foi... - me aproximo da cama ouvindo ela
sussurrar isso e paro a uns três passos de distância pra prestar atenção na conversa - Mas
é que...
Ben - Shhh! - ele puxa ela pra deitar encima dele - Vai dormir que isso é sono, certeza.

-- Que o quê, Helena? Fala pra mim. - meu tom autoritário ecoa pelo ambiente fazendo com
que os dois deitados na cama notem minha presença, meu foco vai pra ela que está com os
cabelos presos num coque bagunçado e o corpo pequeno vestido com minha jaqueta que
serve como um vestido nela.

Helena - Você é o mais ajuizado, fala pro Nick que essa idéia de trisal é loucura. - ela senta
nele passando as mãos no rosto e solta um gemido de dor - Hum... Ai meu bumbum. -
umedeço meus lábios ao lembrar, a bunda gostosa foi a que mais sofreu hoje. Foram tapas,
dedadas e vários cm de rola que ela recebeu.

Porra, só de lembrar eu fico duro.

Ben - Ele não vai falar porque foi ele que propôs. - balanço a cabeça pra esquecer dos
acontecimentos de quase três horas atrás e foco no rosto confuso da minha menina - Fala
pra ela, GH.

Helena - Você? - aceno em concordância - E você aceitou numa boa? - pergunta pro Ben
que confirma - Nan, vocês são malucos. Eu vou é embora. - ela sai de cima dele, levanta e
quando dá um passo suas pernas vacilam - Merda!

Ben - Olha aí... - ele age em segundos e a ampara antes que chegue ao chão - Nem tuas
pernas querem que você deixe a gente. - sorrir enquanto ela o encara. Tá puta mas não
pode fazer nada, nosso trabalho foi bem feito e suas pernas bambas é a prova disso - Fica
mec, bonequinha.

Helena - Não me diz pra ficar mec que eu vou dar na sua cara. Eu preciso ir embora, droga!
Já está amanhecendo... E... - suspira quando o Ben que tem ela no colo beija seu pescoço
na tentativa de acalmar a fera.

Sento do lado deles, bem próximo.

-- Trouxe pra tú. - entrego as sacolas pra ela na mesma tentativa e parece que funciona
porque assim que ela ver a latinha de refrigerante e a bandeja de isopor em uma delas com
o x-tudo escrito na tampa ela sorrir - Ganho nada não? - ela me olha e morde os lábio
grosso pra reprimir o gemido quando o Ben se empurra contra ela - Hum?

Helena - Obrigada? - me inclino na sua direção e inspiro do outro lado do pescoço cheiroso,
subindo com meu nariz rente a pele até sua orelha que eu lambo o lóbulo fazendo ela se
encolher e gargalhar - Eu tenho cócegas, seus infelizes.

Sorrio da sua risada, é aquelas gostosas de se ouvir.

-- De nada. - falo roucamente no seu ouvido percebendo seus pelinhos ficarem todos
eriçados e me ajeito na cama, prestando atenção em como ela fica sem graça comigo e o
Ben a olhando com desejo - Come moreninha.
Helena - Só depois que vocês pararem de me olhar desse jeito. Eu, hein! - ela sai do colo
do Ben e senta no meio da cama, cruza as pernas e antes que coloque o pote encima delas
nos dá a vista da bucetinha lisinha que de rosa ficou vermelha de tanto levar.

Chego a respirar fundo pra não deitar ela e sugar até sua alma por alí.

Ben - Desse jeito como? Como se quiséssemos te foder novamente? - sua pergunta é
retórica - Nós queremos, bonequinha. Só que sabemos que por hoje já chega de pica pra
você.

Ela engasga com a própria saliva e nos olha com os olhos arregalados.

-- Ele tá brincando. - falo pra tranquilizar mesmo sabendo que é a mais pura verdade e
levanto batendo na perna do Ben pra ele fazer o mesmo - Bora alí fora trocar umas idéias.

Saio e ele me acompanha, o beck e o bic se fazendo presente na sua mão quando a gente
para no corredor.

Ben - Não fala nada do meu baseado. Eu vou fumar de novo sim e foda-se. Bolei foi pra
isso. - observo ele acender o baseado - Dá teu papo aí. - diz, dando o primeiro trago.

-- Mandou as piranhas pra Rocinha? - ele confirma e estende o baseado pra mim - Um
problema a menos então. - comento ao pegar da sua mão.

Ben - Mandei tirar o bebê da Laise também porque fico meio assim de matar um bebê que
já tá perfeito pra nascer, tá ligado? - diz, soltando a fumaça lentamente - Se a gravidez
fosse recente dizia nada não, mas a filha da puta já tava com quase nove meses.

Aceno em concordância, entendendo o lado dele porque eu também não curto matar
inocente por causa das merdas que os pais fazem.

- A dor é psicológica, é só lembrar disso... - a voz feminina se faz presente no corredor em


que estamos e olhando na direção vejo a preta que estava com a Helena ontem.

Ben - Jade? - ela olha assustada colocando o indicador nos lábios, pedindo silêncio - Tá
fazendo o que aqui? - ele rir ao ver ela andar devagar, as pernas levemente abertas - Deixa
quieto, já sei que tava dando.

Jade - Ai que ódio de você, Benício. - se encosta na parede a nossa frente e respira fundo -
Tomara que a Helena nunca te perdoe e nunca mais caia no seu papinho.

Ben - Quer entrar aqui, Jade? - aponta pra porta fechada da sua suíte - Ver quem "caiu no
meu papinho" ?

Jade - Helena não deu pra você, deu? - dou mais um trago no baseado e entrego pro Ben
que sorrir de lado sem responder ela - Eu não acredito... - ajeita a postura e caminha na
nossa direção - Eu vou dar na cara dela pra ela largar mão de ser... Argh, Helena!
Solto a fumaça vendo ela entrar no quarto e no máximo cinco minutos depois meu celular
vibra no meu bolso.

Pego olhando pela barra de notificação e sorrio sabendo que eu estava certo.

Japão - Tua faixa acabou de sair pela janela e tem uma preta que tá fazendo igual.

- Ai, tem um mano cheio das intimidade pra cima dela.


- É pra meter bala nele?
[Imagem]

Desbloqueio e vou no chat só pra ver a foto antes de responder, reconhecendo o cabeçudo
do Nauan abraçando ela.

-- Mete bala no teu cú, porra.


-- Falei pra ficar de olho e não pra fazer merda.
-- Não perde a minha mulher de vista e me avisa se ela não for pra casa dela.

Não recebo nada como resposta mas decido ignorar. Japão é esperto, meu melhor soldado,
sabe que comigo ou anda na linha e faz o que eu mando ou morre sem saber de onde veio
a bala.

Ben - Ué, achei que ia sair altos gritos daí de dentro.

-- Se elas não tivessem fugido pela janela, talvez sairia. - ele abre a porta sem acreditar e
reprime os lábios ao ver a janela aberta, as cortinas balançando por causa do vento que
vem de fora - Bem fujona nossa mulher, não acha?

Ele rir se voltando pra mim.

Ben - Quer paz, GH? Arruma outra mulher porque a nossa ainda vai deixar nós dois de
cabelo branco. Escreve o que eu tô falando. - nossa... gosto da certeza com que ele fala -
Agora que ela já foi o que tú acha de ir cobrar quem vivia a vida pra foder a dela?

-- Acho uma ótima idéia.

CAPÍTULO 25
HELENA

Afundo o último pedaço de x-tudo na boca e mastigo ouvindo o Nauan falar que volta logo
antes de descer do carro na frente da padaria.
A musica baixa saindo do som preenchendo o interior do carro só colaborando pra que eu
continue aérea, pensando.

Estou assim desde que sai da Caliente, não quis conversar sobre o que aconteceu essa
noite e agradeci mentalmente aos meus primos que não vieram com perguntas e sermões
pro meu lado.

Ai, minha mente não para e minha cabeça dói a cada vez que eu penso no que o Ben e o
GH querem.

Um trisal...

Isso é loucura , tá que depois de ter sido bem fodida pelos dois eu fui bem mimada e gostei
da sensação de ter a atenção e cuidados deles só pra mim mas mesmo assim... se um
homem só já te dá trabalho, faça idéia dois. Dois que são gostosos, ricos e disputados entre
as mulheres.

Nan, tenho nem maturidade pra isso e esse é um dos motivos pelo qual eu decidi me
afastar deles.

Ben e GH merecem mais do que eu sou, merecem alguém mais maduro e que não traga o
caos pra vida deles como eu trago pra daqueles que convivem comigo.

É isso, e por mais que seja difícil essa é a minha decisão. Vou tentar cumpri-la.

Jade - Tá me ouvindo? - pisco, voltando a mim quando seus dedos se estalam na frente do
meu rosto.

-- Não estava mas agora estou, pode falar. - me viro pra ela que respira fundo batendo com
a unha afiada no vidro da janela - Aconteceu alguma coisa?

Jade - Não quis falar na frente do Nauan mas...- aceno, esperando que ela continue - O
Withe me disse que não matou o Jean como o tio mandou. - paraliso com a informação e
tento não surtar ao ver o sorriso se formar no rosto dela - Eu sei em qual hospital meu irmão
está, Lena.

Mordo meu lábio, e agora mais essa.

Jade - Você não gostou? - fico calada - Mas é lógico que não gostou, você queria que ele
estivesse morto. - não gosto do tom que ela usa e respiro fundo pra não me alterar na hora
de falar:

-- Sim, Jade, - falo calmamente, o perigo impregnado nesse ato - Eu gostaria que o Jean
estivesse morto, eu mesma gostaria de tê-lo matado e isso não é segredo. Jean já te bateu,
te humilhou, já ameaçou te matar e...
Jade - Mas meu irmão, Helena. Sangue do meu sangue e precisa de mim. White disse que
ele está precisando de sangue e eu vou ir lá pra doar. - respiro tão fundo que temo ter
inalado todo o oxigênio de dentro do carro, tudo pra não dá na cara dessa burra - Não
adianta respirar fundo, sei que você faria o mesmo por seus irmãos.

Abro a boca pra dar minha "humilde" opinião mas fecho ao ver a porta do motorista se abrir
e o Nauan entrar.

Graças a Deus, isso é livramento.

Nauan - Ela tá comigo. A gente veio aqui na padaria comprar pão, fica tranquila... - reprimo
meus lábios ao ver ele falando no celular, é a minha mãe, certeza - Se arruma aí então que
depois do café a senhora desce comigo. Tranquilo. - ele desliga e me olha pelo espelho
interno - Toma aí, pigmeu. - joga as duas sacolas de pães pra trás e eu seguro sabendo que
está falando comigo - Tomara que essa idéia der certo.

-- Vai dá, confia na mãe aqui. Essa técnica nunca falha. - me ajeito no banco e pelo canto
do olho vejo a Jade olhando pra paisagem lá fora.

Ela está visivelmente triste mas isso eu resolvo mais tarde, tenho que resolver meu
problema primeiro, depois eu vou ter que conversar calmamente com ela e provavelmente
acompanha-la nessa maluquice de ir doar sangue pro desgracento do Jean porque a gente
é assim, discorda e no fim vai fazer as merdas juntas.

Até porque nenhuma das duas é boa das idéias e se ela me acompanha nas minhas, é
minha obrigação seguir ela nas dela.

CAPÍTULO 26
BEN

Di💛 - Eu tô chegando, não mexe na Laise que eu quero descontar 18 anos de raiva nessa
cadela.

-- Tá com o caraio, kkkk


-- Então vem, coelha.
-- Ela é toda tua.

💛
Di - Teu 👌
🙅
- Marmita de puta, CHIFRUDOOO...
-

Desenrolo a bandoleira do fuzil passada no meu pescoço e bloqueio o celular guardando no


bolso da calça depois dessa, chamar de chifrudo é desaforo demais.
Cê é louco? Gosto não, nunca gostei.

GH - Demorou pra caralho, achei que tinha desistido. - levo o baseado pros meus lábios e
dou um trago enquanto termino de subir os degraus que dão na lage da boca.

Me aproximo e paro do lado dele olhando pras duas vagabundas sentadas nas cadeiras
mais a frente com as pernas amarradas nos pés dela e os braços nas costas.

Tão pedindo por misericórdia, mas tú dá? Porque eu não.

-- Nada, pô. - solto a fumaça enquanto falo - Só fui resolver os caô que apareceu de ontem
pra hoje enquanto eu tava fora. - umedeço meus lábios sentindo eles descascando e ando
até as pão careca, franzindo meu cenho ao ver a forma que os nós foram dados nos seus
braços. A corda foi passada pelos ombros e os nós são trançados até os pulsos - Quem
amarrou elas assim?

GH - Algum que o CV precise saber? - pergunta ao parar do meu lado e eu nego - Fui eu,
queria ver se ainda manjava do Shibari. - não faço idéia do que seja mas gostei do nome - E
não é que eu manjo.

Dou outro trago no baseado e apago a ponta antes de guardar no meu bolso pra fumar mais
tarde, meu olhar indo pra mesa de plástico que tem os bagulho de tortura espalhados por
ela alí do lado e eu vou pra lá ouvindo as juras de morte que a Laise e a cópia dela fazem
pra mim.

Eu tô tão tranquilo que tô até me estranhando m. Nada me tira a paz que eu tenho nesse
momento, muito menos elas.

-- Quer o quê, GH? - olho atentamente pra mesa selecionando pra mim um elicate e o taser
de lei só pra começar - Chorão! - chamo o menor sentado na beira da lage, os olhos
arregalados de tanto medo que ele tem de assistir uma tortura - Desce lá embaixo e traz
dois baldes de água com gelo pra mim. PT! Faz a boa e arranca as unhas da Raika aqui. -
jogo o alicate pra ele que se aproxima sorrindo pra ela.

Chorão - Agora mermo, patrão. - ele desce, indo fazer o que eu mandei.

Raika - Por favor, Patrick, não faz isso comigo. O... - sua voz é substituida por um grito
quando ele se abaixa perto do seu pé e encaixa o elicate em uma das unhas grandonas
puxando de uma vez pra cima, arrancando da sua carne.

Subo meus olhos pro do GH que me olha no mesmo momento ao ouvir o nome do cara que
o pai dele indicou pra minha contenção ser dito por ela, a minha dúvida sendo a dele.

Como essa porra sabe o nome do cara?

PT - Pra tú não é Patrick não, pra tú é PT, vagabunda. - sua voz é acompanhada dos gritos
desesperados dela.
GH - Me passa essa corda aí, irmão. - seu olhar continua desconfiado assim como o meu
mas por hora nós focamos no que interessa que é a tortura delas.

Pego o rolo com alguns metros e jogo pra ele, me aproximando da mais nova.

-- Que pescocinho lindo, Raika. - debocho, apertando no botão lateral do taser, fazendo a
faísca elétrica passar de um polo ao outro e ela me olhar assustada, o desespero evidente
nas orbes castanhas cheias de lágrimas - Bom pra fazer isso... - encaixo o taser ali e
pressiono vendo ela se debater e ouvindo seus gritos agudos serem abafados pelo GH que
usa do fato dela estar com a boca aberta pra passar a corda por ela.

GH - Odeio mulher escandalosa. - ele puxa a corda quase rasgando o canto dos seus lábios
e amarra na parte de trás da cabeça dela enquanto eu continuo com o taser afundado no
pescoço que começa a feder a queimado - Tem que aguentar calada, pô. Não procurou?
Aguenta esse caralho agora.

Laise - Eu não vejo a hora do Russo descobrir que vocês estão fodendo com a filhinha dele.
- ela gargalha, tá ficando maluca já - Vocês vão pagar por tudo que estão fazendo, vocês
vão...

-- Fala mais Laise. - interrompo sendo irônico, fazendo gesto com a cabeça pro GH amarrar
a boca dela também - Amo ouvir tua voz de taquara. - tiro da Raika que já pendeu a cabeça
pra frente, desmaiada, e vou pra ela dando só uma descarga encima dos peito que faz ela
abrir o bocão num grito fino pra caralho - Cala a boca! - desço um tapão ardido na cara de
puta só de raiva e no segundo seguinte GH faz o dele, passando a corda na boca dela.

- Eu falei pra não tocar nessa prostituta que ela é minha. - sorrio ao ouvir a voz feminina,
chegou quem faltava - Oi, GH... Nick? - ela encosta do meu lado - Me empresta?

-- Todo seu. - entrego o taser pra ela que tira a bolsa do seu ombro, pronta pra me entregar
mas desiste e passa a alça pela sua cabeça - Tem certeza? - ela confirma olhando pro
aparelho na sua mão - Sabe usar?

Afrodite - É assim, não é? - aperta e vira pro meu lado, invergo legal pra não levar um
choque na barriga - Disso você tem medo, né?

-- E quem não tem? Esse caralho mata, sabia? - me afasto ouvindo ela rir e vou pro lado do
GH que para de trançar três pedaços de cordas pra prestar atenção nela, faço igual.

Afrodite - Eu não te falei que no fim ia ser só eu e você, Laise ? - ela dá um murro no rosto
da outra - Pois bem, aqui estou eu - sem perder tempo ela ergue o taser e desce a
descarga elétrica na testa da Laise.

Rindo da cena, eu desvio pro GH que olha admirado pra ela e percebendo meu olhar, se
vira pra mim.
GH - Braba pra um caralho a nossa so... - ele olha pra algo do meu lado e sorrir mudando
de assunto - Reza pra não ter uma invasão tão cedo porque o primeiro que vai rodar é o
Chorão. - olho na direção só pra ver o muleque magrinho se matando pra subir com os dois
baldes que eu mandei buscar, o fuzil que ele segurava na mão pelo cano escorrega e desce
escada abaixo me fazendo reprimir o riso.

Só trabalho com comédia, na moral.

-- Foi buscar isso aonde?

Chorão - No restaurante lá da esquina, patrão. - ele respira ofegante, o suor descendo pela
pele morena queimada de sol do seu rosto - A tia lá nem cobrou quando eu disse que era
pra tú.

-- Mas cê tá ligado que tinha no freezer da sala de empacotamento, né? - ele me olha com a
cara de doido, negando, e do meu lado GH solta um riso anasalado - Tú é foda muleque,
vai lá. - aponto - Joga na piranha que desmaiou que o que é dela ainda não foi dado.

Cruzo meus braços por cima do fuzil atravessado no meu peitoral e observo ele fazer o que
eu mandei, encharcando o PT que tava abaixado atrás da Raika terminando de arrancar as
unhas das mãos dela.

PT - O filho da puta! Agora tú vai levar. - ele levanta, pronto pra vim pra cima do menor de
17 anos quando uma ordem vindo das escadas me faz entrar em alerta e erguir o fuzil em
segundos, já destravando e mirando pra atirar.

-- Vai peitar, filho da puta? - grito, ficando putão mermo por ver pra quem ele tá apontando
seu fuzil.

Doca - Sai de perto da Laise ou vai ser só um na tua cabeça! - repete pra Afrodite e se vira
pra mim - Abaixa essa porra aí porque assim como eu, tú sabe que se atirar em mim vai tá
assinando teu atestado de óbito.

Sorrio de lado. Ele provavelmente não sabe que por minhas irmãs e por minha bonequinha
eu faria isso sem nem pensar.

Mas vai saber agora.

-- Coisa boa, não? - dou uma rápida olhada pra trava do fuzil que ele tem em mãos, ainda
não foi desfeita e eu é que não vou esperar ser - Pelo menos no inferno tú vai ter a
companhia de quem te mandou pra lá. - volto meu olhar pra ele e disparo.

CAPÍTULO 27
GH

Eu sabia que tinha parada errada desde quando ouvi o nome do chegado do meu pai ser
dito pela Raika, mas imaginar que o próprio apareceria aqui pra defender a Laise?

Foi demais até pra minha mente astuta raciocinar rapidamente e por esse motivo eu
demorei pra agir.

Felizmente, ou não, eu agi e usei da única arma que tinha em mãos pra impedir que o Ben
fizesse a maior merda da vida dele matando um dos chefes do comando.

Foram milésimos de segundos que passaram diante dos meus olhos em câmera lenta. O
olhar dele indo pra arma na mão do meu pai, a fala carregada de ódio e a corda manuseada
por mim enrolando no cano do seu fuzil, puxando ele pra baixo no mesmo instante em que
o disparo aconteceu.

O tiro foi dado mas não acertou o peito do meu pai como era a intenção de quem atirou e
sim a perna, a mesma que anos atrás o Russo deu conta de quebrar da mesma forma.

Com um tiro de fuzil.

Ben - Ficou maluco? - ele tira a bandoleira do pescoço e me encara, o rosto vermelho e o
olhar carregado de ódio - Caralho, GH! - joga a arma no chão me forçando a soltar a corda
e vai até meu pai que sentado se esforça pra manusear o fuzil na sua direção - Vai atirar,
filho da puta? - chuta a arma pra longe e pisa no pescoço dele - Vou te ensinar a nunca
mais erguir uma arma pra nenhuma das mulheres da minha vida.

Dou o primeiro passo pra impedir que ele mate meu pai ao ver ele pressionando o pé no
seu pescoço mas a Afrodite entra na minha frente colocando a mão aberta sobre o meu
peitoral.

Afrodite - Deixa ele. - franzo meu cenho ao olhar pra baixo, pro seu rosto - Você nunca viu
ele assim, eu já. - ela entra fundo nos meus olhos com os seus, me hipnotizando com o
verde amarelado das suas íris - Se tentar impedir, ele vai partir pra cima de você.

-- E qual é a necessidade de agir como um animal irracional? - pergunto baixo, no transe


que seua olhos me fizeram entrar, ouvindo os gemidos de dor do meu pai, as frases de ódio
do Ben e os gritos abafados das duas vagabundas.

Afrodite - Você agiria da mesma forma se ameaçassem alguém com quem você se importa.
- Helena, penso e nesse momento um disparo soa bem próximo.

Fazendo nós dois voltarmos pra realidade.

Meu olhar vai logo pro meu pai que solta um grito no chão, o disparo de segundos atrás
atingiu seu ombro direito e ele começa a chorar. Sem caô, ele começa a chorar olhando pro
lado em que a Laise e a Raika estão.
Ben - Tua preocupação era a Laise, Doca? - me viro na direção que vem a sua voz só pra
ver ele colocando a ponta da sua Glock sobre a corda presente na boca da maldita que
chora desesperada já sabendo que o fim chegou pra ela - Não é mais. - ele dispara uma,
duas... cinco vezes com um sorriso psicótico no rosto.

Nunca vi ele assim.

Doca - Eu vou acabar com você seu desgraçado, vou atrás da vadia que você ama e vou
matar ela len... - interrompo no mesmo instante, indo parar encima dele numa velocidade
desumana.

-- Se tú triscar um dedo nela...- respiro fundo, minhas mãos apertando firme o tecido da sua
camiseta manchada de sangue enquanto olho no fundo dos seus olhos cheios de lágrimas -
Eu esqueço que tem sangue teu na minha veia e daí quem vai te cobrar sou eu mermo. Tá
entendendo? - empurro ele pra trás, forçando sua cabeça no chão.

Doca - Tô, eu tô. - ele geme de dor - Mas tú também devia fazer o mesmo comigo, Gustavo.
O cara matou a mulher na tua frente. - sorrio irônico ao entender tudo. Mas é claro que de
tantas putas que existem no Rio de Janeiro ele foi fazer de amante logo as piores do
Vidigal.

-- O filho da Laise é teu, não é? - pergunto só pra ter certeza e ele confirma, fungando - Mas
é claro que é. - solto ele e levanto passando as mãos no meu rosto.

E eu achando que ele era corno manso.

Doca - Caralho... - ele tosse ao sentar e tira a camiseta gemendo de dor, amarrando ao
redor da perna atingida - Chama alguém pra vim me levar pro hospital. Por favor, filho.

Meu coração começa a galopar dentro do peito depois de ouvir ele me chamar de filho pela
primeira vez em oito anos mas eu ignoro ao lembrar que ele só parou porque eu fui
escolhido para assumir o posto do meu avô na cúpula e não ele.

-- Pede ajuda pro teu mano PT, aproveita que ele ainda tá vivo. - tento soar firme e olho pro
Ben no outro lado da lage com a Afrodite que segura seu rosto entre as mãos enquanto
conversa com ele.

Engulo a saliva notando pelo canto do olho o PT tentar desamarrar a Raika.

-- Quem mandou?

PT - O patrão. - volto a olhar pro Ben que encara a cena com o maxilar travado e as veias
saltantes marcando o pescoço enquanto ele move a cabeça de um lado ao outro, negando.

Desvio pro Doca que fala no celular com alguém, foco em entender ao sacar que o patrão
em questão é ele.
Doca - Leva lá pra casa e fala pra Marisa que se eu chegar e ver meu filho com alguma
marca, eu vou cobrar dela... Ajeita tudo aí e vem que eu vou levar minha mulher também...
É, no hospital.

Ele ergue seus olhos pros meus e quando percebe minha ira, se despede da pessoa e
desliga.

Doca - Não quero ouvir um A teu. Eu vou levar ela e ninguém vai impedir... - ele puxa o ar
com força pelo nariz, fazendo cara de dor - Muito menos você, seu incompetente.

Sorrio quando ele volta a me tratar da forma habitual. Minha cabeça lateja de um lado, o
sono e a raiva me deixando a ponto de ter um surto igual ao que o Ben teve.

-- Eu não vou, Delewilson. - eu não, caminho pra perto do Ben, passando pelo PT ainda
tentando desfazer os nós da Raika - Tá bem, Ben? - faço um trocadilho maneiro e ele rir
erguindo a mão aberta na minha direção, pego achando que é pra um toque mas ele me
puxa pra um abraço e beija minha cabeça, me deixando sem jeito.

Ben - Vou ficar se tú tiver, cê tá? - nos afasta segurando meus ombros e olha nos meus
olhos, ficando sério quando eu aceno brevemente - Então mete o louco, GH. Faz jus a fama
que tú tem, irmão. - ele me solta e chama um por um dos seus que de onde estão me olham
esperando por minha ordem - Meus soldados são os teus, aproveita que eu ainda sou o
chefe dessa porra.

Desvio meu olhar pro Doca que me encara de lá, declarando guerra se eu tentar contra a
"mulher" dele.

-- Que eu me lembre tua mulher é a Marisa. - caminho até ele, parando por um instante pra
pegar a corda trançada que continuava envolta do cano do fuzil do Ben no chão - A mulher
que eu fiz questão de cobrar quando soube que te traiu.

Doca - Tá falando isso porquê?

-- Tú vai descobrir já, já. - olho pros que trabalham pro Ben e faço gesto com a mão,
chamando eles - Quero que arrumem uma madeira resistente e desçam nele sem dó. - me
viro pra ele novamente enquanto os caras se dispersam - Tu vai levar por quarenta minutos
e se sobreviver depois dessa e eu sonhar que tu foi atrás da minha mulher, tú já sabe o que
te aguarda.

Me afasto ao ver os cara voltando e observo quando eles começam a descer a madeira,
pegando nas pernas, costelas... tudo que é lugar que faz ele gritar pedindo perdão até pra
Jesus.

Afrodite - Eu não sei se gosto de você como genro. - ela para sorrindo do meu lado, me
fazendo crer que eu tô começando a ganhar ela como minha sogra - Mas gostei de te ver
ameaçando esse estrume por causa da minha filha.

-- Eu faria tudo pela tua filha, Afrodite. Acredita em mim. Tudo.


Ben - Ela quer tua corda, irmão. - ele para do meu outro lado falando e eu olho pra ela que
faz cara de doida - Se faça não que esse papel é meu.

-- Só dou se for pra tú bater na Raika, tú vai? - ela confirma e sorrir como uma criança
sapeca quando eu entrego pra ela - Faz o teu minha sogra.

Afrodite - Seu toba, esquisito. Deus me free! - ela entrega a bolsa pro Ben e faz um bico ao
prender os cachos.

Minha mente viaja ao ver o cabelo encaracolado e a certeza que eu preciso ver minha
moreninha vem com tudo.

-- Eu vou chegar ali. - me viro pro Ben que me olha sem entender mas não pergunta nada -
Olho aberto com o PT, hein. - aviso quando ele repete o movimento de antes e beija minha
cabeça.

Ben - Preocupa não, um minuto no máximo é o que ele ainda tem de vida. - sorrio sentindo
ele bagunçar meus cabelos - Vai na fé, meu moleque.

-- Fica com ela, irmão. - me afasto e caminho rumo a escada, parando ao chegar nela só
pra dar uma última olhada pro Doca gemendo ao receber o dele, Raika levando uma
cordada encima da outra da Afrodite e Ben atirando contra o peitoral do PT.

Um caos do caralho aqui e eu saindo pra ir atrás de um em forma de mulher, foda.

CAPÍTULO 28
HELENA

Caminho lentamente pelo corredor do hospital, a bota ortopédica me ajudando nesse


processo que eu descobri ser tão doloroso sem o efeito do remédio.

A recomendação da minha vó foi: repouso absoluto mas... como que repousa se eu tenho a
mania de pegar os problemas dos outros pra mim como se os meus não fossem o
suficiente?

Não repousa, essa é a resposta.

-- Depois daqui a gente vai almoçar, ouviu? Tô com fome. - falo baixo ao parar do lado da
minha prima no balcão da recepção do hospital, acabou que o que eu pensei se tornou
realidade.
Depois de torar o pau com ela, xingá-la de burra e o caralho a quatro e de chorar como uma
condenada pedindo desculpas por ter feito ela chorar, cá estou eu bem plena como se nada
tivesse acontecido, a acompanhando na loucura de visitar quem não merece já que a
doação de sangue vai ficar pra amanhã.

E eu já adiantei que não vou vim com ela pois vou passar o dia na faculdade.

Sou irresponsável? Sou. Mas o meu curso de medicina eu não negligencio nem por duas
pirocas, nem sendo aquelas pertencentes a dois morenos aí que eu jurei a mim mesma ficar
longe.

Jade - Você sempre está. - sussurra, focando no que a recepcionista fala pra ela.

Não me esforço em entender pois minha atenção vai pro homem negro vestido numa farda
preta do Bope que ultrapassa as portas duplas que eu julgo dar no corredor dos quartos.

Era só o que faltava.

Teco - Filha? - reviro meus olhos com tanta força ao ouvir sua voz que eles quase não
voltam pro lugar - Nossa, como você está linda. - se aproxima e abraça ela que fica toda
sem graça.

Normal né, quase dois anos sem ver esse estrume humano.

Jade - Oi, Jeferson. - se afasta - Pensei que você nem ia vim.

Teco - Eu vim, precisava ver como deixaram meu filho... - percebo ele me olhar de cima
abaixo e cruzo meus braços olhando pra saída do hospital.

Não sou de falar com quem não me desce nem com mel e Teco é uma dessas pessoas.

Quero mais é que ele morra, lenta e dolorosamente.

Teco - Helena, não é? - a voz soa bem próxima e pelo canto do olho vejo ele parando ao
meu lado, Jade atrás dele com os olhos arregalados na minha direção - Filha do Russo e da
Afrodite... Bela mistura.

Sorrio falsa me virando de frente pra ele, olhando dentro dos olhos pretos.

-- Jeferson, não é ? - faço igual, piscando inocente antes de soltar minha língua afiada - O
irresponsável que negligenciou a primeira filha e como se não fosse o suficiente ainda se
reproduziu outra vez, trazendo ao mundo um pior que ele.

O macho trava o maxilar me encarando com a pior cara do mundo e eu sustento na mesma
intensidade. Essa foi a segunda coisa que eu aprendi com meu pai, tú começa a deitar pra
homem a partir do momento que desvia do olhar dele...

A primeira foi que eu não sou mulher pra deitar pra homem nenhum.
Jade - O senhor já viu ele? - ela se põe entre nós dois na intenção de impedir a morte dele
se eu resolver tirar minha bota ortopédica e afundar no crânio dele porque é o que eu quero
fazer nesse momento - Já viu meu irmão? O Jean?

-- Vou esperar no carro, Dinha. - aviso e me ponho a caminhar lentamente sentindo meu
tornozelo e corpo todo voltar a doer.

O efeito do remédio está passando pro meu ódio. Perfeito!

Do lado de fora, eu paro por um instante pra prender meus cachos num coque e aproveito
pra abaixar meu vestido tubinho na cor bege que só agora eu percebo que não foi uma boa
idéia eu vestir.

O que tem de homem quase quebrando o pescoço só pra me olhar não tá escrito. Bando de
escrotos.

- Se acha a boazona, não é, vagabunda? - me assusto quando a voz vem acompanhada de


um aperto firme no meu braço esquerdo, me puxando pra cima e machucando - Maluca o
suficiente pra enfrentar um Tenente coronel do Bope?

-- Está me machucando. - levo minha mão direita pro seu pescoço, fincando minhas unhas
ali na intenção de me desvencilhar mas o homem é mais forte que eu e num piscar de olhos
me imobiliza, segurando meus dois braços nas costas com um mão e a outra puxando
meus cabelos - Me solta, Jeferson. - grito sentindo dor e olho pros lados, as pessoas
passando e fingindo que não estão vendo nada, ai que ódio.

Teco - Te soltar? - ouço ele rir, me puxando pro outro lado da rua onde tem dois SUV's, um
deles sendo o que a Jade ganhou do meu pai no seu aniversário de 18 anos e o outro o que
ele para e solta meu cabelo só pra abrir a porta de trás, falando: - Não... Você vai vim
comigo, quero ver se é tão gostosa como aparenta ser.

- Bom saber que essa é tua intenção. - me arrepio inteira ao ouvir o voz grossa - Me deu
uma idéia maneira do que fazer contigo depois.

Teco - E quem você pensa que é? - ele se vira me colocando de frente pro moreno que
caminha lentamente na nossa direção, tudo nele exalando perigo - Vai me dizer que é um
nóia que trabalha pro pai...

GH - Eu não trabalho pra ninguém. - nega com a cabeça, para na nossa frente e leva seu
olhar carregado de ódio pro do Teco - E por isso vou falar só uma vez e tú vai me obedecer.
Se ligou? - Teco rir e aperta ainda mais meus braços, fazendo com que eu sinta uma dor
fodida e solte um gemido de dor - Solta a minha mulher. Agora.

Teco - O quê? - percebo quando ele estremece antes de me soltar de uma vez.

Por estar um pouco suspensa eu quase caio mas o GH me ampara, me pega pela cintura e
cola meu corpo no seu.
- Tú mexeu com a mulher errada, meu cria, vai pagar com a tua vida por isso. - ouço a voz
vim das minhas costas e tento virar pra olhar mas o GH me impede ao encaixar sua mão na
minha nuca e manter minha cabeça imóvel, meu rosto erguido pro seu.

GH - Ele te machucou, moreninha? - fico nervosa quando ele olha nos meus olhos, a
preocupação evidente nas íris azuis dos seus.

Aceno em negação, mentindo, e tento me lembrar do que eu prometi a mim mesma quando
vejo ele se inclinando sobre mim mas nada vem na mente agora.

Deu um branco legal.

-- GH... - sorrio nervosa quando ele roça seus lábios nos meus, me instigando - Não era pra
você está aqui. - tento ser racional - É perigoso.

GH - E deixar você ser salva por outro homem? - estala a língua em negação e nesse
momento o carro que o Teco ia me jogar dentro liga, tento olhar mais uma vez ao ouvi-lo
sair pela rua mas não consigo, continuo imobilizada - Não.

Suspiro derrotada, espalmando as mãos no seu peitoral firme, apertando o tecido da sua
camiseta cheirosa entre meus dedos. GH rodeia minha cintura com seu braço e me puxa
firme pra si, me fazendo gemer involuntariamente.

GH - Não faz isso que nós estamos no meio da rua. - sua voz é um sussurro - E pra mim te
colocar dentro do meu carro e te foder até tú pedir pra parar é daqui pra li.

O meio das minhas pernas pulsam com a ideia tentadora e só então eu lembro que estou
toda assada, dolorida e sensível. Esses foram os motivos que me fizeram usar um vestido,
para que nada que não seja uma calcinha super leve entre em contato com minha
intimidade.

-- Eu ainda estou... - minha confissão é interrompida quando a língua dele lambe meus
lábios e sem pensar muito eu avanço nos seus, prendo o inferior entre meus dentes e solto
para só então engatar num beijo ardente com ele.

Minha língua mergulha dentro da sua boca, a sua roça na minha, o gosto de maconha me
invade e eu aperto ainda mais sua camiseta. Meu corpo esquenta ao ser pressionado
contra o seu e eu gemo ao sentir o volume na sua calça sendo apertado contra minha
barriga.

- Helena? - me afasto da boca gostosa ao ouvir meu nome e respiro ofegante, meu coração
batendo forte dentro do peito, graças a Deus - No meio da calçada? É sério?

Olho por cima do ombro pra trás vendo minha prima com os braços cruzados, os olhos
vermelhos assim como a pontinha do nariz. O que indica que ela estava chorando.
Puxo o ar com força e lentamente sinto o aperto do GH diminuir ao meu redor. Agradeço
mentalmente quando ele me solta e vou até ela ignorando a dor no meu tornozelo.

-- A culpa foi dele. - acuso fazendo ela sorrir e no meio dele surgir um soluço de choro, sem
tempo pra pensar eu puxo ela pro meu abraço - Tudo bem, vida. Aquele... - engulo o
xingamento - Teu irmão vai ficar bem. - infelizmente.

Jade - Obrigada por estar aqui. - ela me aperta - Significa muito pra mim.

-- Eu sempre vou estar com você, minha preta. - beijo seus cabelos encaracolados e nos
afasto, limpando seu rosto - Agora vamos comer? Eu tô com fome.

Jade - É por isso que você estava quase engolindo o carinha ali? - dou risada me virando
pro GH que se aproxima e quando para na nossa frente estende a mão pra ela, em
cumprimento - Já te vi antes, só não sei seu nome. - ela mente descaradamente.

GH - Pode me chamar de Gustavo. - a voz grossa soa tão entonada que eu percebo minha
prima se arrepiar e rir nervosa por isso, recolhendo sua mão - Tá com fome, moreninha? -
me olha com maldade - Te levo pra comer.

-- Estou, mas é de comida. - mordo meu lábio quando vejo ele sorrir de lado, safado, um
segundo antes da sua atenção ir pro aparelho que ele puxa do seu bolso.

Jade - Almoça com a gente, Gustavo? - me viro pra ela franzindo meu cenho, me ajudar
ninguém quer.

GH - Só um momento. - diz e se afasta pra falar no celular, me esforço pra ouvir assim
como a Jade, duas curiosas - Faz o seguinte: chama o Paulão e fala pra ele dar um trato
nele até eu chegar. Não quis tocar no que é meu? Vai sustentar pela ousadia... É, fala pra
meter a rola sem dó, quero ver o rabo dele sangrando quando eu chegar aí... - reprimo o
sorriso ao ouvir e saber de quem se trata.

Não me abalo em saber que o Teco vai ser fodido da mesma forma que queria me foder. Eu
não, antes ele do que eu.

GH - Vou levar vocês duas pra almoçar. - estremeço quando ele volta e me pega no colo -
Tú não pode ficar pisando no chão, teimosa.

Jade - Vou ser vela?

Dou risada quando ela faz uma careta e abraço o pescoço do GH que começa a andar.

GH - Pensa pelo lado positivo, tú vai comer de graça, pô. - percebo ele abaixar o tom pra
sussurrar no meu ouvido - Chamei o Ben pra almoçar com a gente. Tudo bem? - aceno
brevemente.

E eu falando que ia ficar longe dos dois. Piada.


CAPÍTULO 29
BEN

Davi - Sexta feira vai ter reunião e a cúpula vai saber o que tú fez. - encaro o cara de meia
idade apontando pra mim de dentro do carro, tio do GH esse comédia - Vai ser cobrado. Se
pá, até morto.

-- E tú é quem mermo que eu esqueci? - umedeço meus lábios só pra sentir o gosto amargo
da erva neles - Ah, lembrei. O fodido que queria comandar o morro que eu sou o chefe à 18
anos. - sorrio de lado ao ver a cara de puta que ele faz - Foi mal, pô. Queria te deixar triste
não.

Ele fecha a cara de lá e liga o carro, xingando até minha quinta geração antes de meter o
pé.

Afrodite - A gente pode conversar agora? - me viro pra ela que sai do QG guardando o
celular na mala que ela chama de bolsa e eu já não gosto do tom sério que ela usa, então,
só aceno - Lá na sua casa.

-- Cê que manda. - meto a mão no bolso pegando a chave da minha moto e caminho até ela
vendo os meninos irem pras suas, prontos pra me seguir - Tú fica Dino. Quero só o Leno
comigo. - aviso - O outros dois eu quero na ronda, agora. - subo ajeitando o fuzil na frente
do meu peitoral e sustento a moto quando a Di sobe segurando nos meus ombros.

Dino - Fiz alguma coisa, patrão?

-- Não. Mas eu preciso de alguém de confiança pra se livrar dos corpos e esse é tú. - ele
acena depois de entender - Não deixa nada pra trás... - depois de dar mais algumas ordens
eu pio pra casa, chegando em dez no máximo.

Subo pra tomar um banho e tirar as roupas sujas do sangue daqueles que eu matei e dos
que eu gostaria de ter matado. Descendo cheiroso e de roupa trocada só pra encontrar a
Afrodite séria olhando pra parede.

Pique maluca mermo.

-- Qual foi? Deu tilt, aí? - sento do lado dela olhando pra tela do meu celular, vendo a
mensagem do GH que acabou de chegar.

GH - Vou subir pra gente almoçar juntos. Fechou?

-- Qual foi? Pique casal?


GH - Tomar no cú, cê quer?
GH - Seu arrombado.

Dou risada e bloqueio a tela ao ouvir uma respiração bem próxima, Afrodite quase encima
de mim olhando minha conversa.

-- Iii... - me afasto rindo - Tô te entendendo legal não. Tá agindo igual doida porquê?

Afrodite - Helena passou a noite contigo, não passou? - tusso pra disfarçar meu nervosismo
repentino, lembrando logo do que o GH me falou quando estávamos voltando pro morro.

"Ela disse que se a Afrodite descobrisse que ela estava lá, ia levar ela embora pra outro
país."

-- Não. Por que? - me recomponho e olho sério pra ela que procura algum traço de mentira
no meu rosto, não vai achar porque modéstia parte eu minto bem pra caralho - Ela passou a
noite fora?

Afrodite - Eu não sei... - respira fundo e passa as mãos no rosto - Eu tô ficando maluca,
Nick. - fico calado vendo o desespero nos seus olhos, me sentindo culpado. - Ontem
mesmo o Bóris me perguntou se eu sabia quem era o namoradinho da nossa filha. - ela rir
nervosa - Ele acha que a Helena ainda é virgem. Você tem noção?

Entendo onde ela quer chegar, Afrodite desenvolveu um costume de te pressionar a fazer
algo sem falar diretamente.

É o que ela está fazendo agora comigo.

-- Vou conversar com ele. - faço tsc já prevendo a minha morte - Já deveria ter feito isso na
verdade.

Afrodite - Não vou deixar ele te matar. - minha vez de rir - É sério Benício.

-- Eu quebrei a promessa que fiz pra ele, Di. A de nunca tocar ou olhar pra Helena com
maldade. É claro que ele vai me matar. Ou pelo menos vai tentar.

A gente fica calado depois disso, eu pensando em como tô fodido por ter me envolvido com
a Helena mas sem um pingo de arrependimento porque eu realmente me amarro nela e
Afrodite em sei lá o quê.

Afrodite - GH... - franzo meu cenho sem entender - Onde ele entra nessa relação de vocês?
Você eu sei que ama minha filha. Por mais que você não admita, eu sei que ama. Seu olhar
te entrega. E o GH?

-- A parada deles é antiga. - me limito a falar isso - Ele se importa.

Afrodite - Então é algo sexual. - ela levanta ajeitando a bolsa no ombro - É passageiro.
-- Acho que não. - levanto também, deixando o celular no braço do sofá - Helena é linda,
tem o jeitinho dengoso dela e aquela mania do caralho de te olhar no olho que desconfigura
qualquer um. Não dou uma semana pra ele tá apaixonado por ela.

Afrodite - E você vai fazer o que pra impedir? - observo ela caminhar até a porta e vou junto
- Ou vai deixar ele conquistar a mulher que nasceu pra ser sua?

Sorrio da maluca botando lenha na fogueira sem saber que eu tô bem resolvido quanto a
isso.

Afrodite - Vai me deixar no vácuo mesmo? - faço cara de doido e ela rir - Sonso demais. -
ela volta e beija meu rosto - Te vejo sexta no churrasco?

-- Aniversário da minha menina e dia da minha morte... Perco por nada. - ela gargalha - Ri
não, mandada. Tô falando sério. - empurro ela - Russo vai cortar meu pau fora antes de me
matar, certeza.

Afrodite - Eu entrego pra Helena guardar de lembrança. - recebo um tapa na testa antes
dela sair correndo igual uma criança - Corno!

-- Filha da puta! - resmungo vendo a comediante entrar num carro que para ali na frente e
logo segue caminho, um dos seguranças dela.

E o GH ainda tem a moral de me falar que ela é séria e posturada, vê se pode.

Deixa só ela pegar intimidade, vai ser cada "posturado" que ele vai receber dela.

Estalo a lingua no céu da boca e volto pra dentro só pra pegar meus bagulho e olhar as
mensagens novas do GH antes de descer pro restaurante da Yara e do Gam, ver minha
menina.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

GH - O tal do soca fofo... - ele vira a tela do seu celular pra mim, o vídeo no mudo
mostrando o desgraçado do Teco debruçado sobre uma mesa de madeira com os braços e
pernas amarrados enquanto é fodido por um negão pique Kid bengala, meio metro de rola
entrando e saindo do cú dele que parece estar gostando porque geme igual uma puta a
cada estocada violenta.

Acho pouco depois de saber o que ele quis fazer com a minha menina e sinto vontade de
sair daqui agora pra ir lá enfiar um cabo de vassoura naquele cú frouxo dele até sair na
boca só pra vê se diminui minha raiva.

Na moral, é isso que eu vou fazer daqui a pouco.


-- Vai ir dá o dele? - ergo meu olhar ao sentir um em mim e encaro minha menina que
desliza a língua sobre os lábios, limpando o rastro branco que o sorvete que ela tem em
mãos deixou.

Engulo o excesso de saliva que se acumula na minha boca e trago a latinha de cerveja pros
meus lábios, bebendo do líquido gelado pra me refrescar por dentro.

Um calor do caralho e Helena provocando mais em mim.

GH - Daqui a pouco. - continuo olhando pra ela, ouvindo ele falar do meu lado - Helena... -
diz em tom de aviso - Ou tú para com essa porra, ou vamos os três praquele banheiro ali só
pra te encher de leite já que parece que é isso que tú quer.

Helena - Eu quero... - ela lambe o sorvete sem vergonha nenhuma, usando do fato de
estarmos numa mesa afastada de todos pra nos provocar - Fazer vocês de picolé e chupar
bem gostosinho. - respiro fundo ao sentir meu pau tomar forma rapidamente.

-- Caralho... - olho pro GH que alisa a barba por fazer, seu olhar carregado de desejo sem
sair dela - Quer fazer o quê? - pergunto porque assim como eu, ele também viu ela
tomando remédio pra dor logo depois de almoçar, então sabe que ela querer e aguentar não
é a mesma coisa.

GH - Dar o que ela quer. Eu na boca e tú na bucetinha gostosa. - sussurra - Se ela aguentar
depois dessa, a gente inverte.

Aceno mesmo sem concordar com a última parte e viro lentamente minha cabeça pro lado,
tentando entender os gritos da confusão que se forma do lado de fora do restaurante.

Jade - É marido dela por acaso? - ouço a voz da outra que saiu a pouco dizendo que ia
buscar o celular dentro do seu carro - Ai Dante, por favor, vai embora. Ela não está aqui.

White - O rastreador da mochila tá mostrando que ela tá... Eu só quero conversar com
minha irmã, preta. Chama ela lá, faz esse favor pra mim...

Helena - Vai conversar com Deus porque comigo mesmo não. - ela afasta a cadeira de
plástico devagar e levanta, seu olhar sempre na direção que a Jade continua batendo boca
com o irmão dela.

Dou um último gole na minha cerveja, coloco a latinha na mesa e levanto engolindo o
líquido, indo parar do lado dela ao ver seu semblante de dor.

-- Tenta não me melar com essa porra. - aviso e sem perder tempo, pego ela no colo.

Helena - Me leva pro andar de cima, por favor, tem uma escada ali. - ela aponta e pegando
sua maldade no ar eu olho pro GH, fazendo gesto com a cabeça pra ele nos seguir.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —
-- E esse barraco, é de quem? - atravesso a porta com ela no colo e vou até o sofá de três
lugares no meio da pequena sala, sentando e olhando pra porta só pra ver o GH passar a
chave, trancando.

Helena - É a casa que a Jade morava antes de ir pro Vidigal. - volto meu olhar pra ela, as
grandes orbes castanhas brilhando com maldade enquanto ela desliza a língua no caralho
do sorvete que ficou redondo encima de tanto ela fazer isso.

GH - Vai fazer igual na cabeça do meu pau, moreninha?

Helena - Eu gostaria... - responde oscilando o olhar safado entre nós - Na dos dois, por
favor. - completa.

Umedeço meus lábios sentindo sua bunda se mexendo lentamente no meu colo, pra frente
e pra trás, sarrando.

-- Te propor outro bagulho. - aproximo minha boca do seu ouvido, sussurrando roucamente -
O que tú acha de eu foder a tua bucetinha bem gostoso e o GH, a tua boca? - subo com
minha mão pela lateral do seu corpo, apertando só pra ouvir seus suspiros pesados, e
encaixo na sua garganta segurando firme enquanto falo contra a pele do seu rosto - Aceita?

Helena - Vai me foder lentinho? - ela fecha os olhos esperando por minha resposta e
quando eu respondo o que ela quer ouvir, sorrir de ladinho, tão linda que é impossível não
beijar.

E eu beijo porque sou maluco nesses labios grossos que ela tem.

Movo seu rosto na direção do meu e lambo os lábios docinhos, logo cobrindo sua boca com
a minha, pedindo passagem com a língua e me deliciando com o gosto do sorvete presente
na sua quando ela vem de encontro, roçando com toda sua gelidão que me faz gemer de
satisfação.

Caralho, lentinho vai ser minha porra escorrendo dela.

Respiro ofegante ao nos afastar com esse pensamento rodando minha mente e ao abrir
meus olhos, encontro os seus queimando com o desejo. Eles entram fundo nos meus mas
logo desviam pra algo do meu lado esquerdo.

Eu não preciso olhar pra saber do que se trata, consigo ouvir os gemidos baixos e o barulho
característico de um pau bem melado sendo punhetado.

É o punheteiro filho da puta.

Dou mais um selinho nela e ergo meu quadril tirando a glock do cós da minha bermuda,
jogando no outro canto do sofá antes de fazer ela levantar só pra liberar meu pau do aperto
e puxar ela de volta, fazendo sentar encaixada em mim.
Helena - Coloca devagar que eu ainda estou muito doloridinha. - aceno em concordância
enquanto vejo ela morder o sorvete antes de se esticar colocando a casquinha perto da
minha arma, ergo a mão trazendo pra boca e despejo uma boa quantidade de saliva nela
antes de abaixar deslizando ao redor do meu pau, deixando bem melado pra escorregar
com facilidade e não machucar ela.

GH - Abre a boca. - a ordem vinda do meu lado vem acompanhada de um som


característico de um tapa, caralho - Porra... tá gelado! - sorrio ouvindo seu resmungo ser
substituído por um gemido rouco e só então peço:

-- Ergue pra mim, bonequinha. - com minha mão na sua cintura eu ajudo no processo,
vendo sua boca receber o pau do GH que junta seus cabelos com as duas mãos e começa
a estocar nela, até a garganta fazendo aquele barulhinho foda de engasgo ecoar pelo
cômodo - Diretamente pra guela. - brinco fazendo ele rir ao jogar a cabeça pra trás,
aproveitando do prazer dado por ela.

Volto pro meu, ergo seu vestido deixando enrolado na cintura e deslizo minha mão pela pele
ainda marcada até está no seu meio onde eu coloco a calcinha rosa clarinho toda melada
com sua excitação pro lado e me encaixo na sua entrada, deixando que ela sente lentinho,
tudo pra não machucá-la.

Sugo o ar entredentes e olho pra baixo ao sentir o calor e o aperto forte da sua buceta que
pulsa sem parar ao meu redor. Assistindo meu pau grosso ser engolido centímetro por
centímetro pela bucetinha apertada enquanto ouço Helena choramingar.

-- Relaxa meu amor. - falo baixinho com ela, meu polegar rodeando seu clitóris devagar - No
seu tempo. - dou esse poder pra ela e como resposta minha menina me olha de canto de
olho, as orbes castanhas se enchendo de lágrimas enquanto tem a boca fodida sem dó e
rebola lentinho no meu pau, me fazendo perder o controle com a cena - Gostosa do caralho!
- não meço as consequências e dou um tapa ardido na lateral da sua coxa.

Sem perder tempo, rodeio sua cintura com um braço erguindo ela o suficiente pra começar
a estocar de baixo pra cima.

Meu polegar apertando firme seu nervinho inchado fazendo ela tremer, meu pau entrando
fundo na sua buceta, cada centímetro da minha pica entrando melado e saindo mais ainda
dela que solta sons entranhos ao ser empalada pela boca e buceta ao mesmo tempo.

Gemidos e sons do nosso prazer ecoam pelo cômodo até que eu sinto o corpo dela
estremecer encima do meu, um aviso que o seu limite está próximo e como sei que ela fica
exausta depois de gozar, falo:

-- Junto com ela, GH. - ele entende e tira seu pau da boca dela, punhetando rapidamente
enquanto eu acelero minhas estocadas, batendo firme contra a pélvis da nossa menina.

Ela grita fincando as unhas nos meus ombros, buscando minha boca com a sua quando o
orgasmo explode nela mas o GH impede nosso beijo puxando seus cabelos pra trás e se
enfiando na sua boca, despejando toda a porra ali enquanto geme seu nome. A cena e o
fato dela apertar a buceta com força ao meu redor sendo demais pra mim.

-- Ah, porra... - meu gemido sai arrastado quando eu estoco fundo uma última vez,
conseguindo sentir meu piercing tocar seu colo quando eu forço ela pra baixo enquanto
encho seu interior pulsante com meu esperma.

Minha vista fica turva de tamanho prazer que eu sinto e por isso fecho meus olhos, deitando
a cabeça no encosto traseiro do sofá.

Helena - E você falando que ia lentinho... - respiro ofegante sentindo ela me abraçar, as
batidas fortes do seu coração se misturando com as do meu - Seu esperma é igual ao do
Benício, Gustavo. Docinho... - ela diz entre arfadas contra a pele do meu pescoço, me
fazendo arrepiar igual um filho da puta.

-- Fica pra próxima o lentinho. - sinto o lugar ao meu lado afundar e abro meus olhos,
virando minha cabeça só pra ver o GH na mesma posição que eu, com a diferença que
seus olhos se mantém na nossa menina enquanto ele ergue uma das mãos e trás pro rosto
dela, não consigo ver mas acho que é isso.

GH - Fala aqui pros teus homens, quem te fode melhor que eles?

Helena - Eu não sei... Vocês foram os meus primeiros e únicos. - sorrio sem controlar, e eu
achando que ela já tivesse tido vários por mandar tão bem.

-- E vamos continuar sendo. - beijo seus cabelos cheirosos, me sentindo em paz com ela
tão pertinho - Bonequinha? - chamo, fazendo ela erguir a cabeça para me olhar.

Helena - Hum? - sinto sua buceta contrair e pulso meu pau de propósito fazendo ela soltar
um gemido manhoso - Tá doendo, Nick. - pelo canto do olho vejo GH se afastar cobrindo o
pau com a bermuda e entendo sua intenção.

-- Calma aí. - tiro ela devagar de cima de mim e a faço deitar sua cabeça nas pernas dele,
tiro minha camiseta e depois de me limpar e guardar meu pau na bermuda, limpo ela
devagar, vendo o quanto seu clitóris está inchado e sua buceta vermelha - Dói muito? -
deslizo o tecido devagar na sua entrada que escorre minha gala e vejo ela contrair.

Dói.

Helena - Dá um beijinho, Nick. Pra sarar. - sorrio do seu tom manhoso e faço sua vontade,
me inclino e beijo bem no nervinho, coloco minha língua pra fora e lambo uma única vez
antes de voltar olhando pra ela.

Assistindo seus olhos atentos em mim como se esperasse por mais e os lábios sendo
presos pelos dentes para impedir que o som que eu tanto me amarro saia deles.

-- Por hoje já chega de piroca e orgasmo pra tú. - levo meu olhar pro GH que acena
concordando comigo - Se ajeita que a gente vai conversar agora.
Puxo o tecido da calcinha para que cubra todo o monte avermelhado e vejo o GH puxar ela
pro seu colo, abaixando seu vestido no processo antes de sentar nossa menina de lado, as
pernas encima das minhas.

GH - A gente quer que isso der certo, Helena... - olho pra bota preta no seu pé direito, solto
e prendo o velcro ao ver que ele estava soltando, sempre atento ao que o GH fala -
Queremos ser sinceros contigo e queremos que você seja com a gente. Sei que...

Ela o interrompe.

Helena - Eu não quero. - volto meu olhar pro seu, sem entender - Muita burocracia dar
conta de dois homens iguais a vocês numa relação e eu já falei: Trisal é loucura.

-- E qual a diferença? - chamo atenção dos dois - Falou hoje cedo que não queria a gente,
fugiu e tudo mais e agora tá ai, cheia do nosso leite. - umedeço meus lábios quando ela
sorrir descarada - Tô te entendendo legal não, Helena. Tú não quer o trisal mas quer a
gente? Ou tú não quer nada?

Helena - Eu não quero nada. - diz firme e desliza as pernas pro chão, levantando em
seguida.

Tanto eu, como o GH só olhamos ela abaixar o vestido no seu corpo, as curvas bem
marcadas no tecido bege colado que vai até seus joelhos deixando ela gostosa pra caralho.

Pique mulherão da porra.

Pra desgraçar com tudo ela prende os cabelos num coque e solta duas mechas cacheadas
na frente do seu rosto.

Pronto, fode de comigo e com meu psicológico.

GH - Então tudo bem se eu e o Ben arrumarmos outra mulher? - provoca, e como eu


conheço a peça eu só cruzo meus braços esperando pela resposta dela.

Helena - Tudo. - ela sorrir de lado e se inclina sobre ele, as mãos abertas ao lado da sua
cabeça no encosto do sofá enquanto a boca roça a dele, provocando - Só cuidado pra não
gemer meu nome enquanto estiver fodendo com ela. - dito isso ela levanta pegando seu
sorvete derretido e sai caminhando devagar - Obrigada pelo orgasmo e pelas jatadas de
leite... - ela para na porta, destrancando - Vejo vocês na sexta?

-- Se eu ainda tiver vivo até lá.

Helena - Você vai, amor. - encaro ela percebendo seu tom provocante e a filha da puta
manda beijo - Até sexta, meus amores. Tomem bastante calmante, vocês vão precisar. - e
então ela sai, me fazendo bufar.

GH - O que isso significa?


-- Pelo tanto que eu conheço essa demônia? - me viro pra ele - Significa que se a gente não
infartar na sexta, a gente não infarta nunca mais - sorrio de nervoso, já prevendo o tanto
que ela vai provocar nós dois.

CAPÍTULO 30
GH

Encaro sério o Davi pedindo permissão pra passar o Ben por quase matar o irmão dele
espancado, tá tão desinformado que nem sabe que quem mandou dar um pau naquele
fodido foi eu mesmo.

E mandaria de novo sem nem um pingo de remorso, sentiria se ele tivesse sido um bom pai
pra mim mas nem isso aquele pela saco soube ser.

Então, que se foda.

Mag - Já chega! - o membro da alta cúpula sentado na ponta da mesa interrompe, me


chamando atenção pra ele que olha seriamente pro homen sentando ao meu lado
esquerdo, Ben - Quero te ouvir. Sem enrolação.

Me viro o suficiente pra olhar nos olhos castanhos claros quase mel, rezando mentalmente
pra essa porra lembrar do que combinamos.

Não é mentir mas, reverter o jogo à nosso favor.

E como se pudesse ouvir meu pensamento, Ben acena brevemente, dizendo através do ato
que se lembra.

Ben - O comédia aí não tá mentindo não... - ele aponta pro Davi do outro lado da grande
mesa, a cúpula atenta a tudo que ele fala e faz - Atirei e atiraria de novo naquele fodido.
Que homem eu seria se deixasse passar a trairagem dele?

Davi - Trairagem? - ele se exalta - Não tem nenhum mandamento que considere trairagem
um envolvido ter amante. - ele aponta pra todos ao redor da mesa - A maioria aqui, se não
todos, tem.

Ben - Mas tem um que considera pegar a mulher do próximo, foi o que ele fez. - ele eleva o
tom de voz, atuando no papel de corno puto que ele faz tão bem que eu reprimo meus
lábios pra não rir - Doca foi um fodido ao se envolver com a Raika mesmo sabendo que eu
tinha acabado de assumir ela como minha fiel. - pronto, o outro se cala na hora.
Sua boca abre e fecha inúmeras vezes mas nada sai, ele, assim como todos os presentes
sabe que a punição pra talarico no nosso meio é só uma, morte .

Portanto, o Ben pegou leve porque não chegou a matar o Doca, só tentou.

-- Vai falar mais nada pra defender o safado do teu irmão não, Davidson? - provoco.

Davi - Tá do lado desse fodido porquê? Teu pai numa cama de hospital por causa dele e tú
tratando ele como irmão.

-- É porque ele é meu irmão. - arrasto a cadeira que estou sentado pra trás e levanto, sem
paciência pra continuar tolerando essa cobra criada que infelizmente é meu tio - Acho que
essa reunião já chegou ao fim. Não é mermo, Mag? - me viro pra ele.

Mag - Só mais uma pergunta. - aceno para que ele faça - Como estamos em relação ao
filho do Russo do Vidigal? - umedeço meus lábios, a simples menção me fazendo lembrar
que depois daqui meu destino é a casa dele, o churrasco de aniversário da minha
moreninha.

Davi - Aquele moleque não vai comandar a Penha! - ele bate a mão na mesa, dispersando
meus pensamentos e me fazendo encarar ele - Eu como sub tenho direito de assumir o
comando enquanto o Doca não estiver apto.

Mag - Você tem o direito de calar a porra da boca porque já está no erro por ter trago uma
acusação falsa pra gente. - ele fala puto e ninguém se atreve a interferir, o cara é o único
dos fundadores que ainda está vivo, tem o total respeito dos herdeiros da cúpula da qual eu
faço parte - GH é o legítimo dono do Complexo da Penha, então cabe a ele decidir quem
comanda ou não o tráfico das 13 favelas.

Davi bufa e senta novamente puxando seu celular do bolso, ignorando todos ao seu redor
enquanto sorrir pra tela do aparelho.

Encaro calado quando ele ergue seus olhos pra mim, um sorriso debochado se formando
nos seus lábios.

Sua atitude funciona como uma chama acendendo o pavio curto de uma bomba que queima
rapidamente.

Davi - Fiquei sabendo que hoje é aniversário dos trigêmeos do Russo. - ele continua
sorrindo, provocando a ira em meu interior que faz meu sangue borbulhar nas veias -
Inclusive, acabei de mandar um presentinho pra um deles. Helena, conhece?

E a bomba explode.
CAPÍTULO 31
HELENA

-- Tem pão velho não! - grito pra quem quer que esteja chamando meu nome lá embaixo e
volto minha atenção pro interior do meu guarda roupa.

Eu não tenho nada pra vestir!

E olha que a minha mãe é dona de loja de roupas, duas aqui e duas lá na Rocinha. Mas ela
é ruim, segue aquele dilema:

Familia? Familia. Negócios à parte.

Rapp - O pão velho eu vou socar no teu cú, sua arrombada. - ele atravessa a porta do meu
quarto e joga um pedaço de carne assada na minha direção - Segura!

Queria ter coordenação pra pegar mas me atrapalho e acabo deixando cair no chão.

-- O capiroto. - remungo me abaixando rapidamente e pego, dando duas batidinhas antes


de jogar na boca.

É o que? A lei dos dez segundos e aquela outra lá: o que não mata, engorda.

Rapp - Tú é nojenta, garota. - sorrio de boca cheia e pego um short jeans desfiado, vestindo
por baixo da canga envolta da minha cintura para só então tirar o tecido do meu corpo e
ajeitar a parte de cima do biquíni listrado nos meus mamãozinhos - Vai descer lá na
barreira?

Aceno em concordância enquanto termino de engolir a carne que virou uma bola na minha
boca, quase não desce esse trem.

-- Combinei de ir buscar uma amiga lá. - vou até minha cama e pego meu celular quando
ele toca com a chegada de uma mensagem - É ela... - aponto enquanto foco na mensagem
da preta com os cachinhos de pontas vermelhas.

É a mesma que o GH chamou pra examinar meu tornozelo lá na Caliente. Nós temos
conversado desde então e como hoje tem o churrasco pra comemorar meu aniversário e o
dos meus irmãos aqui em casa, eu chamei ela.

Gostei da vibe caótica que ela tem, combina com a minha.

Tainá - Mais uns quinze minutinhos e eu chego na barreira.


Tainá - Vai vim me buscar mesmo?

↩-- Vou, coração. Vem tranquila.


-- Tô saindo agora.

Não espero por resposta e bloqueio a tela, guardando o aparelho no bolso traseiro do meu
short enquanto olho meu irmão fazendo cara de doido.

Já não gosto.

-- Passa a fita completa, Gabriel . - caminho até ele que está encostado no batente da porta
- Fez o que dessa vez?

Eu pergunto porque quando ele age assim é porque aprontou alguma e o White tirou o dele
da reta, deixando só eu como ajuda.

Rapp - Cê tá estudando pra ser médica, então deve saber. - ele segura meus ombros
olhando nos meus olhos com os seus de cor avelã - Qual o remédio que aborta logo no
primeiro mês?

Engasgo com a própria saliva e saio do seu toque rindo de nervoso.

-- Tú engravidou quem, Gabriel? - começo a tremer de tão nervosa que eu fico.

Não é nem por saber que ele pode ter engravidado alguém porque com o tanto que ele e o
White transam me admira que isso tenha acontecido só agora, e sim por ele querer abortar
o possível filho dele.

Rapp - A Kailaane? - ele rir de nervoso, na verdade, ele gargalha porque é o que ele
sempre faz quando a situação tá péssima - Eu tô muito fodido, fala aí.

Respiro fundo, pensando.

Kaila tem 16 anos, tá sozinha nesse mundo, se prostituindo pra ter o que comer. Penso na
hipótese de não ser dele mas acho que ela não seria capaz disso . Seria?

Acho que não.

Rapp - Fala alguma coisa,


bonequinha. - vejo o desespero no seu olhar - Faz igual ao White não.

-- Vou falar o que, Gabriel? - faço um bico e me aproximo novamente, deixando que ele me
envolva no seu abraço quente, sentindo o peitoral firme e cheiroso entrar em contato com a
pele do meu rosto.

Amo isso nele, é o que mais faz merda dos trigêmeos mas também é o mais carinhoso e
engraçado. Acho que a genética do seu Bóris faz com que eu e o White sejamos mais filhos
da puta nessa parte.

A gente sente, até demais. Mas admitir que é foda.


Falo por mim com o GH e o Ben, eu os quero <muito> mas o medo de não dar certo e eu
acabar me apegando ao dois e sofrer depois me impede de tentar.

Rapp - Que vai me ajudar. - faço tsc me afastando dele - Tá recente ainda e ela também
quer abortar.

-- Não concordo com o aborto e você sabe disso. Deveriam ter usado camisinha. - sou
hipócrita nessa fala, confesso, tanto que eu faço uma careta ao lembrar que nem eu usei
nas minhas últimas transas.

Mas o que me difere deles é que logo depois de transar com o Nick pela primeira vez eu
tomei remédio pra prevenir a gravidez e prevendo que não seria a única vez, paguei pra
colocar um implante hormonal, portanto, eu só engravido se Deus realmente quiser já que
esse é o método contraceptivo mais eficaz que existe hoje em dia.

Rapp - E perder aquela sensação foda da pele na pele? - estala língua em negação e logo
em seguida me olha sério - Vai na minha não, isso é errado. Pode continuar com tua
virgindade intacta.

Sorrio falsa, se ele soubesse.

Sinto meu celular vibrar no bolso e fazendo uma idéia de quem seja eu me ponho a andar
novamente.

-- Vou lá, quando eu voltar a gente conversa mais. Vou pensar em algo. Mas já te adianto
que se eu souber que essa idéia do aborto veio de você a gente vai se estranhar.

Passo por ele e desço as escadas ouvindo o som alto que vem da área da piscina ecoar
baixo pela casa que está toda fechada pra ninguém de fora entrar.

- Até que eu tentei, mas não deu... - me assusto com a voz e coloco a mão no peito ao me
virar pra pessoa que entra na casa cantando - Coração tá bem, mas doeu...

Jade segura uma pequena caixa de chocolate nas mãos, sua voz ficando embargada
conforme ela canta.

-- Vai chorar pelo meu irmão não, né? - pergunto, ela e o Dante resolveram parar com o
incesto.

Resultado disso, ela chorando pelos cantos e meu irmão brigando com Deus e o mundo.

Jade - Me deixa garota, vai lá buscar tua amiguinha, vai. Vi aquela sem sal lá na barreira
cheia de papinho com teu irmão quando passava pra vim pra cá. - ela senta no sofá com
um bico de todo tamanho, está com ciúmes da Tainá.

-- Também te amo, coração! - me aproximo dela e olho pra caixa, só tem dois bombons
Ferrero Rocher - Comprou só dois, miserenta?
Ela pega um e descasca lentamente, fazendo igual na hora de comer gemendo de
satisfação.

Muito filha de um puto, ela é.

Jade - O menorzinho me entregou ali na frente, falou que era pra você e como nós duas
somos uma só... - ela dá de ombros, deixando a frase no ar.

-- Que menorzinho? - olho desconfiada quando ela dar de ombros novamente - Nunca te
falaram pra não aceitar doce de estranhos? - ela ergue a caixa com o outro na minha
direção e eu pego.

Jade - Come, se for pra morrer, que seja nós duas juntas. - ela rir, os dentes todos melados
com o chocolate caro - Chegar lá no inferno de mãos dadas e cantando: Cheguei... cheguei
chegando, bagunçando a zorra toda.

-- Idiota! - dou risada e descasco rapidamente ao ver meu irmão descendo as escadas com
o celular em mãos.

Rapp - É Ferrero? - ele vem rápido na minha direção e prevendo sua atitude de tentar me
roubar eu jogo o bombom na boca, mastigando e engolindo em tempo recorde.

Sou ruim a esse nível, morro engasgada mas não divido.

Rapp - Tomara que tenha laxante e tú se cague toda pra largar mão de ser suvina. - ele joga
as praga dele e eu estralo os dedos ao meu redor, limpando as energias - Otária.

-- Que todo mal desejado a mim volte para quem o desejou. Amém! - brinco ao me virar pra
minha prima - Depois que eu voltar a gente vai pra piscina, quero colocar meu piercing no
umbigo e gravar a reação do papai ao ver que eu fiz o que ele disse que eu só podia com
dezoito.

Ela rir com a idéia e eu saio depois de pegar a chave da minha Bros na mesinha do painel
da tv, indo buscar minha nova best.

CAPÍTULO 32
BEN

⏯- Revirei tudo e não achei nada nos presentes que ela ganhou. Tô até com dor de cabeça
por causa dessa porra. Caralho, vou beber pra vê se passa.

Respiro aliviado depois de ouvir o áudio do Nauan.


Meus músculos tensos, relaxando ao entender que o fodido do Davi blefou quanto a tentar
contra a Helena. Pô, se algo tivesse acontecido com a minha bonequinha eu não sei nem o
que faria.

Enlouqueceria, e tenho certeza que não seria o único.

GH - Davi morreu de graça então. - seu tom soa frio, carregado, assim como seu olhar que
não sai da estrada a nossa frente.

Eu abro a boca pra falar mas decido permanecer calado. GH matou uma pessoa
estrangulada, o próprio tio, acho que tudo que ele menos quer agora é ouvir alguém.

E se quer, com certeza não sou eu.

GH - Não necessariamente... - ele volta a falar depois de estacionar o carro numa distância
até boa da casa dela, na vaga mais próxima que achou - Ele só teve o que mereceu. - sinto
como se ele tentasse se convencer disso - Helena está bem e é só isso o que importa.

-- É só isso que importa. - repito chamando sua atenção pra mim e ele me olha, piscando
diversas vezes igual doido - Qual foi? Deu defeito no teu olho?

GH - Tú não leva nada a sério né, filho da puta? - do nada o xingamento - Pensa que eu
não vi que enquanto eu matava o Davi, tú tava lá no canto comendo não sei o que, cheio de
risinho com o Mag?

-- Tava nervoso, pô. - dou risada ao me lembrar - O velho tava me interrogando. Cheio dos
papo torto querendo saber se nós dois era mais que amigo. Se é que tú me entende.

Sorrio sacana enquanto desço do carro, esperando ele fazer o mesmo depois que eu bato a
porta, fechando.

GH - Porque ele não veio perguntar pra mim? - sua cabeça aponta do lado de lá.

-- Pra tú querer matar ele também? - ele sorrir me deixando mais aliviado.

Não tava gostando de ver meu moleque com o semblante sério como se tivesse se
culpando pelo que aconteceu, essa porra te mata aos poucos por dentro, sei por
experiência própria.

-- Cê tava possuído, pô.

GH - Igual a tú no dia que matou o fodido do Bope logo depois de socar um cabo de
madeira no cú dele?

Teco... Sem querer lembro do fodido, até hoje não encontraram o corpo dele. Nem vão.
Aquele lá virou cinza.
-- Acho que pior. - por fim, respondo, levando meu olhar pro agito formado na frente da casa
dela, focando no homem alto e musculoso saindo com a cria mais nova dele no colo
enquanto sorrir pro bebê que faz o mesmo. Quem vê assim pensa que é inofencivo, meu
pau que é - Vai querer conversar com ele que horas?

Ajeito a glock na parte de trás da minha cintura e caminho pra calçada em que ele está,
focando na sua mão direita ocupada com uma embalagem vermelha com o nome Cartier
em dourado brilhando nela.

O presente da nossa menina.

GH - Amanhã se possível, hoje eu quero ver a capacidade da Helena de provocar nos dois.
- diz enquanto caminhamos pra lá.

-- Vai ver tão bem que só vai dar tú batendo punheta. Tú já gosta mermo, dá nada. - falo
porque eu sei do que ela é capaz, Helena é descarada, só Deus sabe como eu sofri no
churrasco do ano passado com as graças dela.

Russo - Já tava achando que tú não vinha, irmão. - me aproximo sentindo o peso da sua
última palavra e faço um toque com ele - E aí, feio. - repete o gesto com o GH que fica sério
com o apelido imortal.

Gosta nem com a porra mas com o Russo tú não tem que gostar de nada.

-- Tive que resolver um bagulho antes. - ergo os braços na direção do JoPe e sem pensar o
bebê se joga neles - Oloko, menor. Cê tá pesado, hein. - trago ele pro meu abraço sentindo
os bracinhos gordos rodearem meu pescoço e a cabeça careca ser deitada no meu peitoral
- Tá todo dengoso assim porquê?

Russo - Tá com sono... - faz tsc - Mas por causa da Helena que fica colocando as músicas
daquele bonde do caralho pra tocar, o moleque não quer dormir. Quer ficar olhando pra ela
que fica balançando aquela tanajura dela com as amigas. Dou conta mais não. Tô ficando
velho. - ele desabafa, seu tom frustrado me fazendo rir.

- O bonde das maravilhas é a nova sensação! - a voz feminina grita lá de dentro e no meu
colo Jope levanta a cabeça de uma vez, batendo palmas enquanto rir olhando na direção -
Cadê meu amor? - a voz vem se aproximando e eu já consigo sentir meus batimentos
acelerarem, é ela.

Russo - Lá vem minha dor de cabeça ambulante. - ele bufa, no mesmo instante que a
Helena surge no meu campo de visão.

Os cachos soltos, óculos de sol na cabeça e um biquíni minúsculo de listras iguais ao de


uma zebra "cobrindo" suas partes, tudo é tentador mas o que me chama atenção são as
duas pedrinhas reluzente no seu umbigo, um piercing.

Puta que pariu, e eu achando que não tinha como ela ficar mais gostosa.
Helena - Ahh, oi Nick! - ela vem sorrindo safada como a demônia provocante que é -
Demorou hein. - abraça a minha cintura e, passando o Jope pro braço direito eu deslizo o
meu esquerdo pelo seu ombro, beijando o topo da sua cabeça ao abraça-la de lado,
sentindo o cheiro gostoso do seus cabelos se fixarem nas minhas narinas.

-- Feliz aniversário, meu amor. - me afasto ao sentir o olhar do Russo pesar em mim - Te
falar logo, o meu presente tu só vai ganhar à noite e nem adianta me perguntar o que é. A
noite tú descobre. - ela me olha fazendo um bico, seu olhar cheio de maldade entrando
fundo nos meus e logo desviando pra pessoa ao meu lado.

Helena - Quem é o seu amigo? - tento, mas não consigo controlar o riso, ela é muito
descarada - Acho que nós não nos conhecemos.

-- GH... - umedeço meus lábios, entrando no jogo dela ao me virar pra ele que permanece
sério, inabalável, por enquanto - Essa é a aniversariante que eu te falei, Helena. -
"apresento" eles.

GH - Satisfação, Helena. - ele joga junto, trocando beijo no rosto com ela e ignorando o
olhar de ódio do Russo que cai sobre nós dois - Isso é pra você. - entrega a embalagem pra
ela que pega reprimindo os lábios pra não rir do quão cínico os dois estão sendo.

Helena - Obrigada! - e como a boa curiosa que é, ela tira a caixa de couro vermelho da
embalagem e abre, ficando estática ao ver a jóia feita de ouro branco, diamantes e safiras.

Sei tanto porque fui eu que ajudei a escolher.

GH - Gostou?

Helena - Se eu gostei? - ela ergue seu olhar da joia e os leva pra ele - Eu amei... Tanto que
minha buceta chegou a piscar querendo te dar. - a última frase sai tão baixa que só eu e ele
ouvimos.

E então toda a marra do GH vai embora quando ele começa a tossir ao se engasgar com a
própria saliva.

Acho que agora ele viu do que eu tô falando.

E isso não é nem o começo.

CAPÍTULO 33
GH
-- O meu papo eu já te dei, agora cabe a tú decidir se vai ou não deixar o garoto comandar
meu complexo. - me ajeito na cadeira de plástico, meu olhar fixo no do cara de olhos
acinzentados sentado à minha frente, Russo.

Seu olhar indecifrável parece ler minha alma, papo reto, tô até me perguntado se foi uma
boa idéia eu ter puxado o assunto do Rapp entrar pro CV logo depois do furo que eu dei ao
chegar aqui.

Mancada minha, culpa da filha dele.

Aquela garota não tem limites e sabe a porra do poder que tem sobre seus homens. Isso
que me deixa puto, Helena sabe como provocar e faz isso muito bem, sabe que o fim vai
ser só um, que é ela dando pra mim e pro Ben, e mesmo assim joga.

Despertando cada vez mais a vontade que nós temos dela.

Ben - Se bem que... - me viro pra ele sentado a minha direita, Russo acompanha meu
movimento - Rapp já é de maior, então, tú deixando ou não a decisão agora é dele. - ele
ergue a mão do baseado e aponta pro musculoso que o encara - Não é te enfrentando. Tá
ligado, Russo? Mas tá na hora de tú deixar teus menor decidir o que querem pra vida deles.

Ergo meu copo com uísque trazendo pra boca e dou um longo gole enquanto meu olhar
vaga pela área da piscina, se tiver umas dez pessoas é muito. Russo expulsou geral depois
que a Helena saiu no soco com um filho da puta que caiu na besteira de bater na bunda
dela.

Aquele lá levou tanto soco que deve tá desorientado até agora.

Russo - Tá... - volto meu olhar pra ele que levanta exibindo seus músculos e quase dois
metros de altura - Tú tem a minha permissão pra fazer do meu filho teu subordinado. -
aponta pra mim - Mas se algo acontecer com ele é atrás de tú que eu vou e cê pode ter
certeza que tua morte vai ser lenta e dolo...

Helena - Ó pai! - ele para de falar e se vira na direção que vem a voz, acompanho seu
movimento só pra ver a demônia, como o Ben a tem chamado desde que chegamos, vim na
nossa direção abotoando o short que Afrodite mandou ela ir vestir - O que o senhor
prometeu?

Russo - Nem vem Helena.

Helena - Vou sim, eu hein. - ela para do lado dele - Ou é o senhor que vai me dar, ou o Nick.
- ela olha pro mais novo mordendo o cantinho do lábio, provocando - Se bem que o Nick
bola bem melhor que o senhor.

Ben - Helena... Sua atribulada. - ele rir nervoso quando o Russo o encara, a cara do mais
velho ficando vermelha de raiva. Mordo a beira do copo descartável só olhando onde isso
vai dar - Depois teu pai me mata e tú fica sem o titio Ben.
Helena - Você não é meu tio, Nick. Cala a boca! - ela diz ríspida, putona, fazendo ele rir -
Tio não fo... - ela tosse, disfarçando, e se volta pro pai dela abraçando o coroa ao ver que ia
falar demais - Vamos papai. É só um trago e acabou. O senhor prometeu.

Russo - É por isso que eu não gosto de prometer nada. Que caralho! - ele vira a cadeira de
costas pra nós e senta deixando que ela sente no seu colo - Tú ficar chapada eu vou te
mandar pro tatame com o Gabriel. Os dois tá precisando.

Helena - Eu não vou, prometo. - diz abraçando o pescoço do pai e me olha por cima do
ombro dele, seu olhar vai direto pro meio das minhas pernas e depois sobe pros meus -
Deixa eu te chupar depois? - ela movimenta os lábios e depois de lê-los eu respiro fundo
dentro do copo - Bem gostosinho. - finaliza.

Ben - Ignora, GH. - sua voz soa baixa do meu lado - For na onda dela tú vai ficar maluco.

-- Mais do que eu já tô? - tiro o copo da minha boca e levo minha atenção pra algo atrás de
mim ao sentir uma mão no meu ombro - Quer o quê?

Encaro a preta de olhos puxados, ela está com o celular em mãos e vestida num maiô
laranja cheio de partes que deixam sua pele negra exposta, tá chamando atenção mas eu já
notei que a dela está em um dos soldados do Russo, então, conhecendo ela como eu
conheço, até o final da noite o vagabundo roda na sua mão.

Tainá - Deixa essa marra pra usar com quem não te conhece, eu hein. Toma. - me oferece o
celular que eu olho mas não pego - Rápido. Antes que ela note.

-- Ela quem? - a preta faz cara de deboche e só então eu me toco, Helena - Pra que, que eu
quero teu celular mermo? - mesmo desconfiado eu pego e olho pra tela bloqueada.

Tainá - Te dar um poder que você vai gostar. - ela solta um risinho estranho e se inclina
sobre mim na cadeira, seu rosto ao lado do meu e sua mão baixa mexendo no aparelho que
eu seguro no meio das minhas pernas enquanto olho atentamente cada movimento dos
seus dedos na tela.

Helena - Tainá! - ergo meu olhar e encontro os castanhos claros fincados em nós, um brilho
que eu bem conheço brincando nas grandes orbes, ciúmes - Cadê a minha preta?

Tainá - Faça bom proveito e use sem moderação. - sussurra pra mim e se ergue, pegando
uma cadeira por ali e indo sentar perto da minha moreninha - Ela começou a vomitar uma
pasta amarronzada e reclamar de falta de ar, aí seu irmão levou ela pro hospital...

Não foco em entender o resto pois fico confuso quanto ao que fazer com o celular e olhando
pra tela vejo que está aberta em um app, dez círculos enfeitam a tela e cada um tem um
desenho como se fossem batimentos cardíacos. Uns fracos e uns fortes.

Ben - Quer mais whisky, irmão? Vou lá pegar. - aceno em concordância entregando meu
copo pra ele sem tirar os olhos da tela e domado pela curiosidade eu aperto no último, o
mais intenso.
Helena - Ai meu Deus! - ergo meu olhar só pra ver ela levantar rápido do colo do Russo e
ficar rígida ao seu lado enquanto reprime os lábios, fecha os olhos com força assim como
suas pernas que ela pressiona uma na outra.

Meu dedo continua pressionando a tela e sem acreditar que ela fez o que eu tô pensando,
eu ergo só pra confirmar minhas suspeitas.

Helena puxa o ar com força e olha toda sem graça pro pai dela, agindo como se não
estivesse com a porra de um vibrador socado onde deveria está meu pau.

Filha da puta!

Russo - O que foi isso? - ele levanta e toca seu rosto que está vermelho igual um pimentão
enquanto sua respiração, ofegante - Tá passando mal?

Helena - Foi só uma tontura, já passou papai. - sorrir sem graça e pega na mão ta Tainá,
puxando ela pra ficar em pé - Vamos ali? Eu preciso... - ela olha pro Ben que volta com dois
copos de 500 cheio, cantando uma música aleatória e totalmente diferente da que toca na
caixa de som que polui o ambiente com um sertanejo.

Ben - Te conheço de antes, desde quando era moça... Já apertei esses peito, sarrei nessa
bunda, encoxei essa coxa... - pego o copo que ele me estende e sorrio vendo a forma que
esse fodido brinca com a morte - Conhece essa música, bonequinha? - ele soa cínico.

Helena - Já fiz você chorar, já fiz você sorrir... - ela continua de onde ele parou - E essa
boquinha já fez um carinho aqui... - desliza a mão pelo próprio corpo, oscilando o olhar
descarado entre nós dois.

Sem caô, eu fico duro porque sem controlar meus olhos descem pelo corpo pequeno e
turbinado dela, minha mente viaja e eu só consigo pensar em como eu vou macetar ela
mais tarde.

Porra!

Russo - Eu vou é atrás da minha mulher pra ela me acalmar antes que eu mate um. - ele
levanta e se vai, resmungando - Ou dois.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Ergo a mão com o baseado preso entre os dedos e limpo o suor da minha testa com o
dorso, meu coração batendo forte pra caralho, a ponto de me fazer sofrer um infarto e a
culpa é inteiramente da Helena.

Puta que me pariu! Não podia ser menos gostosa? Podia mas não é.
Eu puxo o tecido da minha calça pra cima mais uma vez, tentando esconder minha ereção
que cresce a cada segundo que meu olhar se mantém na bunda gorda que parece ter vida
própria enquanto dança o solta o ponto do quadradinho do Mc Tawan.

Ela me olha por cima do ombro enquanto rebola a bunda no ritmo da batida, os olhos
querendo revirar dentro das pálpebras e o lábio inferior preso entre os dentes pra evitar que
saiam gemidos me fazendo entender que seu orgasmo está próximo e, por isso, eu tiro meu
dedo da tela e a mão do bolso em que está o celular.

Se eu não posso bater uma punheta pra me aliviar ela também não pode gozar.

Direitos iguais.

Engulo a saliva quando percebo ela vim na minha direção, seu corpo brilha com o suor que
deixa ela mais gostosa, parece até a porra de uma miragem.

Helena - Uma hora, Gustavo... - ela diz ofegante, o rosto avermelhado erguido pra olhar pro
meu - Eu estou com essa porra na minha buceta a uma hora e você não me deixa gozar.

Sorrio soltando lentamente a fumaça presa na minha boca, olhando rapidamente por cima
da sua cabeça pro pai dela que sai falando que vai comprar mais bebida com a mulher dele.

Russo não nota que a filha está parada na minha frente e isso me alivia de certa forma,
volto meu olhar pro rosto de menina que me encara brava.

Desde que descobriu que eu estou no comando do seu prazer ela tem agido mais abusada.
Sempre rebolando e jogando piadinhas íntimas pro meu lado e pro do Ben.

Descarada mermo.

-- Você também não me deixou. E olha que eu estava no banheiro e não na frente de um
monte de pessoas. - lembro ela que junto da Tainá ficaram batendo na porta até eu me
irritar e desistir da porra da punheta, tô com meu pau duro e dolorido desde então.

Lentamente, eu coloco a mão no bolso novamente pegando o celular da Tainá entre os


dedos e fazendo uma ideia de onde fica a tecla intense, aperto.

Helena - Ain... - geme manhosa, suas mãos vindo parar no meu quadril onde ela aperta -
Me deixa gozar Gustavo, por favor... - ela fecha os olhos inclinando a cabeça levemente pra
trás, seus gemidos sobressaindo o funk alto que toca na caixa de som - Gustavo!

Agindo rápido eu envolvo sua cintura com a mão do baseado tomando cuidado pra não
queimar seu cachos presos em um rabo de cavalo e inverto nossas posições deixando que
eu fique de costas pras pessoas.

Tiro a mão do bolso e levo pra sua boca, deixando que os gemidos do seu orgasmo sejam
abafados por ela. Helena cruza as pernas com força e treme por inteira para só então
relaxar nos meus braços.
Suas pálpebras se abrem e percebo elas piscarem lentamente. Seu peito sobe e desce
acompanhando o ritmo descompassado da sua respiração que bate forte contra meu rosto
quando eu abaixo deixando próximo do seu enquanto deslizo minha mão da sua boca pra
nuca.

-- Vai deixar eu fazer o mesmo agora? - sussurro contra sua boca, dando um selinho nos
lábios grossos sem me importar se tem gente vendo ou não - Hein?

Ben - Caralho, irmão. Assim fica difícil de te ajudar. - sua voz surge atrás de mim e olhando
por cima do ombro vejo ele numa espécie de parede humana com mais dois que eu
reconheço como sendo o Nauan e o amigo que ela me apresentou, Pequeno é o vulgo dele
- Agiliza aí que o presente dela chegou, tá esperando lá fora.

Volto meu olhar pra minha moreninha que se mexe como se quisesse sair do meu aperto e
a solto.

Helena - Disfarça e me segue. - é só o que ela diz antes de sair andando.

CAPÍTULO 34
HELENA

Aperto a beira da pia de mármore com força, minha vista ficando turva e a respiração
falhando novamente com o triplo estímulo.

GH mantém a pequena peça vibrante de cor rosa pressionada sobre o meu clitóris
enquanto me faz de balinha e chupa cada pedacinho da minha buceta estocando o dedo
médio e indicador em mim, um em cada buraco.

Eu me sinto melada, quente... e tudo que eu mais queria agora era gemer e tocar nele mas
Gustavo disse que se eu fizesse isso, ele parava.

E eu não quero que ele pare.

Meu interior pulsa quando sente a estocada firme feita com os dedos e por mais forte que
eu morda meu lábio pra não gemer, eu não consigo.

-- Ainn... - choramingo quando ele faz o que disse que ia - Por favor, Gustavo. - respiro
ofegante vendo ele se por de pé, colocando o bullet que eu ganhei da Tainá ao meu lado,
na pia do banheiro.

GH - Eu te avisei. - observo ele desabotuar sua calça e abaixar junto com a cueca, o
suficiente pro pau comprido e mediamente grosso saltar com toda sua dureza pra fora - Eu
ia te fazer gozar pra só então fazer o mesmo, mas tú não quis... - se aproxima e desliza a
glande rosada melada com o pré gozo pela minha fenda encharcada - Agora eu vou gozar
bem fundo na tua buceta e tú vai ficar na vontade.

Ele entra de uma vez, tão rápido e forte que eu chego a ficar sem ar quando bate sua pélvis
na minha , tocando meu fundo com o pau comprido.

-- Gustavo! - chamo quando sinto uma pontada, quase como de cólica - Ai, que dor.

GH - Porra... - ele fica imóvel e cola sua testa na minha, nossas respirações ofegantes se
mesclando - Foi mal minha moreninha. Não queria te machucar. - sua mão toca meu rosto,
o polegar deslizando lentamente pela minha bochecha - É que eu perco o resto do controle
quando tô contigo.

Olho pros olhos azuis que estão escuros com o tesão e mergulho na sua imensidão,
aproximando lentamente a minha boca da sua até estar colada nos lábios médios, rodeando
meus braços no seu pescoço.

GH entende minha intenção e escorrega as mãos pelo meu corpo nú, sentindo a pele
quente até minhas coxas grossas que ele aperta me fazendo suspirar pesado, ele continua
descendo e estando nos meus joelhos, escorrega as mãos pelas dobras fazendo com que
elas fiquem nas dos seus braços, ele me tira de cima da pia sem tirar seus olhos dos meus
e sua pica da minha buceta, começando a estocar lentinho.

Aumentando gradativamente até está socando forte e fundo em mim, sempre atento às
minhas expressões.

Eu consigo sentir o quão melada eu estou devido a facilidade que ele escorrega pra dentro
e pra fora de mim, gemo mais alto, agora ele bate nossos corpos com violência.

Dividimos o mesmo ar, gememos com a boca uma na do outro e eu posso jurar que vejo um
lampejo atravessar o seu olhar que em nenhum segundo sai do meu.

É diferente, mais intenso que das outras vezes em que transamos, tanto, que em poucos
minutos os dois gozam juntos.

Continuando na mesma posição enquanto esperamos nossos batimentos e respirações se


acalmarem.

GH - Aconteceu... - ele quebra o silêncio que havia se instalado entre nós, deixando que o
brilho da paixão presente no seu olhar complete o que pra ele é difícil de admitir.

Umedeço meus lábios, tocando os seus com minha lingua pela proximidade, e engulo o
excesso da saliva.

-- E tá tudo bem. - continuo ofegante e com o coração acelerado, meu estômago está frio e
eu sinto as mil borboletas se agitarem nele quando a boca rosada roça na minha, numa
carícia suave.
GH - Eu quero você como minha mulher, Helena. Morando comigo. - ele fala ofegante - Eu
pensei que conseguiria esperar, ir com calma contando que você me quisesse. Mas eu não
consigo. Cê tem algo que me prende, é como a porra de um feitiço que me faz te querer
cada vez mais.

-- O Nick? - pergunto confusa, com medo dele me querer só pra ele - Eu... Ele... Você
entende? - me recuso a admitir os sentimentos que nutro pelo outro, da mesma forma que
faço com o novo que acabou de surgir entre nós.

Não vou admitir até ter certeza que é recíproco, vou esperar que ele fale.

GH - Ben é o elo que nos une, Helena. Sem ele isso aqui não rola. - entendo que ele se
refere a nós - Você ama ele e nós te amamos. Tanto que nós dois estamos dispostos a te
dividir só pra não correr o risco de ficar sem você.

Prendo a respiração, será que ele notou que admitiu sentir amor por mim?

Ai meus Deus, e agora?

GH - Ei... - ele me põe sobre a pia e segura meu rosto com as duas mãos, ainda dentro de
mim fazendo com que eu rodeie seu quadril com minhas pernas só pra evitar que ele saia
por agora - Tá prendendo a respiração porquê? - vejo a preocupação em todo seu ato e
solto de uma vez, começando a rir de nervoso.

Ele não notou, foi tão espontâneo que ele nem notou.

-- Eu também amo você, Gustavo Henrique. - admito e ele trava.

Fica branco real.

GH - É o que? - reprimo meus lábios e nego, não vou admitir denovo - Me ama? De
verdade e sem interesse? - um sorriso lindo se forma nos lábios rosados - Diz só mais uma
vez. - ele ergue o indicador ao pedir e aproxima nossos lábios, soando tão fofo que acabo
me rendendo e repito:

-- Eu te amo, Gustavo Hen... - ele não deixa que eu termine e avança sobre mim, tomando
minha boca num beijo quente enquanto volta a estocar.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

-- É o Dj Guuga? - chuto pela terceira vez enquanto caminho entre meus homens pra fora
da minha casa - Hein? Fala, Nick!

Ben - Quer aquele feio de presente de aniversário? - aceno sem nem pensar, meu sonho
aquele bochechudo - Sou mais eu.
-- Eu também. - falo baixinho, rezando pro meu pai que caminha atrás da gente com minha
mãe ao seu lado não ouvir.

Ben - Tú gosta de brincar né, demônia? - ele passa seu braço pelo meu ombro e eu sinto
uma puta vontade de pegar na mão do GH, só pra ter o toque dos dois em mim nesse
momento - Decidiu o que sobre nós?

-- Vamos ficar juntos. Nós três. - sussurro pra ele que sorrir beijando o topo da minha
cabeça e me solta ao ouvir meu pai soltar um "espirro" dizendo: vou matar você.

Ben - Mais de dezoito anos de ameaça, Russo. - fala ao abrir o portão para que eu passe -
Tá na hora de parar não?

Russo - Se eu não te matar até amanhã, eu paro. - eu consigo ouvir a voz da minha mãe
brigando com ele e o som da sua língua se estalando na boca - Eu prometi que não ia
matar ele? Mas quando foi isso que eu não lembro?

Afrodite - Você quer mesmo que eu responda, amor?

Deixo de prestar atenção na conversa deles e foco no carro vermelho estacionado no meio
da rua que tem as duas esquinas fechadas pelos soldados do meu pai.

O grande laço da mesma cor que o automóvel não deixando dúvidas que esse é o meu
presente.

-- Um carro? Pra mim? - me viro pro Nick, tremendo igual à um pinscher de tanta felicidade
que eu sinto.

Eu tinha ficado triste mais cedo porque cada um dos meus irmãos tinham ganhado uma
BMW do nosso pai enquanto eu ganhei uma XRE. Não reclamei porque sei que manjo mais
em duas rodas do que em quatro, as pessoas que eu já atropelei com o carro do meu pai é
quem o diga, mas fiquei sentida.

Agora eu não estou mais.

Ben - Uma máquina, pra uma máquina. - ele sussurra na minha orelha enquanto me abraça
por trás, seu hálito quente me aquecendo e me fazendo encolher com o arrepio que
atravessa o meu corpo enquanto ignoramos meu pai que eu ouço xingar - Feliz aniversário
amor da minha vida. - balança a mão no meu campo de visão, mostrando a chave que tem
um tridente como logo da marca e o nome Maserati embaixo - Esse Ghibi é todo seu.

Eu sorrio de orelha a orelha, olhando pra todos que estão ao nosso redor e só conseguindo
focar nele e no GH que está do nosso lado, os braços cruzados na frente do peitoral
razoavelmente musculoso e o olhar brilhante voltado pra mim enquanto um sorriso sincero
enfeita seus lábios.

Eu queria beijar ele, queria beijar o Ben como fiz no banheiro quando ele foi avisar que meu
pai tinha chegado para que nós não fossemos pegos.
Droga, pela primeira vez em muito tempo eu finalmente tenho total certeza de algo e não
posso usufruir da minha decisão.

Russo - Já chega! Já deu o presente, agora afasta. - eu sinto sua mão no meu braço me
tirando de perto do Nick e do GH com rispidez, me levando a ficar atrás dele - Eu não tô te
entendendo legal não, Ben. - ele aponta, seu tom soando frio de uma forma que eu nunca vi
antes - Indireta com música, olhares maldosos, abraços e o caralho todo. Tá me achando
com cara de otário, filho da puta?

Eu estremeço de medo mas o Ben não, ele fica impassível, agindo como se já esperasse
por isso. O vejo deslizar a língua sobre o canino como sempre faz quando está pensando e
então ajeitar a postura, vindo na nossa direção.

Ben - Te falei que queria conversar contigo hoje, Russo. - ele para a dois passos na frente
do meu pai, falando firme, não sorrir e permanece tão sério que eu tenho certeza que nunca
o vi assim antes - Eu vou, mas não agora. - ele me olha e estende a mão que sem pensar
duas vezes, eu pego e entrelaço nossos dedos indo parar ao seu lado com a cabeça
arguida pro meu pai, olhando pras orbes acizentadas que me encaram - Agora eu vou levar
a minha mulher pra dar uma volta no carro dela.

Juro, fico paralizada de tamanha surpresa, o minha mulher me pega desprevenida. A


seriedade no seu tom de voz e a marra que ele põe na frente do meu pai me deixam cheia
de vontade de pular nele e beijar a boca volumosa e gostosa na frente de geral para que
todos saibam que estamos juntos e que sempre vamos estar independente de qualquer
caô.

E era o que eu ia fazer se a voz do meu pai não me tirasse do transe e me fizesse entrar
em alerta.

Pronta pra enfrentar qualquer um que tentasse contra um dos meus homens, inclusive ele.

Russo - A única volta que tú vai dar vai ser a pro inferno, seu traidor do caralho.

CAPÍTULO 35
BEN

Eu puxo o ar lentamente pros meus pulmões sentindo meu coração bater forte dentro do
peito enquanto meu olhar está fixo no do homem que tem a ponta da sua arma pressionada
contra o meio da minha testa.

Foi tão rápido que eu nem pude evitar mas eu já esperava por isso.
Russo sempre foi de resolver tudo com violência - não seria diferente ao saber que o cara
que ele chama de irmão se envolveu com a sua filha - só que ele não contava com o fato de
não ser o único a fazer isso quando está puto. E a minha arma, em contra ataque,
pressionada no seu peito fez ele saber disso.

Russo - Tú vai atirar seu fodido, filho da puta? - seu tom frio invade a minha audição, assim
como as súplicas feitas pela Afrodite que pede para que ambos se acalmem e abaixem as
armas - Vai seu desgraçado, atira então! Já me apunhalou pelas costas mermo.

Eu o encaro calado, meu sangue quente queimando as veias de tamanho ódio que eu tô
sentindo. Pô, eu tô revoltado com essa porra, revoltado com a forma que ele tirou a Helena
de perto de mim.

Apertando o braço dela e a puxando como se fosse uma boneca, literalmente, sem cuidado
e delicadeza nenhuma.

Helena - Abaixa a arma, pai. - a voz que eu acostumei com o tom suave, fala séria - Você
não vai atirar. Então abaixa a arma antes que faça merda e mate o homem que eu amo.

Me arrepio com as mil emoções que sua fala causa no meu corpo e começo a ficar
preocupado quando sinto sua mão entrelaçada na minha tremer, ela já está fria e isso não é
bom.

Sinto que não é.

Russo - Vai ficar do lado dele, é isso mermo? - seu olhar larga o meu e vai pra ela, as orbes
acinzentadas brilhando com as lágrimas enquanto seu tom embargado fala - Sou teu pai,
bonequinha, e tú vai ficar do lado desse pela saco que só quer te comer? Te tratar como se
tú fosse uma marmi...

-- Eu não vou! - interrompo sua fala com a minha voz rouca falando firme, recolhendo minha
arma e devolvendo pro meu cós. Se ele quiser atirar, ele vai, mas vai ciente que tá agindo
na emoção assim como o Jão fez no passado. - Eu amo a Helena, Russo. - admito o que
nem pra ela eu fiz - Mais até que ela a mim. Tentei pra caralho me manter longe e cumprir a
porra da promessa que te fiz quando ela tinha 15 anos e admitiu que me amava. Mas na
última semana isso ficou impossível, algumas coisas aconteceram e eu perdi o contro...

Me calo ao ouvir a trava da arma ser desfeita enquanto a pressão sobre a minha pele
aumenta.

Russo - Fodeu com a minha filha? - ele grita, seu rosto ficando carmim - Fodeu a porra da
única garota que eu te implorei pra não tocar com maldade?

Umedeço meus lábios olhando pra arma, eu já fiz isso antes, não é difícil. Penso por alguns
segundos e aproveito do fato dele oscilar o olhar decepcionado entre eu e a filha dele para
agir.
Solto a mão da Helena e ergo as minhas de uma vez, uma empurrando seu pulso pra cima
e a outra se fechando ao redor do cano da arma, conseguindo assim desarmar ele sem
disparar em mim mesmo.

-- Tú sabe a resposta pra essa pergunta. Não preciso responder. - tiro o pente da sua glock
e jogo longe, observando ele cambalear pra trás colocando a mão no peito e puxando o ar
com força como se estivesse passando mal.

Ou fingindo passar.

-- Eu tô ciente do meu erro em me envolver com a Helena ela ainda sendo de menor e por
isso não vou me importar em deixar tú me cobrar... - passo o dorso da mão que seguro a
arma sem munição na minha boca, tô tão puto que tô suando e salivando em excesso - Mas
nunca mais, NUNCA MAIS! Aponte a porra de uma arma pra minha cabeça. Eu não sou um
moleque e muito menos uma puta pra deixar que você me trate como se eu fosse.

Russo - Eu vou te matar! E não vai ser de tiro, vai ser de porrada... - ele tenta vim mas
Afrodite entra na frente segurando ele, fazendo o que faz de melhor que é acalmar sua fera
- Tú sabia disso, Afrodite? Da trairagem desse desgraçado que viu nossa filha crescer
chamando ele de tio?

Eu respiro fundo e olho rapidamente pros lados, vendo os meus, os do GH e os dele tudo
com armas apontadas uns pros outros.

Percebendo só então que assim que o primeiro tiro fosse dado entre nós, iria começar uma
guerra aqui dentro.

Helena - Me tira daqui, Nick. Por favor. - sua voz embargada vem acompanhada do seus
braços ao redor da minha cintura, olho pra baixo e vejo seus olhos cheios de lágrimas me
fitando.

Porra, a última coisa que eu queria era ver ela assim.

Raspo minha garganta e olho pra trás só pra ver o GH dando algumas ordens pros da sua
contenção enquanto segura sua arma em mãos, todo sério ele se vira pra mim que faço
gesto com a cabeça avisando que vou ir embora.

-- Quer sair do morro? - volto minha atenção pra ela que só confirma brevemente, fungando
e fazendo meu coração se apertar no peito, toco seu rosto limpando algumas lágrimas que
escorrem por ele e sem me importar com mais nada que não seja ela me abaixo dando um
selinho na boca volumosa - Vou te levar pra minha casa, tá?

Depois de receber mais um aceno como resposta eu ajeito minha postura e olho pro Russo,
o rosto entre as mãos da Afrodite e o olhar assassino cravado em mim enquanto da sua
boca saem ameaças que eu sei que ele só não cumpriu por causa do pedido da Helena.
-- Eu vou mas eu volto. - falo sério pra ele sem esboçar nenhuma emoção e me afasto,
caminhando com a Helena pro carro dela. Vendo pelo canto do olho o GH encostar do meu
lado, falando:

GH - Não vou com vocês porque vou ter que dar um pulo lá na Penha pra resolver um caô
com o Mag. - tiro o caralho do laço de cima do carro e jogo no chão ouvindo sua voz - Vai
levar ela pra onde?

-- Lá pra casa, ver se acalmo ela um pouco. Te mando mensagem pra avisar quando tiver
voltando pra cá. Ou tú não vai mais querer falar com ele?

Nos dois olhamos na direção só pra ver ele gritando com a Afrodite e ela botando marra
apontando o dedo na cara dele e mandando abaixar o tom.

Faço tsc, a cada grito deles os braços ao meu redor se apertam. Helena tá chorando
baixinho e isso me afeta pra caralho porque só eu sei o quanto pra ela é difícil fazer isso.

Minha bonequinha tem a fama de durona mas é só uma menina que não sabe lidar com os
sentimentos. Ela é muito intensa e pessoas intensas tendem a sofrer mais por acharem que
tem que suportar tudo sozinho.

Ela não tem, não mais, e eu e o GH vamos mostrar isso pra ela.

GH - Agora que eu quero mermo. - responde me tirando dos pensamentos e me fazendo


olhar pra ele que faz o mesmo comigo - Acabar logo com isso pra geral saber que ela é
nossa... - olhamos pra Helena que nos fita limpando o rosto - E nós somos dela.

CAPÍTULO 36
HELENA

Eu pensei que tinha peito pra enfrentar meu pai mas quando vi a forma que ele me olhou,
os olhos cheios de lágrimas e decepção.

Aquilo me pegou de uma forma tão forte que eu senti desabar em segundos toda a muralha
que eu construi para me manter forte e impedir que eu chorasse na frente das pessoas.

Desde então é como se eu tivesse entrado no automático.

Benício me trouxe pra casa dele na Rocinha, me deu banho, me vestiu com sua camiseta e
agora está comigo deitado em sua cama. Minha cabeça fazendo do seu braço um
travesseiro enquanto meus olhos estão fixos na cicatriz que ele tem no peito.

Eu deslizo a ponta da unha lentamente pela protuberância sentindo sua mão bagunçar meu
cabelo no que ele chama de carinho e ouvindo sua voz rouquinha cantar baixinho:
.. Eu faço o que for preciso pra te ver sorrindo
Preciso do teu sorriso pra viver sorrindo
Mas eu sou tão confuso com o que sinto...

É, ele está cantando.

A sua intenção é me fazer dormir mas eu não quero. Sei que assim que eu fechar meus
olhos ele e o GH vão voltar pro Vidigal e meu peito dói só de imaginar eles lá com toda a
fúria do meu pai e dos meus irmãos - que a essa hora já devem saber de tudo - voltada pra
eles.

Fico até sem ar de tamanha que é a minha angústia.

Ben - O Helena, caralho! - sinto ele segurar nos meus cabelos com força e me afastar,
olhando pro meu rosto - Faz comigo... - ele inspira e expira mas eu não consigo fazer igual,
é como se minhas vias respiratórias estivessem fechadas - Faz meu amor, pelo amor de
Deus, faz!

Seu desespero é tanto que ele avança sobre meus lábios numa respiração boca a boca que
faz com que a minha se regularize.

Ben - Porra! - ele me abraça apertado, aliviado, enquanto eu tusso chorando, puxando o ar
pra encher meus pulmões sem entender o porque disso ter acontecido de novo - É a
segunda vez, bonequinha. Na terceira eu vou te levar pro hospital tú querendo ou não, tá
entendendo? - nos afasta e me encara preocupado, limpando meu rosto com suas duas
mãos - Já passou, não precisa chorar. - ele me abraça denovo, me puxando pra deitar
encima dele.

-- Me desculpa. Eu vou parar. - sussurro embargado, falando pela primeira vez desde que
chegamos, sentindo ele puxar um cobertor grosso pra cima de mim.

Ben - Pode começar parando com essa porra de desculpa. Tú não tem que pedir desculpa
por nada. - me aconchego nele igual a um bebê coala, descendo um pouco pra baixo só pra
deitar minha cabeça em seu peitoral e ouvir seus batimentos calmos começarem a acelerar.

Fecho meus olhos sentindo seu peito subir e descer com a respiração pesada, suas mãos
entrarem por dentro do cobertor indo se encaixar na minha cintura que ele pega firme e
puxa pra cima, me tirando de cima da sua ereção crescente que fazia pressão contra o meu
meio nú.

Ouço ele respirar fundo quando eu me mexo, voltando. Sei que ele quer transar, seu pau
rígido deixa isso bem claro, mas Benício é muito preocupado comigo pra admitir que quer
logo depois da minha crise.

Ainda bem que eu o conheço como ninguém e além de tudo, conheço meu corpo e sei que
não vou ter outra crise se ele estiver socando toda a sua preocupação bem fundo em mim.
É disso que eu preciso, é isso que eu vou ter.

-- Nick... - deslizo encima dele colocando minhas duas mãos no seu pescoço e meu rosto
encima do seu, meus olhos entrando fundo nos castanhos quase mel.

São lindos e assim como os do GH escurecem quando ambos estão com tesão. É o que
ocorre agora.

Ben - Faz assim não, minha linda. - suas mãos apertam minha cintura com força e eu arfo,
soltando o ar quente contra sua boca - Helena...

-- Fala amor. - beijo o cantinho da sua boca vendo o sorriso nervoso se formar nos lábios
carnudos e raspo minhas unhas pelo seu pescoço com uma única tatuagem escrita Fé do
lado esquerdo - Você não quer foder sua mulher com força? Sentir seu pau sendo apertado
pela bucetinha dela que está pulsando de tesão por você?

Observo suas pupilas dilatarem de uma vez, tomando boa parte da íris e me arrepio inteira
quando seu tom rouco invade minha audição.

Ben - Tú vai aguentar essa porra até o fim, tá ouvindo? - mordo o lábio suspirando pesado
quando sinto sua mão subir rapidamente, vindo parar no meu pescoço - Tú quer ser fodida
com força?

Ele escorrega a outra mão pra minha bunda e sobe o tecido da camiseta deixando ela
exposta, passa a mão ao redor da poupa e estrala um tapa forte que me faz dar um pulinho
no seu colo.

Ai caramba.

Ben - Ser tratada igual puta dentro de quatro paredes? - aperta meu pescoço, estralando
outro tapa na minha bunda que me faz sentir mais prazer do que dor e eu gemo alto - Tú vai
ser.

Ele gruda nossos lábios num beijo quente e molhado.

Tudo acontece tão rápido que em um segundo eu estou vestida e beijando ele e no outro,
nua e praticamente de cabeça pra baixo enquanto gemo alto ao ter o Benício me chupando
nessa posição.

Sua mão esquerda segura minha panturrilha direita ao lado da minha cabeça e a direta
esfrega meu nervinho inchado com força enquanto sua língua entra e sai rapidamente da
minha buceta.

Meu corpo treme sem parar, seus olhos me fitam, escurecidos de tesão da mesma forma
que os meus devem estar.

-- Nick... - gemo quase gozando, e percebendo isso ele afasta seu rosto olhando pra minha
entrada, dando inúmeros tapinhas no meu clitóris antes de deslizar dois dedos pra dentro
de mim deixando que minha bunda volte a tocar a cama enquanto ele curva seus dedos em
meu interior, fazendo pressão no meu ponto g.

É o meu fim.

Eu grito me contorcendo de prazer quando o orgasmo explode em mim, tento fechar minhas
pernas e como punição recebo um tapa forte na buceta depois que ele retira seus dedos
dela e sem me dar tempo, me vira na cama e puxa minha bunda pra cima, me deixando de
quatro pra ele.

Ofego pesadamente ao me sentir fraca e fecho meus olhos com força, agarrando a beira da
cama ao sentir um tapa ser dado na minha bunda.

Ben - Gosta disso, minha puta? - sua voz sai carregada enquanto eu sinto seu pau deslizar
pela minha fenda úmida, a peça fria sendo pressionada contra meu nervo sensível - Hum?

-- Ahh, eu amo... - jogo meu cabelo todo pra um lado e abro meus olhos, olhando por cima
do ombro pra ele que no mesmo instante me penetra de uma vez.

Cada centímetro da sua rola grossa e comprida deslizando pela minha carne pulsante, me
alargando com seu pau cheio de veias marcadas.

Eu grito sem vergonha nenhuma, chegando a revirar meus olhos quando suas mãos ágeis
se fecham rapidamente nos meus antebraços e os puxam pra trás, Benício junta minhas
mãos nas costas e sem o sutento delas eu tombo meu rosto no colchão sentindo ele
estocar forte, fundo e rápido na minha buceta.

Dói, dói muito mas era essa dor que eu queria sentir. Aquela que sobresai a outra que me
quebra por dentro .

-- Tá com dó, Nick? - provoco, querendo que ele me leve ao extremo e como resposta
recebo seis tapas contados na lateral da coxa, um mais forte que outro que ele dá sem
parar de estocar.

Gemo de dor e prazer sentindo as lágrimas quentes como a minha pele encherem os meus
olhos.

Preciso de mais, muito mais.

Consigo sentir seu pau pulsando em mim e me aperto ao seu redor, Ben solta um gemido
parecido com um rosnado e me puxa pra si.

Num gesto rápido tombando na cama e me deixando por cima, ajeitando minhas pernas
atrás das suas e começando a bombar novamente comigo deitada encima dele.

Ben - Eu tô com dó, Helena? - sua voz rouca soa no meu ouvido no mesmo segundo que
sinto sua mão direita se fechar no meu pescoço, me fazendo inclinar a cabeça pra trás -
Fala pra mim. Eu tô?
Fecho os olhos por um segundo, buscando minha voz que se perdeu entre os gemidos.

-- Está sim... - consigo ouvir seu sorriso nervoso e gostaria de fazer o mesmo mas sou
surpreendida com a sua mão esquerda que sai da lateral do meu corpo e vem pro meu seio,
apertando com força antes de dar um tapa no mamilo endurecido - Porra... - serpenteio
encima dele, Ben não para e repete o ato no outro seio antes de levar sua mão nervosa pra
minha buceta onde ele esfrega rapidamente meu clitóris com dois dedos.

Ben - Não fecha! - o tom rouco, autoritário e ofegante surge quando eu tento fechar minhas
pernas - Tú não pediu? Agora aguenta. - ele dar um tapa encima do outro no meu nervinho
inchado, controlando a força pra ser prazeroso e não doloroso enquanto diminui o ritmo das
estocadas e aumenta o aperto ao redor do meu pescoço.

Eu consigo sentir todo o meu corpo pulsando mas principalmente, meu clitóris que solta
choques de tamanho prazer que sente com isso. O calor do meu corpo se concentra no
meu estômago e desce pro meu ventre, ocasionando a explosão que só vem quando ele
desliza dois dedos em mim, como complemento pro seu pau que pulsa sem parar.

-- Ai meu Deus! - aperto o lençol bagunçado embaixo de nós entre os dedos e fecho meus
olhos com força, inclinando minha coluna quando tudo em mim se torna prazer.

Tremores, espasmos, fraqueza... tudo se faz presente quando eu sinto o líquido quente sair
de mim, me dando a impressão de ter feito xixi de tanto alívio que eu sinto depois.

Minha vista escurece quando eu abro os olhos novamente, ficando turva e só então
voltando ao foco.

-- Nick... - chamo exausta - Eu não aguento mais, chega.

Ben - Que squirting delicioso, bonequinha... - ele respira pesado no meu ouvido virando nós
dois de lado na cama e erguindo minha perna volta a estocar, dessa vez com calma e
carinho - Aguenta só mais um pouquinho, tá?

Ofego com a boca aberta me sentindo super sensível e olho por cima do ombro pra ele,
revirando meus olhos ao sentir cada mínima veia do seu pau pulsar quando ele para
atolado no fundo da minha buceta despejando jatos quentes e fortes de porra no meu canal,
me preenchendo de uma forma deliciosa.

- Ahhh... - gememos contra a boca um do outro.

-- Eu te amo tanto, Nick, tanto que... - admito segundo antes da sua boca cobrir a minha
num beijo lentinho que sela o nosso momento íntimo.
CAPÍTULO 37
BEN

-- Cê tá grávida? - pergunto a única coisa que me vem na cabeça enquanto termino de fazer
o que é pra ser um coque nos cachos dela, rezando pra garota não vomitar as tripas dentro
do meu vaso.

Foi do nada, pô. Fizemos um amorzin foda e depois de tomarmos banho eu deitei com ela,
determinado a fazer esse redbull humano a dormir pra ir resolver o caô com o Russo. Tava
quase conseguindo quando ela levantou do nada e veio correndo pro banheiro.

Foi só o prazo de chegar aqui e a gosma marrom jorrar da sua boca.

Helena - Claro... - reprimo meus lábios pra não rir de nervoso, isso é irônia, certeza - Que
não, né. Me ajuda aqui e para de perguntar bobagem. - ela cospe uma última vez e ergue
os braços.

Ajudo a mandada que acha que manda em mim a ficar em pé, fecho o vaso e puxo a
descarga enquanto observo ela escovar os dentes para só então irmos pra cama.

Deito deixando que ela faça meu braço de travesseiro e respiro fundo olhando pro teto.
Consigo sentir seu olhar no meu rosto mas ignoro, da última vez que eu olhei eles estavam
cheios de lágrimas e se tem um bagulho que dói em mim e ver ela chorando.

Gosto nem com a porra.

Helena - Você tá acordado? - ela sabe que eu tô - Por que tem que ir?

Me viro de lado jogando minha perna encima do seu quadril coberto por um moletom meu e
olho pras orbes castanhas brilhantes que eu tanto amo.

-- Eu dei minha palavra, bonequinha. - toco seu rosto e encaixo minha mão na lateral,
levando minha boca pra sua num beijo lentinho, encerrando ao ouvir o som do portão aqui
de casa abrindo - GH chegou.

Ela respira fundo e toca meu rosto, me fazendo sentir a ponta dos dedos gordinhos
deslizarem lentamente por ele, pelos meus lábios molhados pelo nosso beijo, nariz que eu
puxo o ar com força ao sentir um parada estranha dentro do peito com a atitude dela,
sobrancelhas grossas com a falha feita de propósito... por cada pedaço da minha pele.

Eu não gosto, não gosto nada da maneira que ela me olha agora.

Helena - Isso é suicídio. Ir lá é a mesma coisa que assinar seu atestado de óbito. - seus
olhos se enchem de lágrimas - Não vai, Nick. Por favor, não vai e não deixa o GH ir
também.
Engulo a saliva que desce em forma de bola na minha garganta enquanto sinto meu peito
se apertar como se alguém estivesse esmagando meu tórax .

Helena chora como uma criança e sem escolha, eu faço o que sei fazer de melhor.

Eu minto.

-- Eu não vou, Helena. - ela me olha ainda chorando e eu deslizo a mão pelo seu rosto,
secando as lágrimas - Vou ficar aqui contigo.

Helena - Promete? - aceno em concorancia, prometer em voz alta e não cumprir é pecado
pra mim, dá não - Obrigada. Ai caramba, eu sou uma chorona. - ela me abraça, beijando
inúmeras vezes meu rosto - Te amo tanto, Benício Mota.

Sorrio com a declaração, a sensação de aperto ainda existe no peito mas ela divide lugar
com a felicidade e o aquecimento que a sua frase me fazem sentir e eu sinto uma
necessidade fodida de me declarar também.

Não passo vontade.

-- E eu amo você Helena Barroso Mikhailov. - ela morde minha bochecha com força, sei até
porque - Qual foi? O Barroso faz parte, pô.

Helena - O Barroso é feio. Mikhailov é chique. - ela se afasta e tira uma mecha cacheada do
rosto, me dá um selinho e olha pra porta atrás de mim ao ouvi-la abrir.

Aquele nhec nojento.

GH - Ué? Eu achei que ela tava dormindo. - a voz dele vem se aproximando e eu observo o
sorriso dela crescer enquanto ergue a mão chamando ele pra deitar com a gente - Oi ,
moreninha. - ele dar a volta e sobe cama, se aconchegando nela que vira de costas pra
mim e de frente pra ele - Tá com o rosto vermelhinho assim porquê?

Ela fica calada e só abraça ele que me olhando por cima do ombro dela balança a cabeça
para que eu responda.

Falo tudo, sem ocultar nada.

Foi um bagulho que a gente combinou antes entre nós dois, pra que desse certo mermo a
parada do trisal. Dessa forma, eu sei de tudo que acontece entre eles e ele sabe de tudo
que acontece entre nós.

Tem aqueles olhares tortos por causa do ciúmes que faz parte da gente mas seguimos
acreditando que com o tempo isso passa.

GH - Cachorro quente? - volto a mim com a sua pergunta e sem entender franzo meu
cenho.
-- Tá com fome? - pergunto pra ela que nega sorrindo - É o que então?

Helena - Quero que vocês me chamem de salsicha e me apertem como o pão do cachorro
quente. - faço uma careta, isso é uma cantada? - Ai meu Deus. Lidar com velho é foda.

Me sinto ofendido e não sou o único porque no mesmo instante que eu estralo um tapa na
sua coxa direita o GH estrala na esquerda.

E a safada sorrir como se fosse carinho.

Helena - Obrigada por isso, agora venham cá, eu quero dormir com vocês grudadinhos em
mim. - me aconchego nela do jeito que ela pede, minha cabeça deitada encima do seu
braço e minha perna jogada encima da sua.

Eu fazendo isso do lado direito e o GH do esquerdo. Os dois mergulhando a mão por dentro
do seu moletom só pra pegar o peito durinho de tamanho médio com a mão enquanto
nossos lábios beijam a pele cheirosa do seu pescoço.

Helena - Hum... - ela geme manhosa - Boa... Boa noite, maridos. Até amanhã.

Levo meu olhar pro GH que assim como eu fica sem reação. O maridos dito por ela só
reforçando que agora ela é nossa mulher.

- Boa noite. - é só o que respondemos antes de nos aconchegar ainda mais nela e esperar
que o cansaço e o sono a dominem a ponto de faze-la dormir para que só então os dois
possam ir resolver de uma vez por todas as pendências com o pai dela.

CAPÍTULO 38
- RUSSO -

Eu tô com a porra de 59 anos, velho pra caralho pra lidar com tanto caô de uma vez só,
tanto, que minha cabeça parece que vai explodir.

É pau no cú que viu minha filha nascer e crescer comprando a idéia sussurrada pelo capeta
de que ela é mulher dele, é Jade passando mal no hospital com início de aborto e com
medo de admitir quem foi o filho da puta que a engravidou, é Gabriel indo fazer parte da
merda do comando que eu lutei pra que nenhum deles se tornasse membro e no meio disso
tudo, o pior pra mim:

É o meu casamento indo por ralo abaixo porque a caralha da minha mulher não aceita que
eu vou matar aquele desgraçado do Benício quando ele voltar.
Isso é, se ele voltar.

Afrodite - Quer saber? Faz o que você quiser, eu tô errada e você está certo. Você sempre
está. - sopro a fumaça olhando ela entrar no quarto novamente, a mala enorme na sua mão
fazendo meu coração acelerar.

-- Vai fazer o quê? - ela não responde e foca em abrir a mala encima da nossa cama e ir até
closet, voltando com os braços cheios das suas roupas - O caralho que tú vai sair daqui,
Afrodite. - jogo o baseado que eu tinha em mãos pela janela e vou na sua direção,
impedindo que ela faça as malas - Tá ficando maluca?

Afrodite - Não me trisca! - ela me empurra e se afasta prendendo os cachos - Quem tá


maluco aqui é você que não entende que se matar o Benício quem vai sofrer com isso é a
nossa filha.

-- Helena vai entender com o tempo. - me agarro nessa afirmação desde que decidi que não
vou deixar ele vivo, Ben me traiu ao se envolver com minha filha e pra mim isso não tem
perdão.

O cara tem 38 anos, pô, viu Helena nascer, crescer e agora inventa que ela é mulher dele?
Não. Isso não existe e é até doentiu da parte daquele pedófilo desgraçado.

Afrodite - Vai entender? - ela rir irônica - Ela vai te odiar pro resto da vida dela e eu vou dar
razão a ela.

-- Vai dar razão? - tento não gritar, eu já fiz isso antes e um tapa na cara foi o que eu ganhei
dela. Um outro me faria perder a cabeça e sei que me arrependeria depois se isso
acontecesse.

Afrodite me traiu tanto quanto o Ben nessa putaria toda, a diferença é que eu amo ela e me
imaginar sem minha pretinha é torturante demais.

Uma vida que eu não quero.

Afrodite - Vou Bóris. Sabe por que? Porque eu não tive uma mãe que estivesse ali do meu
lado e principalmente, porque eu sei que fiz pior que ela. Nós dois fizemos e você sabe
disso. Sei que você lembra do que passamos quando meu pai descobriu sobre nós dois.
Então por favor, não faz igual a ele. - ela engole a saliva, começando a chorar - Não faz
porque o Benício ama ela e já provou isso inúmeras vezes. Você mais do que ninguém sabe
que se ela está viva hoje é porque ele a salvou. A conexão deles a salvou, droga! Por que é
tão difícil de entender?

Puxo o ar com força ao lembrar desse caso. Um mês depois da morte do meu irmão, a
Helena tentou se matar enforcada dentro do próprio banheiro. De algum jeito Ben sentiu a
parada e veio parar aqui em casa, chegando a tempo de salvar ela porque no dia estavam
todos fora.

Raspo minha garganta, ouvindo os gritos dos meninos lá embaixo anunciando sua chegada.
-- A morte dele vai ser rápida por causa disso. - me viro pra sair - Mas vivo ele não fica.

Afrodite - Você esqueceu não foi? - me volto pra ela que chega pertinho, ainda chorando -
Esqueceu como dói ficar longe de quem a gente ama? Todos os sentimentos ruins que te
invadem quando você sente que pode perder o outro?

Respiro fundo olhando pro seu rosto, seu choro é sincero e vejo no seu olhar toda a dor que
por anos ela vem ocultando.

Afrodite - Quando eu pensei ter te perdido, eu quis muito me matar. Acabar com a dor no
meu peito mas por causa dos bebês eu não fiz.

-- Tá querendo chegar a onde com esse papo, pretinha?

Afrodite - Tô querendo que você lembre, Boris. Helena não tem psicológico pra absorver
outra perca na vida dela. E eu não quero perder a minha filha por causa da sua atitude
impensada.

Seu lábio treme quando ela puxa o ar com força pela boca entreaberta e quando eu tento
tocá-la, se esquiva.

Afrodite - Eu vou ficar lá na Brenda com o Jope esperando você voltar da sua conversa com
o Nick. - meu peito se aperta quando ela passa por mim - Mas se caso você ignorar todos
os meus pedidos e acabar matando o meu amigo por pura pirraça, você não precisa ir lá
porque eu não vou querer te ver.

White - Qual foi, porque a mãe tá chorando? O mãe!

Afrodite - Pergunte pro seu pai, meu amor. A mamãe não está com cabeça pra te
responder. - ela se afasta e só então eu me viro pra minha cópia, vendo a do Gam atrás
dele.

-- Ben tá fodendo com a irmã de vocês... - falo tudo enquanto seguimos os três pra frente da
minha casa.

Deixando que eles absorvam e fiquem tão puto quanto eu estou.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Por volta das três da manhã, nós descemos com a contenção pra boca principal, ciente que
o fodido do Ben estava indo pro mesmo destino.

Eu desço da garupa do Rapp olhando pro SUV prata sendo estacionado do outro lado da
rua, Ben desce do lado do motorista e do carona sai o outro que só pode que é puta dele.

Só vive grudado, pô.


White - Cadê minha irmã, Benício? - ele encosta do meu lado, a voz grossa invadindo
minha audição com o tom frio natural dele.

Ben - Ficou domindo lá em casa. - ele se aproxima guardando a chave do carro no bolso da
calça, os olhos fixos em mim que observo sua roupa toda preta entrando em contraste com
o pescoço com a pele vermelha, marcado com linhas finas que me fazem sentir o sangue
ferver dentro das veias.

Eu não tô acreditando nessa porra.

-- Tirou minha filha daqui pra ir foder com ela? - eu parto pra cima dele cego de raiva, dando
um soco forte na cara de puta - Se aproveitou da minha garotinha? - dou outro.

Ben cambaleia pra trás e quando penso que vai cair ele volta me atingindo um soco na
lateral do rosto, tão forte quanto os que eu lhe dei.

Ben - Eu vim pra conversar, caralho! - passa a mão na boca - Mas se tú quer vim de soco,
vem, mas vem ciente que eu vou revidar essa porra.

-- Filho da puta! - cuspo no chão ao sentir o gosto ferroso na boca, pronto pra ir pra cima
dele quando sou parado pelo meu filho mais velho - Qual foi?

Rapp - Eu quero ouvir ele, pai. Quero entender o porque disso agora.

White - Tú ainda quer entender esse fodido? O cara tirou a virgindade da tua irmã, a
inocência dela.

Rapp - Cala a tua boca, Dante! - não entendo a furia no olhar dele dirigido ao irmão e
respiro fundo, tentando me acalmar pra fazer o mesmo com eles. Não gosto quando eles
brigam entre si - Tá com moral nenhuma pra tá aqui falando sobre tirar a virgindade de uma
das minhas irmãs.

GH - Não foi o Ben que tirou a virgindade da Helena. Fui eu.

Sinto meu sangue subir de uma vez pra minha cabeça, minha pressão baixar
repentinamente e o ar faltar nos meus pulmões enquanto meu coração acelera dentro do
peito.

Eu tô infartando, certeza.

GH - Tô te dando meu papo porque assim como o Ben, eu também amo tua filha e vou ficar
com ela. Nós dois vamos, independente da tua opinião ou querer.

White - Mas que porra! - ele e Rapp me sustentam quando minhas pernas viram gelatina e
meu rosto se contorce pro lado direto, agora é um avc - Tá se sentindo bem, pai?
-- Caralho... - levo cerca de um minuto pra me recompor, minhas têmporas pulsando
ferozmente assim como as veias do meu pescoço.

Eu puxo o ar com força e olho pro Ben e pro GH, ambos parados perto do carro do primeiro,
um ao lado do outro me fitando com atenção.

Eu sorrio nervoso.

Saber que quem eu considerava pra caralho tocou na minha filha com maldade me deixa
puto mas descobrir que ele não foi o único e que agora ambos a querem como se ela fosse
uma puta disposta a ficar com os dois, utrapassa todos os níveis de ódio que eu já senti na
minha vida.

Ainda absorvendo a informação minha mente manda alertas pro meu corpo todo que vibra
na sintonia do odio quando uma enxurrada de lembranças me invade.

Gh - A moreninha cacheada que eu conheci lá em São Paulo... Golpe puro...

-- Quando foi? - encaro o GH, me desvencilhando dos meus filhos e caminhando até ele -
Quando foi que tú enfiou a porra da tua rola na minha filha?

GH - Em dezembro do ano passado. Quer os detalhes também?

E ainda vem de deboche esse filho da puta.

-- Tú vai ser o primeiro a morrer, GH. Tá ligado?

Paro diante dele, olhando no fundo dos seus olhos com os meus que queimam de tamanho
ódio que eu sinto.

-- Por que se eu não me engano, a época em que a Helena foi em São Paulo ano passado.
Foi a pós morte do avô dela. - engulo a saliva ao lembrar do meu irmão - Ela estava
quebrada e tú se aproveitou...

GH - Não! - me interrompe - Tú querer me matar, tú mata. Mas não diz que eu me aproveitei
da minha mulher porque a última coisa que eu faria, seria isso.

-- Tua mulher seu fodido? - tiro a arma tão rápido do meu coldre que só me toco que estou
com ela no seu pescoço quando ouço a voz bradar do meu lado.

Ben - Abaixa essa porra, Russo. Quer descontar tua raiva, desconta em mim! - percebo
pelo canto do olho sua arma apontada na minha direção - Não vai tocar no meu muleque
enquanto eu tiver vivo.

Estalo a língua no céu da boca, sentindo algo fazer pressão contra minha barriga e,
abaixando meu olhar enxergo a arma portada pelo GH ali.

GH - Vai morrer nós dois nessa porra.


-- Tú e o Ben. - nomeio, e ciente que ele não vai atirar, me viro pra trás vendo meus filhos.
Desvio pros meus soldados, ambos estando com suas armas em punho. - Gege e Sabiá!
Fechem a rua de baixo e não deixem ninguém subir. Miranha e Barriga, cuidem da parte de
cima. - aponto com a mão vazia enquanto ordeno e só então volto meu olhar pros meninos -
Eu tô velho pra cobrar esses desgraçados. Eles são de vocês.

Me afasto e observo eles irem.

-- Sem armas, vão no braço do jeito que o pai ensinou. - passo por eles batendo no ombro
de ambos - Acabem com esses filhos da puta como se fossem a pureza da futura filha de
vocês que eles tivessem arrancado.

- Tomara que venha um menino.

Paro por um instante e decido ignorar a frase dita pelos dois. Eles não estão ficando maluco
de terem engravidado alguém tão novos assim.

Não, não estão.

Me encosto no muro da boca mandando mais uns seis pra ajudar meus filhos e observo a
porradaria.

Pouco me fudendo se é covardia quatro contra um ou não.

Gemidos de dor, gritos, ameaças e o som de socos é tudo que chega até minha audição.

Eu deixo até ver que os dois fodidos estão fracos demais pra revidar e decidido a cumprir
minha palavra de que o Ben vai ter uma morte rápida, eu intefiro.

-- Já chega! - me aproximo segurando a arma em mãos - Imobilizem os dois. - mando, e


meus filhos obedecem, fazendo um mata leão em ambos no chão - Te falei que tú ia ser o
primeiro a morrer...

Me abaixo na frente do GH, pressionando a ponta da minha arma na sua testa suada e
vermelha, olhando nos olhos que me fitam com ódio enquanto ele mesmo luta pra afastar o
braço do Gabriel do seu pescoço.

GH - Tô esperando tú cumprir. - sua voz sai sufocada, seu rosto ficando roxo por causa da
falta de ar.

Ben - Tú é um hipocrita, Russo! - grita alto antes de gemer quando o White aperta o braço
ao seu redor - Na filha dos outros pode mas, na tua não?

Me irrito com sua fala e levanto, sem pensar muito dando um tiro na sua perna e fazendo
ele gritar alto.
-- Minha filha tinha a porra de 17 anos quando vocês foderam ela e decidiram que a
queriam como mulher. - falo puto - Não aceito essa porra e nunca vou aceitar. - sinto um
aperto fodido no peito e ignoro, determinando a acabar com isso - Quebrem o pescoço dos
dois!

Dou a ordem final segundos antes de ouvir a voz da garota que pra mim, independente de
qualquer coisa, sempre vai ser a minha bonequinha mas que nesse momento de raiva eu se
quer consigo olhar no rosto.

CAPÍTULO 39
HELENA

• Momentos antes...

Eu acordo assustada sentindo meu coração galopando dentro do peito, meu corpo molhado
de tanto suor tremendo como se estivesse numa temperatura abaixo de zero e o pior de
tudo, sozinha.

A angústia que me invade ao olhar pelo cômodo espaçoso e não ver nenhum dos meus
homens não deixa dúvidas de onde eles estão agora.

Vidigal.

Eu sinto um misto de raiva e preocupação me dominar e tomada por esses sentimentos eu


levanto da cama sentindo minha cabeça dar um giro 360 graus.

Ai céus, e agora mais essa.

Respiro fundo, conto até dez e sigo pra fora do quarto ignorando o quanto sinto minha vista
embaçada e minhas pernas fracas enquanto desço as escadas segurando firme no
corrimão, parando uma ou duas vezes para puxar o ar pros meus pulmões que parecem ter
parado de trabalhar no automático.

- Tá se sentindo bem, patroa? - encaro o rosto do garoto magro que aparenta ter a minha
idade e faço gesto de mais ou menos vendo ele sair do sofá em que estava deitado,
aparentemente dormindo, e vim pra perto de mim me olhando como se não soubesse o que
fazer - É pra levar a senhora pro hospital?

-- Senhora é a sua mãe, garoto. Me respeita. - dou conta de dizer antes de puxar o ar mais
uma vez, isso está ficando cada vez mais difícil.

Minha mente dá um branco por alguns segundos e só então eu lembro o que tenho que
fazer e pra onde ir.
-- Tem moto? - pergunto pro garoto que me responde tirando a chave do bolso - Ótimo. Me
empresta?

- Mas nem fodendo. - engulo a saliva e umedeço meus lábios sentindo um gosto amargo
tomar conta da minha boca, estranho - Cê quer ir pra onde? Pra um hospital? - balanço a
cabeça em negativa - Cê tá pálida, pô.

Ignoro ele e caminho em direção a porta, se ele não vai me emprestar a moto eu sei quem
vai. Nauan. Ele mora aqui pertinho.

- Ei maluca! - ele segura minha mão e na defesiva eu giro meu corpo acertando um murro
no seu nariz - Caralho. Faixa rosa mermo. - ele massageia o local - Eu ia te falar que te
levava lá, em sei lá aonde.

Entreabro minha boca, soltando o ar quente e sentindo meu rosto todo formigar.

-- Me leva pro Vidigal, por favor. - meu tom sai embargado ao lembrar do Ben e do GH e
diante dele o garoto me pede pra segui-lo ao passar na minha frente.

Eu não o conheço mas confio na idéia que por estar na casa do Ben ele seja de confiança,
sendo assim eu o acompanho até a CG parada ali na frente e monto na sua garupa,
colocando o capacete pra seguir na pior viagem de moto que eu já tive na minha vida.

Ao entrarmos no Vidigal eu vou guiando ele até a rua da boca principal que é onde eu
suponho que eles estejam e ao virar a esquina me surpreendo com a rua fechada pelos
dois de confiança da minha mãe.

Os que ela chama de "minha sombra".

Sabiá - Ninguém passa, irmão. Pode dar meia volta e vazar. - ele fala apontando com o fuzil
e o garoto me olha por cima do ombro. Vendo o desespero no seu olhar eu desço, sentindo
outra tontura.

-- Ai merda. - tiro o capacete e entrego pro garoto, me virando pro Gege - Me ajuda, por
favor. - ele pisca algumas vezes meio abobado e só então vem até mim.

Gege - O que cê tem, Lena? Te drogaram? - sinto ele pegar minha mão e passar pelo seu
ombro - Qual foi Sabiá, vai buscar um carro lá pra levar ela pro hospital, a mina tá gelada.

Eu perco a noção do espaço tempo e só volto a mim quando ouço um tiro ser dado e um
grito masculino invadir minha audição.

-- Não! - grito, me desvencilho do Gege e uso todo o foco e força que me resta pra correr
até a roda formada por vários homens armados mais acima na rua.

Ultrapasso os primeiros e os outros vão abrindo caminho ao ver que sou eu, deixando que a
imagem do Ben e do GH surja no meu campo de visão.
Ambos sendo imobilizados pelos meus irmãos, GH pelo Gabriel e Ben pelo Dante, enquanto
meu pai dá a ordem:

Russo - Quebrem o pescoço dos dois!

-- Não, não quebrem! - grito usando todo o ar dos meus pulmões e caminho cega de raiva
até ele - Você nunca amou? Por que tá fazendo isso comigo? Por que quer matar os
homens que eu amo? Por que, pai? Por que?

Bato em seu peitoral firme sentindo toda a dor do mundo em mim quando ele segura
minhas duas mãos e se afasta, me empurrando levemente pra trás ao me soltar.

Russo - Tô fazendo isso pro teu bem, Helena... - sua voz vai ficando distante - Matem eles
logo.

Eu dou dois passos pra trás sentindo meu coração que desde a hora eu acordei estava
galopando, diminuir suas batidas.

De repente, meu corpo convulsiona, minha vista escurece e a impressão que tenho é de
estar caindo em queda livre quando meu corpo tomba pra trás e a última coisa que eu ouço,
ou acho que ouço, é o som de um osso se quebrando.

CAPÍTULO 40
GH

Eu nunca me senti tão desesperado em toda minha vida como estou agora.

Meu peito queima de dentro pra fora com a cena dela caindo diante dos meus olhos, as
lágrimas se acumulam rapidamente e fazem minhas orbes arderem com a quentura quando
o impacto da sua cabeça batendo contra o chão ecoa se fixando no meu subconsciente
como o pior som que já ouvi.

Eu sinto o aperto ao redor do meu pescoço diminuir e tomado por uma força desumana, me
liberto do Rapp e rastejo até minha moreninha, tocando sua mão.

Está fria, e seu corpo imóvel me faz ficar mais desesperado ainda.

Não, não, não!

Ben - Helena! - ele grita, vindo parar ao meu lado em segundos - Pelo amor de Deus, não
faz isso comigo, amor.
Eu puxo o ar com força por minha boca, enchendo meus pulmões enquanto ergo meu olhar,
minha vista embaçada pelas lágrimas focando no rosto assustado de todos ao nosso redor.

Os irmãos dela olham a cena de longe, os rádios em suas mãos enquanto eles chamam por
um carro chorando como crianças.

Russo por sua vez, está sentando na calçada com o olhar banhado em lágrimas fixos na
Helena, as pernas levemente curvadas e os cotovelos encima dos joelhos enquanto suas
mãos se mantem juntas próximas a sua boca que sussura coisas.

Não me esforço em entender sua fala pois minha atenção volta pro pequeno corpo coberto
por um moletom e uma cueca que devido a sua posição aparece a barra da perna.

Eu não sei o que fazer, não sei. Mas tenho a convicção que pra não piorar seu estado eu
não posso tocar nela.

Ninguém pode.

-- Tá fazendo o quê? - tento impedir que ele a beije e como se estivesse possuído, ele me
empurra - Tá ficando maluco?

Ben - Ela não tem pulso, GH! - ele grita, os olhos escorrendo lágrimas sem parar - É, eu tô
maluco e vou ficar mais ainda se ela não voltar pra mim. - dito isso ele junta suas mãos no
tórax dela, pressiona a área algumas vezes e depois se inclina e começa a soprar sua boca,
dois dedos erguindo seu rosto pra cima - Por favor, Helena... Volta pra mim, amor.

Meu peito sobe e desce com violência, a dor lancinante rasgando tudo e mesmo sem fazer
noção do que estou fazendo, eu ajudo ele.

Pressionando o torax imóvel enquanto ele faz o que eu chamo de respiração boca a boca,
vez ou outra checando o pulso dela que a cada conferida o faz chorar mais ainda.

- Se afastem dela. Benício! - a voz afeminada e embargada surge vinda das minhas costas
e ao olhar vejo a irmã dele e mais uns dois enfermeiros com ela, ambos empurrando uma
maca com o material de primeiros socorros encima.

Ben - Ela não tá reagindo, Bê. - seu sofrimento é palpável - Minha menina não tá reagindo.

Brenda - Se afasta, Benício! - ela tenta soar firme mesmo que seus olhos deixem claro que
ela compartilha da mesma dor que nós.

-- Vem, irmão! - ajudo ele a levantar ouvindo seu gemido de dor depois que ele tenta apoiar
a perna ferida no chão - Quebrou?

Ben - Deve ter quebrado mas não tá doendo não... - mente, voltando seu olhar apreensivo
pra nossa mulher assim como eu, vendo sua irmã dando continuação ao processo de
reanimação - Não se for comparada a dor no meu peito. - completa.
Fico calado, compartilhando do seu sofrimento enquanto o sustento em pé. Da mesma
forma que ele faz comigo sem saber que é por ele que eu ainda me mantenho forte.

Nós dois estamos fracos, entorpecidos com a dor física e emocional mas diferente de mim,
Benício a deixa transparecer, mostrando o quão vulnerável está com o seu choro e
sussurros que imploram pra Deus não levar ela. E sim ele.

Dói, dói pra caralho. E nesse momento, o momento em que as lembranças com ela surgem
na minha mente, eu desejo o mesmo.

"Eu também amo você Gustavo Henrique..."

"Eu quero dormir com vocês grudadinhos em mim..."

"Boa noite, maridos..."

O sorriso sapeca enfeitando o rosto de menina, o cheirinho suave só dela, o olhar intenso e
nossas últimas horas juntos, tudo serve como um catalizador para que a primeira lágrima
desça quente pelo meu rosto, seguida de dezenas quando a frase que faz cada pedaço do
meu ser perder as forças me tira dos pensamentos.

- Hora do óbito, 4:23 da manhã.

-- O quê? - eu volto a mim sem acreditar, ouvindo vários gritos desesperados tomarem
minha audição.

Minhas pernas ficam bambas, e sem forças se curvam assim como as do Ben, levando nós
dois pro chão.

Russo - Faz de novo! - ele levanta furioso, limpando o rosto banhado em lágrimas - Faz
denovo, Brenda.

Brenda - Ela está morta, Russo. Não tem o que fazer. Você acha que eu não tentei? - ela
grita em meio ao choro - Ai meu Deus. Primeiro o João, agora a Helena. - ela soluça.

Abro minha boca soltando o ar quente e logo a fecho, travando meu maxilar pra impedir que
meus lábios trêmulos continuem.

Isso não pode ser verdade, não pode ser.

Russo - Não. Minha filha não está morta! - percebo ele caminhar rapidamente até o
pequeno corpo no chão e se debruçar, pressionando o torax com violência - Ela não tem
idade pra estar morta... Ela não viveu o que tinha que viver. - ele continua, com força
pressionando o tórax dela - Ela não amou, não formou a família dela. Não! Minha filha não
está morta. Eu não aceito!

Ben me surpreende com um abraço e percebendo que ele está sucumbindo eu retribuo,
tentando passar um pouco de alívio pra ele.
Mesmo que eu não tenha.

Ben - Tá doendo pra caralho, irmão. - sinto suas lágrimas molharem minha camiseta
enquanto ele sussura - Por favor, Deus, trás minha menina de volta. Eu te imploro!

Sua súplica é feita com tanta fé que eu me arrepio, levando meu olhar novamente pra
Helena só pra ver os dedos da sua mão se erguerem do chão, chamando atenção da
Brenda e dos enfermeiros que voltam pra ela, tomando as rédeas da situação e falando o
que me faz sentir como se o peso do mundo tivesse sido tirado das minhas costas.

Brenda - Ela voltou, seu pulso está fraco mas tem batimento...

[.]
[..]
[...]

CAPÍTULO 41
BEN

Passo a língua úmida lentamente pela seda, ajeitando a erva uma última vez antes de
terminar de enrolar e fechar meu baseado.

Meus olhos fixos nos menor ao redor da mesa empacotando os bagulho enquanto falam
merda e minha mente longe daqui.

Papo reto? Eu queria tá do lado dela agora, não sair por nada até ver os olhão castanhos
claros que eu tanto amo abertos denovo porque já são nove meses sem isso.

A porra de nove meses sem que ela ao menos pisque ou trema a pálpebra pra mostrar que
continua ali e que logo mais vai voltar pras nossas vidas. Brenda diz que não precisamos
nos preocupar pois agora ela já está fora de perigo, mas como é que não fica?

Helena foi envenenada e como se isso não fosse ruim o suficiente, ainda sofreu um
traumatismo craniano que eu rezo pra que não deixe sequelas graves nela.

Seria demais pra mim e pro GH suportar mais essa porra, visto que parte da culpa de tudo
que aconteceu com ela e com a Jade é nossa que não agimos rápido o suficiente pra
impedir que elas comessem a porra de um bombom envenenado pelo Davi que a gente
achou que estava blefando.

E não tava porra nenhuma.


Cabelo - Manda a real aqui pra nois, patrão. - balanço a cabeça, olhando sério pra ele
enquanto risco fogo no meu beck e dou o primeiro trago - É verdade que as gêmeas tão
sentando forte pra tú?

Faço que não, levantando do sofá todo acabado em que estava colocando o bic no bolso.

Doo - Como não? Maior papo na comunidade delas arrastando conversa que tão sendo
bancadas por um forte aqui de dentro.

-- Pode até tá, mas não sou eu. Ou elas tão falando que sou eu? - pergunto sério em meio a
fumaça, começando a ficar puto com esse papo. Eles disfarçam ao perceber e se fazem de
doido voltando a sua função - Eu fiz a porra de uma pergunta e quero a resposta. Agora.

Me aproximo e paro na ponta da mesa olhando pro rosto de cada um ali. Eu não tenho mais
bom humor pra lidar com nada depois que quase perdi a Helena, mudei pra caralho
algumas visões que eu tinha do mundo e por causa disso me tornei temido entre os meus.

É um bagulho que eu me orgulho? Não é, mas pelo menos assim eu deixo em alerta quem
quer que tente me trair ou fazer mal pra quem eu amo.

Cabelo - A Mafe não mas a Maju fica dando a entender que é. - dou um trago forte
esperando que a erva me acalme pra mim não sair daqui e ir fazer merda com essa puta - E
tá geral comentando na página daqui que viu ela entrando na tua casa a umas duas horas
atrás. - ele pega o celular e me mostra a foto.

-- Na minha casa? - tusso ao me engasgar com a fumaça e com pressa saio dali indo
conferir com meus próprios olhos.

Meu barraco é sagrado, pô, ninguém além de mim e do GH que é quem está morando
comigo tem a chave. E se não sou eu pra quem a piranha tá sentando, só pode que é pra
ele.

E se for, o esporro pro lado dele vai ser grandão porque o único pedido que eu fiz quando
ele decidiu vim morar comigo foi:

"Não traz nenhuma mulher que não seja a nossa aqui pra casa."

E quando eu falei - nossa - eu deixei bem claro que estava falando da Helena.

Paro a moto na calçada e desço tirando a chave da ignição, minha contenção encosta atrás
e junto com ela o Nauan.

-- Tá fazendo o que aqui? - pergunto porque até onde eu fui informado ele estava no Vidigal
ajudando os primos com a gestão de lá já que o Russo se aposentou e agora está focado
em reconquistar a Afrodite que tem tratado ele igual cachorro desde que tudo aconteceu.

Acho pouco porque minha opinião sobre ele não mudou. Ele foi hipócrita pra caralho e não
é o fato dele ter pedido perdão, a mando da Di, pra mim e pro GH que vai mudar isso.
Nauan - Vim socorrer a Maju, pô. Pensei que o GH tava fora e por isso mandei ela vim
limpar o chiqueiro de vocês. Mas parece que o mano tá aí e tá matando a garota. - sigo pra
dentro enquanto termino de fumar, rezando pra isso ser verdade.

Me pouparia o tempo e bala.

- Por favor, aaaaai meu Deus! - o grito feminino vem do andar de cima e é pra lá que nós
vamos - GH, me perdoa. Para. Socorro!

GH - Parar? - o riso sádico vai se tornando mais alto conforme vamos chegando perto do
quarto dele - Tú não queria brincar com os bagulho que não é teu vagabunda? Então, tô te
mostrando como se usa.

Minha mente dá um estalo de uma vez, Maju mexeu nas parada de sadomasoquista dele.

Me aproximo da porta aberta e tenho certeza disso. A garota morena está suspensa com os
braços presos numa grade próxima ao teto, pernas abertas com a ajuda de uma barra de
ferro presa aos tornozelos, totalmente nua com grampos nos mamilos e clitóris e seu corpo
tem alguns hematomas roxos deixados pelas cordadas que ele dá nela.

-- Gustavo! - chamo e olho pro lado, Nauan está estático com o olhar horrorizado pra cena -
Segura, filho da puta, que essa porra é culpa tua. - entrego meu baseado pra ele e sigo até
meu irmão que segura uma trança feita de cordas em mãos, seus olhos azuis escurecidos
me fitando com atenção - Já chega.

GH - Fala isso porque não era tuas paradas que ela tava socando na buceta, encima da tua
cama implorando pra ser fodida com força mermo sabendo que a tua mulher tá numa cama
de hospital... - percebo a dor no seu olhar e sinto que tem algo a mais.

-- Dá o papo todo, GH. Sem enrolação. - ele engole a saliva, seu pomo de adão se move
mais duas vezes antes dele abrir a boca pra responder.

GH - Ela acordou. - não preciso ser gênio pra saber que ele está falando da nossa Helena e
sinto um alívio fodido por isso, uma felicidade sem fim me consome e sem controlar eu
sorrio de orelha a orelha - Mas...

Eu não deixo ele terminar de falar pra sair. Na real eu nem escuto, foco ou penso em mais
nada que não seja em ver ela e, por isso, ignorando todos os riscos eu parto pro hospital do
Vidigal sozinho em plena três da tarde.

Meu coração acelerado sendo sentido em cada parte do meu corpo a cada passo que eu
dou no corredor hospitalar, minha respiração pesada se tornando irregular.

Boca seca, mente a mil e corpo todo em alerta quando sou parado por minha irmã na frente
do quarto dela.
-- Qual foi, Bê? - tento me desvencilhar sem machucar ela e pra impedir que o faça eu fico
quieto - Me solta aí, deixa eu ir ver minha menina.

Brenda - Benício... - encaro seu rosto, as olheiras fundas demonstrando o cansaço e os


olhos inchados levemente avermelhados deixando claro que ela estava chorando - Eu não
te avisei antes porque queria tempo, tempo pra ver se o quadro dela mudava pra você não
se culpar mais. - engulo a saliva já pensando no pior.

-- As sequelas foram muito graves? - minha voz sai num fio e meu corpo estremece quando
ela acena brevemente em confirmação - Porra!

Puxo o ar com força pelo nariz, soltando lentamente em seguida.

Brenda - Além dos problemas cognitivos°, ela ainda está tendo dificudades em se
movimentar. - ela me solta e sentindo o impacto da informação eu encosto na parede ao
lado da porta, meus olhos ardendo com as lágrimas que eu me esforço ao máximo pra não
deixar sair.

Ouço os passos no corredor e olho pro lado só pra ver o GH vindo na minha direção. A
roupa toda preta, cabelo na régua e a barba antes rala bem volumosa tomando boa parte
do rosto de homem puto que ele é.

GH - Eu pedi pra tú me esperar pra gente fazer isso juntos seu fodido.

-- Foi mal, eu não ouvi. - umedeço meus lábios, deixando que ele encoste do meu lado só
pra sentir a paz que a sua presença me dá.

É difícil admitir, tá ligado? Mas eu sou grato pra caralho por ter o GH como irmão nessa
vida, o cara se tornou minha âncora nesses últimos nove meses. Sempre estando ali, com
medo de que eu fizesse alguma merda. Muitas vezes até me irritando com o tanto que ele
ficava encima.

Sei que ele nunca vai admitir assim como eu, mas tenho certeza que da mesma forma que
ele foi pra mim, eu também fui pra ele.

GH - Fica de boa. Oi, Bê. - movo minha cabeça na sua direção vendo ele trocar beijo no
rosto com minha irmã, cheio das intimidade que eu não sei quando foi dada pra ele - Vamo
entrar, irmão?

Ainda desconfiado eu confirmo vendo a Brenda abrir a porta, dizendo:

Brenda - Cheguem devagar pra ela não se assustar, por favor.


Problemas cognitivos°: irritabilidade, lentidão, mudanças de comportamento, perda de
memória e deficit de atenção.

CAPÍTULO 42
HELENA

• Dois meses depois...

Cansada, eu observo a Jade conversar com a Tainá enquanto faço os exercícios


necessários para que os músculos das minhas pernas correspondam ao estímulo do meu
cérebro.

Ainda é tudo muito confuso, muitas lembranças continuam esquecidas mas a principal delas
que é a da minha mãe, eu lembrei. Agora, os outros continuam sendo total estranhos pra
mim e por isso tenho os chamado pelos nomes que eles se apresentam.

Doutora Brenda disse que tudo tem seu tempo e por isso eu não preciso ter pressa em
lembrar, isso vai acontecer aos poucos.

Bom, eu espero que seja logo porque é desesperador olhar pro homem que diz ser meu pai
e não lembrar dele. E o pior, ter medo mesmo que seus olhos se encham de lágrimas a
cada vez que ele entra e sai pela porta do quarto de hospital em que eu estou.

Jade - Talvez haja algum remédio pra fazer ela lembrar, você não acha? - questiona, seus
olhos azuis oscilando entre meu exercício e a enfermeira que me ajuda com ele.

Tainá - Ela já toma vários, Dinha, ali! - aponta pra bolsa de soro de cor estranha com a qual
eu estou conectada e eu respiro fundo, sentindo meus olhos pesarem - O que houve?

-- Minha pressão.- engulo a saliva, me esforçando pra continuar acordada.

Esse é mais um dos defeitos que eu adquiri segundo o Gabriel, eu desligo do nada.

Jade - Eu vou pegar água pra você. - ela sai e a Tainá me ajuda a ficar mais confortável na
cama.

-- Eu odeio isso, essa dependência pra fazer tudo. - comento, fechando meus olhos por uns
segundos - Odeio não me lembrar nem de quem eu era, como agia e o que fazia antes. -
abro meus olhos, fitando os seus que são bem puxadinho e estão brilhando com algumas
lágrimas - E sabe o que eu mais odeio? - ela acena que não, deixando a primeira lágrima
cair - O que eu mais odeio é sempre, todas as noites, ter o mesmo sonho e não saber se é
só isso ou é uma lembrança do que eu já vivi.

Suspiro lentamente, frustrada ao lembrar.


São dois pares de olhos, é a única parte nítida pra mim. O rosto, o corpo... tudo é só um
borrão. Mas os olhos, os olhos não. E eles são lindos, um é azul e o outro castanho, ambos
claros.

Jade - Tô chegando! - ela volta com o copo descartável cheio de água e de soslaio vejo
Tainá se aproximar pra me ajudar a sentar.

-- Não! - afasto suas mãos de mim com as minhas, ao menos meus braços correspondem
ao estímulo do meu cérebro depois de dois meses de exercícios fisioterápicos - Eu quero
fazer isso sozinha.

Ela ergue as mãos em rendição e me observa, as duas fazem isso. Respiro fundo e apoio
primeiro os cotovelos na maca puxando um pouco pra cima, em seguida, a palma das
minhas mãos e só então me impulsiono pra frente, conseguindo assim sentar.

Tudo é muito cansativo e doloroso mas ver o grito e o sorriso de felicidade de ambas me
motiva a sorrir também.

- Eu estou tão orgulhosa de você meu amor. - olho rapidamente pra porta, minha mãe
entrando por ela com um bebê no colo - Esse é o Jope, lembra? Seu irmãozinho.

Fito o bebê de grandes olhos verdes e pele parda, assim como a dela, antes de voltar meu
olhar pro seu.

-- Eu tô com sede. - digo, tentando mudar o rumo da conversa. Jade se aproxima e me


entrega o copo que eu seco em segundos - Obrigada.

Jade - Quer me dar ele, tia? - minha mãe nem pensa antes de entregar a bolinha humana
pra ela que faz o bebê dar tchau pra gente - Diz que você vai ir comer com a prima meu
amor.

JoPe - Papa cum Dinha - sorrio do tom infantil - Vem, Nena. Papa cum Jão.

Minha cabeça dá uma fisgada do lado esquerdo ao ouvir a última palavra dita pelo bebê e
sentindo a dor lancinante rodear meu cranio eu grito segurando-o como se ele fosse
explodir a qualquer momento quando mais um pico de lembranças se faz presente.

- Vou arrumar um namoradinho pra tu apresentar pro teu pai, ver se o coração dele aguenta
ser chamado de sogro. - a risada travessa em tom contagiante me invade.

Eu tiro meu olhar da favela lá embaixo e levo pra ele, focando nos cabelos verde e amarelo
que ele pintou pra assistir o jogo do Brasil que fez ele ficar puto porque perdeu.

-- O senhor não vai crescer nunca, vovô? - indago baixando meu olhar pras suas mãos
vendo que ele me oferece seu baseado - Eu tenho 15 anos, sabia?

Jão - E perder a oportunidade de fazer teu pai pagar por todos os pecados dele? Jamé. Vai,
só um tasquinho...
Afrodite - Faz alguma coisa! Tá machucando ela - a voz se mescla com as lembranças me
fazendo sentir só agora as lágrimas quentes descendo pelo meu rosto - Fica com a mamãe,
meu amor.

-- Tá doendo! - eu grito, apertando minha cabeça com mais força - Tá doendo, mãe!

Tainá - Me desculpa amiga mas a Brenda disse que quando acontecesse era pra deixar
porque a dor passaria assim que você recuperasse a memória.

-- Boa noite, maridos...

- Aplica a porra de um calmante nela, agora! - a voz grossa e autoritária invade minha
audição.

Minha mente reage a ela mandando uma onda de arrepio pelo meu corpo, tento focar pra
enxergar quem é mas os braços da minha mãe ao redor da minha cabeça me impedem de
ver.

Tainá - Se eu fizer isso ela vai parar de lembrar Gustavo. Sabe se lá quando vai ser o
próximo pico de lembranças e se ela não tá lembrando de vocês agora mesmo.

-- Eu também amo você, Gustavo Henrique. - os olhos azuis penetrantes aparecem.

- Faz, caralho. Tú acha que a gente vai deixar nossa mulher sofrendo só pra ela lembrar de
nós? Não! Faz logo, porra. - uma voz rouca é quem diz agora e mais uma onde de arrepio
passa pelo meu corpo.

-- Eu amo você, Benício Mota... - os olhos castanhos quase mel com o brilho apaixonado
surgem dessa vez.

Tainá - Amiga, é só uma picadinha. - seu aviso vem junto com a fiscada no meu braço
direito e em segundos tudo passa.

A dor, as lembranças... Tudo. Meus olhos pesam e eu não me esforço pra deixá-los abertos.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

- A quanto tempo ela está dormindo? - uma voz diz, ao longe.

Afrodite - Mais de quatro horas. - reconheço sua voz bem próxima e respiro fundo, deixando
que o mundo entre em foco quando abro meus olhos - Oi minha bela adormecida.

-- Oi, mamãe. - minha fala sai indistinta enquanto eu pisco lentamente, grogue de sono.

Jorge - Mantenha-os abertos, minha princesa. - eu mal tenho tempo pra raciocinar sua
aproximação que ele me cega com a sua lanterninha.
Fico confusa, perdida quando ele começa a perguntar sem parar e só minutos depois que
ele se afasta é que noto no canto do quarto dois homens.

São morenos, altos e de aura assustadora que encaram o meu neurologista como se
fossem o matar a qualquer momento.

E eu realmente acho que vão.

Jorge - Tudo bem por aqui. Eu volto de manhã pra mais uma bateria de exames. Tudo bem,
esperança?

Sorrio fraco lembrando da nossa piada interna. Jorge adora soltar piadas.

Nem minha mãe escapa delas e por isso Jade o chama de:

-- Tudo, peito de aço. - ele gargalha, saindo, e só então eu volto minha atenção pra minha
mãe que levanta da poltrona em que estava, deixando claro que vai atrás dele - Mãe?

Afrodite - Eu preciso conversar com ele, não demoro. Juro. - ela olha pra trás e seguindo
seu ato vejo os dois desencostarem da parede, desvio meu olhar sentindo um misto de
medo e alegria do nada - Não precisa ter medo deles meu amor. A última coisa que vão
fazer é te machucar.

Ela beija minha testa e sai, fechando a porta devagar.

Com dificuldade mas sozinha eu viro meu corpo na maca, me enrolo no cobertor e fecho os
olhos. Me recusando a olhar pros homens que lentamente eu ouço se aproximarem de mim.

- Cheia de sorrisinho pro médico... - noto uma pitada de ciúmes no tom grosso e franzo meu
cenho sem entender - Tú não acha não?

Sinto a necessidade de responder e não passo vontade.

-- Veja... - de olhos fechados, ergo minha mão esquerda na direção que suponho que ele
esteja - Viu?

- O que eu deveria ver? Porque eu não vejo nada. - sorrio com sua resposta, justamente a
que eu queria.

-- Exatamente. Você não ver nada porque não tem nada. Eu sou solteira e... - estremeço e
me calo quando sinto minha mão ser envolvida por outra maior e mais quente.

- Você não é solteira. - diz a voz rouca que faz até os cabelos do meu ânus arrepiarem mas
eu me mantenho firme de olhos fechados, pensando em como minha mãe é maluca por me
deixar sozinha com dois homens estranhos pra mim - E assim que abrir seus olhos e olhar
nos nossos vai saber que eu tô falando a verdade.
-- Nossos e eu? - sua fala me confunde e curiosa eu separo minhas pálpebras, dando de
cara com os dois rostos muito próximos ao meu.

Os dois pares de olhos que insistentemente aparecem nos meus sonhos todas as noites ali.

Diante dos meus.

CAPÍTULO 43
GH

Foram onze meses, a porra de onze meses sem ver os grandes olhos castanhos claros
abertos. Os primeiros nove porque ela estava em coma e os últimos dois porque toda vez
que vinhamos vê-la ela estava dormindo e agora, diante deles eu sinto toda a alegria do
mundo irradiar pelo meu corpo me causando um arrepio fodido.

Eu tô parecendo um adolescente emocionado, abobado, torcendo para que ela lembre


quem eu sou, ou fui na vida dela.

Helena - Os dois pares de olhos dos meus sonhos... - seu olhar oscila entre o meu e o do
Ben, não existe aquele brilho travesso neles, na real ela toda esbanja inocência e
curiosidade.

Ainda não sei dizer se eu acho isso bom ou ruim.

Ben - Os olhos castanhos que eu tanto amo... - ele é direto e ela sorrir tímida, puxando
lentamente sua mão da minha e me deixando frustrado sem o seu toque - Foi mal, eu não
queria te assustar.

Helena - Só me dá um tempo pra entender. - me ajeito na ponta da poltrona em que estou


sentado e a observo calado. Ben faz o mesmo - O que vocês são meus?

Boa pergunta.

-- Eu, Gustavo. E o Benício - aponto enquanto falo, Afrodite disse que é bom nos
apresentarmos com o nome pelo menos até ela pegar confiança - Somos seus... - penso
um pouco, lembrando do que ela nos chamou na noite em que quase a perdermos -
Maridos. - ela balança a cabeça, visivelmente confusa - Somos um trisal. Sabe o que é?

Helena - Três, sal? - sorrio da sua inocência e do meu lado Ben faz o mesmo,
provavelmente pensando em como isso pode ser interessante se a ignorância dela se
estender pra outras áreas - Não, é difícil. Algumas palavras ainda me confundem. Desculpa.
- Você não precisa pedir desculpas. - eu e o Ben falamos juntos e só então eu tento explicar
de uma forma fácil para que ela entenda.

-- Trisal é um relacionamento amoroso entre três pessoas. Entendeu?

Umedeço meus lábios olhando pra ela que morde o seu inferior enquanto acena
brevemente.

Suspiro fundo, alguns pensamentos são incontroláveis e ficar onze meses sem mulher
nenhuma não me ajuda nesse momento.

Helena - Entendi. Bom, acho que entendi. - percebo seu olhar descer pelo meu corpo, como
se sentisse a porra da minha ereção pulsando por ela e sorrio quando ela desvia, as
bochechas ficando carmim de vergonha, ela viu - Ai meu Deus, que errado!

Reprimo meus lábios pra não gargalhar e me viro pro Ben percebendo que seus olhos estão
fixos na Helena, sua língua deslizando lentamente pelos lábios grossos enquanto ele
queima nossa menina com o olhar faminto.

Ben - Tá com fome, Helena?

Helena - De comida? - pergunta rápido e nervosa, Ben acena em confirmação, o sorriso de


lado no seu rosto deixando claro que ele está se divertindo com todas as reações vindas
dela, nós dois estamos - É, estou, com sede também. E com calor principalmente. - a última
frase sai quase inaudível.

Ben - Eu vou atrás de alguma parada pra você então. - ele levanta, a protuberância
marcando sua calça bem na altura do rosto dela que arregala os olhos - Vai querer alguma
coisa pra comer, Gustavo?

Estalo a língua no céu da boca e levo meu olhar pro seu que me fita de modo divertido.
Esse filho da puta vai sair daqui e ir direto pro cinco a um, certeza.

-- Só a... - raspo minha garganta, disfarçando pra não responder o que eu realmente quero
comer agora, me esforçando pra seguir a recomendação da Brenda que pediu pra gente
não chegar de uma vez na Helena, fazer as coisas devagar pelo menos dessa vez - Não.
Nada. Valeu.

Ben só confirma e avisando que volta logo, sai. Deixando nós dois a sós no quarto.

Helena - Minha mãe está demorando, né? - sua voz corta o silêncio em que estávamos.

Fito seu rosto de menina, meus olhos percorrem as bochechas vermelhas, nariz
arrebitadinho, boca carnuda que prende meu olhar por tempo demais e só então vão parar
nos seus que logo desviam, incapazes de sustentar do jeito que ela sempre fazia.

-- Por que não me olha nos olhos? - fico em pé, tacando o foda-se pro pedido da Brenda
quando me debruço sobre ela na cama - Isso é medo ou vergonha?
Helena - Espera... - ela fecha os olhos espalmando suas mãos em meu peitoral, a
respiração toda bagunçada com tão pouco batendo forte contra meus lábios - Ai, tô
nervosa. O que eu faço?

-- Primeiro você abre os olhos e depois me responde. - ela nega, soltando um suspiro
pesado que mexe com a porra do meu autocontrole - Helena... - respiro fundo inalando o
cheiro inebriante que provém da sua pele - Abre os olhos ou eu vou te colocar de quatro na
beira dessa cama e dar dez tapas ardidos na sua bunda gostosa que eu tô morrendo de
saudades de ver empinada pra mim.

Helena - Eu acho que tô passando mal... - sua voz sai quase num suspiro sussurrante -
Chama o médico, por favor.

-- Mas nem fodendo. - me lembro do pela saco que eu peguei de longe a maldade no olhar
pra cima dela e da Afrodite, se depender de mim aquele fodido não vai chegar perto dela
nunca mais. - Cê tá passando mal? Fala aqui pro teu homem o que cê tá sentindo? - falo
baixo com minha voz grossa carregada de desejo e como resposta sua mão aperta a
camiseta azul cobrindo meu tronco.

Eu não quero acreditar mas a minha mente grita que o passando mal dela nada mais é que
tesão.

Porra... Será que ela esqueceu o que é tesão? Até a porra do tesão?

Helena - Meu corpo tá formigando, muito. - ela abre os olhos, as orbes brilhando com o
desejo - Eu sinto ele quente e... Caramba, isso é errado.

-- E a sua buceta está pulsando. - falo o que tenho certeza que ela iria - Não é? - sua boca
abre e fecha mas nada sai, é sim - Posso fazer parar?

Ela demora cerca de dois minutos pra dizer sim e com a sua permissão eu deslizo minha
mão pra dentro do seu cobertor e desço sentindo seu corpo. Está mais magro mas ainda é
o corpo dela e só de tocar meu pau pulsa de saudade.

Chego no seu meio coberto por uma calcinha fina e ao passar meu indicador por sua fenda
sinto ela molhada e quente.

-- Porra, Helena. Cê tá pronta pra ser fodida... - engulo a saliva deslizando meus dedos pra
cima e pra baixo, ouvindo seus gemidos baixinhos entrarem no mais fundo do meu
subconsciente quando eu deslizo o tecido da sua calcinha pro lado e toco a carne
encharcada com sua excitação, a babinha morna facilitando a massagem com pressão
exata pra fazer ela gozar sem penetração que eu faço - Toda meladinha, gostosinha pra
mim.

Roço seus lábios com os meus e a beijo, doido pra foder com ela mas ciente de que isso eu
ainda não posso, ainda não.
Ben - Afasta, afasta, afasta! - sua voz invade minha audição de uma vez e como se a
Helena esperasse por isso, ela goza, seu corpo treme e da sua boca sai um gemido mais
alto que se perde na minha garganta - Irmão, tú vai morrer dessa vez desgraça. Russo tá
vindo aí!

CAPÍTULO 44
BEN

- Quem tá aí dentro com ela? - ouço a voz masculina do outro lado da porta e sou obrigado
a puxar o GH pra trás de uma vez, deixando que ele caia na poltrona em que nós
estávamos antes, no mesmo segundo em que a porta é aberta - Ah, são vocês.

-- Feliz em nos ver, grazadeus! - respiro ofegante sentindo meu coração bater forte dentro
do peito por causa da corrida que dei da cozinha até aqui, tudo pra impedir que o GH fosse
pego no flagra.

Parece até que eu sabia que essa porra tava fazendo sacanagem.

Russo - Fala comigo não seu fodido. - ele passa por nós olhando estranho ao ver tanto eu
como o GH ofegantes mas ignora e vai pra Helena que está parecendo um pimentão de tão
vermelha que está, os lábios reprimidos com força enquanto ela respira forte pelo nariz - Tá
passando mal minha princesa?

Percebo que quando ele para perto da maca ela se encolhe, seu olhar muda drasticamente
e só o que eu vejo nele é medo.

GH - Valeu por mais essa. - ele levanta batendo levemente no meu ombro - Vou ali e já
volto. - sussurra no meu ouvido e eu só aceno brevemente ao ver de soslaio ele sair, minha
atenção voltada pra Helena.

Eu tô feliz pra caralho, tá ligado? Helena tá bem e fora de perigo, sei que sofre com
algumas sequelas mas com o tempo isso passa e ela vai ficar cem por cento. Eu tenho fé
que vai.

Russo - Eu já te falei que não precisa ter medo de mim. - franzo o cenho ao ouvir sua voz
embargada - Por favor, filha. Não faz isso, - ela se encolhe quando ele tenta tocá-la - Eu...
Me desculpa. - ele se vira e vai saindo, não antes de me olhar e me fazer ver seus olhos
cheios de lágrimas.

Eu respiro fundo sentindo um misto de emoções. Um lado meu achando que todo
sofrimento pra ele é pouco mas o outro lado, o que lembra que acima de tudo ele é um pai
que tinha a filha como seu xodó, sentindo dó.
Helena - Eu não entendo. - a voz baixinha invade minha audição e eu me aproximo dela pra
ouvir melhor - Por que eu sinto isso quando ele chega perto? Aconteceu alguma coisa que
tenha feito eu desenvolver esse pavor por ele? - observo ela tentar sentar e quando vou pra
ajudar recebo um tapa na mão - Eu já consigo fazer isso sozinha.

Sorrio, algumas coisas não mudam nunca.

-- E eu achando que tú ia ser menos agressiva agora que virou uma Dory da vida.

Helena - Eu era agressiva? - eu faço sinal de mais ou menos - Como assim?

-- Espera aí. - tiro lentamente o cobertor do seu corpo e me inclino pegando ela no colo,
tomando todo cuidado do mundo pra não machucar sua mão com a intravenosa conectada
ao dorso. Minha menina sorrir deixando que eu a tire da maca e sente com ela de lado no
meu colo na poltrona - Agora sim eu posso te responder e o melhor de tudo, te olhar de
pertinho. - deixo ela parcialmente deitada em mim com a bunda afundada no meio das
minhas pernas e olho pra ela toda.

O corpo pequeno mais magro que antes coberto por um vestido levinho dela mesma, o
rosto vermelhinho demonstrando o quão envergonhada ela está, a boca carnuda, o cabelão
que olhando assim você não faz idéia que tem uma falha no meio causada por duas das
cirurgias que ela fez pra continuar viva... e só então pros olhos castanhos que eu estava
morrendo de saudade que me fitam com curiosidade, examinando meu rosto.

-- O que foi? - sorrio todo bobo quando ela ergue a mão e toca meu rosto, os dedos
pequenos e frios entrando em contraste com o calor da minha pele.

Helena - Você é mais intenso que o Gustavo, mais carinhoso e me faz sentir mais frio na
barriga. Os dois fazem meu corpo tremer, sabe? Mas as sensações são diferentes com
cada um. Porquê?

-- Eu sou teu primeiro amor, Helena. Aquele que conquistou teu coração. E o GH é o teu
primeiro homem, ele conquistou tua... - sorrio sacana levando meu olhar pro meio das suas
pernas, deixando que ela entenda pelo meu ato - Entendeu?

Helena - Ai meu Deus! Eu sou uma puta? - ela afunda o rosto no meu peitoral e rir nervosa -
Tenho certeza que eu sou.

-- Não, não é. - sorrio admirando cada mínima reação dela - Você é uma mulher gostosa
que teve o dom de conquistar dois homens que te amam com a mesma intensidade que
você a eles. Só isso. - ergo seu rosto fazendo ela me olhar - Vai entender quando recuperar
suas memórias.

Helena - Eu tenho algumas dúvidas sobre nós. Você pode me ajudar a entender? - aceno
brevemente vendo ela morder o lábio, ergo meu polegar e deslizo por ele tirando do aperto
dos seus dentes e vendo ela suspirar - Por que vocês me deixam com o corpo quente com
tão pouco?
-- Você era um vulcão meu amor. Se estivesse saudável tenho certeza que estava sentando
lentinho no meu pau agora, gemendo bem gostosinha com a boca na minha... - me
aproximo beijando o canto da sua boca - Sentindo minha pica pulsar dentro da tua
bucetinha apertada. - devagar, cubro seus lábios com os meus num beijo calmo.

Minha língua desliza lentamente pra dentro da boca quente, tocando a sua numa carícia
suave, sentindo o calor aquecer meu corpo, me deixando duro quando um gemido sai da
sua boca e se perde na minha, fazendo o alerta soar na minha mente:

É hora de parar!

Me afasto respirando ofegante, vendo ela do mesmo jeito com o olhar pegando fogo.

Helena - Eu quero mais. - ela me puxa pra si mas antes que eu volte a devorar sua boca, o
pai dela entra novamente nos chamando atenção.

Empata foda do caralho!

Russo - Eu deixo. - encaro ele sem entender, tá ficando caduco será? - Eu deixo você e o
outro fodido namorarem minha filha, deixo frequentarem a minha casa depois que ela sair
daqui. Mas... - vejo uma pitada de desespero no seu olhar - Faz ela perder esse medo que
tem de mim. Eu não aguento mais olhar pra minha filha e ver o pavor no olhar dela.

Engulo a saliva apertando Helena no meu abraço ao sentir seu corpo tremer. É uma parada
que eu não entendo mas vejo que seu medo é real.

GH - Tú não precisa deixar nada, Russo. - a voz grossa ecoa pelo ambiente e olhando pra
trás vejo ele encostado no batente da porta com a Di ao seu lado, fazendo cara de deboche
pra ele. - Helena não vai voltar pra tua casa quando receber alta. Ela vai pra nossa. E outra,
desde quando bandido namora?

Helena - Eles vão brigar por minha causa? - sua pergunta sai num sussurro e voltando meu
olhar pra ela percebo o seu apreensivo, não gosto dele.

Na real, eu só gostei dessa perca de memória dela por causa da inocência no olhar mas de
resto, não. Eu quero minha menina de volta, a versão revoltada que não deita pra ninguém
na rua e a submissa pros seus homens entre quatro paredes.

-- Não meu amor. Vão só conversar...

Afrodite - Ah, cala a boca, esquisito! - só ouço o som do tapa ecoando pelo espaço, me viro
a tempo de ver o GH xingando ao passar a mão no pescoço, o pescotapa veio - Ser meu
genro número dois até vai, mas tirar minha filha de perto de mim? Aí não.

GH - Te chamar de minha sogra? - dou risada, o sonho dele e o pavor dela.


Afrodite - Olha Benício... - sobra pra mim - Tú segura a língua dessa tua cobra porque se
não eu vou cortar ela fora,seu corno. Tinha nada que inventar de dividir a Helena com ele. É
o que? Não dá conta dela sozinho?

Umedeço meus lábios, tentado a responder mas zelando pela minha última vida ao ver o
olhar assassino do Russo pra mim, eu me calo. As últimas seis foram embora com sucesso,
não posso me dar ao luxo de perder a última logo agora.

Russo - Eu tenho uma proposta pra tú, GH. - todos no quarto olham pra ele sem entender -
Eu deixo tú levar minha filha pra morar com vocês... - o velho não tá batendo bem das
idéias não, certeza - Mas cê tem que me vencer no tatame. Se tú ganhar, eu deixo vocês
fazerem da minha filha a mulher de vocês. Se não, nada feito.

GH - Eu aceito.

-- Porra nenhuma! - levanto com a Helena e depois de acomodar ela na cama ajeito minha
postura encarando o Russo que tem um olhar divertido no rosto.

Eu já saquei a intenção dele, esse filho da puta quer acabar com meu moleque, até hoje
não aceita que o GH tirou a virgindade da Helena e a tempos percebo que ele vem caçando
a oportunidade pra cobrar dele sem parecer que essa é sua intenção.

-- Esse velho tem mais de vinte anos de experiência no tatame, vai acabar contigo, irmão.

GH - Mas como tú mermo disse: é velho. Eu acabo com ele primeiro. - sorrio ouvindo a
gargalhada feia pra caralho da Afrodite, aquela que ela sempre dá quando vai aprontar algo
- Né não minha sogra? Fala aí.

Afrodite - Não me chama de sogra, eu me sinto velha quando fazem isso. - ela para de rir e
vai pra perto do Russo que fica todo tenso quando ela toca na sua mão e sobe até parar no
seu ombro, ficando na ponta dos pés pra "sussurar" na sua orelha - Se você ganhar dele,
eu volto pra você.

Sem caô, o olho do velho chega a brilhar.

GH - Eu tô muito fodido com esse incentivo, não tô?

-- Cê já tava sem ele, irmão. Agora então. Vou até encomendar o leito de UTI pra tú.

CAPÍTULO 45
HELENA

-- Quem foi que fez minha mala? - pergunto pra Jade, que acaba de abrir a porta do quarto.
Eu tiro vestidos leves e pijamas da mala aberta sobre a cama, procurando algo que eu
possa usar pra sair daqui e ir pra Rocinha ver meus homens.

São quase um mês sem ver os dois pessoalmente porque da última vez eles quase foram
presos ao voltar pra lá. E é aquele ditado/indireta que o Gustavo vive repetindo toda vez
que nos falamos por chamada de vídeo:

Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé.

E é isso que eu vou fazer.

Jade - Fui eu, né. - ela encosta do meu lado - Por que, vai reclamar?

-- Não tinha nenhum shortinho ou vestidinho?

Ela ri, irônica.

Jade - Ah, claro. Super confortável pra se usar num hospital enquanto se está em
tratamento intensivo. - faço um bico me virando pra ela - Não fala nada. Eu estou de mal
humor.

-- Culpa de quem? - suspiro exausta, fechando a mala e a colocando no chão para subir e
sentar na beira da maca.

Minhas pernas continuam meio moles mas graças a Deus eu já consigo andar, é cansativo
mas eu não ligo.

Devagar meu corpo está ficando cem por cento, já minha mente... Depois do último pico em
que eu lembrei parcialmente do Benício, Gustavo e do vovô que a mamãe disse que está
viajando e por isso ainda não veio me ver, eu nunca mais tive outro.

Boris é quem não gosta disso, mas ter deixado ele me abraçar a pedido do Benício e
conversado com ele tem diminuído o sentimento que sentia sempre que ele se aproximava.

Jade - Do meu irmão. A gente brigou porque ele queria vim te ver e o tio deu ordem pra
barrar ele na entrada do morro.

-- E por que o papai faria isso? - pego meu celular na mesinha ao lado da maca e vou no
contato da Tainá que é quem está vindo me buscar porque mais louca que eu, só ela pra
topar me ajudar a sair do hospital.

Jade - Ele fez algumas coisas no passado que o tio não gostou. Mas ele mudou, juro que
mudou.

Ela senta na poltrona e pega seu celular que começa a tocar dentro da sua bolsinha. Eu
deixo de prestar atenção nela e foco na tela do meu aparelho que acende com a chegada
de uma mensagem da Tai.
Tainá ⏯ - Olha, puta que pariu! Eu nunca vou me cansar de ver os soldados do teu pai sem
camisa. Os lá da Penha são tudo judiado, mas os daqui... Ai ai, tô passando mal. - a risada
dela encerra o áudio e logo chega a mensagem.

- Tô chegando!
- Cheguei!

Eu ergo meu olhar e levo pra porta, vendo a maluca ali com os braços pra cima, a mão
direita ocupada com o celular e uma sacola.

Tainá - Surpresa! - ela entra jogando a sacola em mim - Tua mãe mandou te entregar. Foi
você quem falou pra ela que eu ia te levar pra Rocinha?

Faço que sim com a cabeça olhando dentro da sacola que ela me jogou e vendo um
conjunto de academia.

-- Ué? - fico confusa - Por que ela mandou isso?

Tainá - Ela disse que um dos seus homens está treinando na academia lá da Rocinha. É pra
você vestir e ir lá dar um apoio pra ele.

Jade - Ela vai é tirar a concentração do coitado. É o GH, não é? Aquele macho vai apanhar
tanto do tio, tô só vendo. - as duas começam a rir falando sobre o desafio que vai acontecer
amanhã e me sentindo incomodada eu levanto e vou pro banheiro trocar de roupas.

Eu sei que é loucura o GH ter aceito o desafio do meu pai, já até falei isso pra ele mas sigo
acreditando que meu homem vai ganhar porque eu não vejo a hora de ir morar com eles,
poder ter os dois pertinho e sentir mais do calor que consome meu corpo sempre que os
dois me tocam.

Tainá - Amiga, tá tudo bem aí dentro? - sua voz vem acompanhada de três batidinhas na
porta - Quer ajuda?

-- Tú pegou tara em me ajudar a vestir roupa, não foi? - abro a porta de roupas trocadas e
cabelo preso em um rabo de cavalo não tão firme porque ainda sinto a pele da minha
cabeça sensível.

Tainá - Tenho culpa de tú ter o corpo de uma deusa? Filha de uma né. Tem a quem puxar. -
ela diz, descendo os olhos pelo meu corpo coberto por um top e uma calça legging de cor
bege estampados com frutas e algumas bocas - Gostei dessa laranja. - eu abaixo meu olhar
e dou risada ao ver onde está a tal laranja que ela fala.

Bem no meio das minhas pernas.

-- Eu pensei que tú curtia só homens. - passo por ela e franzo meu cenho ao não ver a Jade
no quarto - Cadê minha preta?
Tainá - E curto, inclusive, tô com uma meta antiga aí que vou precisar da sua ajuda pra
alcançar. Mas a gente fala sobre isso quando você receber alta. - ela faz tsc, mudando de
assunto - Tua prima foi ir ver o irmão dela que mandou um áudio bem pesado aí. Vou te
falar, já vi ele e não gostei. Vou até caçar uma foto pra te mostrar pra você ficar longe dele
quando ver.

Presto atenção no que ela fala enquanto tateio o chão embaixo da maca com meu pé, em
busca do tênis que minha mãe trouxe para que eu usasse nos meus exercícios.

Acho, e depois de calçar e pegar meu celular eu levanto.

-- Faz isso, por favor. - me refiro aos dois assuntos - Estou pronta, vamos?

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Ok, talvez eu não esteja tão pronta assim como eu falei que estava.

Por que eu tô pensando isso? Simples, eu não levei em consideração o fato da academia
está cheia de pessoas.

Homens, mulheres, ambos suados e com o corpo de dar inveja olhando pra mim e pra Tainá
como se nós fossemos duas ratinhas perdidas.

Eu com certeza estou me sentindo uma nesse momento.

Tainá - Abaixou os ombros porquê? - sua voz vem do meu lado num tom que me faz ajeitar
a postura instantaneamente - É isso aí, agora mostra praquelas magrelas que aquele
homem tem dona.

Eu me viro tão rápido na direção que ela aponta que a minha coordenação motora falha e
meu celular que estava sendo apertado entre meus dedos escorrega e cai no chão sendo
chutado por uma doida que passava por ali. Seu ato faz meu aparelho ir parar bem nos pés
do homem rodeado por duas mulheres visivelmente interessadas nele que está vestido com
uma bermuda preta de tecido molinho, a toalha envolta do seu pescoço sendo usada pra
secar seu rosto suado assim como seu abdômen nú que brilha com o suor.

Eu tô passando mal.

- Me desculpe, deixa que eu pego pra você, pequena. - eu encaro a loira cavala que chutou
meu celular, ela não me dá tempo de falar nada e sai na direção do GH que acaba de juntar
meu celular do chão e roda seu olhar pelo espaço atrás do dono.

Talvez por eu ser baixinha ou por causa da loira que vai justamente tampando minha visão
dele e consequentemente vice versa, o caso é que ele não me vê e isso me frusta por que
eu nunca me senti tão insegura na minha vida como estou agora.
Meu corpo meio inchadinho por causa dos remédios que eu tomo e a cicatriz que eu me
esforço pra esconder entre os cabelos não me dão a confiança necessária pra ir até ele
nesse momento.

Respiro fundo, me virando pra voltar pro carro quando a Tainá para na minha frente,
impedindo.

Ergo meu olhar pro seu percebendo seus braços se cruzarem na frente do seios médios
enquanto ela me olha de uma maneira intimidante.

Tainá - Você vai colocar um sorriso nesse rosto de princesa e vai lá no teu homem... - faço
um bico quando ela me gira e põe de frente pro grupinho ao redor do GH, agora tem cinco e
ele está cheio de risinhos pra elas, não gosto disso - Agora.

-- Agora! - repito, tirando a autoconfiança do fundo da alma quando me ponho a caminhar


lentamente até ele.

Podendo ouvir ao longe a Tainá avisar que vai ir comprar pipoca pra comer assistindo esses
homens treinando, e próximo, a conversa do grupo que eu me aproximo.

- Já falei tanto de mim, tô até com vergonha. - reprimo meus lábios pra não imitar a voz
enjoada da loira, isso seria infantil demais - Mas fala de você, moreno. Estamos curiosas. É
casado ou não?

Paro à um passo atrás dela, esperando ansiosa pra ouvir a resposta dele. Tanto, que
consigo ouvir nitidamente meu coração galopando no peito.

CAPÍTULO 46
GH

Eu vejo ela toda gostosinha.

Devagar, se aproximando da loira que desde que encostou pra pegar seu celular que veio
parar nos meus pés tem falado mais que as outras.

Na real? Já até esperava por ela pois Afrodite, que finalmente me aceitou como seu genro -
número dois, não vamos esquecer dessa parte - ligou avisando que Helena viria e ainda
teve a capacidade de dizer:

"É um presente de aniversário adiantado já que você não vai estar vivo para comemorar no
dia."
Ok. Ela realmente está confiante que o velho Russo vai me matar no que todos tem
chamado de o evento do ano mas eu não vou facilitar pra ele.

Não treinei intensamente esse último mês para isso.

Não mesmo.

- Mas e você, moreno. É casado ou não? - eu volto a mim com a pergunta.

Umedecendo meus lábios secos ao levar meu olhar pro verde dos seus que brilham com
maldade enquanto acompanham o movimento da minha língua.

Pronto pra responder quando a voz forçada da morena ao meu lado me faz parar ao falar:

- Tá perdida, mona? Teu lugar não é aqui não. - todas elas se viram pra Helena que as olha
confusa, assustada e insegura.

Tudo que eu não gostaria que ela estivesse agora.

Helena - Eu... Humm... Me desculpem. - gagueja fazendo as outras rirem do seu


nervosismo - Já estava de saída.

-- Helena! - eu chamo firme, antes que ela se vire pra sair estendendo minha mão na sua
direção e pegando na sua - Você não vai a lugar nenhum.

Helena - Gustavo... Me solta, por favor. - ela diz mas, deixa que eu a puxe pra mim e enlace
sua cintura exposta com meus braços.

Colo nossos corpos sentindo meu coração acelerar só por ter ela perto novamente e encaro
a loira que nos observa atentamente, para só então responder:

-- Perguntou se eu sou casado. A resposta é sim, muito bem casado por sinal.

- Com essa criança? - ela olha a Helena de cima abaixo, com desdém, e eu sorrio nervoso
com a falta de amor a vida que ela demonstra na minha frente.

-- Continue olhando para "essa criança" dessa forma e em poucos segundos você ficará
cega e em minutos, morta. - falo friamente ao lançar meu pior olhar pra ela que desvia
instantaneamente.

Logo as outras fazem o mesmo levando sua atenção pra entrada da academia.

Ben entra colocando o boné preto na cabeça, escondendo o cabelo platinado que ele pintou
pra disfarçar alguns fios brancos que começaram a aparecer, a cintura ignorante pesada
chamando atenção enquanto ele caminha na nossa direção rodando a camiseta na mão
como quem se abana com ela.
- Aff, que homem gostoso. - ouço o sussurro próximo e sinto a Helena se mexer dentro do
meu abraço, incomodada. - Esfregava minha buceta na cara dele sem dó.

Eu fico sério deixando de prestar atenção nos outros pra focar na minha moreninha que
tenta a todo custo sair do meu aperto.

-- Fica quieta, Helena. - firmo o aperto ao redor da sua cintura e subo uma das minhas
mãos, deslizando pelo seu pescoço até encaixar na sua nuca - Ou eu vou te amarrar e te
forçar a ficar.

Olho pra boca carnuda entreaberta que solta um suspiro pesado e subo pros olhos
castanhos claros. Respiro fundo e engulo a saliva, ignorando a vontade de beijar ela aqui e
agora porque tô ciente que assim que nossos lábios grudarem um no outro eu só vou parar
depois que tiver exausto de tanto foder com ela.

Coisa que eu tô querendo a mó tempão.

Helena - Cadê meu celular? - ela encerra meus pensamentos, falando irritada - Ele
escorregou até seus pés.

-- Era teu? - ela confirma e pelo canto do olho vejo a loira nos olhando toda sem graça
enquanto estende o celular que ela disse ser dela na nossa direção.

- Me desculpe. - Helena se desvencilha de mim, pega o aparelho com certa ignorância no


ato e se mantém calada ao cruzar os braços, o bico de todo tamanho se formando nos
lábios grossos.

Ben - Humm... - ele chega falando - Cheirinho de piranha querendo ser frita na pólvora.

Helena - Não só de piranha mas de cachorro também. - ela me encara ao dizer a última
parte - Você não acha, moreno?

Sorrio, entendendo só agora o porque dela estar bolada.

Ben - Moreno, é? - ele rir, pegando o ciúmes dela no ar - Já acabou aqui, moreno? - encaro
esse fodido que não está me ajudando em nada nesse momento, ele dá um sorriso falso e
se aproxima da Helena abraçando e beijando o pescoço dela que fica toda molinha pra ele -
Tem que botar moral, Dory. Mostrar pra essas piranha quem é a dona da porra toda.

Helena - Para de me chamar de Dory, amor. Eu assisti o filme e agora sei porque você me
chama assim. - ela sorrir e sentindo alguns olhares em nós eu rodo o meu pelo espaço,
percebendo que algumas pessoas cochicham ao olharem torto pra cena.

Me irrito por ter certeza que estão falando da Helena, da nossa relação e pra evitar matar
um, eu falo:

-- Vamo pra casa.


︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Ben - Tem que ficar suave, pô. - ele diz da cama e fumando na sacada eu observo ele fazer
carinho na Helena que está sentada de lado no seu colo.

Ela está com cólica e como ele é o mais carinhoso e controlado de nós dois, a missão de
acalmar ela ficou pra ele.

Ben - Ver a parada pelo lado positivo. Não é, Dory?

Eu sopro a fumaça do meu baseado escutando eles conversando sobre o assunto e olho
pras luzes da favela lá embaixo, pensando.

Minha mente não parou nem um segundo desde que saímos da academia hoje a tarde.

Agora é oficial, geral sabe que nós somos um trisal graças as páginas de fofocas que
impestaram as redes sociais com o assunto.

O nome da minha mulher virou osso na boca dessas cachorras que querem estar no lugar
dela, mas nem é isso que tá apertando minha mente agora.

Tem o caralho da luta com o Russo amanhã e uma reunião com o Mag logo em seguida. A
reunião é o que está me deixando neurótico, ainda mais porque ele marcou do nada e
classificou como extremamente importante.

E uma reunião desse grau não ocorre a muitos anos.

Helena - Benício disse que era pra você cuidar de mim. - ouço a voz baixinha e logo sinto
seus braços rodearem minha cintura - Quer conver... - ela tosse por causa da fumaça
pairada no ar e eu apago meu baseado deixando ele encima do parapeito para passar a
mão no ar, dispersando a fumaça - Obrigada.

Umedeço meus lábios me virando pra ela e passo as mãos nos seus cachos soltos, jogando
eles pras costas enquanto envolvo seu rosto entre as mãos.

-- Ben foi pra onde? - olho pro quarto não vendo ele ali e volto pra ela que responde que ele
foi comprar uma pizza pra gente. Decido mudar de assunto. - Isso não te afeta? Saber que
tão falando mal de você por causa da nossa relação. - ela faz que não - Não?

Helena - Não, amor. O que me afeta é algo de ruim acontecer com você ou o com o
Benício. - ela fica na pontinha dos pés e me dá um selinho molhado - Te ver assim todo
pensativo... - seguro firme sua cabeça, controlando minha força e meus pensamentos
quando a vontade de foder com ela vem.

-- Caralho, Helena. Tanto dia pra essa porra descer e veio logo hoje. - eu respiro com força,
pensando logo numa maneira de me aliviar com ela - Vamo usar essa boquinha, vamo? -
roço nossos lábios - Hum?
Helena - No seu quarto? - eu nego vendo seu olhar frustrado se fincar no meu, com essa é
a quarta vez que ela pede - Por que não?

-- No meu quarto tú só vai entrar quando tiver bem o suficiente pra mim te suspender e te
foder com cada item dele até desmaiar de prazer.

Helena - Maldita menstruação... - resmunga baixo enquanto lentamente eu vou empurrando


ela pra dentro - Gustavo?

-- Shhh! - solto ela e fecho a porta da sacada - Ajoelha, Helena. Vou te ensinar como eu
quero que você acorde seus homens amanhã.

CAPÍTULO 47
BEN

-- Tá fazendo o que aqui? - desço do carro sentindo o peso da cintura ignorante no meu
ombro esquerdo e o das sacolas com as pizzas e refrigerantes na mão direita enquanto
olho pro preto encostado no muro da minha casa.

Gege - Cumprindo ordens. Chefe mandou eu vim buscar a filha dele. - sorrio batendo a
porta e travando o carro, deixando bem claro pelo meu olhar que isso não vai acontecer -
Dificulta pra mim não, irmão. Eu tô por um fio de ser cobrado.

Me aproximo trocando as sacolas de mãos e faço um toque com ele.

-- Vamo entrar, tem uma amiga aí que eu quero te apresentar.

Lembro da doidinha da Tainá que o GH achou bom passar a noite aqui já que manja da
enfermagem e vai saber o que fazer se a Helena passar mal.

Já me liguei que a preta tá rendida por ele mas Gege é todo mongo, lerdo pra caralho não
deve ter percebido.

Gege - Eu tô fora das tuas amigas, Ben. Nem sabia que homem casado podia ter.

-- Cala a boca, pô. Ela é amiga da Helena e do GH, tem a obrigação de ser minha também.

Abro o portão esperando ele passar e olho pra trás vendo dois da minha contenção ali, Dino
e Leno, faço sinal pro cabeça.
Dino - Pode dar a ordem, chefe. Tô a tua disposição. - ele ajeita a bandoleira no ombro e eu
umedeço os lábios pra falar, franzindo meu cenho quando percebo seu olhar fixo na minha
boca.

Decido ignorar.

-- Conseguiu o advogado pro Chorão? - lembro do menor, ele foi preso na última vez que
fomos pro Vidigal, ou era ele ou eu e o GH, e como o bom soldado que ele é, ele se
entregou pra dar tempo da gente fugir.

Dino - Achei um aí. Doutor Luan é o nome dele, pelo que eu pesquisei ele acabou de
chegar dos States, é bom pra caralho no que faz e ficou de me dar a resposta se pegava ou
não o caso. - aceno, entendendo.

-- Vê a parada certinho e me passa o valor do serviço se ele pegar, a mãe do menor me viu
ali e já veio me cobrar porque o filho dela tinha levado um pau na cadeia.

Dino - Todo mongo também, é bom que fica esperto na caminhada dele.

-- Ele na dele e tú na tua. - falo, fazendo só então ele olhar nos meus olhos - Fica esperto,
Dino. - falo sério e passo pra dentro, ouvindo o Gege gastar comigo.

Gege - Pica de mel, pô. Cuidado hein, tua mulher é revoltada. Ela saber que o cabeça da
tua contenção te quer, é capaz de dar um pau no muleque.

-- Ô doida, chega aqui! - corto o papo torto dele gritando pra Tainá que aponta a cabeça por
cima do encosto no sofá e quando ver o homem ao meu lado escorrega de volta - Tá com
vergonha?

Dou risada e me aproximo dela, dando uma rápida olhada na televisão que passa a cena de
dois homens se beijando, eu hein.

Gege - 365 dias finais. - comenta me fazendo olhar pra ele que aponta pra tv - Esse filme é
foda.

Tainá - Eu também acho, dois homens querendo a mesma mulher. - isso me parece familiar
- O sonho da maioria. Menos o meu que só quero um pretinho aí. - ela olha pra ele que rir
se fazendo de doido.

Tiro a sacola com a pizza dela do meu pulso e entrego junto com duas latinhas de
refrigerantes.

-- Tainá esse é o Geovane, Geovane essa é a Tainá. - apresento enquanto me afasto - Boa
noite pra vocês.

Gege - Eu tenho que levar a Helena pra casa, filho da puta!


-- Vai assistir o filme, pô. Qualquer coisa tú fala que o GH não deixou tú levar ela. Ele já tá
fodido mermo. O que é um palito pra quem tá com a tora no cú? - eu grito, indo direto pro
meu quarto.

GH - Uma tora no cú? - me aproximo da cama focando na Helena que rir da cara de puto
que ele tá fazendo.

-- A verdade, pô. - coloco minha cintura ignorante na mesa da cabeceira e ajeito as parada
que eu trouxe encima da cama antes de sentar tirando nossa mulher do colo dele, trazendo
pro meu - Tomou outro banho?

Aproximo meu rosto do seu pescoço sentindo o cheiro do sabonete caro e inalo forte
escorregando minhas mãos por suas coxas cobertas por uma calça de pijama até seu
quadril que eu pego firme e puxo ela pra cima, se encaixando em mim.

Helena - Ain, eu... eu tive que tomar porque o Gustavo me deixou toda meladinha. - olho de
lado pra ele que rir sacana, abrindo uma latinha de refrigerante.

Volto minha atenção pro pescoço dela e deslizo minha língua quente até o lóbulo da sua
orelha, mordiscando só pra sentir ela tremer encima de mim, apertando as mãos nos meus
ombros enquanto solta o ar quente dos seus suspiros próximo a minha orelha, me deixando
duro em segundos.

Helena - Que delícia, amor... - sussura enquanto mexe a bunda lentamente, pra frente e pra
trás, sarrando - Posso te chupar? Bem gostoso igual o Gustavo me ensinou?

Me afasto sem acreditar que isso saiu da boca dela e olho pro seu rosto vendo ela morder o
lábio inferior enquanto me olha com cara de safada.

GH - Já era, irmão. Helena foi corrompida. - olho pra ele que ergue um pedaço de pizza na
altura dos lábios dela - Abre a boquinha, amor. Afinal, nem só de leite vive uma gostosa.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

O calor envolta do meu pau me acorda, sentindo minha respiração pesada eu olho pra
baixo encontrando os olhos castanhos claros me fitando com desejo.

-- Caralho! - levo as duas mãos pro rosto, esfregando pra ter certeza que não tô sonhando.

Eu não tô.

Helena está mesmo me chupando, a língua quente e molhada deslizando ao redor da


minha glande, brincando com a bolinha do piercing enquanto uma das suas mãos punheta a
parte que ela não consegue engolir e a outra massageia lentamente minhas bolas.
Ofegante, eu empurro meu quadril pra cima, querendo mais, pronto pra pegar na sua
cabeça e começar a foder sua boca quando ela afasta seus lábios e estrala a lingua em
sinal de negação.

Helena - Sem me tocar, amor. - engulo a saliva, entrando em transe com o olhar intenso e a
voz suave marcando até o íntimo do meu subconsciente. Porra, como eu tava com saudade
disso. - Entendeu?

Faço que sim, ficando parcialmente deitado com os cotovelos na cama, atento a cada
mínimo movimento dela.

Helena volta deslizando parte do meu pau pra dentro da sua boca, deixando babado,
subindo e descendo sem tirar os olhos dos meus.

Travo meu maxilar respirando entredentes pra não gemer alto ao sentir suas mãos me
levando a loucura e sua boca ao céu.

-- Helena... - eu gemo seu nome, sentindo todo meu comprimento e grossura pulsar quando
ela aperta a mão na minha base, a boca gulosa indo e voltando ao redor do meu pau - Eu
vou gozar, caralho...

Eu ligo o foda-se pro seu pedido e seguro sua cabeça com as duas mãos, empurrando forte
na sua boca, gemendo rouco ao ir de encontro a sua garganta. Helena enfinca as unhas
nas minhas coxas, os olhos enchendo de lágrimas enquanto ela recebe tudo de mim.
Aguenta mais um pouco amor, penso, sentindo o jato quente subir pelo meu canal trazendo
o arrepio fodido pro meu corpo.

-- Ahh, caralho! - gemo alto, sentindo meu pau pulsar forte quando meu esperma jorra direto
pra sua garganta.

Eu a solto com meu coração batendo na boca, a respiração ofegante e vista turva de prazer
tentando focar nela que desliza as duas mãos ao redor da minha ereção fazendo todo o
restinho de sêmen do meu canal sair pra fora, deixando a glande gorda que ela lambe como
se fosse um pirulito melada com a nata branca.

Helena me deixa limpo e só então tomba ao meu lado, beijando meu rosto e sussurrando no
meu ouvido:

Helena - Bom dia, marido!

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Olho pro GH que separa os remédios enquanto eu coloco a água no copo pra ela tomar,
Helena atrás dele beijando suas costas enquanto as mãos escorregam pelo seu abdômen
exposto.

-- Esse tarja preta é só um, arrombado. Tá ficando maluco?


GH - É a Helena que tá me deixando nervoso com essa mão dela aqui. Tô pensando
seriamente em virar vampiro e foder com...

Tainá - Eita, Damon! - ela entra rindo na cozinha com o Gege no seu encalço, as mãos
ocupadas com duas sacolas de pão - Bom dia né, meu povo!

- Ótimo! - eu e o GH respondemos juntos, nos entreolhando enquanto fazemos nossa


mulher tomar os remédios certinho pra melhorar logo.

Os dois ansiosos pra isso acontecer, ainda mais depois de hoje.

Na hora eu nem me liguei mas enquanto eu tava recebendo um boquete do caralho, GH


estava tomando banho porque já havia recebido o "bom dia" dele.

Helena - Bom dia, amiga. - ela abraça a Tainá e se vira pro Gege - Dormiu aqui, Geovane?

Gege - No sofá. - responde rápido e muda de assunto mais ainda - Rapp tá organizando
uma aposta. - diz, nos lembrando do evento de logo mais - Apostei dois conto no Patrão.

GH - Ah, valeu pelo apoio! - seu tom é irônico e eu sorrio com ele, me fazendo de doido
quando seu olhar sério vem pra mim - E tú, Ben? Apostou quanto no teu sogro?

-- Vamo tomar café pra manter a amizade intacta? - sorrio falso ao sentar na cadeira ao
redor da mesa e logo sinto minha mulher sentando no meu colo - Tá bem? - deslizo a mão
por suas costas olhando pro rostinho lindo que ela tem.

Helena - Nunca estive melhor. - beijo seu ombro, percebendo que ela me olha curiosa e
sabendo que sua pergunta é a mesma que o GH me fez segundos antes, eu respondo no
seu ouvido... - Cinco mil no papai? - ela repete, tampando a boca ao ver que falou alto.

GH - Filho da puta!

Helena - E dez no Gustavo. - completa fazendo ele me olhar sorrindo e com isso a gente
toma café em paz.

Piando pro Vidigal logo em seguida.

CAPÍTULO 48
HELENA
-- Deixa que eu coloco a bandagem pra você. - me aproximo pegando sua mão direita com
a minha e sento de lado no seu colo enrolando com maestria o tecido entre seus dedos e
pulso enquanto sinto o vapor quente da sua respiração no meu pescoço.

Nós chegamos tem algum tempinho e eu me recusei a voltar pro hospital, mesmo que esse
fosse o pedido de todos, inclusive o dele que vira e mexe diz que não me quer aqui.

Como se a sua opinião valesse alguma coisa nesse momento.

GH - Helena... - a voz grossa sussurra proximo ao meu ouvido e pelo canto do olho vejo seu
olhar frio direcionado a mim - Achei que tinha sido bem claro quando falei que...

O interrompo, completando sua "ameaça".

-- Ou você me obedece e volta pro hospital pra fazer os exames necessários para sua alta
ou eu vou te bater até você chorar pedindo pra parar. - termino o que estava fazendo e olho
pro seu rosto que me encara sério - É justamente isso que eu quero, amor.

Ele rosna apertando minha coxa com força e antes que faça mais alguma coisa, porque ele
ia, a voz do meu irmão ecoa pelo vestiário do barracão de treinos em que estamos.

Rapp - Tá tudo pronto aqui fora. Cadê o pai, Lena? - o universo responde por mim quando o
bendito cujo sai do banheiro ali do lado segurando a mão da minha mãe que vem atrás -
Nhem, cês não tem vergonha não?

Afrodite - Ele só estava segurando a porta pra mim. - ela olha pro meu pai - Não é, daddy? -
seu tom é suave e parece que desperta a ira no meu pai pois ele fica visivelmente puto.

Russo - Vamo acabar logo com essa desgraça, GH. Além de tú, tem outra coisa que eu tô
maluco pra macetar no ódio ainda hoje. - ele passa por nós falando, indo lá pra fora com os
outros dois - Pode mandar esvaziar essa porra, Gabriel, isso aqui não é puteiro não.

Rapp - Mas cê tá puto?...

Deixo que todos saiam e levanto ajeitando o short jeans e a camiseta que eu roubei do GH
no meu corpo.

O nervosismo me domina e o medo de algo acontecer com meu homem me faz morder a
ponta da língua, tudo pra me manter calada e não pedir pela enésima vez pra ele desistir.

Sei que ele não vai, principalmente agora.

GH - Helena... - ele levanta terminando de fechar o velcro da luva meio dedo envolta da sua
mão e toca meu rosto, me fazendo olhar pra ele - Fica tranquila, amor.

-- Só... - engulo a saliva e a vontade de chorar que vem do nada - Só não deixa ele te
matar, por favor. - meu homem sorrir e se abaixa me beijando lentinho, tirando todos os
meus medos e me deixando mais tranquila com o ato.
GH - Ele não vai, moreninha. - diz com os lábios nos meus e me beija mais uma vez,
pressionado a mão com força na minha nuca enquanto a outra escorrega pra minha cintura,
me puxando mais pra ele.

Meu corpo aquece e sei que o seu também pois assim que um gemido involuntário sai entre
meus lábios ele se afasta, respirando ofegante.

GH - Caralho! Vamo acabar logo com isso.

CAPÍTULO 49
GH

Coloco o protetor bucal enquanto entro no octógono que o Russo mandou fazer justamente
pra nossa luta, meus pés sentindo a maciez da lona embaixo dele e meu corpo a primeira
descarga de adrenalina.

Eu tô tranquilo, dormi e acordei com minha mulher ao meu lado. Desde então tenho
repetido a mim mesmo que quero fazer isso novamente e pra isso eu preciso ganhar essa
luta.

E vou.

White - No meio. - ele fala de lá e lentamente eu me aproximo com o Russo. - Vocês já


devem saber mas eu vou repetir: A luta vai ser livre e só acaba quando um de vocês for
nocauteado ou pedir desistência...

Aceno em entendimento enquanto ele continua falando, de soslaio vendo a Helena do lado
de fora rodeada por uns quatro homens. Entre eles, o Ben que a mantém presa com seus
braços. Tudo pra impedir que ela venha parar aqui dentro quando a porradaria começar.

White - É isso... - eu volto meu olhar pra ele, engolindo minha saliva quando o vejo se
afastar - Tá pronto, GH? - faço que sim dando dois passos pra trás - Tá pronto, pai? - ele
repete meu ato, me encarando ao saber o que vem a seguir - Que o melhor vença.

Lutem!

Cada parte do meu corpo vibra, outra descarga de adrenalina é dispersada e com ela meu
sangue desliza frio pelas veias, minha mente entra em alerta e meu corpo põe em prática
tudo que eu já sabia mas aperfeiçoei nesse último mês.
Russo avança na minha direção, a guarda levantada enquanto seu pé direito se ergue para
tentar me golpear na cabeça com um chute giratório que meu cérebro processa a tempo me
fazendo abaixar e levantar em segundos, dando o primeiro soco por trás nas suas costelas.

Ele se contorce, o reflexo em dia fazendo ele girar seu braço esquerdo na minha direção,
acertando o punho em cheio na lateral do meu rosto.

Eu dou dois passos pro lado sentindo toda a potência do seu golpe que me deixa
momentaneamente desnorteado.

Porra!

Balanço minha cabeça e sem perder tempo, ataco. Iniciando uma trocação, ora acertando
socos nele, ora sendo fortemente acertado.

Tento vencer por exaustão com chutes, provocações, rasteiras... Mas parece que o velho tá
com a energia de 50 Ben com tesão socado do cú e torna isso impossível.

Minutos se passam... Estou exausto, com o rosto sangrando por causa dos golpes
recebidos, meu corpo molhado de suor e tudo que eu ouço são os gritos desesperados da
minha mulher pedindo pra parar a luta.

Preciso acabar logo com isso e levar ele pra lona.

Pensando assim eu concentro toda a força do meu corpo no meu punho direito, deixando o
braço esquerdo como proteção pro meu rosto quando o soco dele vem no mesmo instante
que o meu vai acertando seu maxilar por baixo.

Os dois cambaleiam pra trás com o golpe duplo mas eu tô determinado e em segundos
avanço agarrando suas pernas, puxando pra cima e fazendo ele cair de costas no tatame.

Russo é mais rápido que eu e num movimento só me imobiliza, os dois antebraços


passados na frente da minha garganta me forçando a ficar com o pescoço curvado
enquanto suas pernas se fecham no meu quadril.

Russo - Pede desistência, GH. - ele grita - Pede desistência agora ou eu vou te matar por
ter tocado na minha filha com maldade.

Minha vista escurece e volta a ter foco. O ar faltando em meus pulmões me fazendo sentir
só agora a dor fodida que irradia pelo meu corpo todo.

Eu bati pra caralho mas apanhei na mesma proporção, se não, mais.

- Faz o que ele disse, amor... - ouço a voz chorosa da minha moreninha - Por favor, faz por
mim.

E então eu lembro: foi por ela que eu aceitei esse desafio e é por ela que eu vou até o fim.
-- Nunca. - digo quase sem fôlego, usando todo o restante para completar: - E vou continuar
tocando porque Helena é a minha mulher. Aquela com quem eu vou casar e construir a
porra de uma família você querendo ou não.

Firmo meus pés no chão e ergo nós dois com isso, sentindo o aperto envolta do meu
pescoço aumentar consideravelmente me dando a certeza que ele tem a força, e agora a
posição necessária pra quebrar meu pescoço.

Não dou tempo pra ele cumprir sua ameaça e lembrando que a luta é livre, portanto, vale
tudo, eu movo meu joelho pra frente acertando forte seu protetor genital, desarmando ele
que me solta instantaneamente, gritando:

Russo - Filho da puta! - eu levanto rapidamente, puxando o ar de uma vez pros meus
pulmões enquanto me afasto rodando meu olhar entre as poucas pessoas que nos
assistem, procurando a minha moreninha entre elas.

Acho, os olhos castanhos claros banhados em lágrimas enquanto ela grita com o Ben que
tenta a todo custo segurar ela.

-- Helena! - chamo fazendo ela me olhar - Fica aí, amor. - seus olhos se arregalam em
visível medo antes dela gritar:

Helena - Cuidado! - eu me viro a tempo de ver o Russo com os olhos vermelhos de ódio
vindo da minha direção, meio desengonçado por causa da joelhada que eu dei nas suas
bolas.

Russo - Vai se fuder na minha mão agora. Eu tava pegando leve por causa dela mas eu vi
que dos dois, tu é o que menos vai fazer falta.

CAPÍTULO 50
HELENA

Ele vai matar o Gustavo.

A força posta nos socos e o olhar queimando com o ódio deixam isso bem claro. E eu não
posso deixar, não posso.

Ben - Helena... - sua voz vem junto com o aperto ao meu redor que tenta inutilmente me
imobilizar - Para!

Eu não paro, continuo tentando me soltar, meu olhar banhado em lágrimas fixo nos dois
homens dentro do tatame.
Ninguém ajuda, ninguém interfere, ninguém faz nada. NADA!

-- Por que ninguém para essa luta? - eu grito, desesperada rodando meu olhar por ali,
vendo minha mãe, irmãos e alguns outros tudo estáticos, totalmente em choque. - Por que,
Benício?

Ben - Porque foi o acordo dos dois lá dentro. Até o fim. - eu me viro pra ele sentindo meu
peito doer, seus olhos entrando fundo nos meus, me fazendo estremecer ao ver o ódio e a
revolta brilhando no tom castanho mel. Ele vai fazer alguma coisa, sinto que vai. - Eu... - ele
limpa a garganta. - Eu preciso que você fique aqui. Faz isso por mim?

-- O que você... - ele não espera eu terminar a frase e avança contra meus lábios, me
dando um selinho molhado antes de se afastar rapidamente.

Meu coração erra algumas batidas quando o vejo correndo na direção do tatame. Ben não
usa a porta que o Dante está na frente pra impedir que alguém entre, ele pula por cima da
cerca, gritando e chamando a atenção do meu pai pra ele.

Ben - Russo, seu filho da puta, covarde! - meu pai levanta deixando o Gustavo desacordado
no chão - Pegou meu muleque na covardia, seu fodido! - ele aponta, indo pra cima.

Russo - Vem desgraçado! - eu prendo a respiração quando o Ben se aproxima dando um


chute com a perna esquerda.

Russo pega seu pé antes que ele consiga o acertar, sorrindo como um psicopata todo
ensanguentado que tem a certeza que vai fazer mais uma vítima.

Ben - Obrigado, sogrão! - o golpe certeiro vem junto com o agradecimento.

Meu homem gira no ar, a perna direita indo com toda a força do seu corpo acertando o
maxilar do meu pai por baixo.

Eu sinto como se todos os presentes também prendessem a respiração, pois o barulho do


golpe violento ecoa perfeitamente pelo espaço.

Forte, a cabeça do meu pai pende pra trás assim como seu corpo. Ele solta a perna do Ben
que, cai em pé no chão e sem perder tempo, corre pro GH.

O tatame enche de pessoas em segundos, meus irmãos preocupados com nosso pai que
foi nocauteado com um único golpe, minha mãe desesperada tentando acordar seu marido
e eu ignorando todos pra ir até os meus.

-- Gustavo! - eu chamo me debruçando encima do seu corpo desacordado, seu rosto todo
ensanguentado só aumentando meu desespero. - Por favor, amor, acorda!

Tainá - Fica calma, Helena. - ela surge do meu lado checando os sinais vitais dele. - GH tem
pulso, tá fraco mas aguenta até a ambulância que eu chamei chegar.
Ben - O caralho que eu vou esperar a ambulância chegar aqui. - ele se inclina pegando com
facilidade o Gustavo nos braços. - Helena, eu preciso que você abra caminho junto com a
Tainá.

Eu puxo o ar com força pela boca, sentindo meu nariz entupido por causa do choro
incessante que deixa minha vista turva com as lágrimas presentes nela.

Ben - Você consegue fazer isso, amor? - eceno em concordância, passando as mãos nos
olhos pra ter o foco necessário para fazer sua vontade.

Tainá vai na frente e eu me junto a ela, ao seu lado, impedindo que tentem parar o Ben.
Quase chegando no carro dele quando uma mão se fecha no meu braço, me fazendo parar.

White - Nosso pai desmaiado no tatame, nossa mãe desesperada por isso e você indo atrás
de macho, Helena! - ele brada, seu tom grosso e frio fazendo cada terminação nervosa do
meu corpo vibrar na frequência do ódio. - Dois que são os culpados por essa merda toda tá
acontecendo na nossa família.

Ben - Solta ela Dante, tá ficando maluco? - ele faz que vai voltar mas eu faço gesto pra ele
parar.

-- Leva o Gustavo pro hospital, amor. - falo calmamente. - Depois eu vou pra lá. - ele me fita
por uns segundos e no fim acaba fazendo minha vontade, indo com a Tainá.

Eu espero que seu carro saia do meu campo de visão e só então volto minha atenção pro
Dante que em momento algum largou o meu braço.

Uma fisgada de dor atravessa meu crânio em segundos e com ela inúmeras lembranças,
todas relacionadas ao homem que aperta fortemente minha pele.

White - E não é que você arrumou um cachorrinho obediente pra chamar de teu mermo. -
encaro seus olhos azuis quase cinza, ao longe ouvindo a sirene da ambulância que se
aproxima. - Dois né, já que um só não é o suficiente.

-- É, Dante! - umedeço meus lábios pra falar, vendo de soslaio a Jade sair do barracão, seu
olhar assustado na nossa direção. - Pelo menos eu tenho alguém pra chamar de meu, pra
cuidar e ser cuidado na mesma intensidade porque é isso que se faz quando ama alguém.
Você sabe o que é isso? Amar alguém?

Dante - Sei. - ele engole em seco, seu aperto diminuindo ao redor do meu braço. - Eu só
não...

O interrompo, falando:

-- Só não tem coragem de admitir porque a porra do teu orgulho e do teu ego não permitem.
- ele trava o maxilar, ciente que eu estou certa. - Eu sei disso e sei também que você
perdeu a mulher que ama por esse motivo e porque se quer teve o senso de segurar a mão
dela e assumir que o bebê que ela perdeu era seu também.
A ambulância encosta me fazendo desviar o olhar, Brenda desce junto com os enfermeiros
que a seguem pra dentro empurrando a maca.

Respiro fundo, eu não queria que nada disso estivesse acontecendo.

Não queria que meu pai e o Gustavo estivessem machucados, não queria jogar na cara do
meu irmão algo que foi confidenciado a mim num momento de fragilidade da minha prima,
algo que machuca os dois.

Não queria mesmo.

White - Jade! - eu volto meu olhar pra ele, seguindo o seu que vai com ela quando a mesma
para um moto taxi que passava por ali e sobe na garupa sem olhar pra trás, indo. - Porra.
Tá satisfeita, Helena?

-- Ah, vai se foder seu idiota! - meu corpo age no automático desferindo um soco no meio
do seu peitoral, deixando ele temporariamente sem ar e visivelmente surpreso com minha
atitude. - Não vem jogar em mim a porra da culpa que também é sua porque se você
focasse mais na sua vida do que na minha, eu com certeza não teria falado um terço do que
falei.

Eu me desvencilho dele sentindo meu coração bater forte no peito e me afasto, indo pra
perto da minha mãe que sai ao lado da maca, meu pai parcialmente acordado querendo
descer dela.

-- Mãe? - eu chamo baixo, com medo dela estar com raiva de mim por causa de tudo que
aconteceu.

Afrodite - Vem cá meu amor, tá tudo bem. Não precisa ficar assustada. - ela me abraça,
beijando minha cabeça. - Seu pai está bem. - respiro aliviada por ela não estar com raiva de
mim e olho pro Russo dentro da ambulância falando, ou melhor, tentando falar com a
Brenda que prepara uma seringa com algo pra ele - Viu?

Eu não sinto nada que não seja mágoa por saber que ele estava disposto a matar o
Gustavo e por isso fico calada, observando.

Russo - Tú não vai aplicar isso em... - ele diz com dificuldade, meio grogue tentando se
afastar quando sente a agulhada - Filha da puta!

Brenda - Vai dormir, Russo. Antes que eu chame o Benício pra fazer isso denovo. - ela rir na
cara do perigo, perigo esse que segundos depois apaga xingando ela em outro idioma. -
Você vem, Di?

Afrodite - Eu vou atrás com meu carro. - Brenda confirma e depois de arrumar tudo na
ambulância, se vai. - Vem comigo, filha?
-- Vou sim. - lembro do GH e começo a rezar mentalmente para que ele também esteja
bem.

Afrodite - Então vamos. - caminho com ela pro seu SUV do outro lado da rua, vendo Gabriel
seguir a ambulância na sua moto e Dante pegar a direção contrária, a mesma que a Jade
pegou minutos antes.

CAPÍTULO 51
- JADE -

Eu entro em casa sentindo todos os sentimentos que a conversa recém ouvida despertou
em mim.

Raiva, tristeza, saudade...

Os mesmo que a quase um ano me dominaram com a perca do meu bebê, aquele que eu
tentei a todo custo esconder de tudo e de todos.

Não me julguem, ok?

Mas eu sabia que meu filho era fruto de um pecado, incesto, um que eu cometia desde os
meus 15 anos com o meu primo, Dante.

Com o meu primeiro e único amor, o que me tornou mulher, o que entre quatro paredes me
prometia o mundo e fora dela destruia o meu em mil pedaços a cada vez que aparecia com
uma mulher diferente.

Eu não o julgo por isso, julgo a mim por ainda o amar mesmo depois de tudo que ele me
fez, ou melhor, não fez.

Não me assumiu e não assumiu nosso filho. Mas no off batia no peito dizendo que eu era
sua mulher e chorava a cada vez que eu mencionava o bebê que por causa do chocolate
envenenado que eu fiz a burrada de comer a quase um ano atrás, eu perdi.

Subo pro meu quarto limpando o rosto com as mãos, o dia de hoje está sendo intenso e
com mais essa eu não consigo parar de chorar.

Meu celular toca sem parar no bolso traseiro da minha calça jeans e irritada com isso, eu o
pego e sem olhar no identificador, atendo:

-- É o quê?

- Por que cê tá gritando? - reconheço a voz masculina como sendo a do meu irmão.
Outro que só existe pra me dar desgosto e dor de cabeça.

-- Problemas, Jean. - deito na minha cama e fecho os olhos, focando na voz que sai do alto
falante do meu aparelho. - Outro que não seja você.

Jean - Eita que hoje ela tá afiada. Te fiz o que, Jade? Nada!

-- Hoje ainda não mas tenho certeza que vai. Ligou pra quê?

Jean - O mesmo de sempre. Quero ver a Leninha, cê falou que ia me ajudar, pô. Tô
esperando. Mó saudade de ver minha baixinha.

-- Ela não é sua, Jean. Helena tem dois homens por ela agora e pelo que eu já vi, ambos
são capazes...

Jean - Cala a porra da sua boca! Mané homem... Homem da Lena sou eu. Tú não vem de
graça pro meu lado não, Jade. Vai me ajudar a ver ela ou eu vou ter que fazer esse caralho
sozinho?

Engulo a saliva, nervosa, e permaneço calada, só tentando me acalmar.

Jean - Me desculpa, maninha. - ouço sua respiração pesada do outro lado se mesclar com
a minha. - É só que... você sabe: Leninha é minha musa, perco a cabeça legal quando o
assunto é ela. Você vai me ajudar? - sua voz soa dissimulada, calma, e mesmo assim eu
respondo:

-- Eu vou. Só me dá um tempo pra pensar em algo.

Jean - Tá bom, só não demora. Quero aproveitar que a minha musa está sem memória e
conquistar ela.

-- Jean... - ele desliga, me deixando frustada.

Meu irmão tem algum tipo de obsessão pela Helena, seu quarto parece um santuário dela
de tantas fotos mas eu sigo acreditando que isso é normal e é por isso que estou disposta a
ajudar ele nessa missã. Não a de conquistar ela mas sim a sua amizade pois meu maior
sonho é ver os dois se dando bem, pelo menos convivendo no mesmo espaço já que os
dois embora sejam meio problemáticos, são minhas pessoas preferidas no mundo.

Mordo o interior da minha boca deixando o celular de lado e levanto, pego minha toalha e
vou pro banheiro tomar um banho morno pra me acalmar enquanto minha mente me
maltrata.

Eu, cheia de problemas, traumas e decepções do passado deixando que a água deslize
pelo meu corpo. O choro volta, e com os dois eu me banho.
Saio do banheiro minutos depois enrolada na toalha, a escova de cabelos na minha mão
desembaraçando meus cachos que eu ensopei de creme antes de sair do box.

White - Vai mermo fingir que eu não tô aqui? - eu me assusto com a voz grossa do ser
sentado na cadeira em frente a minha escrivaninha, cada pedacinho do meu corpo se
arrepiando ao ouvi-lo.

Engulo a saliva, tentando me manter impassível enquanto o ignoro e termino de pentear


meu cabelo indo pro guarda roupa, pegando uma calcinha vermelha sem costura, um
cropped da mesma cor de renda e um short jeans.

Minha intenção sendo passar no hospital pra ver como estão meu tio e o GH e depois ir pra
Rocinha participar de um almoço com meus pais que eu tô achando que depois de quase
vinte anos de tratamento finalmente conseguiram ficar grávidos.

White - Preta, vamo conversar? Fica me negando assim não.

Respiro fundo quando sua voz vem se aproximando, minhas barreiras indo abaixo junto
com as roupas que eu tinha em mãos quando sinto seu corpo colar no meu por trás, uma
mão pegando firme na minha cintura enquanto a outra arrasta meus cabelos pro lado,
deixando meu pescoço exposto pra ele beijar.

Suspiro pesadamente, ele sabe onde me tocar, sabe o que fazer pra me deixar a sua
mercê. Sabe porque nunca ninguém me teve como ele me tem. De corpo e alma.

-- O que você quer, Dante? - pergunto depois de reunir toda a coragem do meu ser. Ele
beija meu ombro e devagar me gira de frente pra ele, me encosta no guarda roupa e me faz
olhar pro seu rosto.

Os olhos azuis quase cinza analisando cada mínimo detalhe da minha face para só então
dizer:

White - Eu quero você, preta. - sorrio amargamente, é claro que ele quer. - Não desse jeito
que tú tá pensando.

-- Então de que jeito, White? Fala pra mim. - chamo pelo seu vulgo pois sei que ele odeia
que eu faço isso. - Porque pelo nosso histórico eu duvido que seja de outra forma se não na
cama. - espalmo as mãos no seu peitoral firme e musculoso e o empurro pra trás.

Ele nem se mexe.

Ai que ódio.

Continuo tentando até ele se irritar e pegar minhas mãos, prendendo acima da minha
cabeça enquanto seu joelho direito vem parar no meio das minhas pernas. Me deixando
presa.
-- Me solta! - digo irritada, olhando pra cima na direção do seu rosto - Por que você é
assim?

Meus olhos ardem quando as orbes azuis entram dentro das minhas, cheias de sentimentos
não ditos.

Eu só queria que ele dissesse.

White - Eu não sei, preta... - ele engole a saliva. - Eu só sei que eu te quero, te quero pra
caralho. Mas é complicado... - ele usa a mão livre pra tocar meu rosto, secando as lágrimas
que só agora eu notei estar deixando sair. - Eu sou bandido, amor, e tenho a porra da
consciência que se eu te assumir você vai passar a ser alvo de inimigo meu. Porra, e só de
pensar que alguém pode te machucar meu sangue ferve de ódio.

-- Eles não, mas tudo bem se for você a fazer isso? - minha voz embargada pergunta, meu
peito doendo, os caquinhos do meu coração que eu demorei quase um ano pra colar se
desmanchando outra vez.

Só o amor pode machucar assim.

White - Eu nunca quis te machucar, Jade. - mas machucou. - Só Deus sabe o quanto eu
tentei te esquecer, me manter longe pra te proteger do caos que é a minha vida mas eu não
consegui, tá legal? Cê me pediu pra ficar longe depois de eu ter sido um filho da puta que
não segurou a tua mão quando nosso filho morreu.

Seus olhos enchem de lágrimas e mais uma vez ele engole a saliva, e também o choro.
Falar do nosso bebê é a única coisa que deixa ele assim.

Machuca nós dois.

White - Eu fiquei, mudei de casa pra te dar a privacidade dentro da nossa mas eu sempre
tava te observando de longe. Te cuidando.

-- Por que? - ele me solta e se afasta passando as mãos no rosto. Cruzo meus braços na
frente do corpo, segurando a toalha com o gesto.

White - Porque eu te amo, Jade. Caralho! - puxo o ar lentamente pra dentro, meu coração
acelerando dentro do peito ao finalmente ouvir a frase sair pelos seus lábios carnudos. -
Sempre te amei, desde a fodida primeira vez que a gente transou. Que eu te fiz mulher
encima da minha cama. A minha mulher!

As lágrimas saem sem medida dos meus olhos. Eu não estava pronta pra isso, eu não
estou pronta.

-- Sai daqui, Dante! - peço, meu coração machucado tentando evitar outra decepção. - Eu
sei aonde isso vai parar. Nós vamos transar, você vai me dar prazer, me prometer o mundo
mais uma vez e no fim vai ir pra outra cama fazer o mesmo com outras mulheres.
White - Não... - ele se aproxima e como sempre, sem forças pra negar ele eu deixo que
seus braços musculosos me envolvam num abraço - Não desse vez, amor.

-- Como você pode falar isso? Mentir tão descaradamente.

Ele sorrir achando graça, a risada igualmente a voz, soando grossa acima da minha
cabeça.

White - Helena é uma fodidinha mermo, daquelas que não tem medo de jogar na tua cara
tudo que os outros tem. - isso é verdade. - Eu vivi pra ela todos esses anos, protegendo de
todo o mal mesmo sabendo que ela era capaz de fazer isso sozinha. Como ela fez questão
de jogar na minha cara, cuidando da vida dela. Acho que tá na hora de cuidar da minha, da
nossa.

-- Não entendi. - sinto ele beijar minha cabeça e se afastar em seguida, indo pegar minhas
roupas que eu deixei cair a pouco.

White - Vai se vestir, Jade. - ele me estende as roupas, se esforçando pra manter o olhar no
meu. - Teu corpo é uma tentação e saber que não tem nada além dessa toalha cobrindo ele
mexe com minhas duas cabeças.

Meus olhos agem no automático descendo pelo seu corpo vestido numa camiseta cinza de
gola, a calça escura cobrindo as pernas e um tênis branco nos pés, parando por segundos
a mais no volume entre suas pernas, o pau gg que a muitos meses eu não sinto marcando
ferozmente o tecido jeans.

White - Jade? - eu volto meu olhar pro seu rosto que está enfeitado com um sorriso sacana.
- Vai se vestir, minha preta. Eu tenho que ir pro hospital e quero que tú venha comigo.

Eu faço um bico permanecendo parada, a razão e a emoção batalhando entre si dentro de


mim.

-- EI! - grito no susto quando ele me suspende, colocando no seu ombro. - O que você
pensa que está fazendo?

White - Eu mandei tú se vestir mas como você hesitou, eu vou te levar assim mermo. Tem
caô nenhum. Eu só não me responsabilizo pela vida das pessoas que te olharem por mais
de cinco segundos. - ele vai saindo comigo do quarto.

Eu de cabeça pra baixo tentando me soltar ainda levo um tapa forte na bunda, seguido da
frase.

"Fica quieta ou eu vou te foder aqui e agora."

Ai meu Deus, esse homem é maluco.

-- Tá bom, tá bom! - falo desesperada pra descer, minha labirintite me deixando tonta. - Eu
me visto.
︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Eu tento a todo custo tirar minha mão da sua, as pessoas olhando torto pra gente enquanto
caminhamos no corredor hospitalar me deixando com vergonha.

Eu não tô acostumada com isso, com olhares tortos, com a sua mão na minha em público e
estou até agora sem entender o que ele quer com isso.

Me matar de vergonha? Provavelmente.

White - Dá pra você parar? - pergunta quando estamos nos aproximando da nossa familia,
na recepção, os olhares de todos vindo pra nós dois.

Acho que eu vou morrer.

Meus pais, Yara e Leonaro, minha tia Afrodite, Meus primos Helena, Gabriel e agora o
Benício. Todos com o cenho franzido na nossa direção.

-- Dante... - sorrio, nervosa. - O que você vai fazer?

White - O que eu devia ter feito a muito tempo atrás. - arregalo meus olhos. - Te assumir
como minha mulher.

Ai meu Deus!

CAPÍTULO 52
BEN

Levo o copo descartável com água até a boca, bebendo de todo o líquido enquanto entro no
quarto que o GH está, vendo a Tainá falando enquanto troca a bolsa de soro dele por uma
de substância amarelada.

Meu irmão tá todo fodido, tá ligado? Já fez alguns exames e logo de cara descobriu que
além do maxilar trincado ele ainda quebrou duas costelas, uma de cada lado. Isso sem falar
nos vários hematomas pelo corpo e cortes no rosto.

Como eu mencionei acima, fodido.

Tainá - O certo é você ficar aqui por pelo menos dois dias. - ele faz que não, o rosto
parcialmente inchado por causa do maxilar trincado dificultando a sua fala. - Mas já que
você não quer e eu não posso te obrigar... - ela dar de ombros. - Vou vê com o médico pra
ele te dar alta logo depois que essa bolsa for esvaziada.

Ela regula a dosagem e sai pedindo pra mim tomar conta dele.

Mordo a borda do copo e rio me aproximando da maca.

-- Otário, eu ainda te falei pra não aceitar essa porra. - aponto enquanto sento na cadeira
perto dele.

Tô fazendo isso agora que sei que ele tá fora de perigo mas na hora eu fiquei
desesperadão, pô, só pensava em salvar meu moleque. Tanto que nem pensei na hora de
meter o pé na fuça do Russo.

Quebrei o maxilar dele gostoso. Só pra ele largar mão de ser um fodido hipócrita e covarde.

GH - Cadê a Helena? - sussurra, mudando de assunto com a expressão de dor no rosto.

-- Tá ali na recepção com a família doida que nós dois fazemos parte agora. - me ajeito na
cadeira vendo o sorriso fraco se formar no seu rosto. - Irmão... - dou risada ao lembrar. -
Dante levou o senhor soco do Leonaro agorinha a pouco...

Conto toda a fofoca sem ocultar nada do que eu vi e fiquei sabendo.

-- Foi massa, ó. - por fim, falo. Cruzo meus braços e viro minha cabeça na direção da porta
que se abre revelando nossa mulher. - Né não, bonequinha?

Ela sorrir toda linda fechando a porta e vem até nós.

Helena - Já tava fofocando? - ela se abaixa me dando um selinho e levanta indo até o GH. -
Ele estava, não estava? - toca o rosto dele delicadamente e se abaixa dando um selinho,
sussurrando algo pra ele que eu não ouço e nem faço questão.

-- Fofocando, não! Passando a informação pra frente. - deslizo a língua no canto da boca
vendo a bundona bem na altura dos meus olhos e respiro fundo, perguntando pra ocupar
minha mente com outra coisa que não seja os pensamentos sexuais que me invadem com
a vista adorável diante de mim. - Como tá meu sogro?

Ela sorrir me olhando por cima do ombro e volta, sentando no meu colo.

Helena - Acabou de ir pra cirurgia. - respira fundo e ergue as mãos, prendendo os cachos
num coque enquanto fala. - Mamãe saiu pra ir buscar o Jope e mandou te avisar que você
vai ficar com ele essa noite porque ela vai ficar com o papai aqui e a Brenda está no plantão
da noite.

-- Eu? - pergunto no ato apontando pro próprio peito e ela confirma, rindo junto com o GH. -
Sei cuidar nem de mim. Afrodite tá ficando é doida, já.
Helena - Eu te ajudo a cuidar dele. - com essa eu e o GH rimos dela, ela não cuida nem
dela. - O que é, hein?

Ficamos conversando até a bolsa do GH esvaziar e ele receber alta, os três saindo juntos
quando Afrodite nos para na recepção e já vai jogando o menor e a bolsa dele nos meus
braços.

-- E se eu deixar ele cair?

Afrodite - Eu mato você, dissolvo seu corpo e ninguém nunca vai saber disso. - ela diz séria
me fazendo ficar também. - Tô brincando.

Rapp - Não, ela não tá. - olho pro lado vendo ele sentado em uma das cadeiras da
recepção, o bebê Kaleo deitado no seu ombro enquanto ele dar batidinhas nas suas costas
até que a sua miniatura arrota alto - Eita papai, que potência.

Sorrio da cena e levo um pescotapa que me faz voltar o olhar pra minha agressora.

Afrodite - Nem pense nisso! - ela aponta o indicador na minha cara. - Um neto só, já é o
suficiente.

-- Eu vou acabar quebrando esse teu dedo, na moral. - bato nele e ela rir, recolhendo. -
Pega no meu pé em relação a neto e deixa o GH de fora porquê?

Nós olhamos pra ele abraçado com a Helena mais a frente, distante mas nem tanto pois ele
ainda ouve quando ela fala:

Afrodite - GH tá todo fodido, não vai conseguir fazer nada por um bom tempo.

Ele rir de lá, ironia pura.

GH - Enquanto tú pensa assim eu vou tá enchendo tua filha de...

Helena - Gustavo! - ela grita cortando a fala dele que rir sacana. - Ignora ele mãe. Pelo
amor de Deus, ignora.

GH - Eu ia falar amor. - dou risada do quão cínico ele soa e olho pro bebê nos meus braços
que rir como se entendesse alguma coisa. - Ia te encher de amor, sua mente poluída.

Helena - Não, você não ia. - Jope se mexe pedindo pra descer e eu o coloco no chão,
pegando na sua mão enquanto olho pra Afrodite que nos observa visivelmente preocupada.

-- Fica tranquila, eu vou cuidar bem dele. - falo porque vejo que essa é a preocupação dela.
- E qualquer coisa, eu te ligo também.

Afrodite - Faz isso, por favor... - ela dá mais algumas dicas e no fim eu me despeço, indo
pra casa com os outros três.
CAPÍTULO 53
GH

Ben - Por que a beca social? - ele desce as escadas bolando um enquanto olha pra mim
que estou terminando de colocar o blazer preto por cima da camiseta branca de botões.

-- Mag exigiu que eu fosse assim. - respondo sem prolongar minha fala.

Agora são uma da manhã e a reunião vai ocorrer daqui a duas horas, eu tô ciente que esse
é o tempo que eu vou gastar pra chegar até o local da reunião e tô em casa, me arrumando
lentamente por dois motivos.

Primeiro, eu recebi uma surra do meu sogro e tô todo fodido por causa disso.

Segundo, a demônia da minha mulher ouviu meu celular despertando, acordou, desligou o
alarme e decidiu me acordar com o caralho de um boquete que me fez perder a hora.

E eu nem tô reclamando, eu deveria por estar atrasado, mas não estou.

Ben - Eu quase tive um infarto ali agora. - ajeito minha postura sentindo um pouco de dor
nas costelas e presto atenção no que ele fala. - Helena tirou o Jope da minha cama e levou
pra do quarto que vocês estavam domindo, tá ligado? Acordei e não senti o menor, pô.
Pensei logo que um ladrão tinha entrado e roubado ele.

-- Ladrão que rouba ladrão... - solto um riso anasalado - Essa é boa.

Ben - Tem doido pra tudo. - ele caminha pra porta acendendo o baseado e eu o
acompanho, pegando a chave do meu carro no caminho. - Vou mandar o Dino contigo.

-- O carinha que tava olhando feio pra Helena? - saio lá fora olhando pros dele e os meus
tudo de papo na frente da nossa casa, o bendito cujo olhando diretamente pro Ben ao meu
lado. - Ainda não sei se gosto dele.

Ben - Ele é de confiança. - decido não opinar, me despeço dele e parto pro interior do Rio
em alta velocidade sendo seguido por uns quatro.

Chego na sede da fazenda do Mag e estaciono meu carro no grande espaço em frente a
mansão dele, de dentro do meu SUV observando mais uns dez por ali.

Estranho. A cúpula é formada por seis contando comigo que sou o único a ter um SUV
blindado porque optei por segurança ao invés de só luxo como os outros.
- Ai chefe, tá tudo limpo aqui fora. - viro meu rosto na direção da janela escurecida pelo
insulfilme e encaro o Dino batendo no vidro do lado de fora com os nós dos dedos.

Tiro a chave da ignição, abro a porta e desço lentamente guardando no bolso da minha
calça social preta.

-- Vocês ficam aqui perto do carro. - bato a porta ouvindo a trava automática ser feita
enquanto dou a ordem. - Daqui eu sigo sozinho.

Dino - O senhor quem manda, chefe. - dou uma última olhada pra ele, a roupa comprida
toda escura assim como a dos outros cobrindo toda a sua pele morena, o olhar sério
sustentando o meu, me passando só então a confiança que eu precisava.

Aceno pra ele e pros outros, os deixando pra trás quando sigo corredor a dentro, passando
pela governanta que, me aguardando na porta informa onde o Mag está me esperando.

Não passo por mais ninguém mas me sinto observado conforme vou me aproximando do
escritório, de soslaio vendo alguns movimentos que eu ignoro por saber que a mansão do
Mag é a mais segura de todos da facção.

Paro em frente as portas duplas do escritório e respiro fundo, sem bater na madeira
escurecida empurrando pra dentro e entrando.

Mag - Ora se não é o grande Gustavo Henrique! - fico sério quando seu tom irônico invade
minha audição, deixo que a porta feche atrás de mim e só então levo meu olhar pra ele,
notando que além de nós dois só há mais um homem na sala. - Cinco minutos atrasado. -
bate no relógio de ouro no seu pulso - Sabe que odeio atrasos.

-- E eu que me enganem. Então estamos quites. - respondo no ato, acenando em


cumprimento pro homem sentado no sofá de couro próximo a parede do outro lado.

Ele levanta exibindo toda a sua altura e músculos embalados num terno caro, lembrando o
Russo pela sua magnétude e aura de poder.

- Estávamos esperando-te. - percebo um sotaque que de primeira eu não reconheço. -


Gustabo?

-- GustaVO - dou ênfase no vo para que ele entenda e volto minha atenção pro velho
safado que deu conta de me enganar e me arrastar pra cá em plena madrugada. - Dá teu
papo, Mag. Sabe que assim como você eu não gosto enrolação.

- Me gusta este. - sem tirar os olhos do Mag percebo quando ele se aproxima e para ao
meu lado, me olhando de cima abaixo ao colocar as mãos nos bolsos da sua calça social. -
Mi chiamo Mattia. Mattia Caccini.

-- Nunca ouvi falar.

Mag - Ele tem uma proposta para nós, GH. Uma aliança fortíssima.
-- Que exige algo em troca. - digo e ele afirma. - E o que seria? - me volto pro homem ao
meu lado, focando meus olhos no verde dos seus.

Mattia - Onore. - ele respira fundo e só então fala em português perfeito: - Na nossa família
a honra das mulheres é fundamental.

-- Seja direto, sem rodeios. - digo sem paciência.

Mag - Ele quer que você se case com a filha mais velha dele. Ela está grávida, não sabe
quem é o pai do bebê e pra eles, isso é uma desonra.

-- Mas nem fodendo. - coloco tanta força na hora de falar que meu maxilar dói. - Porra! -
minha vista chega a ficar turva por causa da dor.

Mag - Gostaria de falar a sós com ele, o senhor permite, don Caccine?

O homem vestido de terno e gravata não diz nada, somente me olha uma última vez e sai
da sala.

Mag - Você não está entendendo nada, não é? - respiro fundo pra não mandar o respeito
que eu tenho por ele pra puta que pariu. - Isso não é brincadeira. Ou nós aceitamos ou ele
vai pro PCC fazer a mesma oferta.

- Ele disse isso? - ele afirma. - Então deixa que ele vá porque eu não vou arruinar o meu
relacionamento por causa de um cara que só de olhar você vê que não é confiável.

Mag - O comando deve vim acima da sua mulher, acima de qualquer coisa Gustavo. Ou
você esqueceu disso?

-- Eu sei, não esqueci. - digo frustrado, me lembrando do juramento que fiz quando assumi
o lugar do meu avô e tio Pepeu dentro da facção.

Mag - Aceite a oferta, case com a jovem italiana e faça da sua mulher, amante. Se ela te
amar, vai se submeter a isso.

Sorrio nervoso, eu vou matar esse velho.

-- Quer saber? Faz o que tú achar melhor, Magno. - por fim, digo. - Eu vou voltar pra minha
mulher agora. - estou quase saindo da sala quando lembro de algo e me viro novamente. -
E tem outra... - ergo o indicador na sua direção - Próxima vez que você marcar uma falsa
reunião só para me atrair pra algo parecido com isso, - rodo meu dedo no ar. - Você pode
deixar seu caixão encomendado porque vai ser nele que você vai sair depois que eu te
matar.

Mag - Você pode ir, Gustavo. - ele sorrir fazendo gesto com a mão, me expulsando.
Ao sair, passo pelo tal Mattia que somente acena, faço o mesmo e saio lá pra fora indo pro
meu carro, minha mente e corpo querendo só uma pessoa nesse momento.

Minha mulher.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Subo as escadas de casa ouvindo os gemidos dela, a voz masculina rouca xingando
enquanto o som dos corpos se batendo com força ecoa pelo corredor dos quartos.

Sorrio, acreditando só agora que a Helena tomou o remédio que disse que ia tomar pra
cortar a menstruação dela.

Caminho devagar na direção de onde vem os sons de prazer e paro na porta do quarto do
Ben, abrindo lentamente e me deliciando com a cena dele fodendo nossa mulher em pé, ao
lado da sua cama pressionando o corpo pequeno na parede.

As pernas dela passadas pelos seus braços que mantém as mãos espalmadas nas polpas
enormes, abrindo pra ir mais fundo, os braços dela enlaçados no seu pescoço e os olhos de
ambos fixos um no outro enquanto a rola mais grossa que a minha e alguns centímetros
menor em comprimento entra e sai freneticamente da bucetinha apertada que eu pretendo
maltratar logo mais, brilhando com a excitação que escorre deixando ambos melados de
prazer.

Ben - Não aperta assim... Porra! - ele aumenta as estocadas, gemendo na boca dela, - Eu
vou gozar, Helena, filha da puta. - forte batendo sua pélvis na dela, o gemido dos dois
aumentando e formando uma melodia agradável que me deixa incrivelmente duro.

Helena - Dentro, ain... - geme alto - Goza dentro da sua putinha, amor... - ela mal pede e ele
se afunda nela, soltando um gemido rouco e arrastado que é sucumbido pelo grito do
orgasmo que faz ela convulsionar nos braços dele que, tentando abafar seus gritos, beija
sua boca de uma forma selvagem e intensa.

Minha boca enche de água e meu pau pulsa forte com o tanto que eu fiquei excitado ao ver
os dois assim.

-- Helena! - chamo fazendo eles pararem de se beijar só pra me olhar. Ela sorrir toda safada
e finca os olhos nos meus, gemendo gostosa enquanto rebola na pica do Ben quando ele
volta a estocar novamente, lentinho, deixando claro através do ato que está pronto pra outro
round mas não agora, agora ela vai ser minha putinha. - Quer conhecer meu quarto?

CAPÍTULO 54
HELENA
Meu interior pulsa fortemente ao ouvir a pergunta, o orgasmo recém alcançado ainda
reverberando pelo meu corpo suado.

Estou ofegante e cansada depois de transar por quase uma hora mas a curiosidade de
conhecer o mundo oculto que o Gustavo esconde dentro do seu quarto me dá a força
suficiente pra ter certeza que eu aguento mais algumas horas de sexo e é por isso que eu
logo respondo:

-- Sim, por favor... - ele sorrir de lá, umedecendo os lábios ao descer seu olhar pro meu
meio, assistindo a pica grossa e comprida do Benício me fazendo gemer baixinho ao
deslizar lentamente pra dentro e pra fora da minha cavidade dolorida.

Eu sinto cada mínima veia do pau gostoso enfeitado com um piercing na glande pulsar
dentro de mim.

É delicioso.

GH - Deixa ela pronta pra mim, Ben. Vou só separar algumas coisas ali e já volto para
buscar ela.

Ben - Vai lá... - responde ofegante, saindo totalmente de mim. Eu puxo o ar com força
voltando meu olhar pra ele ao sentir o vazio que a sua pica deixa na minha cavidade e
choramingo, pedindo pra ele colocar de volta. - Calma minha bonequinha, já já você vai ter
mais. - ele caminha comigo pro banheiro e só então me coloca no chão.

-- Promete? - pergunto manhosa ao entrar no box com ele me abraçando por trás. O corpo
alto, quente e levemente musculoso me cobrindo totalmente.

Ben - Prometo meu amor. - ele liga o chuveiro na água morna e toma pra si a
responsabilidade de me dar um banho, as mãos grandes passando e apertando cada
pedacinho do meu corpo.

Eu arfo pesadamente, seus olhos saem dos meus algumas vezes mas logo voltam, o brilho
presente neles me fazendo ter certeza que ele seria capaz de qualquer coisa por mim.

Assim como eu seria por ele.

Ben - Tá prontinha... - diz depois do banho, terminando de secar minhas coxas com a
toalha.

Ele beija minha testa de baixo e sobe, para o rosto próximo ao meu e me dá um selinho
molhado antes de se afastar.

Ben - Pode ir. - meu olhar vai direto pra sua ereção que em momento algum diminuiu.
-- Você não vem? - ele volta pro box e mesmo não querendo, eu me obrigo a erguir meu
olhar pro seu rosto, vendo um sorriso de ladinho, muito lindo por sinal, enfeitando seu rosto
de homem gostoso.

Ben - Talvez na próxima, amor. Quando não tivermos com um bebê em casa. - arregalo
meus olhos ao lembrar. Meu irmão. - Relaxa. Ele não ouviu nada. O quarto em que está tem
isolamento acústico.

Suspiro aliviada e estremeço ao sentir outro corpo me abraçar por trás, a pele quente
entrando em contraste com a frieza pós banho da minha.

GH - Tá pronta, moreninha? - sua voz grossa soa próxima ao meu ouvido e sem me virar,
eu faço que sim. - Então vamos.

Olho uma última vez pro Ben que acaba de voltar pra debaixo da água, provavelmente
tentando abaixar seu mastro endurecido, e saio junto com o Gustavo. Passo pelo quarto,
corredor e paro na frente da porta que eu tentei inutilmente abrir umas vinte vezes, só no
dia de hoje.

Ela está entreaberta e logo não está mais quando o Gustavo bate a ponta dos dedos na
madeira, fazendo ela se abrir totalmente.

GH - Bem vinda ao meu mundo, amor.

Eu fico em estado de choque, no automático entrando no quarto em que o cheiro de couro e


madeira predominam.

A cama enorme de madeira envernizada sendo a primeira a me chamar atenção, ela tem
duas cabeceiras e uma delas se divide ao meio, tendo três buracos que mesmo sem testar
eu sei que caberia meu pescoço e os dois pulsos certinho. Ao lado dela, na parede, tem um
grande X de madeira brilhante com algemas de couro nos quatro extremos. Ao lado do X,
um móvel também de madeira composto somente por gavetas, muitas, e encima do tal
móvel uma espécie de varal com... chicotes?

É, chicotes de várias cores, tamanhos e estilos.

Passo a ponta dos meus dedos por cada item citado, sentindo minha pele vibrar e o medo
me dominar.

Gustavo é o que? Sádico? Masoquista?

Ai meu Deus!

A lista de itens que eu nunca vi na vida, ou não lembro de ter visto, não para por aí mas
minha atenção é desviada pro homem que surge no meu campo de visão tirando todo o
meu foco ao se mostrar gostoso vestido somente na calça social que ele estava.
Eu engulo a saliva, seu corpo tem alguns hematomas mas nem isso o deixa feio e nem
menos gostoso.

Como pode?

GH - Tudo bem? - ele toca meu queixo com dois dedos, me fazendo olhar pro seu rosto, os
olhos azuis deixando evidente a sua frustação com a minha resposta demorada - Se você
não quiser fazer isso é...

-- Eu quero, amor. - interrompo. - Quero muito. Eu só... - olho pra cama vendo alguns
chicotes, cordas, consolos, entre outras coisas lá encima que me fazem engolir em seco ao
voltar meu olhar pro seu. - Só estou com medo. - admito. - Nós já fizemos isso antes?

GH - Sim. Na sua primeira vez. - ele se afasta pegando minha mão com a sua e me puxa
pra cama, sentando e me fazendo sentar, só que de costas, quase na ponta dos seus
joelhos. - Vamos tentar, tudo bem? - faço que sim, sentindo ele juntar meus cachos úmidos
com as duas mãos. - Me diga uma palavra, uma que você vai usar quando não aguentar
mais e quiser que eu pare.

-- Qualquer uma? - ele responde que sim, movendo as mãos entre meus cabelos me dando
a certeza de estar trançando eles. Eu penso rapidamente e no fim, digo: - Madeira.

Ele gargalha tão gostosamente que ao invés de sentir vergonha, eu me sinto quente. Muito
quente.

GH - Okay. Madeira... - continua rindo como se tivesse ouvido alguma piada - Hum... - raspa
a garganta, parando. - Isso nunca me ocorreu. - ele beija meu ombro. - A partir de agora
quero que me chame de senhor e só faça o que eu mandar ou deixar você fazer. Okay? -
aceno brevemente e logo sinto um tapa arder na lateral da minha coxa, seu tom mudando
drasticamente - Levanta, Helena!

Eu me desconfiguro toda com o tom autoritário, tanto que demoro alguns segundos pra
levantar e num piscar de olhos sou virada e posta de quatro na beira da cama, minha bunda
apontando pra cima e meus pés tocando o chão.

O porra!

GH - Não se mexe. - engulo a saliva, nervosa obedecendo. - Lembra da minha ameaça de


antes da luta, Helena?

"... Ou eu vou te bater até você chorar pedindo pra parar."

Viro minha cabeça pro lado, olhando por cima do ombro pra ele que se inclina pegando um
chicote de tiras de couro ao meu lado na cama. Seus olhos brilhando com maldade me
fazendo entender que esse não é o Gustavo que eu estou acostumada, e diante dele eu me
faço de doida ao dizer:

-- Não, senhor. Não lembro.


GH - Não se preocupe pois eu lembro. - a primeira chicotada vem em cheio na minha bunda
nua, e com ela meu grito de susto. - Vinte, Helena. Só pra começar. - ele pega firme no meu
cabelo trançado a pouco e puxa pra trás ao repetir o ato, as tiras fazendo minha pele arder
e automaticamente meu corpo se mexer tentando se esquivar do golpe. - Não se mexa ou
adicionarei mais vinte.

Aperto minhas mãos na beira da cama forrada com um lençol vermelho carmim e mordo
meu lábio inferior com força pra não gritar de dor quando ele dá continuidade.

Três, quatro, cinco... Minha pele pulsa de tamanha dor, algumas tiras tocam meus lábios
íntimos que estão inchados e espremidos entre minhas pernas e eu pulo a cada vez que
isso acontece. Minha respiração fica falha com o choro que insiste em sair mas, contudo, eu
me recuso a pedir pra parar, até que a vigésima chicotada vem e depois dela ele joga o
chicote longe, me levanta e toma meus lábios num beijo quente e violento.

Sua língua briga com a minha enquanto o gosto das lágrimas que só agora eu notei estar
deixando sair se fazem presente na boca de ambos.

GH - Por que você não falou a palavra? - diz com os lábios nos meus, respirando ofegante
enquanto limpa meu rosto com as duas mãos. - Por que, amor? - vejo pelo seu olhar que o
meu Gustavo está de volta e choro mais ainda deixando que ele me abrace e me acalme -
Vamos, eu vou cuidar de você agora.

Faço que não, me desvencilhando dele que estava me levando pra porta de saída.

-- Você me mostrou a dor, Gustavo. Quero que mostre o prazer também. - limpo meu rosto
mais uma vez e ajeito minha postura ficando diante dele - Por favor, senhor.

Meu corpo completamente nu chama a atenção dos seus olhos que descem lentamente por
ele. Seios médios com os bicos inrigecidos, barriga levemente inchada por causa do efeito
colateral dos remédios, buceta marcada que prende a sua atenção por segundos a mais e
finalmente, coxas grossas antes de voltar pro meu rosto.

GH - Tem certeza? - faço que sim, puxando e soltando o ar pesadamente entre meus lábios
trêmulos de ansiedade.

Gustavo fecha os olhos e respira fundo, quando os abre novamente é como se o mesmo
Gustavo que ignorou minha dor enquanto me chicoteava voltasse a tomar as rédeas da
situação.

GH - Okay. - umedece seus lábios e vai até a cama, pegando um rolo de corda. - Eu vou te
imobilizar, introduzir coisas em você e exigir o máximo do teu corpo... - ele fala enquanto
vem caminhando lentamente como se fosse um animal prestes a atacar sua presa. Eu sou
a presa. - Mas eu quero que diga a palavra se for demais pra você. Você se lembra dela?
Me diga.
-- Sim, senhor. É ma... madeira. - gaguejo ao ficar nervosa e vejo um sorriso ladino se
formar na face cheia de machucados.

Ele acena, confirmando, seu olhar carregado fazendo cada pedacinho do meu corpo se
arrepiar antes mesmo da voz grossa e autoritária sair entre seus lábios medianamente
carnudos, ordenando:

GH - Fica de joelhos, Helena. Vamos começar.

CAPÍTULO 55
GH

De volta à cama, eu pego uma chibata, batendo levemente na palma da minha mão
esquerda a extremidade feita de couro preto dobrado, testando o quão pode ser doloroso
pra Helena.

Eu não quero machucar ela. Não mais do que a machuquei quando a puni com as
chicotadas.

Deixei meu lado sádico me dominar por segundos, admito, senti um puta prazer em ver sua
pele morena ficando marcada, ao assistir seu corpo quicando a cada chicotada, ao ter
ciencia que aquilo estava machucando ela. Mas aí veio o seu choro e foi ele que me fez
voltar a mim, igualmente faz agora com a simples lembrança.

Engulo a saliva me virando parcialmente pra ela que, ajoelhada no chão com as pernas
parcialmente abertas pra evitar que goze com o plug que eu introduzi no seu cuzinho
gostoso, se mexe tentando se adaptar a corda que mantém seus dois braços dobrados e
amarrados nas costas.

-- Não se mexa! - advirto enquanto caminho até ela, apreciando seus lábios carnudos
entreabertos soltando gemidos baixos, seus seios médios espremidos pela corda que passa
tanto encima quanto embaixo deles subindo e descendo com rapidez, acompanhando o
ritmo descompassado da sua respiração.

Porra, ela está perfeita.

Seus olhos se arregalam ao ver o objeto em minha mão e por um milésimo de segundo,
vejo medo neles.

-- Não vou te punir com ele. - a tranquilizo, não do jeito que você deve está pensando. - Tá
apertado? - toco primeiramente a corda enrolada no seu braço com a ponta de couro e
lentamente escorrego pra sua frente, Helena treme quando o material áspero entra em
contato com seu mamilo inrigecido e arfa quando eu o rodeio - Responda.
Helena - Não. - sorrio ao ter justamente o que eu queria, um motivo para puní-la, e sem
avisar golpeio o bico durinho. - Ain... - ela geme jogando a cabeça pra trás, repito o gesto,
mais forte, no outro bico dessa vez. - Filho da puta!

-- Não, o quê? - devagar, deslizo o material em direção a sua bucetinha e num movimento
rápido, golpeio duas vezes o nervo inchado que marca presença entre os lábios gordinhos.

Helena - Não, senhor... - ela choraminga, ofegante.

-- Boa garota. - lentamente, roço a língua de couro no seu meio.

Pra cima e pra baixo, indo até a pedrinha do plug anal enfeitando sua bunda e voltando até
seu clitóris, observando o couro brilhar ao ficar melado com sua excitação. Helena geme
baixinho enquanto continuo com o movimento, fincando seus olhos nos meus, a intensidade
fodida que só ela tem ao me olhar tirando meu foco do seu quadril que se move lentamente
em busca de mais contato.

Ela está linda assim, gostosa com os olhos brilhando cheios de luxúria.

Me deixando mais maluco ainda por ela, se é que isso é possível.

-- Levanta! - esfrego o couro no seu clitóris uma última vez e puxo o chicote, trazendo a
ponta melada até minha boca.

Porra! Uso todo meu autocontrole ao sentir seu gosto agridoce inundar meu paladar, Helena
é deliciosa.

Meu pau pulsa querendo se afundar em sua buceta e eu o aliso por cima do tecido da calça
repetindo a mim mesmo que ainda não terminei com ela, que preciso fazê-la gozar antes de
me enfiar nela e gozar também.

Tiro o material da minha boca e me aproximo dela, tomando a sua em mais um beijo. Minha
língua explorando sua cavidade, roçando e lambendo cada pedacinho dela.

Helena geme sugando meu lábio e pra mim é demais. Me afasto.

-- Vai pra cama... - ofegante e com o coração acelerado, mando. - Deita de costas e abre as
pernas pra mim na beirada.

Helena obedece, rebolando a bunda grande e marcada de propósito enquanto caminha até
lá.

Essa filha da puta gostosa.

Respiro fundo ao sentir uma pontada de dor nas costelas mas a ignoro assim como fiz com
as anteriores e vou até minha mulher, engolindo o excesso da saliva que se acumula
rapidamente na minha boca depois que eu vejo suas pernas bem abertas me dando a visão
da pedrinha do objeto socado na sua bunda e da sua buceta vermelhinha e melada,
implorando pra ser fodida por mim.

-- Helena, Helena... - deixo a chibata ao seu lado e pego mais um dos objetos que separei
pra introduzir nela, um vibrador, novo e recém higienizado. - Você é perfeita meu amor. - me
inclino sobre ela chupando forte cada um dos mamilos, mordendo e puxando entre os
dentes antes de soltar ouvindo seus gemidos alternarem entre dor e prazer, usando o braço
esquerdo como apoio ao lado da sua cabeça enquanto manuseio o objeto de borracha com
a mão direita pro seu meio, deslizando a glande pelos lábios íntimos gordinhos só pra me
deliciar com seus gemidos mais altos.

Helena - Gustavo... - melo bem o vibrador com sua excitação e vou até sua entrada,
ameaço introduzir e volto pro seu nervinho esfregando com força, fazendo ela tremer. - Por
favor... senhor! - escorrego de uma vez pra dentro dela, segurando firme o cabo do vibrador
depois de apertar o botão que faz ele ir e vim enquanto vibra em seu interior - Ai, meu pai!

Helena revira os olhos com força, grita ao ter o objeto socado na sua buceta e eu o aperto
ainda mais, deixando que as bolas de borracha me impeçam de entrar com o cabo dentro
dela.

Desço com boca pro seu peito direito, mordendo e sugando sem delicadeza nenhuma seu
mamilo durinho enquanto a ouço gemer em meio aos gritos, tentando a todo custo fechar as
pernas que eu mantenho abertas por estar entre elas. Em questão de segundos, Helena
estremece embaixo de mim e entendendo o ato como a chegada do seu orgasmo eu me
afasto abruptamente, cortando assim o ápice do seu prazer.

-- Ainda não, Helena. - ela choraminga me olhando de lá com o rosto extremamente


vermelho e respiração falha, implorando por mais. - Você quer isso? - balanço o vibrador
ainda ligado na minha mão, a superfície de borracha melada com uma espuma branca que
eu entendo como sendo o esperma do Ben que estava dentro da sua buceta.

Helena - Eu quero você... - diz ofegante. Acompanho seu peito subir e descer fortemente, a
pele ao redor deles carmim por causa do aperto da corda - Por favor, amor, me fode!

Pedindo assim...

Eu mando a porra do meu autocontrole pro inferno e volto pra ela, largando o vibrador ao
seu lado, agarrando seu quadril e a virando para baixo, deixando a bunda gostosa mais
uma vez apontada pra cima.

Helena grita, surpresa com a rapidez do meu ato, e eu dou um tapa forte em cada lado da
sua bunda.

-- Vou foder seu cuzinho. - aviso porque esse é meu desejo desde o nosso ménage a quase
um ano atrás.

Helena - Por favor... - há desespero no seu tom de voz e a essa altura eu nem me importo
se ela me chama de senhor ou não. - Foda com força!
Filha da puta!

Eu desfaço o botão e o zíper da minha calça em segundos, liberando meu pau que dói de
tanto que está duro, a glande escorrendo o pré gozo sendo direcionada pra entrada da sua
bucetinha por mim.

Ela está quente, pegando fogo.

Entro lenta e profundamente na sua buceta gemendo rouco ao sentir o seu calor depois de
quase um ano sem. Caralho, eu tava morrendo de saudade disso. Helena se contorce
quando devagar e com meu pau completamente atolado nela, eu tiro o plug do seu cuzinho
que contrai sem a peça fria.

Me inclino colocando o objeto ali do lado junto com as outras que já usei e sentindo meu
pau extremamente melado, eu saio da bucetinha gostosa me direcionando pra outra
entrada.

Arfo pesadamente, ansioso por isso pressionando minha glande gorda e melada no seu
buraquinho, querendo fazer isso com calma mas Helena, prematura como sempre se
empurra pra trás envolvendo meu pau completamente com sua carne.

Grunho sentindo minhas bolas se espremerem na sua entrada, Helena chora, literalmente
chora, ao sentir todo meu comprimento nela e tenta tirar mas eu impeço, segurando firme
nas laterais dos seus braços amarrados.

-- Você não queria... - mantenho sua bunda grudada no meu quadril, solto um lado do seu
braço e dou um tapa forte na lateral da sua coxa, em seguida, pego em sua longa trança,
enrolo três vezes envolta do meu pulso e seguro firme, puxando pra trás ao espalmar a
outra mão no meio das suas costas pra impedir que ela venha completamente pra mim. -
Que eu te fodesse com força?

Saio quase que completamente e volto, entrando com meu pau até a base no cuzinho
gostoso que se aperta ao meu redor.

Helena grita com a cabeça pendida pra trás, braços amarrados nas costas, pernas
separadas para me acomodar em seu meio.

Submissa.

Minha submissa!

Com a certeza rodando minha mente eu começo a estocar, forte e fundo, provocando nela
gemidos que vem em meio a gritos, gritos de dor prazer.

Rápido, eu deslizo pra dentro e pra fora dela fazendo meu pau sentir cada delicioso
centímetro do seu cuzinho abrindo espaço pra ele. Fico ofegante ao olhar pra nossa
conexão, lutando ferozmente pra não gozar em minutos ao ter ela contraindo e gemendo
gostosamente pra mim.

A pele da sua bunda brilha com o suor e como se implorasse por mais, Helena se empurra
pra trás.

Perdendo o controle, eu vejo nossos corpos baterem com violência um contra o outro, o
som do ato ecoando pelo quarto junto com nossos gemidos. Eu e ela encontrando a porra
do ritmo perfeito e nele eu continuando até sentir seu corpo tremer.

Helena - Gustavo... - ela geme alto quanto o orgasmo explode em seu interior,
estremecendo por inteira e me apertando fortemente com suas pregas.

É o meu fim.

Eu a puxo pra mim deixando suas costas coladas no meu peitoral, gozando forte e
silenciosamente em seu interior ao parar completamente atolado dentro dela.

Meu coração galopa no peito e levemente eu torço sua cabeça na minha direção, tomando
sua boca num beijo lentinho só pra ter nossos gemidos perdidos um na boca do outro.

Helena - Tá machucando... - diz chorosa contra meus lábios e entendendo que ela está
falando das cordas eu saio lentamente de dentro dela, deixando que seu corpo caia sobre a
cama macia. - Tá machucando, amor.

Rapidamente eu a solto e deito ao seu lado, trazendo seu corpo pequeno pra perto e
deitando sua cabeça encima do meu braço, olhando e tocando delicadamente a sua pele
marcada pela corda.

Puxo o ar fortemente entre meus lábios, sentindo o efeito da adrenalina dada pelo tesão
passar me fazendo sentir só agora a dor fodida nas minhas costelas e maxilar mas,
contudo, não deixo de dizer:

-- Você foi perfeita, moreninha. - admito fazendo ela me olhar, as pálpebras piscando
lentamente enquanto sua respiração se mantém ofegante.

Helena - Eu fui, né? - ela diz, quase adormecendo. - Nem disse madeira. Mas eu quis...

Sorrio fraco vendo-a lutar com o sono, sussurrar frases desconexas que se não fosse minha
dor ao fazê-lo eu até riria.

-- Descansa meu amor. - a puxo mais pra mim e ternamente beijo sua testa. - Acho que eu
também preciso disso.

Helena - Agarradinho, vai. - ela passa a mão pelo meu abdômen e eu inspiro com força.

Porra, eu preciso é de um médico.


CAPÍTULO 56
BEN

-- Tú segura aí, pô. Se não, vai cair. - eu desço as escadas sintonizando meu rádio na
frequência dos meus enquanto tenho o Jope grudado nas minhas costas, me fazendo de
cavalo.

Jope - Ajuda tio! - dou risada quando ele firma o aperto dos seus braços gordinhos no meu
pescoço pra se segurar. - Neném tá caino.

-- Esse neném tá muito é mole. - passo o braço esquerdo pras costas e sustento ele pela
bunda, sentindo o material da fralda recém trocada tocar meu antebraço.

Eu nem sei se essa porra tá direito nele, vou saber na hora que ele mijar. Se o bagulho
vazar é porque não deu certo e eu passei dez minutos lutando com uma fralda atoa, se não,
é só sucesso.

- Ouvi dizer que foi assim que os cara conseguiu fazer aliança com a máfia. Com a máfia,
pô.

Presto atenção na conversa que sai pelo aparelho na minha mão. As vezes os meus usam
pra fofocar e como eu gosto de me manter informado, eu ouço.

Até porque se Deus me deu ouvido foi pra ouvir mermo.

- Caô, pô. O cara já é casado, vai casar de novo?

- Eu só sei que se isso chegar no ouvido do sogro dele vai dar uma merda do caralho.

- Qual foi, seus nóia? Cês não acha que tão falando demais e trabalhando de menos, não? -
bufo, esse é o Nauan. Certeza. - E tú, patrão? Fala nada, não?

Como que essa porra sabe que eu tô sintonizado?

-- Faz a boa Nauan...

Olho de soslaio pra cópia da Di que acaba de apoiar o queixo no meu ombro, ele está sério,
atento a vozes que sai do meu rádio.

-- Brota aqui em casa e trás pão pra gente tomar café, aqui eu te passo. O dinheiro ou o que
tú quiser. Não tenho preconceito.

Falo, e antes que ele comece a me xingar eu desligo o rádio e prendo na cintura ignorante.
-- Quer assistir o que, Jope? - levo ele pro sofá e alcanço o controle remoto, ligando a tv
enquanto espero por sua resposta.

Jope - Bonde das mara, tio. Favor! - coloco um compilado dessas cú seco que ele tanto
gosta e jogo o controle no canto do sofá.

-- Fica de boa aí que o tio vai fazer café pra nois, fechou? - ele nem me olha, só ergue o
polegar gordinho e deita levando o dedo pra boca.

Eu me viro pra ir pra cozinha mas minha atenção vai pra porta da frente ao ouvir as duas
vozes familiares pertencentes às pessoas que saíram a um tempinho atrás pra ir pro
hospital, um porque estava sentindo dor e a outra porque não queria deixar ele sozinho,
vindo de lá.

Helena - Bom dia, amor! - ela é a primeira a aparecer, o sorriso lindo enfeitando seu rosto
de menina e um conjunto de moletom cinza cobrindo seu corpo fodidamente marcado pela
foda com o Gustavo.

Eu ainda não vi, Helena se recusou a me mostrar o quanto ela tá marcada e eu tô até meio
assim... Me preparando psicologicamente pra isso.

-- Bom dia, Dory. - ela fecha a cara e eu sorrio indo até ela, puxando pros meus braços só
pra ter minha garota se debatendo. - Calma, onça braba.

Helena - Ai, tá machucando amor. - ela fala toda manhosa depois que eu escorrego minhas
mãos pra sua bunda e aperto as duas polpas. - Por que você não faz assim na do Gustavo?
Elas são mais durinhas que as minhas.

-- Tá me estranhando, Helena? Eu lá vou ficar apertando bunda de macho.

Olho pro Gustavo que segura duas sacolas de pães na mão esquerda e o fodido rir como se
considerasse a idéia, eu hein, e logo respira fundo, fazendo uma careta de dor.

-- Como foi lá? - dou um selinho na boca da minha mulher e a solto. - Vai lá ficar de olho no
Jope pra mim, princesa. Vou fazer um café pra gente.

Helena - Tá bom. - diz, lambe o bico do meu mamilo exposto por eu estar sem camisa e sai
correndo pro irmão dela.

Eu fico meio em choque porque ela nunca tinha feito isso, e só volto a mim quando o GH
diz:

GH - Faltou isso aqui pra mim passar aquele fodido do médico. - faz gesto com o indicador
e o polegar. - Filho da puta quase afundou minha costela pra dentro enquanto olhava pra
nossa mulher.
Jope - Pala! Jope tá sistindo. - eu olho de cá ela tentando pegar ele no colo e o menor se
debatendo - Lespeita, pô.

Helena cai na gargalhada, sendo seguida por mim e pelo GH que logo para soltando um
gemido de dor, seu braço direito se dobrando pra levar a mão pra costela como se tentasse
diminuir a dor.

-- Caralho irmão, invés de foder, tú foi é fodido hein. Passaram algum outro remédio? -
pergunto do dele e lembro do dela. - Já tomou teu remédio hoje, Helena ?

Helena - Ainda não, amor. Foi bom você lembrar! - ela para mexer com o irmão e sobe pro
andar dos quartos.

GH - Tomei um caralho lá pra parar de sentir tanta dor. - sigo pra cozinha com ele no meu
encalço. - No maxilar funcionou mas nas costelas... Nada.

Faço um café preto pra gente e um achocolatado do caralho que só eu sei fazer pra Helena
e pro Jope. No fim, com a mesa posta pro café da manhã eu pergunto:

-- E a reunião dessa madrugada, era sobre o que? - indago porque sempre depois que ele
chega de uma reunião com a cúpula é pra mim que ele conta tudo e com essa ele ficou na
dele.

E meu instinto não falha, Gustavo tá escondendo alguma coisa.

GH - Nada importante. - ele senta na cadeira ao redor da mesa e enche o copo com café. -
Teve uma questão mas acho que já foi resolvida e pra evitar desgaste no que eu mais tô
prezando nesse momento é melhor eu guardar pra mim.

-- Gustavo... - sorrio nervoso, ciente que o que ele mais preza é a nossa relação com a
Helena. - Fala logo antes que eu fique sabendo pelos outros. Se isso acontecer eu não vou
te entender legal não e tenho certeza que ela também não vai.

Helena - Espera, vou vê aqui... - a voz dela surge ao longe e logo ela aparece na porta da
cozinha com seu celular na orelha, olhando diretamente pra mim. - Minha mãe falou que
horas ela vinha buscar o Jope? - faço que não. - Ele disse que não... Tá bom então. As
duas da tarde, né?... Marcado. Te vejo mais tarde. - ela desliga.

Eu encosto na pia e cruzo meus braços olhando pra ela, esperando que fale o que ela
marcou e com quem mas a gostosa se faz de doida e vai saindo.

GH - Vai ver quem mais tarde, Helena? - seu tom é sério, ciúmes puro. - Volta aqui.

Helena - A Jade, amor. - ela volta toda desconfiada. - A gente marcou de levar o Jope numa
sorveteria que tem ali no pé do morro.

GH - Desmarca, você não vai. - deslizo a língua pelo canino já prevendo a treta porque se
tem uma coisa que não muda ela estando ou não memoriada é que ela odeia que mandem
nela. - Existem dezenas de sorveteria dentro do morro porque a tua prima quer ir logo em
uma que é fora dele?

Pensando por esse lado...

Helena - Eu não sei, Gustavo. - ela cruza os braços na frente dos seios, visivelmente
bolada. - Jade tinha me chamado pra ir na praia mas como eu estou com a bunda fodida,
literalmente, eu disse que não podia.

Meu rádio apita e deixando de prestar atenção na primeira discussão dos dois eu o puxo da
cintura ignorante e aperto o botão, fazendo a voz ecoar pelo cômodo.

- Aí patrão, tem uma maluca toda suja de sangue aqui na entrada querendo subir pra falar
contigo.

Comigo?

-- É morador? - ele diz que não - Então não deixa, pô. Pode mandar meter o pé e se insistir,
mete bala.

- (Ti prego giovanotto)


- Tá me xingando filha da puta?
- (Gustabo... Gustavo Henrique è mio...)

Eu desligo o rádio rapidamente e olho pra ele que mantém seus olhos arregalados na nossa
mulher que oscila o seu entre nós dois.

Pelo modo que ela me olha eu tenho certeza que mesmo não tendo culpa de caralho
nenhum ainda vai sobrar pra mim.

Por que no fim, sempre sobra. Parece até que o povo pensa:

Hum... No cú do Benício é refresco, vamo bota que ele aguenta.

CAPÍTULO 57
HELENA

-- Por que você desligou? - tento soar calma e mentalmente conto até dez pra evitar que eu
surte sem nem saber do que se trata.

Afinal, é só uma mulher querendo falar com o Benício alegando que o Gustavo é algo dela.
Nada com o que se preoculpar.
Ben - Já tinha dado minha ordem. Não tinha o porque ficar com ele ligado. - diz com a cara
mais cínica do mundo.

Eu respiro fundo e pra não estapear ele pego a mamadeira com achocolatado encima da
mesa e vou até meu irmão, entrego pra ele e fico um tempo ali assistindo bonde das
maravilhas pra tentar me distrair.

Estou tentando manter a calma que as horas de sexo com os dois me deram, tentando agir
completamente diferente do que eles esperam mas a minha raiva crescente não está
colaborando para que eu seja uma nova Helena.

Minha pele está tremendo e nem é da forma gostosa que tremeu à algumas horas atrás,
meu sangue pegando fogo deslizando rapidamente por minhas veias, meu coração sendo
sentido na minha garganta de tão forte que está batendo e minha mente me torturando com
os infinitos finais da frase dita pela mulher.

Gustavo Henrique è mio...

Mio o que? Amigo, namorado, irmão, marido? O quê?

Aaaaa, quem eu quero enganar com essa que não estou preocupada e que eu sou calma?

Que ódio, nem eu acredito nisso.

Eu volto pra cozinha e pego os dois sentados um ao lado do outro, conversando entre
sussurros. Sussurros esses que param assim que eles notam minha presença.

-- Podem continuar. - cruzo meus braços e me encosto no batente da porta, meu semblante
inexpressivo, ou quase, chamando a atenção dos dois. - Finjam que eu não estou aqui.

GH - Senta aqui, Helena. - ele puxa a cadeira ao seu lado pra trás, dando espaço para que
eu lhe obedeça. - A gente precisa conversar.

Eu também acho.

Pensando assim eu dou a volta na mesa retangular e sento com força na cadeira em frente
as que os dois estão, soltando um resmungo de dor ao sentir minha bunda doer. Gustavo
me olha por um segundo e solta um risinho de lado.

Aquele maldito risinho sacana na hora errada que me deixa mais bolada ainda.

-- Fala logo o que você quer falar. - eu o encaro com meu pior olhar, demonstrando que não
estou pra brincadeira.

Ben - Eu vou chegar ali que o dever me chama. - ele faz que vai levantar.
-- Você vai é ficar aí! - falo séria e ele ergue a sobrancelha com o risquinho pra cima, o
divertimento brilhando nos seus olhos castanhos mel. - Não estou brincando, Benício. Você
e o Gustavo tem muito o que explicar e estão levando isso na brincadeira.

Ben - Eu? - ele se ajeita na cadeira e aponta pro próprio peito, a carinha de doido se
fazendo presente, ai que ódio. - Fiz nada, amor. Quem tem que se explicar é o Gustavo.
Aqui eu sou só mais uma vítima.

Reprimo meus lábios e respiro fundo, massageando minhas têmporas ao senti-las pulsar
com força.

GH - Faz um pra mim, irmão. Vai lá e busca a garota, eu quero conversar com ela. - eu o
encaro, ele só pode estar brincando.

Benício acena em confirmação sussurando um "boa sorte" e logo sai deixando eu e o


Gustavo a sós.

-- Que garota, Gustavo? - eu levanto me sentindo incomodada demais pra ficar sentada.

Minha cabeça dói e a impressão que eu tenho é que ela vai explodir.

GH - Senta aí. - aponta pra cadeira em que eu estava, falando com o mesmo tom autoritário
que ele usou quando ordenou que eu desmarcasse com a Jade.

Eu ajeito minha postura e cruzo os braços, desafiadora o encarando, me recusando a


obedecer.

O que ele pensa que eu sou? Um cachorro adestrado que ele manda e eu obedeço?

Não, eu não sou e está na hora de mostrar isso pra ele.

-- Não vou sentar em lugar nenhum e você tem exatamente dois minutos pra me falar o que
quer. - olho dentro dos seus olhos, a raiva falando por mim. - Então seja direto.

GH - Aparentemente eu vou me casar com outra mulher. - ele fica em pé, e lentamente
caminha na minha direção. - Uma que está grávida de... - eu não ouço mais nada do que
ele fala.

Minha pressão abaixa de uma vez, meu mundo dá um giro 360 graus e minha vista
escurece quando a incapacidade de manter meu corpo em pé me atinge.

Eu despenco rumo ao chão.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Puxo o ar lentamente pros meus pulmões, tendo meu mundo entrando em foco quando eu
abro meus olhos.
Pisco algumas vezes tentando me acostumar com a claridade do ambiente e fixo meu olhar
no teto branco característico de hospital, sentindo o cheiro forte de água sanitária se fazer
presente nas minhas narinas.

Aos poucos, as lembranças do que aconteceu antes de eu apagar me invadem e meu peito
dói quando a última frase que eu ouvi reverbera pelo meu subconsciente:

"Eu vou me casar com outra mulher, uma que está grávida de..."

Tenho certeza que ele ia falar "de um filho meu."

Caramba, isso não pode ser verdade.

Meus olhos enchem de lágrimas rapidamente e me recusando a deixá-las saírem eu ergo a


mão e passo no meu rosto, sentindo só então a agulha enfiada no dorso se movimentar me
causando outro tipo de dor.

A física.

- Graças a Deus você acordou! - movo minha cabeça pro lado, olhando pro médico que
acaba de ultrapassar a porta. Herminio é o nome dele. Surpreendentemente eu lembrei
assim que pus meus olhos nele quando vim acompanhar o Gustavo. - Eu não aguentava
mais ser ameaçado de morte pelo Ben, é sério, já estava até encomendando meu caixão. -
ele sorrir brincalhão enquanto se aproxima. - Tá sentindo alguma dor?

-- Não. - a mentira sai num sussurro e eu engulo a saliva logo em seguida ao sentir minha
garganta seca. - Foi ele quem me trouxe, o Ben?

Herminio - Foi. Ele e o outro bonitinho chegaram botando o terror aqui. Ameaçando matar
geral se não te atendessem. - responde como o típico fofoqueiro que ele é. - Precisa de
alguma coisa? - ele para ao pé da cama, olhando pra bolsa de soro quase vazia no suporte.

O observo de perto, ele é um puta moreno alto e musculoso, chega a ser pecado um
homem tão lindo assim jogar no mesmo time que eu.

-- Eu queria um pouco de água. - admito. - Mas eu queria ir pegar sozinha. Eu posso?

Herminio - Meu amor, você é primeira dama, pode tudo. - ele toca minha mão, tirando a
agulha, e eu suspiro querendo chorar. - O que foi que seus olhinhos encheram de lágrimas
agora?

-- Não é nada. - eu forço um sorriso quando minha voz soa embargada e levanto da maca
com a sua ajuda, ajeitando o cropped do meu conjunto moletom no corpo enquanto tento
limpar minha mente.

Tem algo que tá doendo mais que ser feita de idiota pelo Gustavo, e é o fato de notar que
eu estou sozinha aqui nesse hospital.
Sem Gustavo, sem Benício, sem ninguém.

Herminio - Eu vou buscar o resultado do seu exame de sangue que eu pedi e te encontro
aqui em cinco minutos, tudo bem? - eu calço minhas sandálias que estavam ao pé da maca
e faço que sim com a cabeça, o seguindo lentamente pra fora do quartom - Cinco minutos,
hein!

-- Cinco minutos. - reafirmo, ele vai pra um lado e eu pro outro.

Passo pelo bebedouro do corredor notando o galão vazio e sigo pra recepção, achando só
então a bendita água.

Bebo dois copos cheios e encho um terceiro pra ir bebendo mas ao virar meu corpo, me
bato com alguém e lá se vai meu copo pro chão.

-- Meu Deus, me perdoa! - digo olhando pra pessoa bem mais alta que eu, é uma garota
branquinha de longos cabelos escuros e olhos verdes, mas essas nem são as
características que me deixam assustada e sim a barriga de grávida coberta por uma
camiseta masculina que estranhamente me parece familiar, minha mão bateu em cheio
nela. - Eu te machuquei?

Diz que não, pelo amor.

- Dio mio! - a garota diz e me olha igualmente assustada, fazendo menção que vai se
abaixar pra pegar meu copo mas eu a impeço segurando em seu ombro.

-- Está tudo bem, deixa eu pego. - junto o copo rapidinho e jogo no lixo tendo só então seu
suspiro de alívio. - Perguntei se te machuquei. Machuquei não?

- Não. - ela diz balançando a cabeça em negação freneticamente e eu sorrio achando seu
gesto engraçado - Anna.

Franzo meu cenho sem entender e somente quando ela estende a mão em cumprimento é
que eu entendo que é o seu nome.

-- Satisfação, Helena. - me apresento enquanto pego na sua mão - Me desculpa pelo


esbarrão. Mas eu tenho que ir. - a solto ao lembrar que os cinco minutos do Herminio já
devem ter passado e que provavelmente ele deve estar vindo atrás de mim.

Anna - Nos veremos novamente? - isso soa como uma afirmação e não como uma pergunta
mas mesmo assim eu aceno em confirmação enquanto me afasto e vejo ela fazer o mesmo,
ela pegando o corredor que eu vim e eu a direção da saída do hospital.

Hermínio que me perdoe mas aqui eu não fico mais nem um segundo.

Odeio hospital.
CAPÍTULO 58
GH

Me inclino sobre o parapeito da lage e bolo meu baseado assistindo o cara de olhos
puxados dando ordens pros da sua contenção lá embaixo.

Meu corpo tá aqui na Penha, pronto pra resolver um caô do caralho e minha mente toda na
Helena que eu acabei de ser informado que fugiu do hospital.

O que só reafirma que a Helena de antes, devagar, está dando as caras. E eu não tô
sabendo lidar com a impulsividade dela, papo reto.

Japão - Fala praquele fodido que o dono dessa porra mandou ele vim aqui mais tarde. -
deslizo a língua na seda estreitando meus olhos ao ouvir ele falando com o aparelho na sua
mão, o celular. - Vai ser só eu e ele.

Eu termino de bolar, sempre atento a tudo que ele faz e fala.

Decidindo o que fazer a seguir.

Eu coloquei Japão como frente das treze porque depois do que aconteceu com a Helena
ano passado o Rapp não queria nem olhar na minha cara, quanto mais assumir minhas
favelas, mas o fodido tá deixando subir pra cabeça, pô. O pior erro dele.

Japão - Tá fazendo o que aqui? - acendo e dou o primeiro trago no meu baseado vendo ele
provocar o cabeça da minha contenção que eu liberei pra ir ver as filhas dele e que acaba
de chegar. - Achei que as pulgas do GH tivessem ido com ele pra Rocinha.

-- Pulgas do GH, é? - minha voz carregada sai junto com a fumaça, chamando sua atenção
pra mim.

Japão - Chefe? - me olha lá de baixo, visivelmente surpreso. - Calma aí que eu tô subindo. -


ele entra no QG e eu me afasto do parapeito, levando minha atenção pra escada lateral que
poucos segundos depois ele sobe correndo. - Caralho, eu não sabia que tú tava aqui. - se
aproxima estendendo a mão pra um toque. - Ninguém me falou nada.

Troco o baseado de mão e faço, em seguida, aponto pra uma das caixas de madeira que a
gente costuma usar como banco.

-- Senta porque eu não vou demorar aqui. - espero que ele me obedeça e só então
continuo. - Tô com a informação mas quero saber se procede, então, só vou perguntar uma
vez: - de onde estou eu olho nos olhos dele, notando sua pupila dilatada ao extremo,
denunciando o uso recente de cocaína. - O carregamento das armas que eu comprei pra cá
e era pra chegar essa madrugada. Chegou?

Elevo a mão com o basedo preso entre os dedos indicador e médio até a altura da boca e o
prendo entre os lábios, tragando profundamente enquanto espero sua resposta.

Japão - Não, patrão. A entrega melou e os cara passou nois pra trás. - percebo sua voz
forçada, um misto de nervosismo e raiva enquanto sustenta meu olhar. - Mas eu já tô
resolvendo. Tenho certeza que um dos meus tá envolvido nisso, por isso dei o papo pra ele
brotar aqui mais tarde.

Aceno enquanto solto a fumaça lentamente, sentindo a tranquilidade que só a maconha tem
o poder de me dar. Caminho até o parapeito novamente e assobio chamando atenção das
minhas pulgas.

-- Sobe todos os cinco, agora. - ordeno e volto meu olhar pro Japão que me olha sem
entender nada.

Calado, eu dou mais um trago e olho no Rolex preso no meu pulso direito marcando quatro
e meia da tarde.

Fico impaciente.

Já era pra eu estar voltando pra casa, ou melhor, indo atrás da minha moreninha que a essa
hora provavelmente já sabe que a tal mulher que mencionei estar noivo, se mudou para a
Rocinha.

Nando - Qual a ordem, patrão? - de soslaio, vejo ele e os outros quatro portando seus fuzis
aparecer na escada que dá pra cá.

-- Dez minutos... - solto a fumaça apertando a ponta do baseado no tijolo do parapeito,


apagando a brasa. - Vai ser o tempo que tú vai levar por me fazer perder 250 mil dólares em
armas. - aponto pro fodido sem esboçar nenhuma emoção. - E mais vinte por espalhar que
a porra desse morro é teu quando na verdade tú não passa de um soldado meu.

Japão - Mas patrão...

-- Cala a boca que eu não terminei. - o corto, meu tom autoritário soando baixo mas
ameaçador o suficiente pra ele permanecer calado. - A partir de hoje, tú volta a ser vapor. E
ai de tú e da tua familia se eu pelo menos sonhar que você está de trairagem pro meu lado.

Ele me olha, indignado.

-- E tem outra, tú vai dar teus pulo e vai recuperar minhas as armas. - guardo o que sobrou
do meu beck no bolso da calça e caminho na direção das escadas, parando de frente pro
Nando, olhando nos seus olhos heterocromicos para falar: - Até segunda ordem o comando
é teu. Cobra desse fodido e garanta que ele ande na linha.
Nando - Pô, patrão. Obrigado pela confiança. Vou fazer o que tú mandar. - aceno
brevemente e depois de dar mais algumas ordens, pio pra Rocinha.

Mais tarde, de banho tomado, beca limpa e cheirosão pro minha moreninha, eu desço as
escadas quando a porta de casa se abre, revelando o Ben.

-- Qual foi? - balanço a cabeça quando ele me encara, furioso, e passa pro lado do sofá,
afundando as mãos como se agarrasse algo.

E ele agarra, pois logo o grito feminino ecoa pelo ambiente:

Anna - Aaaa, Dio mio...

Ben - Vem com esse caralho de MIO pro meu lado não porque eu ainda avisei que não te
queria dentro da minha casa! - ele puxa os longos cabelos negros. - Na moral, ou tú levanta
e sai andando com esses teus cambito ou eu vou te mostrar que galinha voa sim.

Anna - Gustavo! - ela me olha já chorando e eu respiro fundo.

Não é que eu goste dela, tá ligado? Mas depois de conversar com ela hoje de manhã eu
entendi que mais fodido que eu nessa história de casamento, só ela que carrega o fruto de
um estupro cometido por um dos inimigos do seu pai, que por sua vez a obrigou seguir com
a gravidez.

Esse é só um dos motivos que me fizeram acolher ela aqui no morro, longe da tirania do
Mattia.

Pois diferente do pai, Anna não parece ser má pessoa.

Ben - Gustavo o caralho. Vai andar não? Beleza, tú vai voar então. Desafiar as leis de
Newton. - reprimo meus lábios pra não rir da cena, ele tá putasso e eu até sei o motivo.

Helena. É sempre ela.

-- Ou! - me apresso em dizer quando vejo ele soltar o cabelo e agarrar o braço e a curva da
perna dela, a suspendendo com uma facilidade do caralho. - Tá ficando maluco, irmão? A
mina tá grávida.

Ben - Porra! - minha fala serve como um choque de realidade nele que a joga de volta no
sofá. - Sai daqui! - ele aponta pra saída e ela levanta toda trêmula e chorosa do sofá. - Não
quero te ver dentro da minha casa, tá ouvindo?

Anna - Sim, scusami... - ela abaixa a cabeça, em pé diante dele.

Ben - E fala português que tú sabe que eu não entendo caralho nenhum dessa tua língua
de doido aí. - ele se afasta - Cadê esse fodido? O Rauan!
Nauan - Rauan o caralho, tá me tirando? - ele entra guardando alguma coisa na pochete
presa no seu quadril, o perfume amadeirado e forte se fazendo presente com ele. - É ela? -
aponta pra Anna.

Ben - É, pode levar pra tua casa. A partir de hoje ela é responsabilidade tua.

Anna - Não! - ela age rápido e num piscar de olhos está colada em mim, abraçando meu
tronco e me fazendo chamar pela morte de tanta dor que eu sinto.

-- Caralho, Anna. Afasta que eu tô todo fodido. - tiro os braços dela de mim sentindo o olhar
dos dois homens me queimar.

Ben - E vai ficar mais ainda se a Helena sonhar com essa cena bem aí. - diz ao passar por
mim, do topo das escadas gritando: - Leva logo ela, Nauan!

Anna - Não deixa me levar, Gustavo. Ele é perigoso. Vai me fazer mal.

-- Tú nem olhou pro cara, pô. Ele é gente boa e depois, já te falei que aqui ninguém vai te
fazer mal. - ela discorda, citando o Ben. - A não ser ele. Ele com certeza é capaz de te
matar.

Anna - Mas eu nunca fiz mal pra ele.

-- Mas entrou na casa dele sem ser convidada. Aliás, como você conseguiu?

Ela se afasta um pouco e sorrir tirando a chave da casa do bolso do seu macacão de tecido
molinho.

Anna - Ela estava no bolso da camiseta que você me emprestou hoje de manhã quando me
levou para o hospital para vê se meu bebê estava bem.

-- E ele está? - mudo o foco da conversa ao me lembrar que ela chegou aqui vestida num
pijama, sangrando e com medo de estar perdendo o bebê depois de levar uma surra do
Mattia.

Anna - Sim, está. Grazie per avermelo chiesto.

Nauan - O papo do casal tá show de bola mas eu quero saber: - me viro pra ele que me
encara de uma forma nada amigável. - A vagabunda vai ir ou não comigo?

Anna - Vagabunda és a tua mãe!

Nauan - Disso eu não tenho dúvidas. Mas não é dela que eu tô falando e sim de tú, sonsa
do olho bonito.

Os dois se encaram, ambos cruzando os braços na frente do peitoral.

Anna - Meu olho é bonito? - ela sorrir pra ele ao perguntar.


Nauan - Ah, vai tomar no cu! Sou pago pra isso não. - ele se vira e sai xingando.

Anna - Espera, eu vou com você! - ela vem até mim, me entrega a chave - Obrigada e me
desculpa. Ei ragazzo cheiroso, espera me! - e sai correndo atrás dele.

Ben - Na moral, GH - olho por cima do ombro pra ele que desce as escadas segurando a
bolsa que a Helena trouxe ontem. - Tô numa vontade do caralho de afundar teu crânio no
chão, papo reto.

-- Tenho certeza que você não é o único. - digo, ciente que a minha moreninha deve estar
com a mesma vontade dele.

CAPÍTULO 59
BEN

⏯ - Você não venha, porque se vier eu vou jogar óleo quente nessa tua cara de puta sonsa!
Ensinar você e o esquisito do Gustavo que a minha filha ninguém machuca e fica ileso. Ai
Benício, que ódio de vocês dois. Vontade de enfiar um rojão dentro do cú de cada um e
acender só pra ver o espetáculo.

Eu escuto o áudio que acabei de receber da Afrodite com o Gustavo ao meu lado. Os dois
dentro do carro estacionado na frente da casa dela.

Ótimo!

GH - Tú acha que... - ele aponta pro meu celular preso no suporte do painel. - Ela não seria
capaz. Seria?

-- Seria. - falo com certeza. - Os anos de casamento com o Russo fizeram dela uma mulher
maluca. - concluo e sorrio abrindo a porta do meu lado. - Mas graças a Deus eu sou mais.

Saio do carro e bato a porta, olhando pro portão da casa ao lado que se abre quando minha
irmã passa por ele abraçada com a criança que ela foi buscar mais cedo lá em casa.

Ela me olha e sorrir, negando.

Brenda - Helena não está em casa e se eu fosse vocês, também não gostaria de estar
quando ela chegar.

Ergo as mãos levando pro meu boné e o ajeito na minha cabeça enquanto a vejo afagar os
cachinhos do Jope que dorme com a cabeça deitada no seu ombro.
-- Eu trouxe a bolsa com os remédios dela. - aponto pro carro, determinado a não vou voltar
pra casa. Não sem antes conversar pessoalmente com a Helena que tem me ignorado
desde essa manhã, sendo que eu não fiz nada nesse caralho. - Sabe onde ela tá pra mim
poder entregar?

Brenda faz um bico me olhando por um momento e logo suspira, parecendo frustada.

Brenda - Não surta, okay? - com essa eu já abro a porta do carro, a preocupação tomando
conta do meu ser. - Benício...

-- Onde ela tá, Brenda? Só fala. - eu viro meu rosto pro outro lado do carro, pegando o olhar
apreensivo do Gustavo nela, e volto a encará-la.

Brenda - No Studio do Pequeno. E pelo que eu acabei de ouvir parece que ela vai dormir
por lá.

-- Ah, mas não vai mermo! - entro no carro batendo a porta e assim que o GH entra
também, eu ligo, saindo voado pelas ruas do Vidigal. - Isso é culpa tua! Tua e desse teu
complexo de herói. Tinha nada que acolher aquela sonsa lá no morro.

Me lembro da Anna, aquela lá tem cara de problema. E dos grandes. Mas Gustavo não tá
pronto pra essa conversa ainda.

GH - Caralho, esse assunto de novo. Só porque a Helena vai dormir na casa do amigo
dela?

Sorrio nervoso, apertando o volante com força pra não descer a mão na cara dele. Essa
porra realmente não conhece a mulher que nós temos.

-- Por isso também. Mas principalmente porque Helena tem um costume do caralho de fazer
merda quando está emocionalmente abalada. Tenho certeza que agora não vai ser
diferente.

GH - Tá insinuando que ela e o amigo? - dou de ombros sem saber o que responder.
Helena é capaz de tudo quando está puta, contudo, eu torço mentalmente para que não
seja de ficar com o Pequeno porque eu não sentiria nada se tivesse que matar ele por isso.
- Porra, Ben. Eu vou matar esse fodido se ele tiver tocado na minha mulher.

-- Nossa, seu filho da puta. Nossa mulher! - estaciono o carro na frente do Studio de
tatuagem que o filho do Sabiá montou a menos de cinco meses e desço, seguindo
rapidamente pra dentro.

- Boa noite, me desculpe mas nós já vamos fechar. - eu encaro a recepcionista morena e
baixinha que levanta assim que a gente entra e respiro fundo, tentando manter a calma pra
falar com ela.

Não é que eu odeie as pessoas, algumas eu odeio mermo, mas é que é complicado pra
caralho lidar com gente nova. Exige paciência e eu perdi a minha com o passar dos anos.
GH - Boa noite! - o mister simpatia se aproxima. - Poderia me informar se a Helena está
aqui? - a morena sorri igual uma retardada pra ele e é quando a voz que eu reconheceria a
km de distância soa baixa, vinda do cômodo improvisado ali do lado, falando:

Helena - Só mais cinco minutinhos... É sério, Andrew. Tá começando a doer.

Pequeno - E eu com isso? Tú não queria? Agora sustenta caladinha até eu terminar. Já tô
quase.

Olho pro GH que está com o maxilar travado enquanto seu olhar se mantém fixo na porta
fechada do cômodo improvisado.

Helena - Como você é insensível. - ouço a risada dos dois e logo um gemido dela - Ain,
Andrew... Devagar, seu cavalo.

Mas que porra!

Gustavo avança metendo o pé na porta como um animal raivoso, fazendo a madeira bater
com força contra a parede enquanto ele adentra tirando sua arma da cintura.

GH - Seu filho da puta, se afasta dela! - entro em seguida, quase tendo um infarto ao ver a
Helena nua, sentada e abraçada numa cadeira de costas pro Pequeno que está abaixado
atrás dela.

-- Ah, vai tomar no cú! - puxo minha glock do cós traseiro da minha calça e já destravo a
arma pra meter bala no fodido.

Pequeno - Caralho, eu não fiz nada com ela. Juro que não fiz! - diz desesperado e se afasta
erguindo as mãos em rendição. As luvas azuis, o papel toalha e a máquina nas suas mãos
me fazendo entender o que de fato estava acontecendo aqui. - Só tô trabalhando caralho.
Helena porra, faz alguma coisa, mermã!

Volto meu olhar pra ela que oscila o seu entre eu e o GH e posso jurar que vejo um breve
sorriso se formar nos seus lábios carnudos.

GH - Trabalhando com ela pelada na tua frente? Tá me tirando a otário? - ouço a trava da
sua arma ser desfeita. - Vai levar só por tá de pau duro nesse caralho.

Que?

Meu olho curioso vai conferir se é verdade e logo desvia depois de ver a porra do volume
marcando a bermuda preta de tecido moletom.

Que desgraça!

Helena - Abaixem as armas. Os dois. Ninguém vai fazer mal pro Andrew aqui. - encaro ela
que levanta e para seu corpo na frente do Pequeno numa espécie de escudo humano.
Meus olhos descem pelo seu corpo rapidamente notando os seios e a buceta com um tapa
sexo da cor da sua pele.

Na moral, chego a suspirar fundo num misto de alívio e raiva. Ela não tá completamente
pelada mas também não tá vestida nesse caralho.

Eu não sei o que é pior.

GH - Tá ficando maluca, Helena? - ele olha pros lados como se procurasse por algo. -
Cadê tua roupa, desgraçada? - ele respira tão fundo que eu acho que vai inalar todo o
oxigênio da sala. - Na moral, eu vou te esperar no carro Benício. Tenho paciência pra lidar
com isso não. - diz e logo sai da sala guardando a arma, putasso xingando.

Engulo a saliva guardando a minha arma também e tiro minha camiseta indo na direção
dela mas a mandada se vira pra mim, lançando o que eu suponho ser um olhar de frieza
enquanto fala:

Helena - Não ouse chegar perto de mim agora. Eu seria capaz de enfiar uma agulha no seu
olho. - eu paro onde eu estava. Não é medo tá ligado? É respeito. - Senta ali e me espera
porque o Andrew não terminou e ele vai. - ela aponta pra uma poltrona encostada na
parede perto da porta, falando tão firme que a certeza que ela recuperou a memória me
invade em cheio.

Será?

Passo a mão no nariz, coçando.

Se for, eu e o GH estamos fodidos. Bem mais do que já estávamos.

-- Tá fazendo o quê? - tento soar tranquilo embora ainda esteja puto.

Nunca vou entender isso, tá ligado? O poder que a Helena tem sobre mim e o fato de que
tudo relacionado a ela me deixa em crise com minhas próprias emoções.

Helena - Vem cá ver. - ela volta a posição de antes, sentada na cadeira, e sentindo meu
corpo vibrar com o tom suave que ela usa ao falar eu me aproximo olhando pras suas
costas.

CARALHO, ela quer me matar.

Helena - Gostou? - passo meu olhar por toda a tatuagem. É um dragão chinês que ocupa
toda a pele das suas costas e acaba na polpa direita da sua bunda, o final da calda ainda
não foi tatuado e é ele que o Pequeno se abaixa pra fazer.

-- Não encosta muito na minha mulher. - eu toco o ombro dele, puxando pra trás, e levo
meus olhos pro rostinho dela que sorrir sapeca, notando só então que a filha da puta está
mordendo o lábio e me olhando com cara de safada como se estivéssemos só nos dois
aqui.
Eu desvio rapidamente voltando a olhar pra calda do dragão que começa a ser marcada na
pele ainda vermelha da sua bunda pela maquininha, minha mente viaja legal e eu só
consigo pensar em como vai ser do caralho foder com ela de quatro pra mim enquanto eu
olho pra essa tatuagem.

Porra, eu fico duro só de imaginar.

Me mexo desconfortável, sentindo meu pau pulsar contra o tecido da cueca, e decido que o
melhor pra mim é sair daqui. Agora.

Pigarreio e então falo:

-- Vou te esperar lá fora. - coloco minha camiseta rapidamente no seu ombro. - Veste ela
quando for sair.

Eu nem espero por resposta e saio, indo atrás do GH que eu acho dentro da farmácia do
outro lado da rua com um pote de remédio em mãos.

GH - Cadê a Helena? - aponto pro Studio vendo ele caminhar na minha direção tirando dois
comprimidos do pote, os jogando na boca e engolindo em seco. - Tomara que essa porra
funcione.

-- E o que é? - ele joga o pote pra mim e eu pego no ar, dando uma rápida olhada antes de
voltar minha atenção pra ele. - Calmante, é sério?

GH - É. Eu fumei um baseado inteiro e a vontade de ir lá dentro e matar aquele fodido não


passou. Ou era calmante ou um trauma a mais pra Helena. - a gente volta pro carro. - Na
moral, porque que eu fui me apaixonar logo por uma adolescente? Uma que quando quer,
sabe ser mais filha da puta que eu?

Sorrio achando graça do quão frustrado ele está e é quando a Helena sai do Studio
terminando de foder com a paciencia dele por estar vestida na camiseta que o Pequeno
estava.

Eu mereço uma porra dessa.

GH - Tira! - ele é o primeiro a reagir. - Tira o caralho dessa camiseta, Helena! - ele aponta
pra ela, visivelmente puto indo pra cima. - Tú não brinca comigo porque eu sou capaz de...

-- Ei, tá ficando maluco? - eu o seguro, impedindo que chegue até ela.

Helena - É o que Gustavo? - ela caminha lentamente e para diante de nós, olhando nos
olhos dele enquanto fala. - Eu pensei que você gostaria de me ver usando a camiseta de
outro homem. Afinal, foi a tua que eu vi no corpo de outra mulher.

Pronto, o homem até abaixa os ombros.


GH - Helena... - engole a saliva, tentando soar calmo mas pela nossa proximidade eu vejo
as veias do seu pescoço pulsarem de tamanha raiva. - Se tú deixar eu te explicar...

Helena - Eu vou, Gustavo. Não se preocupe porque eu vou. - ela volta a andar, dessa vez
até o carro. - Mas eu já te adianto que eu não vou te perdoar tão facilmente. - ela nos olha
por cima do ombro. - Nenhum de vocês dois.

-- Ah, pronto! - digo, indignado. - E sobrou pro cú do Benício denovo!

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Mais tarde, depois de explicar tudo pra Helena e achar que ela dormiria com a gente por ter
dito que entendeu que eu não tenho culpa de nada e que o GH tem as razões dele pra estar
noivo de outra, ela nos surpreende ao dizer:

Helena - Greve de sexo até o Gustavo romper o noivado. - ela levanta da cama em que
estava deitada com a gente e eu fico imóvel, tentando absorver sua frase. Sem sexo? - E
tem mais, fiquem atentos na caminhada de vocês porque a partir de hoje, vai ser toma lá da
cá.

GH - E isso significa o quê, moreninha? - pergunta meio grogue. O calmante finalmente fez
efeito e agora ele luta pra continuar acordado.

Helena - Significa que tudo que vocês fizerem e eu ficar sabendo, eu vou fazer mil vezes
pior. - ela boceja e pisca com força pra se manter acordada por mais algum tempo. - Bom,
já que estamos resolvidos agora eu vou pro outro quarto. - ela manda beijo. - Boa noite!

-- Boa... - umedeço meus lábios vendo ela saindo lentamente, meu olhar fixo nas suas
costas que depois do banho que ela tomou aqui estão cobertas por uma camiseta minha.

Porra, ali tem uma tatuagem do caralho.

-- Helena! - grito ao me lembrar de algo e ela responde do corredor. - Tú já colocou o


insufilm na tua tatuagem?

Helena - Ainda não. Quer me ajudar com isso? - dou uma rápida olhada no GH que
resmunga algo. Coitado, só acorda amanhã agora. - Responde, Nick!

Olho de uma vez pra porta e sorrio vendo ela ali, completamente nua me olhando com cara
de safada.

-- E o lance da greve de sexo? - brinco ao ficar em pé, olhando cada mínimo detalhe do seu
corpo enquanto chego devagar nela.

Helena - A gente pode começar amanhã, o que você acha? - suspira quando eu paro diante
dela, minha mão direita cobrindo seu pescoço ao ser feita de colar e a esquerda deslizando
pelo seu corpo, apertando e sentindo a pele ainda marcada esquentar e tremer embaixo
dela até estar no meio das suas pernas, afundando meus dedos nas suas dobras que estão
meladinhas.

-- Uma ótima idéia... - olho nos seus olhos que brilham com a luxúria enquanto ouço seus
gemidos baixos e, tendo sua atenção no meu rosto, dou um tapa na bucetinha úmida que
faz ela tremer ao dar um pulinho - Minha bonequinha.

Cubro sua boca com a minha num beijo gostoso enquanto dedilho sua buceta com
maestria, ciente que logo mais eu vou foder com ela de quatro pra mim só pra estocar fundo
e com força olhando pra tatuagem nas suas costas.

CAPÍTULO 60
HELENA

Eu sinto os bicos rígidos dos meus seios roçarem o lençol azul floral da cama em que
mantenho meu corpo inclinado, meus pés tocando o chão e meu tronco o colchão.

Benício está atrás de mim, ofegante, com os olhos fixos na tatuagem das minhas costas e
as mãos fechadas nas polpas da minha bunda, separando-as enquanto estoca cada vez
mais depressa, sem piedade e num ritmo implacável que me faz revirar os olhos de prazer
enquanto seguro firme na beira da cama só para me empurrar de volta contra ele.

Ben - Filha da puta gostosa! - meu corpo treme quando a voz rouca e ofegante invade
minha audição, sobressaindo o barulho que nossos corpos suados batendo um contra o
outro faz. - Tú vai me deixar maluco, Helena.

Sorrio mordendo meu lábio, reprimindo meus gemidos mais altos para não acordar o
Gustavo que está dormindo do outro lado da cama quando sinto o piercing frio contido na
glande gorda do pau do Benício bater com violência no fundo do meu canal fazendo cada
músculo, cada terminação nervosa contrair e vibrar com a mistura de dor e prazer.

Ele bate denovo, e denovo...

Dói um pouquinho mas eu não ouso reclamar pois seu pau grosso e comprido desliza tão
gostosamente por minha buceta encharcada e dolorida que a dor logo dar lugar aos
primeiros sinais do meu orgasmo, do terceiro desde que começamos.

Minhas pernas ficam rígidas e mais do que antes eu as pressiono uma na outra, Benício
grunhi com isso, se concentrando ainda mais em separar minhas nádegas, apertando entre
os dedos as duas bandas ao afastá-las só pra socar cada centímetro do seu pau em mim,
fazendo suas bolas roçarem meu clitóris inchado e sensível a cada estocada.
-- Ain... - gemo alto, largando a beira do colchão e levando minhas mãos pros seus pulsos,
apertando enquanto tenho a impressão que vou desmaiar de tanto tesão que sinto. - Que
delícia, amor! - aperto minha buceta ao seu redor e logo sinto sua mão se fechar no meu
pulso, escorregando pras dobras dos meus braços que ele segura firme quando se empurra
fundo em mim.

Ahh, eu chego a ver estrelas.

Ben - Não faz de novo. - ele rosna entredentes, erguindo meu tronco da cama quando
acelera ainda mais o ritmo das bombadas, de baixo pra cima estocando tão forte e duro em
mim que uma ou outra vez eu sinto meus pés largarem o chão.

-- Nick, calma, ai... - falo entre uma estocada e outra, totalmente sem fôlego, só gemendo.

Ele não para, tão pouco diminui suas investidas contra minha buceta que sem controle
começa a contrair ao seu redor, soltando um líquido quente que escorre por minhas pernas
trêmulas.

Eu consigo sentir o calor se concentrar rapidamente no meu ventre, meu clitóris esmagado
entre meus lábios íntimos vibrar anunciando o orgasmo e é quando acontece;

Benício trás suas mãos enormes pros meus seios e os aperta, me puxando pra si enquanto
se afunda completamente na minha buceta, me suspendendo do chão ao esmagar a parede
do meu canal com sua glande, ordenando rouca e ofegantemente no meu ouvido:

Ben - Goza comigo, minha putinha, agora.

E eu obedeço sentindo ele gozar forte em meu interior, deixando que minha cabeça penda
pra trás quando meu corpo grudado ao seu convulsiona ao atingir o ápice do prazer. Sem
vergonha nenhuma, gritando.

Ah!

De repente, eu desperto com minha respiração ofegante, corpo molhado de suor e trêmulo
sentindo as vibrações do orgasmo reverberando por todo ele.

Mas que merda!

Rapp - De novo isso? - eu dou um pulo ao notar ele parado na porta do meu quarto, caindo
no chão de tamanho susto. - Caralho, não é pra tanto. Tú se machucou, pecadora?

Eu levanto rapidamente, tentando regular minha respiração e as batidas do meu coração.

-- Não. Tá fazendo o que aqui? - passo a mão na minha cabeça tirando a touca de cetim,
jogando encima da minha cama com raiva.

É a terceira vez que isso acontece. Não são sonhos, são lembranças.
Lembranças que me deixam frustradas porque me lembram que eu não transo a dias mas
que estou constantemente provocando os homens com quem eu gostaria.

Rapp - Vim só te ver mermo. Tô indo pra São Paulo resolver uma parada
mas no domingo eu tô de volta e daí eu, tú e o Dante vamos pra um baile lá na Penha.

-- Não é perigoso não, né? - ele nega e eu suspiro aliviada. - Sobre o baile, a gente
conversa quando você voltar. - falo olhando pra mesinha da cabeceira ao ouvir meu celular
tocar. É o Gustavo me ligando por chamada de vídeo. - Eu tenho que atender. - pego o
aparelho e olho pro meu irmão que continua na porta. - Sozinha, Gabriel.

Rapp - Ah, tá. - ele rir, todo lerdo. - Domingo, hein. A gente não tem nada o que conversar.
Até parece que a gente não vai comemorar nosso aniversário e teu um ano de não morte. -
ele diz rápido e sai mais ainda, fechando a porta atrás de si.

Eu volto minha atenção pro celular enquanto caminho pro meu banheiro deslizando o dedo
na tela que logo aparece o rosto do meu senhor mandão.

-- Bom dia, amor. - falo baixinho vendo ele sorrir todo lindo passando a mão nos seus
cabelos que parecem úmidos, seus olhos estando mais claros ao serem iluminados por um
raio de sol.

Puta homem lindo.

GH - Ótimo dia, voltei a ser chamado de amor.

-- Você está merecendo, anda se comportando direitinho. - coloco meu celular em pé


encima da pia e me afasto tirando minha camisola de cetim, deixando meu corpo nú em
foco para que ele olhe.

Porque é so isso que ele está podendo fazer. Olhar.

GH - Helena, sua demônia... - ele grunhi e não satisfeita com isso eu passo dois dedos
entre minhas dobras vaginais, os levando para o foco da câmera para que ele veja como eu
estou molhada.

-- Veja só. Eu sonhei com o Nick hoje e acordei assim. - volto com os dedos pra minha
buceta e começo a me estimular, uma mão massageando meus seios e a outra acariciando
meu clitóris ainda sensível. - Queria que você estivesse aqui, me fodendo bem gostosinho...
- eu maltrato ao gemer manhosa, ouvindo ele me xingar de tudo quando é nome. - Mas
você ainda não acabou com essa merda de noivado! - falo irritada ao me lembrar e
derrepente, o tesão acaba. - Quer saber, tchau.

Eu desligo sem dar chance dele digerir minha instabilidade emocional e logo sua
mensagem chega.

Gustavo 💞 - Eu vou conversar com o pai dela na segunda, moreninha. Hoje eu tô


resolvendo umas paradas e amanhã e depois eu vou tá ocupado.
Bufo, tentando não responder mas quando dou por mim já estou gravando um áudio,
deixando que o meu lado Mikhailov fale por mim.

-- Quer saber Gustavo? Não precisa ir conversar com o pai dela mais não. Pode deixar que
agora quem vai sou eu!

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

De banho tomado, cabelo hidratado e a certeza que eu vou cutucar o cão com vara curta eu
desço as escadas segurando a chave do meu Maserati em mãos enquanto passo a alça da
minha bolsinha pelo ombro, vendo meu pai sentado no sofá com o Jope no seu colo, ambos
assitindo tv.

-- Oi! - vou até eles e dou um beijoca na bochecha gorda do Jope que se irrita e me
empurra.

Jope - Sai Lena, neném tá sistindo cum papai. - dou risada olhando pro nosso pai que sorrir
fraco devido a cirurgia, seu rosto está meio inchado mas a Brenda disse que isso passa
com os dias.

Russo - Tá bem, bonequinha? - sussurrra ao perguntar, fazendo uma careta de dor.

-- Estou sim. - me aproximo e dou um beijo suave na sua testa, sentando ao seu lado em
seguida.

A gente meio que conversou sobre o que aconteceu, e ficamos combinados que eu
esqueceria que ele tentou matar meus maridos se ele aceitasse os dois como seus genros
porque eu não abriria mão de nenhum, por mais que eles me irritassem, eu não abriria.

Ele aceitou? Não totalmente mas devagar eu sei que vai.

Russo - Vai pra onde? - fico calada, olhando pra televisão que passa o desenho do cão
covarde, de soslaio percebendo ele fazer uma careta ao olhar pro vestido midi canelado de
cor bege no meu corpo. - Bonequinha?

-- Hum? - levanto do sofá alisando o tecido do meu vestido e levo meu olhar pros seus que
se estreitam na minha direção. Ele me conhece, sabe que como uma versão feminina dele
eu tendo a fazer muita merda. Mas dessa vez não, dessa vez eu fiz meu dever de casa
direitinho pra não dar erro e por isso respondo brevemente, falando parte da verdade. - Eu
vou a um almoço de negócios lá no Pérgula.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Logo depois de contar parte da verdade pro meu pai eu me despeço e saio, com todo
cuidado do mundo dirigindo pela terceira vez o carro que eu ganhei do Benício ano
passado.
Dentre as memórias que eu recuperei a quatro dias atrás, ele foi uma delas. Seu Bóris
ainda ratiou antes de traze-lo pra mim pois ao seu ver eu sou uma péssima motorista mas
milagrosamente se calou e fez minha vontade quando eu ameacei ir morar com meu avô
que segundo o Dante, está numa tal missão lá no Alemão.

Agora fazendo oque? Ninguém quis me falar e eu também não fiz questão pois
estranhamente sinto que não gostaria de saber.

Meu celular toca, me chamando atenção quando a música da chamada interrompe a


baixinha que tocava no som do carro.

Dou uma rápida olhada pra tela digital vendo que é o Gustavo e ignoro voltando minha
atenção pra estrada a minha frente. Ele com certeza está ligando para tentar me fazer
desistir mas isso não vai acontecer.

Estou decidida a ir até o fim. Doa a quem doer, esse noivado acaba hoje.

Me assusto quando outro som invade minha audição, uma buzina de moto, e logo em
seguida um zum referente a de quatro passando quase coladas no meu carro.

-- Seus cornos! - grito, sabendo que eles não estão me ouvindo. - Entrem na minha frente
pra ver se eu não passo por cima da cabeça de vocês e ainda volto pra ter certeza que
matei. - finalizo, estremecendo ao ver duas das quatro motos dando a volta lá na frente,
vindo na contramão, bem na frente do meu carro que é o primeiro de uma fila enorme que
vem atrás.

O Deus, eu estava brincando, vou atropelar ninguém não.

Aperto as mãos no volante e entro em estado de alerta quando eles passam cada um de
um lado do carro, a cabeça levemente torcida na minha direção e uma das mãos sendo
levadas pra costas.

É agora que eu morro.

Felizmente, meu instinto de sobrevivência age por mim e num movimento rápido eu giro o
volante na direção de um deles, o derrubando da moto enquanto acelero sendo seguida
pelo outro.

Tento manter todo o foco na estrada mas sou obrigada a dividi-lo quando a música é
interrompida mais uma vez com o toque de chamada. Olho o suficiente para saber quem é
e onde atender e o faço.

Ben - Fala comigo, bonequinha. Tá afim de...

-- Tem alguém me seguindo, amor!- o corto, falando rápido com minha voz que parece mais
desesperada do que eu realmente me sinto.
Ben - De moto ou de carro?

-- De moto. - olho rapidamente pelo espelho interno pra trás, vendo que agora estou sendo
seguida por três - Três motos!

Ben - Volta pro morro do teu pai ou vem pra cá. - consigo sentir o desespero na sua voz e
engulo a saliva. Ele é muito intenso e eu já entendi que tudo que me afeta, afeta ele em
dobro. - Eu tô indo atrás de tú, mantém a ligação conectada que o Nauan vai rastrear... -
respiro fundo tentando manter a calma.

Se eu me desesperar vai ser pior.

-- Eu vou tentar ir praí. - volto meu foco pra estrada ouvindo ele falar alguma coisa que eu
não me esforço em entender.

Me concentro em me geolocalizar e assim que consigo, faço o retorno o mais rápido


possível recebendo algumas buzinas e xingamentos por quase ocasionar um acidente.

- Conseguiu ver o rosto deles tampinha de binga? - reconheço a voz como sendo a do meu
primo.

-- Que? - olho mais uma vez pelo espelho interno e não vejo mais nenhum. - Aí meu Deus! -
giro o volante, entrando numa rua pouco movimentada que é um atalho pra Rocinha. - Eles
sumiram Rauan.

Eu fecho a boca e os desgraçados surgem na minha frente impedindo minha passagem,


três motos e um carro do qual descem vários homens fortemente armados apontando pro
meu carro.

-- Não sumiram não. - corrijo minha frase. - Eles estão me fechando. - olho pra trás,
engatando a ré quando sou surpreendida por outro carro que encosta atrás do meu. Dele
descem mais homens armados, é o meu fim. - Eu vou morrer, Nauan. - minha voz sai
trêmula assim como meu corpo está. - E eu não quero morrer. Não de novo.

Nauan - Consegui te achar, tô indo prai agora. Benício que se foda se acha que eu vou
esperar ele reunir o pessoal.

-- Vem logo, por favor... - é só o que eu consigo dizer antes de ser interrompida.

- Desce do carro, vagabunda. Agora! - um deles bate a ponta do fuzil no vidro da janela ao
meu lado. Eu penso em infinitas maneiras de fugir mas em todas eu acabo morta com um
tiro dado pelas costas.

Oh, pai. Por que isso está acontecendo comigo? Eu não sou tão ruim assim, sou?

- Tá surda, filha da puta? - um outro diz, batendo com tudo na janela do carona que vira
caco ao se quebrar, me fazendo gritar no susto. - Cala a boca e desce da porra desse carro
agora! - eu estremeço por inteira quando sinto o frio do metal que ele enfia pela janela tocar
a lateral do meu braço. - E vai logo antes que eu perca a paciência contigo e te encha de
chumbo aqui dentro mermo.

-- Calma moço... - digo num sussurro, me esforçando para parar de tremer o suficiente pra
abrir a porta. Ele aperta ainda mais a ponta do fuzil em mim e tendo uma reação contrária
do que a situação exige, eu me irrito e logo falo: - Atira logo, seu merda! - viro meu rosto na
sua direção, olhando pro seu que se mantém dentro de uma touca ninja. Tento olhar nos
seus olhos pra gravar a cor porque se eu fizer isso eu acho ele até no inferno se sair viva
daqui mas ele logo desvia.

- Não olha pra ele não, caralho! - grito mais uma vez quando sou surpreendida pela voz do
primeiro cara. Ele abre minha porta e praticamente me arranca de dentro do carro, me
fazendo torcer meu pé que está dentro de um salto e ser sufocada pelo cinto de segurança.
- Solta esse caralho aí, Pingo. - brada e logo eu sinto o alívio de estar sem o cinto. - Se
tivesse colaborado tú não tinha se machucado. - ele aperta meu braço enquanto me
chacoalha e sem controlar eu começo a chorar, de dor e raiva.

- Isso vai dar uma merda do caralho pra tú. - uma voz que me parece famíliar soa próxima e
quando penso em me virar para olhar, sinto um corpo alto parar atrás do meu segurando
firme na minha nuca, me forçando a olhar pra frente enquanto um tecido vem parar na
minha boca e nariz sendo pressionado com força. - Escuta o que eu tô falando... - me
debato, tentando sair do cheiro forte que me deixa tonta mas o homem é mais forte que eu
e intensifica a pressão. - Patrão descobrir, vai vim cego encima de quem machucou ela.

Luto até o último segundo, até que minha vista escurece e eu não vejo e nem sinto mais
nada.

CAPÍTULO 61
GH

Momentos antes ...

Eu desço as escadas aqui de casa segurando a alça de duas malas com a mão esquerda e
apertando meu celular entre os dedos da direita, tendo o áudio que a Helena me mandou
horas atrás reverberando pelo meu subconsciente como a porra de um lembrete que eu
tenho que ensiná-la a não se meter nos meus assuntos.

"... Pode deixar que agora quem vai sou eu!"

Caralho. Porque aquela demônia tem que ser assim?

Destemida, bibolar... gostosa.


Que desgraça!

O mulherzinha pra não me dar um pingo de paz é aquela lá, papo reto, parece até que veio
sob encomenda pra testar todos os limites da minha paciência.

E olha que eu tenho pra caralho mas quando o assunto é ela parece que eu soco tudo no
cú.

Massageio a têmpora com o polegar ao sentir minha cabeça doer e respiro fundo tentando
me acalmar, repetindo a mim mesmo que está tudo sob controle pois eu já cuidei para que
ela se quer chegue onde o Mattia está, quando meu celular vibra e olhando pra tela eu vejo
que é o Mag me ligando.

Atendo e já deixo ele a par de parte do que está acontecendo pois se eu ainda não fui
conversar com o Mattia e se a Helena quer ir fazer isso agora é por culpa dele que pediu
para que eu mantivesse o noivado por mais uma semana pois o filho da puta italiano
prometeu que segunda feira chegaria uma grande carga de armas pro Comando e o velho
ambicioso quer tê-las em mãos antes que eu acabe com a sua mamata.

Mag - Faça alguma coisa para impedi-la pois se eu fizer você não vai gostar. - ele brada do
outro lado e eu sorrio irônico. - Não ria pois eu não estou brincando, GH.

-- E você acha que eu não sei?

Eu chego no final da escada e coloco as malas no chão, olhando pra porta que se abre
revelando o Ben com um semblante muito preocupado. Ele fala algo enquanto sobe pro
andar dos quartos mas eu o ignoro por ora voltando minha atenção para a pessoa do outro
lado da linha.

-- Só que eu vou te passar a visão Magno. É tú tocando na minha mulher e eu derrubando


um por um da tua família. De mamando a caducando, vai tudo pra vala.

Mag - Gustavo, não torne as coisas mais difíceis do que elas já são.

Seu tom é baixo, quase um sussurro.

-- Não se preocupe, eu não vou. - uso meu tom mais irônico. - Aliás, tenho que desligar pois
igualmente a você que é um homem altamente ocupado, eu também sou.

Eu desligo logo após encerrar minha frase e volto minha atenção pro Ben que desce as
escadas completando o pente do fuzil que ele trás nas suas costas. Ele estrala a língua em
negação e olha pra mala que eu montei pra ele.

Fiz isso porque eu tinha falado pra esse arrombado fazer mas ele ficou me enrolando,
querendo fugir das "férias" que eu decidi que nós merecemos tirar com a nossa mulher.
E tudo porque ao que tudo indica ele tem talassofobia. O que eu vou fazer ele superar na
marra ao levar ele e a Helena pra passar dois dias em alto mar, comigo, no meu iate.

-- Tá rolando o quê?

Ben - Tão seguindo a Helena. - percebo seu tom meio carregado de raiva e medo. - E eu
não consigo falar com os meus que eu coloquei na cola dela justamente pra impedir que
isso acontecesse. - passa a mão na boca, visivelmente nervoso enquanto caminha até a
porta.

-- Benício... - guardo meu celular no bolso da bermuda jeans que estou vestido e me abaixo
pegando as duas malas, caminhando lenta e tranquilamente pra porta em que ele está
parado, esperando que eu fale. - Quem tú colocou na cola da Helena? - pergunto como
quem não quer nada. - E qual o nível de importância deles no movimento?

Ben - Dino e Chorão. - ele se vira totalmente pra mim. - São altamente importantes pois
depois do Nauan são os únicos dos meus que eu confio pra cuidar da proteção da nossa
mulher. - seus olhos se estreitam quando ele os finca nos meus e a impressão que eu tenho
é que ele consegue ver minha alma com o ato. - Por que tú quer saber?

Respiro fundo, ele com certeza não vai gostar de saber o porque mas como a base da
nossa amizade é a sinceridade eu não enrolo na hora de responder:

-- Porque quem está seguindo a Helena são os meus que eu mandei sequestrar ela e dei
carta branca pra derrubar quem tentasse impedir.

CAPÍTULO 62
BEN

Encostado no muro aqui de casa, eu fumo um olhando pra entrada da rua de baixo,
esperando ansioso os fodidos que trabalham pro GH chegarem com a Helena aqui.

Papo reto, eu tô tão puto que tô evitando até olhar pro Gustavo que é pra não descer outro
socão na cara dele igual ao que eu desci assim que ele me falou a merda que tinha
mandado fazer.

Sequestrar a Helena e derrubar quem tentasse impedir...

Atitude de doido, pô. De quem não pensa antes de agir.

E eu já falei para ele rezar pra Helena não sair machucada dessa porra como o Dino e o
Chorão sairam porque se não vai dar ruim para todos os envolvidos mas, principalmente pra
ele.
GH - Eles já estão chegando. - ouço sua voz grossa vim das minhas costas falando o que o
Nauan acabou de avisar pelo radio e logo ele ultrapassa o portão segurando uma bolsa de
gelo no rosto. - Na moral, como que pode uma miséria magra que nem tú ter tanta força no
soco?

Sopro a fumaça olhando pra cara de puta sem pau que ele tá fazendo e inspiro forte pelo
nariz.

Eu perdi o controle legal quando dei o soco nele mas não me arrependo. Gustavo mereceu
por agir pelas minhas costas, fazendo algo que sabia que eu não ia concordar.

GH - Tá puto comigo... Mas sei que tá ciente que se eu não tivesse feito isso, agora mermo
ela poderia estar diante da porra um mafioso que diferente de nós dois não ia se importar se
tivesse que machucar ela.

-- Ah, não fode! - a frase sai sem que eu controle e depois dela mais um monte - Mandou
um bando de brutamontes pra sequestrar nossa mulher e acha que eles fizeram isso como?
Sendo carinhosos e pedindo com educação? - ajeito minha postura e respiro fundo olhando
pro baseado queimando entre meus dedos.

Eu balanço, tirando as cinzas, e volto com ele pra boca para impedir que eu continue
falando.

É o melhor que eu faço. Ficar calado para preservar minha amizade com ele.

GH - Deixei claro que não era pra machucar ela mas se eles tiverem, eu mesmo vou cobrar.
- continuo calado enquanto fumo.

Sei que ele sabe como funciona a porra de um sequestro e não machucar a vítima está fora
de questão. E é essa parte que tá me deixando mais puto.

Em questão de segundos o som de uma buzina de carro invade minha audição e me


virando na direção que veio o som, eu vejo dois se aproximando lentamente.

Presto atenção até que eles param e o cabeça da contenção do GH desce de um deles com
a Helena nos braços.

Meu coração chega a palpitar forte ao ver ela desmaiada e minha raiva se torna crescente a
cada passo que eu dou na sua direção.

-- Fizeram o que com ela? - eu descarto o baseado e me aproximo tirando-a dos braços
dele.

Olho pro rostinho de menina e sinto mó parada ruim ao ver a linha grossa de uma lágrima
seca ali, manchando sua maquiagem.

Machucam minha bonequinha, tenho certeza.


Nando - Nada, pô. Ninguém tocou nela com maldade não. Só "fizemo" o que o patrão
mandou. - encaro ele que parece nervoso e passo minha visão por cada um dos que
descem dos carros, parando rente a porta.

-- Não foi isso que eu perguntei. - travo meu maxilar, engolindo a saliva ao dar minhas
costas pra eles.

Caminho na direção da minha casa, vendo o GH vim encaixando o pente da glock na sua
mão, seus olhos escuros deixando claro que a minha certeza é a dele nesse momento.

Eu não preciso falar mais nada porque pelo olhar que ele dá pra garota nos meus braços,
eu sei que ele está se sentindo culpado o suficiente pra cobrar de cada um ali.

Entro em casa e vou direto pro quarto de visitas. Fecho a porta depois de entrar para que o
isolamento acústico faça seu trabalho e me inclino sobre a cama de casal, devagar
colocando a Helena ali, virando parcialmente meu corpo antes de sentar na beirada.

Me estico e tiro os pequenos saltos dos seus pés, colocando as miniaturas no chão
enquanto noto seu tornozelo esquerdo levemente vermelho.

Quando penso em tocar ela se mexe, soltando um resmungo choroso que eu presto
atenção só para entender.

Helena - Para, tá me sufocando... - sua voz soa grogue e preocupado eu me arrasto pra
cima, tiro todo o seu cabelo do pescoço e só então noto algumas manchas vermelhas ali
também.

-- Mas que caralho! - me abaixo para olhar de perto e sou surpreendido por suas mãos que
em um piscar de olhos vem parar no meu pescoço, apertando com força. - O sua atribulada.
- por ser mais forte que ela, eu ajo rápido tirando de mim e prendendo ao lado da sua
cabeça.

Helena - Me solta! - ela se debate com os olhos fechados e não demora, as lágrimas
começam a rolar pelo seu rosto.

-- Helena! - eu chamo firme, soltando suas mãos e levando as minhas pro seu rosto. - Sou
eu, minha bonequinha. Benício. - falo, e só então ela abre os olhos castanhos claros pra
mim, as orbes mareadas fodendo com meu psicológico. - Tá tudo bem agora, amor.

Helena - Eu pensei que... - ela faz que não e avança me abraçando, o rosto afundado no
meu pescoço enquanto chora baixinho molhando minha pele com suas lágrimas quentes.

Minha respiração chega a ficar pesada de tanto que a sua atitude me afeta e devagar eu a
puxo para sentar de lado no meu colo, deixando nós dois confortáveis enquanto afago seus
cabelos e dou o tempo necessário para ela se acalmar o suficiente pra mim começar com a
série de perguntas.
CAPÍTULO 63
HELENA

Está tudo bem agora...

Repito mentalmente enquanto tento parar de chorar. Eu não entendo porque não consigo e
isso me frustra pois eu já estou tendo dificuldade para respirar.

Ben - Helena, meu amor... - a voz rouquinha soa acima da minha cabeça num tom que me
deixa em paz comigo mesma. - Que tal um copo de água pra repor as que você já expulsou
do seu corpo?

Sorrio em meio ao choro e lentamente me afasto para olhar pro seu rosto.

Meus olhos percorrem cada mínimo detalhe pelo qual eu sou apaixonada. Maxilar
levemente quadrado, lábios grossos, bigode fino... até parar nos olhos castanhos quase mel
que me fitam com carinho enquanto sua mão se ergue secando meu rosto.

Ben - Que bom que parou. Já estava ficando preocupado. - se aproxima dando um beijo
terno na minha testa. - Quer mais um tempo pra digerir o que aconteceu?

Faço que não, olhando pela primeira vez o cômodo em que estamos, sentindo falta do meu
outro homem.

-- Cadê o Gustavo, Nick? - puxo o ar e o catarro pelo meu nariz, vendo ele fazer uma careta
de nojo. - É o quê, coisa fofa? - sorrio me levantando do seu colo, sentindo uma leve dor no
tornozelo que eu faço questão de ignorar ao focar nele.

Ben - Sou soca fofo? - suas sobrancelhas bem feitas se juntam quando ele levanta parando
na minha frente.

-- Entendeu que eu te chamei assim? - passo os braços pelo seu pescoço ouvindo ele
confirmar e sorrio, nervosa, ciente que se eu brincar com esse assunto quem vai sofrer
depois é a bendita que eu carrego entre as pernas. - Espancou meu útero e me suspendeu
pela pica da última vez que transamos. Acha mesmo que eu ia te chamar de soca fofo?

Ele sorri parecendo aliviado e coloca as mãos grandes na minha cintura, apertando
levemente enquanto trás a boca pra perto da minha.

Ben - Acho! - me dá um selinho e logo volta a sentar tirando a camiseta do Flamengo do


seu corpo, passando no seu pescoço onde eu deixei molhado com minhas lágrimas. - Senta
aqui, vamo conversar sobre o que aconteceu. - ele bate na sua perna. - Preciso saber quem
deixou essas marcas em tú e como.

-- Você vai cobrar? - ele confirma. - É isso que o Gustavo está fazendo agora? - percebo
quando ele engole a saliva, demorando quase um minuto pra acenar concordando. - Por
que hesitou?

Ben - Eu não hesitei, bonequinha. - ele sorrir de ladinho para tentar me ludibriar enquanto
estende a mão pra mim pegar. - Vem cá, vem.

-- Não, Benício. Você está me escondendo algo e eu vou descobrir agora o que é. - falo
firme e sem cerimônia saio do quarto, seguindo lá pra fora com ele no meu encalço,
tentando me fazer parar.

Meus olhos vão diretamente pro homem que está em pé diante de vários outros, as costas
largas viradas na nossa direção enquanto ele manuseia sua arma na direção da cabeça de
um dos homens a sua frente.

GH - Então foi tú... - inspiro forte, sentindo o calor do asfalto queimar meus pés descalços. -
O filho da puta que caiu na besteira de machucar minha mulher?

Ben - Helena... - sua voz sussurrada me alcança assim como sua mão que eu sinto
envolver a minha esquerda. - Vamo pra dentro. Gustavo vai conversar contigo depois.

Me viro pra ele, olhando nos seus olhos para tentar entender o porque dele estar agindo
assim e é quando a frase que faz a decepção doer em mim invade minha audição.

- Só fiz o que tú queria que a gente fizesse. - viro meu rosto na direção da voz sem acreditar
no que ouço, reconhecendo como sendo a de um dos meus sequestradores. - Sequestrar a
Paty de morro só pra ela não chegar até o teu sogro mafio... - sua fala é cortada pelo
disparo da arma na mão do Gustavo.

Tão repentino que eu me assusto e solto um grito olhando pro cara alto despencando no
chão com um furo recém feito no meio do rosto.

GH - Que merda! - volto meu olhar para ele percebendo os seus em mim enquanto caminha
na minha direção - Vamo conversar, Helena.

-- Conversar sobre o que, Gustavo? - engulo a saliva e também o choro que forma um nó
na minha garganta. - Vai negar que mandou me sequestrar?

CAPÍTULO 64
GH

Vacilei. Sei disso.

E não vou negar a parcela de culpa que eu tenho nessa merda toda mas também não vou
assumir esse caralho sozinho só porque eu confiei nos meus pra fazer uma coisa e eles
fizeram outra, indo contra uma das principais ordens que eu dei.

Me colocando na situação que eu tô agora.

Meu irmão puto comigo, minha mulher visivelmente decepcionada e eu mentalmente


afetado com isso.

Ben - Acho melhor vocês dois irem conversar lá dentro. - levo minha atenção pra ele que
roda seu olhar por ali. - E aí, perdeu o cú aqui, amigona? Se manda filhote de rato! - giro
minha cabeça o suficiente para vê alguns curiosos por ali. Tava demorando. - Vai com ela,
Gustavo. Eu vou limpar essa bagunça.

Aceno brevemente vendo ele se afastar e quando vou tocar nela, Helena se afasta também.

Helena - Não me toca! - engulo a saliva grossa sentindo meu peito queimar ao ver seus
olhos marejados. Ciente que sou o culpado por eles estarem assim. - Você não sabe como
isso tá doendo aqui. - ela passa a mão direita no meio dos seios e se vira, indo para dentro
de casa.

Sigo atrás dela que vai direto sentar no sofá e faço o mesmo deixando minha arma na
mesinha de centro antes de voltar minha atenção pra ela, sendo direto ao responder a
pergunta que me fez momentos antes.

GH - Mandei sim te sequestrar mas não achei que eles fossem te machucar.

Ela sorri forçado com os olhos cheios de lágrimas e puxa o ar entre os lábios deixando um
soluço escapar dando início ao seu choro.

Helena - Eu não acredito que você foi ingênuo a esse ponto. - ela levanta e me olha com
raiva, os orbes castanhas banhados em lágrimas. - Não acredito que não sabia que eles me
xingaram, apontaram uma arma pra mim, me machucaram, me sufocaram e me drogaram! -
seu lábio treme - Me drogaram, Gustavo. Porque você mandou!

Sinto como se tivesse sido nocauteado pelo pai dela novamente. Na real, acho que um
nocaute me faria sentir menos dor nesse momento.

-- Helena... - eu busco palavras para tentar consertar as coisas mas nada me parece bom o
suficiente e então pela primeira vez na minha vida eu me vejo perdido, rendido e com medo
de perder a única mulher por quem eu daria a minha vida se fosse preciso. - Me perdoa,
amor. - levanto também, querendo chegar perto e acabar com a distância entre nós.
Helena - Te perdoar, Gustavo? - ela limpa o rosto, respirando fundo antes de continuar -
Pelo que, exatamente? Foram tantos vacilos nesses últimos dias que eu não sei por qual
você está me pedindo perdão.

-- Por tudo... - dou um passo na sua direção - Por perder a cabeça ao te ver com teu amigo
tatuador... - dou outro - Por aceitar ficar noivo de outra mulher quando na minha cabeça eu
já tinha planejado cada mínimo detalhe de como iria te pedir em casamento... - mais um, o
último - E principalmente, por mandar te sequestrar quando eu poderia ter dado outro jeito
de impedir que você fosse conversar com o Mattia.

Paro diante dela e pego sua mão esquerda com a minha direita, sentindo seu corpo tremer
com meu simples toque.

-- Não desiste de mim, Helena. - deixo meu orgulho de lado ao pedir, levando minha outra
mão para a lateral do seu rosto, limpando as lágrimas antes de escorregar para a sua nuca
fazendo ela erguir a cabeça e me olhar. - Eu sou impulsivo, vacilo pra caralho mas tô
disposto a segurar a minha onda só pra não te perder.

Helena - Tem medo disso acontecer? - respondo ao seu sussurro embargado com um breve
acenar de cabeça enquanto olho no fundo dos seus olhos lacrimejantes. - Por que?

-- Porque você é a minha vida, Helena. A mulher que eu amo, a que eu escolhi pra chamar
de minha e a que eu quero, daqui a alguns anos, que meus filhos chamem de mãe. - admito
vendo um sorriso fraco se formar nos lábios carnudos e respiro aliviado, finalizando. - Sei
que vacilei, amor... E por mais que seja dificil pra mim, eu vou respeitar se tú quiser um
tempo pra pensar sobre nós dois.

Largo sua mão e subo com a minha pro seu rosto, limpando as lágrimas que devagar vão
parando de sair dos seus olhos.

Helena - Eu te odeio por agir como um filho da puta e por ser o culpado de eu ficar
chorando igual uma condenada. - ela começa, dando um curto passo que faz seu pequeno
corpo grudar no meu. - Mas eu te perdoo porque eu odiaria não ter uma criança de olhos
azuis iguais aos seus me chamando de mãe.

-- Tá falando sério? - sorrio sem controlar, a felicidade explodindo no meu peito.

Helena - Infelizmente. - ela ergue as mãos, prendendo os cachos num coque enquanto me
olha nos olhos. - Mas você tem que prometer que não vai vacilar denovo.

-- Eu prometo, moreninha, prometo. - continuo sorrindo como um idiota.

Helena - É sério, Gustavo. Essa é a última vez que eu vou perdoar um vacilo teu.

-- Entendi. Última vez. - gravo as duas palavras na minha mente pra não esquecer nunca
mais. - Agora vem cá. - encaixo minhas mãos na sua nuca e seguro firme trazendo ela pra
mim.
Lambo seus lábios com gosto de lágrimas e logo em seguida os cubro com os meus,
pegando todo o domínio do beijo pra mim ao pressionar forte minhas mãos na sua pele,
deixando ela imóvel, numa necessidade fodida deslizando minha língua sobre a sua,
sugando e mordendo seu lábio até que um gemido baixo sai dela, fazendo meu corpo
reagir a ele.

Caralho.

Sem pensar muito eu desço com uma mão pra sua cintura, pronto pra jogar ela no sofá e
foder aqui mesmo quando o som de um tiro vem lá de fora, seguido da voz gritante do Ben.

Ben - É daí pra trás, satanás! Não te felei que o mano foi buscar tua filha? Então, sussega
esse cú italiano aí.

Helena cessa o beijo automaticamente me empurrando com força para trás e respira
ofegante enquanto me fuzila com os olhos.

Porra, a gente tava indo tão bem.

Helena - Acho melhor você ir lá fora porque ao que tudo indica seu sogro está aí. - ela diz
irônica e me dá as costas indo na direção das escadas.

Travo o maxilar, pensando rápido.

Acabei de prometer que não ia mais vacilar e não vou.

-- Helena! - chamo enquanto caminho até ela que para no primeiro degrau sem se virar pra
mim. - Vamo comigo lá pra fora. - paro atrás dela deslizando minha mão para a sua barriga,
deixando minha palma aberta antes de puxar ela de uma vez pra mim, colando seu corpo
no meu. - Mostrar pra quem quer que esteja lá que nós três somos mais fortes juntos. -
sussurro no seu ouvido, vendo ela se encolher ao sorrir. - O que você acha?

Helena - Eu, você e o Nick contra o mundo? - sorrio. Gostei disso.

-- É… Nós três contra o mundo.

CAPÍTULO 65
BEN

Estava observando os meus sair com o corpo que o GH deixou pra trás quando minha
atenção foi para a entrada da rua de baixo. Especificamente, pro Nauan que entrou
pilotando sua XRE e logo atrás dele, três SUVs que de longe se notava que eram blindados.
Estalei a língua no céu da boca em negação já prevendo a treta quando do carro do meio
desceu o velho Mag e um outro que se apresentou como o pai da piranha sonsa.

Não deu outra. Eu previ, aconteceu...

Mattia - Atirou para acertar-me, figlio di puttana? - com o maxilar travado eu olho ele parado
no portão da minha casa. Até tento não responder a pergunta de resposta óbvia mas
quando percebo, já falei:

-- Além de surdo, tú ainda é cego? - ignoro as várias armas apontadas para mim pelos seus
e ergo a minha na sua direção mais uma vez. - Se eu quisesse te acertar, eu tinha acertado.
- movo a ponta da arma pros seus pés - Mas tá vendo esse buraco perto do teu pé aí? Pois
é, ele é a prova que eu não queria.

Mag - Benício, por favor... - volto minha atenção pra ele que faz gesto com as duas mãos -
Abaixe essa arma, criança.

-- E essa intimidade, tú tirou da onde? - franzo minhas sobrancelhas. - Falar educadamente


eu até tô ligado que é pra impressionar o engomadinho ali mas me chamar de Benício como
se tivesse intimidade? - nego com a cabeça. - Aceito não, até porque nem de tú eu gosto.

Falo mermo. Tô cansadão desse velho, ainda mais depois que soube que ele andou
ameaçando fazer mal pra Helena.

Mattia - Até que enfim você apareceu. - me viro novamente, vendo ele falar olhando lá pra
dentro de casa. - Quem é a bella ragazza?

Solto um riso anasalado ao ouvir o nervoso do GH, seguido da voz gostosinha que faz meu
corpo vibrar ao falar:

Helena - Me chamo Helena. Sou a mulher do Gustavo e do Benício. Prazer em conhecê-lo,


Don Caccine.

Ela surge no meu campo de visão. Os saltos que eu lembro ter tirado nos pés pequenos, o
vestido bege até abaixo do joelho marcando as excepcionais curvas do seu corpo, o cabelo
preso num coque com duas mechas cacheadas soltas na frente do seu rosto e a porra da
confiança que só um Mikhailov tem exalando em cada mínimo movimento dela.

Deus, me permita viver com essa mulher até o fim da minha vida.

Mattia - Perdão, acho que não entendi direito. - seu olhar confuso vem pra mim e volta pra
ela que sai de mãos dadas com o GH, caminhando na minha direção. - Você é mulher do
Gustavo?

Helena - E do Benício também, não esqueça. - completa parando ao meu lado, soltando a
mão do GH que para ao seu - E é sobre isso que eu gostaria de conversar com o senhor -
ela ajeita a postura, elevando seu rosto que se mantém sério.
Mattia - Conversar comigo? - ele sorri pela primeira vez desde que chegou. - Só um
momento. - ergue o indicador caminhando até a gente, parando a dois passos na frente
dela. - Sou todo ouvidos para você, bella ragazza.

Respiro fundo descendo meu olhar pra arma na minha mão e sorrio nervoso, era só um tiro
no meio da testa dele.

Gustavo - Contenha- se Mattia. Helena é casada... - sua voz grossa sai carregada de ódio. -
E seus maridos são extremamente ciumentos.

Helena - E eles não vão fazer nada... - ela corta a onda dele. - Porque essa conversa vai
ser rápida pois eu estou com fome. Muita fome. - ela dá um passo para frente e nos olha
por cima do ombro de modo sugestivo antes de voltar seu olhar pro filho da puta italiano.

Olho rapidamente pro GH e mesmo que ainda esteja puto com ele, sorrio sabendo que a
greve em que nós dois fomos postos vai chegar ao fim.

Finalmente!

Mattia - Sendo assim, gostaria de almoçar comigo? - ele olha diretamente pra ela
esperando por sua resposta e quando eu penso em responder, matar ele, começar uma
guerra e o caralho todo, a voz dela corta meus pensamentos.

Helena - Eu adoraria. - é o quê? - Com uma condição. - o italiano pede para que ela fale e
eu e o GH ficamos iguais dois idiotas, só olhando. - Esse noivado do Gustavo com a sua
filha... Ele acaba hoje, mais precisamente, agora.

Mattia - Seu pedido é uma ordem. Noivado desfeito. - ele acena brevemente. - Assim como
todos os meus negócios com o Comando Vermelho.

Mag - Não! - ele grita indignado lá do outro lado da rua onde tem sombra. - Você não pode
desfazer uma aliança dessa forma. Fazer as vontades de uma adolescente mimada, de
uma vagabunda só porque você quer foder com ela! - brada vindo na nossa direção
enquanto aponta o dedo pra Helena.

Eu e o GH agimos no automático tomando a lateral do corpo dela, os dois empunhando


suas armas na direção do fodido fazendo ele parar instantaneamente.

Mag - Vocês não podem me matar. - diz confiante mas não se atreve a dar um passo de
onde está. - Sabem que eu sou imune e se vocês fizerem isso vão acabar morrendo, todos
vocês. - ele olha diretamente pra Helena fazendo o sangue circular quente por minhas
veias.

Minha razão pedindo pra mim manter a calma e eu perguntando: Que calma? Nunca tive
essa porra.
Mattia - Eles não... - sua voz carregada vem das nossas costas e logo ele surge ao lado do
GH - Mas eu sim. Você me insultou ao dizer que eu gostaria de foder com uma garota que
provavelmente tem a idade da minha filha caçula. - ele ergue a mão fazendo gesto com os
dedos pros seus, e logo se aproximam uns quatro. - Levem ele e façam parecer que foi um
infarto fulminante. Isso sempre ocorre com pessoas da terceira idade.

Reprimo meus lábios e de soslaio olho pro GH que faz o mesmo, os dois ciente que um
problema vai ser cortado pela raiz, infelizmente não por nós.

Mag - Seu italiano desgraça... - sua voz é abafada pela mão de um dos homens que o
imobiliza por trás.

Eu deixo de prestar atenção nele para olhar pra entrada da rua de cima, vendo o Nauan
entrar pilotando sua moto com a piranha sonsa na garupa.

Minha deixa pra expulsar todo mundo.

-- Tua filha tá chegando. - me viro pra ele sentindo a mão da minha mulher entrelaçar na
minha. - Fica a vontade pra pegar ela e sumir do meu morro.

Mattia - Acredite, eu vou. - esperamos eles encostarem e a sonsa descer arrumando a


camiseta masculina no seu corpo, meu olhar indo direto pro Nauan que desce em seguida e
segura a mão dela, me fazendo reprimir o riso.

Ele não vai fazer isso não. Vai?

Nauan - Vem, Aninha. Vamo resolver logo isso. - ele coloca a morena na sua frente e a
sonsa tem a cara de pau de sorrir olhando "disfarçadamente" pro GH enquanto o gado
perde a postura atrás dela, coitado.

-- Sou obrigado a ver isso não. - resmungo olhando pro relógio no meu pulso marcando
quase três da tarde.

Nem almocei ainda e tá me dando uma broca do caralho, acho que é por isso que eu tô
irritado.

-- Vamo colar lá no restaurante da tua tia, minha bonequinha?

Helena - Vamos sim. - diz entredentes olhando pro GH. - Eu quero que você devolva o
sorriso, Gustavo. Eu só quero.

GH - Pra tú me matar com razão? Eu passo. - ele gira seu corpo vindo parar na frente dela -
Vou sorrir só pra você agora. - e ignorando todos ao nosso redor, se abaixa dando um beijo
na boca gostosinha.

Ele é rápido mas intenso o suficiente para me deixar duro e com água na boca. Eu hein,
parada estranha.
Saí de mim cão.

Estávamos quase saindo para deixar o Nauan resolver o caô dele quando a voz do italiano
nos faz parar.

Mattia - Gustavo! - chama um e os três se viram. - Acho uma boa idéia você e seus
companheiros curtirem bem os próximos três dias. - ele coça a lateral do seu rosto
quadrado. - Na madrugada de segunda para terça minhas armas chegam e eu não tenho
planos de deixá-las guardadas.

GH - Está declarando guerra contra mim, Don Caccine?

Mattia - Não só contra você, contra o CV inteiro por ter me feito de idiota e ter deixado que a
minha filha se tornasse noiva de um homem comprometido, sujando ainda mais a honra
dela e da família Caccine.

GH acena entendendo, sua expressão impassível quando ele diz simplesmente:

"Ok, eu farei o que diz."

Mattia - Um último tópico antes de vocês irem. - bufo irritado, eu vou acabar matando um se
não me alimentar nos próximos minutos. - Helena, mia bella ragazza. Gostaria de remarcar
nosso almoço, estou apaixonado pelo seu perfil e gostaria que você fosse uma das
divulgadoras dos produtos da minha empresa de cosméticos capilares e corporais.

Presto atenção na minha menina, ela sorrir largamente com a oferta mas logo fica séria, dá
um breve olhar pra mim e pro GH pegando o nosso nela e aperta nossas mãos, voltando
sua atenção pro italiano.

Helena - Sua oferta é tentadora mas não o suficiente para que eu aceite, ainda mais se
levarmos em consideração que você acabou de declarar guerra contra meus maridos. - ela
sorrir confiante. - E se você declara guerra contra eles, automaticamente declara contra
mim pois nós três somos um.

Sorrio orgulhoso com sua fala que deixa o don sem reação, e com isso nós saimos, indo
almoçar já programando o resto dia que acabaria com a gente dentro do iate do GH.

CAPÍTULO 66
HELENA
-- Domingo nós estamos de volta. Não precisa se preocupar. - falo com minha mãe
enquanto ando pelo cais particular, vendo de longe o Gustavo e o Benício tirando as coisas
do carro.

Nós chegamos agorinha e como eu não vi a minha mãe quando passei em casa para pegar
algumas coisas pra passar dois dias longe de tudo e todos com os dois, eu resolvi ligar já
estando aqui que foi para não correr o risco dela me convencer a ficar.

Afrodite - Como não se preocupar Helena? São dois dias com esses machos transantes. Eu
não quero ser avó de novo. Você levou camisinha? Seu remédio? Ai meu Deus. Helena vai
engravidar, tenho...

-- Calma, mãe. - dou risada da sua neura, e vendo meus homens se aproximando decido
brincar. - Eu estou menstruada, portanto, sem relações sexuais pelos próximos seis dias.

- Como é? - os dois falam juntos, os cenhos franzido em descrença.

Afrodite - Graças a Deus. Isso é livramento. Obrigada senhor! - consigo visualizar ela
agradecendo enquanto olha pro céu - Sendo assim, faça uma boa viagem e toma cuidado
com esses dois. Ainda não perdoei eles mas se você que foi a prejudicada perdoou, eu vou
tentar também.

-- Está bem, mãe. - mantenho a mentira por ora, não vou desmentir com os dois me
olhando visivelmente frustrados, ainda parados próximos a mim. - Tenho que desligar. Amo
a senhora.

Afrodite - Okay. A mamãe também ama você. - respiro fundo e depois de pedir sua bênção,
eu desligo. Voltando minha atenção pros dois.

-- Tem mais alguma coisa no carro pra pegar? - guardo meu celular no bolso do short e me
ponho a caminhar na direção do mesmo mas Gustavo me impede, entrando na minha
frente.

GH - Nós pegamos tudo. - me olha de cima pra baixo por causa dos mais de 30 cm de
diferença de altura entre nós. - Parou de tomar o remédio só pra menstruar?

Droga, esqueci que ele sabia desse detalhe.

-- Sim... - minto descaradamente. - Eu estava com medo de estar grávida aí resolvi parar
pra vê se descia. - reprimo meus lábios para não rir. Estou mentindo tão bem que sua feição
é de quem está acreditando. - E desceu.

Benício - Então cê não tá grávida? - faço que não ao olhar pra ele, a luz dos refletores
iluminando seu rosto pálido me fazendo franzir o cenho. - Caralho, que alívio.

-- Que alívio? Então é isso que você sente quando eu falo que não estou grávida de um
filho seu? - finjo estar chateada e cruzo meus braços, caminhando pro iate ancorado rente
ao cais.
Rindo interiormente enquanto os dois vem atrás oscilando entre me chamar e discutirem
entre si.

Entro com cuidado na embarcação que balança levemente e sigo pra dentro. Eu já havia
feito isso antes e fiquei impressionada com o quão ele é espaçoso.

De cara, tem um pequeno espaço que o Gustavo disse se chamar popa. A tal "popa" tem as
extremidades laterais enfeitadas por uma espécie de sofá de couro preto. Passada ela tem
uma porta de vidro que ao ultrapassar você dá de cara com a sala bem equipada, em
seguida, cozinha e por fim, os quartos. Sendo um com uma simples cama de solteiro e um
outro que é uma suíte com a enorme cama de casal e televisão na parede ao lado do
guarda roupa. E isso sem falar nos outros dois andares de cima que eu deixei para ver
amanhã quando estiver de dia.

Ben - Deixa que eu converso com ela sozinho e vai fazer o teu antes que eu decida fazer o
que meu corpo e a minha mente querem.

GH - E o que seria? - ouço os dois falarem enquanto entro na suíte.

Ben - Sair daqui e ficar o mais longe possível desse barco... - ele se cala quando o iate
balança. - Caralho, eu tô passando mal. Vou sair aqui rapidão...

GH - Que mané sair. Tú vai ficar aí desgraça. Já entrou, agora fica! - ele grita mas seu tom
é divertido e curiosa como sou, eu vou ver o que está acontecendo.

Ben - Me deixa sair, Gustavo. Na moralzinha. - me encosto no batente da porta do quarto e


olho o Gustavo parado na porta de vidro, impedindo sua passagem. - Caralho, tô até
tremendo.

E é aí que eu me lembro: Benício tem talassofobia, um medo incomum de mar e tudo que
habita nele.

-- Amor... - chamo sua atenção pra mim e devagar vou até ele, estendendo minha mão. -
Vem comigo.

Ben - Não, bonequinha. Não dessa vez. - ele se vira novamente pro Gustavo. - Ou tú sai por
bem ou sai por mal. Tô te dando uma chance de... - ele se cala quando sente minha mão
entrelaçar na sua que está fria e levemente trêmula.

Eu respiro fundo, vendo e sentindo que ele realmente não está bem mas determinada a
fazer ele ficar e vencer esse medo.

-- Tá tudo bem, amor. - eu aperto sua mão. - Vem, deixa eu te mostrar o quarto. A gente
pode ficar lá até você se acalmar. - vou puxando ele devagar e quando estou passando da
cozinha olho pro Gustavo que sorrir aliviado. - Você vem, amor?
GH - Daqui a pouco, moreninha. Vou levar a gente pro lugar que eu quero e depois desço
pra dormir com vocês. - aceno brevemente, ciente que ele é o nosso piloto. - Já que é só
isso que a gente vai poder fazer mesmo. - diz e bufa, saindo lá pra fora para fazer algo que
eu não vejo pois entro no quarto com o Benício e fecho a porta, empurrando ele pra sentar
na cama só pra ir sentar no seu colo.

Ben - Eu acredito que tú seja alguma espécie de bruxa, sereia de terra firme. - ele diz sério,
abraçando meu corpo enquanto afunda seu rosto no meu pescoço. - Porque não tem lógica
eu fazer tudo que tú quer, na hora que tú quer. - sinto as lufadas de ar quente rente a minha
pele e começo a soltar pequenos suspiros. - Helena... - me arrepio inteira com o tom rouco
usado por ele. - Sobre a sua não gravidez...

-- Está tudo bem, Nick. - o interrompo. - Não vamos falar sobre isso.

Ben - Por mais que eu queira, eu não tô pronto pra ser pai. - sinto uma pontada de tristeza
na sua voz e envolvo seu rosto nas minhas mãos, me afastando o suficiente para olhar pra
ele. - O meu foi um fodido Helena e o mais próximo que eu tive de um foi o teu avô que... -
ele engole as palavras e estremece quando sente o iate se movimentar - Ai caralho.

-- Ei... - eu firmo o aperto no seu rosto - Olha pra mim, amor, só pra mim. - suas orbes
olham de um lado ao outro como se ele estivesse buscando uma rota de fuga e suas mãos
tentam a todo custo me tirar de cima dele. O que seria até engraçado se não fosse
desesperador. - Benício, caralho! - falo firme e o beijo com força, reivindicando sua boca
quando forço minha língua entre seus lábios que se abrem pra ela passar.

Deslizo pelo seu céu sentindo o gosto da maconha que ele veio fumando ascender a chama
do tesão em mim e escorrego as mãos pros seus ombros, empurrando pra trás, fazendo ele
deitar.

Ben - Helena... - geme contra minha boca. - Tá menstruada, amor. Vamo respeitar o tempo
que o teu corpo usa pra se limpar. - grito interiormente, esse homem é tão certinho, as
vezes, que me irrita.

-- Cala a boca! - ofego, dou um selinho e desço espalhando beijo pelo seu pescoço, por
cima da camiseta de gola branca, descendo. - Eu menti. Não estou menstruada coisa
nenhuma. - eu pisco e ele inverte nossas posições.

Ben - Sua mentirosinha do caralho. - sorrio sentindo ele pressionar sua ereção contra o
meio das minhas pernas, arfo pesadamente. - Faz um pra mim?

-- Tudo que você quiser. - me aqueço com seu olhar fixo nos meus.

Ben - Encima da mesinha na sala tem uma sacola com bebidas e outras coisas. Vai lá
pegar pra mim. - ele se afasta repentinamente me deixando frustrada porque pensei que ele
fosse me foder com força agora. - Vou esperar o Gustavo pra gente fazer isso juntos. - diz
como se tivesse lido a minha mente. Será que isso é possível? - Não quero te deixar
cansada.
Ele volta prendendo minhas mãos acima da minha cabeça, se empurrando firme contra meu
meio só pra me instigar com sua dureza que eu sinto através do tecido jeans que nós dois
usamos.

Ben - Quero você cem por cento pra sustentar a mentira enquanto tiver levando duas rolas
ao mesmo tempo. - sussurra roucamente no meu ouvido enquanto aperta a lateral da minha
coxa com a outra mão - Uma na bucetinha e a outra no cuzinho. - ofego cheia de tesão
quando ele mordisca meu lóbulo, só imaginando a cena. - Só socada violenta até a gente
cansar e te encher de leite. Você quer isso, Helena?

-- Sim... - gemo a resposta, rebolando meu quadril em busca de mais contato.

Ben - Você vai ter. - se afasta novamente, me deixando ofegante, trêmula e ansiosa sobre a
cama. - Vai lá pegar pra mim. - ele manda e como uma cachorrinha obediente, eu vou.
Voltando logo em seguida olhando pro interior da sacola, notando que além de bebidas
também tem camisinhas, lubrificante e um tal de sorvete quente que são pequenos potes de
30g, tem bem uns seis dele.

-- O que é esse sorvete quente? - coloco a sacola sobre a cama e ergo meu olhar pra ele
percebendo só então que o gostoso está só de cueca. Chego a rir de nervoso. - Me foder tú
não quer, mas me instigar...

Ben - Daqui a pouco tú vai saber. - diz pegando uma garrafa dourada de absolut. - E quem
disse que eu não quero te foder? - ele abre a garrafa e leva à boca, bebendo no gargalo
como se fosse água. - Quero. Quero muito.

Noto que ele continua tremendo, buscando na bebida uma forma de se acalmar. Algo que
eu não posso deixar pois se ele continuar bebendo assim vai acabar dando pt antes mesmo
de me foder. E ele vai me foder, querendo ou não.

Eu, hein, ninguém mandou me instigar.

-- Que tal trocar o álcool por outra coisa? - ele me olha visivelmente confuso até que eu
começo a me despir, começando por meu cropped que ao tirar faz meus seios com bicos
durinhos se revelarem pra ele.

Ben - Helena... - ele grunhe, nervoso. - Vai fazer o que, demônia?

-- Te acalmar, amor.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Inspiro forte ao sentir algo morno ser despejado nos meus seios e acordo pra esse sonho
que é ter meus dois homens nús, ajoelhados ao meu lado, ambos segurando um potinho de
sorvete quente enquanto despejam uma espécie de óleo com cheiro de morango em mim.
Me mexo, percebendo só então que minhas mãos e meus pés estão algemados de maneira
a me deixar totalmente aberta na cama.

Eita.

GH - Finalmente acordou... - volto meu olhar pro azul dos seus que queimam de desejo. -
Mentirosinha safada. - ele entrega o seu pote pro Ben e se inclina sobre mim, uma mão
servindo de apoio ao lado da minha cabeça e a outra vindo parar no meu seio,
massageando com calma. - Meia noite, moreninha. - sussurra rente ao meu ouvido direito,
mordiscando meu lóbulo e me fazendo suspirar.

Ben - Dezenove anos de pura safadeza. - estremeço quando ele se inclina fazendo igual do
lado esquerdo, os dois espalhando o óleo sobre minha pele aquecida. - Pronta pro segundo
round?

-- Acho que sim. - fecho meus olhos e suspiro pesado quando os dois em sincronia dão um
tapa nos meus bicos durinhos e, em seguida, descem com suas mãos enormes por minha
barriga, fazendo meu corpo tremer quando se enfiam por dentro da calcinha que eu me
recusei a tirar enquanto transava com o Benício.

GH - Quer gozar presa aqui na cama ou em pé, suspensa na porta? - mordo meu lábio pra
reprimir o gemido quando um deles desliza dois dedos para dentro de mim enquanto o outro
esfrega meu clitóris que vibra com a atenção recebida. - Responde.

-- Aqui... - reviro meus olhos quando sinto os dedos se curvarem em meu interior com certa
brutalidade que só ele tem e logo em seguida as bocas quentes envolverem meus mamilos,
rodeando meus bicos com a língua enquanto sugam com força.

Serpenteio sobre a cama gemendo alto com os vários estímulos que recebo, quase a ponto
de enlouquecer de tanto tesão.

GH - Chupa ela, Ben. Faz nossa mulher gozar bem gostoso na tua boca. - abro meus olhos
que nem lembro de ter fechado quando sinto os dois me deixarem e respiro ofegante vendo
o Benício descer da cama, pegando um copo na mesinha de cabeceira antes de ir pro meio
das minhas pernas. - Abre a boquinha meu amor. - volto minha atenção pra ele que se
ajeita ao meu lado trazendo seu pau magnífico pros meus lábios.

Ainda ofegante, eu obedeço colocando minha língua pra fora, tocando a glande rosada e
melada de pré gozo, sentindo o salgadinho do líquido dominar minha boca.

Delícia!

Gustavo se empurra lentamente na minha boca e lá embaixo eu sinto minha calcinha ser
posta de lado, Benício escorrega sua língua quente na minha fenda ainda melada do nosso
sexo, me lambendo gostoso antes de sugar meu nervinho com força.

-- Ahhh... - gemo alto inclinando minha cabeça pra trás e Gustavo aproveita a posição para
me empalar, socando seu pau na minha boca até tocar minha garganta.
GH - Faz agora, Benício! - tensiono com seu tom autoritário, recebendo seu olhar banhado
em luxúria enquanto reprimo minha ânsia ao ser sufocada por seu pau comprido que me
impede de gemer e até gritar quando sinto algo gelado ser enfiado na minha buceta.

Arregalo meus olhos, Gustavo se retira me dando tempo para puxar o ar somente uma vez
antes de voltar, começando a foder a minha boca no mesmo instante em que o Benício dá
um tapa estalado na minha buceta.

Meu corpo treme sentindo o frio do objeto que foi posto nele, meus olhos enchem de
lágrimas por causa da mistura de dor e prazer que eu começo a sentir e tudo isso se
intensifica quando o Benício penetra dois dedos em mim, tocando o pontinho que só ele
sabe enquanto prende meu clitóris entre os lábios, esfregando com a ponta da língua de um
lado pro outro com força.

É o meu fim.

O arrepio intenso toma meu corpo que se inrigese, sofrendo fortes espasmos quando o
orgasmo me consome.

Gustavo se retira da minha boca, deixando ela livre para que meus gemidos de prazer
saiam, e punheta seu pau rapidamente, gemendo rouco quando seu gozo quente jorra
melando meu rosto todo.

Fecho meus olhos quando isso acontece e respiro ofegante recebendo duas batidinhas
dadas pelo seu pau na minha bochecha.

GH - Porra, como eu amo fazer isso contigo. - diz e então toma minha boca num beijo
rápido e intenso sem se importar se ela está melada com seu esperma ou não. - Não abre
os olhos agora que eu vou te limpar. - sussurra ao se afastar.

Arfo pesadamente sentindo o objeto gelado ser puxado de dentro de mim e choramingo
sentindo só então meus pulsos e tornozelos doerem.

-- Me solta... por favor.

Ben - Calma aí, bonequinha. Vou fazer isso agora.

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Estando solta e com o rosto limpo eu sento na cama olhando pro objeto que o Benício
enfiou em mim. É uma espécie de bolinha de silicone presa numa cordinha.

GH - Toma aí. - ele entra do jeito que veio ao mundo me estendendo o copo de água que eu
pedi e senta ao meu lado beijando meu ombro. - Parou de doer? - olha pro meu pulso.
-- Não... - dou um gole na água. - Eu não entendo qual o teu fetiche em me marcar com
algemas e cordas.

Ben - Coloca o chicote nessa lista também porque ele queria te acordar com algumas
chicotada na buceta. Eu que não deixei. - engasgo com a água e arregalo meus olho pro
Gustavo que sorrir sacana. - São Brás, no copo tem mais! - levo um tapão nas costas dado
por ele.

-- Hum... - gemo de dor me contorcendo depois do golpe. - Me mata logo.

Ben - Foi mal. - ele pega na minha cintura e me puxa pra trás. - Deixa eu ver se ficou a
marca. - sinto sua mão arrastar meu cabelo pro lado e delicadamente tocar minhas costas,
fazendo a linha que eu tenho certeza ser da minha tatuagem, ele se apaixonou por ela. -
Linda... - seu toque me causa arrepios. - Gostosa... - beija meu ombro, roçando os pelinhos
do seu queixo ali. - E minha. - suas mãos apertam firme minha cintura e eu tremo olhando
pro Gustavo que toma o copo da minha mão, colocando no chão antes de estender a sua
pra mim.

GH - Nossa, irmão. Nossa! - coloco minha mão sobre a sua e devagar levanto da cama,
sendo puxada contra ele que cola nossos corpos. - Porque tú ainda tá com isso? - suas
mãos tocam o tecido da minha calcinha e eu só sinto a pressão dela tendo sua lateral
rasgada por ele que sorri orgulhoso fazendo do outro lado.

-- Não estou mais. - suspiro olhando pra baixo, vendo o tecido desaparecer quando ele
puxa por trás.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

GH - Não, não está. - suas mãos tocam minhas polpas. - Pula! - eu obedeço enlaçando seu
pescoço com meus braços e seu quadril com minhas pernas. Meu corpo entrando em
combustão novamente só de sentir sua ereção escorregar entre meus lábios íntimos. - A
gente vai entrar junto em você dessa vez.

Ele avisa e no mesmo momento eu sinto o calor de outro corpo entrar em contato com o
meu.

Olhando por cima do ombro, eu pego o Benício espalhando lubrificante no seu pau grosso
deliciosamente enfeitado com o piercing, me olhando sorrindo de ladinho, os caninos
sobressaindo o ferrinho do aparelho sendo o motivo da minha buceta pulsar.

-- Ai caralho... - sem querer, falo. - Amo muito vocês dois. - volto meu olhar pro Gustavo que
sorrir todo lindo enquanto separa as bandas da minha bunda, deixando meu cuzinho
exposto para o Benício.

Ben - Quero te ouvir gritando isso quando tiver gozando bem gostoso nas nossas picas. -
sinto o lubrificante gelado ser deslizado por minha fenda e arfo em antecipação tendo ele
pressionando sua glande gorda no meu buraquinho. - Se doer, tú fala que eu paro na hora.
Tá ouvindo?

-- Estou. - apoio minha testa no ombro do Gustavo e gemo manhosa sentindo o Benício se
empurrar lentamente pra dentro de mim. - Ain! - choramingo quando sinto a bolinha lateral
do seu piercing roçar na minha pele sensível ao ser envolvida por minhas pregas que se
apertam na sua glande gorda quando esta me arromba aos poucos me fazendo esquecer
como se respira.

Ben - Quer que eu tire?

-- Não! - falo rápido, sendo tomada pela vontade de ter os dois de uma vez. - Gustavo... -
levo minha boca pra perto da sua, gemendo. - Quero você também, amor. Bem gostosinho.

GH - Você vai ter. - ele me dá um selinho. - Segura ela, irmão. - pede e logo eu sinto as
mãos grandes do Benício segurarem firme minha cintura, chego a ficar molinha. -
Desenrosca as perninhas meu amor. - faço como pede, sentindo ele se encaixar na minha
entrada, em seguida, passando as dobras das minhas pernas pela dos seus braços.

Gustavo ergue seu olhar pro homem atrás de mim e acena em confirmação, tendo seu
gemido abafado por mais um dos meus gritos ao sentir ele escorregar de uma vez pra
dentro da minha buceta encharcada, no mesmo instante em que o Benício lentamente no
meu cuzinho.

GH - Caralho! Como eu tava com saudade dessa bucetinha gostosa. - ele toma minha boca
num beijo lentinho e então começa a se movimentar.

Dor e prazer fazendo cada terminação nervosa do meu corpo vibrar quando eles começam
a entrar e sair ao mesmo tempo, numa sincronia perfeita.

Benício bate nossos corpos com força enquanto mantém um ritmo frenético segurando
firme na minha cintura, me fazendo subir e descer na pica dos dois que pulsa ao ter cada
centímetro delas me arrombando.

Eu gemo descontroladamente contra a boca do Gustavo, arrepiada dos pés a cabeça,


ouvindo os gemidos roucos dos dois me deixarem mais molhada do que eu já estava.

Meus seios balançam roçando seus bicos enrigecidos no peitoral musculoso do meu
homem e isso só intensifica meu prazer.

-- Gozem comigo... - seguro firme no seu pescoço e colo nossas testas, olhando no fundo
dos seus olhos azuis quando sinto o primeiro sinal do meu orgasmo, contraio fortemente
minha buceta e o vejo revirar os olhos. - Por favor, amor. - tombo minha cabeça pra trás, no
ombro do Benício, e aperto meus dedos dos pés sentindo meu corpo todo tremer quando
orgasmo explode em mim me fazendo gritar de prazer.

Os dois fazem minha vontade, batendo firme nossos corpos antes de se afundarem em meu
interior, gemendo roucamente ao me encheram com suas porras.
Chego a ficar sem fôlego quando eles param completamente atolados em mim, me fazendo
ouvir as duas respirações pesadas se misturando com a minha quando ambos se
aproximam pra falar rouca e ofegantemente no meu ouvido:

- Feliz aniversário, bonequinha ... - estremeço inteira com o apelido sendo dito pelos dois e
me esforço pra manter meus olhos abertos quando ouço um deles sussurrar:

- Aceita se casar com a gente?

CAPÍTULO 67
GH

-- Ela não fez isso não, fez? - eu olho incrédulo pra garota nos meus braços, os olhos
tremendo se esforçando pra abrir e a boca soltando gemidos baixos me dando um misto de
sensações.

Pô, eu acabei de pedir ela em casamento e em vez do "sim, eu aceito" eu recebi foi um belo
vácuo.

Ben - Ela fez. - ele rir beijando a cabeça dela que está deitada em seu ombro. - E a gente
nem pode ficar puto já que também faria se tivesse gozado quatro vezes quase que
seguidas. - ele suspira pesado afastando o quadril pra trás, saindo dela enquanto faz nossa
mulher deitar a cabeça no meu ombro.

-- Quatro vezes? - tento controlar minha indignação na voz e ele sorrir de lado. Filho da
puta. - E aquele lance de: foi só uma rapidinha, nem deu tempo dela cansar.

Repito o que ele me falou enquanto caminho com ela pra cama e com a sua ajuda, deito
nossa mulher, levantando em seguida pra enrolar uma toalha no meu quadril e pegar os
lenços umedecidos pra limpar ela enquanto ele vai pro banheiro.

Ben - Mas foi só uma rapidinha. O lance é que Helena goza rápido se tú souber onde
estimular e se tem um bagulho que eu sei nessa vida, é onde tocar nessa mulher pra fazer
ela gozar gostoso. - se gaba de lá e daqui eu ouço a água do chuveiro caindo. - Deixa que
eu limpo ela e faz um pra mim. Pega lá minha mala.

Coloco a embalagem de lenço no canto da cama e vou na sala pegando tanto a sua quanto
a da Helena, voltando pro quarto no mesmo instante em que ele sai molhado do banheiro
enrolando a toalha que tinha lá na sua cintura.
-- Cê tá ligado que vai ter que sair desse quarto, né? - vejo ele pegar o lenço e começar a
limpar delicadamente a bucetinha dela que lentamente expele minha gala.

A mandada nem se mexe e se não fosse pelo movimento dos seus seios que denunciam a
respiração tranquila eu até diria que morreu, de levar rola.

Ben - Não. Posso muito bem sair só amanhã quando a gente voltar pra terra firme. - sou
obrigado a rir da seriedade que ele põe na voz enquanto fala e pra não revelar meus planos
pra tirar ele daqui eu resolvo ir tomar um banho.

Demoro embaixo da água morna antes de sair, indo pegar uma cueca na minha mala
enquanto observo o Ben franzir o cenho pro celular nas suas mãos.

-- Qual o caô da vez? - visto a preta da Calvin Klein, passo desodorante e pego a aliança
dentro da caixinha de couro vermelho da Cartier antes de me juntar a ele, deitando do lado
da nossa mulher que está vestida somente com uma calcinha de renda lilás. Uma
verdadeira tentação pra quem provaria dela a noite toda.

Ben - Acabaram de achar o Mag morto na casa dele e agora os mano da facção tá tudo
puto aqui no grupo porque não conseguem falar contigo.

-- E vão continuar porque agora eu vou dormir. - sob o seu olhar eu coloco a aliança no
anelar da mão direita dela, dou um beijo e espero ele fazer o mesmo para puxar ela pra
mim, envolvendo seu corpo pequeno numa concha. - E daqui a pouco e amanhã vou tá
ocupado demais dando atenção pra nossa mulher. - ergo a mão tocando no interruptor
encima da cabeceira da cama e apago a luz do quarto deixando ele iluminado com a que
vem do banheiro pois sei que a Helena tem medo de escuro.

Ben - Vou dormir também. Deixar pra me estressar com essa porra quando a gente voltar
pra casa. - ele larga o celular na mesinha e se aconchega na Helena, deitando a cabeça em
seu braço - Boa noite.

-- Boa... - deslizo minha mão pro seio esquerdo da Helena e sinto a sua ali. - Pega no outro,
pô. Esse aí é o meu.

Ben - Mandão pra caralho. - resmunga me obedecendo e no mesmo instante eu envolvo a


bolinha de carne, rodeando o bico durinho com meu polegar num ato repetitivo que funciona
como um calmante pra mim. - Vou começar a rezar pra ela não engravidar porque se isso
acontecer não vai ter seu e nem meu. Vai ser tudo do bebê. - sua voz sonolenta é a última
coisa que eu ouço antes de apagar.

Na manhã seguinte, eu desperto sem o calor do corpo dela junto ao meu e ainda grogue de
sono vejo a silhueta não tão longe, ergo minha mão colocando na sua cintura e me
impulsiono contra ela, sarrando minha ereção matinal na bunda durinha e tomando um
susto quando a voz rouca e revoltada me invade ao dizer:
Ben - Tá ficando maluco desgraça? - abro meus olhos de uma vez, focando nele que se
afasta bruscamente e levanta parando em pé ao lado da cama, muito nervoso. - Que
caralho foi esse? - eu rodo meu olhar pelo quarto e só vejo ele, Helena não está aqui.

-- Mas que porra! - dou risada ao entender que sarrei nele. - Eu pensei que era a Helena,
irmão. Não leva pro coração.

Ben - Não leva pro coração? - ele rir nervoso. - Então tú ia gostar se eu te acordasse
esfregando meu pau em tú? - meus olhos funcionam no automático descendo pra sua
ereção matinal, o pau comprido e mais grosso que o meu colocado de lado marcando
ferozmente a cueca vermelha da Lacoste que ele logo tampa com as duas mãos. - Para de
olhar caralho! Eu, hein. Tá virando viado porra?

Helena - Por que essa revolta toda? - eu levo meu olhar pra porta do quarto vendo ela surgir
ali vestida numa camiseta minha, segurando uma xícara fumegante na mão direita que
chama minha atenção quando a aliança grossa de três elos feita de ouro rosa, branco e
amarelo envolta do seu anelar gordinho brilha ao refletir a luz da manhã. - Foi só uma
sarradinha, amor. Cadê a broderagem?

Ben bufa, ignorando ela ao pegar algo na sua mala, seguindo boladão pro banheiro.

Me arrasto pra beirada da cama e assobio chamando minha moreninha que logo vem me
olhando com cara de doida. Tá bem achando que eu esqueci de cobrar minha resposta,
esqueci porra nenhuma.

-- Primeiramente, bom dia. Segundamente, tá me devendo uma resposta. Não acha não?

Beijo cada um dos biquinhos marcando a camiseta e puxo ela pra sentar no meu colo, uma
perna de cada lado, bem encaixada no meu pau.

Helena - Bom dia, amor. - ganho um selinho sentindo ela abraçar meu pescoço com um
braço, dobrando o outro enquanto trás a xícara pros meus lábios. - Experimenta e me fala
se está bom. Dizem que quem faz café gostoso está pronta pra casar.

Ela solta um risinho estranho que me deixa nervoso e sem tirar meus olhos dela eu dou um
gole.

Amargo, forte, sem açúcar...

Puta que pariu! Que café ruim.

-- Tá gostoso. - a voz quase não sai ao mentir e ela faz um bico levando pros seus lábios,
dando um pequeno gole.

Helena - Gostoso? - seu rosto se torce numa careta engraçada e ela treme soltando uma
risada gostosa de se ouvir. Nesse momento Ben sai do banheiro e ela logo chama ele que
ainda bolado, senta do meu lado. - Experimenta amor, quem sabe adoça seu dia.
Ou termina de amargar de vez.

Ben - O que vai adoçar meu dia é o teu "sim". Cadê? Quero ouvir. - ela disfarça voltando ao
assunto do café enquanto vai pro colo dele e pra não me estressar logo cedo eu levanto
indo pegar minha escova de dentes. - Quem fez? - ouço ela responder que foi ela enquanto
caminho pro banheiro - Ii, vou beber não, bonequinha. Do jeito que tú é, é bem capaz de ter
colocado sal no lugar do açúcar.

Deixo de prestar atenção na conversa deles quando foco em escovar os dentes e em


amolecer meu pau o suficiente pra conseguir mijar. Depois que isso acontece eu volto pro
quarto, pegando o Ben ensinando a Helena a como fechar uma algema de aço, uma das
que eu usei nela essa madrugada.

Helena - É só fazer assim, então? - ela trava, a voz saindo mansinha mas o olhar
queimando de maldade.

Ela vai aprontar alguma, quer ver só.

Ben - É sim, meu amor. - ele confere o aperto no pulso dela e a demônia aproveita sua
distração para envolver o outro lado no pulso dele. - Tá fazendo o que?

Helena - Te prendendo a mim. Agora você vai ter que ir pra onde eu for.

Ben - Tá ficando é maluca. O GH, me ajuda aqui, mano! - diz desesperado ao me ver. Eu
finjo que nem ouvi porque ia fazer justamente isso pra obrigar ele a sair daqui e passo por
eles indo pra minha mala. Pego uma bermuda e visto enquanto vejo ele lutando pra se
soltar. - Caralho, fica só olhando não, pô. Pega a chave aí, véi...

Helena - Não pega não! - ela se vira pra mim, ignorando os protestos dele. - Se você pegar
eu não aceito casar com vocês.

É instantâneo, Ben para de tentar se soltar e eu fico rígido, encarando ela serin.

Helena - É isso mesmo. - ela continua. - Como hoje é meu aniversário eu decidi que vou
fazer as coisas no meu tempo. Começando por dar a resposta pra vocês. - franzo meu
cenho, ficando bolado com essa putaria dela agora. - E nem adianta ficarem putos comigo.
Vai ser pior pra vocês. - ela levanta do colo do Ben ajeitando minha camiseta no seu corpo.

Ben - Quando vai ser o seu tempo de dar a resposta?

Helena - No final do dia, se... - fico preocupado quando ela sorrir sapeca. - Vocês fizerem
todas as minhas vontades. Se não... - dar de ombros. - A gente continua do jeito que está.
Tá ótimo.

Olho pro Ben que sustenta fazendo que não com a cabeça, deixando evidente através do
seu olhar e gesto que isso é uma péssima idéia.
Eu sei que é, Helena é maquiavélica, mas caralho... Algo em mim queima com a
curiosidade de saber o que essa demônia safada e gostosa quer aprontar e por isso nem
penso muito antes de dizer:

-- Tá beleza. Pode mandar que eu e o Ben vamos acatar.

CAPÍTULO 68
BEN

-- Tá ligado que eu sou bandido, né? - falo de olhos fechados, criando altas fitas na minha
mente pra não surtar com o fato dela ter me algemado e ter me obrigado a vim tomar café
numa mesa que tem aqui na ponta do iate.

Helena - Sim, um dos mais gostosos que eu conheço. - eu quase perco o foco quando sinto
ela beijar meu pescoço, quase. - Mas isso não vem ao caso, continue... Faça a sua
ameaça, por favor.

-- Helena... - pigarreio, tentando soar o mais firme possível. - Eu vou passar a zero no teu
cabelo se tú não me soltar agora.

Helena - Quem vai sair perdendo é você mesmo, amor... - ela desliza a língua quente e
úmida do meu pescoço até o lóbulo da minha orelha que ela lambe para só então sussurrar:
- Que não vai ter mais ele pra puxar na hora que estiver me fodendo bem gostosinho de
quatro.

Filha da puta, ganhou com o argumento.

GH - Provoca menos e come mais Helena. - o tom autoritário do fodido surge, se


aproximando, e eu respiro aliviado quando sinto o metal frio deixar meu pulso. - Fazer a boa
pra tú porque tô vendo que desse jeito nenhum de vocês vai se alimentar.

-- Eu podia fazer a boa também, te algemar na âncora desse iate e te jogar junto com ela
mar a dentro só pra ver se diminui a raiva que eu tô de tú. - falo boladão ainda de olhos
fechados. Tô assim desde que acordei com esse fodido esfregando a piroca em mim.

Porra, tava num sono mó gostosinho e o filho do coisa ruim me acorda daquele jeito. Fodeu
com meu humor logo cedo.

Helena - Não precisa fazer isso. - abro meus olhos ao sentir ela levantar do meu colo e
ignoro toda a imensidão de água salgada ao nosso redor pra focar somente nela que enche
um copo com suco de caixinha e pega um prato sobre a mesa colocando uns quatro
pedaços de pizza nele antes de voltar a sentar em mim, me entregando o copo. - É só você
acordar primeiro que ele amanhã e fazer igual.

GH - Ele não vai fazer. Sabe que se fizer, eu mato ele. - diz sério, sentando na outra
extremidade do sofá pra poder fumar contra o vento que sopra daqui pra lá.

-- No cú dos outros é refresco né, filho da... - Helena taca um pedaço de pizza na minha
boca e eu me calo pra poder mastigar.

Helena - Come e bebe tudo. - ela não pede, manda, e obedientemente eu acato a sua
ordem. - É isso aí, come tudinho que daqui a pouco a comida vai ser você. - eu engasgo
com a pizza e GH com a fumaça do baseado, ambos começando a rir, de nervoso com esse
papo estranho dela. - Nan, vocês já estão pensando maldade.

GH - Como não pensar? Olha as parada que tú fala meu amor. - ela levanta e depois de
montar outro prato vai sentar no colo dele. - Eu tô fumando meu caos. Come você.

Helena - Eu não quero. Tô meio ressaqueada.

-- Então é por isso que tú fez aquele café ruinzão? - lembro do maldito e consigo sentir o
amargo dele na boca.

Helena - Não fala do meu café. - ela me olha séria por cima do ombro. - Ele não tem culpa
do paladar de vocês ter sido poluído o suficiente pra achar ele ruim.

GH - Mas isso até você achou. Fez mó careta na hora, lembra não? - ele fala chamando
atenção dela que respira fundo umas duas vezes olhando ele puxar, prender e soltar
lentamente a fumaça.

Termino de comer e coloco a louça encima da mesinha a minha frente, focando na Helena
que prende os cabelos num coque e começa a se mexer sem parar no colo dele.

Ela está excitada, tenho quase certeza disso.

Helena - Já chega! Não aguento mais. - diz, levantando e puxando ele pra fazer o mesmo.

GH - O que foi?

Helena - Eu estou com tesão. - sabia! - Quero que você me foda e depois me ensine a fazer
um café digno de alguém que está pronto pra casar.

GH - Caralho! - ele rir com o "pedido" digno de Tocantins inteiro e ela me olha estendendo a
mão para que eu pegue.

Helena - Vem, você vai ser nosso espectador e depois vai experimentar todos os cafés que
eu fizer até sair um que preste.
-- Mas nem fodendo. - ela me dá aquele olhar que diz "ah, você vai sim" e eu bufo,
derrotado, pegando na sua mão.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Helena - Esse é o último, juro pra você. - eu olho enojado pra xícara de café número quinze,
meu estômago embrulha só de sentir o cheiro forte mas eu prendo a respiração e bebo.

O líquido quente invade meu paladar. Doce e amargo em harmônia me dando um alívio
fodido.

Ela conseguiu, finalmente conseguiu acertar o ponto.

Helena - E aí? - os olhos castanhos claros me fitam com expectativa, eu coloco a xícara no
canto do sofá que depois de literalmente me arrastar eu consegui chegar só pra poder ver
ela e o Gustavo fodendo e me ajeito puxando ela pra sentar de frente no meu colo. - Fala
amor, tá tão ruim assim?

-- Não, tá delicioso. Cê tá prontinha pra casar, amor. - olho nos seus olhos ao falar e sou
surpreendido quando ela avança trazendo sua boca pra minha.

Eu não perco tempo e deslizo minha mão pro seu pescoço, segurando firme ao afundar
minha língua na sua boca. Helena suspira erguendo o quadril o suficiente pra escorregar as
mãos pro botão da minha bermuda tactel, puxando ele e o velcro com visível força e
desespero, entrando com sua mão por dentro da cueca.

Meu corpo explode em sensações ao sentir seus dedos rodearem meu pau e eu sugo seu
lábio encerrando o beijo quando ela tira pra fora, punhetando lentamente.

Helena - Está tão duro amor... - nossas respirações ofegantes se mesclam quando ela cola
sua testa na minha, fodendo com meu psicológico ao não tirar seus olhos dos meus. - Todo
babadinho.

-- Por que será Helena? - pressiono meus dedos no seu pescoço, escorregando a outra
mão pra sua bunda que eu aliso por cima do tecido da camiseta para só então dar um tapa
forte que faz ela quicar no meu colo, soltando um gritinho de susto. - Será que é porque eu
fui algemado na porra desse sofá e obrigado a ver o Gustavo fodendo tua buceta bem na
minha frente? - aliso e bato mais forte dessa vez, fazendo ela estremecer e gemer gostoso
contra minha boca dessa vez. - Ou será que é porque você pediu pra ele te encher de leite
enquanto esfregava a buceta na minha cara?

Cito os eventos de algumas horas atrás que não saem da porra da minha mente. Os
gemidos de puro prazer dos dois, a forma que o Gustavo mantinha ela suspensa e aberta
na minha frente enquanto a fodia sem dó por trás, a buceta dela se alargando e retraindo
sob a minha lingua a cada entrar e sair do pau comprido de grossura média, o gosto dos
dois entrando fundo no meu paladar...
Tudo ainda faz cada terminação nervosa do meu pau pulsar de uma forma que ele nunca
pulsou antes.

Caralho, isso não é normal.

Solto um suspiro frustado, vendo de soslaio ele descer as escadas que dão pro andar de
cima enquanto sinto ela apertar meu pau, subindo e descendo com a pressão exata pra me
fazer gozar.

Helena - Então você gostou? - ela solta meu pau e trás suas mãos pros meus pulsos,
olhando no fundo dos meus olhos enquanto tira minhas mãos dela e estica meus braços
encima do encosto traseiro do sofá em que estamos.

-- Muito... - fico hipnotizado, totalmente rendido à mulher que eu amo quando ela morde o
lábio inferior e senta sobre o meu pau que pulsa, sentindo o tecido leve da sua calcinha
quente e encharcada roçar nele.

Helena - Sentiu tesão em tocar com a pontinha da língua a pica do nosso homem enquanto
ela entrava e saia bem gostosinho da minha buceta? - meu pau pulsa forte em resposta e
ela sorrir, ciente que isso é um sim.- Que delícia, amor...

Eu grunho quando ela se esfrega com mais força em mim, escorregando pra frente e pra
trás, gemendo baixo com o contato que pra mim não é o suficiente.

-- Helena... - umedeço meus lábios, fechando meus olhos quando sinto os seus roçarem os
meus de forma provocante. - Coloca tua calcinha de ladinho e senta com força na minha
pica, vai. Agora.

Helena - Não! - de repente, ela me solta e levanta se afastando rapidamente, me deixando


em alerta ao falar. - Agora eu vou nadar.

GH - O caralho que tú vai... - eu só ouço o barulho do corpo dela caindo na água.

-- Tú não sabe nadar, filha da puta! - levanto numa rapidez fodida cobrindo meu pau com a
cueca, abotoando a bermuda sem pensar em mais nada se não nela ao me jogar na água
salgada no mesmo instante em que o Gustavo.

GH - Cadê ela? - eu emerjo do seu lado ouvindo sua voz desesperada chamar por ela, meu
coração batendo na boca ao rodar meu olhar pela água azul escura e não ver minha
menina em lugar nenhum - Helena!

Silêncio...

-- Volta pra lá e fica atento a qualquer movimento na água. - tento soar calmo embora esteja
surtando com as infinitas possibilidades do que possa ter acontecido com ela. - Eu vou
mergulhar e só saio desse caralho depois que achar ela.
GH - Porra! - ele bate na água com raiva e nesse momento a filha da puta emerge próximo
ao iate chamando nossa atenção.

Helena - Quem foi que disse que eu não sei nadar? - ela sobe na popa do iate e, tirando
sua roupa encharcada se vira para nos olhar, pegando tanto o meu quanto o olhar
emputecido do Gustavo na sua direção. - Eita, parece que alguém vai me foder na base do
ódio.

-- Ainda bem que tú sabe disso, desgraçada.

CAPÍTULO 69
HELENA

-- Por favor... - imploro ofegante ao sentir eles saírem abruptamente de mim mais uma vez,
a sensação gostosa do orgasmo se aproximando acabando instantaneamente. - Me deixem
gozar. - choramingo.

- Não!

Eu fecho meus olhos segurando firme nas correntes das algemas de couro que me
prendem à barra de exercícios na porta do quarto, sentindo a corda envolta das minhas
coxas apertarem minha pele enquanto me mantém suspensa e bem aberta pra eles
fazerem o que quiserem comigo.

GH - Não era isso que você queria, Helena? - sinto ele enrolar meu cabelo úmido no seu
pulso e puxar com força, me fazendo soltar um gritinho ao pender a cabeça pra trás. - Ser
fodida na base do ódio? - grito novamente ao sentir um tapa ardido estralar na minha polpa
esquerda.

Ben - Cala a boca! - sinto uma das suas mãos no meu pescoço, seus dedos apertando
minha pele enquanto o frio do seu piercing íntimo desliza por toda minha buceta, pincelando
minha carne encharcada, e a sensação é tão gostosa que meu corpo inteiro treme. - E
sustenta essa porra porque foi tú que pediu por ela.

-- Uhmm... - gemo esganada, arqueando meu corpo violentamente quando eles escorregam
juntos pra dentro de mim. Benício enchendo minha buceta com sua grossura e Gustavo
meu cuzinho com seu comprimento.

Eles se empurram até o talo me deixando sem ar ao sentir suas bolas pressionarem minhas
entradas.
Dói ter os dois assim, mas é uma dor gostosa que me faz ter certeza que eu sou uma
masoquista por estar sentindo mais prazer do que raiva por eles estarem me punindo dessa
forma.

Ben - Que bucetinha gostosa! - mordo meu lábio com força ao sentir seu peitoral molhado
de suor colado no meu, a voz rouca soando num gemido próximo ao meu ouvido enquanto
suas mãos escorregam pra minha bunda, separando as polpas para que o Gustavo vá mais
fundo, no mesmo instante em que seu quadril se afasta, voltando com força ao socar tudo
dele em mim.

-- Ain! - gemo alto quando eles começam a se movimentar, juntos num ritmo frenético,
gemendo gostoso próximo ao meu ouvido.

Meus seios balançam acompanhando o ritmo das estocadas, nossos gemidos tomam todo
o ambiente assim como o som das nossas intimidades se encaixando e em poucos minutos
eu consigo sentir o orgasmo se aproximando novamente.

GH - Já quer gozar? - ele diminui seu ritmo ao perceber, escorregando sua mão da minha
cintura pro meu meio, esfregando com força meu clitóris enquanto o Benício continua com
as estocadas brutas na minha buceta. - Responde pro seu homem.

-- Sim, por favor... - reviro meus olhos de tamanho prazer, contraindo forte ao redor deles
que mais uma vez se retiram abruptamente de mim. - Gustavo... Benício... - chamo
frustrada e ofegante, praticamente chorando por eles estarem fazendo isso comigo - Eu só
quero gozar.

GH - Nós também meu amor, acredite. - olho por cima do ombro pra trás, minha vista turva
por causa das lágrimas me impedindo de enxergar ele direito. - E é por isso que eu vou te
soltar.

Ben - Pra nós três fazermos isso juntos. - ele completa, voltando a me penetrar lentamente,
centímetro por centímetro escorregando com facilidade pela minha carne quente e melada.

Gemo baixinho tendo cada mínima veia do seu pau pulsando dentro de mim e olho nos
seus olhos, sentindo as cordas deixarem minhas coxas que ele segura firme, me fazendo
rodear seu quadril com minhas pernas.

Ben - Eu amo você, Helena. - surrurra, Gustavo solta minhas mãos e eu abraço seu
pescoço, levando minha boca pra perto sua - Amo mais até que a mim mesmo.

-- Eu também te amo. - sussurro de volta e beijo sua boca carnuda, lentinho rebolando meu
quadril ao sentir seu pau inflar no meu interior. - Amo vocês dois. - digo ofegante ao afastar
nossas bocas.

GH - Ama que tanto? - ele cola seu peitoral nas minhas costas, seu pau roçando a entrada
do meu cuzinho. - Fala pros seus homens, fala.
-- O suficiente pra... - seguro firme no pescoço do Benício com um braço e torço meu tronco
levando o outro pro seu, oscilando meu olhar entre eles ao completar minha frase. - Aceitar
me casar com vocês.

Ben - Tá de caô? - faço que não vendo um sorriso lindo se formar nos seus lábios.

GH - Caralho! - gemo alto quando ele me penetra de uma vez, pulsando forte ao parar
atolado no meu cuzinho. - Eu te amo, filha da puta. Me pede o mundo que eu te dou.

-- Eu já tenho o mundo. - puxo o rosto dos dois pra perto do meu. - E ele começa e termina
em vocês. - sussurro olhando no fundo dos olhos deles que ocilam seu olhar entre o meu e
a minha boca entreaberta que solta gemidos baixos. - Ai, me beijem logo.

Eles se entreolham por alguns segundos e avançam juntos contra minha boca, dominados
pelo tesão e a felicidade de ter o meu "sim" começando a se movimentar enquanto nossas
línguas e lábios roçam e sugam um ao outro num beijo triplo.

Eu gemo descontroladamente ao ter certeza que eles estão fazendo isso por mim,
rebolando meu quadril enquanto contraio forte neles.

Minha mente nubla de depravação e uma idéia surge nela me fazendo afastar meus lábios
dos seus, falando ofegante:

-- Deixa eu sentar em vocês? - praticamente imploro e eles sorriem acenando em


concordância, se retirando e me colocando lentamente no chão. - Obrigada. - respiro fundo
forçando minhas pernas a pararem de tremer e pego nas mãos deles, os puxando pro
quarto. - Vocês confiam em mim?

- Infelizmente. - respondem juntos e eu sorrio dando um beijo em cada um, mandando eles
deitarem na cama e os fazendo ficar na posição em que eu preciso. Com as pernas
entrelaçadas como se fosse uma tesoura. - Helena... - eles riem nervosos, me olhando
visivelmente desesperados.

-- Confiem em mim. - subo engatinhando na cama e me aproximo deles, ajoelhando


próximo aos seus quadris. - Só. Confiem.

Umedeço meus lábios tirando a camisinha do pau do Gustavo e a jogo pra trás sentindo o
olhar de ambos atentos a cada mínimo movimento meu.

-- Vocês tem lindas picas. - afirmo ao pegar na base de cada uma, levando meus lábios pra
glande roxinha enfeitada com o piercing que eu faço questão de lamber enquanto trago a
rosada pra perto, colocando as duas delicias na minha boca, iniciando um boquete duplo
enquanto sinto as mãos de ambos explorarem meu corpo.

Eu, punhetando lenta e firmemente os dois paus de tamanho GG, intercalando entre lamber,
chupar e babar bem enquanto ouço os gemidos gostosos dos dois que fazem meu tesão
triplicar e minha buceta escorrer, sedenta por eles.
Não aguento por muito tempo, e nem eles pois logo eu sinto seus paus pulsarem sob minha
mão, sinalizando que é hora de parar e ir pro que eu realmente quero.

Ben - Volta. - diz entredentes depois que eu me afasto abruptamente, ofegante me olhando.
- Eu ia gozar filha da puta.

-- Você vai, amor. - digo confiante, reunindo toda a força do meu ser pra fazer o que minha
mente depravada quer.

Fico em pé encima da cama e olho pra eles de cima. Estão ofegantes, brilhosos de suor e
me olhando cheios de desejo, ansiosos por mim.

Somente por mim.

Mordo meu lábio e, passando uma perna por cima deles me posiciono, abaixando
lentamente de frente pro Gustavo e de costas pro Benício.

Ben - Amor... - sinto suas mãos na minha cintura. - Tú não vai fazer o que eu acho que... -
ele se cala quando eu seguro na sua pica e sem cerimônia sento engolindo ela com minha
buceta. - Caralho.

Uma já foi.

Apoio minha mão no seu abdômen enquanto rebolo deixando ele maluco e me inclino
levemente pra trás, pegando na do Gustavo que me olha fazendo não com a cabeça, o
medo brilhando no seu olhar.

GH - Vai te machucar, amor.

-- Shhh... - forço sua glande na minha entrada, sentindo as mãos do Benício na minha
cintura, apertando, pedindo calma - Eu estou tendo, amor.

Devagar e com insistência, eu consigo fazer o pau do Gustavo caber em mim e sento,
ficando paradinha ao ter as duas pirocas na minha buceta me alargando.

Dói e arde muito mas ouvir e ver os dois perdendo o controle com tão pouco me dá o gás
suficiente para começar a me movimentar lentamente encima deles, pra cima e pra baixo,
engolindo as duas pirocas de uma só vez.

GH - Que bucetinha deliciosa do caralho... - ele tomba a cabeça pra trás, gemendo rouco ao
revirar seus olhos de prazer. - Isso, filho da puta...

Ben - Engole as pirocas dos teus machos com força, vai. - completa gemendo, dando dois
tapas ardidos na minha cintura antes de fechar as mãos apertando minha carne entre os
dedos. - Senta nessa porra com vontade minha putinha! - puxo o ar com força mantendo
meu ritmo ao sentir as duas pirocas pulsando em meu interior.

Eles não vão aguentar por muito tempo.


- Porra! - os dois falam juntos, de repente, despertando a ninfomaníaca que há em mim e,
tirando forças da alma eu aumento o ritmo das sentadas. - Devagar, Helena! Devagar
caralho!

Finjo que não os escuto.

Apoio minha mão esquerda no abdômen do Benício para usar como sustento e trago a
direita pra minha buceta, esfregando freneticamente meu clitóris.

-- Ainnn, que delícia! - gemo toda tesuda ouvindo eles perderem o controle enquanto sento
com força, indo até a base batendo nossas pélvis.

O suor escorre pelo meu corpo que queima de tanto tesão que eu sinto, minhas pernas
começam a tremer, meu clitóris a pulsar e meu interior contrair fortemente anunciando meu
orgasmo que vem rasgando tudo, avassalador me consumindo.

-- Amor, eu vou... - coloco a mão cobrindo minha buceta, tentando não gozar agora só pra
ter mais deles em mim, dessa forma dolorosa mas deliciosa.

GH - Deixa vim... - ele tira minha mão da frente. - Goza bem gostoso na pica dos teus
homens e me banha com teu mel minha puta, vai.

Nesse momento ele e o Benício seguram minha cintura, entrelaçando seus dedos para
melhor me segurar supensa sobre eles ao começarem a estocar de baixo pra cima, se
afundando completamente em mim.

-- Aaah! - eu grito fechando minhas mãos nos seus pulsos quando meu corpo começa a
convulsionar, explodindo num orgasmo intenso enquanto os fluidos quentes saem em jatos
da minha buceta diretamente pro peitoral e rosto do Gustavo.

GH - Isso minha puta! - ele abre a boca soltando um gemido arrastado e recebe parte da
minha ejaculação nela, apertando seus dedos junto com o Benício na minha cintura com
tanta força que eu sinto doer.

- Ah, Helena... - gemem meu nome no mesmo instante, me forçando a parar sentada neles
que ficam imóveis enquanto enchem meu interior com suas porras.

A pressão feita contra a parede do meu canal é tão forte que eu me sinto fraca, e esgotada
eu fecho meus olhos, deixando que meu corpo tombe pra trás.

Ben - Não dorme agora, amor. - a voz rouca e ofegante pede sendo acompanhada pelas
batidas fortes do seu coração que palpita contra minhas costas. - Vamo tomar um
banhozinho gostoso antes. Aí cê descansa.

-- Eu não vou... - resmungo, antes de apagar completamente.


︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Acordo sozinha e vestida somente com uma calcinha sem costura sobre a enorme cama de
casal, meus olhos ainda pesam mas eu me esforço para mantê-los abertos quando sinto o
iate se movimentar.

A curiosidade bate e depois de ter certeza que nenhum dos dois está no quarto ou no
banheiro eu levanto da cama, sentindo uma puta dor em todo meu corpo e uma ardência
fodida no meio das minhas pernas enquanto caminho lentamente pra fora do quarto sem
me importar com a minha falta de roupa.

Só estamos nós três aqui mesmo.

Paro na cozinha pra prender meus cabelos num coque, sentindo a maciez que só uma
hidratação dá a ele e sorrio sabendo que um dos meus homens fez isso por mim. O que se
eu parar pra pensar é bem preocupante porque eu não me lembro de ter feito nada depois
que gozei lindamente com eles.

Ben - A mulher Kama sutra acordou. - ele surge no meu campo de visão sorrindo de
ladinho, todo lindo vestido numa bermuda jeans e camiseta preta que entra em contraste
com o platinado do seu cabelo. - Tá sentindo algum tipo de dor, amor? - se aproxima, me
olhando preocupado.

-- O único lugar que não dói é a minha orelha. De resto, tudo dói. - coço meus olhos vendo
ele tirar sua camiseta.

Ben - Foda bruta do caralho, hein! - diz em tom brincalhão e se aproxima vestindo em mim.
- Te cobrir porque se não vai ser vapo de novo. - me dá um selinho, falando contra meus
lábios. - Teu outro noivo tá lá encima. Vai ficar com ele que eu vou pegar um remédio e
preparar algo pra tú comer. - reprimo meus lábios olhando nos seus olhos, me sentindo a
mulher mais sortuda desse mundo por ter os dois comigo. - Caralho, como eu sou maluco
por essa mania tua. - ele segura meu rosto com as duas mãos e pressiona seus lábios nos
meus, se afastando em seguida. - Vai lá minha bonequinha. - bate na minha bunda e
resmungando por ter doído, eu obedeço.

Parando no meio da escada que dá pra área do piloto ao ouvir o Gustavo dizer:

GH - Libera o cais pra mim, princesa. Já, já eu encosto aí. - franzo meu cenho quando a voz
feminina soa logo em seguida, respondendo:

- Caô. Vai mesmo vim me ver, amor?

GH - Vou, pô. Tô precisando trocar uma idéia contigo e te deixar por dentro das parada que
tá acontecendo. Acho que vou precisar de tú.

- Benzinho vem contigo pra gente relembrar os velhos tempos?


Começo a rir de nervoso e na base do ódio esqueço das minhas dores enquanto termino de
subir os degraus, pegando o Gustavo com o rádio em mãos e os olhos fixos na minha
direção.

-- Amor? Isso é sério, Gustavo Henrique? - cruzo meus braços, estreitando meus olhos na
sua direção.

- Gus meu amor, tá aí ainda?

GH - Te vejo daqui a pouco, princesa. - ele devolve o aparelho branco pro suporte e mexe
no painel digital para só então caminhar na minha direção. - Não surta, okay? Me escuta
primeiro.

-- Ah, vai se foder! - eu me viro pra sair e sou impedida por ele que agarra meu coque e me
puxa pra si, colando minhas costas no seu peitoral nú enquanto sua outra mão vem parar
aberta na minha barriga. - Me solta, Gustavo. - eu cravo minhas unhas com força no seu
braço ao sentir ele escorregar a mão pra minha nuca, segurando firme.

GH - Surtada pra caralho. - diz entredentes próximo ao meu ouvido. -Tem necessidade
dessa porra?

-- Não sei, meu amor... Me diz você. - meu tom sai fermentado de ciúmes e o filho da puta
rir. - Ai que ódio! - me debato tentando sair do seu aperto mas ele é mais forte e torna isso
impossível.

GH - Ela é minha prima, Helena. Não precisa ter ciúmes.

-- Sabe quem também são primos Gustavo? Jade e Dante. E sabe o que eles fazem? Eles
transam, e muito. Então não me venha com papo de que eu não preciso ter ciúmes só
porque ela é sua prima.

GH - Tem razão. - eu suspiro pesado ao sentir o calor do seu hálito próximo ao meu ouvido.
- Você sempre tem. - ele beija meu lóbulo me desarmando completamente. - Mas confia em
mim, amor. Eu não fodo, nunca fodi e nem vou foder com a Gabriela.

-- E aquele papo de relembrar os velhos tempos com o Benzinho? - percebo que ele fica
rígido atrás de mim e respiro fundo ao entender. - Você não, mas o Benício sim, né?

GH - Fazem anos, moreninha. - fecho meus olhos tentando me acalmar. Foi no passado,
Helena, respira e não pira. - E foi só uma vez pra nunca mais... Segundo ele.

-- E você acreditou?

GH - Acreditei e continuo acreditando. Benício não é de ficar mentindo pra mim. E antes
que eu me esqueça. - ele roça seus lábios na minha pele me fazendo suspirar pesado. - Eu
não quero te ver surtando por causa de ciúmes que tú sabe que não tem necessidade. Nós
somos teus, Helena. E embora você seja surtadona é contigo que nós vamos nos casar e
formar uma familia foda pra caralho. - sorrio com sua fala, entrelaçando nossas mãos
encima da minha barriga. - Bota fé? - faço que sim e só então ele solta meu pescoço. -
Cadê teu outro noivo?

-- Foi pegar um remédio e preparar algo pra mim comer.

GH - Hum... - sinto ele apoiar o queixo no meu ombro e torço meu pescoço pra olhar pro
seu rosto. - Vai continuar tua faculdade ano que vem? - faço um bico, voltando meu olhar
pra água do mar que vai ficando pra trás enquanto o iate desliza pela água seguindo seu
trajeto no piloto automático.

-- Vou. Pelo meu avô. - ele dá um passo pra frente me fazendo descer um degrau na
escada e me puxando pra trás, faz com que eu abaixe sentando com cuidado no seu colo. -
Sabia que o sonho dele é falar: Vim me consultar com a Doutora Helena Mikhailov. -
engrosso minha voz ao falar do mesmo jeitinho que ele e dou risada, logo parando quando
a saudade começa a doer.

Eu até entendo que ele não pode entrar em contato agora e o que me resta é lembrar e
torcer pra essa missão dele acabar logo e ele voltar pra casa sã e salvo mas não sei
porque, toda vez que eu lembro meu peito dói e o nó se forma na garganta.

GH - Tá chorando? - ele me faz sentar de lado ao me ouvir fungar e toca meu rosto, virando
na direção do seu.

Eu respiro fundo e nego, engolindo o choro porque não tem razão pra deixá-lo sair.

Ben - ... Entro em você mais do que já entrei em bares. - a voz dele alcança minha audição,
cantando. - Te amo aqui mas te amo em outros lugares... - sorrio sem controlar, ele tá
desafinando de propósito. - Qual foi? - surge no meu campo de visão segurando uma
bandeja com uma caixinha de suco natural, uma marmitinha de lasanha, o remédio e a
garrafinha de água, tudo bem organizadinho. - Tá rindo de mim mermo?

-- Lógico que não. Por que eu riria do amor da minha vida? - recebo um apertão na minha
cintura e gemo manhosa sentindo o Gustavo ficar rígido instantaneamente - Gustavo, você
para.

GH - Eu não tô fazendo nada. - ele beija meu ombro, sua voz grossa soando baixa no meu
ouvido. - Mas se tú ficar se mexendo encima de mim, eu vou.

-- Vai porra nenhuma. Eu tô derrotada, pensando seriamente em dar uma semana de férias
pras minhas três entradas.

Ben - Vai comer Helena. Isso é fome. - ele senta no degrau de baixo e me entrega a
bandeja. - Eu hein, uma semana de folga... Ai, ai. Nem tú aguenta esse tanto de dia sem
levar pirocada.

Engulo a saliva sentindo a ereção do Gustavo pulsar contra minha bunda e sorrio nervosa.
Focando na minha lasanha que eu remexo com o garfo, pegando uma boa quantidade de
massa e queijo derretido, os levando pra boca.
Gustavo pega a caixinha de suco e enfia o canudo, deixando na altura dos meus lábios para
que eu beba enquanto avisa que por causa da minha brincadeira de me jogar no mar, ele
decidiu acabar com nossas "férias" mais cedo.

Ben - Graças a Deus! - ele grita me fazendo rir. - Na moral, eu só não te beijo agora porque
esse erro eu não cometo mais nunca.

Fico séria instantaneamente, com medo da reação do Gustavo ao lembrar do nosso beijo
triplo mas me surpreendendo ele começa a rir, dizendo:

GH - Ala, quem vê até pensa que não gostou. Mané... - ele rir como se tivesse pensado em
algo. - Eu vou ensinar a Helena a fazer beijo grego e mandar ela fazer em tú só pra te ver
falando outras línguas ao sentir a dela no teu toba.

Benício fica pálido e arregala os olhos de uma vez, tornando impossível não rir dele.

CAPÍTULO 70
GH

Umedeço meus lábios, feliz com o riso gostoso da minha moreninha soando tão próximo,
olhando atentamente cada mínimo detalhe dela.

Pô, eu sou fodidamente apaixonado por eles.

Pelos cachos que nesse momento estão presos num coque bagunçado por mim, pelos
grandes olhos que estão encolhidinhos enquanto ela tenta inutilmente parar de rir, pelo
sorriso lindo enfeitando seus lábios carnudos e principalmente, pelo corpo pequeno coberto
por uma camiseta masculina que mais parece um vestido nela.

Caralho, eu tô muito na dela.

Helena - Ai, eu vou fazer xixi na roupa. - minha moreninha pressiona uma perna na outra e
ainda rindo, choraminga. - Ai, que dor na xereca!

Porra, lembro logo da façanha dela de espremer minha pica e a do Benício na sua
cavidade, da maneira que ela gemia enquanto sentava forte, do jeito que sua buceta pulsou
ao nosso redor enquanto ela gozava lindamente nas nossas picas fazendo nós dois irmos
no embalo, enchendo seu interior de esperma.

Porra, mil vezes porra!


Ben - Acorda irmão. - volto pro presente ao ouvir sua voz. - Leva lá, antes que ela faça o
bagulho encima de tú. - ele pega a bandeja dela e a caixa de suco da minha mão.

Eu seguro ela estilo noiva e desço os degraus quase correndo indo parar no banheiro, rindo
quando ela me manda sair pra ter privacidade.

-- Me deu um banho com teu squirting e tá com vergonha de fazer um xixizinho na minha
frente? - me abaixo com as mãos por dentro da sua camiseta, deslizando meus dedos pela
barra da sua calcinha para só então abaixar sentindo seus olhos em mim.

Helena - Você que pediu por aquilo, amor. Por favor... - respiro fundo inalando o cheiro
gostoso da sua bucetinha, dou um beijo na sua testa de baixo e só então levanto dando um
selinho na sua boca. - Pode sair?

-- Só dessa vez. - deixo claro e me ponho a caminhar pra fora. - Ah, antes que eu esqueça.
- paro na porta. - Depois que terminar de comer a lasanha arruma tuas coisas e veste uma
roupa comportada que a gente vai atracar numa ilha e de lá, voltar pro Rio de Helicóptero.

Helena - O quê? - finjo que não ouvi e volto lá pra cima chamando o Ben pra subir junto,
chegando no mesmo instante em que o GPS avisa que o destino está proximo.

Me aproximo do painel digital e desligo o piloto automático, focando meu olhar na ilha mais
a frente enquanto manuseio o joystick da direção. Dividindo minha atenção entre o pilotar e
mandar o papo pro Ben.

-- Sobre o beijo triplo... - começo mas ele interrompe.

Ben - Nunca aconteceu. E se aconteceu foi culpa da demônia da nossa mulher. - ele para
do meu lado e cruza os braços na frente do peitoral, mudando de assunto. - Essa merda vai
acabar em confusão.

-- Vai nada, pô. É só tú manter a postura de homem casado.

Ben - Não é com minha postura que eu tô preocupado, Gustavo. Tú sabe disso. Sabe
também que Gabriela gosta de provocar e que vai fazer isso com a Helena.

-- Helena não vai cair na dela. Vai ficar de boa. - é o que eu espero.

Ben - Acredita em papai Noel também? - ele debocha, e de soslaio vejo ele tirar os olhos da
ilha, os trazendo pra mim. - Na moral, não ensina Helena a fazer aquela parada não, pô.
Sabe que eu passo mal só de imaginar alguém mexendo no meu precioso. De novo.

Ele estremece me fazendo rir ao lembrar. Esse é o principal motivo dele nunca ter ficado
com a Gabriela uma segunda vez. A mandada literalmente linguou o toba dele. Meu mano
ficou traumatizado depois disso.

-- Helena só vai lamber, pô. Fica tranquilo. - brinco fazendo um rápido cálculo mental antes
de girar o joystick em 180° graus.
O iate dá a volta seguindo para boroeste até atracar no cais, do jeito que eu imaginei.

Perfeito!

Eu desligo os motores e solto a âncora ouvindo ele falar do meu lado:

Ben - Brinca demais, irmão. Tua sorte é que depois do chá que eu tomei nada me tira do
sério... - ele pigarreia quando vê minha prima surgindo na entrada do cais, sendo seguida
por uns quatro que fazem a sua segurança. - Mentira. Aquela filha da puta bem ali tem tudo
pra tirar.

Nesse momento um espirro nos chama atenção e nos virando pra trás, pegamos a
mandada parada no último degrau da escada. Um short jeans que mede um palmo da
minha mão e aquela parada que parece um sutian da cor da sua pele "cobrindo" seu corpo.

Na moral, ela fez de propósito. Tenho certeza.

Helena - Eu acho que estou resfriada. - diz passando a mão no nariz, disfarçando ao ver
minha carranca.

-- Desce e vai trocar de roupa, Helena. Agora. Eu não tô brincando.

Helena - Tá bom! - ela sorri e dá as costas, voltando lá pra baixo. - Minha mala está no
quarto, papai.

Filha da puta!

-- Volta aqui, Helena. - eu desço as pressas ouvindo o Benício rir atrás de mim.

Helena - Vista uma camiseta e me obrigue. - ela pula da popa do iate pro cais e respirando
fundo pra me acalmar eu tento ignorar sua gracinha.

Foco em soltar a espia e amarrar no cabeço para só então ir falar com ela que me olha de
longe com os braços cruzados e um bico de todo tamanho nos lábios.

Parece que tá bolada com alguma coisa e agora eu puxo mentalmente pra saber com o
quê.

-- Qual foi a desse bico aí? - pergunto sério ao me aproximar dela.

Princesa - Você realmente veio! - eu paro a um passo da Helena, levando meu olhar pra
morena cavalona que se aproxima de nós falando. - E ainda trouxe meu delicinha... Cara,
como eu te amo.

Helena - Se você abraçar ela, eu juro que vou plantar minha mão na sua cara. - ela sussura
e franzindo meu cenho eu volto meu olhar pra ela que me ignora, passando de volta pro
iate. - Deixa que eu te ajudo, amor. - diz alto o suficiente para que a Gabriela ouça.
Princesa - Amor é? - minha prima encosta falando em tom zombeteiro. - Ala, Gus. A
marmita achando que é fiel do meu homem.

Helena - Benício... Me solta! - consigo ouvir ela falar entredentes. - Tú acha mesmo que eu
vou brigar por tua causa? Menos cara. Eu sou melhor que isso.

Ben - Cê tá me arranhando, minha gata. Acha mermo que eu caio nesse teu papo?

Inspiro forte olhando com minha pior cara pra Gabriela que rir da patifaria que a Helena tá
fazendo por ter caído na sua provocação.

Princesa - O que foi, primo? Não vai me dizer que se apaixonou pela marmita do teu amigo.

-- Tá falando da minha mulher, Gabriela. Minha e do Benício. - ela para de sorrir no mesmo
instante. - Então pro teu bem, eu acho melhor tú segurar a onda, tua língua e esse fogo no
cú do caralho que tú tem.

Princesa - Eu... Eu não sabia.

-- Mas agora sabe e vai fazer o possível e o impossível pra respeitar minha mulher. Tá me
entendendo? - ela confirma toda cachorra, os olhos azuis escuro marejados porque eu
nunca falei com ela do jeito que estou agora. - Volta pra lá e manda preparar o helicóptero
que nós vamos sair em uma hora.

Princesa - Nós? - me olha confusa. - Isso significa que eu vou também?

-- Vai. Vou precisar que você reivindique o morro do pai do teu filho. - levo meu olhar pros
homens atrás dela e os cumprimento com um aceno de cabeça, todos já trabalharam pra
mim no Complexo e escolheram se refugiar na ilha pra viverem uma vida "normal" fora do
tráfico. - Faz um pra mim, Ébano?

O preto com quase dois metros de altura acena em confirmação.

-- Ajuda o Benício com as malas e leva pro heliporto, por favor.

Ébano - Claro, chefe. Cê que manda. - ele passa por mim, indo fazer o que eu pedi. - E aí,
mano. Zerou a vida mermo, hein. Conquistou a mina por quem tú vivia...

Ben - Ou, não explana não maluco... - eles engatam numa conversa cheia de risos que me
incômoda um pouco, mas não tanto quanto perceber que a Gabriela continua parada na
minha frente.

-- Gabriela, caralho! - estralo os dedos na frente do seu rosto, chamando sua atenção pro
meu rosto já que a mandada estava com o olhar fixo no meio das minhas pernas.

Se Helena visse um bagulho desse, eu tenho certeza que daria um caô do caralho.
Princesa - Mag morreu? - faço que sim. - De quê?

-- Mataram e fizeram parecer que foi infarto. - falo a verdade. Gabriela é uma das poucas
pessoas que eu confio pra isso.

Ela pode ser o que for mas a fidelidade dela a mim é algo inquestionável, afinal, fui eu que a
salvei do Mag quando ele quis matá-la ao descobrir que ela carregava um filho dele e que
não ia abortar como ele queria.

Helena - Vista! - ela para do meu lado jogando uma camiseta no meu ombro e só então eu
entendo o porque do bico nos seus lábios momentos atrás. - Não fala nada.

-- Eu não vou. - reprimo meus lábios pegando a camiseta, visto e abro os braços -
Satisfeita, minha moreninha?

Princesa - Agora late. - eu a encaro sério e ela dá as costas saindo rápido pra ir fazer o que
eu mandei, puta velha.

Helena - Viu só? - ela chega pertinho ficando na ponta dos pés enquanto entrelaça as mãos
no meu pescoço e no automático minhas mãos vão parar na sua bunda e meu olhar nos
homens que disfarçam ao serem pegos olhando pra ela. - Você não morreu por ter coberto
o peitoral com uma camiseta. - recebo um selinho. - Mas eu te garanto que vai da próxima
vez que eu te ver sem uma.

CAPÍTULO 71
BEN

Sentindo o baseado queimar entre meus dedos indicador e médio eu deslizo a língua pelo
ferrinho do meu aparelho olhando pro meu celular que está carregando encima da mesa de
cabeceira junto com os outros dois.

Todos os três travados de tanta mensagem que tá chegando e eu ainda não sei se isso é
bom ou preocupante.

Pra mim, a última alternativa é a mais plausível se levar em consideração a vida que temos
e o principal, o fato de termos ficados vinte e quatro horas offline, cagando pras nossas
responsabilidades.

GH - A Tainá acabou de chegar aí. - ele entra no quarto segurando seu celular reserva
numa mão e o baseado na outra. - Helena ainda tá no banheiro?
-- Tá mermo. - respondo simples trazendo o baseado pros meus lábios, dou uma boa
puxada e prendo por alguns segundos antes de soltar lentamente olhando pra porta que se
abre revelando uma Helena muito pálida pro meu gosto.

Helena - Eu tô bem! - ela ergue as mãos pedindo calma quando nós dois vamos parar
encima dela em segundos. - Só preciso descansar um pouquinho. - boceja, e arrastando os
pés passa por nós indo parar na cama.

-- Fica com ela que eu vou chamar a Tainá. - aviso e saio em seguida.

Eu queria acreditar que ela tá bem, tá ligado? Mas devido ao fato dela ter se trancado no
banheiro poucos minutos depois da gente ter chegado e ter saído só agora, toda pálida
ainda por cima, eu não acredito.

E eu sei o que eu ouvi, Helena tava vomitando. Eu sei que tava.

Gabriela - Chama ele lá, Tainá. Fala pra vim logo porque eu quero ir pra Penha ver minha
mãe e meu filho. - chego no último degrau da escada ouvindo isso e volto com o baseado
pra minha boca, puxando forte pra me acalmar e não cair na besteira de ir lá fora mandar
ela ir andando.

Tainá - Ai Gabriela, vou falar nada não. Você que vá andando já que quer tanto ir ver eles...
Vem Dinha, não se misture com essa gentalha.

Observo ela abrir a porta da minha casa como se fosse dela e logo em seguida a preta
entrar, seus olhos azuis vindo rapidamente pros meus.

Jade - Oi, Benício! - ela sorrir e soltando a fumaça eu caminho até elas.

-- E aí. - troco o baseado de mão e faço um toque com ela, em seguida, me viro fazendo
com a Tainá, já mandando o papo sobre a Helena. - Preciso que tú dê uma olhada na
Helena, ela não tá legal não.

Tainá - Você e o Gustavo acham que eu sou médica, né? Não é possivel.

-- Cala a boca e anda logo. Se não, não vou ajeitar o mongo do Gege pra tu amanhã. -
caminho com as duas rumo ao quarto.

Tainá - Eu desisti daquele macho, amigo. Um cú doce do caralho, falando que não é homem
pra mim sendo que eu só quero dar pra ele.

-- Gege quer casar, pô. Tá velho demais pra querer ser usado por uma mulher que ele sabe
que se pegar vai virar a fiel dele.

Tainá - Deus me livre virar fiel de bandido só por ter sentado pra ele. Não. Também não
quero mais.

Jade - Tá bom, então, Cláudia. Senta lá. - ela debocha - Cenzin, Benício. Topa?
-- Mizerenta pra caralho, Jade. Coloca uns milão em jogo que eu aposto. - abro a porta do
quarto sorrindo e paro no mesmo instante ao ouvir o barulho de alguém vomitando vindo do
banheiro.

GH - Nem adianta ir, ela trancou denovo. - ele sai da sacada, vindo pra dentro. - Apaga que
ela reclamou de tá enjoada com o cheiro.

Eu olho pro meu baseado, pensando se vale a pena , e depois volto meu olhar pra ele .

-- Só a pontinha, pô . Nem compensa. - ergo a mão trazendo pra minha boca e vou terminar
de fumar na sacada, ouvindo as meninas baterem na porta pedindo pra deixar elas
entrarem.

Não demora dois minutos e a Helena abre, deixa elas entrarem e fecha novamente.

GH - Tú acha que ela tá grávida?

-- Ainda não. - dou um último trago e jogo a ponta lá embaixo, entrando pra pegar meu
celular. - Mas com a quantidade de porra que ela recebeu nas últimas vinte e quatro horas,
ela vai ficar se o remédio não fazer o dele.

Sorrio nervoso ao admitir o óbvio.

GH - Fala um bagulho desse não, irmão. - ele senta na cama coçando a barba por fazer.
Acho que vai deixar essa porra crescer pra ficar igual a do nosso sogro. - O remédio que ela
toma é fortão, pô. Tem que impedir essa parada pelo menos até ela terminar a faculdade.

-- Essa parada? - solto um riso anasalado sentando ao seu lado com meu celular em mãos.

Lembrando logo do papo que tive ontem com ela. Eu fui sincero ao falar que queria mas
não tava pronto pra ser pai de um filho dela. Pô, o meu foi um fodido. Quais as chances de
eu ser também?

Grandes chances.

GH - Modo de falar, irmão. - desbloqueio indo no whats, mais de dez mil mensagens no
grupo principal da facção, isso sem falar nas mensagens privadas.

Saio apagando tudo, não sou nem obrigado a ler esse tanto de mensagem.

GH - Aí, a reunião foi marcada pra acontecer amanhã no baile da Penha mas eu tô
querendo dar um pulo lá no velório pra levar a Gabriela e o cabeçudo do filho dela pra ver o
defunto. Vai querer ir comigo ou vai ficar aí?

Olho as horas no celular, pensando um pouco. São dez da noite e o enterro foi marcado
pras duas da matina num cemitério fechado pros da facção.
-- Vou ir contigo. - por fim, respondo. - Mas só depois de ter certeza que a Helena tá bem. -
levanto deixando o celular na mesinha e vou no guarda roupa pegar uma calça jeans.

GH - Tá ciente que vai ter que apartar briga se a viúva querer dar uma de doida pra cima da
Gabriela, né? - olho pra porta do banheiro, rezando mentalmente pra nenhuma delas sair
agora, e tiro minha bermuda, vestindo a calça em seguida.

Pique flash.

-- Mas eu quero ir justamente pra assistir esse espetáculo. - falo a verdade em tom
brincalhão. - Ou tú achou que era pra ver o defunto e atirar pra cima igual retardado?

Gustavo elogia minha mãe num clássico "filho da puta" e olha pra porta do banheiro que se
abre revelando as três beldades.

Minha boneca saindo na frente com o rostinho de menina mais corado e as duas pretinhas
seguindo atrás.

-- E aí, o que ela tinha? - pergunto pra Tainá que sorrir falso e me ignora puxando a Jade lá
pra fora. - O fela da puta, eu tô falando contigo!

Tainá - E eu tô indo caçar alguma coisa saudável pra sua mulher comer já que ela vomitou
tudo que tinha no estômago!

Fico calado depois dessa e volto meu olhar pra Helena.

Helena - Vocês são muito neuróticos, sabiam? - ela tira o short e vem na minha direção
dobrando ele. - Eu falei que estava bem. Não precisava chamar a Tai.

-- Precisava sim. Cê... - esqueço o que ia falar quando ela para na minha frente e vira de
costas, a tatuagem e a bunda enorme chamando minha atenção por estar com o tecido da
calcinha cavado na sua fenda.

Coisa linda de se ver.

Helena - Estava vomitando porque fui obrigada a vim no banco de trás do carro com a
priminha do Gustavo. - ela abre a porta do guarda roupa pegando uma camiseta minha. - E
caso vocês não se lembrem, eu passo mal sempre que viajo no banco de trás.

Abro minha boca pra falar mas sem argumentos eu a fecho, levando meu olhar pro Gustavo
que parece estar na mesma situação que eu.

Helena - Vocês podem ir resolver os problemas de vocês agora. As meninas vão dormir
aqui comigo. - ela tira o cropped e segue pra cama segurando as três peças de roupa na
mão, coloca as suas dobradas na mesinha e veste a minha deitando no colchão com as
pernas dobradas e abertas na nossa direção, nos dando a vista da sua bucetinha volumosa
marcando sua calcinha clarinha.
Cê quer dar, cê fala.

A frase surge na minha mente e pra não deixar ela sair entre meus lábios, eu os reprimo
com força.

GH - É pra ir ou é pra ficar contigo? - pergunta confuso fazendo ela rir. - Tô perguntando na
moralzinha, Helena.

Helena - É pra ir, amor. - faz gesto com a mão nos chamando e os dois sem postura vai
calado, sorrindo igual retardado ao receber um cafuné gostosinho depois de deitar a cabeça
nos braço dela, cada um de um lado. - O compromisso de vocês não é importante?

- Não... - respondemos juntos, nossas mãos funcionando no automático entrando por dentro
da camiseta no corpo dela, indo parar no seio de tamanho médio que cabe perfeitamente
em nossas mãos.

Já era. Agora ninguém tira a gente daqui e ela sabe disso.

GH - Tú que ir lá ver o defunto e aquele bando de gente feia, irmão? - pergunta meio
grogue.

Eu olho de cá vendo seu dedo nervoso fazendo volume na camiseta ao rodear o mamilo
dela, seus olhos fechando lentamente.

Ele vai dormir.

-- Não. - pisco forte tentando resistir ao sono, ouvindo o riso da nossa mulher que sabe o
que faz ao raspar as unhas de leve na minha cabeça. É uma demônia mermo. - Helena... -
chamo baixo ao me lembrar de algo. - Amanhã tem baile na Penha... - fecho meus olhos,
continuando a falar - Comemoração do aniversário de 35 anos do dono.

Helena - Eu não conheço ele. - diz num sussurro. - Conheço?

-- Conhece... - murmuro. - É o pai do nosso filho. - apago em seguida.

CAPÍTULO 72
HELENA

Depois de muito tentar eu consigo me retirar do meio dos dois. Ligo o ar, apago a lâmpada
do quarto e fazendo o mínimo de barulho possível eu saio sussurrando pra mim mesma a
frase que o Benício falou antes de apagar.

" o pai do nosso filho".


Quem?

Eu espero que seja o Gustavo porque se não for, eu não vou entender legal não.

Tainá - Tá falando sozinha maluca? - olho pra cozinha vendo ela encostada no batente com
os braços cruzados e caminho até lá, determinada a saber quem é o dono da Penha.

Ela mora lá, vai saber quem é.

-- Você sabe quem é o dono da Penha que vai fazer aniversário amanhã? - ela me olha
como se eu fosse doida, acho que eu tô ficando.

Tainá - Tá brincando, não tá? - faço que não trazendo minha unha pra boca, mordendo o
cantinho ao me sentir ansiosa. - Como assim você não sabe que o Gustavo é o dono do
Complexo?

-- O Gustavo? - ela faz que sim. - O meu Gustavo?

Tainá - É. Esse maluco mesmo. - ela se vira e vai até a pia pegando duas das três xícaras
que tem ali e volta me entregando uma. - Bebe, vai te fazer bem.

-- O Gustavo? - repito ainda sem acreditar e ela confirma mais uma vez.- Não fazia idéia.
Pra mim ele era só um herdeiro da facção. Alguém importante só naquele meio.

Tainá - Bebe Helena. O nome disso é fome e desidratação. Já você começa a raciocinar
direito. Espera só a Jade chegar com a marmita de comida que ela foi buscar na casa da
mãe dela.

Ela me guia pro sofá e senta comigo. Eu olho pro líquido fumegante e engulo a saliva
sentindo zero vontade de beber ou comer algo agora. Ainda estou enjoada e pensar que a
mulher que veio me olhando torto o caminho todo ainda está lá fora me deixa mais ainda.

Sabem, eu queria muito ter jogado ela do helicóptero, diretamente pro habitat natural dela
que é a água mas o Benício não deixou.

Infelizmente.

Jade - Tai, eu trouxe quatro testes de gravidez daqueles xiques que marcam até as
semanas. - ela abre a porta falando e eu dou um pulo me levantando no mesmo instante. -
Eita! - diz ao me ver. - Fica calma.

-- Eu tô calma. - olho pra xícara na minha mão, tá tremendo tanto que eu sou obrigada a
segurar com as duas. - Eu vou ficar. - reformulo a frase. - É só você me falar que não sou
eu quem vai fazer.
Tai - É você sim, gata. - ela levanta sorrindo igual ao gato da Alice, chega a ser assustador.
- Ou você acha que eu vou perder a oportunidade de ser a primeira a saber da sua
gravidez?

-- Eu não tô grávida. - falo mais pra mim do que pra elas e sento novamente olhando pra
Jade que se aproxima com duas sacolas na mão, uma com a logo de farmácia e a outra
com o volume maior que me faz crer que é a da marmita. - Eu tô tomando o remédio
direitinho.

Tainá - Mas anda transando sem camisinha e o pior, deixando eles ejacularem dentro de
você. - ela senta do meu lado e me surpreende com um tapa na testa. - Sua sem noção.

-- Tú é maluca? - passo a mão onde ela bateu. - Fez isso porquê?

Tainá - Camisinha, Helena! Ela não previne só filho. Previne doença também. - engulo a
saliva diante do seu olhar severo. - A tua sorte é que todos os dois estão limpos. Eu sei
disso porque eu mesma vi o resultado dos exames deles quando os dois se
disponibilizaram a doar sangue pra você.

-- Eles fizeram isso por mim? - sorrio e ela bufa, entendendo que de tudo que ela falou eu
só foquei na última parte. - Ai amiga, me perdoa. - dou um gole no chá e faço uma careta. -
Céus, isso tá pior que meu café.

Tainá - Na hora que você souber de tudo que os dois já fizeram e são capazes de fazer por
você, Helena. Sua cabecinha de vento explode.

Jade - Sobre os testes... - ela senta entre eu e a Tainá colocando as sacolas na mesinha de
centro. - Posso fazer também se você quiser.

Tainá - Eu me ofereceria também mas não quero estragar um teste atoa. - ela leva a xícara
pros lábios e dá um longo gole comigo e a Jade fazendo cara de deboche pra ela. - É sério,
gente. Acho que tem uns seis meses que eu não sei o que é uma rola de verdade entrando
em mim.

Jade - Mas não foi você que agarrou o Gege aqui nesse mesmo sofá esses dias atrás? -
dou risada da cara que ela faz , como quem diz "deixa baixo". - Tô errada?

Tainá - Não está errada mas a Helena não precisava saber que eu mamei o cara no sofá da
casa dela.

-- Burrona, Jade jogou verde e colheu maduro contigo. - olho pra minha prima que gargalha
alto com a mão na barriga. - Ela nem sabia de nada.

Tainá - Mas que merda! - ela rir junto.

A gente fica conversando por mais um tempo, gastando com a cara uma da outra e
colocando as fofocas em dia até que a Tai volta no assunto da gravidez e nos obriga a ir
fazer o teste.
Eu e a Jade fazemos juntas e saímos deixando os testes no banheiro pra Tai ir olhar o
resultado depois.

-- Acho que eu vou fazer a boa pra prima do Gustavo e levar isso aqui pra ela. - falo ao
pegar a sacola com a marmita encima da mesinha. Eu nem mexi nela, estou sem fome.

Tainá - Não amolece praquela lá não, Helena. Aquilo é cobra e só não se cresce pra cima
do Gustavo porque sabe que com ele o buraco é mais embaixo.

-- Eu não vou, Tai. Só vou dar um lugar pra ela dormir e algo pra comer pra depois não ter
que ouvir o Gustavo falando que eu fiz ele dormir de propósito só pra ele não sair com ela.

Tainá - Mas você fez.

-- Mas ele não precisa saber! - deixo as duas pra trás dizendo que volto logo e saio de casa.

Da porta eu já vejo a piranha próximo ao portão fumando com um da contenção do Benício.


O carinha que eu já notei ter uma quedinha pelo meu homem.

Não julgo ele, afinal, é o Benício. Alto, gostoso e de sorriso perfeito. Difícil não ter uma
queda por aquele homem. Por nenhum dos dois, aliás.

Gabriela - Finalmente um de vocês desentocou. - diz ao notar minha presença e devolve o


baseado pro carinha que me olha por baixo do boné preto, ajeitando a postura e se
encolhendo levemente como quem sente dor. - Tá tudo bem, bonitinho?

- Tá suave. É só os pontos do tiro que eu levei que deu uma puxada aqui. - ele se afasta
dela trocando a bandoleira do fuzil de ombro - Vou fazer o meu. - me olha uma última vez -
Patroa... - acena brevemente e sai.

Gabriela - Patroa, é? - diz baixo mas eu ainda ouço.

-- É meu amor. Patroa. - saio pelo portão parando na sua frente e ergo meu rosto para
encarar o seu. Ela é bem mais alta que eu mas isso não diminui minha confiança, muito
menos a minha vontade de colocar ela no seu lugar. - E quanto mais rápido você aceitar
isso, menos você vai sofrer.

Gabriela - Tá mostrando suas garrinhas, criança? - observo calada ela sorrir pegando numa
mecha do meu cabelo. - Acha mesmo que eu tenho medo das suas ameaças? Deixa eu te
falar um segredo... - ela se inclina, sussurrando no meu ouvido: - Eu não tenho. E se você
continuar achando que me intimida eu vou fazer da sua vida um inferno.

Sorrio sentindo meu sangue esquentar nas veias, o lado incontrolável de um Mikhailov
tomando conta do meu corpo.
-- Pois faça! - agarro o pulso dela e torço com força, fazendo-a soltar meu cabelo enquanto
geme de dor. - E eu te faço queimar no fogo desse mesmo inferno antes de te mandar
irreconhecível pra conhecer Lucifer.

Empurro ela pra trás soltando seu pulso. Não vou brigar com ela, não vale a pena.

-- Sabe, eu até estava disposta a te dar um teto pra você não ter que passar a noite aqui
fora mas depois dessa eu não vou mais. - solto a sacola com a marmita próximo aos seus
pés. - É comida. - aponto antes de dar as costas, voltando pra dentro. - E não precisa me
agradecer por estar sem veneno. Acredite: Se eu soubesse que você me faria passar raiva
eu teria colocado.

Ela fica calada, provavelmente por entender que eu não sou a garotinha idiota que ela
achou que eu fosse.

Abro a porta de casa e de cara me bato com a Tainá e a Jade que quase caem ao tentar se
afastar abruptamente da porta.

-- Estavam fazendo o que?

Tainá - Cuidando da sua vida. Alias, devo te parabenizar por ter a paciência de Jó porque se
fosse eu - ela aponta pro próprio peito. - Já tinha chegado de voadora naquele pescoço de
bixo-pau.

-- E se sujar com pouca merda? Nan. - solto meu coque frouxo e refaço, deixando mais
firme ao mudar de assunto. - E os testes? Acho que já deu tempo, né? - pergunto
tranquilamente.

Eu não tô surtando como achei que iria. Na real, tô me sentindo em paz porque sei que se
vier vai ser porque Deus quis.

E eu e meus maridos colaboramos ao transar sem camisinha.

Mas a última parte eu posso deixar baixo se o resultado for positivo e eu precisar contar
pros meus pais.

Tainá - Vou lá ver quem vai me dar um sobrinho primeiro. - ela sai dando pulinhos em
direção ao banheiro que tem embaixo das escadas que é onde estão nossos testes. -
Tomara que seja as duas. Tô doida pra gastar meu dinheiro e meu tempo comprando
roupas de bebês. Ai que emoção!

Jade - Essa garota tem alguns parafusos a menos. - sinto sua mão pegar a minha e franzo
meu cenho ao sentir sua pele gelada. - Eu estou nervosa.

-- Tá com medo de estar grávida? - ela confirma enquanto a gente caminha pro sofá. - Por
que? - nos sentamos e eu me ajeito pedindo pra ela deitar a cabeça na minha coxa.
Ela faz como peço, seus olhos azuis focando no teto enquanto afago seus cachinhos
negros.

Jade - Eu não estava na hora que fiz o teste porque estava confiante que daria negativo
pois eu e o Dante sempre transamos de camisinha. Sabe? Ele é meio neurótico nessa
parte. - faço que sim pra ela dar continuidade e começo a ficar nervosa quando seu olhar
fica cabisbaixo. - Mas daí eu lembrei que mês passado eu sai pra beber com o Nauan. A
gente bebeu demais Lena. Os dois querendo esquecer dos problemas e dos traumas
causados por nossos pais que fizeram mal a um monte de gente antes de desaparecem, ou
o que temos certeza: serem mortos.

Engulo a saliva quando ela me olha com seus grandes olhos azuis.

Eu não lembro muito do pai dela mas pelo que eu já ouvi falar eu tenho certeza que tanto
ele como o irmão dela não são boas pessoas.

Jade - Mas esse não é o X da questão. - ela respira fundo deixando uma lágrima grossa sair
do seu olho direito. - O X é que nós tivemos uma recaída. - limpo seu rosto, tentando me
manter calma por ela. - E eu lembro perfeitamente dele perguntando se podia gozar dentro
ou fora, e eu...

Tainá - Pediu pra gozar dentro. - a voz dela alcança nossa audição e só então nós
percebemos ela parada atrás do sofá, bem próxima mesmo, seu olhar indecifrável fazendo
meu coração acelerar dentro do peito, ai meu Deus. - Os rosas da Helena deram negativo. -
ela diz tristemente. - Mas os seus azuis deram positivo, amiga. Você está grávida. Quatro a
cinco semanas de gestação.

O ar falta nos meus pulmões e Jade solta um gemido alto, carregado de dor antes de sentar
e me abraçar chorando.

Jade - Como eu vou falar pro Dante que estou grávida de outro homem, Lena? - pergunta
aos prantos. - Como vou dizer que estou carregando um bebê que não é dele?

Tainá - Falando ué. - responde por mim. - E se ele não aceitar você larga ele e vem ficar
comigo. - ela deixa os testes na mesinha e senta abraçando minha prima por trás, suas
mãos vindo parar na minha cintura ao espremer a Jade entre nós. - Te dou casa, comida e
roupa lavada.

Jade - E a piroca dele? Vai dar também? - ela rir e chora mais ainda. Tô entendendo mais
nada. - Não quero ficar sem ela.

Tainá - Não lido com pirocas rosas. Mas se você me pedir uma preta eu disponibilizo as
minhas. Diferentes comprimentos e grossuras.

Jade - Para, Tai. Não tá me ajudando. - ela se afasta brevemente e me olha toda tristezinha.
- Fala alguma coisa. Por favor.
Eu respiro fundo secando seu rosto, me perguntando mentalmente quando foi que eu me
tornei apta a dar conselhos pra alguém.

E resposta é; não me tornei.

Sou o pior ser pra dar conselho mas nesse momento eu felizmente sei o que dizer. E digo
com convicção.

-- Dante te ama, Jade. E um Mikhailov quando ama faz de tudo pela pessoa amada. Você
sabe do que eu tô falando. - puxo ela pra mais um abraço e a aperto com meus braços,
passando todo meu carinho com o ato. - Dante vai ficar putão e provavelmente vai matar o
Rauan por ter transado com você bêbada. - sou realista, conheço meu irmão o suficiente
pra saber que é isso que ele vai fazer. - Mas ele nunca, jamais, vai rejeitar esse bebê só
porque ele é de outro. E isso eu afirmo com certeza.

Jade - Obrigada. - ela funga e me aperta antes de se afastar limpando o rosto. - Obrigada
por saber exatamente o que falar.

Tainá - Então eu posso mandar disponibilizar um leito de UTI pro gostoso de cabeça
achatada? - ela bate palmas acabando com nosso clima. - Ou é melhor encomendar logo
um caixão?

Jade - Você não leva nada a sério?

Tainá - O que? - ela finge estar ofendida. - Eu tô falando sério, gente. Tanto que eu quero
saber qual roupa vocês vão usar amanhã pra ir pro baile da Penha comigo. - eu e a Jade
nos entreolhamos e começamos a rir. Tainá é muito aleatória na hora de falar.

Como eu fiquei tanto tempo sem a amizade dela?

- Helena! - a voz grossa e autoritária do meu homem ecoa pelo cômodo e nós três ficamos
rígidas instantaneamente, como se tivéssemos sidos pegas fazendo algo errado. - Sobe.
Preciso conversar contigo.

Eita.

Faço um bico levando meu olhar pra escada, Gustavo está lá encima vestindo somente
uma bermuda fininha, o abdômen bem definido e a entrada em V expostos fazendo minha
boca encher de água.

Ele é muito gostoso.

Jade - Eu acho que vou pra casa. Você vem comigo né, Tainá? - eu franzo meu cenho pra
essas duas que levantam juntas. - Não me olha assim.

Tainá - A gente se ver amanhã. - ela se inclina fazendo biquinho e por algum motivo eu dou
um selinho nela, Tai arregala seus olhos e rir nervosa. - Eu não fiz nada! - ela se afasta e sai
puxando a Jade. - Anda logo amiga. Antes que o Gustavo me mate por ter feito a Helena
trair ele comigo.

Jade - Calma, Tai. - ela gargalha ao ser arrastada. - Tchau, Lena. Até amanhã!

-- Até... - observo as duas saírem e só então levanto, caminho lentamente até meu homem
e paro na sua frente, piscando inocente ao levar meus olhos pros seus.

GH - O que eu faço contigo, Helena?

-- O que você quiser, amor. - oferto mesmo sabendo que nesse momento eu não aguento
nada.

GH - Vem. - ele me estende sua mão. -


Quero que você me fale a sua versão da história enquanto a gente toma um banho.

-- Que história? - soo cínica enquanto pego na sua mão e ele me puxa pra sua frente , me
abraçando por trás .

GH - Surtada , cínica e dissimulada - ele se inclina beijando meu pescoço e sorrir rente a
minha pele - Isso é Deus me punindo . Certeza .

CAPÍTULO 73
GH

De banho tomado e vestido somente com uma cueca eu paro na porta do banheiro olhando
ela secar os cachos com aquela parada lá.

Difusor, acho que é o nome.

Tá tão concentrada no bagulho que só nota a minha presença depois que termina e se vira
enrolando o cabo no secador.

Helena - Aí que susto, amor. - ela dar um pulinho colocando a mão no peito coberto por
uma camiseta do Benício, porque aparentemente é só o que ela sabe usar agora. - Tá aí a
muito tempo?

-- Não. - respondo simples, atento a cada mínimo movimento dela que passa por mim, vai
até sua mala no canto do quarto guardando o secador alí e volta rodeando minha cintura
com os braços. - A gente ainda tem que conversar. Tá ligada, né?
Lembro ela, era pra gente ter feito isso no banho. Mas tú fez? Nós não. Perdemos o foco ao
sermos consumidos por algo maior que nós, o tesão.

Helena - Não, não temos pois eu já te falei: Eu tô certa e aquela piranha errada. Ponto. - ela
me solta e se afasta indo deitar na cama.

E eu, adestrado como um cachorro, vou atrás. Numa necessidade fodida de ter ela perto de
mim, de ficar olhando, tocando... Fazer tudo que a exatamente um ano atrás quase foi
tirado de mim quando o coração dela parou de bater por cinco minutos.

-- Tá bom, então. Vem cá. - falo baixo pra não acordar o Benício e deito ao seu lado
puxando ela pra mim. Dou uma rápida olhada no relógio do meu pulso e respiro fundo
voltando minha atenção pro seu rosto que eu toco delicadamente, apreciando cada mínimo
detalhe dele. - São 4:23 da manhã do dia 06 de novembro, moreninha. Sabe o que
significa?

Helena - Sim! - ela sorrir toda linda, tirando a angústia que havia tomado o meu peito só de
lembrar do que eu passei ano passado quando achei que a morte tinha roubado de mim a
única mulher que eu amo, ela. - Trinta e cinco aninhos do meu coroa gato. - ganho um
selinho como complemento da sua resposta errada, sentindo ela jogar a perna por cima do
meu quadril. - Ou como o Nick disse, do pai do nosso filho.

Meu coração infla dentro do peito, acelerado com a simples frase e eu seguro seu rosto um
pouco distante do meu para olhar nos seus olhos. Ansioso para que ela responda a
pergunta que eu faço através do meu olhar.

Helena - Não, amor. Eu ainda não estou grávida. - ela faz um biquinho e completa. - Pelo
menos é o que os dois teste que eu fiz disseram. - suspiro aliviado e a puxo pra mim
novamente, beijando ternamente sua testa enquanto inalo o cheiro bom das inúmeras
paradas que ela passou no cabelo - Mas sabe quem está?

Ben - Quem? - a gente dá risada ao ouvir a voz sonolenta dele, do fofoqueiro.

-- Tava acordado esse tempo todo, não tava?

Ben - Tava mermo. Cês conversam alto pra porra. Como que dorme? - ele se aconchega e
abraça Helena por trás - Puta mulher cheirosa, hein. Passa a informação adiante.

Helena - Minha Maria fifi. - ela olha por cima do ombro pra ele que sorrir de ladinho e se
aproxima dando um selinho nela. - Amo seu sorriso.

Ben - E eu amo você toda. - ele me olha, e no seu olhar eu vejo a mesma angústia que eu
tinha momentos atrás. - Um ano... - aceno, desviando meu olhar pra ela, determinado a
mudar de assunto.

-- É a Tainá, não é? - minha moreninha faz que não.


Helena - É a Jade. - ela se ajeita na cama fazendo nós dois deitarmos nos seus braços
antes de finalizar a fofoca. - De um mini Nauan.

Ben - Puta que me pariu! - a gente se entreolha, compartilhando do mesmo pensamento


através do olhar.

Isso vai dar uma merda do caralho se o Don descobrir.

Helena - Pois é... - ela boceja, visivelmente cansada. - Acho que eu vou dormir porque
amanhã o dia vai ser longo. - sinto um beijo ser dado na minha cabeça e em seguida vejo
ela dando no Ben. Nisso, minha mão já desce no corpo dela e sobe por dentro da camiseta
indo parar no mamilo durinho que eu rodeio com o polegar, uma mania do caralho que eu
peguei e me faz dormir em minutos. - Boa noite, maridos. Até amanhã.

Déjà vu.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Estaciono o carro na frente da casa dos pais dela e afasto o banco do motorista pra trás,
pedindo pra ela vim pro meu colo. Helena logo obedece, deixando uma perna de cada lado
do meu corpo e o rosto de menina rente ao meu.

Helena - A gente se ver essa noite? - ela segura meu rosto com as duas mãos e aproxima
nossos lábios me dando um selinho, em seguida, começando a espalhar beijos molhados
pelo meu rosto. - Hum, meu coroa gostoso?

-- Vai dá não. - brinco, logo recebendo uma mordida na bochecha. - Aí, filha da puta! -
desço o tapão na sua bunda gostosa, sentindo o tecido do seu vestidinho subir pra cima
deixando ela exposta. - Vou morder desse mermo jeitinho tua buceta na hora que eu tiver
chupando ela, papo reto.

Helena estremece com a ameaça e se afasta mordendo o lábio inferior, a carinha de safada
aparecendo rapidamente.

Helena - Tem a moral de esvaziar o camarote durante o baile de hoje?

Estreito meus olhos, fixando nos seus que brilham com a luxúria.

Que demoniazinha safada.

-- Quer sentar pros teus homens num lugar lotado de gente?

Helena - Meu sonho. - ela volta abraçando meu pescoço, sussurrando próximo ao meu
ouvido enquanto sarra no meu colo. - Sentar bem gostosinho pra um enquanto chupo o
outro... - aperto minhas mãos com força na sua bunda durinha, fazendo ela soltar um
suspiro quente contra meu lóbulo. - Ou então fazer uma dp deliciosa com meus dois
homens...
Eu inspiro forte, pensando seriamente em foder com ela agora mermo quando olho pra
frente e vejo o pai dela sair pelo portão portando um fuzil rosa todo brilhoso que eu
reconheço como sendo o do avô dela.

Porra, meu pau morre na hora só de lembrar dele. Vira defuntinho mermo.

-- Helena... - fico até sem graça. - Teu pai. - uso do fato dele estar caminhando até o carro
pra fugir da realidade de ter broxado.

Minha moreninha se ajeita rápido no meu colo e me olha com o rosto vermelho, toda
ofegante tentando regular a respiração.

Helena - Olha o que você faz comigo. - franzo meu cenho, agora a culpa é minha? - Pareço
uma cadela no cio. Querendo transar a todo momento, em todo lugar.

-- Não é atoa que você tem dois homens. - subo com minha mão pro seu pescoço e puxo
ela pra mim. - Dois filhos da puta que são malucos por você. - lambo seus lábios e avanço
engatando num beijo lentinho.

Minha língua desliza entre seus lábios, invadindo sua boca de modo sutil, roçando e
brigando com a sua que tenta roubar o domínio pra si. Não comigo. Eu sugo seu lábio
inferior, recomeçando o beijo enquanto aperto meus dedos na sua pele, fazendo assim ela
soltar um gemido gostoso, e não contente eu aliso sua bunda com a outra mão, afastando e
voltando em seguida num tapa ardido que faz ela pular encima de mim. No mesmo instante
em que somos interrompidos com as batidas no vidro.

Russo.

Encerro nosso beijo com um selinho e ofegante olho pro seu rosto não tão longe do meu
quando ela sussurra ainda de olhos fechados:

Helena - Eu amo você, Gustavo... - meu coração acelera dentro do peito, bagulho que só
ela tem o dom de fazer. Não me orgulho mas admito que ela me desestabiliza legal, me
deixa sem postura e sem nada, essa demoniazinha. - E desejo com todas as minhas forças
que nada e nem ninguém nos separe... Nem mesmo a morte.

Ela abre seus olhos e o brilho que vejo neles me faz ficar sem fôlego, é o mesmo com o
qual ela olha pro Ben e se antes eu tinha alguma dúvida, agora eu não tenho mais.

Helena é a mulher da e pra minha vida e por ela eu sou capaz de fazer o Rio de Janeiro
inteiro queimar mais que o inferno. Basta ela pedir ou algum sem amor à vida ousar tocar
nela.

Russo - Na moralzinha, abaixa esse vidro aqui. - ouço sua voz meio desesperada e sorrio
quando Helena mergulha o rosto no meu pescoço e beija minha pele. - Acho que eu tô
passando mal.
-- Teu pai é sempre dramático assim?

Helena - Só as vezes. - ela rir comigo. - Precisa ver o meu avô, o rei do drama é ele. - fico
sério na hora, meio bolado comigo mermo por não ter coragem de falar que o maior herói
da vida dela tá morto a quase dois anos.

Eu ia, tá ligado? Mas depois de ouvir o Ben contar das inúmeras tentativas de suicídio, da
depressão e do quanto ela se punia pelo ocorrido, eu desisti. Não tô pronto pra ver ela
sofrendo com a culpa de ver quem se ama morrendo sem fazer nada. Eu acompanhei e
ajudei o Ben a passar por esse processo, e falar pra tú , eu sofri junto com ele.

Helena - O que foi, amor? Ficou sério do nada. - faço que não, baixando meu olhar pro
nosso meio assim como faço com minhas mãos que levam o tecido roxo do seu vestido a
tampar sua calcinha de renda da mesma cor. Gosto dela, tem uma fenda bem no meio,
sensacional pra foder em qualquer lugar.

-- Tem outra calcinha igual a essa? - finjo não tô ouvindo o pai dela batendo sem parar na
janela e elevo meu olhar pro seu rosto, vendo ela confirmar meio desconfiada. - Usa essa
noite que eu vou deixar tudo pronto pra te foder bem gostosinho no camarote do baile. - ela
sorrir mordendo o lábio, toda safadinha. - Minha putinha. - penso alto.

Helena - Sou também. - abraço ela e depois de dar mais um beijo na sua boca gostosa a
gente desce, os dois pelo meu lado que é pra testar o coração do pai dela que eu percebo
apertar firme o cano do fuzil, doido pra me matar.

Russo - Agora? - ele fala baixo, por causa do maxilar creio eu. - Tô batendo a quase meia
hora nessa porra.

Helena - A gente estava conversando, papai. - ela solta minha mão e vai até ele que
rapidamente gira o fuzil pras costas e se abaixa abraçando ela, chegando a fechar os olhos
enquanto aperta minha moreninha.

Frágil, é assim que eu vejo ele nesse momento, do mesmo jeito que eu e o Ben ficamos por
causa dela.

Russo - Vai lá, bonequinha. Papai deixou seu presente encima da sua cama. - ele solta ela
que beija seu rosto uma última vez.

Helena - Tá bom. Mamãe tá em casa? - ele diz que sim, observando ela voltar pra mim. -
Talvez eu vá com meus irmãos ou talvez com a Tai. Quando decidir eu mando mensagem
pra vocês avisando.

-- A gente vem te buscar se você quiser. - me refiro a mim e ao Ben.

Helena - Não precisa, amor. - me abaixo dando um beijo nela, porque aqui tem corage, e
logo ouço o pigarreio do empata momento. - Te amo e feliz aniversário. - diz com a boca na
minha - A noite te dou seu presente.
-- Também te amo. - dou um selinho nela, e olhando pro Russo que desvia pro outro lado da
rua, aproximo meus lábios do seu ouvido para sussurrar: - Só aceito se for tua buceta ou
seu cuzinho gostoso. - sinto ela apertar minha camiseta e sorrio beijando seu lóbulo - Até a
noite minha putinha.

Minha menina fica tão desorientada que se afasta rapidamente, vai até o carro pegando sua
malinha no banco de trás e sai praticamente correndo pra casa dos pais dela.

Russo - Bem que a minha pretinha falou que o carma é mermo uma vagabunda. - ele diz
tirando dois baseados do bolso, me estendendo um. - Tem veneno não. Fica tranquilo.

Confio? Não confio.

Mas pego, e quando vejo tô sentando na calçada fumando e querendo saber a procedência
da erva de tão boa que é.

-- Não é mexicana, não? - solto a fumaça enquanto pergunto olhando pra ele, tô ciente que
eu tenho uma pá de bagulho pra resolver lá na Penha mas tô curtindo esse momento sem
que ele esteja querendo me matar.

Russo - Boliviana, pô. Bota fé? Gabriel foi lá na casa de Judas buscar essa porra. Com uma
lábia do caralho, comprou baratinho.

Rapp, faço uma nota mental de mandar o papo pra ele comandar meu morro da próxima
vez que eu ver ele. Tem futuro, e essa erva é a prova disso.

-- Ben ia gostar dessa. - penso no meu irmão enquanto dou mais um trago, maconheiro do
caralho, não desperdiça nem as que cai do chão.

"É bom que fortalece meu sistema imunológico." consigo ouvir a voz dele na minha cabeça
e solto um riso anasalado que faz o Russo me olhar como se eu fosse doido.

Tô ficando graças a filha dele.

Russo - Pediu minha filha em casamento. - tusso com o susto da sua afirmação repentina e
depois de me recompor pergunto como ele descobriu. - Eu vi a aliança no dedo dela. - ele
olha pras minhas mãos - Cadê a tua?

-- Vou tatuar. - ele franze o cenho em total confusão. - Eu e o Ben vamos fazer isso mais
tarde. - conto o que eu espero que ele não explane porque é uma surpresa pra filha dele. -
No anelar mermo, tá ligado? Mandar fazer duas linhas como se fosse uma aliança e o nome
dela no meio.

Russo - Hum... - penso que ele acabou com as perguntas quando a pior delas vem. -
Fizeram pelo menos um pedido romântico? Me conta como foi.

-- Rapaz... - solto uma risada nervosa, apagando o baseado no chão antes de levantar
guardando no bolso pra fumar mais tarde. - Tem certeza que tú quer saber?
Russo - Fala logo. - eu mordo minha língua tentando segurar ela dentro da boca mas
parece que a convivência com o Benício me afetou o suficiente para que eu perdesse meu
amor a vida e a capacidade de inventar uma mentira para ser dita nesse momento. - Tá
enrolando por que, filho da puta?

-- Foi depois de uma foda, nós dois ainda socados até o talo na tua filha, se é que tú me
entende, quando eu pedi. - sorrio falso, dando dois passos para trás quando o vejo levantar
com o rosto ficando carmim. - Satisfeito? Pra mim foi romântico. Muito romântico.

Mermão! MERMÃO! Pra que?

O punho aparece tão repentinamente no meu campo de visão, carregado de uma força
satânica tentando afundar meu crânio, que por um segundo eu tenho a impressão que o
próprio Lucifer segurou a minha mão querendo me levar pro inferno.

Russo - Desgraçado!

CAPÍTULO 74
BEN

-- Deu foi sorte dele não ter te matado, papo reto. - pressiono a bolsa de gelo no seu olho
atingido ouvindo ele resmungar de dor. - E segura essa porra aí que eu não mandei tú falar
a verdade pro pai dela não.

GH - Mas cê tá puto? - ele dá risada segurando o bolsa depois que eu solto. - Fica não que
o teu tá guardado lá também. Nosso sogro disse que vai te dar com o dobro da força porque
ele vai tá limpo e não brisado como tava hoje.

Sorrio indo sentar na minha cadeira. Tenho que terminar meu gráfico e tô aqui dando palco
pra Gustavo que levou um soco tão forte por ter a língua maior que a boca que acho que
afetou até o cérebro dele.

-- Falando pra caralho, já. Fizemo o que? Trocamos de personalidade nessa porra?

Deixo de olhar pra ele que está deitado na cama de solteiro aqui da boca e foco na tela do
notebook encima da minha mesa, terminando de montar o gráfico de quanto tô gastando e
faturando por mês. Sou enjoadão nessa parte e só confio em mim mermo pra fazer essa
parada.

GH - Nada. É a convivência, pô.


︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Mais tarde, eu sento no sofá da nossa casa pegando o baseado da sua mão enquanto olho
o Pequeno terminando de fazer a tatuagem no seu anelar direito. Tá ficando foda, mesmo
que o menor esteja tremendo mais que vara verde, culpa do Gustavo que não para de
encarar ele.

GH - Tú erra um traço dessa porra aí e eu te passo aqui mermo, tá ligado? - seguro o riso
ao ver o preto segurando a máquina mais firme e me ajeito dando um trago antes de
devolver pra ele. - Como que ficou a parada com aquele bochechudo feio do caralho?

-- Consegui contratar ele... - deito minha cabeça no encosto traseiro do sofá e viro meu
rosto na sua direção, terminando de soltar a fumaça ao finalizar. - Dia 01 de dezembro vai
ter festa de casamento ao som do Dj Guuga.

Pequeno - Helena vai largar vocês pra ficar com ele, papo. - ele rir como se tivesse certeza
disso e eu me preocupo, será? - Anão de jardim é apaixonada por aquele feio.

GH - E por nós dois também então cala a boca e termina essa porra aí que eu já tô
pegando nojo da tua cara.

-- Gustavo! - ele me encara e eu faço que não, pedindo com o olhar pra ele pegar leve com
o muleque.

Já estive no papel de melhor amigo que o "marido" da amiga pega neurose e agora tô aqui.
Helena mosca e eu tô socando minha piroca nela. Não quero que esse círculo vicioso se
repita com nossa filha, se nós tivermos uma.

Pequeno - Terminei. - se afasta recolhendo seus bagulho e me olha rapidamente. - Quando


quiser tatuar os olhos dela tú me manda mensagem que eu venho, beleza?

-- Pode deixar. - observo ele levantar e depois de receber, sair quase que correndo fazendo
eu e o Gustavo rir dele, mó cagão. - Tem moral pra ser nosso genro não.

GH - Tá falando do que, desgraça? - dou risada e deixo ele pra trás ao subir pro meu
quarto. - O Benício. Demônio! Tú não vem com papo torto pro meu lado não.

-- Não é papo torto não, irmão. É a realidade do que vai acontecer se tú continuar com
neurose errada. - entro no banheiro tirando minha roupa e como se fosse o caralho, logo ele
entra atrás fazendo o mesmo. - Acha que tá fazendo o quê?

GH - Tomando banho. - responde simples girando o registro do chuveiro. - Não é isso que a
gente faz no banheiro?

-- Tú já ouviu falar em privacidade, Gustavo?


GH - A gente divide a mesma mulher, mesma cama... - ele cita as parada tudo. - E tú quer
mermo privacidade? Desiste, irmão. E depois, não tem nada aí do qual eu não tenha visto e
tocado antes.

-- Filho da puta!

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Helena - Eu vou com a Tai, maridos.

A mensagem dela chega no grupo formado por nós três e no mesmo minuto eu ligo por
chamada de vídeo, me ajeitando no banco do carro enquanto espero ela atender.

Ben - Oi razão da minha líbido! - sorrio quando ela aparece no foco da câmera. - Tá pronta?

Helena - Sim. Só esperando a Tai chegar. - umedeço meus lábios vendo ela reprimir os
seus que estão pintados de vermelho e aprecio seu rosto de menina que agora está com
uma maquiagem leve, estreitando meus olhos quando ela se mexe puxando o rabo de
cavalo que me faz ver seus fios lisos. - O que você fez, bonequinha?

Helena - Relaxa, amor. É chapinha. - ela rir toda linda do lado de lá - Cadê meu outro amor?

Meus olhos saem da tela e vão pra dentro do beco em que meu carro está estacionado na
entrada, Gustavo tá rodeado dos seus, putão apontando sua glock pro Japão que tá sendo
segurado por uns dois pra não fugir. Moleque fodido, pô. Saiu em uma com o Nando e
acabou matando o cara, deixando uma viúva grávida e duas meninas sem pai. Bagulho
foda.

-- Tá ocupado. - por fim, respondo.

Helena faz um biquinho insatisfeito mas não pergunta sobre, sei que ela entende que
embora na maioria do tempo a gente doe o nosso pra ela, nós também temos
responsabilidades, algumas que interferem e muito na vida de outras pessoas.

Fico mais um tempo conversando com ela e quando a Tai chega lá, eu me despeço e
desligo saindo do carro. Bato a porta, travo e vou pra perto do Gustavo que continua
gritando, tão puto que chega a estar vermelho.

GH - ... Tú é um filho da puta desgraçado, tá ligado? - ela passa o dorso da mão na boca. -
Como que eu vou chegar pra dona dele e falar uma porra dessa agora? Que o marido dela
foi morto por nada?

Japão - Era ele ou eu, chefe. E o mano tava no erro, pô. Foi render pra minha mina, logo a
minha! - ele olha pra outra entrada do beco em que estamos, pra uma morena baixinha de
longos cabelos cacheados que nos olha apreensiva , eu ergo minha sobrancelha ao notar a
semelhança com a Helena e olho pro Gustavo que rir nervoso. Tenho certeza que também
notou. - Geral sabe que eu sou malucão por ela. Obsecado mermo.
Cruzo meus braços, desconfortável, ao sentir que estamos diante de alguém que pode vim
a colocar a segurança da Helena em risco e não gosto disso.

Nem um pouco.

Gustavo sente meu olhar nele e me olha como pede minha opinião sobre o assunto. Eu
passo o indicador no pescoço como quem diz "mata" e ele acena concordando, logo
dizendo:

GH - Levem pra vala e façam chover bala na cara desse fodido. - ele guarda a arma e
aponta pro Japão. - Vai chegar irreconhecível no inferno só pra largar mão de ser um cuzão
que cagou pra confiança que eu depositei em tú.

Japão - Desgraçado! Tú é um fodido de merda, GH... - ele sai sendo arrastado, xingando
até a quinta geração do Gustavo.

-- E tão bom saber que somos amados pelos nossos. - debocho ao voltar a olhar pro meu
irmão que me parece um tanto pensativo. - O que tá pegando?

GH - Minha cabeça tá doendo pra caralho. - a gente caminha lado a lado de volta pro carro.
- Sinal que eu vou passar muita raiva essa noite.

-- Reunião com a cúpula, teu pai, tua mãe, tua madrasta e tua prima no mesmo lugar... -
solto um riso nervoso só de lembrar dessas bombas relógio, ciente que eu vou passar raiva
junto com ele. - Tú ainda tem dúvidas? - destravo, abro a porta do motorista e entro batendo
novamente enquanto ele dá a volta.

GH - Vou mandar todo mundo pra puta que pariu. Marisa, Raika e Gabriela principalmente,
é só começarem a mexer com a demoniazinha. - diz entrando.

-- Cada dia é um apelido novo?

GH - É porque não faz sentido chamar ela de demônia, tá ligado? - ligo o carro ouvindo ele
falar do meu lado. - Tú já viu o tamanho daquele ser?

Ele começa a rir ao falar dela e eu entro na onda, rindo junto.

-- É quase uma versão pocket de uma mulher.

CAPÍTULO 75
HELENA
Tainá - Vem de chicote, algema, corda de alpinista. Daí qu'eu percebi que o cara é
sadomasoquista... - ela desce do seu carro cantando aos berros com uma garrafinha de
vodca na mão, só aumentando a preocupação dos meus pais que assim como eu estão
aqui na frente de casa decidindo quem vai como minha contenção. - Que é isso em,
Leninha. Vai matar os velhotes mesmo?

Ela se aproxima me olhando de baixo pra cima, começando pelos saltinhos grossos de
amarração no meio da panturrilha, vestidinho branco de alças finas totalmente coberto de
paetês que tem um decote degagê que deixa o vão dos meus seios visíveis, rosto
levemente maquiado com excessão da boca tingida de vermelho até parar nos meus fios
que eu pranchei só pra deixar preso num rabo de cavalo para dar mais visibilidade a minha
tatuagem das costas já que meu vestido é costa nua.

-- Olha quem fala. - troco beijo no rosto com ela e sorrio dando uma rápida olhada no seu
corpo. Tainá está bem maquiada, suas trançinhas recém feitas caindo por cima do tecido do
seu vestido tomara que caia na cor preto que se ajustou perfeitamente às suas curvas e nos
pés, ela tem um tênis da mesma cor. - Tá linda de gostosa. - por fim, digo. - Vamos? Meus
irmãos acabaram de descer com a Jade pra lá.

Russo - Mas nem fodendo que você vai com ela. A mina tá bêbada, pô.

Tainá - Qual é, tio Russo? Tô bêbada não. - ela dar um gole na sua bebida e me abraça de
lado. - Essa ainda é a primeira da noite.

Sua mentira é tão forte que nem ela aguenta e começa a rir, me fazendo ir no embalo.

Afrodite - Me dá a chave do carro. - ela pede e a Tai entrega sem protestar, parando de rir
assim que ver o Gege sair do beco do outro lado da rua. - Geovane vai levar vocês e Sabiá
e Miranha vão atrás de moto. - diz se afastando de nós, indo pra onde os três citados estão.
Percebo meu pai sorrir todo apaixonado, visivelmente orgulhoso dela. - Quero vocês três de
olho aberto o tempo todo na minha filha e se algo acontecer com ela vai ser vocês que EU
vou cobrar. Tão entendendo?

Os três confirmam sério e dois deles se afastam indo pras suas motos, só o Gege que se
aproxima com ela, tentando a todo custo não olhar pra Tainá.

Acho que tem medo de se apaixonar, só pode.

Tainá - Quero ser igual a senhora quando crescer. - minha mãe se aproxima como quem
não quer nada e desce o pescotapa nela. - Ai! Isso dói, tia.

Afrodite - Senhora e tia é teu rabo gordo, sua cachaceira. Me respeita que eu ainda tô na
flor da idade. - ela joga os cachos pra trás e para na frente do meu pai deixando ele abraçar
ela por trás.

Russo - Jope vai dormir na Brenda hoje, pretinha? - pergunta do nada e minha mãe reprime
os lábios confirmando. - E a gente vai ficar sozinho em casa?
Eu pego logo a maldade e engasgo com a própria saliva, começando a tossir.

-- O pai... - me recomponho. - Por favor! - me afasto puxando a Tai pela mão. - Você quer
me deixar traumatizada?

Afrodite - Traumatizado quem ficou foi teu pai quando aquele esquisito falou como te
pediram em casamento.

Eu paro, minha alma sai e volta do meu corpo umas trocentas vezes e eu juro, juro mesmo,
consigo sentir a coloração saindo do meu corpo.

Gustavo não fez isso, fez?

Felizmente, ou não, Tainá sai em minha defesa por saber do que se trata.

Tainá - Ué gente!? Mas tá errado pedir durante o vamo vê? - ela bebe da sua vodca e
completa. - É bom que não tem erro. Quem vai recusar um pedido de casamento depois de
gozar? - olha diretamente pro Gege que estava secando seu corpo "disfarçadamente". - Até
eu aceitaria.

Sua fala afeta minha mãe que também engasga, ficando extremamente vermelha ao tossir
sem parar.

Afrodite - Ai Deus! - meu pai ergue seus braços pra cima e começa a rir de modo sacana. -
Você tá rindo, Bóris?

Russo - Tô mermo. Lembrei que nossas bodas de água marinha tão bem aí... - 19 anos de
casados, lembro e sorrio. - Vou refazer o pedido só pra nois casar de novo antes de ir
embora pra Noruega.

Afrodite - Só aceito se for igual ao primeiro. - ela para de tossir e se vira pra ele sussurando
algo que por estar distante eu não consigo ouvir, meu pai umedece os lábios fazendo que
sim com a cabeça e me olha, logo ajeitando a postura ao perceber que nós estamos
olhando pra eles.

Russo - Cês já podem ir. - praticamente nos expulsa. - Tú fica ligado, Gege! - ele aponta pro
preto não muito distante de mim.

Gege - Relaxa chefe, vai curtir tua mulher que da tua filha eu cuido.

Afrodite - Aí os maridos dela ouvem uma coisa dessa e você morre sem ter culpa de nada. -
diz vindo na minha direção com meu pai. - Não tira isso do braço, tá ouvindo? - ela toca o
relógio que meu pai me deu. Ele é feito de ouro rosa, rodeado de pedrinhas de diamantes.

-- Só não vou tirar porque achei muito lindo. - abraço ela e em seguida meu pai que me
aperta por tempo demais e ao se afastar continua segurando meus ombros como se não
quisesse me deixar ir. - O que foi? - ele faz que não e sorrir forçado me soltando.
Russo - Não é nada, bonequinha. Vai lá curtir com teus irmãos.

A gente se despede mais uma vez e logo sai. Tai me obriga a ir no banco da frente por
saber que eu passo mal atrás e em determinado ponto da viagem sinto suas mãos
passarem algo no meu pescoço. Estremeço e coloco as minhas encima pra saber o que é.

Tainá - É parte do meu presente de aniversário pro Gustavo.

-- Mas o que é? - sinto ela prender na parte de trás do meu pescoço e abaixo o quebra-sol
para olhar o reflexo, soltando um riso nervoso ao ver algo parecido com uma coleira ali, os
vulgos Ben e GH gravados com letras douradas sendo divididos por um elo que parece ser
feito para prender a corrente. - Eu sou o que agora? - pergunto meio indignada.

Tô parecendo uma cadela de coleira.

Tainá - Uma submissa, amor. - ela se enfia entre os bancos dianteiros e me dá um beijo na
bochecha. - Uma bem gostosa que tem dois donos.

Fico calada tocando as letras, sentindo o calor subir pelo meu ventre, pensando e querendo
somente os meus homens agora, ou melhor, meus donos.

Muitos minutos depois, Gege estaciona o carro atrás de uma Bmw branca que eu
reconheço como sendo a do Rapp e forçando meu olhar na direção de um grupo de
pessoas alí do lado eu reconheço todos mas foco nos dois morenos que olham fielmente
para cá como se conseguissem me ver através do vidro escuro.

Ben e GH.

Eu deslizo a língua sobre os lábios ao ver os dois lado a lado, vestidos com calça e tênis
escuros, a camiseta do Ben sendo uma de gola branca que entra em contraste com seu
cabelo que eu tingi hoje cedo de preto e a corrente de ouro enfeitando seu peitoral, e a do
Gustavo uma azul marinho que só de olhar eu tenho certeza que realça o azul dos seus
olhos.

Aí meu Deus, me dê forças para não cometer um atentado ao pudor na frente dos meus
irmãos.

Gege - Qual foi, Lena? Vai babar mermo? - sacudo minha cabeça ouvindo ele rir do meu
lado e a porta de trás batendo, percebendo só então que a Tai desceu. - Preta perfeita... -
murmura e eu olho pra ele que abre a porta pra descer mas eu impeço segurando sua mão.
- O quê?

-- Eu ouvi. - ele me olha como quem pergunta "e eu com isso?" - Porra, Geovane. Você vai
mesmo deixar ela pra outro?
Gege - É complicado, Lena. Tainá é pipa avoada e eu sou emocionado demais. Vou logo
querer colocar é uma aliança no dedo dela assim como Ben e GH colocaram no teu. - diz
olhando pra minha aliança.

-- E aí? - solto sua mão e abro a porta do meu lado ainda olhando pra ele. - Tú acha que ela
vai achar ruim? - ele dar de ombros olhando pra fora pela porta aberta do meu lado e eu
bufo, começando a ficar irritada com esse homem burro. - E eu achando que o Benício era
o único sonso indeciso que eu conhecia. Parabéns Geovane! Você superou ele. Tomara que
a Tai desencane de você e ache um preto bem gostoso pra sentar nele. - planto a discórdia.
- Afinal, se tú não quer, tem quem queira.

Eu me viro pra sair e dou de cara com meus homens me encarando, os braços cruzados na
frente do peitoral, as sobrancelhas juntas e o maxilar travado demonstrando que eles não
estão muitos felizes não.

Eita.

Sorrio falsa, e fazendo a linha inocente saio do carro ajeitando meu vestido.

Os dois acompanham meu movimento com o olhar faminto e ao me verem erguir a cabeça,
focam no meu pescoço.

Benício sorrir sem acreditar e Gustavo fica mais sério, seus olhos escurecem e eu
reconheço seu lado sádico brilhando nas orbes azuis. Percebo suas mãos se fechando em
punho, ele se controlando enquanto aperta ainda mais seu maxilar, é algo que eu nunca vi
antes e está presenciando agora, com várias pessoas passando ao nosso redor só faz o
calor no meu ventre aumentar.

Ben - Gustavo... - chama em tom de aviso tocando seu punho que se abre no mesmo
instante. - Relaxa aí que ela vai ter o dela na hora certa. - os dois se entreolham. -
Consegue se controlar?

GH - Tú acha que eu não tô tentando, irmão? - ele sorrir nervoso. - Minha mão tá coçando
pra colocar essa filha da puta de quatro aqui mermo e foder batendo nela até amanhã.

Eu engulo a saliva, num misto de preocupação e tesão crescendo em mim, quando os dois
me olham sério.

Ben - Passou dos limites, Helena. - ele me analisa dos pés a cabeça. - Olha o tamanho da
porra desse vestido.

-- É porque tú não viu o que tem por baixo dele, ou melhor, não tem. - deixo escapar e
reprimo meus lábios olhando pros meus irmãos que gritam que vão entrar na quadra, Jade
e Tainá estando com eles. - Eu vou com vocês. - eu me apresso em fechar a porta do carro
e quando dou dois passos em direção a eles uma mão se fecha perfeitamente na minha
nuca me fazendo voltar.
Meu susto é tanto que eu fecho meus olhos e só volto a abrir quando sinto o corpo alto
colado no meu, a boca carnuda sendo pressionada na minha quando a fala entre dentes
invade minha audição.

Ben - Eu espero que tú não esteja sem calcinha. - minhas pernas ficam bambas com o
aperto e com o tom rouco usado por ele. - Porque se tú tiver, não vai ser tua buceta que vai
receber duas picas lá dentro. - ele me dá um selinho. - Vai ser teu cuzinho.

Aperto minhas mãos na sua camiseta e suspiro pesado contra seus lábios que logo cobrem
os meus num beijo lentinho que é finalizado com uma sugada de lábio deliciosa que arranca
de mim um gemido baixo.

Ben - Tá muito linda. Esqueci de falar. - abro meus olhos quando sinto ele me soltar. - Vai lá
no Gustavo, vai. - faço que sim sem saber pro quê e ofegante me afasto, indo pro Gustavo
que me encara encostado no carro, seu olhar ainda queimando em desejo mas seu
semblante mais suave.

-- Oi! - soo mais tímida do que gostaria e ele sorrir cafageste abrindo as pernas para que eu
fique no meio, abraçando minha cintura enquanto sussurra com a voz grossa no meu
ouvido:

GH - Vou te macetar com tanta força mais tarde, demoniazinha. - ele lambe meu lóbulo me
fazendo arrepiar igual uma vagabunda. - Que você vai se arrepender de me provocar com
algo tão significante pra mim.

-- Você gostou? Foi a Tai que me deu.

GH - Gostei muito. E vou gostar mais ainda de usar a outra parte dela em você. - ele trás
sua boca pra minha e me devora num beijo nada gentil, com direito a mordida de lábio e
forte sucção de língua.

Fico sem fôlego, doida pra dar logo pros dois que são tão diferentes mas que se completam
para me satisfazer como ninguém, e encerro nosso beijo praticamente implorando contra
sua boca.

-- Vamo embora daqui? - olho dele pro Benício que volta não sei da onde com um baseado
na mão estralando a língua em negação. - Não? - pergunto confusa e frustada.

Eu quero dar!

Benício abre a boca pra responder mas uma voz feminina o corta ao dizer:

- Só assim pra mim poder conhecer tua mulherzinha né, Gustavo Henrique Cardoso!

Olho na direção da voz vendo uma morena de meia idade de olhos azuis fixos em mim, ela
não está sozinha, ao seu lado tem um homem que aparenta ter a idade do meu pai e ao
lado dele uma morena bronzeada de cabelos curtinhos que ao estreitar meus olhos as
lembranças surgem como um trem me atropelando.
É a Raika.

GH - Nem assim. - volto a olhar pra ele que segura minha mão e ergue na direção do
Benício. - Vai com ele. - aponta com a cabeça, sua voz grossa soando carregada de ódio. -
Já eu me junto a vocês. Vou só trocar uma idéia com o trio de cornos ali.

CAPÍTULO 76
- AFRODITE -

Eu observo o carro sair pela rua com meu coração na mão, uma dorzinha no peito, sabe?
Coisa de mãe que não aceita que os filhos cresceram.

E eles cresceram, cada um com sua personalidade. Gabriel é extrovertido, carinhoso,


ambicioso, superprotetor e um ótimo pai. Dante é a revolta em pessoa, marrento, bruto igual
uma mula, extremamente protetor - até mais que o Bóris -, focado e acima de tudo, intenso.
E tem a minha boneca, Helena, ela é um pouco dos dois, o meio termo. Se ela gosta de
você, você terá o melhor dela mas se ela não gosta... coitado de você!

Russo - Toda pensativa aí... - a voz rouca e baixa soa perto do meu ouvido e eu me
encolho, sorrindo fraco ao me virar pra ele. - Quer dividir?

-- Não é nada, vida. Só que... - dou de ombros e suspiro. - Nossos trigêmeos cresceram.

Russo - Quiser mais uns trigêmeos nois pode providênciar. Tú quer? - dou um tapinha no
seu peitoral e me afasto sorrindo. Esse velho só pensa em fazer filho.

Acha que eu sou uma coelha pra ficar reproduzindo a vida toda, só pode.

Russo - Qual foi pretinha? Vai pra onde?

-- Preparar a banheira pra tomar um banho. - paro no portão de casa e olho por cima do
ombro pra ele que continua parado no meio da rua. - Vai ficar aí?

Meu brutamontes barbudo sorrir como quem não vale nada e lentamente caminha até mim.
Acompanho cada passo seu devorando seu corpo com meu olhar.

Chinelo nos pés, calção fininho que deixa em evidência sua meia ereção, barriga tanquinho
exposta, peitoral tatuado... Tudo que eu amo e o tempo fez questão de deixar melhor
porque esse homem é igual a vinho.

Quanto mais velho, melhor fica.


Russo - Tá babando no vovô, novinha?

Mordo meu lábio pra conter o sorriso safado. Esse vovô é muito gostoso, não tem nem
como não babar nele.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

-- Eu posso está errada, sabe? - me ajeito no seu colo para olhar pro seu rosto, fica muito
lindo fumando dentro da banheira. - Mas acho que a Jade voltou a falar com o Jean. O que
seria muita burrice da parte dela.

Russo - Ela voltou, pretinha. - afirma, sério finalizando. - Nauan me passou a fita que
sexta-feira viu ela rodando com ele pela Rocinha. Cheia de riso passeando lá perto da casa
do Ben.

-- É aí? - tomo o baseado da sua mão e dou um trago longo. Preciso depois dessa
informação.

Russo - Vai com calma, novinha. - ele rir tomando de volta, solto a fumaça na sua cara só
pelo riso fora de hora e como punição recebo um tapinha no rosto. - Presta atenção!

-- Você para. - devolvo com a mesma força e como ele não sabe brincar logo sua mão se
fecha no meu pescoço - O porra.

Russo - Tá estressada? - faço que não vendo ele colocar o baseado no suporte de sais de
banho. É agora que eu me fodo, literalmente. - Tá sim. Vou te macetar, digo, acalmar e
depois a gente termina de conve...

Impeço que ele continue falando ao colar nossos lábios, iniciando um beijo ávido enquanto
minhas mãos exploram seu corpo gostoso.

-- Faz mais e fala menos, vovô. - provoco ao afastar nossos lábios, sarrando gostoso no seu
pau que rapidamente endurece embaixo de mim. - Ou a pipa não...

Recebo um aperto no pescoço tão forte que me tira o fôlego e ao olhar pra sua imensidão
acinzentada me arrependo por ter brincado.

Meu homem tá puto.

Russo - Não quero tú pedindo arrego como da última vez, tá ouvindo? - arfo em resposta
quando ele me inclina parcialmente pra trás, me segurando pelo pescoço com a mão direita
e acariciando minha buceta com a esquerda enquanto sua boca vem parar no meu peito
que ele suga com força o leite que por sua causa ainda não parou de sair.

Gemo baixinho apertando minhas mãos na beira da banheira e perdida no prazer que só ele
sabe me dar eu fecho meu olhos deixando que ele me leve ao limite.
CAPÍTULO 77
- RUSSO -

Me ajeito na cama cobrindo nós dois com o cobertor, Afrodite tá toda mole depois da surra
de piroca que levou. Também, foi logo brincar com coisa séria. Levou o dela com gosto
porque eu posso tá velho mas brocha eu tô longe de estar.

-- Tá com muita dor? - pergunto preocupado depois de ouvir ela gemer.

Afrodite - Não seu filho da puta. Tô dormente, tá vendo não? - dou risada, quem vê essa
mulher cheia de postura na rua nem imagina o quão boca suja ela é comigo, e só comigo
também. - Vai lá pegar um remédio pra mim, vida. Por favor.

-- A tua bipolaridade me assusta, pretinha, papo reto. - beijo seus cabelos úmidos e levanto
pegando meu celular na mesa de cabeceira. - Vou pegar a água e já volto.

Saio do quarto falando e sigo pra cozinha olhando pra tela do meu celular que eu
desbloqueio e vou no aplicativo de rastreamento. É, eu tenho um, Nauan criou pra mim
rastrear cada um dos meus filhos, sem eles saberem é claro.

Iam me chamar de maluco e superprotetor. Coisa que eu sou mermo, mas sou com razão.
Quem sabe do meu passado sabe do quanto eu sofri quando sequestraram minha mulher e
mesmo que eu não admita pra ninguém, meu maior medo é que algo parecido aconteça
com um dos meus filhos.

Franzo meu cenho ao ver que os rastreadores do Dante e do Gabriel denunciam que eles
estão de volta ao morro e dou uma conferida no canto superior do celular mostrando ser
três e meia da manhã.

Tem parada errada e eu vou já descobrir o que é.

Entro na cozinha e pego o copo de água, voltando pro quarto com o celular na orelha
chamando uma, duas... cinco vezes antes do Dante atender.

-- Passa a fita sem enrolação. Voltaram cedo porquê?

White - Jade tá grávida... - sua voz soa embargada. - E não é meu, pai.

Entro no quarto vendo minha pretinha dormindo e me aproximo colocando o copo na


mesinha, sentando na beira da cama pra tentar digerir o que meu filho acabou de falar.
Ele é o mais intenso dos quatro, tá ligado? E só eu sei como isso é ruim pra ele, afinal, o
muleque é praticamente uma cópia minha. Mesmo defeitos e qualidades.

-- E o que você fez?

White - O mesmo que o senhor. Dei meu papo que assumia e criava como se fosse meu. -
ele inspira, o som irritante do catarro me fazendo torcer o nariz em nojo. - Ela falou que não
queria. Que era melhor a gente terminar.

-- Por que isso agora, Dante? Depois de toda a merda que vocês passaram pra ficarem
juntos.

White - Por causa daquele filho da puta lá. Do Jean.

Meu sangue borbulha nas veias só de ouvir o nome desse fodido. Muleque desgraçado.

White - Ia matar ele porque chegou lá no baile com o cú topado de heroína. Ameaçando
matar ela e o caralho todo porque queria ver a Helena e...

-- Tua irmã tava perto?

White - Não. Ben mandou ela ficar com o GH no camarote. - ele respira fundo, inalando a
porra do catarro mais uma vez esse nojento. - Posso ir prai com o Gabriel? A gente quer
dormir com o senhor e a mãe.

Passo a mão no meu pescoço só imaginando o quanto ele vai amanhecer dolorido amanhã
e por fim respondo.

-- Vem. - fecho a boca e ouço a porta lá embaixo bater . -- Filho da puta!

Afrodite - Me respeita. - recebo um beliscão nas costelas que me faz pular com o susto que
vem junto. - Tá devendo, Bóris?

-- Mas é o caralho mermo. - ouço a risada feia pra porra do Gabriel se aproximando e
desligo a chamada colocando o celular na cabeceira. - Achei que tú tava dormindo, Afrodite.
- chamo pelo nome de propósito, ela que começou.

Afrodite - Teu boga espocado. - sorrio vendo o bico de todo tamanho se formar nos lábios
carnudos e me inclino mordendo os dois juntos.

-- Bocuda que eu amo. - ela sorrir abraçando meu pescoço e me puxa pra um beijo lentinho
que só não evolui porque somos interrompidos.

Rapp - Cessa a fornicação aí, faz favor. Tem criança entrando no recinto.

White - Tú não sabe fazer nada sem anunciar antes não porra?
Rapp - Ó, tú fala direito comigo que nois já dormiu agarrado. - olho pro lado vendo os dois
entrando e me afasto da minha mulher, pego o remédio pra ela e deito ao seu lado em
seguida, dando risada deles que se ajeitam do outro lado ainda se alfinetando. - Aqui pai. -
aponta pro Dante. - O macho que falou que mulher nenhuma fazia ele chorar... Tá chorando
ó.

A cena é tão cômica que nós três rimos do Dante mas, de repente, paramos quando o
celular dos quatro começa a tocar no mesmo instante.

Um arrepio forte sobe por minha espinha e sem perder tempo eu pego meu aparelho e
atendo, entrando em total desespero ao ouvir o que eu menos gostaria que acontecesse
agora.

"Helena lembrou que o Jão morreu..."

CAPÍTULO 78
GH

Horas atrás...

Helena me olha fazendo um biquinho com os lábios carnudos, vejo a confusão no seu olhar
mas agora não tenho tempo e nem paciência para explicar nada pra ela.

A simples aparição dos meus genitores me tiraram tudo.

Ben - Bora, bonequinha. - ela deixa de olhar pra mim para encará-lo quando ele pega sua
mão da minha e a puxa. - Não me olha assim. Só vem comigo.

Helena - Eu vou porque eu quero e não porque vocês pediram. - ela puxa sua mão da dele
e sai pisando forte no chão.

Eu olho calado o quão perfeita ela ficou nesse vestido e por um segundo - só um - esqueço
que meu plano é jogar esse pedaço de pano no lixo assim que chegar em casa, todo
rasgado pra ela nunca mais usar.

Ben - Mais um problema na nossa conta. - ele dá uma batidinha no meu ombro e se afasta
falando. - Boa sorte pra nós, vamos precisar.

Fico olhando até que ele alcança ela e só então me viro pro trio que diz ser um trisal.

Um bando de cornos, isso sim.


-- Tão fazendo o que aqui? - pergunto olhando pros dois mais velhos, a piranha é
insignificante pra mim nesse momento.

Marisa - É aniversário do nosso filho. Por que não viríamos? - olho ela de cima a baixo.
Salto alto e vestido curto não condizendo com os 57 anos que lhe pertencem.
Sinceramente... - Tá me olhando como se eu fosse uma puta barata porque, Gustavo?

-- Pra tú é GH. - encaro serin antes de falar o que vem na mente. - Pensei que tivesse
acostumada já que age e se veste como se fosse uma.

Doca - Já chega! Tú não tá falando com a puta da tua mulher não. - sorrio como um
psicopata, num movimento rápido tirando a arma do cós e apontando pra ele.

-- Repete! - de soslaio, vejo os meus fazendo o mesmo que eu, seus fuzis apontados pro
fodido que acha que tem moral pra chamar minha mulher de puta - Repete, porra!

Marisa - Tá disposto a atirar no teu pai só porquê ele chamou... - movo a ponta pra ela que
pensa duas vezes antes de finalmente perguntar - Helena de puta?

Faço que não, estralando a língua em negação, soltando o freio da minha língua na hora de
jogar toda a "merda no ventilador".

-- Tô disposto a atirar e matar o Doca - deixo claro - Porque ele é um filho da puta que além
de me roubar ainda teve a cara de pau de aparecer no meu morro como se não tivesse feito
nada. - volto a arma pra ele e destravo, pronto pra atirar quando a Marisa entra na frente.

Marisa - Não foi ele. Fui eu! - ergo minha sobrancelha, isso é pior do que eu imaginei. - Eu
que mandei inteceptar e roubar as armas antes que elas chegassem até aqui. Eu que
mandei, EU!

Encaro sem acreditar.

Quando o Japão me passou a fita que o Doca tinha me roubado, achando que eu pouparia
a vida dele por isso, eu fiquei pensativo pra caralho porque sabia o que tinha que fazer,
tinha que agir conforme a lei do facção. Ele me roubou, tentou foder com meu comando me
deixando sem as armas e a cobrança pra tal ato era a morte mas, agora, saber que foi a
Marisa quem fez isso me deixa sem saber o que fazer.

Ela é minha mãe. Não foi a melhor mas pelo menos não deixou o Doca me matar
espancado, já que ele claramente tentou fazer isso algumas vezes durante a minha
infância.

Porra!

-- Saiam daqui! - consigo manter o tom frio e autoritário de sempre mesmo que meu peito
esteja queimando de dentro pra fora com mais essa.
Raika - Não, por favor. Eu quero ficar. - me forço a olhar pra esse ser insignificante. Ela faz
o mesmo comigo, enrolando uma mecha do cabelo curtinho no indicador de unha enorme
pintada de vermelho. - Meus nenéns pedem desculpas pra você e mandam até trazer suas
armas de volta.

Solto um riso anasalado. Era só o que me faltava.

-- Teus nenéns?

Raika - Sim. Mari e Doca! - ela ajeita os seios no sutiã como se quisesse me chamar
atenção mas ao ver que não funciona, sorrir sem graça. - Eles fazem tudo que eu quero. -
finaliza.

-- É mermo? - ela faz que sim. - Quero ver então. - desafio olhando com deboche pros
outros dois que bufam.

A piranha nem abre a boca pra pedir e a Marisa pega o celular do meio dos seios
mandando não sei quem trazer as armas, logo em seguida pedindo desculpas em uníssono
com o corno mais velho.

-- Eu não ouvi direito, podem repetir? - uso minha cara mais cínica, a que eu aprendi com
minha demoniazinha.

- Desculpa! - a palavra dita entre dentes em tom de ódio puro é como música pros meus
ouvidos.

-- Desculpo não. - sorrio, meu humor nas alturas enquanto eu guardo minha arma. - É o
seguinte. Quiser entrar, vai ser sozinha e só depois que minhas armas chegarem.

Raika - Mas isso vai demorar.

-- Foda-se. Não é problema meu. Minha ordem tá dada. - me viro pros que continuam
apontando pra eles e aponto pra um preto que tem cara de doido, é um dos novos. - Qual
teu vulgo?

- É Guitin mas os mano só me chama de Black.

-- Então, Black... Passa o rádio pro olheiro e manda ele ficar em alerta. Qualquer movimento
errado é fogo no céu. - ele faz que sim e pega o rádio já obedecendo. - Fiquem de olho nos
três e depois que o carregamento chegar liberem a entrada só da piranha. Os dois velhos
podem mandar ralar. Black ! - o preto me olha com a cara de doido dele apontando pro
próprio peito. - Tú mermo. Vai ficar responsável por conferir se tá tudo ok...

Dou mais algumas ordens e me viro seguindo pra dentro da quadra. A piranha fica
chamando meu vulgo como se fosse pica pra ficar na boca dela.

Mas tú vira? Porque eu não.


Ela desiste, ficando pra trás quando eu entro na quadra sendo escoltado por uns dois.

Enquanto sigo pro camarote que eu fechei como falei que ia, eu vejo o Ben e os irmãos
Mikhailov bebendo inclinados sobre o para peito olhando fixa e seriamente pra um ponto
aqui embaixo.

Eu não preciso ser mago pra saber pro que, ou melhor, pra quem eles estão olhando. As
caras e bocas que fazem deixa isso bem claro.

CAPÍTULO 79
BEN

Eu tô a ponto de ter um avc, se pá, até um ataque cardíaco junto, papo reto.

E tudo por culpa de quem? Helena. Hoje ela tirou o dia pra testar o caralho que eu chamo
de paciência. Já não bastava vim com um vestido extremamente curto ainda tá lá embaixo
pagando de doida com a Jade e a Tainá.

Dei o papo pra ela ficar aqui encima e a mandada mandou eu me foder, du nada, sendo que
quem tava puto era eu.

GH - Cadê ela? - viro pra ele que encosta do meu lado direito e volto a olhar lá pra baixo,
apontando na direção dela que nesse momento está descendo até o chão, equilibrando um
copo de uísque na boca enquanto bebe sendo influenciada pelas outras. - Quem deu
bebida pra ela?

-- Tú quer mermo saber? - ergo uma sobrancelha me virando pra ele, o maluco ainda tem a
capacidade de afirmar. - Quem é a cachaceira dali?

GH - Tainá... Eu vou passar a zero naquele cabeção dela, papo reto. - diz putasso e sai indo
lá pra baixo. Eu acompanho com o olhar dando um gole no meu uísque.

Isso vai ser bom.

Rapp - Cinco mil que ele vai fazer Helena subir facin, facin. - ouço ele propor pro Dante que
está do meu lado esquerdo.

White - Aposto seis que ela não sobe e ainda faz ele voltar mais puto do que já foi.

Os dois apostam dando risada da situação e juntos prestamos atenção no exato momento
em que o Gustavo já chega pegando ela pelo braço, tirando de perto das outras.
Dou outro gole no meu uísque vendo ela virar o dela enquanto se deixa ser arrastada pelo
Gustavo até chegar na escadaria que dá pra cá que é onde ela, literalmente, empaca e
começa a discutir com ele.

Eu paro de prestar atenção neles porque uma confusão ali perto me chama atenção. Tanto
que eu estreito meus olhos sem querer acreditar no que eu vejo.

-- Esse muleque só pode que perdeu o amor à vida. - viro o uísque de uma vez na boca e
cutuco o White, apontando pro cunhado dele segurando o braço da Jade que faz cara de
dor enquanto a Tainá tenta ajudar ela a se soltar.

White - Ah, vai tomar no cú porra! Até aqui.

Eu desço junto com ele e o Gabriel, mandando eles seguirem na frente com os da minha
contenção quando paro pra dá o papo pro Gustavo.

GH - Se for matar, faz isso lá fora pra não criar tumulto aqui dentro.

Helena - O que está acontecendo? Eu quero saber. - ela grita por cima do som alto.

-- Sobe com o Gustavo que ele te fala. - ela faz aquele biquinho como de quem pensa se
deve ou não obedecer e por fim acaba fazendo minha vontade.

Helena - Toma cuidado e volta logo. - aceno brevemente e sigo meu caminho, chegando a
tempo de ver o Jean ameaçando atirar na cabeça da Jade enquanto faz um mata leão nela
que chora implorando pro Gabriel e o Dante não machucarem o irmão dela.

Me sobe um ódio do caralho, ódio dela, porque essa filha da puta não exerga que o cara tá
disposto a matar ela e o bebê que agora ela carrega.

Rapp - Então é pra deixar ele te matar?

Jean - Eu não vou matar ela... Não se vocês trazerem minha mulher pra mim! - ele grita
quando seus olhos vermelhos, efeito de alguma droga que ele usou, param nos meus. -
Cadê a Helena? Jade disse que ela tá aqui.

Eu fico sério sentindo meu sangue vibrar dentro das veias que ele aquece quando ferve de
raiva.

Então é por isso que esse fodido tá aqui. Por causa da minha mulher.

White - Jade te disse? - percebo a raiva e decepção na sua voz e olho ao redor notando a
ausência da Tainá e uma barreira humana formada por alguns soldados meus e do
Gustavo, voltando minha atenção pro Jean que fala que sim, apertando ainda mais a arma
na têmpora da Jade que chora sem controle. - O que mais ela disse?

Jean - Que ia me ajudar a se encontrar com minha princesa pra gente ficar junto. Eu, ela e
Helena. Sem ninguém pra nos separar. - ajo por instinto, tomado pela raiva ao tirar a arma
do cós encarando a Jade, minha consideração por ela indo pra puta que me pariu quando
me aproximo lentamente travando e destravando a arma mirada pro chão. - Fica aí! Fica ou
ela morre.

-- Tú acha que eu me importo com ela?

Jade - Me escuta, Benício. Não faz nada com meu irmão, ele...

-- Cala a boca, Jade! - me aproximo o suficiente pra erguir a arma e apontar no centro da
sua testa fazendo tanto ela como o fodido arregalarem os olhos em susto. - Tá com tanto
medo dele morrer que tá cagando pro fato da tua vida e da do teu bebê também estarem
correndo perigo.

White - Que bebê? - eu espero ela responder mas a mandada só sabe chorar. - Que bebê,
porra?

Jean - Se você matar ela grávida, a Helena nunca mais vai te perdoar. - deixo de olhar pra
Jade para olhar pra ele, logo desviando pra Tainá que se aproxima por trás com uma
garrafa de uísque vazia, fazendo gesto pra mim se afastar.

Eu dou dois passos longos obedecendo e só vejo o Jean indo pro chão junto com os
estilhaços de vidro que voam pra todo lado.

Tainá - Seu desgraçado! - ela xinga enquanto chuta o fodido no chão. - Isso é pra você
aprender a...

Jade - O que você fez? - ela grita empurrando a Tainá pra trás e se abaixa tentando acordar
o irmão.

A imagem é demais até pra mim, quem dirá pra Tainá que só tentou ajudar ela e foi tratada
com tanta ignorância.

Tainá - Eu... É... - ela fica sem jeito, visivelmente triste, e percebendo o quão mal ela ficou
eu me afasto falando pros Mikhailov tirarem o Jean dali antes que eu mate ele e a Jade
juntos, pouco me fodendo pras encaradas que eles me dão antes de virar as costas e seguir
pro camarote, me batendo propositalmente com o Gege nas escadas.

Gege - O que rolou ali? - passo toda a fita e percebo que ele fica mais preocupado do que
puto. - Machucou ela?

-- Quem? A Tainá? - me faço de doido, ele confirma. - Sei não. Ela pareceu ficar bem triste.
Por que tú não vai lá vê se ela tá precisando de um ombro amigo?

Gege - Pra quê? - o mongo pergunta.

-- Pra ela apoiar as pernas, pô. Uma de cada lado. Tá ligado não? - ele rir desviando o olhar
do meu. - O que te impede?
Gege - Tô trabalhando. Patroa deu o papo pra ninguém perder a Lena de vista.

-- Pode ir lá. - olho no relógio do meu pulso marcando uma da matina. - Helena vai ficar com
a gente até as três que é quando o Gustavo vai abrir o camarote pra reunião da facção.

Gege - Tem certeza?

-- Tenho pô. Pode ir lá. - a gente troca mais algumas palavras e se despede.

Ele vai atrás dela e eu fico, reforço a ordem pros que cuidam da segurança do camarote pra
não deixar ninguém passar a partir de agora e, em seguida, subo.

CAPÍTULO 80
HELENA

Eu roo minha unha tentando assimilar tudo que o Gustavo me contou. Os problemas com
os pais dele, a aparição do irmão da Jade aqui... Tudo que de alguma forma mexe com meu
emocional.

Ele está bem sensível hoje, e eu ter me irritado com meus homens ao ponto de mandar os
dois irem se foder é mais do que um exemplo disso. Felizmente minha irritação passou e o
que ficou foi uma leve tontura e náusea causada pelo excesso de álcool que eu bebi em tão
pouco tempo.

E eu nem devia ter bebido pois ainda estou tomando remédio.

GH - Tá melhor? - ele volta com a garrafinha de água que foi buscar e me entrega ao sentar
do meu lado num sofá que tem num cantinho escuro do camarote. - Quiser ir embora, eu te
levo.

-- Não precisa, amor. - abro a garrafa e sem movimentos bruscos me levanto indo sentar no
seu colo, meu olhar fixo na escada que dão pra cá enquanto bebo a água sentindo ele
mexer no meu rabo de cavalo.

Um leve puxão me faz olhar por cima do ombro só pra ver ele trançando meu cabelo, a
carinha de safado focado no ato.

GH - Gosto do cacheado mas esse liso aqui... - diz sem me olhar. - Puta que pariu.

-- Gostou? Vou alisar pra ficar assim sempre. - minto, coçando o cantinho do nariz quando
ele me olha franzindo o cenho. - O que você acha?
GH - Que tú não é doida. - sorrio vendo ele escorregar a mão pelos fios trançados, soltando
quando vem com as duas mãos enormes pra minha cintura me fazendo deitar encima dele.
- Tú alisar eu te devolvo pro teu pai. Falo que não quero mais não, papo reto. - sou obrigada
a gargalhar, e mentindo mais uma vez, digo:

-- Posso sobreviver com isso. - ele aperta minha cintura com força me fazendo arfar e lenta
e provocantemente beija meu ombro, pescoço, roça a barba grandinha na minha pele e
finaliza sua doce tortura perguntando rente ao meu ouvido:

GH - Pode mermo? - seus braços rodeiam minha cintura e eu deito minha cabeça no seu
ombro sentindo meu corpo aquecer sobre o seu.

-- Não... - trago a garrafa pra boca e dou mais um gole, fecho e coloco ali do lado junto com
a arma dele ao finalizar. - Choraria todo santo dia por não ter você pra me foder bem
gostosinho na base do ódio. - ele me aperta e eu gemo de dor em meio ao riso.

GH - Tú é pior que atriz pornô, Helena. - ele finge indignação me fazendo rir mais ainda. -
Tudo pra tú é sexo e putaria.

-- Falou o velho que só pensa em bingo. - debocho e logo sinto outro apertão, mas esse me
faz subir no seu colo e perceber o quão duro ele está. - Gustavo... - gemo.

GH - Fala minha demoniazinha. - ele roça o nariz no meu ombro, sua barba acompanhando
o movimento espetando minha pele que estremece. - Melhorou do enjôo ou eu ainda vou ter
que esperar mais pra poder descontar toda a raiva que tú me fez nessa tua bucetinha
gostosa? - ele me segura mais firme e abre as pernas me fazendo encaixar perfeitamente
na sua ereção - Hum?

-- Sem movimentos bruscos eu vou longe. - mexo minha bunda grande, provocando ele que
puxa o ar entredentes.

GH - Vou tentar lembrar disso. - arfo sentindo ele descer com a mão direita por minha
barriga. - Passa as perninhas por cima das minhas, amor. - me arrepio igual a uma
vagabunda ao obedecer e Gustavo separa ainda mais suas pernas, me deixando
completamente aberta quando entra com a mão por baixo do meu vestido. - Veio com a
calcinha que eu mandei tú vim... - arfo sentindo seus dedos deslizando pra cima e pra baixo
na fenda da peça íntima, provocando até me deixar úmida. - Que delícia...

Sua mão esquerda se fecha no meu pescoço, por cima da coleira apertando quando eu
torço meu rosto pro lado, soltando gemidos baixos rente a sua boca ao sentir seus dedos
finalmente tocarem minha carne sensível.

Meu corpo treme, Gustavo me provoca escorregando dois dedos por meus lábios gordinhos
e melados até minha entrada, voltando pro meu clitóris onde ele esfrega gostoso antes de
deslizar de uma vez para minha cavidade, me fazendo gemer mais alto.
-- Ahh... - serperteio em seu colo implorando por mais mas ele faz justamente o contrário e
para, retira seus dedos da minha buceta e os trás pros seus lábios, chupando com força
enquanto me olha ofegante em seu colo.

GH - Gostosa... - diz retirando os dedos da boca - Olha quem tá chegando pra brincar. -
com a pouca iluminação vejo seus olhos brilhando com luxúria ao olhar na direção da
escada e, fazendo o mesmo eu vejo o Nick se aproximar com um sorriso sacana nos lábios
carnudos - Levanta. - sussurra no meu ouvido, suas mãos vindo parar na minha cintura que
ele segura firme ao me ajudar a ficar em pé. - Chegou a hora de tú pagar por toda a raiva
feita.

CAPÍTULO 81
- GEGE -

Me aproximo da pequena confusão olhando pra Jade ajudando o irmão dela a ficar em pé, o
sangue escorrendo da cabeça dele me fazendo sorrir orgulhoso.

Tainazinha caprichou na pancada.

Jade - Você deveria ajudar as pessoas e não machucá-las! - a burra berra pra pretinha mais
atrás, as íris pretas com uma pitada de tristeza que eu nunca vi antes me deixando puto
com essa situação. - Que profissional é você?

-- Uma que tentou ajudar a amiga burra que vai acabar morrendo pelas mãos desse fodido
aí se não abrir os olhos e parar de agir que nem doida. - falo boladão ao passar por ela,
esbarrando forte e de propósito no ombro do fodido que por estar zonzo volta pro chão
quase levando ela junto.

White e Rapp falam alguma coisa mas eu não rendo, foco na preta que me olha
atentamente chegar nela.

Tainá - Por que me defendeu? - faço a tal da leitura labial já que ela pergunta baixo e tem
sua voz suave abafada pelo som alto e gritos das pessoas ao nosso redor.

-- Não entendi! - me abaixo falando no seu ouvido. - Bora sair daqui?

Me afasto pra olhar pro seu rosto, ansioso esperando a sua resposta enquanto olho nos
seus olhos puxadinhos.

São o charme dela.


Tainá - Vamos! - ela responde sem desviar, me fazendo sentir um leve choque percorrer
meu corpo ao pegar minha mão com a sua. - Eu te escolto até lá fora.

Sorrio, a Tainá que eu conheço tá de volta.

-- Faça seu trabalho minha dona. - brinco com um fundo de verdade e ela aperta minha
mão.

Tainá - Tú só me ilude, preto. - ela sai me puxando. - Mas eu gosto! - umedeço meus lábios
vendo ela encarando e até rosnando pras mina que me olha por tempo demais.

Tá parecendo aqueles cachorro bravo que fica protegendo o osso. Eu sou o osso.

Gosto disso, gosto dela.

Já do lado de fora, eu meto a mão no bolso da calça tirando a chave do carro dela e me
aproximo destravando.

-- Quer ir pra onde?

Tainá - Pra casa... Você pode me levar lá? - me olha com olhos pidões, cheio de maldade
que eu tô disposto a retribuir depois de mandar o papo pra ela saber onde tá se metendo.

Não quero só foder por foder, tô velho e sou emocionado pra uma desgraça pra fazer isso.

-- Posso. - por fim, respondo. - É só me mostrar qual caminho seguir. - a gente entra no
carro e, num papo gostosinho segue até a casa que ela diz ser dela. - Tem certeza que é
aqui? - olho pra "casa", parece mais um prédio de três andares. - Não sabia que enfermeira
ganhava tão bem assim.

Tainá - Não ganha. Mas é que eu extorqui o GH e o Ben quando a Helena estava em coma.
Sabe como é, né? Eu ajudava a cuidar da saúde dela e eles me ajudavam a ficar rica.

-- Oportunista pra caralho. - dou risada.

Tainá - Vem, deixa eu te mostrar minha humilde residência. - ela não espera por minha
resposta e salta do carro, gritando lá de fora - Vem Geovane!

Desligo o carro e saio fechando ele. Quando termino Tainá já está dentro da casa, o som de
Oriente saindo de lá enquanto eu me aproximo ligando o alarme do carro.

-- Tua música aí. - passo pela porta chamando sua atenção e ela me olha de perto da tv
com o controle na mão, falando "não mesmo". - Como não? - fecho a porta e caminho até
ela. - Foca nessa parte.

Como pode ser tão gata?


E ao mesmo tempo tão louca
Um homem que já teve sua companhia
Jamais se satisfaz com outra ...

Tainá - Tá flertando comigo, Gege? - paro na sua frente, ficando calado pra ver sua reação.
- Mas é claro que não... - sorrir sem graça. - Vou pegar uma cerveja, você quer?

Continuo calado olhando pra ela.

É maluca, gostosa, bebe mais que um Opala velho, tem um grau de safadeza no olhar que
só vendo pra saber do que eu tô falando... Resumindo, é perfeita.

-- Quero você, Tainá... - sou direto, mandando logo meu papo, esperando que ela pare de
tossir pra finalizar. - Tá nas tuas mãos agora. Ou eu te fodo pelos próximos noventa minutos
com a certeza que tú é minha mulher ou eu vou embora e a gente continua como amigos.
Só amigos.

Tainá - E você acha que eu vou perder a oportunidade de chamar um preto quarentão, lindo
de gostoso, de meu? - sorrio da forma que ela fala. - Mas é claro que não! - prevendo sua
atitude eu firmo meus pés no chão, no mesmo instante em que ela pula no meu colo
rodeando as pernas no meu quadril e os braços no meu pescoço - Mas, ó! Eu sou surtada e
maluca, Geovane. - ela dá o papo dela olhando nos meus olhos. - Então não vacila comigo
porque eu sei exatamente onde cortar pra arrancar seu pênis fora.

-- Caralho... - chego arrepio com a ameaça. - Eu não vou, preta. - avanço contra sua boca,
cobrindo seus lábios com os meus num beijo intenso enquanto minhas mãos escorregam o
tecido do seu vestido pra cima, apertando e batendo forte nas polpas que eu exponho. -
Gostosa.

CAPÍTULO 82
- TAINÁ -

Eu tô sem fôlego, literalmente.

Geovane me beija como se sua vida dependesse disso, suas mãos grandes e pesadas
apertam minhas coxas, bunda, cintura, arrancando gemidos baixos da minha boca.

Se ele soubesse como eu ansiei por esse momento, por cada toque dele. Meu Deus... Ele
ficaria com medo de mim, tenho certeza.

-- Senta no sofá! - digo ofegante depois de me obrigar a soltar sua boca carnuda, ela é
deliciosa.
Gege - Vai pagar aquele boquete pra mim? - arfo sentindo sua mão entrar por dentro das
minhas tranças, me fazendo pender a cabeça pra trás e expor meu pescoço que ele lambe
do início até meu queixo - Hum?

-- Vou... Ain. - gemo quando ele me obedece, me apertando contra sua ereção - Que
delícia.

Movo o quadril apertando minha pélvis contra sua rígidez, deslizando minhas mãos por sua
pele negra, sentindo os músculos bem definidos dos seus braços com minha palma. Que
homem gostoso.

Geovane geme entredentes, arrastando os pelinhos do seu cavanhaque pelo meu pescoço,
mordiscando minha pele.

Gege - Não me provoca, Tainá... Faz logo. - sorrio em meio a respiração pesada e saio de
cima dele, me ajoelhando entre suas pernas com minha carinha de safada. - Vai.

Escorrego as mãos por suas pernas até chegar no botão da sua calça que eu desfaço
pedindo pra ele erguer os quadris depois de abrir seu zíper. Gege faz minha vontade,
retirando sua arma do cós e a colocando no chão quando eu deslizo sua calça jeans
juntamente com a cueca pra baixo.

Seu pau salta nesse instante, batendo a glande gorda e marrom no seu umbigo fazendo
minha boca encher de água.

Ai preto.

Umedeço meus lábios ao envolver seu pau grande e grosso com minhas pequenas mãos,
deslizando a ponta do polegar por sua glande melada com o pré gozo antes de me inclinar
sobre ele rodeando sua cabecinha com minha língua, sempre mantendo contato visual.

O salgado da sua excitação invade meu paladar e seus gemidos roucos minha audição, um
combo que me faz sorrir de satisfação.

Adoro homens sonoros, dão mais tesão.

Gege - Porra! - eu chupo suavemente sua cabecinha, soltando num estalo para lamber todo
seu comprimento, deixando o pau cheio de veias bem babado antes de voltar a chupar com
força, punhetando o que não cabe na minha boca. - Isso... - geme entredentes, agarrando
minha nuca com brutalidade. - Aguenta firme que agora eu vou foder a tua boca.

Ele mal avisa e eu sinto a pressão dos seus dedos me puxando pra baixo, fazendo seu pau
deslizar até tocar minha garganta, voltando pra cima, repetindo. Eu engasgo e meus olhos
enchem de lágrimas, contudo, eu não peço pra parar.

Geovane geme elevando ainda mais o nível do meu tesão, pressionando forte minha nuca
enquanto minha cabeça sobe e desce num ritmo ditado por ele até que seu pau pulsa forte
sobre minha língua escorregadia, anunciando que seu limite está próximo.
Sabendo disso eu tomo o controle pra mim, indo o mais fundo que consigo enquanto
trabalho com a pressão exata com minhas mãos ao redor do seu pau, buscando seus olhos
com os meus e os encontrando no segundo exato em que o gosto agridoce toma meu
paladar.

Ele goza forte na minha boca, me dando o privilégio de vê-lo revirar os olhos de prazer
enquanto engulo cada ml do seu líquido quente.

Como a boa puta que sou, em partes, eu mostro minha língua limpinha pra ele que sorrir
ofegante.

Gege - Porra! - recebo dois tapinhas no rosto enquanto aprecio seu peito subir e descer
com rapidez, sua respiração soando alta me deixando orgulhosa de mim mesma. - Tú é
perfeita.

Mordendo meu lábio eu me ponho de pé, aproveitando que uma música extremamente sexy
começa a tocar na televisão para me despir diante dos seus olhos. Num striptease que
termina com minha calcinha sendo lançada contra ele.

Gege sorrir, nevoso, apertando a peça entre os dedos enquanto cheira o tecido empapado
com minha excitação, lambendo os lábios grossos antes de pedir:

Gege - Senta na minha cara, preta. Deixa eu te fazer gozar gostoso. - ele se livra das suas
roupas e pega na minha mão enquanto se arrasta pelo sofá, deitando e me pondo na
posição que ele quer.

Eu não sou inexperiente e nem fácil de se fazer gozar mas, ao sentir sua língua lamber
minha fenda e seus dentes rasparem meu clitóris eu tremo, gemendo e apertando o
estofado entre meus dedos quando minhas pernas fraquejam me fazendo, literalmente,
sentar na sua cara.

Gege aproveita, me chupando com fervor enquanto soca firme dois dedos em minha
cavidade úmida, apertando minha polpa direita com a mão livre, me incentivando a sarrar
minha buceta pulsante na sua língua que em poucos minutos me leva a ter um orgasmo
intenso.

Ainda sentindo os espasmos orgásticos fazerem meu corpo tremer eu sou puxada pra
baixo, deslizando sobre seu corpo nú até está com minha boca rente a sua, tendo nossas
respirações pesadas se mesclando.

Gege - Tú é minha, Tainá. - afirma, possessivo, seus olhos negros de desejo quando sua
mão se fecha com força no meu pescoço. - Só minha! - num movimento rápido ele inverte
nossas posições me deixando por baixo, me dando um beijo ávido antes de se afastar
repentinamente.

Fico ofegante, vendo ele revirar o bolso da sua calça no chão e voltar deslizando a
camisinha por seu pau delicioso.
Aí que tesão esse macho consciente!

Gege me puxa de uma vez, me fazendo ficar de quatro sobre o sofá, estralando um tapa
ardido na minha bunda assim que eu empino bem, provocando ao rebolar pedindo pra ele
me foder logo.

Gege - Calma... - ele pincela seu pau desumano entre meus lábios íntimos me fazendo
estremecer com a sensação gostosa. - Nossa primeira foda, preta. Deixa eu te sentir bem.

Sinto sua glande ser posicionada na minha entrada, entrando devagarinho como se
quisesse me torturar.

-- Geovane... - gemo impulsionando meu corpo pra trás, quase gritando quando ele se
afunda completamente em minha buceta, me fazendo sentir uma dorzinha por estar
empurando a parede do meu útero com a glande gorda.

Gege - Era isso que você queria? - um tapa estala na minha bunda e sua mão se fecha nas
minhas traças puxando minha cabeça pra trás. - Era Tainá?

-- Sim... - mordo meu lábio ao sentir o lado do sofá afundar quando ele coloca o pé ali.

Gege - Então é isso que você vai ter.

CAPÍTULO 83
BEN

Caminhando até a parte mais escura do camarote eu consigo ver Helena em pé, Gustavo
se erguendo atrás dela com as duas mãos subindo por suas coxas, trazendo o tecido do
seu vestido até a cintura e expondo a calcinha de cor clara.

Sorrio de lado ao ver que os olhos cheios de desejo dos dois estão em mim.

Meu pau endurece dentro da calça a cada passo dado, pulsando forte quando eu paro
diante dela, sua respiração pesada alcança minha audição antes mesmo das suas mãos
deslizarem por meu peitoral, apertando o tecido da minha camiseta quando Gustavo afunda
os dedos dentro da sua calcinha, tocando sua buceta que eu tenho certeza está
completamente molhada.

Helena - Meus irmãos... - ela geme, medo e tesão brilhando nas orbes castanhas. - Não vão
mais subir?
-- O baile acabou pra eles, bonequinha.- umedeço meus lábios pegando seu rosto com
minhas mãos. - Fica tranquila. - tomo seus lábios num beijo possessivo, ouvindo o tapa forte
que estala na sua bunda fazer ela gemer alto na minha boca.

Suas mãos descem por meu corpo, trêmulas desabotuam minha calça, baixam meu zíper e
apertam meu pau duro como pedra por cima da cueca.

-- Helena. - seu nome sai como um gemido rouco e eu me afasto, ofegante olhando por
cima da sua cabeça pro homem atrás dela que assim como eu dá um passo pra trás, seus
olhos queimando os meus quando eu pergunto: - Boca ou buceta? - engulo a saliva, meu
pau implorando pra se afundar em qualquer um dos dois lugares.

GH - Boca. Tô afim de usar o presente que a Tainá me deu... - ele vem pro meu lado
puxando a corrente fina de três grampos do seu bolso e Helena arregala os olhos ao
entender o que é. Um prendedor de mamilos e clitóris. - Enquanto fodo a boquinha dela.

-- Cê que manda. - vou parar atrás dela, deslizando as alças finas do seu vestido por seus
ombros até expor os seios de tamanho médio, os bicos durinhos apontando pro Gustavo
que logo os toma com a boca, mamando com vontade enquanto eu arranco a coleira do
pescoço dela. - Depois eu te devolvo. - sussurro lambendo o lóbulo cheiroso da sua orelha.

No mesmo instante em que ela grita mais alto tentando parar o Gustavo quando ele prende
o bico direito e eu sou obrigado a largar a coleira no chão e segurar seus braços nas costas
para que ele continue, mantendo seus pés afastados com os meus até que ele coloque
todos os três.

Helena - Amor... - ela choraminga sem saber a quem chamar e Gustavo parece satisfeito ao
deslizar a língua pelos lábios gordinhos da sua buceta antes de se por de pé.

GH - Quer que eu tire, Helena? - ele segura no elo que une as três peças e puxa pra frente
fazendo tanto os bicos quanto o clitóris serem esticados. Gemo de satisfação com a cena,
Helena estremece e sinto sua pele arrepiar sob minhas mãos.

Helena - Não... - ela me olha por cima do ombro direito, sua boca entreaberta soltando
gemidos de dor e prazer rente a minha. - Solta meus braços e me fode, amor. - isso soa
como uma súplica que faz meu pau pulsar como nunca antes e sem me controlar, solto uma
mão do seu braço e levo pro seu pescoço, apertando e torcendo sem cuidado nenhum na
hora de tomar sua boca num beijo urgente. - Por favor... - sugo seu lábio. - Me fode.

-- Nós vamos. - uso cinco segundos pra largar sua boca e inclinar seu corpo pra frente, seus
lábios na altura do pau do Gustavo que se adiantou e já estava na sua tão querida punheta
e sua bunda na altura das minhas coxas.

GH - Abre a boquinha, amor. - observo ela atender seu pedido, logo tendo sua boca
preenchida pelo pau comprido, e solto suas mãos que rapidamente vão parar envolta dele
que respira entredentes enrolando os cabelos dela em sua mão, ditando o ritmo da
mamada.
Helena balança a bunda grande roçando em minhas coxas e atrai minha atenção pois logo
me abaixo com minhas mãos nas duas polpas durinhas, forçando ela inclinar até me dar
acesso a bucetinha lisinha que eu chupo forte, esticando minha língua até tocar no nervinho
alongado por mais um puxão do Gustavo que geme em conjunto com ela, os sons sendo
abafados pela música alta lá embaixo.

Minha mulher começa a rebolar na minha cara sem vergonha nenhuma, levando um tapa
encima do outro na bunda gostosa enquanto seu néctar delicioso escorre entre meus lábios.
Lambo cada pedacinho dos lábios macios e sem suportar mais a dor no meu pau, me
ponho de pé, num movimento rápido o liberando e puxando ainda mais sua calcinha pro
lado antes de me enterrar completamente na bucetinha apertada.

Minha estocada bruta faz seu corpo ir pra frente, sua boca engolir todo o comprimento do
Gustavo que xinga ao gozar fechando os olhos enquanto sua cabeça pende pra trás e suas
mãos seguram a de Helena no lugar. O som inconfundível de engasgo me atinge e percebo
que a safada se impulsiona pra frente numa visível garganta profunda que faz o Gustavo
gemer alto, ofegando forte ao dizer:

GH - Isso... Engole tudo, amor...

Permaneço parado, tentando controlar minha vontade de gozar ao ter meu pau sendo
esmagado pelas paredes internas de Helena. Ela faz de propósito, apertando e soltando
minha pica com a buceta quente e úmida.

-- Helena... - não suporto a provocação e desço um tapa ardido na polpa direita. Com a
pouca iluminação eu vejo a pele marcada e enlouqueço quando ela contrai tão forte que me
sinto ser sugado, pequenas gotículas de esperma serem largados em seu interior. - Filha da
puta! - me afasto com lentidão e volto forte e duro, fodendo sua buceta enquanto faço
Gustavo foder sua boca com minhas estocadas.

Sou consumido por um prazer incomum ao ouvir nossos gemidos altos se mesclarem com o
som da música e dos nossos corpos se batendo, se recebendo numa sincronia perfeita.
Consigo sentir o pequeno corpo tremer ao ser subjulgado, o orgasmo se aproximando em
passos largos de nós dois e de repente sou surpreendido quando Gustavo se afasta a
erguido com rispidez, fazendo suas costas baterem eu meu peitoral quando sua voz
autoritária grita por cima do som.

GH - Senta e abre ela pra mim, vamos fazer isso juntos... - ele ofega ao olhar no fundo dos
meus olhos - Nos três.

CAPÍTULO 84
GH
Ben senta no sofá sem sair de dentro dela, puxando suas pernas pra cima e a mantendo
aberta com as mãos apertadas na curva dos seus joelhos. A minha por sua vez, sobe e
desce ao redor do meu pau melado, a cena de Helena completamente aberta enquanto Ben
estoca lentinho nessa posição fodendo com meu juízo.

É tudo tão intenso, sobrenatural a aura pecaminosa, o desejo que estamos sentindo nesse
momento. Eu consigo ver nos olhos do Ben a energia, o desespero pra ter mais da nossa
mulher que se mostra tão receptiva, safada e submissa a nós dois, totalmente entregue pra
fazer o que quisermos com ela.

Porra! Como eu amo isso nela.

Me aproximo quando Helena torce seu rosto pro lado e captura a boca do Ben com a sua.
Ele não se importa com meu gosto na boca dela e a beija com paixão, fazendo algo explodir
em meu peito, por isso, me abaixo e sem que ambos esperem lambo a buceta aberta.
Iniciando da extensão grossa que sai do buraquinho úmido até o clitóris que eu libero do
aperto do grampo para fisgar entre os lábios, puxando quando chupo com força olhando pra
cima.

Ben me olha assustado e Helena mordendo o lábio enquanto se empurra pra baixo, sedenta
por mais ao gemer sem controle.

Helena - Gustavo... - ela geme alto quando eu solto num estalo o nervinho inchado e me
ponho inclinado sobre eles no sofá.

-- Vou entrar agora, tudo bem? - aviso, espalmando minha mão esquerda no encosto
traseiro do sofá para servir de apoio enquanto uso a direita para levar a cabecinha do meu
pau pra sua entrada. - Quero que diga se for demais.

Helena - Não vai ser. - ela ofega quando eu forço sua entrada, minha glande sendo
esmagada ao tentar entrar no espaço em que Ben se mantém parado, sua cabeça deitada
no escosto traseiro enquanto solta gemidos entredentes. - Ainn, amor... - choraminga,
rebolando no meu pau assim que entro com a cabecinha.

Travo meu maxilar enquanto deslizo centímetro por centímetro da minha pica dentro dela
até parar completamente atolado no espaço apertado, sentindo o pau do Ben com o meu,
suas veias marcadas pulsando forte contra minha pele.

Ben - Eu não vou aguentar por muito tempo. - avisa o que eu já desconfiava, erguindo o
rosto pra me encarar. - Juntos?

-- Juntos. - seguro a corrente dos prendedores com a mão direita e a puxo pra baixo
fazendo os bicos durinhos esticarem até se livrarem do aperto da peça que eu jogo ali do
lado. Helena geme de dor levando as mãos até os seios e os massageia devagar como se
buscasse diminuir a dor que eu causei propositalmente. - Se masturba, amor. - peço
pegando uma das suas mãos, a levando para seu clitóris durinho que logo recebe atenção.
- Bem gostoso enquanto te fodemos até você gozar gritando nas nossas picas.

Helena - Ain... - ela rebola o quadril enquanto aperta forte nossas picas com a buceta, filha
da puta.

Sinto quando Ben a ergue um pouco mais pra cima e desliza lentamente pra fora. Entendo
sua intenção e o acompanho, trocando um olhar significante com ele antes de voltar com
tudo pra dentro dela.

Sem perder mais tempo, estocamos com força na buceta gulosa, os três trabalhando juntos
para chegar ao limite. Ben, vindo de baixo pra cima enquanto usa sua boca para chupar e
morder o pescoço da nossa mulher. Helena, usando uma mão para esfregar seu pontinho
de prazer e a outra massagear seu peito direito. E eu, minha mão livre para apertar seu
peito esquerdo que balança a cada vez que eu me afasto e volto me afundando forte dentro
dela.

Minha vista fica turva de prazer e eu gemo entredentes assim como o Ben enquanto damos
nosso melhor para satisfazer nossa mulher que aproveita da música alta para implorar por
mais enquanto rebola nas nossas picas gritando de satisfação, logo avisando :

Helena - Está quase... - seus olhos brilham quando aumentamos as estocadas, loucos pra
encher sua buceta com nossas porras. - Ainnn... Não para, eu... - ela grita revirando os
olhos.

Eu sinto o suor escorrer pelo meu corpo ao dar tudo de mim, vejo ele brilhar no pequeno
que treme se contorcendo de prazer ao receber duas picas, a pressão dentro do buraquinho
aumenta e é demais pra mim que sinto a pica colada a minha pulsar forte ao se esvaziar.

- Gustavo... - os dois gemem juntos, gozando e me fazendo explodir de tesão ao me


enterrar fundo na buceta quentinha que eu encho com minha porra que sai numa pressão
animalesca me fazendo arrepiar e até perder um pouco das forças nas pernas.

Eu solto o ar com dificuldade, meus olhos oscilando entre Ben e Helena que estão com os
seus fechados, tentando se recuperar do orgasmo quando eu sou tomado por algo mais
forte que nós e seguro firme no rabo de cavalo da minha menina, levando sua boca pra do
Ben e logo grudando a minha num beijo triplo que eu jurei nunca mais repetir.

Meu coração bate forte com minha atitude e mais ainda quando sinto as duas línguas
roçarem a minha sem pudor, no mesmo instante em que as pernas da minha mulher
rodeiam meu quadril e eu sinto o par de mãos masculinas me puxarem mais pra eles pelo
tecido da minha camiseta.

-- Porra. - me afundo mais nela podendo sentir minhas bolas apertando as do Ben na sua
entrada e a safada rebola, fazendo nós dois gemermos baixinho enquanto sugamos,
mordemos e provocamos uns aos outros até iniciarmos o segundo round sem sair de
dentro.
Ele é mais intenso que o primeiro e logo estamos os três gozando juntos novamente,
nossas testas grudadas, respirações ofegantes e olhares cravados um no outro dizendo o
que agora nós temos certeza.

Pertencemos uns aos outros.

CAPÍTULO 85
HELENA

Ainda estou tentando me recuperar da transa mais intensa que tive na minha vida, meus
olhos estão pesados, minha intimidade dolorida como nunca esteve antes e minha mente
uma bagunça. Tentando não surtar com o fato do Benício e o Gustavo terem se tocado sem
que eu pedisse.

Meus Deus... Isso é um sonho, certeza.

GH - Tua bucetinha tá doendo? - volto a mim com sua pergunta que vem acompanhada de
vários beijos no meu ombro, tão carinhoso que nem parece o homem que me fodeu com
força a alguns minutos atrás.

-- Só um pouquinho. - minha voz soa rouca e baixa ao mentir, efeito de uma garganta
profunda de qualidade.

Ben - Vai querer colocar a coleira denovo? - pisco lentamente olhando pra dita cuja no chão
e sorrio fazendo que sim. - Ficar parecendo uma cachorrinha.

-- Mas eu sou, amor... A cachorrinha de vocês. - gemo baixinho quando ele beija meu
clitóris e arrasta minha calcinha pro lugar, levantando do meio das minhas e das pernas do
Gustavo em que ele estava me limpando com sua camiseta.

Agora o gostoso está nú da cintura pra cima e eu tenho que me contentar porque não quero
ele desfilando por aí com uma camisa toda suja de esperma.

Ben - Fecha a boquinha. Tá babando aí, ó. - recebo um tapinha no rosto e tento chutar ele
que se afasta rápido dando risada. - Gostosinha da buceta gulosa. - ele volta com a coleira
na mão e se inclina sobre mim, me dando um selinho. - Vem cá.

Pego na mão que ele me estende e levanto com a ajuda do Gustavo que segura meu corpo
em pé com um braço passado por minha cintura, tudo porque da última vez que tentei ficar
em pé sozinha eu quase fui pro chão.

-- Isso é muito vergonhoso. - falo alto o suficiente pros dois escutarem.


GH - Vergonhoso foi eu ter gozado três vezes em menos de duas horas. - ele parece
indignado. - Culpa tua, demoniazinha.

-- Não era só demônia? O que mudou? - percebo que ele e o Ben trocam olhares cúmplices
e soltam risos anasalados ao negar com a cabeça. - O que é, hein?

Ben - Fica bolada não. - ele fecha a coleira na frente do meu pescoço e gira o fecho pra
trás, se afastando ao passar a mão na minha cabeça. - Mas é coisa de gente grande.

Sem brincadeira, levo quase quinze minutos pra entender e quando faço, sou motivo de
mais risada dos dois.

GH - Eu já tava ficando bolado porque tú ainda não tinha falado nada sobre a tatuagem que
nós fizemos com teu nome mas agora eu tô começando a achar que tú nem viu.

Até me engasgo com a água que eu estava tomando, ela desce no buraco errado e eu
começo a tossir.

-- Eita senhor! - ergo os braços pra cima e somente depois de receber um tapa bem dado
nas costas é que desengasgo e paro de tossir. - Mãozinha pesada essa sua em. - tampo a
garrafa e olho pros dois. - Me deixem ver.

Benício puxa seu celular do bolso, liga a lanterna e coloca sua mão direita no foco. Fico
sem acreditar, e somente depois de pegar a do Gustavo e perceber que ambas tem a
mesma tatuagem é que me permito sentir e falar.

-- É tão brega... - eu sorrio sentindo meus olhos arderem enquanto continuo olhando pros
dois anelares, duas linhas finas e meu nome gravado entre elas sendo o motivo do meu
coração quentinho. - Mas é tão lindo e delicado. - uma lágrima grossa escorre do meu olho.
- Amo tanto vocês dois. - encolho meus ombros, começando a chorar de tão intenso e
verdadeiro que é o que sinto por eles.

Podem falar o que quiser mas eu sei e sinto que meu lugar é entre eles, pertencendo,
amando e sendo amada na mesma medida.

Ben - Essa não era bem a reação que eu esperava. - ele sorrir desligando a lanterna e
depois de guardar o aparelho se concentra em secar o lado esquerdo do meu rosto
enquanto o Gustavo faz o mesmo com o direito. - Nós também te amamos, bonequinha. -
ganho um selinho.

GH - Muito. - ele completa me fazendo deitar em seu peitoral cheiroso. - Fica assim. Deixa
eu te curtir mais um pouquinho que daqui a pouco a gente vai precisar se separar.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —
Ben - Fica de boa se eu te deixar com o Dino e o Chorão lá no carro? - pergunta no meu
ouvido. - Acho que o Gege tá cuidando da Tainá, se é que tú me entende.

-- Tá falando sério? - olho por cima do ombro pra ele que afirma com a cabeça. - Então hora
dessas ela tá sentando forte pro negão. - ele me aperta com força e eu dou risada olhando
pras escadas do camarote que acabou de ser liberado pros membros da facção subirem.

Meu sorriso morre na hora quando o Gustavo aparece lá com seu braço passado pelo
ombro da priminha dele que está com uma criança toda trajada de Lacoste no colo dela, o
sorriso de puta falsa se formando ao me ver perto do para peito com o Ben.

Fico tão bolada que chego a respirar fundo umas duas vezes pra não voar no pescoço
dessa galinha e matar ela estrangulada, já que parece que é isso que ela quer.

GH - Senta lá no fundo com ele, Princesa. Quando precisar de tú, te chamo. - ele larga ela e
se aproxima de nós.

Princesa - O sofá tá limpo né? Ou você deixou sujo como da última vez que trouxe marmita
pra comer aqui em cima?

Eu sinto os braços do Benício se apertarem na minha cintura e mordo minha língua com
força pra não cair na provocação dela que diz olhando diretamente pra mim.

Ben - Opa, dona Neide! - a morena vira tão rápido pra trás que quase cai com a criança e,
atrás de mim, Benício solta uma gargalhada alta. - Tem medo da viúva né, piranha?- ele se
abaixa beijando meu rosto e percebo que Gabriela acompanha seu movimento, cheia de
vontade de ser eu.

GH - Pega teu rumo, Gabriela. - ele se põe na minha frente, ela resmunga algo que eu não
ouço e só então obedece - Eu era solteiro, Helena. - diz, se virando pra mim. - Só pra daixar
claro.

-- Eu sei... - tento controlar a língua e o ciumes dentro de mim e forço um sorriso pra ele.

Não é fácil saber do passado sexual deles com outras mulheres mas eu tento não
demonstrar insegurança quanto a isso, afinal, sou eu que tenho uma aliança com o nome
dos dois no meu dedo e meu nome tatuado no deles. Acho que isso significa alguma coisa.

Gosto de pensar assim.

GH - Eu sei? É só isso? - suspiro fundo enquanto saio do abraço do Ben, minhas pernas
ainda estão trêmulas mas eu me esforço pra não demonstrar isso. Eu que quis duas picas
pra chamar de minha, tenho que sustentar agora.

-- É, não vou surtar por algo que aconteceu no passado. - solto meu rabo de cavalo
transformando num coque bagunçado e finalizo - Mas se eu ver você tocando um dedo se
quer em outra mulher que não seja eu, aí você vai me ver surtando. E não vai ser nada
legal.
Desvio meu olhar dele e olho pra um bando de homens feios que surge nos degraus das
escadas. Todos se aproximam me olhando como se eu fosse um pedaço de carne
suculento e cumprimentam o GH e o Ben antes de seguirem pra mesa de bebidas no canto
direito.

GH - Esses filhos da puta já tão de olho em tú. É o caralho mermo.

-- Eu sou gostosa. - falo o óbvio enquanto vou até ele que rir nervoso. Tá puto e eu vejo isso
no seu olhar. - E sua e do Benício.

GH - Gosto dessa parte. - enlaço seu pescoço e fico na ponta dos pés pra dar um selinho
nele que logo nos afasta. - Tira ela daqui, irmão. - diz sério encarando algo atrás de mim. -
Tão de olho no que é nosso e eu não tô gostando desse caralho.

Ben - Bem possessivo, graças a Deus. - ele volta a me abraçar por trás, beijando minha
cabeça - Bora? - faço que sim e depois de me despedir do Gustavo deixo que ele me leve lá
pra fora .

Benício me deixa no seu carro com os dois carinhas cuidando da minha segurança do lado
de fora e volta lá pra dentro dizendo que logo vem pra gente ir embora.

Eu abaixo o vidro da janela e dobro meus braços apoiando minha cabeça encima. Fico na
minha ouvindo o som que sai da quadra se fundir com a conversa dos dois carinhas da
contenção.

O magrinho com cara de doido tá falando mal da roupa de todo mundo que passa por eles e
o outro, o que tem um crush no Nick, tentando manter a postura enquanto vez ou outra solta
um riso.

Dino - Tú fica apontando pras mina, aí quando os mano vier se crescer eu quero ver tú
sustentar.

Chorão - Eu sustento. - ele troca o peso de perna e puxa a bandoleira do fuzil mais pra cima
do ombro. - E ainda mando elas ficar mais bonitinha. Pô, bando de mina feia. Alá aquela, a
bunda toda de fora.

Eu reprimo meus lábios pra não rir ao perceber que ele fala da Raika que está quase dando
pra um cara - que não é o pai do Gustavo - no meio do gramado que dá pra quadra, mas o
Chorão não para, acha mais e mais defeitos e quando vejo tô gargalhando alto.

Atraindo atenção de várias pessoas, inclusive a dela que ao me ver, caminha na minha
direção arrastando o cara consigo.

Eu mereço.
Raika - Finalmente te achei. E longe daqueles gostosos . Olha que sorte a minha. - ela
parece está meio bêbada pois tropeça nos próprios pés e é amparada pelo cara que a
segue de perto. - Obrigada, docinho. Te chupo mais tarde.

Torço meu nariz em nojo, que mulher sem escrúpulos.

Dino - É daí pra trás, piranha. - ele e o Chorão entram na frente impedindo que ela se
aproxime demais.

Raika - Só quero conversar com minha amiga. Saber como anda as...

-- Nunca fui sua amiga, Raika. - a interrompo e saio do carro, bato a porta e ajeito meu
vestido antes de erguir meu rosto e perceber que o cara com ela não tira os olhos de mim. -
Perdeu o cú na minha cara, filhão?

- E além de tudo ainda é bocuda. Tem como ficar melhor?

Chorão - Lógico que tem. - ele ergue o fuzil na direção do homem que fica branco ao dar
um passo pra trás com as mãos em rendição. - A cereja do bolo é uma balinha destroça
miolo. Quer experimentar?

Sorrio do deboche desse menino, ele é demais.

- Não, pô. Já tava de saída. A gente se esbarra por aí morena. - ele fala com a Raika e se
afasta logo em seguida sem nem olhar pra trás.

Parando entre o Chorão e o Dino que abrem espaço pra mim, eu volto a olhar pra Raika
que logo rosna entredentes:

Raika - Você... - ela aponta o dedo pra mim, Chorão e Dino fazem que vão pra cima dela
mas eu os impeço, quero ouvir o que tanto ela tem pra dizer. - Continua a mesma
vagabunda de sempre. Rendendo pra macho alheio. - ergo uma sobrancelha sem acreditar
no que ouço. - Mas o que esperar da filha da Afrodite. Não é mesmo? Filha de piranha,
piranha é.

Meu sangue borbulha rapidamente assim como minha mão que logo se ergue desferindo
um tapa forte na cara de puta dela que me olha assustada segurando a bochecha atingida.

-- Lava a merda da sua boca pra falar da minha mãe! - minha vez de apontar o dedo na sua
cara. - Quer me chamar de puta e o caralho a quatro? Chama! Mas meça suas palavras
quando for falar da minha mãe porque o nome dela não é osso pra tá na boca de cachorro.

- O que tá acontecendo aqui? - eu olho pro lado vendo o Gege e a Tainá se aproximando, a
preta com cara de cansada quase me fazendo sorrir. Eita que a surra foi bruta.

Raika - Nada que te intereça! - volto a olhar pra ela que limpa o rosto rápido e sorrir de
modo estranho. - Aliás, interessa sim porque vocês são uma grande família, né? Russo é o
cafetão que teve o azar de cair no golpe da barriga aplicado pela puta da Afrodite.
Eu vou cega de raiva pra matar ela estrangulada quando sinto um braço ser passado pela
minha cintura me fazendo parar.

-- Me solta!

Gege - Cadê tua postura, Lena? Caralho, vai cair na provocação dessa piranha mermo?

Raika - É Lena, obedece esse macho pra quem tú também deve tá sentando já que gosta
tanto de dar pra homem alheio.

Gege - Tirem essa puta daqui! - ele grita pros meninos enquanto eu tento a todo custo sair
dos seus braços.

Minha postura foi pra casa do caralho e eu vejo o exato momento em que a da Tainá vai pro
mesmo lugar.

Tainá - Tú se acha a peito de aço né, vagabunda? - ela praticamente voa na Raika. - Vou te
mostrar que não é. - só vejo soco subindo e descendo enquanto a Raika grita tentando se
defender.

Dino e Chorão intervém, separando, o mais forte deles segurando a Tainá enquanto o
magrinho, a Raika que não cala a porra boca por nada.

Raika - Não sabia que tinha virado amiguinha da Helena, Tainá. - ela cospe uma bola de
sangue no chão e sorrir mostrando os dentes ensanguentados. - Ela sabe que tú vivia
sentando pro GH? Se pá, ainda senta?

Minha cabeça dá uma fisgada do lado direito ao ouvir a pergunta e eu a giro na direção da
Tainá sentindo os braços do Gege soltarem minha cintura, nós dois perguntando com o
olhar se isso é verdade.

Raika - Vocês não sabiam? - ela bate palmas soltando uma gargalhada grotesca. - É claro
que não sabiam. Olha a cara de vocês.

Dino - Tira essa piranha daqui, Chorão. Antes que eu mate ela.

Raika - Não precisa. Eu já tô indo. Ouviu, Helena? Já estou indo! - de repente, uma
taquicardia me atinge e junto com ela a sensação de que o pior está vindo. - Manda um
beijo pra todos da sua familia. Ah, espera... - me forço a olhar pra ela, que já está meio
distante e por isso grita: - Esqueci de te falar... - engulo a saliva, minha garganta se
fechando ao ver um sorriso vitorioso no rosto dela. - Ontem fui visitar seu avô e devo dar os
parabéns pra sua mãe. Nunca vi um túmulo tão limpinho quanto o dele. Fiz questão de
cuspir encima.

O ar se torna insuficiente pra mim, meu corpo todo treme como se estivesse numa
temperatura abaixo de zero e meus olhos embaçam rapidamente com as lágrimas.
Raika se afasta como se nada tivesse acontecido, deixando a dúvida plantada na minha
cabeça.

Isso não pode ser verdade.

Gege - Leninha? - ele toca minha mão, mas eu me afasto olhando pros seus olhos que me
fitam, com pena?

-- Ela mentiu, não mentiu? - minha voz soa embargada, ele fica calado. - Responde,
Geovane! Ela...

Gege - Vamo sair daqui. - faço que não dando um passo para trás quando ele tenta, mais
uma vez, me tocar. - Geral tá olhando, vai dar show na frente deles mermo?

Tainá - Vamos lá pra casa, amiga. Lá a gente conversa. - sinto um aperto no peito ao ouvir
sua voz embargada. - Não deixa o que aquela cobra disse te afetar.

-- Ela mentiu, não mentiu? - torno a perguntar, a dorzinha que começou do lado direito da
minha cabeça rodeando toda ela, se intensificando a cada segundo. - Meu avô não está
morto, está?

Tainá começa a chorar, incapaz de dar a resposta que eu preciso.

Meu peito queima de dentro pra fora, a dor de não lembrar e o pior, de ser feita de idiota por
todos ao meu redor que sabem de algo e não me falam me fazendo liberar a primeira
lágrima que desce quente pelo meu rosto.

Eu olho pra todos os lados, notando só então a pequena platéia que parou pra assistir ao
espetáculo sendo dispensada por Chorão e Dino.

A pressão ao redor da minha cabeça aumenta, eu sinto meu sangue borbulhando dentro
das veias, pulsando forte nas têmporas que eu aperto com as palmas das mãos quando a
impressão de que tudo vai explodir me atinge e então acontece...

Lembranças e mais lembranças, a mais dolorosa delas ganhando destaque entre as outras:

Estou descendo as escadas correndo, minhas mãos trêmulas tentando tirar dois
comprimidos do pote de remédio quando eu me jogo perto do sofá e puxo ele pra mim.

-- Fica comigo, vovô. Eles já então vindo. - passo o dorso rapidamente nos olhos pra limpar
minhas lágrimas e foco em colocar os comprimidos na sua boca. - Mastiga... Mastiga e
engole.

Jão - Não... - ele geme, apertando as mãos no peito. - Não vai dar tempo.

-- Shh, vai dar sim. - eu movo seu maxilar forçando ele a mastigar e ele tosse, expelindo
pedaços do remédio com sua saliva. - Não vovô, tem... - minha voz falta e dos meus olhos
saem mais e mais lágrimas, ele tá morrendo, ele tá morrendo e a culpa é minha. - Tem que
ficar comigo.

Jão - Estou tão orgulhoso de você... - seu choro me atinge como uma bala fatal. - De todos
vocês... - ele inspira forte, seus lábios tremendo quando diz - Vai ser uma ótima médica.

-- Vou sim. - aperto ele com meus braços, beijando sua cabeça enquanto sinto ele apertar
meus dedos em seu peitoral, tentando aliviar a dor quando suas pernas se esticam no chão
e seu corpo sofre um espasmo violento que logo acaba. - Vovô?

Silêncio.

-- Vovô? Fala comigo. - eu movo meu corpo pro lado, o suficiente pra entrar em estado de
choque ao ver o sorriso nos seus lábios e seus olhos castanhos sem vida focados no
quadro da parede em que estamos todos da família no quarto de hospital em que meu
irmão tinha acabado de nascer.

Ele está morto. Meu avô está morto.

Do mesmo jeito que a dor veio, ela vai, minhas lembranças todas em seu devido lugar
quando eu olho pra todos ali e grito a plenos pulmões tentando aliviar a dor que vem da
minha alma.

Mas ela não diminui.

Eu revivi a morte do meu avô e nada é mais doloroso que isso.

Tainá - Amiga, vem com a gente. Deixa eu cuidar de você enquanto...

-- Não! - a dor se funde com a raiva. - Vocês mentiram, todos vocês! Meu avô está morto e
vocês me enganando, dizendo que ele estava em... - um soluço doloroso me corta mas eu
consigo finalizar. - Uma missão.

Gege - Era pro seu bem, Lena.

-- Pro meu bem? - aponto pro meu peito, meus olhos banhados em lágrimas. - Vocês
poderiam ter me polpado dessa dor que tá aqui se tivessem me falado desde o início, me
preparado pra essa merda tão dolorosa. Mas não...

Todos me olham com pena, algo que me irrita ao ponto de eu engolir o choro e abraçar meu
corpo pra espantar o frio enquanto começo a caminhar morro abaixo.

Dino - Vai avisar o patrão, Chorão!... Patroa, espera aí. Merda!

- Helena!

-- Vão pro inferno! - me abaixo tirando meus saltos e com eles em mãos eu entro no
primeiro beco que vejo.
Está sem iluminação nenhuma e no breu eu corro deixando que as lágrimas voltem a sair.
Saio de um, entro no outro e continuo correndo, correndo...

Toda a dor física não sendo suficiente pra aplacar a emocional que mão deveria está
doendo tanto... Mas está.

- Tá indo pra onde boneca? - uma parede de músculos me manda pro chão no fim do
terceiro beco e antes que eu veja alguma coisa, sinto o impacto da minha cabeça contra o
chão me deixar desorientada, lenta e incapaz de impedir o que acontece a seguir. - Avisa
pro chefe que a gente conseguiu pegar a encomenda.

CAPÍTULO 86
GH

Respiro fundo erguendo meu olhar do copo de uísque na minha mão pro fodido que desde
que chegou não para de falar de mulher. Estamos só esperando a viúva chegar pra
começar a reunião e eu tô maluco pra ele citar a Helena, que eu peguei ele olhando com
maldade, pra mim passar ele com razão.

Pô, tá achando que tá lidando com moleque pra cobiçar minha mulher e eu não fazer nada.
Vai vendo, já matei uns por aí por muito menos.

Ben - Troca, troca. - ele encosta do meu lado oferecendo seu baseado e eu pego
entregando meu copo pra ele. - Minha cabeça tá doendo pra caralho, ó. Tô pensando em ir
atrás de uma indica pra relaxar. Sabe quem tem não?

-- Tenho em casa. Chegar lá eu te dou. - ele me olha sorrindo sacana. - A maconha filho da
puta.

Nate - Aí Ben, chega aqui. - quem chama é o fodido.

Ben - Tô bem aqui. Dá teu papo. - ele coloca uma mão no bolso e a outra ergue levando o
copo pra sua boca.

Nate - Qual foi? Vai fazer desfeita mermo? Tô te chamando pra encostar aqui.

Ben - Cê tá me confundindo, pô. Sou puta pra fazer tuas vontade não... E na moralzinha,
para de me olhar assim que eu sou casado... Muito bem por sinal.

Umedeço meus lábios sentindo seu olhar em mim e dou um trago olhando pra fodido que
não tira os olhos do abdômen exposto do Ben, chegando até a lamber os lábios.
Mas que porra! Essa desgraça é viado e eu não sabia? Ele quer o quê, Passar a mão no
Ben? Só pode.

Sorrio nervoso. Olha as parada que eu tô pensando.

Nate - Tá de boa, GH? Tá me olhando como se fosse me matar, pô.

-- Tô pensando nessa hipótese. Até o fim da noite eu decido se compensa. - falo em meio a
fumaça, sem desviar dele que rir levando na esportiva, mais uma vez voltando a olhar pro
Ben e me fazendo se mexer desconfortável.

Vou acabar matando ele.

Ben - A viúva chegou, irmão. - a gente olha junto pra escada vendo a ruiva de meia idade
vestida toda de preto, uma verdadeira viúva.

Seu olhar passa por todos aqui e para na Gabriela sentada no sofá em que eu tive a melhor
foda da minha vida, sua carranca logo se forma e ela volta seu olhar pra mim.

Neide - Sendo direto como você sempre é, me explique o porquê dessa vagabunda está
aqui e... Quem é o pirralho com ela? - seu grito furioso sobressai a música alta.

Calmamente e olhando para ela eu dou outro trago, solto a fumaça devagar sentindo minha
cabeça começar a doer e respiro fundo já prevendo a treta que vai se formar assim que eu
abrir minha boca.

Nunca tive muitas papas na língua e sofri pra caralho por conta disso mas nesse momento,
em que a viúva me olha com ódio e minha prima provavelmente com medo de levar outra
surra da mais velha como a que ela levou no dia que foi pega trepando com o fodido do
Mag na cama deles, eu me pego mordendo a lingua para permanecer calado.

Temendo pela vida da criança pois a viúva é maluca o suficiente para machucá-la na
tentativa de matar a Gabriela.

-- Procura uma cadeira e senta. A reunião vai começar. Temos assuntos sérios a serem
tratados. - volto ao que realmente importa e caminho até minha prima pegando a criança do
seu colo. - Fica aqui se não quiser ser morta pela viúva.

Princesa - Você falou que não ia deixar ela tocar em mim. - seu medo é palpável, o que me
faz sorrir ao dizer:

-- Isso foi antes de você tentar foder com minha relação ao provocar a Helena. - desvio meu
olhar pra criança que está dormindo e ajeito a cabeça dela no meu ombro. - Vou proteger
Marco pois ele não tem culpa. Já você... - deixo ela pra trás e volto para perto da viúva que
acaba de sentar no meio da roda feita por homens.
Neide - Eu não tenho a intenção de demorar aqui, portanto, sejamos rápidos. - ela meneia a
cabeça pedindo que eu tome a iniciativa já que fui eu quem pediu a reunião.

Eu dou uma tragada forte no baseado e entrego pro Ben ao meu lado, soprando um pouco
da fumaça pro lado antes de soltar a bomba de uma vez.

-- Me perguntou quem era o "pirralho". - olho para a viúva, impassível diante dos seus
olhos. - Se chama Marco Antônio e é filho da Gabriela e do...

Neide - Não ouse completar essa frase! - ela grita, furiosa, apontando o dedo pra mim. -
Não vou permitir que suje o nome de alguém que acabou de morrer.

Porque era um filho da puta arrombado e mexeu com quem não devia!

Pensar em dar essa resposta me fez lembrar de outra questão que eu preciso tornar
pública; a ameaça do italiano de merda.

Desgraça!

-- Marco ser filho do Mag e seu único herdeiro de sangue não foi o motivo principal dessa
reunião. - falo rápido e alto para que todos me ouçam, não me abalo com o olhar de ódio da
viúva e continuo - Seu marido, aquele que a senhora não permite que sujemos o nome,
mexeu com mafiosos. Com um que declarou guerra a todo o Comando Vermelho.

Neide - Isso é mentira!

-- Acredite no que quiser. - volto minha atenção pros outros - Os ataques vão começar a
partir de terça feira, então, sugiro que reforcem sua segurança e esperem. Eu não sei por
onde ele vai começar.

El - Acho que podemos lidar com os ataques agora que sabemos... E quanto a Marco...

Ele aponta pro magrelo no meu colo que eu seguro do jeito que dá, nunca precisei segurar
uma criança antes e agora vejo que não levo o melhor jeito pra isso.

El - Um exame de DNA vai revelar se ele é ou não filho do Mag. E se ele for, Neide
gostando ou não, o morro do Alemão passa a ser dele e da Gabriela que foi capaz de dar
um herdeiro pra facção. Coisa que ela não conseguiu.

Sorrio satisfeito, era justamente isso que eu queria.

Sei que Gabriela não é alguém fácil de se lidar mas sei também que ela é extremamente fiel
àqueles que a ajudam. E bem, essa era a segunda vez que eu fazia isso. Saberia cobrar
pelo "favor" quando chegasse a hora.

Neide - Isso nunca vai acontecer! - me assusto quando a vejo levantar em segundos e
roubar a arma de um que estava próximo dela. - Ninguém além de mim vai comandar o
Alemão.
Ela vai matar Marco.

O alerta soa na minha mente e meu corpo trabalha rápido ao descer a criança em meu colo
e virar de costas na intenção de proteger a vida dela.

Marco acorda com o solavanco e começa a chorar bem no segundo em que meu corpo
sente o calor de outro colado nas minhas costas e meus ouvidos captam o sons estridentes
dos tiros que faz cada centímetro do meu ser estremecer de medo.

Que não tenha atingido quem eu acho que atingiu.

CAPÍTULO 87
BEN

Gustavo estava pronto para dar a vida dele pela do Marco...

Ver tudo a centímetros de distância me fez voltar no tempo, no exato momento em que fui
salvo pela minha avó.

"Ouça sempre seu coração."

Foi o que ela disse antes de me abraçar e dar a sua vida para salvar a minha.

Porra, lembrar da sua frase de despedida doeu e me trouxe em milésimos de segundos pro
presente.

Não podia deixar que a história se repetisse com outros personagens, com outra pessoa
que eu amava e por isso segui o conselho da minha avó:

Eu ouvi meu coração.

Me pus com minhas costas colada na dele e me surpreendi com a rapidez que joguei o
copo com uísque e o baseado na filha da puta fazendo ela se atrapalhar com a arma, me
dando tempo de puxar a minha e descarregar na sua cara porque depois do primeiro tiro eu
não consegui mais parar.

Tinha sido possuído pelo medo de perder o Gustavo e só voltei a mim quando o mesmo me
puxou pra trás e segurou meu rosto entre as mãos.
GH - Ben caralho! Ei! Eu tô bem irmão. - inspiro forte quando ele cola sua testa na minha. -
Salvou minha vida! - toco seu rosto pra ter certeza que é ele e o filho da puta sorrir. - Não
vai me beijar, vai?

-- Não... - me afasto dele porque pelo olhar que me deu quem tava considerando fazer isso
era ele.

Passo a mão na boca e olho pro sofá onde Gabriela está chorando abraçada com o filho. O
mesmo sofá em que tive certeza que queria Helena e Gustavo na mesma proporção, que os
amava de maneira igual mas que - talvez - nunca admitisse isso para ninguém.

Nem mesmo pra ele.

GH - Obrigado por isso. - seu braço passa pelo meu ombro quando meu olhar vai pra
defunta jogada no chão. - Acho, só acho, que vai ser caixão fechado.

O barulho de algo caindo nos faz olhar na direção da escada e lá estava o ser que só de ver
fez o arrepio subir por minha espinha.

Chorão - Chefe! - ele grita, levantando do chão em que tinha caído. - Caralho, não vi o
último degrau.

Ouço um da facção me chamar mas quem atende é o Gustavo que logo se afasta,
provavelmente indo resolver meu caô por ter matado a viúva, que agora era defunta.
Caralho, quero nem pensar na merda que fiz mas já fiz, não tem como desfazer.

Antes ela que o Gustavo.

-- Tá aqui porquê? - me aproximo tocando o cano da minha glock e ao sentir morno,


devolvo pro cós da calça. - Te falei pra não sair de perto da Hele...

Chorão - Ela fugiu, chefe... Aquela doida que a gente cobrou ano passado, tá ligado?... - a
cada palavra dita por ele minha expectativa de vida diminuía um ano e ao finalizar tive
certeza que morreria em menos de cinco.

Helena tinha se lembrado e agora estava por aí, sozinha num morro que ela não conhecia.

Tem como ficar pior?

Tem, pois quando me aproximo do Gustavo que estava no sofá conversando com a
Gabriela e o El, o único acima dele na hierarquia da facção, e conto sobre a fuga da Helena
ele pede para que eu espere por ele que agora estava resolvendo uma parada importante
pra prima dele.

O cú dele que eu ia esperar, então, só forço um sorriso e digo:

-- Fica de boa, pô. Resolve teus bagulho importante aí que eu vou atrás da minha mulher. -
aceno pro El e me afasto, dizendo: - Fé pra nós.
Deixo todos pra trás e desço com o moleque que vai abrindo caminho na minha frente, vez
ou outra me olhando como se eu fosse matar ele pelas costas.

O que eu claramente faria se minha arma não tivesse descarregada.

Tainá - Ben, foi a Raika! - ela vem até mim, chorando. - Aquela vagabunda falou tanta
merda e... - o suluço corta sua fala me fazendo engolir em seco. - Dino e Gege foram atrás
da Helena.

-- Faz muito tempo? - tento me manter tranquilo, mesmo que meu peito esteja apertado pra
caralho, e vou até meu carro vendo a janela aberta, meto a mão por ali abrindo o porta
luvas, puxo o pente reserva da minha glock e troco jogando o vazio no banco.

Tainá - Não sei ... Acho que sim. Perdi a noção do tempo. - ela parece confusa, muito
chorosa e sofrendo mesmo com isso.

-- Senta aqui, Tai. - abro a porta e aponto pro banco do carona que ela logo senta. - Fica
calma. Quer alguma coisa pra beber?

Tainá - Uma cerveja? - sou obrigado a rir porque ela fala séria, realmente querendo se
embebedar numa hora como essa.

Leno - Chefe! - me viro pra ele que aponta com a cabeça pra rua de baixo, acompanho seu
olhar e perco meu sorriso ao ver o Gege e Dino voltarem sem Helena.

Tento conter o desespero ao entender que algo ruim aconteceu com ela quando os dois
movem a cabeça em negativa ainda distante e ao pararem na minha frente me mostram o
que acharam.

Os saltos, a coleira, o relógio e até sua aliança de noivado. A que eu e Gustavo passamos
horas pra escolher no site da marca.

Porra! Pegaram minha mulher.

Gege - Quem pegou ela sabia do rastreador embutido em uma das parada que ela usava,
só não sabia em qual. É a única explicação pra terem deixado tudo pra trás.

-- Que rastreador? - pego a pequena aliança da mão dele e guardo no bolso enquanto ouço
ele falar sobre o tal rastreador que o Russo contou da existência a pouco pra ele. - Russo
tem certeza que só ele, Afrodite e Nauan sabiam disso? - ele diz que sim e eu sou obrigado
a me afastar pra pensar um pouco nessa merda toda, minha cabeça parecendo que vai
explodir com a possibilidade que surge nela.

Não pode ter sido o Nauan, pode?

Não! Rauan sempre lutou pra não ser igual ao pai dele, não faz sentindo voltar atrás agora.
Eu penso, penso pra caralho e quando tô a ponto de surtar puxo o celular do bolso e disco o
número dele que atende no terceiro toque.

-- Quem mais sabia do rastreador da Helena?

Nauan - Quem? - sua voz soa sonolenta - Espera... Ben? Qual foi, irmão, quatro da manhã.
O que tá pegando? Tava dormindo... Fica aí, Aninha, eu já volto pra você e pra nossa
princesa.

Entro no primeiro beco escuro que vejo e paro encostando minhas costas na parede fria,
olhando pro escuro enquanto sinto meu peito queimar de dentro da fora e a respiração se
tornar irregular.

Acho que eu tô infartando.

-- Rauan... - inspiro com força, com dificuldade. - Helena foi sequestrada e quem fez isso
sabia que ela tinha um rastreador... Tô repetindo pra mim mermo que não foi tú que vazou
essa informação então, por favor... Me dá um nome.

Nauan - Minha irmã foi o que? - a surpresa na sua voz me dá a certeza que ele não sabia. -
Caralho ... Não fui eu, Ben. Eu não... Espera. Sabia como? - conto toda a história, de certa
forma aliviado por ouvir o choro dele do outro lado. Nauan só tem a pose de durão mas é
tão machucado e sensível quanto todos daquela família, culpa do fodido do Taz. - A única
pessoa pra quem eu comentei foi a Jade, irmão. Mas ela não...

Desligo na cara dele e guardo meu celular enquanto volto pro carro, todo meu mal estar
dando lugar ao ódio. Eu queria tá errado e ter a mesma dúvida em relação aquela filha da
puta burra mas algo me impedia, as lembranças de hoje mais cedo e o modo como ela
demonstrava estar disposta a fazer tudo pelo fodido que eu vou fazer questão de
desmembrar ainda vivo se encostar um dedo na minha mulher.

GH - Ben! - travo meu maxilar quando ele vem ao meu encontro, seu olhar brilhando com
raiva. - Me escuta! - ele para na minha frente, seus olhos nos meus quando diz: - Tô ligado
que tá puto comigo, até eu estaria se fosse ao contrário. Mas caralho, eu não sabia que
essa merda tinha acontecido e...

-- Tinha coisa mais importante pra fazer do que ir atrás da Helena. É, eu sei. - falo bolado,
sem dá tempo dele me interromper. - Essa é a nossa diferença Gustavo. Eu sempre, na
merda da minha vida vou ter como prioridade as pessoas que eu amo. Já você... - ele
engole em seco, olhando no fundo dos meus olhos com as pupilas tomando boa parte das
íris azuis. - Eu não preciso falar, deixou isso bem claro lá dentro. - passo por ele me
sentindo culpado por ter falado o que falei mas assim como tudo que já fiz, não tem como
voltar atrás.

Dino - Qual a ordem, chefe? - pergunta assim que me aproximo.

-- Vocês vão ficar aqui e vão atrás da Raika, quero aquela filha do demônio antes das sete
sendo cobrada na praça da Rocinha pra todo mundo ver.
GH - Alguns dos meus vão ajudar vocês. - ele para do meu lado - Tá achando que foi
quem?

-- Tenho quase certeza que foi o irmão da Jade. - todos me olham surpresos. - E a filha da
puta ajudou. - pronto, só vejo olho arregalado. - Vou ir pro Vidigal atrás dela.

GH - Tem uma parada que tú precisa saber. - umedeço meus lábios me virando pra ele que
esfrega o rosto como se estivesse a ponto de surtar. - Japão conseguiu fugir. E se tú tiver
certo e o irmão da Jade tiver pego a Helena, tem grande chance dos dois estarem juntos
nessa.

-- Ah, tomar no cú! E eu achando que não tinha como ficar pior.

CAPÍTULO 88
GH

Ben queria a indica mais cedo e agora quem estava fumando era eu, pra relaxar, fazer
minha mente diminuir a rotatividade.

Porra, tô a ponto de enlouquecer. Nunca precisei lidar com tanto caô de uma só vez e
agora... Tinha minha mulher sequestrada, a fuga do Japão que deixou três mortos pra trás,
minhas responsabilidades com a facção e meu morro e o caralho que tava me deixando
ainda mais bolado; a fúria do Ben que parecia tá possuído, agindo e falando antes de
pensar nas consequências.

Me deixando maluco com o que ouvi sair da boca dele se repetindo como a porra de um cd
arranhado na minha cabeça:

Essa é a nossa diferença...

Ele estava certo, por as pessoas que eu amo acima das minhas responsabilidades está fora
de questão mas ele esqueceu que Helena não é só uma das pessoas que eu amo, ela é e
sempre vai ser a minha maior responsabilidade.

E se ele tivesse esperado a porra do tempo que eu pedi pra resolver o problema da
Gabriela teria visto que eu tive que marcar outra reunião porque perdi o foco depois de
saber que nossa mulher tinha lembrado da merda que ninguém teve coragem de falar pra
ela, que o avô estava morto, e talvez a gente não tivesse nesse clima ruim do caralho em
que estamos enquanto seguimos a mil pro Vidigal.
Esfrego minhas têmporas enquanto solto a fumaça lentamente, meu corpo pode até está
relaxado mas minha mente não para. POR. NADA.

Gege - Raika deu o papo que Tainá sentava e ainda senta pra tú. - ouço a voz dele vim do
assento ao meu lado enquanto dou outro trago. E agora mais essa. - Procede?

Olho pros bancos da frente, Ben prestando atenção na estrada enquanto dirige e Tainá
sentada ao seu lado com a cabeça apoiada no vidro da janela. Ela acabou chorando até
dormir mas logo vai acordar porque fez questão de sentar a porrada na Jade se for preciso.

-- Não. - faço meu nariz arder ao soltar a fumaça por ele, me virando parcialmente pro preto
ao meu lado. - Ela já sentou, tá ligado? - estreito meus olhos quando percebo ele serrar os
punhos. - Mas isso foi antes de eu me envolver com a Helena pela segunda vez.

Gege fica calado e eu decido fazer o mesmo, já não tô com cabeça pra muita coisa se ele
insiste no assunto era capaz de eu mandar ele pra puta que pariu. Não tenho paciência pra
lidar com pessoa insegura e agora torço pra essa merda não ter deixado Helena do mesmo
jeito.

Na minha perna, meu celular vibra e sem demora eu pego vendo o nome de um dos
gerentes da Penha brilhando na tela de chamada.

-- Dá teu papo, Deline. Fez o que eu mandei?

- O ap do fodido tá vazio, chefe. Tem ninguém aqui mas a recepcionista que eu tive que
meter a rola pra liberar umas informações me mostrou as filmagens de ontem a tarde do
corredor do ap dele e porra... Tú não vai acreditar em quem tava com ele.

-- Tá esperando eu perguntar? Desenrola logo.

- O desgraçado do Japão e... Aquela piranha da mulher do teu pai. - e essa porra só piora. -
Depois que eles saem, pouco tempo depois quem aparece na porta do fodido é uma preta
que se eu não tô enganado, eu vi perto da Tata e da patroa no baile.

-- Filhos da puta!

Respiro fundo sentindo minha cabeça latejar, o ódio fazendo cada célula do meu corpo
vibrar deixando meu sangue quente ao ponto da minha pior versão ser liberada.

-- Tá no prédio ainda? - ele responde que tá na frente. - Vai fazer o seguinte, vai subir e
botar fogo no apartamento desse desgraçado, depois vai passar a visão pros que tão no
morro revirar aquela porra e reunir todos os parentes do Japão e passar fogo em todo
mundo. Sei que não tem criança então não é pra poupar ninguém. Quero o vídeo da
chacina em menos de uma hora.

- Cê vai ter, chefe.


-- Uma última coisa: depois que tú voltar pro morro, separa uns cinco e dá um pulo na casa
do Doca, desce a porrada nele e em quem tentar impedir e ver se aquele corno sabe onde a
puta da mulher dele tá . Depois me retorna.

Eu desligo em seguida, dando um tec no baseado pra tirar as cinzas antes de voltar com ele
pra boca, notando só então que o carro tá parado na frente da casa do Russo e os três
dentro do automóvel me olham como se esperassem por informações.

-- Ao que tudo indica a Raika está junto com o Japão e o Jean. Não é maravilhoso? - sou
direto e irônico, abrindo a porta e sendo seguido por eles. - Jade pode até não ter nada
haver...

Ben - Ela tem. - me interrompe - Eu não pego neurose na pessoa errada, tú sabe disso.

-- Mas tá alterado demais pra raciocinar direito. - devolvo recebendo uma encarada dele.
Bato a porta do carro guardando meu celular e sigo pra calçada dando outro trago antes de
ter meu baseado roubado pela Tainá.

Abro a boca pra avisar pra ela pegar leve na tragada mas fecho quando o portão de ferro é
aberto e a Jade passa por ele ao prantos sendo seguida pela Afrodite que também chora,
Russo e os dois filhos mais velhos que parecem mais putos que o normal.

Num segundo meu baseado vai parar no chão e ainda é pisado quando a preta de
trancinhas corre e pula, ELA PULA, no pescoço da Jade.

Tainá - Foi você, não foi? A desgraçada que passou a informação que Helena tinha um
rastreador?

Jade - Socorro, tio! - grita sufocada, tentando se soltar, e tão rápido quanto a Tainá fez o
que veio fazer foi eu, Ben e Gege entrando na frente pra impedir que o Russo e os outros
separem as duas.

-- Deixa as duas, não tem covardia. Então deixa.

Rapp - Não tem covardia? Minha irmã tá grávida, porra!

White - Se ela machucar a minha mulher, na moral... Eu vou matar a amiguinha de vocês.

Ben - Que se foda! Ela tivesse pensado nisso antes de passar informação sobre Helena pro
fodido do Jean.

Russo - Não foi ela que falou do rastreador. Foi o Nauan. - Afrodite solta um soluço de
choro atrás dele e do meu lado Ben sorrir irônico. - É por isso que Jade tá aqui. Ela veio dar
o papo que viu o filho da puta passando informações pro outro. Aquele alemão desgraçado.
Devia ter desconfiado que a raça ruim do pai dele ia falar mais alto um dia.
Ben - Ah, não fode! Vai mermo acreditar na Jade que é burra o suficiente pra apanhar do
irmão e ainda estar disposta a morrer por ele? - meu olhar passa pelos três na nossa frente
que focam na briga atrás de mim e segue pras duas.

Tainá só vai de soco na cara enquanto Jade tenta arrancar suas tranças. Deixando nítido
que ela não sabe brigar, nunca precisou também.

Helena sempre fez isso por ela.

Engulo a saliva espessa ao lembrar da minha moreninha, a falta de informação sendo o


motivo da gente ainda manter a prima dela viva.

Não temos o que fazer, por enquanto.

Ben - É claro que vai. - volto meu olhar pra ele, tá no modo foda-se agora eu vou falar. - É
mais facil acreditar em alguém que tem o sangue de um homem que quis estuprar a tua
filha do que no cara que quando criança foi estuprado pelo próprio pai porque insistia em
ficar com a tua mulher que estava sendo tão maltratada quanto ele.

Pronto, as ameaças, o choro, tudo acaba e só o que fica é um silêncio absoluto e


constrangedor que dura até que eu sinta a mão fria pra porra da Tainá pegar na minha.

-- O caralho! - falo no susto, puxando de uma vez mas ela pega de novo, fazendo o mesmo
com o Gege que olha torto pras nossas mãos.

Tainá - Cala a boca e vem comigo. Ben, vem também. - vontade de descer o tapão na cara
de doida dela é grande mas a curiosidade de saber o que a mente maluca tinha pensado
que a minha não conseguiu era maior e por isso eu deixei ela me puxar pra longe. - Tive
uma ótima idéia. - ela solta minha mão e a do Gege a uns cinquenta metros dos Mikhailov's
e eu me viro pra eles enquanto espero ela voltar a falar.

Russo está abraçado com Afrodite que chora sem parar, Rapp de braços cruzados olhando
sério pro White que ajuda a Jade a levantar do chão e a prende num abraço. Todos
demonstrando cansaço e preocupação. Também pudera, o dia está amanhecendo e a gente
não tem nada, nem um lugar por onde começar a caçar Helena.

Estamos completamente às cegas.

Ben - Quer um baixo assinado pra começar a falar Tainá?

Tainá - Só pra deixar claro, odeio sua versão sem Helena. - ela faz nós três ficarmos lado a
lado e se põe na nossa frente, junta as tranças jogando pras costas e suspira dando uma
rápida olhada por cima do ombro antes de voltar a nos olhar. - Vou falar com base no que
eu vi e na minha intuição que nunca falha... Jade sabe onde o irmão está e acusou o Nauan
a mando dele. - movemos as cabeças, um pedido silencioso para que ela vá direto ao ponto
- O meu plano é o seguinte: deixar ela achar que tá fazendo o papel de pau mandado bem
feito e colocar alguém na cola dela, do jeito que é burra vai sair daqui e ir direto procurar o
filho da puta.
Gege - Caralho mulher.- ele puxa ela de uma vez e tasca mó beijão.

Ben - Vai engolir nossa máquina de idéia mermo? - sinto seu braço passar pelo meu ombro
e franzo meu cenho ao olhar pra ele que está sorrindo, talvez por ter gostado da idéia
maluca mas ótima pra quem não tem por onde começar. - Me perdoa? - diz olhando pra
frente e lentamente me olha, os olhos castanhos quase mel brilhando ao serem iluminados
pelos primeiros raios de sol da manhã. - Por falar o que eu falei lá na Penha, tô ligado que
vacilei e queria pra caralho que não fosse contigo.

-- Tú é um filho da puta arrombado da língua afiada. - não deixo a oportunidade passar. -


Mas também é meu irmão e eu te amo pra caralho. Claro que eu te perdoo.

Ben - Graças a Deus! - ele me abraça de lado e me suspende - Peso pena.

-- Saco de osso! - dou risada quando ele me aperta no ar antes de me soltar no chão,
curtindo da felicidade momentânea quando meu celular toca no bolso e eu o puxo,
atendendo sem nem olhar na tela antes.

-- Pode falar.

- Chefe? Então... Porra, como que fala isso?

-- Falar o que? - afasto o aparelho pra olhar pra tela que se acende com o nome do Deline e
volto com ele pra orelha sentindo o Ben encostar a sua do outro lado pra ouvir também. -
Seja direto, Deline. Já está na Penha?

Deline - Seja direto... - ouço a puxada de ar exagerada. - Doca e Marisa estão mortos. Um
tiro no meio da testa em cada um. Tem um bebê aqui no berço ao lado da cama, ele tá vivo.
O que eu... - desligo a chamada sem querer ouvir mais nada, coração acelerado e mente
voltando a trabalhar na minha tortura.

Minha mãe está morta.

Engulo a saliva sentindo uma bola se formar na minha garganta. Saber da morte do Doca
não me abala porque só Deus sabe o que aquele fodido me fez passar mas a da Marisa...

Qual foi a última coisa que eu falei pra ela? Eu não lembro.

Inspiro forte e pisco mais ainda tentando afastar as lágrimas que fazem meus olhos
arderem. Eu sempre fui muito rígido com ela mas não desejava esse fim pra ela.

Não pra ela.

Ben - Vamo pra casa. - ele pega no meu rosto me forçando a olhar pra ele assim como eu
fiz quando ele perecia estar fora de si no camarote da Penha. - Geovane vai ficar de olho na
Jade e qualquer coisa vai nos avisar.
-- Minha mãe tá morta. - falo como se ele não tivesse ouvido, me afastando e seguindo pro
carro. - Tenho que ligar pra uma funerária. Devo um velório digno a ela.

Ben - Os teus podem resolver isso. - ele me alcança antes que eu entre no lado do
motorista. - Eu dirijo. - aceno em confirmação, dou a volta e entro no carona, tudo no
automático. - Vamo passar por isso juntos... - ele segura minha mão assim que estamos os
dois no carro. - Resgatar nossa dona e matar os responsáveis por toda essa desgraça... É
uma promessa.

CAPÍTULO 89
HELENA

Acordei completamente dolorida e aliviada ao me ver sozinha dentro do quarto em que


tenho ficado presa desde que fui sequestrada a mando do doente mental do irmão da minha
prima.

Jean... Ele fez questão que eu soubesse que ele era o principal responsável pelo meu
sequestro logo após acontecer, quando eu ainda estava sendo tirada da Penha por quatro
brutamontes que depois ele apresentou, como se fôssemos amigos de longa data, como
sendo os homens que trabalhavam pro seu pai e que depois que ele herdou tudo que antes
era do Teco, passaram a trabalhar pra ele.

Nesse mesmo dia eu desejei que ele fosse o único responsável pelo sequestro, tudo porque
os seus parceiros, Raika e Japão, decidiram que eu era culpada por tudo que o Ben e GH
tinham feitos a eles e começaram a descontar em mim toda a raiva que tinham.

Cada um do seu jeito e separadamente ...

Até hoje.

Hoje por algum motivo especial eles resolveram se juntar e enquanto Raika tentava tirar o
resto da minha sanidade mental ao dizer que ninguém estava procurando por mim, a
assassina do próprio avô, Japão me batia com força usando uma corda trançada que a
outra disse ser a que a minha mãe usou pra bater nela a mais de um ano atrás quando a
sua foi morta pelo Benício.

Alí, enquanto era duplamente agredida eu tentei a todo custo me manter forte, aguentar até
o fim sem derramar uma lágrima se quer mas eu só não consegui como também apaguei
totalmente de tamanha dor que senti e, agora, estou aqui deitada no colchão jogado no
chão de um quarto com isolamento acústico, olhando pra câmera no canto superior da
parede que pisca deixando claro que alguém do lado de lá já sabe que eu acordei.
Estremeço com essa certeza e peço mentalmente que seja o Jean pois de todos, ele é o
único que nunca ergueu a mão pra me bater e sempre que vê que isso acontece sai daqui
puto, o que me faz ter certeza que as agressões acontecem sempre que ele sai.

O que tem se tornado cada vez mais frequente.

- Ainda bem que acordou, o chefe já estava preocupado. - um dos brutamontes que eu não
fiz questão de decorar o nome abre a porta falando e, sorrindo como se estivesse num
comercial de pasta dental entra no quarto trazendo consigo uma bandeja com uma
marmitex e uma caixinha de suco encima. - Trouxe sua janta.

Fico calada olhando pra ele que se aproxima e se abaixa deixando ao lado do colchão
antes de fazer o caminho de volta tirando o rádio do cinto para avisar que a "patroa"
acordou.

Eu respiro fundo me esforçando pra sentar no colchão, mesmo que a minha vontade seja
de me encolher em posição fetal e chorar até morrer de tanta dor que sinto, e ao conseguir
olho pra bola de ferro presa na corrente ligada ao meu calcanhar que está inchado devido a
todo esforço que faço toda vez que preciso ir ao banheiro puxando a bola com mais de
quarenta quilos.

Queria ter forças pra erguir ela mas não tenho e cada segundo, minuto e hora que passo
sendo maltratada física e psicologicamente tenho menos.

Sinto vergonha de mim mesma por não conseguir mais enfrentar tudo e todos de cabeça
erguida como fiz nos primeiros dias mas eu simplesmente não consigo mais, tô morrendo
aos poucos e se fosse em outros tempos eu até aceitaria isso mas agora eu não aceito.

Tenho Gustavo e Benício que mesmo que a Raika fale que não estão, eu sei que estão me
procurando. A gente tem uma vida, uma família pra formar.

Não posso deixa-los agora.

Jean - Ainda não comeu? - fecho meus olhos por alguns segundos ao ouvir sua voz, me
preparando psicologicamente pra não tentar matar ele visto que isso é fácil se levar em
consideração que ele é o único que entra desarmado e não se importa em dormir ao meu
lado.

Talvez ele saiba, assim como eu sei, que o único motivo de eu ainda estar viva é por sua
causa.

-- Não sinto fome. - falo parte da verdade, minha voz soando rouca devido a falta de água. -
Mas estou com sede.

Jean - Ian, vai buscar duas garrafinhas de água. Com e sem gás. - ordena pro brutamontes
parado na porta que logo sai fechando, indo fazer a vontade do chefe. - Tem que comer,
Leninha. Quer que eu dê na sua boca?
Prendo a respiração sentindo meu estômago embrulhar quando ele se abaixa tirando a
tampa da marmitex, fazendo o cheiro de comida preencher o quarto isolado que só não é
abafado graças a dois canos presos ao teto que trazem o ar gelado pro cômodo.

Jean - Vai, não está tão ruim assim. - ele revira a comida com um garfo de plástico e eu
juro, nunca quis tanto que fosse de inox pra mim enfiar no pescoço dele e de todos que
entrassem na minha frente. - Só uma garfada, princesa.

Não consigo mais manter a respiração presa e solto para respirar fundo. A pior coisa que
faço pois o vômito sobe de uma vez me obrigando a levantar em tempo recorde e arrastar a
bola de satanás até o quadrado ao lado enfeitado com um chuveiro e vaso, apenas.

Me inclino sobre o sanitário despejando tudo que estava no meu estômago e percebo a
presença de algumas bolas de sangue junto. Me desespero e começo a chorar pois com a
surra que levei não estranharia se estivesse toda "estourada" por dentro.

Jean - Ei, calma. É só... - ele surge do meu lado e ao olhar pro sangue se cala.

Os arrepios sobem um atrás do outro por minha espinha a cada vez que eu tento vomitar e
não consigo, só aumentando meu choro, me levando pro limite de esgotamento físico que
me atinge de uma vez.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

- Ela acabou de chegar, é pra levar praí? - desperto com a voz masculina falando ao longe,
um frio absurdo me fazendo tremer como nunca antes.

- Pode trazer . Vou ficar aqui até ela chegar. - forço meus olhos a se abrirem quando sinto a
espuma ao meu lado afundar e encaro o bíceps negro diante dos meus olhos. - Sabe o que
eu queria? - pergunta olhando pro teto, logo voltando a falar quando eu permaneço muda. -
Queria poder fazer amor com você. Mas prometi que não ia te tocar a menos que você
deixa...

-- Nunca vou deixar. - consigo falar, fraca, quase inaudível. - E isso é o mínimo já que você
me tirou da segurança do meu lar e arrancou tudo que pudesse me fazer lembrar de quem
eu amo. - olho pra minha mão direita sentindo meus olhos arderem ao lembrar que minha
aliança de noivado foi a primeira coisa que eles tiraram de mim.

Jean - O que eu fiz foi por amor, Helena. - ele se vira de lado pra me olhar e fraca eu
permaneço na mesma posição. - Por amor a você.

-- O seu amor está me matando, Jean... - meu lábio treme, frio, febre. - Assim como Raika e
Japão.

Jean - Eles não vão mais tocar em você, Leninha. - sorrio irônica, já ouvi isso tantas vezes.
- Desse vez é sério. Reforcei a segurança da porta e todos estão avisados que não é pra
deixar os dois entrarem.
-- Por que você não mata eles?

Jean - Preciso deles assim como eles precisam de mim. - ele ergue a mão pra tentar tocar
meu rosto e eu jogo a cabeça pra trás, fugindo da mão que ele logo recolhe. - Mas eu
preciso mais de você... Se me desse pelo menos um beijo, mataria os dois assim que
saísse daqui.

Estava pensando seriamente em aceitar, só pra me ver livre dos outros dois, quando a porta
foi aberta por fora e quem ultrapassou ela lentamente fez meu coração querer saltar pela
boca.

Jean - Péssima hora pra chegar. - ele bufa ao se afastar e ir até ela. - Estava quase
conseguindo ganhar um beijo da minha mulher.

Jade - O que aconteceu com ela? Porque está tão encolhidinha? - ela abraça ele e meu
corpo treme, agora de medo.

O que está acontecendo aqui?

Jean - Te chamei pra ficar com ela e não pra me encher de perguntas.

Jade - Você prometeu que ninguém ia machucar ela, Jean. - ela caminha na minha direção
fazendo minha cabeça começar a girar e meu coração que a pouco quase saía do peito de
tanta felicidade por ver ela, se afundar com a certeza que logo vem - Foi por isso que eu
aceitei te ajudar.

CAPÍTULO 90
BEN

-- Se eu não tivesse uma mulher tão braba eu te dava um beijo na boca, papo reto. De
língua ainda. - ultrapasso o portão de casa passando a bandoleira do fuzil pela minha
cabeça enquanto olho pra preta que acaba de descer do seu carro com a minha irmã.

Porra! O plano dessa doida deu certo e Gege que seguiu a filha da puta da Jade já mandou
a localização que pega pra caralho por se tratar de um condomínio fechado mas dá em
nada.

Ele conseguiu comprar o porteiro de lá mas, mesmo assim vai ter que ser jogo rápido entrar,
pegar Helena, matar todos e voltar pro morro porque é arriscado pra caralho ter tanto
envolvido fora, ainda mais agora que o Don do inferno se juntou com o PCC e tá dando mó
dor de cabeça pra gente do CV.
Tainá - Se a braba da relação fosse só a sua mulher nós dávamos um jeito. - ela olha pra
alguém atrás de mim, consigo sentir o olhar mortal queimando minhas costas e sorrio. - Não
é mesmo, Gustavo?

GH - Tomar no cú, cê quer? Então vai. - ele para do meu lado encaixando o pente alongado
na sua AK, está sério mas consigo ver seus olhos brilhando do jeito que há alguns dias não
brilhavam.

Há quinze dias... Contei porque foram uns dos piores da minha vida pois além de ter que
lidar com meu temperamento por não ter nenhuma informação da nossa mulher eu ainda
tive que me manter forte pra ajudar ele que se abalou mais do que gostaria de admitir com a
morte da Marisa, que nós descobrimos no dia do velório ter sido morta pela Raika que fez
questão que o vídeo da execução chegasse até ele.

GH - Se esse beijo na boca acontece, quem te cobrava era eu, tá ligado?

-- Ciúmes, Gustavinho? Tenha não. - brinco, recebendo um dedo do meio como resposta. -
Eu sou só teu e dela. - sussurro pra que só ele ouça.

GH - De meia hora pra cá tú só me tira do sério, papo reto. - tiro meu olhar do seu e levo
pros três carros que entram na rua de cima. Reconheço todos como sendo os do Russo,
White e Leonaro. - Tú é bem linguruda né, Brenda? Tinha que ser irmã do Benício mermo.

-- Tira meu nome da boca que ele não é piro... - me calo quando ele me fuzila com o olhar. -
Parei.

Brenda - Fiz o que eu achei certo. Eles são parentes, Gustavo. Precisavam...

GH - Foda-se. Alguém deixou tú explanar essa porra? - cruzo meus braços por cima do fuzil
e deixo que ele dê o esporro, Brenda tá merecendo porque fez justamente o que ele
mandou não fazer. - A gente te chamou pra ir junto porque achou que era uma boa, duas
mulheres de confiança serem as primeiras a terem contato com a Helena porque não
sabemos que merda fizeram com ela lá, mas se eu soubesse que tú era tão linguaruda
assim tinha me contentado em levar só a Tai.

Brenda - Não é justo você falar desse jeito comigo, Gustavo. Eu só queria ajudar.

-- Tú quer mermo falar de justiça, Brenda? - me intrometo, puto porque ela se faz demais. -
Começa pelo fato do Nauan ter sido pego na covardia e espancado pelos primos que
acreditaram no papo daquela filha da puta que apontou ele como cúmplice do Jean. - paro
na frente dela quase encostando nossos narizes quando continuo. - Se não for o bastante,
pensa que por causa da Jade a minha mulher pode ter sido estuprada. - travo meu maxilar
depois de falar e me afasto dela.

Toda vez que penso que essa merda pode ter acontecido eu fico doente porque não
imagino os traumas que podem trazer pra minha boneca, mais do que os que vão ficar
depois que ela descobrir que a prima que ela tanto ama ajudou na desgraça do sequestro.
Leno - Patrão? - me viro encarando ele que se aproxima com o rádio na mão e balanço a
cabeça pedindo pra ele falar. - As duas tropas tão prontas e pesada pra descer.

-- Manda esperar na boca que a gente já vai. - ele acena e sai passando o rádio pros outros
enquanto minha atenção vai pro bonde que se aproxima.

Russo - Ia dar o papo quando?

-- Pra tú ? Dependesse de mim, nunca. Se fez de cego, surdo e mudo quando eu falei que a
Jade tava envolvida. Ia gastar saliva falando de novo pra que?

Yara - Vai fazer o que com a minha filha, Ben? - ela pergunta aos prantos, Leonaro ao seu
lado do mesmo jeito abraçando ela e pedindo para se acalmar pra não fazer mal pro bebê
deles, que ela espera.

Eu respiro fundo olhando pra barriga dela, tá bem visível na regatinha justa que ela usa, e
penso na Helena.

Ela pode tá carregando um filho meu e do Gustavo, fruto da nossa transa no baile.

Pensar nisso faz meu peito queimar de dentro pra fora de tanto ódio crescente que eu sinto
da Jade porque aquela desgraçada não pensou em nada, nem ninguém na hora de fazer o
que fez e agora Helena e o nosso filho, se é que ele existe, podem estar pagando por isso.

GH - Quem vai dar o que tua filha merece sou eu e acredite, não vai ser boa coisa. - engulo
a saliva passando meu olhar por todos aqui.

Do lado de lá, a família da Helena com exceção do Jope que deve ter ficado com a babá.
Do lado de cá, eu, GH, Brenda que ficou muda depois do esporro e Tainá que voltou pra
dentro do carro e me olha visivelmente ansiosa e preocupada.

Também pudera, o marido dela tá sozinho lá.

Yara - Por favor, não mata a minha filha não. - se ajoelha na frente do GH que se mantém
impassível enquanto ela chora implorando com as mãos juntas. - Por tudo que você mais
ama, não mata.

GH - Tudo que eu mais amo deve está com a mente toda fodida graças a tua filha, Yara.
Então não me peça pra não matar ela.

Yara - Benício... - dou um passo pra trás quando ela faz que vai vim até mim e nego com a
cabeça para que entenda que não adianta implorar - Por favor...

Leonaro - Ya, levanta meu amor. Pensa no nosso bebê, essa emoção toda deve está
fazendo mal pra ele.

Yara solta um grito, inconformada.


Tainá - Gente... - olhamos pra ela ao ouvir sua voz embargada - Não tô conseguindo falar
com o Geovane, a gente estava trocando mensagens e agora ele não responde.

-- Merda! Cuida desse caô porque foi tú que arrumou pra atrasar a gente. - aponto pra
Brenda, sem me importar com seu olhar marejado. - E só pra largar mão de ser otária, tú vai
ficar. Bora irmão.

Afrodite - Eu vou no lugar dela! - olhamos juntos pra ela que encara o Russo quando ele
segura seu braço, impedindo. - Só vou mandar uma vez: Solta. Meu. Braço. - a fala
carregada de ódio tem efeito instantâneo - Obrigada, amo você.

A bipolar dá um selinho no velho e caminha até a gente, passando pela Yara que está
sendo levantada pelo Leonaro e olha cheia de esperanças pra ela.

Afrodite - Sinto muito Ya mas minha prioridade é a minha filha. Não vou interferir em nada
que vier a acontecer com a sua pois se ela foi mesmo capaz de trair Helena dessa forma
sem levar em consideração que minha boneca sempre a protegeu de tudo significa que ela
não merece que eu interceda por ela.

Depois de ter jantado com classe ela entra no carro da Tai e eu e GH seguimos pro dele
que está atrás.

Russo - A gente vai seguir vocês. - ouço ele gritar mas nem rendo, foco em entrar no banco
do carona passando o rádio pros meus e os do GH descerem a mil pro endereço.

GH - A Raika e a Jade são minhas, tá ouvindo? - faço que sim ajeitando o fuzil no meio das
minhas pernas enquanto ele liga o carro e sai as pressas pela rua. - Com os outros a gente
pode se divertir juntos mas aquelas filhas da puta eu quero mandar pro inferno sozinho.

CAPÍTULO 91
HELENA

Eu puxo o ar com dificuldade pela boca sentindo meu lábio tremer, não bastasse todo meu
corpo está doendo agora tem o meu coração que tenho a impressão de estar sendo
esmagado dentro da caixa torácica.

Ele é o que mais dói porque foi traído por alguém que eu amo, alguém com quem eu cresci
e vivi minhas maiores loucuras, alguém que era minha cúmplice e sempre me ajudava a sair
das furadas em que eu me metia.

Quando foi que isso mudou e porquê?


Não lembro de ter feito nada pra merecer ser traída dessa forma, não por Jade.

Jean - Burra foi tú que acreditou na minha promessa mesmo sabendo que Raika e Japão
estavam comigo. - a primeira lágrima desce quente pelo meu rosto com mais essa
informação. - Te falei que ninguém ia tocar nela, no sentido de estuprar, e cumpri. Pode
perguntar se quiser.

Jade - Não precisa, acredito em você. - ela se ajoelha sobre o colchão e tenta me tocar mas
eu tiro forças de onde não tem e me afasto. - Deixa eu ver se você está com febre, Lena,
por favor. Está tremendo muito.

-- Pra quê? - minha voz embargada sai junto com as lágrimas que descem uma atrás da
outra, quente fazendo meus olhos arderem. - O que vai mudar?

Jade - Posso ir atrás de um remédio pra você, - ela sorrir como se isso ajudasse em alguma
coisa. - Voltar e ficar aqui até que melhore.

Jean - Aqui não tem remédio. Fica com ela que eu vou ir comprar. - avisa e sai em seguida.

-- Não vai melhorar. - forço meu corpo a sentar e me encosto na parede sentindo um pouco
de cólica mas são tantas dores que uma a mais não vai fazer diferença. - Meu maior dano é
psicológico Jade e saber que você contribuiu com isso... - movo meu indicador no ar. - Só o
aumenta.

Jade - Não fala assim, Lena. - ela senta sobre os calcanhares e desvia o olhar pra bola de
ferro grudada ao meu. - Sabe que eu nunca quis teu mal. - seus olhos azuis voltam pros
meus. - Somos irmãs, lembra? Companheiras desde o início.

Baixo meu rosto deixando minhas lágrimas molharem o tecido da calça de moletom que
estou vestida. Isso tem que ser um pesadelo, não pode ser real.

Jade não pode ter me traído dessa forma, não pode.

Passo as mãos nos olhos pra limpar minhas lágrimas, tentando ser forte enquanto afasto o
cansaço, dor e decepção ao erguir meu rosto pra encarar o seu sem esboçar nenhuma
emoção.

-- Quando foi que isso mudou? - ela me olha sem entender. - Quando foi que deixei de ser
sua irmã pra me tornar alguém que você ajudou a ser sequestrada só pra ser agredida
física e psicologicamente... Quando Jade?

Jade - Eu... - me olha de cima a baixo e nega, seus olhos ficando marejados. - Não sabia
que iam fazer isso com você, Lena. Acreditei que...

Ela se cala quando a porta do cômodo é aberta de uma vez e eu puxo o ar devagar ao ser
tomada pelo medo quando o Japão passa por ela sorrindo como um psicopata ao arrastar
uma cadeira de ferro no chão.
Japão - Olha só, a garota mais burra que eu conheço! - ele coloca a cadeira no meio do
cômodo. - Pode trazer ele. - grita e se aproxima agarrando Jade pelos cabelos. - Teu
amiguinho foi descorberto vagabunda.

Jade - Ai, que amiguinho? - ela grita. - Está me machucando, Japão. Meu irmão não vai
gostar de saber disso!

Eu abraço minhas pernas e tento controlar minha respiração quando vejo dois brutamontes
entrarem arrastando o Gege desarcordado, meu coração acelera ao ver ele todo
machucado e sujo de sangue.

Ai meu Deus!

-- Ele está morto? - consigo perguntar, encolhida no meu canto tentando me manter forte
enquanto vejo os homens amarrando ele à cadeira.

Japão - Ainda não. Por que? Se importa? - percebo o tom diferente e nego rapida e
freneticamente, mentindo. - Que pena, queria que você se importasse ao ponto de sofrer
com a morte dele... Espera! - ele sorrir largamente voltando a olhar pra minha prima que se
debate tentando sair do seu aperto. - Jade é sua melhor amiga, não é?

Engulo a saliva sentindo minha boca secar e a voz desaparecer quando minha prima
começa a chorar e tremer intensamente, suas mãos rodeando o abdômen como se tentasse
proteger aquela área, proteger o bebê do que quer que viesse a acontecer.

Meu Deus, o bebê!

-- Não mais. - tento soar o mais fria e firme possível. - Ela me traiu.

Japão - Então tudo bem se eu me divertir um pouco com ela? - fico calada, não vou
conseguir me manter indiferente a isso porque por mais que Jade tenha feito o que fez meu
instinto de proteção por ela continua firme e forte. - Hein, Heleninha? Tudo bem se eu foder
sua priminha? Pode ser aqui mermo, na tua frente, o que tú acha? Ela não tem o rabão
igual o teu mas posso me contentar com o dela.

-- Ela está grávida seu merda!

Japão - Acha que eu me importo? - ele puxa os cabelos da Jade que grita alto ao ser
arrastada em direção a porta. - Devia agradecer que vou foder com ela e não contigo.

-- Não, por favor! - me desespero e mesmo fraca me ponho de pé, sentindo meu corpo todo
tremer com o simples esforço. - Foda comigo! Foda comigo e deixe-a em paz. - volto a
chorar porque estou no limite de tudo, minha mente e meu corpo não aguentam mais,
querem descanso - Por favor.

Japão - Ótima proposta, acho que vou acei...


Raika - Silas! - ela abre a porta, seu semblante parecendo preocupado mudando
rapidamente ao me ver chorando. - Ora se não é a garotinha do Russo. Cadê tua marra,
Heleninha? - ela sorrir vitoriosa. - Não responde não. Adoro te ver assim, como um
cachorinho medroso.

Japão - Fala o que tu quer, Raika. Tenho duas vagabundas pra encher de leite. - ele puxa
minha prima pra cima e tampa sua boca com a mão - Não é, Jadinha? - beija o rosto dela e
apalpa seu corpo com a outra mão - Meu amor.

Meu estômago embrulha violentamente com o que ouço e vejo e sem forças pra conseguir
sair do lugar eu só inclino meu corpo pro lado, o suficiente pra não vomitar no colchão, e
molho o chão com um líquido amarelo esverdeado que deixa um amargo horrível na minha
boca.

Raika - Tuas vagabundas vão ter que ficar pra outra hora. Jean ligou e mandou a gente
matar o amiguinho da irmã dele, pegar ela e a Helena e vazar pra outra casa o quanto
antes.

Cuspo depois de ter certeza que não vou mais vomitar e fecho meus olhos encostando a
lateral da minha cabeça na parede, tentando manter meu corpo fraco e febril em pé.

Eu não aguento mais.

Japão - Deram sorte, piranhas. - ouço o barulho de algo caindo no chão e logo a voz
chorosa da minha prima me chamando. - Vou levar Helena não. Jean que se foda com essa
obsessão do caralho por ela. Vem, tive uma idéia. - abro meus olhos ao ouvir a porta bater e
me deparo com Jade chorando bem na minha frente.

Jade - Tá sentindo o que? Fala pra mim, por favor. - inspiro com força quando ela me
abraça, sentindo repulsa do toque. - Me perdoa, por favor, me perdoa. Eu fui ingênua em...

-- Você foi burra. - sussurro quase que inaudível e ela me solta, dando um passo pra trás
com a cabeça baixa. - E por isso nós quatro vamos morrer. - me lembro do Gege que
somente agora começa a dar sinal de vida, se mexendo lentamente na cadeira enquanto
solta resmungos baixinhos.

Jade - Se eu fui burra, você foi o que? - ela ergue o rosto pra me olhar e as mãos pra secar
as lágrimas. - Não fui eu que implorei pro Japão me foder só pra impedir que ele fizesse
isso com outra pessoa. Isso sim é burrice.

Engulo a saliva pra molhar a garganta seca e deixo meu corpo escorregar até parar sentado
no colchão.

-- Não. O nome disso é amor. - respiro fundo pra não chorar, ainda sem acreditar que ela
julgou meu ato como burrice. - O verdadeiro. Sabe? Aquele que você é capaz de dar a sua
vida pela pessoa.

Jade - Lógico que eu sei! - diz, irritada mas também triste.


-- Nã, você não sabe.

Gege - Lena? - olho rápido na sua direção. - Está bem, princesa? - movo a cabeça em
negativa. - Aguenta mais um pouquinho que o GH e o Ben estão vindo. Consegue?

Fecho meus olhos por um instante ao ouvir o nome dos dois, conseguindo visualiza-los
perfeitamente, corpo, sorriso e olhos, aqueles dois pares de olhos com cores tão diferentes
mas com o mesmo brilho da paixão neles.

Caramba! Estou com muita saudade deles.

-- Consigo. - por fim, respondo. Mais pra mim do que pra ele, tentando me convencer que
sou forte e que ainda tenho esperanças de sair viva daqui.

Jade - Não me olha assim que eu não sou a vilã dessa história. - ela vai até ele e começa a
desfazer os nós da corda.

Gege - Eu sei que não é. Você é burra e vilões tendem a ter um grau maior de sabedoria. -
depois de solto ele levanta fazendo careta de dor e vem até mim. - Cê tá horrível.

-- Você também. - devolvo num fio de voz.- Tem um banheiro alí. - dou a idéia de
esconderijo e ele confirma tirando um objeto da lateral do tênis, me entregando. - Obrigada.

Gege - Faça bom uso, eu amolei bem antes de vim. - olho pro pequeno canivete e fecho
minha mão vendo que ele some quando eu faço isso, ótimo. - Tenta não se cortar.

Aceno em confirmação e observo ele voltar pra cadeira de ferro, pegando ela e a corda
antes de seguir pro banheiro que logo ele fecha a porta.

Jade - Eles vão me matar, sabia? - se aproxima e senta na beira do colchão - Gustavo e
Benício.

Fico calada, pensando no que responder quando a porta é aberta novamente e Japão,
Raika e mais dois homens armados entram no cômodo.

Japão - Ronan, leva a Jade. Beto, fuzila o banheiro e quem tiver nele.

Jade - O que? Não! - arregalo meus olhos quando os dois homens fazem sua vontade, o
maior deles agarrando o braço dela e a puxando pra fora e o outro, arrombando a porta do
banheiro com o dedo no gatilho apontando pra todos os lados. - HELENAAAA!

Eu respiro ofegante sentindo meu coração bater na boca ao ouvir os sons dos tiros, os
gritos da minha prima e penso no Gege que só queria ajudar e agora está morto por minha
causa.

Meus olhos ardem mas eu me recuso a chorar, travo meu maxilar e encaro os dois que se
aproximam sorrindo.
Raika - A gente vai ter que ir embora. - ela se inclina apertando minha bochecha com força.
- Jade vai com a gente porque ainda é útil mas você? - estala a língua em negação. - Nem
um pouquinho. - recebo um tapa ardido mas resisto a mais essa dor e aperto o canivete só
esperando o momento certo para usá-lo.

O homem sai do banheiro e se aproxima do Japão falando algo que eu não consigo ouvir,
em seguida, segue às pressas pra fora.

Japão - Consegue fazer isso sozinha, Raika?

Raika - Consigo, olha pra ela. Está tão fraca que se quer consegue falar. - ela vai até ele,
que lhe entrega uma seringa grande com um líquido quase marrom dentro e sai em
seguida. - Sabe o que é isso? - ela volta, agarrando meus cabelos que viraram nós puro
para que eu encare o objeto de perto. - Sabe?

Ajo nesse momento, me esforçando pra ser rápida e forte o suficiente pra cortar sua artéria
femoral, mas não sou. Raika antecede meu ataque e arranca o canivete da minha mão,
cortando a sua antes de jogar longe.

Raika - Sua vadia desgraçada! - recebo um tapa encima do outro, fraca demais pra me
defender mas forte o suficiente para não chorar. - Vai morrer lentamente sua filha da puta! -
ela me imobiliza apoiando o antebraço no meu pescoço e alcança meu braço, puxando a
manga do moletom até acima do cotovelo. - Mas pensa pelo lado positivo... - ela arranca a
tampa que protegia a agulha - Vai ser chapada.

Sinto a picada brusca e me desespero, só então começando a chorar por entender que
agora não tem mais o que fazer.

Eu vou morrer e não vou ver Ben e GH chegando pra me salvar de todo esse inferno que
vai acabar com uma overdose fatal.

- Sai de cima da minha prima, sua FILHA DA PUTA DESGRAÇADA DO CARALHO! - levo
dois segundos pra entender que Raika foi arrancada de cima de mim e que agora se
embola no chão com a Jade.

Com a Jade?

Limpo meus olhos pra ter certeza do que vejo e quando consigo enxergar nitidamente
presencio o exato momento em que Raika enfia a seringa no pescoço da Jade e aperta,
despejando todo conteúdo dentro do corpo da minha prima.

Meu mundo para por alguns segundos e eu olho pro meu braço vendo algumas gotas do
líquido amarronzado na curva perto da mancha de sangue deixada pela mão da Raika.

Que tanto eu recebi?


Volto a olhar pra minha prima que aperta o pescoço como se a área doesse, Raika acaba
de levantar de cima dela e joga a seringa longe com um sorriso no rosto.

Raika - Não era esse o nosso plano mas se as duas viveram juntas é justo que morram
também! - ela me olha e manda beijo. - Se topar com minha mãe no inferno fala pra ela que
eu a amo. Tchauzinho. - diz e sai batendo a porta.

Jade - Helena... - chama num sussurro, fazendo cada partícula do meu ser tremer quando
meus olhos batem no sangue que começa a manchar sua calça jeans. - Eu tô perdendo
meu bebê, não tô?

-- Calma... - meu lábio treme quando seu choro baixinho alcança minha audição. - Eu vou
aí. - engatinho até ela arrastando a bola de ferro, sentindo meu tornozelo querer quebrar a
cada puxada. - Calma... - paro do seu lado e a puxo pro meu colo, sendo atingida por uma
espécie de deja vù.

Não é mais a Jade no meio das minhas pernas e sim meu avô, nos seus últimos minutos de
vida. Pisco com força voltando a enxergar ela e choro sem acreditar que isso está
acontecendo denovo, comigo, com ela, com a gente.

Não posso perder a Jade, não posso perder mais ninguém.

Não suportaria.

Jade - Me perdoa... - ela chora comigo, hiperventilando. - Nunca quis que nada de ruim
acontecesse com você, Lena. - entrelaço nossas mãos encima da sua barriga, mesmo
sabendo que o bebê ali talvez nem esteja mais vivo. - Eu acreditei no Jean porque queria
que vocês se dessem bem. Queria meus dois irmãos, as pessoas que eu mais amo juntos,
entende?

Ela ergue seu olhos pros meus, partindo meu coração quando me olha com as pupilas
extremamente dilatadas banhadas em lágrimas.

-- Entendo. - beijo sua testa, molhando sua pele com minhas lágrimas. - Não vamos mais
falar disso. Tudo bem? - puxo ela mais pra cima ignorando minhas dores quando a abraço
com força.

Jade - Você ouviu a quantidade de xingamentos que eu falei?- aceno rapidamente, sorrindo
ao ver um surgir entre seus lábios pálidos. - Dante ficaria orgulhoso.

-- Muito. - apoio meu rosto ao lado do seu, sentindo minha pele quente entrar em contraste
com a sua que está fria mas molhada de suor. - Eu fiquei.

Jade - Queria ter dado aquele filho pra ele, sabe? Nosso Apolo ou Atena.

-- Atena é um nome lindo. - ela faz que sim, derramando lágrimas silenciosas.

Jade - Promete que quando tiver uma filha, vai colocar esse nome nela.
-- Não. Esse vai ser o nome da minha sobrinha, a que você vai ter com o Dante.

Jade se vira violentamente entre meus braços e vomita o chão ao meu lado, seguro seus
cachos até que ela termine e volte a posição de antes, apertando meu braço como se
buscasse mais contato comigo.

-- Você não pode me deixar. Ok? - choro apoiando minha testa em seu ombro. - Vamos sair
juntas daqui e quando tivermos nossas filhas vamos ensinar elas a serem cúmplices assim
como nós éramos. A deixar nossos maridos de cabelos em pé assim como nós fazíamos
com o papai e com o tio Gam.

Jade - Promete, Lena. - faço que não, como se dessa forma fosse impedir o que viria a
seguir. - Promete, por...

Seu corpo convulssiona encima do meu, suas pernas esticam sobre o chão e sua cabeça
pende pra trás o suficiente para que os olhos azuis encontrem os meus, se despedindo.

-- Não faz isso comigo. - abraço seu corpo usando toda minha força e a viro de lado para
impedir que se sufoque quando começa a expelir uma espuma branca pela boca. - Eu
prometo mas por favor, não faz isso comigo. Não me deixa, Jade. - uma lágrima grossa
escorre dos olhos azuis e então, seus tremores cessam. - Jade? - limpo sua boca com a
manga do meu moletom. - Por favor... Fala comigo. - tento controlar minhas lágrimas e os
tremores do meu corpo para olhar pro seu mas não consigo.

A simples idéia de ter a certeza do que aconteceu me apavora porque Jade é minha irmã e
independente do que fez, sempre seria a pretinha de olhos azuis com quem dividi minhas
maiores loucuras, a que não gostava de xingar e batia na minha boca porque eu xingava
por nós duas, a que nunca soube brigar mas caçava porque sabia que eu sempre a
protegeria... A minha melhor amiga.

Solto um grito usando toda a minha dor como força e a aperto, beijando o topo da sua
cabeça e fechando meus olhos, dando ao meu corpo o que ele tanto quer.

Descanso.

CAPÍTULO 92
GH

Demoramos mais do que queríamos pra chegar na porra do endereço que o Gege passou,
tudo por causa do trânsito que estava um caos, mas chegamos.
Nos organizamos rapidamente deixando as duas contenções cuidando das esquinas e vinte
homens dos arredores da casa pra não deixar ninguém fugir. Os dez mais experientes
entraram na frente fuzilando quem quer que entrasse no caminho, sendo seguidos por mim
e Ben enquanto os outros cinco ficaram na porta por ordem minha impedindo que os
Mikhailov entrassem também.

Eu sabia que eles só iam atrapalhar.

Ben - Tá porra... - me aproximo dele que empurra com o pé o cara morto com uma espécie
de ferro atravessado no pescoço no pé da escada que dá pro andar de cima. - Gege se
superou dessa vez.

Deline - Aí chefe, olha quem eu achei tentando fugir pela janela de um dos quartos. - subo
meu olhar pro topo da escada vendo ele descer arrastando a Raika pelos cabelos, pique
homem das cavernas.

Raika - Me solta seu filho da puta. Ai. Tá me machucando. - ela vem gritando.

Sorrio, sentindo meu ódio por ela fazer meu sangue esquentar nas veias e minha mente
cogitar a idéia de descarregar o pente do meu fuzil agora mesmo nela, contudo, eu respiro
fundo para me controlar porque quero dar a ela uma morte lenta e dolorosa e só então
ordeno:

-- Amarra a boca, os braços e as pernas dela e leva lá pra fora pra Tainá e a Afrodite se
divertirem um pouco. Fala pra descer a porrada sem dó até ela desmaiar.

Raika - Seu desgraçado! - ela cospe tentando me atingir. - Isso tudo é porque eu ma...

Do meu lado, Ben reage dando uma coronhada de fuzil na lateral da cabeça dela, tão forte
que a filha da puta desmaia.

Ben - Pronto, desmaiou. - eu olho pra ele sem acreditar que essa porra fez isso. Ele tem o
que, dez anos? - Pode levar, Tainá vai gostar de fazer ela acordar na base da porrada.

Deline solta o riso que eu provavelmente daria se a situação fosse outra e sai arrastando
ela do mesmo jeito que trouxe.

- Nunca gostei de bater em mulher mas nessa eu vou fazer questão. - olho por cima do
ombro vendo o Russo agarrar os cabelos da Raika e tomar das mãos do Deline.

Vejo só o primeiro socão que ele dá nas costelas dela pois minha atenção vai novamente
pro andar de cima quando eu ouço:

- A patroa tá aqui! - o grito vem de longe e sem pensar muito eu pulo por cima do corpo e
corro ao seu encontro, sentindo meu coração bater forte em cada fodido centímetro do meu
corpo me dando a impressão de que o chão está se erguindo pra me dar mais impulso a
cada passo meu.
Tudo em mim virando uma bagunça, tantos sentimentos, pensamentos e reações juntos que
acho que estou enlouquecendo e a única que pode impedir que isso aconteça é a minha
mulher, aquela que eu preciso mais do que tudo ter certeza que está bem .

Sou acompanhado de perto pelo Ben que, assim como eu, trava ao chegar na porta e bater
os olhos em Helena que está com Jade entre suas pernas, ambas desarcordadas com o
corpo caído pro lado.

Eu cheguei tarde.

Aperto meu fuzil entre os dedos afastando esse pensamento e entro fixando meus olhos no
corpo dragado por uma overdose. Eu reconheço porque já vi muitos nesaa situação, pele
pálida, pupilas dilatadas e boca espumando.

Jade está morta mas isso não me abala porque se ela não estivesse quem a mataria seria
eu, mesmo tendo a ciencia que Helena nunca mais olharia na minha cara.

Com isso eu lidaria depois.

Me aproximo tentando não me desesperar ao ver Helena de perto. Muito sangue, vômito e
machucados marcando sua pele que agora está tão pálida quanto a da Jade.

Ben - O desgraça, presta atenção! - me viro encarando ele que acaba de ser empurrado
pelo White e Gabriel, que entram como furacões no cômodo e pisco forte voltando meu
olhar pra minha moreninha.

White - Jade! Não, não, não... - ele se abaixa puxando ela sem cuidado nenhum e a abraça
limpando e beijando seu rosto - Vai ficar tudo bem meu amor, vou te levar pro hospital e vai
ficar tudo bem. - ele olha chorando pra irmã, volta a olhar pra mulher nos seus braços e sai
carregando ela.

-- Me ajuda aqui Ben. - passo meu fuzil pras costas e me abaixo rente a minha menina,
ficando extremamente aliviado ao ver seu peito subindo e descendo lentamente. - Graças a
Deus. - pego ela com todo cuidado do mundo e a abraço, meus olhos ardem mas eu
mantenho o choro preso, ninguem além dela precisa saber que me deixa vulnerável a esse
ponto.

Ben - Não ergue ela! - ele grita da porta, e acompanhando seu olhar, sinto meu coração
doer ao ver a bola de ferro presa ao calcanhar dela.

Porra, o que fizeram com ela?

Russo - Gabriel, vai com White. - ele entra falando com seu filho que parece estar em
choque. - Gabriel! - se aproxima pegando o rosto do garoto entre as mãos. - Reage meu
filho. Teus irmãos precisam de você agora.

Rapp - Tô indo, pai. - Russo beija a testa dele e se vira pra mim.
Russo - Segura a perna dela. - ele desfaz a trava do maldito fuzil rosa e eu arregalo os
meus olhos ao entender sua intenção mas como não tenho uma ideia melhor faço sua
vontade, deixando que ele descarregue o pente na corrente que se parte assim como o
chão embaixo dela. - Me dá minha filha aqui.

Engulo a saliva levantando com ela em meus braços e olho pra porta, Benício parece ter
entrado em estado de torpor porque não fala e nem faz nada, só olha pra Helena com o
maxilar travado e os olhos brilhando com lágrimas acumuladas.

-- Não. - caminho até ele entendendo que precisa dela tanto quanto eu e que até o mínimo
toque já é o suficiente pra quem ficou dias sem. - Com cuidado. - ele continua calado mas
gira o fuzil pras costas e estende os braços pegando ela. - Agilidade que a gente vai descer.
- falo com os meus puxando o rádio do colete depois que ele chia.

Ben - Oi meu amor... - sua voz soa num sussurro embargado quando ele se inclina beijando
sua testa.

-- Dá o papo.

- Aquele mano, Gege se não me engano, acabou de chegar com uma encomenda aqui.

-- Que encomenda?

Toco as costas do Ben incentivando ele andar porque precisamos sair daqui o quanto antes,
já entendi que os outros fugiram e com isso eu lido depois.

Agora minha prioridade é tirar Helena desse inferno.

- Jean.

A simples menção do nome faz uma descarga de adrenalina e ódio ser dispensada no meu
corpo, me fazendo arrepiar enquanto me leva no automático pro lado de fora.

-- Seu filho da puta! - passo por Raika levando um pau da Tainá e me aproximo dele jogado
de cara no chão com as mãos amarradas nas costas, girando seu corpo só pra ter o prazer
de dar um soco encima do outro na cara de puta que ele tem. - Vai se arrepender por ter
tocado na minha mulher.

Ben - Irmão! - grita me puxando de cima do arrombado. - A gente tem que ir. A essa altura
os vermes já devem estar vindo.

-- Cadê Helena? - passo a mão na boca, tô com tanta raiva que estou salivando em
excesso.

Ben - Russo vai levar ela pro Vidigal, o hospital de lá é melhor. - olho na direção do dito que
acaba de colocar minha mulher no banco de trás do seu carro, no colo da Afrodite que
chora abraçando com cuidado o corpo frágil da própria filha. - Ele prometeu que não ia sair
do lado delas.
-- Delas quem? Jade tá morta, pô. - ele engole a saliva e me ignora indo até o Jean, dando
vários chutes na barriga do fodido que se encolhe tentando se proteger.

Ben - Juro pra tú seu desgraçado, se minha mulher tiver grávida e perder nosso filho, eu
vou fazer questão de socar um cabo de vassoura no teu cú do mermo jeito que fiz com teu
pai.

Fico fora de órbita por alguns segundos.

Tiver grávida... Perder nosso filho...

Um nó se forma na minha garganta, pior do que todos os outros que já tenham se formado
porque com ele vem a lembrança de como Helena está nesse momento. É impossível que
um bebê resista àquilo. E só de pensar nisso eu me sinto um incompetente por não ter
cuidado e protegido ela para que nada disso tivesse acontecido.

-- Pode preparar o cabo de vassoura. - digo friamente vendo o carro do meu sogro sair as
pressas pela rua. - Ele vai receber de qualquer jeito. Deline!

Deline - A gasolina tá aqui, já estamos indo. - sorrio vendo ele distribuir os galões de
gasolina. - Vou mudar meu vulgo pra Botafogo.

-- Agiliza, Botafogo e mete o pé. - observo ele e os outros voltarem pra casa com os galões
e desvio pro Gege que acaba de puxar a Tainá de cima da Raika. A preta tá tão revoltada
que acaba dando um soco nele e se vira pedindo desculpas enquanto o abraça. - Gege! -
chamo fazendo ele me olhar. - Brota lá na Rocinha mais tarde que eu quero trocar uma
ideia contigo. Saber o fim do outro fodido.

Ele faz um joinha e junta as sobrancelhas quando Ben passa por mim assobiando e vai até
ele arrastando o Jean com uma corda passada no pescoço dele.

Deixo de prestar atenção assim que ele para perto da Raika amarrando a outra ponta da
corda no pescoço dela e sigo pro meu carro indo esperar ele colocar os dois fodidos no
porta malas pra gente ir embora.

Cruzo meus braços sobre o volante e apoio minha testa respirando fundo. Nada saiu do
jeito que eu queria, NADA, mas o que me conforta é saber que agora Helena está em
segurança e que dois dos responsáveis por tudo que ela passou vão pagar da pior forma
possível.

CAPÍTULO 93
- GEGE -

Estava dormente de tanta porrada que tinha levado, fazia meu cérebro acreditar nisso pra
não sucumbir com a dor. Eu não podia sucumbir, não depois de ver os olhos que antes
eram cheios de vida e alegria, vazios, sem esperança alguma.

Pô, aquilo foi um baque pra mim porque dos trigêmeos Helena sempre foi a mais cheia de
vida. Eu não estava preparado pra ver ela daquela forma e talvez tenha sido a imagem dela
tão maltratada que me deu mais forças pra ir até onde meu corpo aguentasse na tentativa
de tirar ela o quanto antes dali, porém, as coisas sairam do meu controle assim que eu
consegui escapar pelo teto do banheiro.

Tive que escolher entre confiar na Jade e ir atrás do fodido do Japão que ia me levar até o
outro desgraçado ou tirar Helena dali e deixar os outros fugirem.

Decidi confiar na minha intuição quando cravei a perna da cadeira que eu consegui quebrar
no pescoço do fodido que arrastava a preta de olhos azuis rumo a porta da casa.

-- Não faz eu me aprepender por isso.- agarrei seus cabelos e apontei o dedo na sua cara
enquanto falava. - Helena te protegeu a vida toda. Tá na hora de você fazer o mesmo por
ela.

Jade - Eu não sei se consigo, Gege. - ela tremia e chorava na mesma proporção.

-- Consegue sim. Não conseguiu ajudar teu irmão? - ficou calada quando eu joguei na cara
dela. - Pois agora ajude a pessoa que por sua causa está nesse inferno.

Soltei ela ao ouvir o carro do lado de fora ligando e me abaixei tirando o fuzil do defunto,
rezando pra ela fazer a coisa certa pelo menos uma vez na vida dela enquanto corria pra
fora da casa.

Tava pouco me fudendo que na rua tinha algumas pessoas quando sai atirando no carro
que lá na frente parou, sabia quem estava no volante e também quem estava no banco ao
lado.

-- Bora desgraça, desce do carro! - dei uma rápida olhada pro motorista.

Morto. Eu tinha conseguido matar ele quando atirei com essa intenção.

Japão - Eu sei onde o Jean está, vamo negociar. Minha vida pela dele. - dei a volta no carro
apontando o fuzil pra ele. - O que tú acha?

-- Uma péssima idéia. Desce! - ele obedeceu, e segurando firme a AK eu deslizei a ponta
pelo corpo dele atrás de alguma arma, o burro do caralho estava sem. - Entra e senta no
colo do motorista. - atirei perto do seu pé só pra ele ver que eu não estava brincando. - Se
tentar fugir vai levar pelas costas.

Japão - Eu não vou. - obedeceu mais uma vez e eu entrei no carona sem tirar ele da mira.
-- Se vacilar eu estouro teus miolos... Agora, me leva até o outro fodido. - deixei que ele
dirigisse pelo condomínio até parar numa outra mansão, por assim dizer, duas quadras a
frente daqui estávamos. - Cê tá brincando com a porra da minha cara?

Japão - Ele tá aí, pô. Juro pra tú. - usei dois segundos pra olhar pra casa e ver o fodido
parado na sacada olhando pro carro como se esperasse ansioso por quem estava dentro.

-- Desgraçado. Fica aqui. - movi a ponta do fuzil até o meio das suas pernas e olhei nos
seus olhos que se arregalaram em susto. - Separa as pernas que eu só quero acertar teu
pau.

Japão - Filho da puta! - ele tentou vim pra cima mas eu fui mais rápido e atirei, sorrindo
quando o som dos gritos desesperados tomaram minha audição. - Desgraçado! - se jogou
no banco, se contorcendo e gritando com as mãos sujas de sangue no meio das pernas.

-- Nós somos. - sai do carro sentindo meu corpo tremendo, a adrenalina estava anulando
minha dor mas ela ainda estava ali quando meti o pé na porta e entrei na casa. - Cadê tú
seu fodido? - gritei subindo as escadas. - Covarde! Fugiu na hora que a parada ia ficar boa.

Jean - Cadê minha irmã e a minha mulher? - quase gargalhei quando ele saiu de um
cômodo apontando um oitão cromado pra mim. - Fala porra! Cadê elas?

-- Acha mermo que tem moral pra tá gritando comigo? - segurei mais firme no fuzil e dei um
tiro entre as pernas dele - Seu fodido desgraçado. Coloca a arma no chão e joga pra mim. -
mirei na lateral da perna dele e atirei, fazendo o tiro pegar de raspão e ele gritar deixando a
arma cair. - Seu merda. - corri até ele e pisei no oitão pressionando o fuzil no seu pescoço. -
Levanta e vem comigo. A tropa já deve ter chegado e a essa hora Helena já está com os
maridos dela.

Ele me olhou cheio de ódio e levantou sob a mira e pressão dada por mim, quando passou
eu me abaixei rápido e peguei a arma no chão.

Tinha gostado dela.

Depois de guardar no cós, eu acompanhei ele até lá fora e xinguei até o vento quando não
vi o outro fodido onde tinha deixado. Mas o pau dele estava destroçado.

Quais são as chances de um homem sobreviver sem pau? Mínimas, né não?

-- Vamo no teu carro que esse aí tá todo fodido. - deixei ele seguir na frente até o outro
automóvel.

Achei melhor fazer a troca de armas e depois de tirar o pente do fuzil eu joguei no banco de
trás, segurando o oitão contra sua têmpora quando entrei no carona e mandei ele guiar de
volta pra outra casa, passando de vidro abaixado na esquina fechada pela contenção do
Ben.
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-- O resto da história vocês já sabem... Os manos tiraram ele do carro, deram uns
soquinhos de leve e amarraram pra esperar vocês.

Relaxo na cadeira depois de contar toda a história de duas noites atrás sentindo meus
músculos tensos, os banhos quentes com minha mulher e os remédios tomados aliviaram
minhas dores mas a tensão continua e acho que não vai passar tão cedo.

Pô, tudo está um caos com a morte da Jade e a Helena no hospital. Sinto um pouco de
culpa porque sei que se eu não tivesse ido atrás do Jean ela poderia estar viva agora e
Helena não teria que lidar com mais essa perda.

Porra! Eu só consigo pensar nela, no quanto aquela garota sofreu esses últimos dias e no
quanto ela é guerreira porque continua lutando. Lutou pra continuar viva e agora luta pra
segurar o filho, que descobrimos a pouco ela está esperando, dentro dela.

Como eu pensei, guerreira!

Ben - Então o outro desgraçado fugiu? - umedeço meus lábios fazendo que sim quando ele
me olha do sofá onde ele e o GH estão sentados, quase um no colo do outro de tão
grudados que estão. - E sem piroca?

-- Ah, isso com certeza. - ele sorrir levantando e mete as mão no bolso tirando um bolado e
o isqueiro.

Ben - Vou comprar dois cabos pros nossos convidados. - se vira pro GH acendendo o
balão. - Descontar neles o que não podemos fazer com o outro.

GH - Mas vamos. Demore o tempo que for, Japão vai ter o dele também. - ele levanta e,
apoiando minhas mãos nos joelhos eu faço o mesmo, ouvindo meus ossos estralando,
chamando atenção dos dois que me olham dando risada.

-- Ri não pô. Isso só mostra que além de gostoso eu ainda sou crocante. Tem como ser
melhor?

CAPÍTULO 94
BEN

Entro na salinha soltando a fumaça do meu baseado com os dois tacos de baseball
embaixo do braço, meus olhos fixos nos dois fodidos amarrados às cadeiras ganhando um
banho de água gelada pra acordarem.
Tão achando que estão na Disney e que são a Bela pra viverem dormindo. Só pode.

GH - Isso é pra bater ou enfiar no rabo deles? - me viro pra ele encostado na parede com
duas facas raspando uma na outra, os olhos vermelhos denunciando o cansaço de quem
não dorme direito a mais de quarenta e oito horas.

-- Enfiar no rabo, gostou? - sorrio jogando os tacos na mesa que tem os bagulho de tortura.
- Foram os mais grossos que eu achei.

Raika - Ben... - o sussurro me chama atenção e devagar eu me aproximo dela, voltando


com o baseado pra minha boca. - Me mata logo, por favor... Eu te imploro.

Sorrio como um psicopata e me inclino soprando a fumaça no seu rosto, apagando meu
baseado na abertura que o Gustavo fez na sua testa. Raika grita, se debatendo enquanto
eu fecho meus olhos e degusto do momento de dor alheia.

-- Que bom que acordou. - pressiono ainda mais o baseado na abertura e o jogo no chão
ouvindo seu choro. - Podemos continuar. - me afasto pegando o bisturi na mesa antes de
seguir pro Jean que me encara com o rosto banhado em sangue e o olhar em ódio. - O que
foi? Também vai implorar pra morrer logo?

Jean - Não. - ele fala pela primeira vez desde que começamos com as torturas. - Sei que
mereço por tudo que deixei minha mulher passar.

-- Sua mulher o caralho... - fecho minha mão no cabo do bisturi e desço o primeiro soco no
rosto dele, agarrando seus cabelos para impedir que sua cabeça se mova ao continuar
socando até sentir minha mão doer. - Seu doente mental!

Solto ele e me afasto vendo sua cabeça pender pra frente, o sangue escorrendo da sua
boca e nariz quando ele gargalha grotescamente.

Jean - Minha sim... - troco o bisturi de mão e alongo meus dedos doloridos olhando pro GH
que se aproxima lentamente como um animal prestes a atacar sua presa. - Pergunta pra ela
quem a fodia todas as noites, a fazia chorar de prazer enquanto tocava cada parte daquele
corpo gostoso e enchia a bucetinha apertada com esperma, pergunta!

Engulo a saliva, visivelmente abalado com a informação. Sei que pode ser mentira, uma
tentativa que teve êxito em me desestabilizar mas não consigo reagir diante dela.

E se for verdade? E se Helena foi mesmo estuprada por esse desgraçado? E se...

Silencio minha mente quanto o grito gutural invade minha audição. Gustavo acaba de cravar
as duas facas nas coxas do Jean.

GH - Nunca mais vai tocar na minha mulher. - vejo seu bíceps contrair quando ele faz força
pra enfiar mais fundo as facas. - Falar o nome dela e nem pensar nela. Tá ouvindo?
Só o que se escuta são gritos de dor e movido por eles eu me posiciono atrás do fodido
segurando firme o bisturi.

-- Está ouvindo, Jean? - seguro sua orelha direita e a arranco fora, jogando o pedaço de
carne no seu colo enquanto ele grita e se debate sem parar - Eu não ouvi, repete. - me
divirto ao ir pra esquerda, forçando a lâmina na pele escura ao decepar por inteira. - Essa
você vai comer. - balanço o pedaço de carne com minha mão banhada em sangue e jogo
na sua boca, enfiando com a lâmina amolada enquanto seguro sua cabeça. - Come tudo! -
grito porque não sei se a essa altura ele ainda ouve. - Ele ainda escuta? - pergunto pro GH
que rir girando as adagas na carne dele.

GH - Acho que nem escuta e nem fala. Tú detonou a língua dele meu mano. - solto o fodido
deixando que sua cabeça penda pra frente e o filho da puta abre a boca deixando que a
orelha e alguns pedaços da língua caiam. - Aí, falei. - ele deixa as facas enfiadas nas coxas
do outro e se afasta. - Me corrija se eu estiver errado. Ele falou que tocava nela, não foi?

Entendo sua intenção, guardo o bisturi no bolso e puxo uma das facas da sua coxa sem me
importar com o sangue que jorra em seguida me molhando. Corto a corda que prendia o
braço do fodido à cadeira e espalmo sua mão encima da mesa que separa ele da Raika que
olha tudo com os olhos arregalados, ciente que logo sera ela a ser mutilada.

-- Os dedos ou a mão de uma vez?

GH - Os dedos. Gosto da idéia de arrancar um por um. - com a porra de um facão na mão
ele se aproxima e eu me afasto um pouco segurando firme no antebraço do fodido que se
debate e chora como um covarde. - Achei que tú era o fodão, Jean. - ele posiciona a lâmina
na base do polegar. - Não é, não ?

E então força pra baixo com a ajuda da outra mão, girando a lâmina no ângulo de 90°,
decepando um a um, repetindo o processo com os dedos da outra mão, rindo a cada vez
que o fodido desmaiava por segundos e logo despertava gritando de dor.

-- Pelo jeito ele não é. - libero seu braço e ele desfalece sobre a cadeira, mais pra lá do que
pra cá em vida. - Minha vez de brincar. - pego o facão da mão do Gustavo e caminho até a
porta chamando por Dino e Leno que logo vem - Tirem as roupas dele e segurem em pé
com o pau encima da mesa.

Acumulo a saliva na boca e cuspo quando eles fazem minha vontade, segurando o quase
defunto em pé.

GH - Deixa que eu seguro aqui e pega aquele taco e arromba o cú desse fodido antes que
ele morra. - ele fala com o Leno que me olha como quem pede socorro.

-- Faz o que ele mandou.

Dino - Vai foder um cú, Leno. Cadê tua alegria? - ele rir quando o irmão se afasta com cara
de bolado.
Leno - Vai se foder, Hércules. Quem gosta de cú é tú.

Reprimo os lábios pra não rir da cara de surpresa que o Gustavo faz e me aproximo, num
golpe rápido e forte arrancando fora a geba grande e preta.

Jean se debate emitindo sons que eu não entendo e acaba derrubando a mesa encima da
Raika que grita quando a piroca cai em seu colo.

-- Achei que tu gostava, pô. - ajeito a mesa pro GH e Dino deitarem o Jean e caminho até a
vagabunda, sem nojinho pegando a piroca e batendo na cara dela - Abre a boca! - ela
reprime os lábios com força e eu sorrio, arrastando sem dó a lamina do facão entre seus
lábios, rasgando até o meio da bochecha sua pele. - Assim é melhor. - ela abre a boca pra
chorar e eu aproveito pra jogar o piroca ali. - Engole essa porra! - puxo seus cabelos
deixando sua cabeça pender pra trás e olho pra mesa quando duas risadas me chamam
atenção.

GH - Tá com dó ou com nojo, Leno?

Leno - É muito grande, não vai entrar. - Ele força o taco no cu do Jean e faz cara de nojo. -
Não vai, pô.

-- Me dá aqui.

Me afasto da vagabunda e pego o taco de baseball entregando o facão pra ele. Posiciono a
ponta arredondada no buraco enrugado do fodido e empurro sem dó até mais da metade,
arrombando o desgraçado que arqueia o corpo pra trás e cai revirando os olhos sobre a
mesa, morrendo.

-- É assim que se arromba um cu, Leno. Aprende com o pai. - ajeito minha postura tirando a
glock do coldre e descarrego na cabeça do desgraçado só pra ter certeza que esse não vai
mais pertubar ninguém. - Pronto, um já foi. Falta o outro.

Olhamos todos pra Raika que em nenhum momento parou de chorar.

Desgraçada.

CAPÍTULO 95
GH

Encaro as chamas amarelas com pontas vermelhas e respiro fundo, inalando o cheiro forte
da fumaça negra que fede a pneu e escória humana.

Chegou ao fim...
Uma parte dessa história chegou ao fim, assim como a vida de dois daqueles que tanto mal
fizeram a Helena, aqueles que sofreram por dois dias seguidos para só então serem mortos
por mim e pelo Ben.

Tô ciente que o mais esperto deles fugiu porque é um filho da puta que treinou pra ser um
dos meus melhores soldados, e foi até o poder subir pra mente e ele virar alemão, mas com
ele eu me acerto depois pois a minha prioridade agora é a Helena e nosso filho, ou filha,
que luta pra permacer vivo e mostrar que veio pra ficar e consertar todas as partes fodidas
que os pais tem.

Ben - Vamo embora? Quero tomar um banho pra ir cheirosão ver nossa rainha.

Ele chega passando o braço pelo meu ombro, tá fedendo a sangue e as roupas estão duras
com o líquido seco, tô igual mas isso não me incomoda.

-- E nosso filho, não esquece. - ele sorrir falando que sim e eu passo minha mão por suas
costas e seguro sua cintura sem tirar os olhos das chamas.

Ben - Ou filha. A gente era puto, irmão. As chances de termos uma menina é muito maior.

-- Cala a boca. É um menino. - me afasto dele, bolado com a suposição.

Uma menina? Com a genética dos pais?

Que Deus tenha misericórdia de mim.

Ben - Depois que o fogo apagar, cês se livra de tudo, fechou? - ouço ele falar com os dele
enquanto caminho pro carro. - A gente vai chegar no barraco agora. Fé pra nós, tropa!

- Fé, patrão!

Ben - Ai, cuzão! Me espera. - entro no carro batendo a porta e ligo vendo ele correr pra não
ficar pra trás - Ia mermo me deixar?

-- Tu ainda tem dúvidas? - sorrio quando ele entra fechando a porta, ofegando pesado pela
corrida que deu. - O nome disso aí é sedentarismo, sabia?

Ben - Acho que vou começar a fazer academia, papo reto. - ele se inclina pra frente e puxa
o ar com força me fazendo gargalhar. - Caralho ... Acho que o'vó morrer .

Saio com o carro pela estrada de terra e volto a mil pra casa, ouvindo ele tagarelar o
caminho todo porque aparentemente só agora a ficha dele está caindo pro fato da Helena
está gerando nosso filho.

É... Nosso filho. Idependente se o pai biológico for eu ou ele, o bebê vai ter dois pais e todo
amor e cuidado que nós não ganhamos dos nossos.
Lembrar que eu não tive um bom exemplo paterno ainda me apavora mas não tanto quanto
a idéia do meu filho não resitir e eu não ter a chance de provar a mim mesmo que posso ser
o pai que nunca tive, aquele pai fodão que sempre vai estar ali pra ele.

Pro meu não planejado mas, já amado filho.

Ben - Acho que vou mandar tirar a espuma acústica do quarto de visitas pra fazer o da
bebê, o que tú acha?

-- Que é bom esperar. Não é pessimismo, tá ligado? Mas a gente não pode criar todo um
espaço pra um bebê que pode vim a não existir. Tú mermo ouviu o áudio da Tai, Helena tá
muito machucada e corre um risco enorme de sofrer um aborto.

Entro em casa sentindo meu corpo e mente implorando por descanso ao estar num
ambiente familiar. Pô, estou a uma pá de dias sem dormir direito e dois sem pregar o olho
mas nesse momento eu só penso em ir logo ver minha menina, permanecer do lado dela
segurarando sua mãozinha e dizer que vai ficar tudo bem.

Mesmo que eu não tenha tanta certeza disso.

Ben - Você espera, eu compro as coisas pro quarto. - bufo ao subir as escadas atrás dele,
odeio essa mania do caralho que ele tem de pedir opinião e ligar o foda-se quando a gente
dá. - Tem que ter fé, irmão. Acreditar, pra Deus fazer dar certo.

-- Tá falando de Deus logo depois de torturar e matar duas pessoas.

Ultrapasso a porta do quarto vendo ele entrar no banheiro e jogo minhas parada na cama
enquando sigo pra lá ouvindo ele gritar:

Ben - Sim. Porque uma coisa não tem nada haver com a outra. O Gustavo! - tiro minhas
roupas jogando no lixo junto com as suas e entro no box. - Pelado não, porra!

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — — —

Cruzo os braços e separo minhas pernas olhando pro cadarço do meu tênis branco
enquanto ouço os avisos da Brenda que está parada na porta, impedindo a mim e ao Ben
de entrar no quarto da Helena.

Papo reto? Até a voz dela me irrita, quem dirá o rosto. Peguei o tal do ranço e foda-se quem
não gostou. Linguaruda do caralho, não fosse por ela eu não tinha perdido tempo com a
Yara e talvez tivesse conseguido pegar o Japão antes que ele conseguisse fugir.

Fico puto quando lembro disso.

-- Já terminou? - interrompo ela, erguindo meu rosto pra ver o seu torcido numa careta. - Tô
com tempo e nem paciência pra perder contigo não.
Brenda - Você ao menos ouviu o que eu estava falando?

-- Pra ir com calma e não tocar nela porque as últimas pessoas que fizeram isso foram os
pais e irmãos dela e ela não reagiu bem. É. Ouvi. - fecho minhas mãos na lateral dos seus
braços e movo ela pro lado. - Obrigado. De nada.

Abro a porta e ultrapasso com o Ben que pede desculpas pra ela, parando no mesmo
segundo em que eu ao olhar pra Helena.

Os olhos fechados, o rosto inchado e vermelhinho deixando claro que ela dormiu chorando,
o braço direito cheio de marcas estendido ao lado do corpo com a intravenosa conectada ao
dorso e o esquerdo dobrado de modo a deixar a mão encima da sua barriga.

Porra.

O nó na minha garganta é automático e toda a marra que eu mantive até agora, a que me
impedia de derramar uma lágrima se quer, vai embora quando minha moreninha abre os
olhos lentamente, piscando algumas vezes antes de oscilar os grandes olhos castanhos
claros entre mim e o Ben que reage da mesma forma que eu. Chorando.

CAPÍTULO 96
BEN

• Um mês depois...

Eu nunca vou conseguir impedir o que Helena causa em mim quando me olha nos olhos. O
turbilhão de emoções que eu sinto, o coração acelerado, o suor nervoso e o sorriso idiota
que se torna ainda mais.

E pensar que eu fugia dessa mulher igual o diabo foge da cruz.

Hoje eu não me vejo sem ela e sem nosso filho que continua firme e forte dentro dela.

Helena - Quer uma mordida, amor? - me oferece com a boca cheia da massa do dunut de
morango que eu obriguei a tia da padaria acordar as duas da matina pra fazer pra ela, tudo
pra realizar seu primeiro desejo.

-- Quero não, bonequinha. Pode comer meu amor. - observo ela devorar cheia de vontade,
os olhinhos brilhosos sem sair dos meus, e quando está quase no fim eu levanto e vou até o
banheiro pegando o baldinho, voltando bem a tempo dela começar a vomitar tudo.
Suspiro frustrado segurando o balde porque nem tocar nela pra ajudar eu posso. Minha
bonequinha desenvolveu algum tipo de pavor ao toque. A psicóloga tem trabalhado no
trauma mas pra ela ainda é difícil, então eu, o Gustavo e os outros estamos esperando que
ela dê o primeiro passo, ou melhor, o primeiro toque.

GH - Parece que eu estava adivinhando que os vômitos iam começar cedo por aqui. - ele
entra no quarto hospitalar carregando um copo descartável com água. - Bom dia.

Helena - Só se for pra você. - ela cospe, irritada. - Estava tão gostoso meu donut. - e então
começa a chorar. - Ai que ódio. Eu nem queria chorar.

Reprimo meus lábios pra não rir porque sei que isso só a deixaria mais irritada e olho pro
Gustavo, ele sofre do mesmo mal que eu.

GH - Bebe um pouco, vai te ajudar. - deixo eles no quarto e sigo pro banheiro pra me livrar
do que o donut se tornou, lavo o balde e deixo lá, voltando em seguida só pra deitar na
poltrona reclinável que eu estava dormindo antes de ser acordado pelo choro dela.

Me ajeito deixando meu braço esticado sobre a maca, minha mão aberta próximo a sua
enquanto Gustavo faz o mesmo do lado de lá.

A gente tem tentado, tá ligado?

O que é a paciência de Jó perto da que a gente tem tido com ela. Não vou mentir não,
Helena tá chatinha e bem irritada ultimamente mas eu atribuo ao fato dela quase não sair
da maca pois ela só sai pra ir ao banheiro e pronto, a gravidez de alto risco tem nos deixado
em alerta e pra ela não perder nosso pinguinho a gente obriga mermo ela a manter o
repouso absoluto, foda-se que ela xinga a gente quando isso acontece.

É melhor do que ela perder nosso pedacinho.

Helena - Por que vocês ainda insistem em mim? - a voz num sussurro embargado me faz
tirar os olhos da barriguinha sem volume e levar pro seu rosto vermelhinho. - É por causa
do bebê?

Esqueci de mencionar esse importante detalhe. Helena se tornou extremamente insegura,


com tudo, parece até outra Helena.

Malditos foram os que fizeram ela ficar assim.

GH - Lógico que não. É por causa de você toda. - ele faz gesto com a mão sobre ela. - Mas
principalmente por causa dessa parte aqui. - gira o indicadir no ar, encima da pélvis dela. -
Inclusive, saudades bucetinha gostosa.

Helena - Eu estou falando sério Gustavo.

-- E quem disse que ele não está? - chamo a atenção dela pra mim. - Somos malucos por
você, Helena. Muito antes desse bebê existir. Bota isso na tua cabecinha. Amamos cada
pedaço do teu corpo, do teu jeito apocalíptico de ser, amamos você meu amor. Você. Com
ou sem bebê. Ele é um bônus por termos transado muito e gozados como loucos dentro da
sua bucetinha gostosa.

- O enterro será amanhã ao meio dia. - meu sangue chega a gelar dentro das veias ao
reconhecer a voz feminina.

Afrodite.

Viro por cima do ombro pra ela que se aproxima com meu "querido" sogro ao seu lado, o
olhar mortal do mais velho cravado em mim.

Russo - Teu erro foi o final dessa declaração. Fica em pé. - aponta pra mim.

-- Não tenho culpa de tú ficar ouvindo conversa dos outros. - umedeço meus lábios. - Pra
que? Pra tú me dar outro soco igual ao que deu por causa do pedido de casamento? Não,
passo. - sorrio falso pra ele que está vermelho, pronto pra soltar uma piadinha quando sinto
os dedos frios e gordinhos entrelaçarem nos meus.

Sem caô, me arrepio igual uma puta e giro minha cabeça tão rápido na sua direção que
chega a estralar os ossos.

-- Ai. - ergo a outra mão e massageio meu pescoço. - Acho que tô ficando velho. - Helena
sorrir fraco apertando meus dedos com os seus mas é o suficiente pra iluminar meu dia,
aquecer meu coração e trazer a paz que só ela é capaz de me dar.

Porra! Como eu amo essa mulher.

GH - Quase quarenta né? Exame de próstata está... Puta merda! - Helena pega na mão
dele também que arregala os olhos e sorri de orelha a orelha - Quer que eu levante também
sogrão?

CAPÍTULO 97
"E a vida vai ser boa e linda, mas não sem um coração partido.
Com a morte, vem a paz.
Mas, a dor é o preço de quem vive.
Como o amor… É assim que sabemos que estamos vivos."
- TVD -

HELENA

• Sete meses depois...


Eu continuo sonhando com a Jade e meu avô quase todas as noites, acordando no meio da
madrugada chorando por saber que nunca mais vou vê-los se não em sonhos, sentindo a
dor imortal de um luto que só não dói mais graças ao meu bebê que fica muito agitado
quando isso acontece, que me distrai e me faz lembrar que ele depende de mim e que todo
meu dano psicológico, aquele que as dezenas de horas com a psicóloga tem amenizando
cada vez mais, só torna a minha gravidez ainda mais perigosa pra nós dois, ou duas.

Nós ainda não sabemos o sexo e decidimos manter assim até o parto.

Ben - Burrão pra caralho! Segura aí que eu vou enfiar com força pra vê se entra.

Franzo meu cenho ao ouvir a frase um tanto estranha pra ser dita as quatro da madrugada
e movo minha cabeça, tentando escutar melhor a conversa que vem do quarto ao lado.

GH - Fala baixo, porra! Quer acordar a Helena mermo?

Ben - Foi mal. É que tú me estressa, pô. Faz as parada tudo errado.

Limpo os vestígios de lágrimas no meu rosto e levanto da cama com cuidado, puxando o
tecido da camisola pra baixo até cobrir minha enorme barriga completamente. Calço as
pantufas e arrasto meus pés pela casa em que tenho morado desde que sai do hospital a
sete meses atrás.

Coisa que meu pai me obrigou a fazer depois de dar um soco no Gustavo e dois no Benício
por terem me engravidado antes do casamento que ainda não aconteceu.

E não vai tão cedo porque eu me recuso a casar parecendo uma bola.

Chego na porta da suíte sado do Gustavo e olho pela fresta meus dois noivos sentadinhos
no chão, discutindo sobre algo que eles acham que montaram errado. Abro devagarinho de
modo a não entregar minha presença e mordo meu lábio pra não voltar a chorar ao ver o
quarto sem as coisas do Gustavo.

Em vez dos chicotes, algemas e todas as outras coisas que eles se recusam a usar em mim
com medo de me machucar, tem guarda roupa, berço e todos os móveis necessários pra
um quarto de bebê. Tudo em cores neutras e bem organizadinho.

-- Vocês fizeram isso? - chamo a atenção dos dois que estavam encarando um móbile de
madeira cheio de planetas, estrelas e nuvens como se fosse um bicho de sete cabeças.

Os dois pares de olhos de cores diferentes se arregalam em surpresa ao me ver e rápido


eles levantam do chão e vem até mim.

Ben - A surpresa foi pra puta que pariu... Tá fazendo o que em pé? Bora, pode dar meia
volta e ir pra cama. Com cuidado. - cruzo meus braços e junto minhas sobrancelhas, irritada
porque eles me tratam como se eu fosse quebrar a qualquer momento. - Não teima,
Bonequinha.
GH - Deixa que eu te levo. - o ogro me pega no colo e como eu estou irritada e não imune a
eles eu passo meus braços pelo seu pescoço, sentindo os músculos contraírem enquanto
ele me carrega de volta pro quarto.

-- Bendito seja o peso que você levanta na academia. - cheiro sua barba que está grande e
deliciosamente perfumada. - Olha só, está todo durinho. - passo a mão pelo seu peitoral
exposto e firme e umedeço meus lábios. - Não que você não fosse antes. - dou de ombros
ouvindo sua risada nervosa - Mas está mais agora. Vocês dois.

Olho pro Benício que segue na frente, as costas largas bem definidas e as curvinhas do
quadril bem marcada sumindo dentro da cueca preta da Calvin enchendo minha boca de
água.

É sério, eu achei que eles não podiam ficar mais gostosos. Achei errado.

O cão ardiloso entrou na mente dos dois e agora ambos fazem academia todos os dias. As
vezes eu estou acordando e eles chegando com o abdômen de fora, a camisa enrolada no
pescoço e o corpo todo molhado de suor.

Céus! É a imagem do paraíso. Da vontade de lamber cada pedacinho deles.

Ui, que calor.

GH - Helena? - pisco voltando a mim e sorrio falso quando ele estreita seus olhos na minha
direção. - Tá pensando em que?

-- No Bóris... Ou Atena. - minto quando ele se aproxima da cama e com cuidado me coloca
ali.

Me arrasto pro meio e deixo o Benício puxar o cobertor até meu quadril e erguer minha
camisola deixando minha barriga redonda exposta porque, aparentemente, ele é
apaixonado por ela.

Ben - Não lembro de ter concordado com esse nome. - se inclina beijando minha pele - Né
papai? Nome feio da porra.

-- É o nome do meu pai! - finjo indignação quando na verdade estou toda derretida por ter
ele com a boca rente a minha barriga conversando com o bebê, coisa que tanto ele como o
Gustavo fazem com frequência.

Nem parecem àqueles homens neuróticos que tinham medo que eu engravidasse por medo
de serem péssimos pais, ao contrário, parece que eles nasceram pra isso.

GH - Continua sendo um nome feio. - ele deita a cabeça na minha coxa e beija o pezinho da
minha barriga. - Fala pra mamãe meu amor que seu nome vai ser Bartholomew.
-- Esse nome é horrível! - dou risada e os dois erguem o rosto pra me olhar, bolados. - É a
verdade. Eu prefiro Bóris.

Ben - Esse nome é foda. Bom que o vulgo já vem pronto. Bart.

-- O cara do cartório não vai nem saber escrever o nome na hora de registrar, quem dirá a
criança na escola.

GH - Ele errar o nome do nosso filho, vai ser só eu, o Ben e ele. - ele alisa minha barriga e
pressiona levemente o dedo em algumas partes tentando "acordar" o bebê porque não é ele
que sofre com os chutes violentos que eu recebo. - E eu papai, não esquece do Bart.

-- E quem garante que não é Atena? Castigo de homem safado é ter filha mulher. Vocês
ouviram meu pai falar.

- É Bart. - dizem juntos me fazendo bufar. Desde o terceiro mês eles vem dizendo que é
menino e ai de alguém que não seja eu discordar deles.

A bateção de boca e os xingamentos é segura.

GH - Dá um sinal filhão. - ele estreita os olhos pra minha barriga e sorrir todo lindo roçando
a barba na minha pele, me fazendo arrepiar com a sensação gostosa. - Chuta a barriga da
mamãe pra ela saber que você é o nosso Bart. - pronto, o bebê faz sua vontade, tão forte
onde ele roça a barba que eu solto um gemido de dor. - Isso aí, caralho! É o nosso
muleque, porra! - ele grita fazendo o Ben sorrir - Fala que é Atena agora. Fala!

Ben - Para de gritar, maluco.

GH - Não tô gritando! - ele se joga na minha direção e trás a boca pro meu ouvido. - Tô
gritando, demoniazinha? - recebo uma lambida no lóbulo e me encolho dando risada. -
Responde pro teu homem.

-- Você para de ficar me provocando porque eu estou grávida. Não posso passar vontade.

GH - E nem transar. Eu esqueci. - ele beija meu rosto e levanta indo apagar a lâmpada do
quarto, deixando somente a do banheiro acesa ao voltar pra cama. - Mas é por um bom
motivo. - suspira frustrado ao deitar do meu lado, Ben faz o mesmo e ambos colocam as
mãos na minha barriga quando o silêncio agradável se instala no quarto.

Eu queria dizer que estava morrendo de saudade do sexo com eles e que se fizessemos
com calma talvez não sentiria tanta dor como senti na primeira e última vez que fizemos
desde que eu engravidei mas a verdade é que eu fiquei com medo, então só me
aconcheguei nos travesseiros, trouxe a cabeça dos dois pros meus braços e tentei pegar no
sono novamente, até ouvir:

Ben - Assim... Só pra mim saber, qual é a vontade que a gente tá deixando você passar,
bonequinha? - suspiro quando ele desliza a mão pra dentro da minha calcinha, tocando
minha carne úmida. - Humm... Já sei. Mas quero te escutar falando.
-- A de pi... Ain... - serpenteio quando ele pressiona meu nervinho e olho pro Gustavo que
abaixa a alça fina da minha camisola, expondo e envolvendo meu seio inchadinho com a
boca, sugando com calma o leite que por sua causa começou a sair mais cedo.

GH - Pipoca? - ele brinca com os lábios grudados no meu mamilo, um fio do líquido branco
deslizando no cantinho da sua boca quando ele mordisca meu biquinho.

Gemo baixinho sentindo Ben deslizar o dedo até minha entrada, iniciando o vaivém lento
enquanto trás sua boca pro meu outro seio.

Seguro firme o cabelo dos dois e mordo meu lábio, cheia de tesão ao ver a maneira que
eles se olham enquanto me chupam. Uma mistura perigosa de desejo e paixão.

-- Se beijem, por favor. - eles agem como se só estivessem esperando meu pedido e se
inclinam sobre mim, tomando a boca um do outro num beijo cheio de língua e chupões que
me faz vibrar te tamanho desejo.

Ben intensifica o vaivém em mim enquanto eu mantenho minhas mãos fechadas nos
cabelos curtinhos de ambos, forçando eles a continuarem no beijo gostoso.

-- Mais fundo, Nick! - me impulsiono pra baixo, rebolando nos seus dedos ao sentir o
orgasmo avassalador vim queimando tudo por dentro. - Vai... Ain... Está vindo....

Ele geme na boca do Gustavo se inclinando pro lado e empurrando ainda mais os dedos
compridos em mim, me fazendo sentir as dobras na minha entrada enquanto seu polegar
esfrega meu clitóris com intensidade.

É o bastante pro meu mundo explodir em prazer, me fazendo gritar porque logo depois do
orgasmo vem as contrações que me fazem despertar na cama enorme e...

Vazia.

-- De novo, não! - choro num misto de dor e raiva ao ver que tudo não passou de um sonho,
apertando o lençol com força quando a impressão de ter alguém torcendo meu útero me
invade. - AMOR! - grito desesperada, sentindo o líquido quente sair de mim e molhar a
cama.

- Helena? - os dois ultrapassam a porta às pressas, a imagem que antes eu considerava a


do paraíso se tornando a do inferno porque mais uma vez eles estavam malhando e não me
fazendo gozar como no meu sonho.

GH - Fica calma... - ele se aproxima tirando o cobertor de cima de mim.

Ben - Caralho! Espera. - grita, olhando assustado pro meio das minhas pernas - Não
levanta, bonequinha. - pede quando eu forço meu corpo pra frente.

Deito no mesmo segundo, inspirando e expirando pra tentar diminuir a dor.


-- Tá doendo muito. - choro sem controle, fechando meus olhos quando o Gustavo sobe na
cama e se inclina beijando minha testa.

GH - Preciso que abra e dobre as pernas, pode fazer isso?

-- Ai meu Deus! - grito quando outra contração vem, mais forte que a anterior. - Pega a
bolsa, Nick. Gustavo, me ajuda aqui. Eu preciso... - torço meu corpo pra trás em mais outra
contração. - PORRA!

Sinto as mãos de um deles puxarem minha calcinha pra baixo, me livrando dela e dobrando
minhas pernas de uma forma que eu fico toda aberta.

-- O quê?

Ben - Chama uma ambulância e manda a Tai vim correndo. A gente vai ter que fazer o parto
aqui porque o bebê já está coroando. Agiliza porra que meu filho vai nascer!

Abro meus olhos de uma vez, fixando nele que está com o rádio na mão e os olhos
brilhando com lágrimas.

-- Eu não quero ter meu filho aqui. - um nó de angústia se forma na minha garganta, o medo
do parto dar errado e meu bebê acabar morrendo fazendo meu coração afundar dentro do
peito. - Eu não quero...

GH - Ele vai nascer aqui amor. Não vai dar tempo de te levar pro hospital. - ele segura
minha mão e se inclina beijando meu rosto, Ben sai do quarto por alguns segundos e
quando volta outra contração me faz gritar.

-- TÁ DOENDOOOO... - aperto a mão do Gustavo que esbugalha os olhos e solta um


gemido de dor. - TIRA, POR FAVOR, TIRAA!

Ben - Meu Deus, me ajuda. - olho pra ele que passa o dorso da mão nos olhos cheios de
lágrimas e ele se aproxima colando sua testa na minha, soltando a respiração pesada no
meu rosto. - Eu vou precisar da sua ajuda, amor. - inspiro com força, cheia de dor, sentindo
minha buceta rasgar de dentro pra fora. - Nosso filho vai nascer e quem vai ter que ajudar
ele a vim pro mundo vai ser a gente.

-- Não... - ele olha no fundo dos meus olhos me fazendo chorar mais ainda. - Eu não
consigo.

Ben - Consegue sim, amor. Você consegue tudo. - movo minha cabeça em negação, cheia
de dor sentindo outra contração que me faz soluçar e oscilar meu olhar desesperado entre
eles, encontrando os azuis do Gustavo cheios de lágrimas.

GH - Nós estamos aqui com você. - os dois se juntam me dando um selinho triplo.

- Sempre vamos estar.


CAPÍTULO 98
GH

Nada do que eu já tenha vivido antes me preparou pra esse momento.

Pra está segurando a mão da minha mulher e empurrando sua barriga pra baixo como o
Ben pediu enquanto ela grita e chora de dor tentando dar a luz ao nosso primeiro filho, ou
filha, pra ver o Ben entre suas pernas controlando o choro enquanto pede pra ela fazer mais
força porque nosso bebê está preso pelo pescoço e principalmente, pra sentir que cada
parte do meu corpo está prestes a sofrer a maior explosão de sentimentos que um homem
pode sentir.

Afinal, eu vou ser pai, definitivamente pai. Um dos poucos que sentem o desespero de
ajudar a trazer uma parte dele pro mundo.

Helena - Eu não aguento mais... - ela chora, cansada apertando fraco a minha mão. - Tá
doendo muito, amor.

Ben - Só mais uma vez, Helena. Pelo amor de Deus! Nosso filho tá preso pelo pescoço,
amor.

Ele me olha desesperado, o medo de acontecer o pior fazendo as lágrimas escorrerem pelo
seu rosto sem controle.

-- Faz força! - volto a olhar pra ela que está mais pálida do que deveria. - Faz agora ou
nosso filho vai morrer, Helena.

Ela arregala os olhos inclinando seu corpo pra frente, ficando extremamente vermelha ao
apertar minha mão mais forte do que todas as vezes anteriores. Dói pra caralho mas sentir
sua barriga ficar rígida sob minha palma quando da sua boca sai um grito alto e cheio de
dor me faz suportar calado porque a minha dor não se compara a dela e isso parte meu
coração porque se eu pudesse, tomava pra mim essa e todas as futuras dores que ela
viesse a ter.

Ben - Está quase, amor. Só mais... - e então acontece.

A tal explosão que o meu corpo se preparou pra receber acontece no segundo em que o
choro fraco e fino invade minha audição. Algo que eu não consigo explicar de tão intenso e
avassalador que é toma o meu corpo de uma vez, me fazendo arrepiar de cima abaixo. Em
ondas intensas.
Eu sorrio de orelha a orelha, tomado por uma felicidade que jamais imaginei sentir antes,
chorando , realmente chorando enquanto vejo Ben limpar e enrolar nosso bebê numa
manta.

Helena respira ofegante, cansada, suada mas linda com seu sorriso largo enfeitando seu
rosto de menina guerreira enquanto tem seus olhos fixos no Ben.

Ben - Você conseguiu... - diz com a voz embargada ao se aproximar segurando nosso
pacotinho com todo cuidado e amor do mundo. - Conseguiu meu meu amor.

Eu ajo rápido pegando uns dois travesseiros, colocando nas costas da Helena de modo a
deixar ela parcialmente sentada.

Helena - Obrigada. - sua voz é um fio - Por tudo. - limpo as lágrimas do seu rosto e me
inclino dando um beijo rápido mas cheio de amor na sua boca.

-- Eu que te agradeço, moreninha. Por todas as primeiras vezes que você me proporcionou
mas principalmente, por essa.

Ela sorrir toda linda e depois de um selinho eu me afasto pro Ben colocar nosso bebê nos
braços dela, que agradece também dando um selinho nele e logo volta sua atenção pro
bebê.

Ben - Nossa Atena é linda. - meu coração erra umas três batidas e como se soubesse o que
se passa em mim, ele diz em tom brincalhão. - Não foi dessa vez que o Bart veio, irmão.

-- Quem é Bart? - pergunto, sem tirar os olhos dela, não consigo desviar e nesse momento
gravo cada mínimo detalhe da minha Atena.

Ela está vermelhinha e no seu rosto tem algumas manchas de sangue, seu narizinho é
arrebitadinho, a boca carnuda e bem delineada é igual a da Helena. Ela é linda mesmo que
as sobrancelhas e os cabelos estejam em falta, na verdade até tem mas são quase
invisíveis de tão claros que são.

Tainá - Eu cheguei. Ai meu Deus! - me forço a tirar os olhos da minha filha e olho por cima
do ombro pra ela que chega com toda a equipe médica. - Nasceu?

Ben - Não. Saiu pra respirar mas já vai voltar. - dou risada quando ela revira os olhos
chamando ele de ignorante. - Pergunta idiota da porra.

Tainá - Saiam! - aponta pra porta. - A Helena e o bebê precisam de atendimento.

- A bebê. - eu e o Ben corrigimos com orgulho.

Engulo a saliva grossa e dou uma última olhada pra minha filha, tão pequena e frágil no colo
da Helena que ligou o foda-se pra tudo ao seu redor e só foca nela, e então saio do quarto
com meu irmão ao meu lado.
Ficando grudado na porta quando ela é fechada pela Tai.

Ben - Nós somos pais de uma menina... - nós sorrimos ao nos abraçarmos de lado,
compartilhando da mesma felicidade. - Meu Deus... Nós somos... - seu sorriso vai sumindo
aos poucos, assim como o meu. - Pais de uma menina. - e o desespero vai tomando conta.
- Uma que vai ser linda pra caralho.

-- Puta merda! - encaro ele me lembrando de algo. - Ela é a nossa primogênita.

Ele coloca as mãos na cabeça e escorrega na parede até parar sentado no chão.

Ben - A herdeira da Rocinha, Penha e da facção.

︻╦̵̵̿╤─ ҉ — — — — — —

• UM ANO E NOVE MESES DEPOIS… •

-- E eles viveram felizes para sempre... Hora de dormir. - fecho o livro entediante e coloco
na mesinha ao lado da cama, sendo meticulosamente observado pelos olhos cinzas da
minha filha. - O que foi, não gostou?

Atena - Não. - reprimo meus lábios pra não rir com a sinceridade e deito do seu lado
puxando o cobertor para cobrir nós dois. - Princesa não pode botar fogo na bruxa má,
papai?

Boa pergunta.

-- Acho que não, princesa. - afago seus cachinhos loiros, digno de um anjo.

Atena - Não sou princesa. - ela fala com sua dicção perfeita e eu erqueio minha
sobrancelha, tentando adivinhar sua proxima fala mas não consigo pois Atena é
imprevisível. - Sou deusa que bota fogo na bruxa má.

Sou obrigado a rir. Ótima fala vindo de uma criança que tem um ano e nove meses.

-- Ok, minha deusa. Hora de ir dormir pois o papai quer ir encomendar uma irmãzinha pra
você.

Atena - Não, papai. - diz manhosa e eu respiro fundo sentindo sua mãozinha deslizar pra
dentro do bolso da minha calça jeans surrada, buscando o objeto que eu prometi pra
Helena deixar longe dela. - Cadê? Neném quer ver.

-- Agora você é neném? - ela faz biquinho, os olhinhos pidões dentro dos meus na mania
que eu odeio que ela tenha herdado da mãe dela pois me desarma completamente. - Não
fala nada pra sua mãe. Okay?
Olho pra porta só por precaução mesmo sabendo que a essa hora Helena deve estar sendo
bem fodida no quarto sado pelo Ben que finalmente pegou gosto pela coisa e volto meu
olhar pra pequena que ilumina os meus dias.

Atena - Neném não fala. - mais é muito ardilosa.

-- Vai dormir? - ela faz que sim, olhando pro isqueiro que eu tiro do outro bolso e risco
deixando a chama acesa que faz seus olhos brilharem.

Atena se ajeita sobre a cama e sorrir olhando pro fogo, parecendo até angelical dessa
forma. Nem parece que vira e mexe ameaça botar fogo no primo e no tio de tão fascinada
que é pela chama ardente.

Atena - Boa noite, papai. - ela pisca lentamente, quase dormindo.

-- Boa noite meu amor. - sussurro fechando o isqueiro, beijando ternamente os cachinhos
da pessoa que eu amo tanto que chega a doer, e eu nem sabia que isso era possível antes
dela e da mãe dela entrarem na minha vida.

Porra, a mãe dela.

Levanto conferindo se Atena está mesmo dormindo e ao ter certeza ajeito a câmera da
babá eletrônica e saio do quarto com o monitor em mãos, chegando no quarto sado em
tempo recorde.

Helena - Devagar, Nick. Eu estou... Humm... - sou recebido com a frase e sorrio quando ele
faz justamente o contrário e mete sem dó fazendo o som delicioso de se ouvir ecoar por
todo o cômodo. - Ain... Acho que eu vou morrer.

Ben - Nunca vi mulher morrer de levar piroca. - fecho a porta isolando o som aqui dentro e
me aproximo da cama que Helena está de quatro na beira com os pulsos amarrados numa
corda que ele puxa pra trás enquanto fode ela sem dó. - Bem vindo a brincadeira.

Coloco o monitor na cama e umedeço meus lábios ao usar dez segundos pra observar seu
pau grosso arrombando a bucetinha gostosa que engole tudo dele. Não satisfeito eu meto
minha mão por entre as pernas dela, sentindo sua excitação escorrer entre meus dedos
quando esfrego firme seu clitóris.

Helena - Gustavo... - ela geme toda deliciosa rebolando na pica que a fode.

-- Saudades, amor? - mordo suas costelas que brilham molhadas de suor, coisa linda de se
ver, e continuo estimulando seu nervinho, olhando pro Ben que mete com seus olhos nos
meus, travando o maxilar ao descer um tapa estralado na bunda gostosa.

Ben - Filha da puta! Isso é covardia. - ele joga a cabeça pra trás e geme rouco ao parar
afundado nela que grita tremendo por inteira, gozando forte com ele.
Tiro minha mão do seu meio e chupo meus dedos vendo Ben sair lentamente dela que
desaba ofegante na cama, se virando e abrindo bem as pernas só pra nos presentear com
sua buceta vermelhinha expulsando a porra recebida.

-- Isso é homicídio, sabia? - me livro da minha roupa olhando pra cara da safada que sorrir
levando as mãos de pulsos amarrados pro seu meio e fisga uma boa quantidade com os
dedos e os leva pra boca, gemendo só pra instigar enquanto chupa os dedos - Tá gostoso?

Me abaixo entre suas pernas e deslizo minha língua sobre os lábios inchadinhos e
totalmente melados, sentindo o gosto dos dois invadir meu paladar.

Helena - Delicioso. Você não acha?

-- Com certeza. - olho pra cima vendo Ben ajoelhado na cama desamarrando ela e volto
minha atenção pra bucetinha gostosa que eu chupo com força, sem nojo e sem intenção
nenhuma de foder pois já fiz isso bastante antes de deixar os dois aqui e ir fazer nossa filha
dormir novamente.

Helena - Amor... - ela geme agarrando meus cabelos, me puxando pra cima dela. - Quero
seu leitinho denovo.

Olho pro Ben indo colocar a corda no lugar e gemo entredentes quando a demônia desce
na cama e se esfrega na cabeça do meu pau até que eu perco o controle e soco forte
fechando minhas mãos no seu pescoço.

-- Você não cansa? - aperto sua pele, estocando fundo e rápido, sentindo meu pau deslizar
gostoso pra dentro e pra fora da cavidade encharcada que pulsa forte, me deixando ainda
mais louco de tesão. - Quer leite, Helena? Eu vou te dar filha de puta.

Bato nossos corpos com violência, obrigando ela a fazer um escândalo enquanto
massageia seus seios e me olha toda tesuda, Ben volta e ocupa a boca dela com seu pau,
punhetando enquanto tem sua cabecinha chupada por ela que de uns dias pra cá está mais
insaciável que o normal.

Continuo com meu ataque nada delicado contra a buceta que não para de me esmagar e
desço com uma mão pro clitóris inchado e sensível que eu massageio enquanto aperto
ainda mais minha mão no seu pescoço, coisa que ela adora

Helena - Continua... - aumento a fricção no seu clitóris, sentindo ela tremer embaixo de
mim. - Não para, por favor, não para.

Obedeço ao seu pedido, gemendo de satisfação por ver ela ofegante, suada e gritando de
prazer ao se entregar completamente como sempre faz, até que ela explode em mais um
orgasmo delicioso que me faz ir no embalo.

Estoco mais algumas vezes, gozando bem fundo, tremendo e me arrepiando ao ter cada
gota de sêmen sugado pela bucetinha gulosa que eu tanto amo. Escorrego minhas mãos
pros seus quadris e respiro ofegante, meus olhos quase revirando de tanto prazer quando
param no pau do Ben que acaba de gozar gostoso na boca da nossa mulher que mesmo
parecendo exausta mama ele com fervor e sorrir safada depois de engolir tudo dele.

Saio lentamente de dentro dela e caio ao seu lado, sendo acompanhado pelo Ben que
desaba ao meu.

-- Quantas vezes foram?

Ben - Eu parei de contar na quarta. - diz ofegante, nós três estamos. - Acho que tô
desidratado de tanto gozar. Minha gala deve tá rala, papo reto.

-- Só fala merda. Puta que pariu. - me arrasto pro lado quando Helena se joga entre nós e
sorrir mordendo o lábio. ELA SORRIR, ah merda, ela já quer de novo. - Helena meu amor...
Meia hora de descanso é só o que a gente pede.

Helena - Eu quero lamber vocês. - ela sobe no colo do Ben que finge de morto fazendo ela
sorrir. - Para amor. É só uma lambidinha. Se vocês não gostarem, eu paro.

- Lambidinha na onde? - perguntamos juntos, totalmente em alertas.

Helena - Lá. - ela enrola o indicador com o polegar deixando três dedos erguidos, nos
fazendo entender bem o seu lá.

- Mas nem fodendo. - falamos juntos mais uma vez, indignados com essa ideia de linguar
nosso toba.

E pensar que fui eu quem inventei isso a muito tempo atrás, só pra deixar o Ben
preocupado.

Agora quem está sou eu.

Helena - Ou vocês deixam eu dar um beijo grego em vocês, ou vocês se beijam. Escolham.
Sem fazer uma das duas coisas vocês não saem daqui hoje.

Eu olho pro Ben e sorrio balançando minha cabeça, não me importo com o beijo porque
nesses quase três anos que estamos juntos já rolaram muitos triplos e um só nosso não
faria diferença para nós que chupamos a porra um do outro na buceta dela sem sentir nojo.

Ben - Por mim tudo bem. - Helena abre a boca em o e começa a se beliscar. - Qual foi, tá
ficando maluca?

Helena - É pra ter certeza que eu não estou sonhando.

-- Já sonhou com a gente se beijando? - ela sorrir falso e nos olha como se estivesse
ansiosa. - Mas que safadinha.

Como o Ben está com ela no colo, quem vai sou eu. Me inclino sobre ele e cubro sua boca
com a minha num beijo lento. Minha língua desliza entre seus lábios grossos que se abrem
dando acesso pra ela que logo é chupada por ele, que sorrir agarrando meu pescoço,
apertando quando sugo seu lábio superior e intensifico o beijo que ele finaliza puxando meu
lábio numa mordida leve quando tenho certeza, começa a sentir seu corpo reagindo ao
meu. Eu mantendo nossos rostos próximos enquanto olho no fundo dos seus olhos, minha
respiração pesada e a garganta fechada com a confissão que está presa nela.

Eu não vou conseguir falar.

Ben - Eu também te amo, Gustavo. - fecho meus olhos e desabo na cama novamente,
sorrindo por estarmos conectados a esse ponto.

Helena - Finalmente! Eu não aguentava mais a tensão sexual entre vocês.

Olhamos incrédulos pra ela que bate palmas toda felizinha e desce do colo do Ben,
sentando sobre os calcanhares entre nós e nos olhando cheia de maldade.

Não tô gostando disso.

Helena - Não é perfeito? Eu amo vocês, vocês se amam e me amam. - ela joga os braços
pra cima e grita comemorando. - Agora me façam ainda mais feliz e virem frango assado
que eu vou dar um beijo grego bem gostoso nos dois.

CAPÍTULO 99
BEN

Giro a dedeira no meu mindinho usando o polegar enquanto meus olhos se fixam na tela do
notebook encima da mesa a minha frente reproduzindo a imagem gravada de um drone que
sobrevoava o Alemão ontem enquanto ele estava sendo invadido pelo PCC com a ajuda do
italiano dos infernos.

A cara do desgraçado de olhos puxados ganhando foco dez segundos antes dele erguir o
fuzil e atirar contra o aparelho.

-- Mas que filho da puta! - me inclino voltando a filmagem, dando pause e aproximando só
pra ter certeza.

GH - É ele mesmo... O desgraçado que sumiu depois de ficar sem pau.

-- Japão... Esse arrombado só pode que tem pacto com o cão. Não é possível. - me jogo na
cadeira de rodinhas atrás de mim, tirando e colocando o boné na cabeça que dói só de
lembrar de tudo que esse arrombado fez pra Helena no passado. - Como que a gente vai
falar isso pra ela?
GH - A gente não vai. - ele balança a cabeça freneticamente dando um riso nervoso. - Ela tá
de TPM e a última vez que a gente deu uma notícia "ruim" ela estando assim. Você lembra
o que aconteceu.

-- Um mês sem sexo... Mas cá entre nós, foi culpa tua que falou todo ignorante que Atena ia
ser a herdeira da porra toda ela querendo ou não. - faço tsc ao me lembrar - Bem quando a
TPM dela estava na fase assassina.

GH - Você quis dizer capeta no coro? É, eu concordo. - dou risada me inclinando pra fechar
o notebook, no mesmo segundo em que o Rapp entra no quarto em que estamos.

Rapp- Vocês viram? - fazemos que sim vendo ele se aproximar e tirar o pendrive do
aparelho. - Deixaram agora cedo com os menor lá da barricada.

GH - Não sabe quem foi?

Rapp - Não. Quando eu desci pra pegar, o entregador já tinha virado fumaça. Evaporado
mermo.

-- Ele queria que a gente soubesse que ele tá de volta mas porquê? O que ele ganha com
isso?

Franzo meu cenho tentando pensar em algo coerente que explique o por quê desse fodido
ter aparecido agora, depois de mais de dois anos entocado, mas nada parece encaixar
nesse quebra cabeça.

GH - O pau dele que não é. - solto um riso anasalado, Gustavo adora lembrar desse
detalhe.- Mas eu faço uma idéia do que seja.

Rapp - Vingança. - sussurra meio inseguro e Gustavo estrala os dedos apontando pra ele
como se concordasse.

GH - Ele sabe que a Penha tá sobre a tua gestão, que tá pesada e que se batesse de frente
ia descer de ralo mas que o Alemão...

Rapp - Não... Tú não entendeu, GH. - olhamos juntos quando ele senta na cama, o rosto
sério e o vinco na testa passando a impressão dele estar puto. - Eu que quero vingança.
Vocês podem ter esquecido de toda a merda que esse arrombado fez no passado mas eu
não. Eu lembro toda maldita noite que por causa da idéia dele de drogar a Lena, a Dinha e
o filho dela estão mortos.

-- Tú acha mermo que a gente esqueceu de tudo que ele fez, Gabriel? - levanto cruzando
meus braços enquanto encaro ele, agora ele vai me ouvir, foda-se. - Foi a nossa mulher que
ele deixou cheia de marcas, físicas e psicologicas. E eu tô ligado que pra tú e pra Helena é
difícil entender mas a Jade só teve o que mereceu. Ela procurou pela morte no momento
em que se dispôs a ajudar o Jean.

Rapp - Ela morreu tentando salvar a Helena.


-- E eu sou grato por isso. Não fosse por ela eu não tinha me tornado pai, não tinha
conhecido o mais puro dos amores com o nascimento da Atena que pra mim, hoje, é a
minha maior fonte de preocupação e alegria. Mas isso não anula a culpa que ela teve, e
nunca vai. Isso que tú tem que entender, irmão.

GH - E depois... Vingança não é brincadeira, Gabriel. Ela te cega, te faz errar, e no nosso
meio qualquer errinho é fatal. Tú sabe disso, quer prosseguir mesmo assim?

-- Gustavo... Não. - falo calmamente por fora mas preocupado por dentro.

Conheço o Gabriel e mesmo que ele não tenha o sangue do Russo, sei que a convivência
fez dele uma cópia do meu sogro que sempre age por impulso e que tem uma mania do
caralho de achar que tem peito de aço pra enfrentar tudo que bater de frente.

A última parte todos eles acham que tem, inclusive a Atena que é o terror na terra com seus
um ano e nove meses de idade.

GH - É ele que quer, Benício. Não tô obrigando. Tô te obrigando? - Gabriel nega. - Então
pronto. Organiza, implanta uns x9 no Alemão e deixa tudo no jeito. Daqui a uns cinco meses
eu quero tudo certo pra gente invadir, tomar o morro pro CV novamente e tú ter a tua tão
sonhada vingança.

Rapp - Obrigado. - os dois apertam as mãos e pra não gastar saliva em vão falando que
esse caralho ainda vai dar merda pra todo mundo, eu saio do quarto indo atrás do meu
pontinho de paz e da mãe dela que eu tô bolado por ter linguado meu toba e o do Gustavo
depois de ameaçar nos deixar sem sexo por três meses.

Porra, e o pior é que eu gostei daquela desgraça.

Desço as escadas da casa do meu sogro, que a gente veio pro churrasco "de despedida"
dele e da Di que finalmente vão pra Noruega e no último degrau passo a aba do boné pra
trás e ajeito na minha cabeça enquanto me abaixo pra receber minha filha que vem
correndo e gritando em meio a gargalhadas desesperadas.

O motivo: A mãe dela que vem andando atrás, me fazendo esquecer que eu tô bolado com
ela ao se mostrar espetacularmente gostosa dentro de uma saída de praia feita de crochê
que só tampa os seios fartos de leite, deixando a barriga chapada e a calcinha vinho
minúscula do biquíni aparecendo entre os buracos da peça.

Caralho, minha mão chega a coçar pra bater na bunda grande e durinha que eu tenho
certeza estar com o tecido cavado na fenda agora.

Atena - Salva o neném, papai! - quase caio pra trás quando ela se joga em mim e abraça
meu pescoço querendo escalar no meu corpo. - A mamãe... A mamãe...

Dou risada ao me levantar segurando ela e Helena para a uns três passos da gente e se
dobra colocando as mãos nos joelhos, gargalhando do desespero da nossa filha.
-- O que tem a mamãe meu amor? - inclino minha cabeça pra trás e olho pro seu rostinho
lindo, afastando alguns fios loiros para olhar nos olhos azuis que nesse momento estão
cinzas e olham no fundo dos meus.

A mania do caralho que ela parece ter herdado da mãe dela, pro meu desespero e do
Gustavo.

Atena - A mamãe... Ai! - ela afunda o rosto no meu pescoço e se agita quando Helena
chega agarrando sua cinturinha, fazendo cócegas. - O homi... Ai, papai. Socorro!

Helena - Ai papai, nada, sua x9 mirim. - ela fica na pontinhas dos pés e me dá um selinho,
mordendo meu lábio com força antes de soltar num estalo. - Quem foi que mandou ela ficar
de olho em mim?

-- Eu e o Gustavo. O que tem o homem? - pergunto sério, voltando ao assunto que me


interessa.

Helena - Ah... Não tem nada. Meu pai e o Dante já cuidaram dele.

Ela se afasta virando de costas e meu olhar logo desce pra bunda enorme que como eu
imaginei, está com o tecido cavado nela, a imagem me faz pensar em várias paradas
broxantes porque agora não é hora pro meu pau ficar duro pra ela. Não é mermo.

-- O que tem o homem, Helena? - sinto os dedinhos da Atena tocarem meu pescoço com
delicadeza, contornando a tatuagem dos olhos da mãe dela, e sorrio sem tirar os meus da
danada a minha frente.

Helena - Ele ficou me olhando do jeito que você está agora enquanto eu dançava com
minha mãe. Não achou o suficiente e estava nos filmando. Acho que pra usar no cinco a um
mais tarde.

A mandada me olha por cima do ombro, mordendo o lábio com carinha de safada e o olhar
focado no meio das minhas pernas.

É uma demônia mermo.

Helena - Vamos tomar banho de piscina? - muda de assunto tão rápido quanto muda a
feição, parecendo inocente agora. - Vai começar a chover e todos vão vim aqui pra dentro.
Queria tanto tomar banho de chuva dentro da piscina.

Pego logo a maldade dela e mesmo sabendo dos riscos que corremos, faço que sim pra
mais uma loucura sexual que ela inventa. O que tem se tornado cada vez mais frequente
porque essa mulher é louca e insaciável.

Atena - Mamãe... - ela se afasta coçando os olhinhos que também são minha paixão,
falando toda dengosa. - Tena quer tetê.
Helena pega ela e segue pro sofá, vou atrás e me inclino sobre o encosto traseiro, beijando
o pescoço exposto e cheiroso da minha mulher que sorrir se encolhendo.

-- Aproveita mermo que depois é a vez do papai. - passo a mão na frente do corpo dela,
tentando tirar o bico da boca da Atena que segura meu dedo com força e franze o cenho,
formando o vinco forte idêntico ao do Gustavo.

Tenho certeza que ele é o pai biológico, o gênio forte e a atração por fogo que Atena tem
deixam isso evidente, mas isso não me incomoda porque o amor que eu sinto por ela desde
que soube da sua existência ultrapassa qualquer medo e insegurança que eu possa ter.

Helena - O que foi? - o sussurro me faz olhar pro seu rosto e deixar de mexer com nossa
filha. - Todo pensativo aí...

-- Não é nada demais. - dou um selinho nela. - Amo vocês.

Helena - Nós também te amamos, papai. - seus olhos se enchem de lágrimas. A tal da
TPM, tenho certeza - Cadê o Gustavo?

GH - Tá chegando. - olhamos juntos na direção da escada onde ele desce com o Gabriel,
que sorrir pra gente e se manda pra área da piscina. - Cadê minha deusa?

Voltamos a olhar pra Atena, dormindo enquanto suga o peito da mãe dela segurando meu
dedo.

É muito o amor da minha vida, papo reto.

CAPÍTULO 100
HELENA

-- Deixa vim, Nick. - gemo baixinho na sua boca, rebolando na sua pica enquanto sinto suas
mãos apertarem minha bunda tentando conter meu movimento. - Goza bem gostoso na
bucetinha da sua putinha, vai.

Ben - Isso... Maltrata mermo, filha da puta. - sussurra, seu olhar atento para que não
sejamos pegos transando dentro da piscina saindo da porta que dá pra cá, vindo pra mim. -
Aperta meu pau com tua bucetinha gostosa, vai. Deixa eu gozar bem fundo sentindo ela
chupar meu pau.

Engasgo com a água da chuva que cai sobre nós e estremeço contraindo forte quando ele
sobe com uma mão pra minha garganta.
Ben - Assim... Isso minha putinha. Caralho... Eu te amo filha da puta. - chupo seu lábio
sentindo seu pau grande e grosso pulsar forte em meu interior quando um gemido mais
rouco e arrastado escapa entre seus lábios grossos. - Goza na minha pica agora, vai. - sua
outra mão aperta minha bunda no mesmo instante em que ele rebola o quadril
movimentando sua pica dentro da minha buceta, sem ser brusco para não chamar atenção
de quem estar dentro da casa fugindo da chuva que está aqui fora.

-- Faz de novo... - gemo me esfregando nele em busca de mais contato. - É tão gostoso
quando rebola, amor.

Ben - Você gosta, minha putinha? - faço que sim quando faz de novo, gemendo rouco só
pra mim ouvir. - Assim? - solto um gemido mais alto na sua boca quando repete o
movimento, apertando com força minha bunda. - Shh...

-- Sim... - não consigo me controlar quando aperta os dedos no meu pescoço e


sorrateiramente desliza um da mão que segurava minha bunda pra dentro do meu cuzinho -
Ain... - gozo rebolando na sua pica e no seu dedo, sorrindo satisfeita enquanto beijo sua
boca pra abafar meus gemidos mais altos quando meu corpo estremece consumido pelo
nivel máximo de prazer. - Eu te amo tanto meu primeiro amor.

Ben - E eu você, minha bonequinha gostosa. - ele chupa meu lábio e encerra o beijo,
permanecendo colado comigo até que nossos batimentos e respirações se acalmem. - Amo
muito.

-- Obrigada por isso. - beijo o cantinho da sua boca abraçada ao seu pescoço e suspiro
pesado quando sinto ele sair devagar de mim, ajeitando seu pau na sunga e arrastando
minha calcinha pro lugar. - Meu pai vai matar a gente se souber que transamos na piscina
dele. - sorrio, nem um pouco arrependida por isso.

Ben - A partir de amanhã vai ser do Dante. Esqueceu? - jogo a cabeça pra trás, recebendo
de olhos fechados os pingos grossos e gelados de chuva que descem pelo meu rosto junto
com minhas lágrimas que começam a sair de repente. - Quer falar sobre isso?

Ele percebe meu choro e puxa minha cabeça pra si, me abraçando e me fazendo se sentir
segura no seu abraço. O suficiente pra desabafar como eu faço com a pobre da Hanna,
minha psicóloga.

-- As vezes eu acho que superei. - faço um bico, engolindo a saliva e tentando fazer o
mesmo com o nó da minha garganta. - Mas aí alguma coisa muda. - fecho meus olhos e me
permito chorar enquanto falo.

-- Primeiro foi a briga com a tia Yara que não pensou antes de apontar o dedo na minha
cara e me culpar pela morte da Jade e do bebê que ela perdeu depois que soube que
minha pretinha deu a vida dela pela minha... Depois, a falsa morte do Nauan. E agora meus
pais estão indo embora pra viver o felizes para sempre deles em outro país, longe de toda
essa loucura que nos rodeia. Longe de nós.

Ben - Está com medo?


-- Muito... - estremeço de frio e abro meus olhos quando ouço alguém se jogar na piscina,
olho pra água e me assusto quando Gustavo morde minha bunda e sobe me abraçando por
trás. - Por que demorou pra vim, amor?

GH - Tive que atender a Gabriela pra falar sobre o Alemão. - beija meu rosto. - Tava
chorando? - faço que sim e deito minha cabeça no peitoral musculoso do Ben, que repete
tudo que eu falei pra ele - Complicado... - sorrio me virando pra ele e afundo meu rosto no
seu pescoço, mordendo sua pele cheirosa e molhada - Ai, maluca. Virou cachorro?

-- É por isso que eu sempre falo tudo pra Hanna e não pra vocês.

Me afasto jogando água nos dois e saio as pressas da piscina, tomando cuidado pra não
cair ao correr pra dentro sendo seguida por eles.

Não posso cair, não posso cair.

-- O pai! Socorro! - meu coroa gato logo aparece no meu campo de visão com meus dois
irmãos, cada um com sua arma em mãos apontando pros dois que vem atrás de mim. -
Ok... As armas são um pouco de mais. - me jogo nos braços dele e dou risada quando ele
xinga o Benício e o Gustavo que cruzam os braços e olham com deboche pra ele.

Russo - Se ela caísse e se machucasse eu ia fazer questão de descer a madeira em vocês


dois antes de ir embora.

Ben - Tú e essa madeira. Quase três anos, Russo. Supera e guarda ela pra próxima vida.

Afrodite - Quem vai dar madeirada em vocês vai ser eu. Passem pro banheiro. Os três.
Agora. Estão molhando minha sala.

Olho pro chão e sorrio falso pra ela que sai da cozinha com o Kaleo e a Atena nos seus
braços, comendo algo que eu com certeza não quero saber o que é.

GH - Ora se não é a minha sogra e seus netos que tem quase a mesma idade do seu filho
caçula. - minha mãe xinga ele "educadamente" por causa das crianças e meu pai me
abraça forte sem se importar que eu estou molhando sua roupa sequinha. - Será que com
sessenta anos eu ainda vou conseguir fazer filho? - ele provoca meu pai dessa vez.

Russo - Eu vou matar teu marido, papo reto. - me afasto rindo e vou até minha mãe,
deixando de prestar atenção nos homens da minha vida que rapidamente mudam de
assunto.

-- Ela acordou faz tempo? - ergo a mão passando o indicador no narizinho da minha filha
que sorrir mostrando os dentes melados de chocolate. - Está gostoso, mamãe?

Atena - Está. Foi a vovó que fez.


Afrodite - Tem uns cinco minutinhos... Enquanto você estava de safadeza na minha piscina
com o pai dela. - reprimo os lábios pra não rir e olho pra ela que dar risada. Não entendo
como ela sempre sabe e nunca fica bolada o suficiente pra brigar e surtar como as outras
mães. - Acertei, não foi?

-- A senhora sempre acerta. - fico na ponta dos pés e beijo seu rosto. - Te amo. - mordo
meu lábio pra não voltar a chorar, eu sinceramente não sei o que vou fazer sem ela e sua
calma infinita por perto.

Afrodite - Eu também minha princesa. Agora vai tomar banho e tirar essa roupa molhada
pra não gripar. E não demora pois o jantar está quase pronto.

Aceno concordando e beijo o braço do meu anjinho antes de obedecer ela, arrastando
meus homens comigo.

Mais tarde, durante o jantar eu fico na minha. Comendo e observando todos ao redor da
mesa conversando como se não tivesse faltando uma parte da família aqui. E eu não falo
das mortas pois a ausência delas tem uma razão forte e aceitável pra mim nesse momento,
eu falo das vivas. Yara que se afastou e tem até raiva de nós por me culpar pela morte da
Jade, e do meu primo Nauan que junto com a Anna e a filha deles forjaram a própria morte
com a ajuda do Benício e do Gustavo que só me contaram pois não queriam que eu
sofresse "atoa" com isso.

Sinto saudades deles.

White - Psiu! - sinto seu chute por baixo da mesa. - Está tudo bem? - sorrio olhando pra ele
do outro lado da mesa, o olhar cinza antes cheio de vida, hoje vazio.

Ele sorrir de volta, fingindo estar bem.

Acho que ele é um dos mais fortes de nós pois não sucumbiu com a morte da pessoa
amada.

-- Amo você, sabia? - falo sem emitir som e ele gargalha atraindo a atenção de todos da
mesa. - Idiota.

White - Tá de quantas semanas? - me faço de doida ao sentir os olhos de todos em mim -


Se faça não pois a última vez que você me disse eu te amo, estava grávida da Foguinho.

- O quê? - todos perguntam num coro de dar inveja aos da igreja.

Russo - Ela não está grávida. - pego o copo de suco de maracujá na minha frente e dou um
longo gole olhando pra ele. - Gustavo e Benício disseram que iam fazer vasectomia no
aniversário de um ano da Foguinho. - ele olha pros dois que mergulham o rosto nos seus
copos de uísque e estreita seus olhos ao se voltar pra mim. - Está grávida? - pergunta
pálido, passando a mão no peitoral como se tentasse acalmar os batimentos cardíacos.
Coloco o copo vazio na mesa e bebo devagar o que está na boca, olhando pro agente do
caos que rir debochado com os braços cruzados quase estourando as mangas da camiseta
que fica justa nos seus bíceps.

-- Sete semanas. - ele, o Gabriel e minha mãe gargalham alto enquanto Ben, Gustavo e
meu pai começam a tossir sem parar, ficando brancos como papel - Surpresa!

Fim!

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DA PRIMEIRA PARTE.

A todos que leram PRAZER PROIBIDO até aqui, meu muito obrigada e aviso final: a
continuação está disponível no Telegram.

Mais informações, no insta literário @emah_post.

A CONTINUAÇÃO
SINOPSE:

Entre as perdas e a busca por aqueles que ama, de dia Helena vestirá a máscara de forte e
lutará com unhas e dentes para proteger suas filhas e o império que agora pertence a elas
mas, à noite sucumbirá ao prazer proibido que a cada golpe do destino se tornará mais
intenso.

A dor será substituída, mas o dano continuará o mesmo até que o golpe final é dado e
aquela máscara caia deixando vim a tona sua nova personalidade…

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