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Jack. Jack fuck Jones. O cara que fudeu a minha vida.

Porém o cara me deu a


mais pura e genuína alegria em alguns momentos.
"Amor é uma flor roxa que nasce no coração dos trouxas. Que bem cuidada
vira gaia na cabeça!"
Oi. Meu nome é Emily e eu vou ter que voltar alguns anos da noite de hoje
para você entender toda essa.... merda.
Um belo dia minha mãe super esperta decidiu que dar sem camisinha seria
uma boa. Depois de 2 meses descobriu que a falta de alguns dólares em uma
camisinha de boa qualidade seria pago de uma forma bem mais cara. Meu doador
de esperma decidiu que não queria ser pai. Sem querer estragar toda a magia mais
deveria ter pensado nisso antes, de meter sem a porra de uma camisinha.
Mas ele decidiu tentar. Owww alguém dá um Oscar pra ele? Mas o merda
falhou nisso, nossa que grande surpresa.
Ele me buscava na minha casa a cada 2 meses e passava 2 dias sem
praticamente olhar na minha cara e ainda achava que estava arrasando. Na cabeça
dele se ele passasse 48 horas “presente” já estaria me fazendo esquecer como ele
era um pai de merda. Mas é realmente difícil esquecer quando seu próprio pai olha
na sua cara e diz que não dá a mínima para você. É difícil ver seu pai fazendo de
tudo pra enteada, sim ele tem uma enteada da minha idade, enquanto fala que não
vai te dar um lanche do McDonald porque já gastou dinheiro demais comprando o
lançamento da casa da barbie para a perfeitinha da Lisa.
Resultado disso é que eu tenho um puta trauma de abandono, e realmente
acho que todos um dia ou outro vão me abandonar. Alerta spoiler, todos estão
cumprindo esse papel muito bem.
Quando passei na faculdade sem entregar minha confiança a ninguém, ainda.
Conheci o Jake Jones. O típico fucking boy que todas as garotas queriam, você
poderia ser a santa que quisesse ser mais quando aqueles fuckings olhos castanhos
com cílios longos e pesados pousassem em você, não tinha jeito. Você iria pensar
em como gostaria de jogar ele na parede e beijar aqueles lábios vermelhos e passar
os dedos no meio do cabelo cacheado e puxar cada vez mais. E eu não era imune
ao seu charme.
Meus cabelos loiros naturais, olhos expressivos, e um jeito atrevido de ser
também encantava os outros, e despertava os pensamentos mais impuros que
alguém poderia ter.
Então em uma festa de fraternidade aleatória, adultos com espíritos de
adolescentes, vodka correndo solta no meu sangue (um pouco de maconha
também), um jogo de verdade ou desafio, e uma menina aleatória me desafiando a
ficar 10 minutos no céu com Jake, foi o necessário para despertar desejos nele.
Seis meses depois eu escutei sua boca perigosamente perto da minha falar
"Estou apaixonado por você!" Me causando um sorriso bobo e borboletas que nunca
morriam. 10 meses depois veio o pedido de namoro. 1 ano e o eu te amo se fez
presente. 1 ano e 6 meses depois eu contei pra ele sobre essa questão de abandono
e ele me prometeu que iria me proteger.
E eu acreditei cegamente nas suas palavras.
Mas no nosso segundo ano de namoro sua sobrinha de apenas 4 anos foi
diagnosticada com um tipo raro de leucemia. E foi o pior ano da vida de Jake. Seu
irmão estava devastado e ele tinha que ser forte pela família, mas quando estava
comigo passava horas chorando.
Jake teve mais crises de ansiedade em questão de um ano do que eu em 24
anos. Todos os dias nas noites mais escuras era eu que o acalmava.
Porém depois de 2 anos e muitos tratamentos, 3 paradas cardíacas, alguns
tratamentos frustrados e muitos dias em um hospital infantil, a pequena Alice teve
alta. A leucemia estava quase curada e ela teria que fazer apenas mais alguns
exames, e mais algumas idas ao médico para estar 100%.
Jake voltou a ser como era, estávamos ansiosos porque seria nosso último
ano da faculdade. Mas como é a porra da minha vida e eu não tenho 1 dia de paz
nesse caralho que chamam de vida eu engravidei.
É pois é, 4 anos de namoro, 24 anos nas costas e um teste barato de farmácia
positivo. Por incrível que pareça o sonho de Jake era ser pai, então só tínhamos o
que comemorar, não era? Apenas mais alguns meses e Jake seria um químico
formado, eu uma executiva, e teríamos uma família linda.
Mas sou eu. E na minha vida nada dá certo. Jake ficou realmente muito feliz,
Comemoramos durante 17 dias consecutivos, pensando e planejando como seria
quando ele chegasse ao mundo, até chegarmos no médico.
"Eu sinto muito mas o feto não tem batimentos cardíacos." Foi o que o médico
disse.
Então bum. O mundo foi abaixo. Tudo de cabeça pra baixo novamente. E
foram os 6 meses mais fodas da minha vida, 6 meses que eu estive perdida em
versões irreais de mim. Porque eu precisava que Jake me acolhesse, mas Jake
também precisava ser acolhido.
Com a ajuda de muita terapia conseguimos superar isso. Jake superou isso.
Porém eu tinha crises de pânico e ansiedade constantemente. Eu gostava de pensar
que eu tinha tudo. Tinha uma vida doce, um mapa com o caminho traçado para um
lugar melhor. Mas eu me perdi. Eu fodi com tudo quando não superei a porra de um
feto! Eu estava em ruínas, nos piores momentos, de joelho para a escuridão apenas
esperando ela me levar.
Depois de mais ou menos um ano em ruínas, Jake desistiu de mim. Fugiu. Me
abandonou como todos fazem.
Então, eu comecei a beber até não saber o que eu estava pensando. Ir em
festas e mais festas e transar com caras aleatórios. Mas todos os caminhos que eu
decidi pegar me levam até ele. Eu ouço sua voz nas minhas noites de sono, o que eu
posso fazer? Eu ainda amo o babaca pra caralho.
E mesmo já fazendo 6 meses desde que Jake se foi eu ainda sinto falta de
conversar com ele. Da vida em que tínhamos. Do seu cheiro, de tudo.
Hoje decidi vir em uma balada que nunca frequento, estou na pista de dança
com uma garrafa de cerveja na mão e uma música do Maroon 5 estourando meus
tímpanos. E tenho a impressão que ela está contando a história da minha vida.
Ciente realmente não é uma palavra que eu possa descrever para o meu
estado. As luzes piscando em diferentes cores, o gosto do copinho de vodka que
acabei de virar ainda na minha boca, as pessoas pulando ao meu redor. Eu estou,
definitivamente, bêbada.
Tem um cara no bar que está me encarando faz horas. Ele é gato pra cacete e
está com pulseirinhas do camarote, e como eu definitivamente não sou besta, estou
provocando ele desde que ele colocou os olhos em mim. Eu sei que tenho poder
suficiente pra levar ele pra cama. Ou ele me levar, não sei mais.
Um sorriso malicioso surge no meu rosto quando avisto ele virando o resto
de bebida de um copo e vindo na minha direção. Começo a dançar ainda mais
fingindo que não estou o vendo.
— Porque uma gatinha como você está dançando sozinha? — poderia ter
sido mais criativo em.
— Porque eu sou sozinha. — respondi me virando pra frente e entrelaçando
meus braços em volta do seu pescoço. Ele não demora nem um segundo pra colocar
uma das mãos em minha cintura e a outra no meu cabelo, me puxando para um
beijo. Acho que ele beija bem, mas não tenho mais capacidade de acompanhar o
ritmo dele.
Não sei quanto tempo ficamos dançando e a cada troca de música eu bebia
um shot de vodka. Até que finalmente ele me chamou pra ir para área do camarote.
Passamos no meio de toda a multidão e subimos uma escada de metal, e o Noah
(em algum momento da noite o cara do bar sussurrou no meu ouvido) fala meu
nome para o segurança no final da escada.
Entro no lugar e olhando por cima acho que encontrou um ou dois amigos de
Jack. Porra era a ultima coisa que preciso!
Bato os olhos em frederick, Porra ele é o melhor amigo do Jack, Começo a rir
desesperadamente. Definitivamente estar com um vestido que facilmente poderia
ser uma blusa, com um cara completamente aleatório com a mão por baixo do meu
vestigo, agarrado a minha bunda e completamente bebada não é o melhor jeito de
reencontrar o amigo do meu ex!

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