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O inimigo à espreita

“Jackson disse que a prefeita estava morta.’’


Era mais um dia na pequena e pacata cidade de Red River City, onde todos se
conhecem e confiam uns nos outros, bom pelo menos era isso que todos achavam até
que a prefeita que todos amavam e adoravam foi encontrada morta às margens do
Bloody River.
Ah desculpe, acabei não me apresentando, sou Clara Holt, filha do delegado da
cidade, namorada do capitão do time de futebol,moreno com olhos apaixonante o galã
da cidade e filho da prefeita, Jackson Walters casal dos olhos da cidade, então sou
basicamente o reflexo de perfeição. E antes de contar sobre um dos piores dias da
minha vida vamos começar por um mês atrás quando todas as desconfianças e o
terror começaram.
Sabado,04 de julho de 2018
A cidade estava animada com o 4 de julho afinal hoje teria uma das maiores festas
que essa cidade já viu na casa da prefeita. Meus pais não paravam de falar sobre isso
a semana inteira e como estavam orgulhosos de mim por estar com o Jackson. É,
meus pais não são os pais dos sonhos, pelo menos não dos meus. Eles só ligavam
para as aparências e não se eu estava bem e feliz em um relacionamento um tanto
quanto complicado.
É eu sei, as aparências não são o que realmente parecem ser. Aos olhos de todos o
meu relacionamento e de Jack era ótimo, o melhor do mundo, porém isso pelo menos
em parte, não é verdade. Eu amo ele e sei que ele também me ama mas ás vezes
quando bebe fica mais...agressivo.
Ontem aconteceu um festa na casa do Max Sails, ela era grande, tinha um quintal
enorme com um lindo jardim e piscina onde aconteciam as festas e estava indo tudo
bem, Jack me buscou em casa e estávamos mais apaixonados impossível já que
tínhamos passado um tempo longe um do outro por causa das férias, além disso a
festa estava incrível jogamos Beer Pong e Dançamos por quase toda a noite.
No fim da noite Jack sumiu achei que ele tinha ido buscar mais uma bebida mas ao
chegar na cozinha procurando por ele não o achei, me disseram que ele tinha subido
para um dos quartos com a Samantha Blake, a garota que mais odeio no mundo.
Subindo as escadas a minha cabeça estava a milhão pensando em um milhão de
cenas que eu poderia encontrar, e ao chegar no quarto vi o que estava torcendo para
não acontecer, Jack e ela estavam se beijando e ao me verem se separaram mas já
era tarde demais já estava saindo da casa chorando e com raiva da minha estupidez,
ele tentava me alcançar gritando e me falando foi um erro, que não significou nada.
Consegui chegar no carro e ele também. Ele começou a me puxar para um lugar
mais afastado alegando que queria se explicar e eu como uma ‘boa’ namorada deixei,
ele pediu perdão de novo e fiquei relutante. O aperto de Jack em meu braço começou
a ficar mais forte e ele começou a falar cada vez mais alto comigo, comecei a chorar
com medo do que poderia acontecer, então para acabar com aquilo cedi e o perdoei.
Ele prometeu que nunca mais faria isso, mas é isso que todos falam.
Depois disso ele me deixou em casa, me pedindo desculpa de novo e falando que
me amava e acreditei porque também o amava e não queria perdê-lo por algo “bobo”.
O que começou tão bem terminou como um dos piores dias da minha vida.
Hoje acordei com meus pais dizendo que Jack me enviou flores mas não fiz questão
de vê-las ele me ligou o dia todo e na décima ligação eu atendi,
-Oi amor, como você tá? Gostou da surpresa?-Ele perguntou
-Estou bem Jack, elas são lindas- respondi mentindo
-Hoje temos a festa da minha mãe, ela está contando a sua presença, na verdade a
cidade toda, sei que não gosta de ir mas nós devemos.- Essa era a parte ruim de ser
quem eu sou, tenho que ir a todos esses eventos patéticos promovidos pela minha
querida sogrinha. É eu sei, a prefeita por mais legal que seja ela sempre me obrigava
e obrigava Jackson a irmos nesses eventos. Jackson odiava ter que ir e ele sempre
discutia com sua mãe sobre isso e ultimamente tinha percebido que eles vinham
brigando cada vez mais e sempre que eu perguntava a ele o porquê destas brigas e
ele sempre dizia que não era nada importante e que eu não precisava saber, de
acordo com ele era melhor assim.
E aqui estou, na festa de independência com Jackson, meus pais e sua mãe, eles
estão planejando o nosso casamento e futuro. Para todos seria perfeito se já não
fosse trágico, casar-se com ele e ter que continuar a viver de aparências.
A prefeita foi ao palanque um pouco antes da queima de fogos fazer o seu discurso
anual, sobre como a cidade era harmoniosa e segura para todos. Ao fim do discurso
os fogos começaram e de repente a prefeita sumiu e logo depois Jackson foi atrás
dela. Depois de alguns minutos todos começaram a perceber a sua ausência então fui
atrás deles, encontrei-os dentro do escritório gritando sobre algo, mas não consegui
entender muito bem sobre o que era, de repente as vozes se cessaram e a porta foi
aberta e eles me viram lá.
-O que você faz aqui? -Jackson perguntou
-Vim procurá-los, todos já estavam notando a ausência de vocês, desculpe-me.
Respondi
-Não tem problema querida eu e meu filho só estávamos resolvendo alguns assuntos
pendentes-ela disse- De qualquer forma, já vou indo crianças, aproveitem. - Ela saiu
do escritório deixando Jack e eu sozinhos.
- Está tudo bem, o que houve? -perguntei
-Acabei brigando com ela de novo e as vezes queria só poder me livrar dela e dessa
cidade ridícula. Mas vai ficar tudo bem, prometo. - Ele disse me dando um beijo na
minha testa.
Quando a festa acabou,ele foi pra minha casa e meus pais continuaram na festa,mas
estranhei quando acordei de madrugada e não vi meu pai em casa, quando perguntei
para minha mãe ela disse que ele teve um caso para ir resolver na cidade vizinha e só
voltaria amanhã e sei que ele tem muito trabalho então relevei e voltei a dormir.
A semana do Assassinato.
Essa semana foi...estranha, na verdade esse mês. Meu pai tem chego tarde em casa
todos os dias e minha relação com meu namorado tem andado meio estremecida
Depois da festa de 4 de julho a cidade continua a mesma, mas algo paira no ar, uma
sensação estranha vem me perseguindo durante esse tempo e ainda não sei o
porque. Mas no meio disso tudo várias coisas aconteceram na relação de Jackson
com a mãe dele, que está de mal a pior, ele sempre me liga aos berros no meio da
noite dizendo como a odeia e quão grande é a sua vontade de acabar com tudo isso,
na maioria das vezes tento o acalmar e em uma dessas brigas ele veio para minha
casa ele estava afobado, com uma respiração rápida e agressivo, mas desta vez mais
ainda
-Não aguento mais Clara, se ela não existisse tudo seria melhor meu amor, você não
vê isso? Ela quer acabar com tudo por egoísmo dela. -Eu tentei acalmá-lo e dizia que
nada disso era necessário que iria ficar tudo bem mas em sua cabeça ele achou que
eu estava defendendo-a e começou a brigar comigo. A briga durou a noite toda e em
um certo momento tentei perguntar novamente o porquê destes desentendimentos
constantes com a mãe dele e mais uma vez fiquei sem resposta.
O dia do Assassinato
Hoje é o dia do meu aniversário de namoro, estamos fazendo dois anos e isso é
surpreendente pois nunca achei que chegaríamos aqui, então resolvi fazer uma
surpresa para ele. Sempre fui muito romântica então, arrumei a casa com flores e
velas e falei para ele vir de noite para cá, já que meus pais não estariam aqui.
Quando chegou a noite tive uma sensação estranha, um aperto no meu peito como se
algo estivesse errado, então resolvi ligar para Jack e perguntar se estava tudo bem.
Ele não estava atendendo as minhas ligações e nem respondendo as minhas
mensagens. Quando deu meia noite ele me respondeu disse que esqueceu mas que
já estava vindo, estranhei pois nos falamos a maior parte do dia então, como ele teria
esquecido?.
A campainha tocou e vi o Jack com uma expressão de medo, raiva e até mesmo
felicidade. Ele estava com cheiro de perfume de mulher, e em certo momento da noite
ele tirou sua camisa social e seus braços tinham arranhões de unha, quando vi aquilo
me senti uma idiota em acreditar nas suas palavras e no seu estupido esquecimento
então antes de começar uma briga perguntei,
-Onde você estava?
-Em casa amor, aonde mais estaria?-Ele respondeu cinicamente
-Não sei, me diz você. Não sou eu que estou fedendo á perfume de mulher sou?
-Não é nada disso que você está pensando, estava fazendo algo bom para nós dois,
eu te juro, acredita em mim Clara, por favor!- Jackson gritava pedindo meu perdão
-Então já que era por nós dois, me explica o que é isso-pedi a ele mesmo já sabendo a
resposta
-Não posso dizer, mas você saberá um dia e vai ver que fiz o melhor que poderia ser
feito.- Mesmo já sabendo que essa seria a sua resposta, no fundo realmente acreditei
que ele me contaria o que está acontecendo de verdade e que ficaria tudo bem,mas
não foi isso que aconteceu.
Eram por volta de duas da manhã e eu já estava cansada de discutir com Jack então
pedi para ele ir embora, ele disse que não ia pois se não seria nosso fim, disse para
ele que não, que já estava tudo bem somente para ele ir, quando o deixei na porta
minha mãe estava chegando e meu pai continuava no trabalho em uma cidade
vizinha então só voltaria tarde segundo ela. Minha vida e minha família estava se
despedaçando e só eu via isso.
Atualmente
Estou no velório da prefeita, o corpo dela foi achado na manhã seguinte da minha
briga com Jackson ás margens do rio. Fui a primeira a saber já que Jackson disse que
a prefeita estava morta para mim antes de todos, na ligação ele chorava e ao mesmo
tempo estava frio,como se já imaginasse. De acordo com os investigadores ela foi
asfixiada até a morte e jogada no rio.
Não preciso dizer que a cidade inteira entrou em choque quando ficaram sabendo e
logo as especulações começaram,assim como as investigações. Meu pai estava na
frente do caso mas ele não me dizia nada. Toda a cidade foi investigada e todos
tinham um culpado em mente, mas entre eles um nome me chamou muita atenção...
o de meu pai, Daniel Holt e além do dele o de Jackson também estava lá. Só pode ser
uma piada, meu pai nunca faria isso e muito menos Jack. Sei que ele é agressivo ás
vezes mas é a mãe dele.
Alguns dias depois alguns policiais vieram a minha casa para investigar o meu pai.E
foi aí que meu mundo terminou de se quebrar,foi achado DNA da prefeita nas roupas
do meu pai, as roupas que ele saiu para trabalhar no dia da morte dela.Então ele
confessou,
-Eu e a prefeita tínhamos um caso de muitos anos, mas recentemente seu filho,
Jackson descobriu e começou a chantagear a mãe dizendo eu iria expor fotos de nós
dois juntos além de ter pego nós dois juntos na festa de 4 de julho. Ela queria terminar
e eu não, eu amava ela, vocês podem até não acreditar mas essa é verdade. Nunca
amei a minha esposa só continuei com ela pela minha filha,mas sempre foi a minha
amada Julia Walters, mas ela não me queria mais, ela me usou durante todo esse
tempo, uma raiva me consumia pois durante um mês todo passamos todas as noites
juntos fazendo juras amor eterno, essa raiva foi aumentando cada vez mais então
marquei come ela de nos encontrar-nos pela última vez no Hotel na cidade vizinha
onde sempre íamos. Lá eu a asfixiei enquanto ela dormia e a joguei no rio quando
estava voltando para a cidade.
Choque. Essa era a palavra que descrevia bem o que estava se passando na frente
de todos. Tudo foi esclarecido agora, as brigas de Jackson com a mãe e as longas
noites que meu pai passava fora de casa, ele tinha um caso com a prefeita. Mas então
onde Jackson estava naquela noite? Meu pai assim que confessou foi levado pela
policia e eu fui atrás de respostas em relação ao meu namorado.
Ele disse que brigou com a mãe pois ele a alertou que o meu pai era perigoso e que
ela não devia se encontrar com ele, eles entraram em uma briga pois ela o bateu e
quando ele foi se defender ela o arranhou em defesa e saiu, indo se encontrar com
meu pai.
Algum tempo depois a cidade ainda tentava voltar aos eixos, meu relacionamento e de
Jackson tinha acabado e eu me sentia livre e ao mesmo triste por perder duas
pessoas que eu amava. Ainda falo com meu pai, e as vezes o visito antes de voltar
para a faculdade. Minha relação com a minha mão não poderia estar melhor, e agora
vivo intensamente sem pensar no amanhã pois nunca sabemos como ele será.

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