Você está na página 1de 5

27/03/2019

Quando eu te conheci foi fácil perceber que eu te queria. Nao direi que foi amor à primeira
vista, foi atração. Mas você naquele momento não era só linda, você era linda de uma forma
diferente, de uma forma que nem o dicionário tem alguma palavra que consiga explicar.
Essa foi a primeira dificuldade, pois isso já era suficiente pra me deixar tonto e sem saber o
que fazer.
Então, como tonto que sou, não fiz nada. Mas nesse mesmo dia você se tornou uma pessoa
inesperadamente interessante, pude perceber em nossa primeira conversa no BRT voltando
pra casa. Mesmo que com assuntos aleatórios de duas pessoas que acabaram de se
conhecer e uma delas um tonto, eu só conseguia pensar o quanto você se tornava cada vez
mais incrível (e essa será uma palavra bastante usada aqui) durante a conversa. E cada vez
mais linda, pois não estávamos mais na zax e a luz do sol que acabara de nascer te deixava
ainda mais linda. Nesse mesmo dia, eu e Lucas descemos na Taquara, onde morávamos e
você e sua irmã continuaram rumo ao Tanque, onde moram. Eu e ele conversávamos
durante o trajeto pra casa e de 5 em 5 minutos eu soltava uma frase que eu falaria muito
daqui em diante: "caraca, aquela mina é muito gata". Por causa de todas as coisas
aconteceram desse dia em diante em relação ao Lucas e a Gabriela, era inevitável que
ficássemos mais próximos, e todas as vezes em que nos encontrávamos você se tornava
ainda mais interessante e eu te achava cada vez mais incrível.
E esse foi o primeiro ponto chave da nossa relação.

O segundo ponto chave é o dia que fomos no Pub Ink. A princípio, você não estava nesse
dia, éramos apenas eu, Gabriela, Lucas, Maynara e o namorado dela. Nesse dia você
apareceu só mais tarde, e pra minha surpresa, acompanhada. Na hora que você chegou, eu
não tinha certeza se quem te acompanhava se tratava apenas de amizade ou era algo mais,
mas uma coisa eu tinha certeza: eu ainda agia como um tonto. Nesse dia, eu repeti diversas
vezes pra Maynara a frase que já havia dito antes ao Lucas. "Caraca, essa mina é muito gata"
mas dessa vez com um pequeno bônus, pois era seguido de outra frase: "Quero muito pegar
ela" e isso foi dito durante a noite inteira. Eu falava isso pra todos, menos pra você, pois
quando é algo que eu realmente eu fico sem saber o que fazer, pois como você sabe, eu sou
um tonto. No final dessa noite, eu perguntei à Gabriela se a pessoa que te acompanhava era
só sua amiga ou algo mais. Era algo mais. E eu também disse pra ela que eu queria ficar
contigo. Não sei por que eu perguntei, não sei o motivo pelo qual falei pra Gabriela, pois no
fundo eu sabia que mesmo que fosse apenas sua amiga, eu não faria nada. E assim terminou
minha noite, com a sensação de que seria só mais uma coisa que eu estragaria antes mesmo
de começar algo. Mas ao mesmo tempo algo me dizia que eu ainda tinha uma chance de
conseguir algo, no meu Luau que aconteceria na próxima semana.
E esse foi o segundo ponto chave da nossa relação.
No dia do meu Luau, tinha tudo pra dar certo, só tinha um problema. Eu era um tonto.
Nesse dia, você não estava acompanhada e nada me impedia de tentar algo mas eu também
tinha tudo pra estragar tudo, começando por um isopor cheio de bebidas. No caminho da
praia, estávamos juntos no carro e conversando, nos bancos de trás. Éramos um pouco mais
próximos do que antes mas muito longe de sermos próximos. Você ainda se tornava cada
vez mais incrível a cada palavra que saía da sua boca e cada vez mais linda a cada sorriso
que dava. Mas quando chegamos na praia e eu comecei a beber, meu lado tonto assumiu o
controle, e eu comecei a espalhar pra qualquer pessoa naquele Luau a frase que já havia
sido dita antes: "caraca essa mina é muito gata, quero muito pegar ela" e foi basicamente
isso que eu fiz a noite toda, enquanto bebia o tempo todo. E novamente não fiz nada a
respeito. No outro dia de manhã, enquanto estava frustrado por continuar estragando tudo,
o Lucas me disse algo durante uma conversa, algo que me deixou com vergonha e mais
frustrado. Ele me disse que você tinha percebido que eu falei pra todo mundo o quanto
queria ficar contigo e me fez perceber que eu já tinha dito isso pra todo mundo, menos pra
você. Eu não sabia o que fazer mas sabia que você provavelmente não tinha achado
maneiro isso tudo e sabia que precisava te dar alguma explicação e um pedido de desculpas
e foi o que eu fiz. Te chamei no Whatsapp e expliquei tudo que aconteceu, com sinceridade
e pedi desculpas. Disse que apesar de tudo, ela era uma pessoa interessante e eu não falava
com você apenas pelo interesse de beijar sua boca, o que era verdade. Você apesar de
entender bem e levar numa boa, me disse que não havia percebido o que eu tinha dito pras
pessoas no Luau. Apesar disso, acabou sendo bom, pois tirar esse peso da minha cabeça me
permitiu conseguir ser mais próximo e mais seu amigo do que eu estava conseguindo antes,
mesmo que a vontade de beijar sua boca continuasse lá eu já não tinha mais o que fazer se
não apenas ser seu amigo e esperar que se algo aconteça, seja com o tempo.
E esse foi o terceiro ponto chave da nossa relação.

Uns meses se passaram e acho que acabamos ficando realmente mais próximos e o quarto e
último ponto chave aconteceu antes das coisas começarem a acontecer pra se tornarem o
que é hoje, uma semana antes do Natal. O Lucas havia me chamado pra ir na casa dele,
tomar um banho de piscina e comer um churrasco (coisa que não aconteceu, pois havia
acabado de fazer uma tatuagem e o churrasco também já havia acabado). A princípio, você
não estava lá mas perguntei sobre você e disseram que você estava no trabalho mas
chegaria depois. Quando você chegou, fiquei levemente feliz mas não por causa da
paixonite ou algo assim, pois nesse ponto eu nem pensava tanto assim nisso. Era porque eu
gostava de conversar com você, gostava quando você estava por perto, acho que já era algo
mais próximo de uma amizade apesar de apenas nos vermos em ocasiões específicas.
Lembro que logo depois que você chegou, fomos no Otto nós quatro e na volta eu resolvi
passar no mercado pra comprar uns latões pra gente beber. Enquanto os latões gelavam (e
demorou muito) conversavamos os quatro na beira da piscina até os latões gelarem, é uma
das lembranças que eu guardo com carinho. Quando os latões finalmente gelaram lembro
que estavamos a beira da piscina, a família do Lucas também estava e cantávamos histórias
antigas de nossa época de colégio. Lembro que o Thiago tinha dito pra quando acabasse os
latões nós sairmos pra "tomar um goró" e foi o que fizemos. A princípio, vocês nem
planejavam voltar pra casa de vocês tarde mas isso acabou acontecendo pois prolongamos
aquela noite. Saímos pra beber eu, você e Thiago e acabamos por encontrar mais algumas
pessoas e ficamos na praça bebendo. Foi quando pela primeira vez percebi que algo podia
acontecer entre a gente, pois aquele dia eu senti algo diferente e sentia que eu estava certo.
Mas apesar disso, eu não faria nada, pois realmente sabia que não tinha necessidade de
apressar as coisas. Nesse dia, me lembro do Thiago trocando olhares comigo como quem
dizia que eu deveria chegar em você, o que me dava mais confiança de que algo estava
realmente pra acontecer mas eu deixei as coisas assim pois sabia que não demoraria pra nos
encontrarmos novamente. Mas eu também sabia que na próxima vez teria que fazer algo na
próxima vez. Quando sua irmã te buscou lá pras duas da manhã e você foi pra casa, sobrou
apenas eu e Thiago. Ele me disse que você tinha dito que ficaria comigo, eu fiquei na dúvida
se ele estava falando a verdade ou não mas acreditei, pois minha cabeça me dizia que
realmente parecia que você queria.
No dia 25 de dezembro, Lucas me chama novamente pra ir na casa dos pais dele, minhas
lembranças esse dia são um pouco comprometidas, pois bebi muito. Mas a partir daquele
dia que as coisas começaram a acontecer, eu lembro de estarmos conversando na beira da
piscina e conforme ia ficando mais tarde, as pessoas iam saindo até sobrar só nós dois. Eu
tinha certeza que se fosse pra acontecer algo, tinha que ser naquele dia mas meu lado tonto
ainda estava presente. Eu sabia que precisava fazer algo mas minha cabeça ainda me dizia
"se não for a hora certa vai ser mó merda" e isso aconteceu por algumas horas, quanto mais
tempo se passava, mais eu sabia que estava perdendo tempo. Depois de quase 3h de
conversa, finalmente ficamos. Acho que você devia já estar de saco cheio esperando que eu
fizesse algo, eu nem acreditava que depois de tanto tempo eu finalmente tinha conseguido.
Lembro que nesse dia foi a primeira vez que dormimos juntos, já era de manhã quando
fomos deitar e eu estava feliz. No outro dia quando acordamos você tinha que trabalhar e
nem chegamos a conversar muito pela manhã. Eu sabia que queria falar com você depois
disso, porque eu queria que acontecesse de novo, o que por si só já é algo incomum. Mas
nesse dia minha cabeça me dizia "não é por que vocês ficaram uma vez que ela vai querer
ficar conversando no whatsapp" então eu não te chamei. Mas você me chamou, e a
conversa fluiu. Era fácil conversar com você, tinhamos muitas coisas parecidas e o assunto
não acabava, então foi algo que foi acontecendo naturalmente. O problema é que a gente
não conversou sobre o que aconteceu e eu não fazia ideia se iríamos ficar de novo ou não,
mas eu tinha certeza que eu queria.
Passamos os próximos dias conversando e eu queria passar o ano novo com você, Lucas e
Gabriela mas não tinha certeza se passaria, apenas tive certeza no dia 30 à noite. Passamos
o ano novo na casa dos pais do Lucas e eu não ainda não fazia ideia se algo iria acontecer de
novo mas estava tentando captar algo que me dissesse isso. Em algum momento você foi na
cozinha pegar uma cerveja e eu fui junto, pois ficaríamos sozinhos e se fosse pra acontecer
algo, seria naquele momento. E quando cheguei na cozinha você me chamou pra ir no
quarto do Thales e ali ficamos pela segunda, até sermos interrompidos. Passamos a noite
toda ficando e conversando novamente, apesar da memória comprometida e não lembrou
de muita coisa que aconteceu, ficamos até de manhã acordados novamente. Quando eu fui
pra casa naquele dia, eu sabia que isso poderia acabar dando em algo, eu não estava
pensando em ter algo ainda mas sabia que podia acontecer. Por muitos motivos, não era
difícil nos encontrarmos e se continuassemos ficando, era uma possibilidade. Num
momento como esse, normalmente eu pararia de ficar com a pessoa mas eu resolvi não
fugir e ver no que isso ia dar. Só que eu ainda não tinha certeza se iríamos ficar toda vez que
fomos nos ver ou se foi algo do momento que não iria mais acontecer. Mas eu sabia que
não queria esperar que nos encontrassemos por acaso pra descobrir. Mesmo minha mente
dizendo pra eu não fazer isso, eu tentei te chamar pra sair mas esbarrava sempre na sua
falta de tempo. Continuamos conversando, por exceção de uma coisa ou outra tudo
continuou correndo bem. Até que um dia saímos novamente e ficamos novamente, se
minha memória nao falha, foi o dia que dormimos na praça. Eu já tinha chegado a conclusão
que ficaríamos toda vez que nos víssemos. Mas eu ainda era muito tilt com tudo isso, tudo
era muito novo pois pela primeira vez eu não estava fugindo e as coisas continuavam indo
bem.
Quando fomos pra aquele Luau eu, você e Thiago foi quando eu comecei a pensar mais a
frente. Eu não tinha certeza mas eu não queria te largar, não queria que você fosse embora
nunca. Quando você estava nos meus braços, eu não queria soltar. E isso tudo me assustou,
mesmo mantendo a calma por fora eu estava apavorado por dentro e minha mente estava
confusa. Eu tentei mostrar mais afeto pra tentar perceber se você também estava sentindo
algo mas eu não conseguia perceber. Quando fui na loja que você trabalhava comprar os
cadernos pro meu curso e sua tia percebeu que eu olhava pra você sorrindo foi quando eu
soube que precisava falar algo. Uma voz na minha cabeça me dizia que com tudo que tem
acontecido, certamente ela também sente algo. Uma outra voz dizia pra eu fugir, pois no
momento em que eu falasse o que eu sentia tudo iria dar errado. Dar o próximo passo era
muito difícil mas era necessário. Eu já estava tão confuso que eu não sabia quando podia te
comprimentar com um selinho, se despedir com um selinho, não sabia quando eu podia ou
não segurar minha mão. Dar o próximo passo era muito difícil porque até então eu nem
acreditava direito que uma pessoa tão incrível estava ficando comigo durante todo esse
tempo. Parecia que no momento em que eu abrisse o jogo você iria rir da minha cara e me
perguntar o que eu estava pensando quando fiz isso. Mas eu tinha decidido não fugir mais e
eu não fugi. Pra minha surpresa, mesmo que de forma confusa e pouco confiante você me
disse que também sentia algo. Era difícil acreditar, principalmente porque você realmente
não passou muita confiança e ainda somava com o fato de que era inacreditável que eu dei
mais um passo com uma pessoa tão incrível, inacreditável que eu não tinha fugido disso,
inacreditável que estava dando certo.
Os dias passaram e conversamos mais sobre isso e tudo ficou bem mais esclarecido. Com
nossos horários batendo por causa do meu curso e do seu trabalho e o assunto não
acabando, eu te achava cada vez mais incrível e sabia onde isso daria. Eu sabia qual seria o
próximo passo, só não sabia quando teríamos que dar e nem sabia se iria dar certo. Pra ser
sincero, quando chegou a hora do próximo passo foi o momento que mais estive com medo.
Passou-se mais um tempo e eu sabia que eu te queria na minha vida, eu estava te incluindo
cada vez mais e eu sabia que eu queria dar o próximo passo e te pedir em namoro. Mas
minha mente ainda me dizia que eu já tinha ido muito longe, que alguém como você não
namoraria alguém como eu, e que no momento em que eu te pedisse em namoro, tudo
daria errado. Mas eu não podia fugir e eu te queria, tinha certeza que eu queria você na
minha vida de forma definitiva. Eu não planejava pedir em namoro da forma como eu pedi,
eu queria ter planejado algo maior e mais lindo. Mas no momento em que você estava na
minha casa e nos olhamos eu fiquei aparavorado, porque eu sabia que não conseguiria mais
guardar aquilo e ao mesmo tempo eu estava fascinado no quão incrível você era. Naquele
momento era como tudo ao meu redor virasse um completo borrão e só existisse eu e você.
Eu tive certeza que não dormiria mais uma noite com aquilo na cabeça e de forma talvez
inesperada, te pedi em namoro. Quando você disse sim, o peso do mundo, que estava
dentro da minha cabeça, sumiu. Era como se finalmente tivesse dado tudo certo, e eu não
teria mais nada pra me preocupar pois teria você ao meu lado definitivamente. Até hoje eu
acho que a qualquer momento você vai me dizer que tava me zoando o tempo todo e tudo
não passou de uma pegadinha, eu espero que não rs. Quando eu te digo que você é incrível,
não é boca pra fora, não é um agrado vazio.
Eu sempre te achei linda, desde quando te conheci.
Eu sempre te achei inteligente, desde quando te conheci.
Eu sempre achei você a pessoa mais interessante, desde quando te conheci.
Minha vida era completanente vazia e sem rumo, eu estava perdido e você se tornou minha
bússola. Quando eu penso em desistir de tudo, eu penso que se eu fizer isso eu estarei te
perdendo também e isso me mantém nos trilhos.
Uma vez eu ouvi de um amigo meu que quando você está no caminho errado, as coisas ao
seu redor tendem a dar errado o tempo inteiro. Era assim antigamente, mas de uns meses
pra cá as coisas passaram a dar certo de uma forma inacreditável. Eu não costumo acreditar
nesse tipo de coisa, mas se fosse pra acreditar eu diria que definitivamente to no caminho
certo.
Eu quero você seja feliz como me faz.
Eu quero você se enxergue como eu te enxergo. Pra você se tocar o quanto você é incrível.
Eu quero você sempre ao meu lado, você e essa entidade que você chama de bunda.
Feliz aniversário!

Você também pode gostar