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POR TRÁS DOS POEMAS QUE ESCREVO

CAP.1

Teve um garoto, que uma certa vez respondeu meu story sem pretensão nenhuma, apenas
respondeu. Acabou que quando percebi já conversava com ele todos os dias. Tínhamos aquela
conversa que era tão espontânea e pura. Uma conexão. Depois de dias conversando, já tínhamos
trocado número, redes sociais, tudo. Os nossos gostos eram os mesmo, tinhamos muitas coisas
em comum, parecia que eu tinha encontrado a pessoa ideal pra mim, sério. A cada dia que se
passava o sentimento um pelo outro só aumentava, era recíproco, e me fazia tão bem. Lembro
que meus dias ficaram bem melhores, pensava mais no meu futuro, tinha mais disposição de
fazer as coisas. Poderia dizer que ele era a pessoa, para o início de uma grande história.

Nós não tínhamos definido nada, sobre o que éramos, sabe. Amigos? Ficantes? Casal? Nada,
apenas estávamos sentindo daquele sentimento. Ele foi a primeira pessoa de tantas coisas,
inclusive o primeiro que trouxe aqui em casa, que apresentei para família e amigos. Lembro que
mesmo sem definir estar em um relacionamento sério, eu e ele agíamos como dois namorados.
Conversei uma certa vez sobre ele ficar com outras pessoas, que se ele quisesse, poderia (e
nessa parte não fui sincero comigo, só não queria que ele se sentisse preso). Mesmo os dois
tendo esse verde para ficar com outras pessoas, tanto ele como eu decidimos não ficar porque o
amor que tínhamos um pelo outro, era o que bastava. Me entreguei, me jogue de cabeça.

Uma certa semana percebi que ele estava estranho, não sei. A gente sente. Ficou dias assim,
mas não comentei nada... poderia ser coisa da minha cabeça. Porém, a falta de interesse no
simples ato de me responder, me fez começar questionar se realmente estaria acontecendo
algo. Passou mais alguns dias, e ele veio comemorar meu aniversário comigo. Ele sempre vinha
pra cá nas sextas-feiras, e sempre voltava para a cidade dele nos domingos (por isso, meus
gatilhos nos fins de tarde de todo domingo). Nesse último domingo, pós meu aniversário,
comentei sobre ele estar estranho comigo e tal. Perguntei o que estava acontecendo, ele meio
que negou falar, mas depois acabou admitindo que tinha ficado com uma outra pessoa e não
tinha me contado por medo de me magoar. Lembro que estava deitado em minha cama, e ali
desabei. Por fora, duro como uma pedra, mas por dentro eu já estava em ruínas. Aquele dia
doeu, doeu muito. Era o início do nosso fim, do meu fim.

Questionei se ele realmente queria continuar (foi mais um verde). Por mais que eu estivesse
machucado devido a isso, eu ainda queria tê-lo ao meu lado. E também não poderia ser injusto já
que tinha concordado de ambos ficarem com outras pessoas, caso quisessem. Mas ele teve uma
resposta rápida e direita, virou pra mim e falou a seguinte frase: "Eu já sabia que isso não iria dar
em nada mesmo". Naquele momento me senti como se não significasse nada. Acredito que ele
não queria ter dito aquilo, o clima estava tenso e ambos nervosos. Depois disso fomos até a
rodoviária deixar ele. Voltei para casa ainda sem compreender o que realmente estava
acontecendo de fato. Quando cheguei, entrei no meu quarto, chorei, e chorei bastante.

Lembro como hoje, e sei contado todos os dias que derramei lágrimas. Foram meses chorando.
Quando me vi estava em uma crise de ansiedade e até mesmo depressão. Emagreci bastante em
semanas, tive um problema de saúde que só piorou. Vivi um inferno sozinho. Esperava
mensagens ou ligações dele pedindo pra conversar, falando que tinha sido um mal entendido,
que desejaria voltar e consertar as coisas, mas nada. Fiquei muito tempo naquele lugar, vivendo
do que já não era mais. Criando expectativas e colhendo frustrações, enquanto ele já poderia
estar com outro (e estava). Comecei a me culpar muito, a me odiar e tentar odiar ele, porém, sem
sucesso porque eu ainda o amava.

Consegui meu primeiro emprego, que de início era apenas pra conseguir dinheiro de passagem
de ônibus, para que eu pudesse ir visitar ele também. O trabalho foi uma das melhores coisas
que me aconteceu aquele ano, conheci tantos amigos, pessoas incríveis, experiências novas.
Comecei a conquistar as coisas que sempre quis (e a ideia de reformar meu quarto começou
nessa época). Mas, ainda sofria muito com a falta dele. Chorava bastante. Não que ele tivesse
sido a melhor pessoa para mim, mas porque eu queria que tivesse ele. Tudo tinha ficado tão
fácil, sabe. E eu sempre me perguntava: "Como seria as coisas se ainda tivéssemos juntos? E se?
E se?" Minha cabeça não parava de pensar sobre.

Comecei a ocupar meu tempo (pelo menos tentar), pois já estava cansado de toda aquela
situação. Sabe quando você já sofreu tanto por uma mesma coisa, que se cansa daquilo, mas
não consegue simplesmente de deixar de sentir? Pronto, isso era eu. Fui reformando meu quarto
do jeito que me agravada, minha prima me fazia companhia a maioria do trmpo (me ajudou
bastante sem nem saber), e tinha as responsabilidades do trabalho também. Parecia que eu
estava superando, mas para ser sincero, aquela dor ainda tava ali.

Criei um bloqueio emocional com o tempo, e por mais que eu sentisse a falta de ter alguém por
perto, meu bloqueio não deixava eu demonstrar interesse em outras pessoas. Ou vinha aquela
insegurança de passar por tudo novamente. Pensei que nunca mais iria sentir aquele sentimento
puro, aquela conexão. De passar horas conversando, de querer aquela pessoa por perto, de
planejar coisas futuras.

CAP.2

Mas de repente, novamente, sem avisar, aconteceu. Lá estava eu, começando a ter aquele
interesse (mesmo com aquele receio) em alguém. Conversando a noite toda por mensagens, por
chamadas, e as vezes por video. Carequinha (era assim que chamava ele), simplesmente
apareceu. Um dia éramos desconhecidos, no outro apaixonados um pelo outro. A forma que ele
demonstrava o que sentia me surpreendia porque eu via sinceridade e pureza. Escrevi até sobre,
de como aquilo refletia em mim, mostrando de como eu era antes de todos aqueles. Ele me
falava que eu era como um sopro de ar fresco, que o fazia bem. Mas era ao contrário, e mal sabia
ele. Pela primeira vez depois de quase um ano, eu estava feliz. Ele fazia questão de passar a
madrugada em chamada comigo, e era teimoso de não querer ir dormir cedo. E a nossa conexão,
surreal. Nunca vou esquecer de quando escutávamos a nossa playlist antes de pegar no sono.
Do jeito dele apressado e enrolado de explicar as coisas. Do sotaque.

Novamente, eu achei que poderia ter encontrado a pessoa ideal para mim. Nós também não
tínhamos, nem chegamos a definir nada, apenas estávamos vivendo daquele sentimento.
Adiantando a história, também não deu certo, e tudo bem. Mas nada é por acaso, e mesmo se
for, acredito que não é o nosso caso. Eu realmente sentia ele comigo, ao meu lado quando falava
à quilômetros de distância: "Mas eu tô te abraçando bobinho." Ele sempre demonstrou muito
carinho e cuidado por mim. E isso me fazia sentir seguro. Pensava em contar a ele, o motivo e o
significado por trás dos meus poemas, já que tinha sido isso um dos motivos para o nosso breve
"nós" acontecer. Não cheguei a contar, porque no fundo eu sabia, e sentia que ele iria saber de
alguma outra forma, e talvez na hora certa.

Aconteceu que, ele ficou meio que ausente por alguns dias, e lembro que fiquei um pouco
assustado e confuso do motivo dele estar assim comigo. De forma tão repentina. Mas continuei,
tentando manter algum contato. Estava na faculdade quando recebi uma mensagem dele, e algo
em mim já sabia do que se tratava, era como se eu estivesse esperando por aquilo. E mesmo
assim doeu. Entrei no ônibus e segurei o choro. Mas quando cheguei no meu quarto, chorei a
noite toda. Mas dessa vez era diferente, não sabia explicar. Claro que a falta que ele iria fazer era
um dos motivos, mas não sabia dizer o porque daquele choro não ser como daquela primeira
vez, aquela última vez.

Carequinha, foi tão breve, mas tão necessário. Ele realmente me curou de qualquer dor que
ainda poderia estar ali me machucando. Tem coisas que não conseguimos explicar, ou talvez
nem seja necessário isso. Apenas acontece, e é isto. Não quero ter razão em nada, e eu aceito
até quando durou, o tempo que durou. Estou feliz com isso. Encerro aqui, mais um capítulo e
eternizo os melhores momentos e sentimentos no salão fas minhas memórias, que continuaram
dançando no ritmo da música como se fosse a primeira vez.

Continua...

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