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Sumário

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Epílogo
BÔNUS ESPECIAL ANO NOVO
BÔNUS DIA DOS NAMORADOS
Agradecimentos
Contato com a Autora
Copyright © 2019 Dani Nascimento
Capa: Angel Editorial
Revisão inicial: Anny Tavares
Revisão final: Maiara Silva
Diagramação: Dani Nascimento

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência. Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua
Portuguesa.

Todos os direitos reservados.


É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer
parte dessa obra, através de quaisquer meios (tangível ou intangível) sem
o consentimento escrito da autora é considerado crime.
Aviso...

Este livro é um romance erótico, sombrio e com elementos de BDSM.


Devido à linguagem pesada e cenas de sexo explicito com descrições muito
detalhadas, este livro é indicado para maiores de 18 anos.
Dedicatória
Quero dedicar esse livro para todas leitoras que se apaixonaram por
James e Tatiana e para aquelas que amam redenção e submissão.

“Eu te direi o que fazer e você dirá sim senhor. Eu a levarei


ao limite e você pedirá por mais, sempre mais.”
- Dani Nascimento
Prólogo

As pessoas sempre acham que fetiches ou inclinações sexuais


extremas têm a ver com algum trauma sofrido no passado, e às vezes não é
bem assim. Na maioria dos casos é simplesmente por puro prazer, claro que
há muitas pessoas que têm suas vidas sexuais corrompidas por abusos
passados, que os fazem prisioneiros de fetiches e relações extremas, mas esse
não é o meu caso.

Desde que descobri a fonte infinita de prazer que meu corpo poderia
ser, eu sentia um desejo latente em ser dominada.
Enquanto todas as minhas amigas falavam sobre seus
relacionamentos, vida sexual e primeira vez, para mim tudo era tão chato,
nada despertava o meu interesse.
Na adolescência sempre fui muito fechada e sozinha, os garotos da
minha idade não tinham muito interesse por mim. Sempre fui uma garota
acima do peso e minha mãe não cansava de dizer que eu deveria emagrecer
que era uma jovem bonita, mas precisava me cuidar. Claro que nunca ligava
para nada disso, me sentia bem com meu corpo, estava saudável e não queria
viver uma vida cheia de dietas, restrições e neuras.

O único a me apoiar em casa era Kaio, meu irmão mais velho, nós
dois sempre fomos muito próximos, dividimos segredos, e ele sempre achava
uma maneira de me alegrar quando eu estava triste. Por isso passei uma
infância tranquila. Na adolescência eu não sofri, ignorava as críticas e focava
no essencial. E o meu essencial era minha família.
Quando completei dezesseis anos, Kaio foi embora de casa, se mudou
para São Paulo me deixando sozinha com a minha mãe. Meu pai havia nos
abandonado há muito tempo, então agora éramos só nós duas. Dona Sílvia
era uma mulher dura, mas era uma guerreira, sofreu muito nas mãos do meu
pai, ele a traiu durante todo casamento quando por fim, foi embora e nunca
mais voltou.
Depois de um tempo nossa situação havia ficado difícil, mesmo com a
ajuda de Kaio que nos mandava sempre um auxílio, e com o apoio do nosso
vizinho Boris que sempre esteve ali tentando nos ajudar. As nossas contas
não diminuíram e as necessidades que tínhamos se tornavam cada vez
maiores.
Por isso logo cedo eu passei a fazer limpezas e faxinas em casas que
minha mãe indicava, assim as coisas foram melhorando, eu conseguia até
dormir em paz e estudar melhor, sem a preocupação de ter que chegar em
casa e nós duas não termos o que comer ou sermos despejadas por não pagar
aluguel.
Quando completei dezoito anos, me vi cansada de tentar ficar com
garotos da minha idade ou alguns que até tinham anos a mais do que eu,
porém parecia tudo muito maçante, eu não sentia prazer com seus toques
carinhosos e beijos ternos, sentia-me estranha, como se houvesse algo errado
comigo.
Então em uma noite quando já estava deitada em meu quarto, recebi
um vídeo de um número desconhecido, nele havia uma mulher amarrada e
um homem forte e grande batia em sua bunda com o que parecia ser uma
vara, tudo aquilo parecia ser muito doloroso, mas mexeu muito comigo.
Claro que eu sabia o que era um filme pornô, não era tão ingênua,
apenas uma virgem com desejos que nem eu mesmo entendia. No decorrer do
vídeo a mulher gemia de prazer, o homem se tornou muito bruto e colocou
algo que eu não soube identificar em seu ânus, logo passou a meter com força
em sua vagina enquanto apertava seus seios que estavam roxos pelas
restrições em seu corpo.
Aquilo havia me excitado demais e pela primeira vez eu soube o que
era sentir tesão, naquela noite eu não fiz nada, mas dormi como se houve
espinhos em minha cama, meu sexo latejava, estava muito molhado, as
imagens vinham a todo o momento em minha mente quando eu fechava os
olhos.
Durante um mês eu fiquei ali me masturbando com força. Fui atrás de
novos vídeos que me ajudassem a ter prazer. Era como uma viciada, eu
escolhia os vídeos mais pesados considerados "hardcore", aqueles em que a
mulher era penetrada e dominada por mais de um homem, ou naqueles que
era utilizada muita violência, aquilo me excitava, eu esfregava meu clitóris de
maneira dura, beliscava, puxava e arranhava meus seios, por vezes chegava a
puxar meu cabelo com força na hora do clímax, tamanho era meu descontrole
ao gozar.
Tudo que eu fiz durante aquele mês foi muito prazeroso e parecia que
a pessoa que havia mandando o vídeo sabia do que eu precisava, no mês
seguinte voltou a enviar outros, mas esses eram diferentes, eles eram
caseiros, as mulheres estavam com bolas na boca e gozavam diferente,
parecia até que urinavam de tanto serem estimuladas e fodidas.

Quando pensei em pesquisar sobre assunto o anônimo me mandou


uma mensagem de texto explicando o que era tudo aquilo, ele dizia que
poderia me dar o que eu precisava que sabia o que eu queria. Eu não era tão
tonta de me entregar assim, mas a cada dia eu me tornava mais próxima do
anônimo, trocamos fotos íntimas e ele dizia querer me encontrar, eu também
queria isso, por mais perigoso que fosse não havia razão que me fizesse
desistir.
Então quando chegou, o dia que finalmente tinha marcado o encontro,
tudo pareceu dar errado, minha mãe havia marcado um serviço para mim na
cidade vizinha e eu teria que servir como garçonete em uma festa na casa dos
patrões e ainda cuidar da limpeza depois, claro que o pagamento era muito
bom eu não poderia desistir por alguém que eu nem sabia se estava só tirando
uma onda com a minha cara.
Mas quando eu disse que pareceu dar errado, realmente foi só o
parecer mesmo. Quando eu cheguei lá, vi o homem responsável por entender
meus desejos, estávamos sozinhos e naquele dia ele não fez nada, apenas me
explicou como tudo no mundo BDSM funcionava. Ele não tirou minha
virgindade, mas me masturbou e me tocou me dando um prazer inigualável.
Depois que voltei para casa tornei a me encontrar com o estranho, que
na verdade não era estranho para mim, ele me entendia e me dava o que eu
precisava e quando eu estava triste ele me tratava com carinho e amor.
Eu queria aquilo, sexo bruto, mas também carinho e amor. Passei os
meses seguintes em um relacionamento secreto, eu saía cedo e fazia faxinas,
quando voltava enganava minha mãe para me encontrar com ele.
Tudo parecia ser maravilhoso. Eu descobri no BDSM um prazer sem
limites, algo diferenciado.

Depois da primeira vez que fiz sexo com ele eu me tornei dependente.
Até o dia em que ameaçou me deixar, disse que precisava mais de mim, da
minha completa submissão, queria que eu lhe entregasse todo o poder, e eu
como qualquer dependente para não perdê-lo, lhe dei tudo, não havia palavras
seguras e nem qualquer tipo de negação da minha parte, era somente ele com
todo poder sobre meu corpo e meu coração.
Todo aquele sonho que vivi em seus braços não durou muito.
No pior dia da minha, eu descobri que tudo que me cercava eram
mentiras e mais mentiras, meu dominador havia me levado até a casa que eu
o havia encontrado da primeira vez.
Ele me vendou e me prendeu em um cavalo acolchoado de couro, se
parecia com um banco, mas seu formato me deixava montada, minhas mãos
presas para frente e os pés amarrados em cordas, ele havia colocado uma Ball
Gag em minha boca, era uma bola vermelha presa á um pequeno cinto de
couro que se fechava atrás da minha cabeça o que me impedia de dizer
qualquer palavra que fosse.

Daquele momento em diante foi tudo um grande show de horrores, eu


ouvia muitas vozes e risadas, sem poder ver, falar ou me soltar, eu fui
brutalmente estuprada, ele me batia, e era tão mais forte do que ele havia me
acostumado, foi tão duro que chegava a sangrar.
Eu sentia várias mãos me apertarem, sentia o membro de outros
homens roçarem em meu rosto, braços e qualquer parte que fosse do alcance
deles, mulheres desconhecidas esfregavam suas vaginas em meu rosto, em
outros momentos me sufocavam, e tudo aquilo me fazia sentir nojo, um
grande ódio se enraizou em meu coração, ele estava destruindo meu amor e
minha submissão.

Ao me ver livre de todo aquele inferno que durou três dias, eu jurei
me vingar dele, aquele que havia usado do meu desejo para se aproveitar de
mim, depois daquele dia ele só ousou me procurar mais uma vez e eu
coloquei um basta definitivamente.
Eu sabia que depois desse último encontro ele não me procuraria
mais, eu me certifiquei de que não acontecesse, mas com isso minha mãe
ficou muito mais alerta comigo, ela sabia que algo em mim havia mudado, eu
recebi aquilo como certa preocupação de mãe.
Nós nunca tocamos em qualquer assunto, eu voltei fazer as faxinas e
passei a procurar um emprego fixo, para ter uma estabilidade melhor.
Meus desejos continuaram os mesmos, eu matei qualquer resquício do
trauma que se formou em mim, me defendi em legítima defesa de qualquer
lembrança ou repulsa, eu sabia o que queria e nada anularia o desejo latente
em meu corpo.
Dali em diante eu procurei por um perfeito dominador, que diferente
do passado suprirá minhas necessidades e em conjunto provaremos de um
prazer sem limites. Então quando finalmente conheci James Johnson eu
soube que ele seria o que eu precisava. Em minha completa submissão eu
poderia saciar todos nossos desejos, e tudo isso pelo prazer.
∞∞∞
Desde que aprendi que o dinheiro move o mundo, ele tem movido as
pessoas que me cercam.
Desde a minha adolescência é assim, quando criança, sempre vi meu
pai trabalhar duro para poder dar o melhor para nossa família, minha mãe
engravidou muito nova, aos dezessete anos logo após meu pai vir morar no
Brasil.
Meu avô não deixou nada da sua herança, faliu, gastando seus últimos
dólares em mulheres e charuto, meu pai nunca seguiu seu exemplo, sempre
foi um homem íntegro que lutava por nossa família. Tive uma infância difícil
pelo fato dele viver para o trabalho, mas o que deveria dizer a ele, sendo que
através do seu esforço ele buscava nos dar o melhor?
Aos poucos ele conseguiu, progredindo em pouco tempo abriu seu
próprio negócio, começando com revendas de perfumes, crescendo cada vez
mais, o que me fez ter imenso orgulho.
Jorge Johnson conseguiu tudo que almejava. Com meus quinze anos
eu tinha tudo de melhor que o dinheiro poderia comprar, mas com esse
dinheiro veio também à maldade, o interesse e a inveja. Antes o garoto que
era sozinho, agora estava rodeado de amigos.
Quando já estava na faculdade, minha mãe veio a falecer devido uma
parada cardiorrespiratória, depois disso nossa família acabou. Eu comecei a
me envolver com drogas e meu pai e eu estávamos cada vez mais distantes,
ele sempre saía à noite me deixando sozinho, andávamos por caminhos
distintos e depois de um ano, já estávamos praticamente falidos.

A notícia da nossa situação se alastrou, os caras que se diziam amigos


sumiram e a garota que eu achava que era minha namorada já estava com
outro cara.
E meu pai e eu chegamos novamente ao fundo do poço.
Uma semana depois, eu só pensava no que minha mãe sentiria sobre
meu pai e eu, se nos visse naquela situação. Então voltei para casa, decidido a
reconstruir nosso patrimônio, mas ninguém que não merecesse iria usufruir
do que eu construiria.
Nos anos seguintes trabalhamos como loucos, me formei em
administração, larguei toda aquela porcaria que meus ex-amigos ofereciam e
junto com meu pai criei a Bella Essência, em homenagem a minha mãe
Isabella, a empresa produzia, importava e exportava perfumes e cosméticos.
Tudo voltou ao normal, eu amadureci e aprendi que, é melhor andar
só do que mal acompanhado, mas também aprendi que no caminho podemos
conhecer pessoas de bem, como minha amiga Fernanda.
A conheci no início da abertura da Bella, ela tem minha idade e me
deu muitos conselhos sobre finanças e administração, desde então somos
grandes amigos, eu nunca mais quis me relacionar com alguém sério. Todas
que vinham até mim já tinham um interesse em mente, minha fortuna. Por
isso me tornei bem resguardado, apesar disso meu pai insistia em dizer que
eu devia arrumar alguém para casar, ter filhos, alguém para herdar nosso
patrimônio.
Eu não queria pensar nessa ideia, mesmo sabendo que o maior sonho
do meu pai era ter seus netos e junto à certeza de que eu teria uma boa esposa
ao meu lado. Eu tratava de refrear qualquer pensamento sobre isso, sabia que
seria difícil encontrar uma mulher que se entregasse aos meus desejos, se eu
me casasse não conseguiria viver preso, sem poder libertar o que há dentro de
mim.
Jamais obrigaria uma mulher a ceder as minhas vontades apenas para
me agradar, no meu mundo apesar de eu escolher dominar é a submissa quem
escolhe para quem vai se ajoelhar. E com o dinheiro que tinha, podia pagar
pelo que queria, sem dramas ou amarras, sem conflitos ou desilusões, apenas
dominação, sexo e prazer, muito prazer.
∞∞∞
Capítulo 1

Acordo mais uma noite com o corpo em combustão, sem nenhum tipo
de alívio, nervosa, afinal, amanhã começarei em um novo emprego que
minha madrinha me conseguiu na casa do filho do seu patrão. Então preciso
acordar cedo e estar bem-disposta para o trabalho, já que eu cuidarei sozinha
da casa e ganharei bem para isso.
Levanto-me e pego um vibrador com estimulador clitoriano, um dos
diversos que possuo. Eu venho tentando sempre encontrar um cara que me
domine sexualmente, mas nem um deles é o certo, eu sei só pelo fato da
leveza da dominação durante o ato sexual.
Saí com um cara na semana passada e quis morrer para que aquilo
acabasse logo. Quando conversamos durante a semana falamos sobre tudo,
inclusive desejos sexuais, eu contei os meus fetiches e ele disse que era
adepto a prática BDSM, lógico que me empolguei e pensei: Ele pode ser um
dominador fodástico!

O cara era enorme de grande, mas no momento mais almejado por


mim. Ah... Que decepção! Ele batia como uma moça e a cada cintada em
minha bunda ele perguntava se era demais, eu queria ser dominada, eu
possuía uma palavra segura, mas ele não era um dominador para mim. Voltei
frustrada para casa e ele todo bobo alegre acreditando que havia me feito
gozar, nem foi capaz de notar o quanto eu fingi.
Agora aqui estou eu, tentando me dar prazer, mas prefiro um vibrador
a ficar com um cara que não pode me dar o que procuro. Depois de muita
estimulação consigo alcançar um prazer mediano, viro-me para o lado e
durmo, com a certeza de que o próximo dia sempre pode trazer boas
surpresas.
∞∞∞
— Tati acorda... — Ouço um fiapo de voz, distante. — Tati acorda,
vai perder a hora! — O ser grita me fazendo pular.
— Porra, May! Quer me matar do coração? — Pergunto indignada
com Maycon, meu melhor amigo para toda a vida.
— Matar eu não vou, mas a Tia Maria sim. Melhor vai te esfolar viva
se pisar na bola com o filho do chefe dela.
Olho para o relógio e me lembro do meu compromisso, se May não
tivesse me acordado, eu perderia a hora.
— Obrigada May, nem sei o que faria sem você. Mas como conseguiu
entrar?
— Cheguei e sua mãe estava saindo, então entrei.
— Nossa, ela saiu cedo para a faxina. — Afirmo olhando para o
celular que marca cinco e quarenta e cinco.

— E eu vim aqui para você não se atrasar e irmos juntos, como vou
para Copacabana e você também, podemos rachar um táxi.
— Tudo bem. Em dez minutos estou pronta.
∞∞∞
Toco a campainha da casa reparando em tudo nela, realmente era
linda e luxuosa, se por fora é assim já consigo imaginar por dentro. Fico uns
dez minutos tocando a campainha repetidamente. O porteiro disse que o
senhor Johnson não havia saído, mas ninguém atende.
Encosto na parede aguardando, até que ele abre a porta. Eu já o vi
muitas vezes pela televisão, em entrevistas e sites falando sobre as suas lojas
que se expandiram rapidamente pelo mundo.
James é alto, pele bronzeada, cabelos e barba com fios sedutoramente
grisalhos.
— Bom dia senhor, sou Tatiana a nova empregada. Me desculpe por
acordá-lo, mas me disseram para estar aqui às sete em ponto e não quis me
atrasar. — Explico, arrumando minha postura e despejando várias
informações sobre ele.
— Entendi, entre. — Ordena com a voz rouca, me olhando de cima
abaixo. — Sente aqui e vamos combinar tudo. — Diz ao entrarmos na casa.
Eu me sento o admirando, quase babando, isso porque ele é gostoso
demais, incrivelmente sexy, sua voz, seu olhar e sua postura exalam sedução.
— Senhor, eu gostaria de agradecer a oportunidade antes de tudo. Sei
que não vai se arrepender.
— Só James por enquanto Tatiana. Maria explicou tudo sobre o
serviço e o salário? — Indagou sério.

— Sim.
— E você está de acordo com o pacote de benefícios que eu ofereço?
— Sim.
— Já sabe seu horário?
— Sim.
— Só sabe responder sim? — Ele questiona me lançando o primeiro
sorriso e eu engasgo.
Cristo! Que homem é esse?
— Sim. Não... Desculpe senhor. — Respondi sem jeito, senti meu
rosto esquentar e me remexi desconfortável no sofá.
— James. Por favor. — Corrige. — E na área de limpeza têm
uniformes, use-os por enquanto, providenciarei mais conjuntos. Hoje a casa
precisa de uma boa limpeza, há dias que não vem ninguém limpar. — Ele
explica me mostrando os cômodos da casa e finaliza me deixando na área de
limpeza.
Olho para o uniforme e sei que não vai servir, é pequeno demais,
nunca encontro uniformes de tamanho G verdadeiros, os tamanhos grandes
sempre são menores do que o esperado.
Respirei fundo e olhei para o uniforme novamente, sem opção o
coloco. Como eu previ, ficou apertado demais, fico na dúvida se saio ou não
com o que mais parece uma fantasia íntima do que uniforme de trabalho.
Quando decido sair, James entra na área de serviços e ao analisar todo meu
corpo ele paralisa.
— Porra! Não. Pode tirar! — Exclama com cara de malvado, sério ele
fica tão mais gostoso.

Devaneio com a fantasia suja corrompendo minha sanidade, com


formas inapropriadas dele me fodendo e sendo completamente malvado
comigo.
— Desculpe... James, eu não queria ser indiscreta, mas isso não vai
caber em mim, mas eu vesti assim mesmo, não queria já começar trazendo
problemas.
— Você com certeza vai ser um problema menina. — Sua voz sai
grave, meio ríspida, faz um sinal em negativo, mas sem tirar os olhos dos
meus seios que estão quase pulando para fora de tão apertado que o uniforme
ficou. — Você trouxe uma roupa sua mais confortável que dê para trabalhar
hoje?
— Sim... Claro, eu sempre trago comigo.
— Ótimo use-a hoje e por esses dias, até eu encomendar uniformes
novos para você. Eu vou subir e me arrumar, pode preparar algo para o café?
— Sim senhor, quer eu prepare algo especial? — pergunto babando
no seu corpo, eu nunca vi homens vestindo esses pijamas masculinos, mas
James é uma delícia dentro deles.
— O que você conseguir fazer em uma hora está de bom tamanho. —
Ele sai em direção aos quartos e eu para a cozinha.
Hoje quero impressionar.

∞∞∞
Já tive muitas mulheres ao longo dos meus trinta e oito anos, nunca
quis um relacionamento sério, para não ter problemas, ser solteiro me dá
liberdade de ter quantas quiser, e todas as mulheres que me envolvi
sexualmente são pagas para isso.
Sempre procuro por um serviço de submissas de luxo, assim eu posso
ter uma submissa treinada e que vai saber me agradar. Para depois não sair
por aí criando ilusões amorosas só porque lhe dei certo carinho depois de
uma boa noite de jogos.
O único relacionamento que tenho é com meu pai e Fernanda, isso
para mim já é o suficiente, então eu não saio por aí fazendo sexo com
mulheres que podem se tornar um problema no futuro.
Tenho uma imagem de empresário sério a zelar, mas essa garota na
minha casa veio para foder com tudo. Ela é de uma beleza sem igual, seu
sorriso é cativante e aqueles olhos gulosos que me devoram... Porra! É para
foder qualquer homem. Seu corpo fora dos padrões é só mais um atrativo,
tive que conter a vontade de tocá-la.
Quando cheguei à área de serviços e a encontrei com aquele uniforme
justo demais para suas curvas, foi o ápice para mim. Se eu pudesse teria
fodido com ela ali mesmo. Tatiana parece ser uma mulher submissa, mas
posso estar enganado e como já disse, não quero problemas ou escândalos.
Tomo um banho demorado já pensando quais seriam os danos se eu
fodesse com ela, mas como seria? Ela aceitaria meu jeito de ser, saciaria
minha fome e se submeteria a mim? Eu nem deveria estar pensando sobre
essa hipótese, mas não posso parar minha mente.

Já pronto sigo em direção à cozinha e o aroma de café me agrada,


olho e vejo um bonito e pequeno bolo, pães e torradas organizadas na mesa.
Olho ao redor em busca de algum sinal da nova empregada, mas está tudo
silencioso, vou até a área de serviços à sua procura e a encontro com uma
roupa que por Deus, não sei qual é pior.
—Tatiana. — Chamo seu nome completo porque é um nome quente e
excitante demais, ele queima a ponta da minha língua para ser dito.
— Senhor me desculpa, eu já deixei tudo pronto para seu café, eu vim
começar o serviço, não sabia se o senhor gostaria que eu o servisse então…
— Eu quero sim. Vamos! — a interrompi ordenando e ela obedeceu
feito uma cachorrinha sexy, já estou duro com o pensamento de ter ela me
servindo.
Sento-me à mesa e ela vem toda solícita servindo meu café, seu short
extremamente curto revela suas coxas grossas, sua bunda grande e apertada
pela roupa me faz querer marcá-la ali. Ela se aproxima para colocar café na
xícara e ao notar o tamanho da ereção, treme derrubando o café em minhas
calças.
— Merda! Me desculpe senhor... — Ela diz nervosa passando pano
em cima do meu pau que já estava quente por ela e agora pega fogo.
Ao sentir ele pulsar embaixo do guardanapo ela começa a respirar
pesadamente, sua proximidade me permite analisar seus peitos mais de perto
e porra! São grandes e me deixam com água na boca para mordê-los.
Aperto sua mão cessando os movimentos que fazia em cima do meu
pau tentando secar, mas que para mim estavam quase me masturbando. Ela é
tentadora e gostosa demais, esses olhos mostrando que quer ser fodida
brutalmente do jeito que eu gosto eram uma perdição, mas não quero arriscar,
ela pode trazer muitos problemas.

— James! James! — saímos do transe que nos prendeu quando a voz


de Fernanda irrompe o ambiente.
Eu não sei se agradeço ou se choro porque mais um tempo daquele
jeito eu foderia primeiro e pensaria depois.
∞∞∞
Capítulo 2

Eu estava indo muito bem para um primeiro dia, fiz um bolo de milho
cremoso delicioso para ele, coloquei torradas, queijos e pães na mesa,
deixando tudo bonito e organizado como uma antiga patroa havia me
ensinado.
Depois de tudo pronto vou até a área de serviço ver os produtos de
limpeza para organizar e dar início ao meu trabalho, enquanto estou distraída
com meus afazeres James se aproxima me analisando. Seu rosto sério e
másculo é muito excitante.
—Tatiana. — Ele chama com uma rouquidão que me seduz.
Minha nossa senhora, tento ser uma funcionária séria, mas perto deste
homem eu fico numa moleza, minha mente só pensa em obscenidades com
ele, será pecado?
Solto uma enxurrada de explicações e o questiono sobre o fato de
servi-lo, ele diz que sim e eu o segui tentando refrear meus pensamentos. E
esse é só o primeiro dia.
Ele se sentou e eu comecei a servi-lo, mas quando me aproximo e
noto o quanto ele está excitado não consigo evitar olhar sua ereção em
evidência esticada na calça, fico tão aturdida que derrubei café em cima dele.
Rapidamente pego o pano e começo secá-lo e minhas mãos tremendo e ao
sentir ele tão duro fico desconcertada, mas logo ele segura minha mão
cessando os movimentos, estamos presos em olhares quando uma voz
feminina surge.
— Nanda! Não sabia que vinha hoje. — ele diz soltando um pigarro.
— Eu vim trazer algo para tomarmos café da manhã juntos, e ela,
quem é? — Ela questiona me analisando e pelo seu olhar posso dizer que não
seremos amigas.
— Ela é Tatiana minha nova empregada. Tati essa é Fernanda minha
melhor amiga. — Ele diz e ela apenas acenou e eu fico na minha.
Coloco mais um lugar à mesa para ela, ignorando o clima estranho
que se instalou.
— Pode colocar esses na mesa e retirar isso aqui. — Ela diz me
entregando uma sacola fina de uma padaria e me manda retirar tudo que
preparei.
Quando vou fazer James interrompe.
— Deixe tudo aí Tati. — Ele me encara sério e ela logo retruca.
— James, é pão de milho, são seus favoritos, trouxe especialmente
para você, querido.
— Eu sei Nanda, obrigado por se preocupar, mas a Tati correu para
preparar a mesa do café e não quero fazer desfeita, coloque o pão aí que
comerei dele também. — Eu obedeço e Fernanda me entrega a sacola com
uma cara nada boa.
Depois de passar a manhã toda limpando metade da casa, fiz uma
pausa para começar o almoço e quando está quase pronto escuto o telefone
residencial tocar.
— Está tudo bem por aí Tati? — Sua voz rouca soou ao telefone.
— Sim senhor... Digo James. — respondo nervosa, por que ele me
deixa nervosa?
— Certo, eu já estou indo para casa vou almoçar aí, deixe tudo pronto
em quinze minutos eu chego.
—Tudo bem, eu coloco mais um lugar à mesa para sua amiga?
— Não, não. Eu vou almoçar sozinho. — ele fica em silêncio, mas
não desliga.
— Tudo bem, até mais.
— Até. — ele desliga e eu demoro alguns segundos até despertar do
transe que me prende quando falo com ele.
Preparo o almoço e quando já tenho tudo pronto vou até a cozinha
para tentar comer antes que ele chegue, mas meu celular toca e ao ver a foto
de May decido atender, pode ser urgente, já que ele nunca me liga em meio
ao expediente de trabalho dele.
— Oi May, não posso demorar meu chefe está voltando para almoçar
em casa.
— Tati, preciso muito de um favor, muito mesmo amiga.
—O que foi? Se for dinheiro já aviso...
— Na próxima sexta-feira haverá uma recepção com todo pessoal do
marketing da minha empresa, só para dar boas-vindas aos novos investidores
e preciso que venha comigo.
— E por que preciso ir com você? — pergunto sabendo aonde ele
quer chegar.
— Já te falei o quanto meu chefe é machista, misógino e
preconceituoso? Mas, ainda assim quero impressioná-lo, e se você vier
comigo, talvez eu ganhe pontos com ele, todos meus amigos estarão
acompanhados. Por favor, não posso ser o único sem um par. — Ele implora,
sabe que não consigo negar nada a ele.
Eu e Maycon somos amigos há muito tempo e sabemos tudo um sobre
o outro, até os segredos mais sujos.
— Tudo bem, vou com você, mas você paga o vestido que eu
escolher.
— Combinado! Fico devendo essa, te ligo quando sair para irmos
embora juntos.

— Beijinhos. — Me despeço.
Escuto um pigarro, me viro e James me encara, tão gostoso e sensual.
Seria errado querer foder com o chefe logo no primeiro dia?
— Estou esperando você me servir. — saiu dando-me as costas.
Filho da mãe Gostoso!
∞∞∞
Foi uma semana de merda, estava cheio de reuniões e trabalhos que
necessitam muito do meu tempo, não consegui tirar um dia para relaxar, e
para completar Fernanda atormentando minha mente com suas desconfianças
em relação a Tati, eu entendo que Nanda sempre foi assim, desconfiada com
todos, sempre tentando me proteger de pessoas interesseiras, e ao notar a
atração que senti, pela Tati ela ficou ainda mais impossível.
Agora se tem alguém querendo foder minha mente esse alguém é
Tatiana. Aquela cadelinha veio para tirar minha sanidade com suas roupas
curtas que usa para trabalhar, eu fico em constante indecisão entre mandar
fazer o uniforme para cobrir todo aquele corpo delicioso, ou continuar me
deliciando com suas curvas, aquelas coxas grossas e aqueles peitos enormes
estão me enlouquecendo.
Ainda para completar ela me fita o tempo todo com aqueles olhos
gulosos, dizendo silenciosamente que quer foder. Ela quer que eu a foda e eu
realmente quero fodê-la até me acabar.
Fiquei o dia todo a imaginando de joelhos levando meu pau até o
fundo de sua garganta enquanto meto duro até gozar gostoso, puxando seus
cabelos e encarando seu olhar faminto para mim, sempre querendo mais com
uma boa putinha submissa. Porra! Essa última noite acabei batendo uma,
coisa que há muito tempo não faço.
Hoje a evitei, sai bem cedo e não vim almoçar, ela ligou pedindo para
sair mais cedo do seu horário e eu agradeci aos céus por isso. Tenho que ir
para casa me arrumar e se encontrasse com ela seria mais pensamentos
pervertidos, uma ereção dolorosa e malditas bolas azuis, eu quero foder com
ela, mas não posso, isso com certeza me traria problemas futuros.

Chego ao coquetel da R&R Marketing, a nova empresa que fechamos


contrato para BELLA ESSÊNCIA, avisto rostos familiares de empresários e
alguns gerentes de marketing, como Ricardo dono da R&R que vem em
minha direção.
— James, como vai? — Cumprimenta apertando minha mão.

— Vou bem Ricardo, vim para fazer uma breve presença, logo tenho
que ir. — Deixo um recado de que não vou demorar.
Essa merda está entediante e minha mente está em outro lugar.
— Mal chegou parceiro, relaxe um pouco, logo vamos finalizar tudo.
— ele diz e eu concordo com um aceno, estou de mau humor e quero ir para
casa.
Quase uma hora inteira naquela recepção e eu estava muito mais que
entediado, havia mulheres em cima de mim como moscas, mulheres do tipo
que não aprecio, há também jovens empresários e funcionários puxando meu
saco. Não que eu seja soberbo, não é isso, eu só gosto de pessoas verdadeiras,
sem interesses supérfluos e que acham que me paparicando vão tirar alguma
vantagem.
Estou tentado a ir embora quando meu corpo fica tenso ao ver a
mulher que vem tomando meus pensamentos, ela está acompanhada de um
cara que tenho certeza que é gay, só de olhar seu jeito, postura ou como
segura a mão dela.
Os cabelos dela num tom escuro e luminoso caídos pelo ombro, seus
seios que me enlouqueciam estavam apertados em um vestido preto
esvoaçante, fui incapaz de não ficar duro, apenas com sua imagem. Tatiana
era um pecado de mulher, da mesma maneira que meu corpo a queria minha
mente a rejeitava, ela poderia se apaixonar e eu não a corresponderia, ela iria
à mídia e isso foderia com a minha imagem e com tudo que eu construí por
todos esses anos.
Lutei para sair das drogas e da depressão pela morte da minha mãe,
meu pai e eu saímos do fundo do poço e construímos um império, não posso
jogar tudo na lama por uma foda qualquer.
Saio rápido, praticamente fugindo assim que ela tem seus olhos sobre
mim. Pela primeira porta que passo eu entro, meu corpo dominado pelo tesão
me impede de raciocinar, eu só preciso extravasar aliviar essa maldita tensão
que se instala toda vez que a vejo.
Sento-me na tampa do vaso sanitário e abro o zíper da minha calça
liberando meu pau duro e quente que pulsa por ela. Relaxo meu corpo e
começo um vai e vem rápido e bruto em minha ereção, fechando os olhos
imagino as mãos dela no lugar da minha, estou em uma fantasia paralela
quando ouço o barulho da porta se fechar, eu jurava que havia trancado essa
merda.
Olho para entrada meio assustado e me surpreendi ao encontrar
Tatiana, ela está com aqueles olhos gulosos e famintos por mim, desde a
primeira vez que nos vimos ela não fez questão de esconder que me deseja o
que torna tudo mais excitante.
Trancando a porta se aproxima, continuo me masturbando enquanto a
encaro, ela vem e se ajoelha entre minhas pernas e eu inconsciente abro mais
ainda para que ela se acomode.
— Me deixe ajudar senhor... — Sussurra encarando meu pau com
uma boquinha sedenta entreaberta.
— Filha da puta. — rosno quando sua boca chupa só a cabeça. — É
isso que você quer? — assente com rapidez e eu ordeno — Abre o vestido.
— ela abre, deixando a mostra os seios fartos sustentados por um sutiã
transparente tomara que caia, que me permite ver seus biquinhos duros de
tesão.
Tatiana geme apertando seus seios e contenho seus movimentos.
— Eu não mandei você se tocar, vem aqui e me chupa. Não veio aqui
em busca disso? Não é uma cadelinha gulosa, sedenta pela minha porra? —
Pergunto e quando ela acena positivamente com olhar baixo eu não resisto.
A puxo forte pelos cabelos fazendo sua boca descer por toda minha
extensão, logo de primeira ela me leva até a metade. Com uma mão em seus
cabelos e a outra em sua garganta louco para sentir meu pau ali no fundo eu a
forço a descer mais, a maldita geme gostando do tratamento bruto.
— Gosta assim sua safada, gosta de chupar meu pau? Ahh, merda!
Como você chupa gostoso Tati. — gemi com meu orgasmo se aproximando.
— Tati eu serei mais duro com você, se não aguentar e for demais bata em
minha perna entendeu?
— Sim senhor. — sua resposta foi de maneira submissa, do jeito que
eu gosto.
Faço uma pressão forte em seu pescoço e sinto meu pau pulsar em sua
garganta, com a mão em seus cabelos sedosos, forço minha ereção cada vez
mais fundo, bato e volto em um ritmo frenético, ela engasga e penso que
precisa de um pouco de ar, mas ela apenas suga mais forte apertando minhas
calças e me puxando para si me fazendo delirar.
— Caralho, que delícia Tatiana! Minha cadelinha... Porra está me
deixando doido!
Meti mais rápido e fundo, soltei sua garganta e apertei com força seu
peito grande e gostoso, ela gemeu alto entalada com meu pau e aquilo foi
meu fim.
— Ohh... Isso. Estou comendo sua boquinha safada, Porra! Vou gozar
no fundo dessa garganta apertada porque é isso que você quer. — mais duas
estocadas estou esporrando em sua boquinha, alucinado, cheio de tesão,
gozando tão gostoso quanto já gozei um dia.
Eu a trago para meu colo e beijo sua boca gostosa que me deu tanto
prazer, rapidamente tirei sua calcinha e toquei sua entrada que está
encharcada, ergo seu vestido e aperto sua bunda grande e gostosa, já
imaginado meu pau ali, entrando gostoso.
— Você não vai gozar Tatiana. — sussurrei em seu ouvido, vendo-a
se arrepiar inteira com meu toque e minhas palavras. — Amanhã eu quero
ver essa bocetinha escorrendo de desejo por mim. Não era isso que você
queria? Me tirar à razão? Agora conseguiu, vai dormir latejando, desejosa por
mim e amanhã a gente conversa.
— Sim senhor...
Ela diz manhosa e eu a beijo, um beijo voraz e gostoso, Tatiana geme
e está decretado, essa filha da puta me fodeu!
∞∞∞
Capítulo 3

Eu sou louca, fodidamente louca, passei a semana toda querendo ele,


desejando insanamente, a cada movimento seu pela casa ou quando eu lhe
servia, um toque despretensioso de nossas mãos me deixava em combustão.
Eu sabia que ele me queria, mas algo em sua maldita mente o impedia de
ceder.
Fui para o coquetel com May, mas sem segundas intenções, até
porque eu não sabia que ele estaria lá, eu o observei por toda a festa desde a
hora que chegou. Estava lindo todo elegante, seu semblante era entediado e
eu queria ajudar a acabar com o tédio, mas pensei: Se eu estiver enganada a
respeito de ser correspondida por ele, posso ser demitida logo na primeira
semana.
Merda! Que pessoa quer foder com o chefe, que conhece a uma
semana? Eu não posso ser normal!
Quando ele finalmente me notou ficamos presos em nossos olhares
até que ele fugiu, isso mesmo, como um garoto covarde, mas como sou uma
mulher decidida eu vou atrás. Não faço o tipo dessas mocinhas que ficam
esperando o cara chegar até elas, ou aquelas que coram com um toque
inocente, eu quero mais é que ele me toque de forma não inocente,
pervertidamente.
Sigo o mesmo caminho e entro no banheiro atrás dele, levo certo
tempo gravando a imagem que nunca vou esquecer, ele sentado olhos
fechados, cabeça levemente caída para trás enquanto movimenta sua mão
rapidamente sobre seu pau. Daquele segundo em diante eu não agia mais de
forma coerente, não havia controle de nada que me fizesse parar, e o modo
que ele dominou tudo me fez perceber que ele é o meu perfeito dominador,
mas eu preciso conquistá-lo, preciso dele e sei que ele pode me dar o que
meu corpo precisa, apenas nessa pequena demonstração eu sei que preciso
dele.
Saio daquele banheiro sem nada, sem fôlego, sem calcinha e sem
razão, saio perdida em lembranças e pensamentos, sabores e toques, mesmo
sem gozar, mesmo ele me privando do prazer, me castigando por incitá-lo, eu
ainda me sinto satisfeita.

— Voltei May, me desculpe, eu precisava falar com meu chefe e...


— Você não estava transando no banheiro, não é? — indagou, e foi
difícil conter o riso.
— Sexo oral entra na categoria transar? Ou transar é só penetração?
— Cala boca vadia sem vergonha! Meu Deus! Você vai para o
inferno sabia? — Maycon acha graça da minha situação.
— Eu não! Você é quem vai, invejoso! — ele faz um bico engraçado,
mostrando-se indignado.
— Vamos até ali falar com meu chefe, daqui a pouco podemos ir
embora e comer comida de verdade. Isso aqui está uma porcaria. — ele diz, e
caminhamos em direção a um grupo de homens bem vestidos.
— Senhor Ricardo, essa é a minha acompanhante Tatiana. Tati esse é
meu chefe Ricardo Romanini. — quando o homem se vira para nos
cumprimentar o chão se abre debaixo dos meus pés.

— Olá Maycon, bela moça, prazer senhorita Tatiana. — ele diz com
um sorriso sinistro.
Não é possível, não pode ser ele, não tem como. Meu corpo todo fica
tenso, sinto uma leve tontura e May me ampara.
—Oi... — Murmurei tão baixo que eu mal me escuto.
— Tati, está bem querida? — May pergunta e não consigo raciocinar
direito.
Ele morreu... Eu vi, não era para ele estar aqui, ele trocou de nome,
merda por que ele está aqui? Ele não para de me olhar, seu sorriso sumiu
disfarçadamente, mas ele ainda me encara com aqueles olhos azuis que por
vezes parecia cinza, sombrio e que guarda nossos segredos.
— Está tudo bem por aqui? — ouço a voz de James aproximando-se
de nós.
— A senhorita Tatiana parece não se sentir bem.
A voz do demônio soa em meus ouvidos, mas minha mente está
distante, paralela entre o presente e o passado.
É como se eu ouvisse sua risada naquele dia e estivesse viva depois de
todos esses anos. Ele está dez anos mais velho e ainda mais bonito, mas hoje
vejo a maldade em seu olhar, aquela que não consegui ver quando ele me
seduziu. Maldito! Voltou do inferno como é possível?

— Tati. Hei, olha pra mim! — James ordena e eu obedeço


rapidamente. — Você está pálida, vamos tomar um pouco de ar lá fora.
— Eu a levo senhor Johnson. — May diz, mas James logo contesta.
— Ela é minha funcionária, eu a levo, logo voltamos e eu levo vocês
dois para casa. — Decide sem nos consultar e me leva para fora daquele salão
mais rápido que pode.
— Obrigada, já me sinto bem, é melhor eu ir embora. — digo
tentando me afastar, não quero ter que dar explicações.
— Shhh... Fica quietinha aqui. — disse me puxando para um corredor
mal iluminado, no lado de fora do salão onde acontecia a recepção.
— James eu tenho que ir, amanhã eu trabalho, você sabe.
— Eu sei, mas antes de ir vai me explicar que cara de espanto era
aquela lá dentro, parece até que viu um fantasma.
É ele deveria ser só um fantasma, mas está ali em carne e osso. —
penso.

— Minha pressão caiu, acho que foi o calor, nada demais. — minto.
— Tem certeza? Eu acho que está me escondendo algo, mas por hoje
sua explicação serve, mas amanhã vamos conversar, ouviu?
— Sim senhor...
Sinto o clima mudar, existe uma alta tensão sexual entre nós. Ele me
encara e eu abaixei o olhar em sinal de submissão, James se aproxima me
prensando na parede e suas mãos entraram por baixo do meu vestido.
— Você me deixa doido sabia? — ele sussurra e beija meu pescoço.
— Queria foder com você agora, mas não posso, não sem antes entramos
num acordo.
— Tudo bem senhor, como quiser... — digo manhosa, levada pela
excitação do momento.
— Você é uma tentação do caralho, estava passando mal e agora está
aqui com essa boceta gostosa piscando, louca por mim. — leva sua mão
segurando possessivamente a minha boceta, esfregando seus dedos entre os
lábios extremamente molhados.
— Ahh... James. — Meu gemido sai mais alto que o esperado.
— Baixinho cadelinha, não vai gozar hoje, quero você amanhã ainda
mais louca pelo meu pau do que já é. — James me beija sem deixar de me
acariciar. — Faz tanto tempo que eu não beijo...
Um barulho de algo caindo nos assusta, James me abraça me cobrindo
com seu corpo e disfarçadamente arruma meu vestido. Olhamos ao redor e
não vemos ninguém.
— James é melhor irmos.

— Sim. Você me enlouquece alguém poderia ter me visto e eu estaria


em todos os jornais amanhã. — ele diz e se recompõe. — Agora vamos Tati,
e pare de me olhar assim antes que eu perca o juízo.
Voltamos ao salão e lá May já me aguardava preocupado, me despeço
de James e digo que eu e May vamos de táxi, até que ele se convence e me
deixa ir.
— O que houve com você, está melhor? — May pergunta aflito.
— Estou bem, conversamos no caminho, podemos ir. — digo olhando
para os lados com medo que “ele” apareça.

— Tudo bem, vou só avisar meu chefe.


— Posso esperar aqui? — pergunto engolindo seco.
— Ok, eu não demoro.
Meu olhar acompanha May até o grupo de homens, o vejo falar com o
chefe que imediatamente fixa seu olhar em mim. Ele abre um sorriso
perverso e acena para mim enquanto meu amigo volta em minha direção.

— Já pedi o táxi, Vamos?


—Vamos...
No caminho de casa Maycon me questiona e eu me perco em
pensamentos, não dá para acreditar que ele esteja aqui, eu o vi morrer, sempre
tive certeza que estava enterrado em algum lugar por aí. Mas não consigo
entender, será que o tiro não o matou ou alguém entrou depois de mim e o
socorreu?
— O que houve com você Tati, me conta, sabe que pode confiar, não
sabe?

— Eu sei, eu vou te contar tudo, mas você tem que estar preparado e
prometer não surtar.
— Eu juro. — diz, fazendo sinal de jura para mim, e eu conto todo
meu passado obscuro, meu segredo sangrento e vergonhoso. — Não pode
ser... — Ele diz e seus olhos estão cheios de lágrimas.
— É a verdade...
— E como você ainda pode gostar disso, de fazer sexo dessa maneira,
você é louca?
— Fala baixo! Eu sei que parece loucura, mas isso já existia em mim
antes mesmo do meu envolvimento com ele. Depois ele abusou da minha
paixão e entrega, eu achei que ele estivesse morto, mas ele está vivo e é seu
chefe.
— Como pode isso? Parece até filme. Eu vou observá-lo, mas você
tem certeza que é ele?
Maycon me encara com aqueles olhinhos meio puxados e o cenho
franzido.
— Absoluta, eu nunca esqueceria seu rosto, pode ter se passado muito
tempo, mas é ele, o olhar sádico e perverso e sei que ele me reconheceu,
porque lançou o mesmo olhar para mim hoje à noite.
May me abraça e ficamos em silêncio, eu sei que é ele, aquele dia eu
jamais esqueceria, mas ele não vai voltar e me destruir, amanhã é um novo
dia. Amanhã James me espera e talvez ele me queira como sua submissa,
porque eu sei o que eu quero, eu quero lhe entregar a minha submissão.
∞∞∞
Capítulo 4

Eu estava naquele lugar novamente, o lugar onde eu perdi meus


sonhos e depois meu amor. Nossos gritos se tornaram altos, a voz dele era de
raiva e descontrole, a minha aterrorizada.
Ele soltou um rugido zangado quando disse:

—Você me destruiu Tati, é isso que você faz, destrói as pessoas.


— Não, por favor, pare de dizer isso, você me destruiu, acabou com
meu amor, abusou da minha entrega a você! — eu dizia sem mais poder
suportar seus gritos.
— Eu sei que errei, mas me deixe consertar, você tem que me
perdoar... Naquele dia eu não tive culpa...
—Teve porra! Você teve, eu ainda ouço as risadas daquelas pessoas
imundas, eu sinto o cheiro e o toque em minha pele, eu sinto! — gritei entre
soluços e lágrimas.

— Minha vida... — ele sussurrou.


— Não sou sua vida, nunca mais me chame assim!
—Você é. Sem você eu não vivo...
— Então morra!
— Me mate. — ele retrucou.
— Eu vou embora daqui. — disse tentando sair, mas logo ele avançou
em minha direção e segurou meu braço.
Dali em diante foi como se um borrão vermelho passasse alastrando
terror e morte. O vermelho brilhante do sangue jorrou, eu chorei o tempo
todo, eu senti medo e senti raiva à culpa me assolou.
Meu corpo tenso e pesado tremia incontrolavelmente, eu sentia o
cheiro do sangue, minhas mãos trêmulas estavam sujas e havia respingos por
todo meu rosto e eu o olhava apavorada, seu corpo inerte caído próximo a
mim enquanto seu sangue se esvaía e espalhava-se pelo chão.
Seus olhos claros que instantes atrás me olhavam e me imploravam
por perdão estava arregalados sem vida, sem nenhum resquício do homem
imponente que me dominava, o sorriso sádico que eu vi aquela noite já não
existia mais, ali só havia sangue.
De repente o cenário mudou, aquele lugar era o salão do coquetel, eu
estava no banheiro ajoelhada e fazia sexo oral em James, quando levantei
meu olhar para James ele não estava mais lá, sua voz rouca agora era
medonha, seus olhos castanhos agora eram de um azul diabólico e ele sorriu
quando disse:
— Minha vida, senti saudades e voltei para você!
Acordei num sobressalto em minha cama, meu corpo estava suado e
meu telefone tocava, olho para tela e vejo um número desconhecido, mas ao
atender uma voz conhecida me traz alívio.
— Onde você está? — a voz de James soou dura e nervosa do outro
lado.
— Eu estou em casa, mas estarei aí o mais rápido possível. — afirmo
ao constatar que estou muito atrasada.

— O que está acontecendo Tatiana, por que está ofegante. O que


estava fazendo?
— Nada.
— Você estava se tocando? — Perguntou. Sua voz mudou para um
sussurro, rouco, excitado pela ideia.
— Não. Só acordei assustada por perder a hora, me desculpe.
— Esteja aqui o quanto antes. — diz e desliga na minha cara. Vadio!
Corro para o banho e depois de me arrumar, disco o número do
Maycon que também deve ter perdido a hora.

— Acorda! Estamos atrasados e vamos ter que ir de táxi de novo.


— Não senhora, você está atrasada, meu corpo trabalha somente de
segunda a sexta já o seu é uma folga na semana e domingo no mês. — ele
debochou, rindo da minha cara.
— Amigo da onça, por que não me acordou? Eu esqueci que hoje é
sábado e perdi a hora, me empresta vinte? — reclamo e pergunto tudo às
pressas, estou lisa e até James me pagar preciso me virar.
— Passa aqui?
— Estou muito, mais muito atrasada, preciso de ajuda porque é hoje.
Te falei. Meu encontro com James! Esqueceu? — o lembro do dia especial
que quero ter hoje.
— Estou saindo de casa piranha. E sexo com chefe durante o
expediente não é encontro. — Ele retruca e me agracia com esses apelidos
carinhosos que só ele tem.
∞∞∞

Já passava das sete da manhã e Tatiana não havia chegado. Penso que
ela poderia ter desistido, mas não quando ela quem demonstrou tanto
interesse. Vou para sala esperando impacientemente por ela, eu estava como
um viciado por seu gosto e seu toque depois da sua pequena amostra de
sagacidade.
Eu estava desejoso para descobrir mais do seu prazer e poder explorar
seu corpo voluptuoso, seria nossa primeira vez juntos e eu estava quebrando
muitas regras, mas não queria parar, ontem à noite demos largada a uma
corrida sem limites e agora temos que ir até o fim e descobrir o que há lá.
Após longos minutos ela chega com um sorriso nervoso no rosto, mas
o seu olhar é puro desejo. Ficamos alguns segundos nos encarando e ela
analisa meu peito nu e desce até meus shorts de dormir, meu pau logo ganha
vida e é impossível esconder, já que estou sem cueca.
Eu queria fodê-la ali mesmo, mas tinha que dar a ela o poder de
escolha, se eu fizer tudo que tenho vontade e depois ela não aceitar, vai me
achar um canalha, então quero deixar tudo em pratos limpos.
— Vem aqui. — eu ordeno, já estava por um fio.
Mas precisava me segurar, ela veio obediente sem dizer nenhuma
palavra, e eu estava excitado com sua perfeita submissão, será que ela
praticava há muito tempo? Quão errado seria se eu adiasse a conversa e a
jogasse no chão da sala para fazê-la minha?
Puxei-a pela nuca e beijei sua boca, um beijo gostoso e sedento, eu
sempre tive prazer com submissas contratadas e eu não tinha essa
necessidade de beijá-las, a última vez que beijei uma mulher já havia muitos
anos e eu me sentia bem com isso, mas beijar Tatiana vai além de muito bom
é algo com que eu possa com certeza me acostumar.
— Nós vamos conversar? — pergunta separando nossos lábios.
— Vamos, sente se aqui. — ela senta calada, seu olhar encontra o
meu e eu sei o que ela quer, o que precisa e eu estou disposto a dar. —
Primeiro de tudo Tati, eu quero saber se você é capaz de diferenciar nosso
relacionamento patrão e funcionária e nosso envolvimento sexual?
— Eu sou sim, não ache que está falando com uma adolescente.
— Tudo bem é só para estarmos cientes de que nosso envolvimento
será sexual, não haverá jantares ou passeios, não teremos adequações nesse
acordo, não espere nada além de prazer entendeu? Eu não quero que você crie
ilusões.
— Não vou criar, eu compreendo tudo o que disse e aceito. — ela diz
agora em um tom mais ameno.
— Eu espero que seja assim Tati, não quero que se magoe. Eu gosto
de dominar e depois das sessões eu gosto de cuidar da minha submissa, lhes
dou carinho e afeto, mas quando acaba é cada um para o seu lado.
— Eu entendo...
— Não entende Tati, você está faminta e quer aceitar tudo para que eu
possa saciar seu desejo, mas seja racional, independente da forma que vamos
levar isso seremos livres e eu posso foder com outras mulheres, assim como
você pode.
— Eu já disse que entendi. Sexo sem compromisso eu posso foder
com outros e você também, mesmo que você me dê carinho e cuide de mim,
isso não passará de um cuidado pós-sessão. — Ela diz e sei que quer apressar
as coisas, mas no BDSM a pressa pode acabar com sua vida, acabar com seu
desejo e acabar com a sua sanidade.
— Certo somos adultos, vamos manter este acordo entre nós, se tudo
der certo podemos fazer um contrato, por hora providenciei um pequeno
acordo com as normas “SSC”, você as conhece certo?
— Sim, “São, Seguro e Consensual”, James eu sei tudo sobre BDSM.
— Ok, eu trabalho com simples e é isso que me excita, se for demais
diga vermelho, se estiver quase ao limite diga amarelo e se quiser mais duro
diga verde, assim vou conhecer seus limites, aqui é você quem detém o poder
mesmo que eu esteja no comando entendeu?
— Sim senhor. — Ela diz.
Está querendo me tirar do controle e eu já estou quase entregando os
pontos. Lhe dou o papel e ela assina consentindo nossas sessões.
— Hoje vamos começar com o básico, mas depois vamos falar sobre
o que gostamos e fazemos entendeu? — Ela confirma com olhar baixo e eu
não posso mais esperar. — Suba para o meu quarto tire a calcinha e vista seu
uniforme que deixei em minha cama.
Tatiana se levanta e apressadamente vai, agora é meu momento, eu
foderei, terei prazer e lhe darei prazer, porque tudo isso será somente pelo
prazer.
∞∞∞
Eu entrei naquele quarto, mais excitada do que já estive alguma outra
vez em minha vida, visto o uniforme e quando estou com a calcinha em meus
pés pronta para pega-la, sua voz irrompe o ambiente.

— Deixe-a no chão e deite na cama de bruços em cima da almofada


que está no centro. — Me deito e já posso sentir minha vagina pulsar de
necessidade. — Braços para cima. — Ele ordena e amarra meus pulsos em
uma corda que está presa a cama, ele abre minhas pernas e prende meus
tornozelos separados um do outro me deixando exposta. — Está muito
apertado?
— Não senhor... — Respondo, arfando em ansiedade.
— Você é demais... — Sussurra. — Não se esqueça das palavras.
Sinto um metal como uma faca em meu uniforme, bem próximo a
minha bunda, ele corta meu vestido me deixando mais exposta que antes,
acaricia meus lábios vaginais e eu não consigo me conter.
— Eu te direi o que fazer e você dirá sim senhor. Eu a levarei ao
limite e você pedirá por mais, sempre mais Tatiana.
Sua voz era rouca, grossa e autoritária, parecia um sonho bom, mas ali
com ele era minha mais nova realidade.
— Ahh... — Arfei excitada, escuto seu gemido de prazer quando
acerta o primeiro golpe com o cinto em minha bunda, de primeira eu me
encolho, mas após a dor o prazer me atinge, ele aplica dez golpes e eu gemo
cada vez mais alto.

— Porra! Você é tão sensível, posso ver sua boceta escorrendo por
mim cadelinha safada. — Ele bate mais duas vezes, mas diminui a força e eu
logo grito.
—Verde! — Ele bate mais forte e eu repito — Verde! Verde! Verde!
Sua respiração cada vez mais pesada, ofegante a cada golpe duro que
desferiu em minha bunda, eu sentia que gozaria só com aqueles golpes, mas
quando atingiu o vigésimo ele parou e dois dedos seus entraram em minha
intimidade.
— Gostosa de mais! Quer mais um dedo? — Confirmo em silêncio e
sinto mais dedo seu entrando apertado. — Você gosta disso não é, gosta de
ser uma putinha?
— Sim meu senhor... — Digo em um gemido.
— Eu vou te dar o que precisa, serei forte e duro diga se for muito. —
Ele diz enquanto coloca a camisinha.
— Sim... — Antes que eu termine a frase ele entra com tudo dentro de
mim, me rasgado e alargando, o sinto fundo em mim, apertado me deixando
no limite do prazer.
— Ahh... Porra que bocetinha gostosa! Você é uma puta safada
Tatiana, está sugando meu pau caralho! — Grita estocando duro e forte como
jamais eu recebi de alguém um dia.
Ele continuou firme puxando meus cabelos, montando em mim como
se me cavalgasse.
— Ohh... Eu...
— Shh... Não vai dizer nada agora, só se necessário às palavras de
segurança, vai tomar meu pau todo caladinha. Ohh... Muito gostosa! — Ele
gemia e aquilo me enlouquecia, eu estava no limite tudo em mim doía e
queimava, uma de suas mãos fora para o meu ombro e me puxava a seu
encontro num ritmo forte e punitivo que me fez atingir o clímax.
— Ah, Isso, mais... Verde! — Gritei louca e o prazer sem igual me
dominou.
Ali eu soube que ele é meu perfeito dominador.

∞∞∞

Fodido era isso que eu estava, ela é perfeita, eu estou investindo com
força depois de espancar sua bunda e ela grita cada vez mais verde!
Porra eu amo essa cor a partir de hoje, ela é insaciável sua boceta
gostosa sugando meu pau, nossos corpos suados e ela com o traseiro
arrebitado e ainda vestida com maldito uniforme apertado. Sua bunda grande
e deliciosa me faz ter várias ideias, mas por agora eu vou gozar como um
louco após arrancar mais um orgasmo dela.
— Mais uma vez. — Ordeno querendo que ela me aperte mais.
— Eu não posso mais senhor. — Ela geme, sei que pode e sei que
quer.
— Mais uma vez minha putinha, não me decepcione. — Levo dois
dedos sem aviso ao seu ânus e ela grita enlouquecida, mais algumas
estocadas e ejaculo, com sua doce voz gritando por mim, pedindo por mais,
ela dizia:
— Verde! Verde! Verde!
∞∞∞
Capítulo 5

PERFEIÇÃO: O mais alto nível numa escala de valores, excelência


no mais alto grau.
Essa é a palavra correta para definir o sexo com James, é maravilhoso
o modo como ele me domina a intimidade que possuímos juntos, é como se já
nos relacionássemos há anos, meu corpo o corresponde e quanto mais ele me
dá, mais eu quero. Quero mais dor, mais calor, mais sexo e mais prazer.
Fecho meus olhos e sinto cada toque, cada sensação que ele me deu, o
prazer inigualável que ele proporcionou, eu achei que depois que gozasse ele
descansaria, mas não, ele continuou e foi além, onde ninguém nunca me
levou.
Ele virou-me de frente para ele deixando que as cordas que prendiam
meus tornozelos se enroscassem. James terminou de cortar meu vestido com
uma linda faca de cabo preto e roliço, me deixou nua e analisou meu corpo
com fome, seu olhar de desejo percorreu por meus seios e minha boceta. Ele
se afastou e mexeu em uma gaveta e voltou com prendedores de mamilos nas
mãos.
— Vou colocar isso nesses belos seios e em sua boceta vou puxar até
você gritar enquanto eu meto em você, alguma restrição a isso, Tatiana?
—Não senhor. — Digo baixo em tom submisso e ele prende os
prendedores em meus mamilos, desce com a corrente e prende a outra ponta
em meu clitóris, uma corrente elétrica se alastra por meu corpo me fazendo
gemer.
— Ahhh...
Ele puxou a corda que ligava meus pulsos a cama e com a sobra de
corda ele amarrou mais, imobilizando meus braços até os cotovelos, os
tornozelos, ele apertou ainda mais, restringido qualquer movimento,
impedindo-me assim de fechar as pernas, eu só podia ficar ali rendida a seu
prazer.
Então ele se aproximou deixando beijos pela minha mandíbula, meu
pescoço, minha clavícula e meus seios, já não havia uma parte do meu corpo
que não estivesse tensa, desejosa com suas carícias, o tempo todo imobilizada
aumentava mais nosso tesão, pude ouvir sua respiração pesada quando ele
enterrou seu rosto entre meus seios, e puxou em um movimento rápido a
corrente com os dentes.
Eu gritei de prazer com a sensação áspera e agonizante dos grampos
puxando meus bicos e meu clitóris, quando ele soltou a corrente e sua boca
sugou com força meus mamilos o prazer foi devastador, ele se abaixou e deu
apenas três lambidas leves em minha boceta, colocou outro preservativo e se
pôs um pouco dentro de mim.

— Não aguento mais, preciso ter você de novo. — Disse e entrou com
tudo.
Meteu seu membro duro e quente em mim, puxava a longa corrente e
estocava com força, seu rosto e seu corpo estavam muito suados, sua
expressão de prazer me enlouquecia enquanto arremetia com brutalidade. Ele
entrou com um dedo dentro da minha boceta tornando tudo mais apertado
fazendo assim eu atingir meu maior prazer.
— Ahhh... Senhor!
— Rei, Tatiana me chame de Rei. — Ele ordena e vejo que já está em
seu limite.
— Rei... Meu rei! — Gritei enquanto sentia líquidos escorrendo na
minha vagina que pulsava.
— Isso, seu rei escrava. Ohh... Merda!
Ele gozou e deixou seu corpo cair sobre mim, deitou sua cabeça em
meus seios e beijou cada pedaço da minha pele que sua boca alcançava, sua
respiração se acalmou e ele soltou meus tornozelos beijando as marcas que
ficaram e repetiu o processo nos pulsos, depois se deitou ao meu lado e
beijou minha boca calmamente e disse:
— Obrigado, foi maravilhoso.
∞∞∞
Havia se passado poucos meses desde nossa primeira noite,
estávamos cada vez mais envolvidos em um prazer sem igual e todos os dias
eu forçava minha mente a acreditar que o sentimento crescente em meu peito
era de apego pelo prazer, há cada vez que ele vinha para o almoço era uma
expectativa diferente, e eu sempre queria mais, cada dia eu o desejava mais.

— Tati, prepare tudo para o almoço e coloque mais um lugar à mesa,


por favor, eu já estou a caminho.
— Algo mais, senhor? — pergunto esperançosa, na última vez que ele
disse para colocar mais um lugar à mesa, ele me fez servi-lo somente com um
plug anal com rabinho pendurado, ele gosta muito de Pet play, que é uma
encenação onde um parceiro se comporta como um Pet, gatinho ou cãozinho,
entre outros, mas na cadeira do lugar posto para mim, James colocou um
pequeno consolo e me fez sentar em cima e depois acompanhá-lo na refeição.
Foi muito divertido esse dia, na verdade sempre é divertido, ele me dá
dor e prazer na mesma medida e depois ele me dá carinho e sempre me sinto
completa em seus braços. Ele também sempre se mostra muito mais tranquilo
e apegado à nossa relação, e mesmo quando ele diz que é só prazer, eu sei
que ele gosta da minha companhia das nossas conversas e carícias.
— Não, só isso. E por favor, vou pedir que vista o uniforme novo. —
Ele diz e um alerta interno apita, o uniforme velho é para brincadeiras, então
se ele pede o novo alguém realmente vem acompanhá-lo.
— Sim senhor.
∞∞∞
Não consigo evitar o ciúme crescente em mim, eu sei que é casual,
mas é difícil ser casual com seu jeito carinhoso e nós dois nos encontrando
todos os dias complica tudo.
Deixo tudo pronto e enquanto lavo algumas louças que restaram na
pia meu celular toca e vejo o número de May, há meses desde o coquetel ele
vem tentando descobrir mais sobre seu chefe.
Ainda não posso acreditar que aquele homem tenha voltado dos
mortos para me atormentar.

E nesses meses que passei com James me deixaram sem vontade


nenhuma de saber mais do tal Ricardo, mas não podia simplesmente ignorar,
se ele não morreu ele veio atrás de mim, mudou de nome, ficou dez anos
longe e agora está de volta? É tudo confuso.
— Oi May descobriu algo?

— Não. Sai daí agora! — Maycon diz ofegante.


—O que? Por que? O que houve?
— Ele tá aí, está indo aí. — Ele diz e meu corpo gela.
Sinto mãos tocarem na minha cintura e dou um pulo deixando meu
celular cair na água.
— Merda! — Exclamo com susto saltando para frente.
— Ei calma, sou eu. — James diz
— Desculpe, eu me assustei.
— Não, eu que peço desculpas, é que já estou tão acostumado a te
abraçar aqui na cozinha e não achei que fosse se assustar. — Ele diz me
encarando.
— Eu estava distraída, estamos sozinhos? — Pergunto insegura
porque não tenho mais informações já que meu celular caiu na água. —
Merda! Meu celular... — Resmungo ao me lembrar. Enfio a mão na pia e o
pego todo encharcado.
— Estava mesmo distraída. Mas depois damos um jeito nisso está
bem? Aliás, você já precisava de outro, lembra-se daquela vez em que não
pudemos trocar fotos por que ele apagou e só voltou dois dias depois?— Ele
se lembra, rindo do ocorrido.

— Sim o fim era inevitável. — Brinco e logo ouço movimentos na


sala que me deixam em alerta.
— Amanhã eu trago outro para você, agora eu preciso que sirva o
almoço, meu sócio está aqui e sirva o vinho que deixei separado, por favor.
∞∞∞
Quando chego à sala vejo o fantasma do meu passado sentado
próximo a James, ele me encara com um sorriso medonho e eu começo
analisar cada detalhe do seu rosto, deixando medo de lado eu olho seu
pescoço e não há um arranhão, não posso acreditar que seja outra pessoa eu
tenho certeza que é ele.
— Algum problema Tati? — James tira-me dos meus pensamentos.
— Não. Me desculpem... Posso servir o almoço?
— Claro, por favor. — James diz.
— Você foi a acompanhante do meu funcionário, Maycon não é? Ele
é um grande rapaz e é um prazer revê-la Tatiana. — O projeto de
reencarnação do mal, diz.
— Sim. É um prazer. Bom, eu já trago tudo.
Volto à cozinha e acabo de levar todo restante do almoço que preparei
para mesa, mas quando retorno Fernanda já está sentada ao lado de James
como dona da casa.
Eles sorriem e eu começo a servir o almoço, logo que termino vou
para cozinha e só retorno quando vou servir a sobremesa, ao chegar
novamente à mesa servindo todos eles, me sinto mal, o ciúme corrompendo
cada célula do meu corpo.

Fernanda está linda e está sentindo-se o centro das atenções, bajulada


por dois homens lindos. James não me deu um olhar durante todo o almoço,
ali ele me tratou como se não me conhecesse, era como um castigo, mas sem
motivos. Não parece em nada com o amigo que se tornou nesses meses,
mesmo sem o sexo, ele sempre chega e me trata com carinho, me convida
para acompanhá-lo no almoço mesmo que eu o sirva. Nunca nesse tempo me
tratou com uma empregada, exceto hoje.
— Este almoço foi melhor que o esperado James, além da deliciosa
refeição ainda tivemos uma companhia belíssima, uma mulher exuberante...
Fernanda. — Ricardo diz e levanta um brinde a Fernanda e eu continuo meu
serviço como se não existisse.
— Que isso Ricardo, você é muito galante, está solteiro? — Ela
questiona e eu logo fico atenta.
— Sim. Na verdade, há alguns anos uma mulher quebrou meu
coração, tirou tudo de mim, me deixou literalmente morto, para outras e hoje
eu prefiro analisar bem antes de voltar a me envolver.
— Sério você é um homem lindo, não pode estar sozinho, me diz qual
seu tipo de mulher? Posso lhe apresentar algumas amigas. — Fernanda
piranha, diz.
— Eu gosto de loiras, altas e magras, de simplicidade e elegância. —
Ele diz me encarando com um sorriso maldoso e conclui. — E você James,
qual seu tipo de mulher?
— Sim James nos diga qual é, partilhe conosco. — Ela diz instigando.
— Eu gosto de mulher, sem exceção. — Ele diz e continuo de um
lado ao outro fazendo meu serviço e escuto Fernanda a dizer.
— James, conta pra ele que não é bem assim. — Ela sorri sarcástica e
prossegue. — Uma vez Ricardo, estávamos em um jantar e uma cliente gorda
começou descaradamente a dar em cima do James, coitada, ele deu brecha
para ela o jantar todo só para depois dispensar. A coitada ficou tão sem graça
que saiu do restaurante tropeçando nos próprios pés.
— Não foi bem assim, ela ultrapassou os limites e... — James tenta
dizer, mas Fernanda interrompe.
— Não! James, para... Na verdade Ricardo, um amigo e sócio que
estava lá notou e desafiou James a entrar no jogo da gordinha, coitada
pensando que James se interessaria por uma mulher que não fosse no mínimo
um padrão alto e magro, James se envolve com modelos há anos. — Ela ri e
Ricardo nota meu desconforto com toda aquela conversa maldosa.
— Então o grande James Johnson não gosta das gordas. — Ricardo ri
acompanhado de Fernanda e logo James me surpreende com sua declaração.
— Gostar é uma coisa, mas eu não me relaciono com esse tipo de
mulher, se a mídia descobre ela cai matando em cima, quebra a imagem de
qualquer um.
— Sim eu entendo companheiro, eles esperam uma mulher como
Fernanda para estarem ao nosso lado, nos jantares e eventos da alta
sociedade. — Ricardo me encara e eu continuo parada no canto como um
inseto.
— Querida, já que está aqui, pode me trazer mais desse mousse? E
pode retirar a mesa. — Fernanda diz atraindo a atenção de James para mim e
pela primeira vez desde o início do almoço ele olha.
Acabo de servir e vou para a cozinha, começo a limpar tudo, mas não
consigo esquecer as palavras de James, sei que entre nós é somente sexo e
prazer, nada mais.
Mas saber que ele teria vergonha de ser visto comigo é demais.
Estou distraída quando braços me cercam acredito ser James pela
intimidade, mas ao sentir um perfume diferenciado, tento me desvencilhar,
mas não consigo.
— Ei, vai aonde minha vida? Achei que gostaria de matar a saudade,
sabe que sempre gostei das suas curvas avantajadas. — Ricardo diz.
— Me solta. — Digo e ele me aperta mais.
— O que foi? Não gosta mais de mim? Só falei aquilo para você ver
quem é aquele cara.
— Você é um doente, devia estar morto.
— Calma vida, você sabe quem eu sou não sabe? — Ele sussurra em
meu ouvido.
— Sei. Agora some da minha vida.
— Não... Nós temos contas a acertar. — Diz ameaçador.
— Me deixa.

— Por hora eu deixo, mas eu volto a te procurar, e espero que não


esteja fodendo por aí, sabe, em corredores escuros, alguém sempre pode ver
Tatiana, alguém sempre vê! — Ele diz e sai me deixando ali.
Mas o mal maior é que agora estou aqui mais uma vez apaixonada, à
mercê de um homem que com toda certeza vai me ferir, porém eu não posso
e não quero deixá-lo, eu preciso da dominação, preciso da dor e todo prazer
que ele me dá. É isso, só preciso impor limites, separar o pessoal e focar
somente no prazer.
∞∞∞
Capítulo 6

Chego em casa com e sinto o corpo moído e a mente exausta, depois


que todos foram embora James se trancou em seu escritório para uma ligação
e eu aproveitei para sair de fininho, não queria ter que enfrentá-lo ou ter que
ouvir qualquer desculpa ou justificativa que eu sei que tentaria dar.
James é um homem lindo e rico e tudo isso vem com o bônus de ser
um empresário muito conhecido tanto no Brasil quanto fora, em outros
países, e até certo ponto concordo com que Ricardo disse, a mídia espera que
homens com uma imagem pública como a dele se relacione ou se case com
mulheres com certo padrão de beleza.
James já havia me dito que não tinha relacionamentos sérios e que
todas as suas submissas sempre foram contratadas ou as que ele encontra no
clube que frequenta, mas ele não torna nada pessoal, nada de nomes ou
telefone e dificilmente ele fica com a mesma mulher, tudo isso para que a
mulher em questão não se apaixone ou se apegue a ele.
Eu sei pode parecer repetitivo que tudo comece pelo sexo casual e daí
a tonta vai se apaixona pelo cara que não quer compromisso nenhum, mas me
diga como se esquivar de um sentimento? Como fazer parar de crescer algo
que não se vê e não se pode pegar com as mãos? Quando o cara que está ali
com você é lindo e charmoso, tem um sexo incrivelmente maravilhoso que
consegue suprir todas as suas necessidades e ainda para completar ele te dá
um carinho que você nunca recebeu na vida inteira.
Quem nunca sonhou com o “Feliz Para Sempre” e com o príncipe
encantado, ou assistindo um filme romântico, quem nunca desejou estar ali
no lugar da mocinha recebendo o beijo do galã? É difícil resistir a um homem
que tem todos os requisitos para completar sua vida e mais difícil ainda é não
se abalar sabendo que nunca passará de uma foda para ele.
— Oi... — May diz entrando de fininho no meu quarto.
— Oi. — Respondo não querendo demonstrar tristeza, mas sei que ele
já notou.
— Eu estava preocupado, te liguei muito e seu celular só dá
desligado, o que houve? Ricardo fez algo contra você? — Ele questiona
preocupado.
— Ele não vai sair do meu pé May, ele disse isso, e eu não consigo
entender, eu o vi morto na minha frente, eu saí de lá e ele estava morto e
agora ele está aqui me diz como?
— Talvez o tiro não tenha realmente o matado, e você não reparou
por conta da quantidade excessiva de sangue e não viu bem o ferimento, saiu
de lá apavorada e alguém o ajudou.
— Eu não sei, parece que há uma conspiração contra mim, dez anos
depois eu o encontro e estamos conectados, eu a você, e você a ele, ele a
James, isso é uma bomba relógio que a qualquer momento vai estourar bem
na minha cara.
— Não vai, vamos descobrir tudo sobre ele eu vou te ajudar, mas me
fala o que mais está te deixando assim?
— Não é nada. — Digo desviando o olhar.
— Sério Tatiana? — Ele diz com tom de deboche. — Você está
apaixonada pelo seu chefe. — Ele conclui.
— Eu não. É só sexo. — Digo mentindo para mim mesma.
— Te conheço e já conheci todas as suas relações com o sexo oposto
querida, admita o quanto antes, totalize os danos e comece a fazer os reparos,
porque aquele homem vai te machucar. — Ele diz tudo que já sei.
— Obrigada por me dizer o que já sei.
— Então se afaste, saia de lá e arrume outro emprego, outro
dominador, sei lá... Faça sexo normal.
— Não quero, não posso e não consigo. May eu ganho lá mais do já
ganhei em qualquer outro lugar e James me domina do jeito que nunca fui
dominada, ele entende minhas necessidades e as supri. Eu não consigo fazer
sexo comum como outras pessoas, no BDSM se chama sexo baunilha e para
um verdadeiro submisso ou dominador é quase impossível se abster do que a
prática nos traz.
— Desculpe amiga, eu consigo te entender, é algo que nasce dentro
de nós e não podemos ter controle sobre isso. — Ele diz se referindo a sua
homossexualidade.
— Sim e também não consigo controlar esse sentimento sabe? E
talvez ele possa gostar de mim também May, ele sempre diz que sou a melhor
e que ninguém o consegue satisfazer como eu faço. — Falei esperançosa,
mas May joga um balde de água fria inundando tudo.
— Não se engane. E se isso é verdade por que está com essa cara de
quem veio chorando?
— Você tem vergonha de mim May, digo teria vergonha de sair
comigo como namorado?

— Lógico que não você é linda e gata, tenho até inveja dessa pele
querida, por que está perguntando isso?
— Porque hoje em uma conversa James disse que não sai com
mulheres do meu tipo físico porque a mídia cai em cima. Eu deduzi que ele
não gostaria de ser noticiado no jornal por sair com uma mulher gorda.
— Idiota! E você ainda dá para um cara desses, eu não daria! — Ele
resmunga.
— E para completar o dia, seu chefe me encurralou na cozinha e disse
que voltaria a me encontrar... Eu não terei paz Maycon. Será que devo me
entregar à polícia?

— Está maluca? Você não teve culpa! Olha aqui Tati, é sério, você
não teve culpa.
— Vamos mudar de assunto não quero lembrar disso, eu vou tomar
um banho e amanhã vou trabalhar e tentar cortar todo afeto que James e eu
criamos. Se for para termos algo que seja só sexo. —Digo decidida.
— Tudo bem eu já vou. Me liga amanhã? — Ele pede e me lembro de
que desgraça pouca é bobagem.
— Meu celular caiu na água na hora que estávamos nos falando,
James disse que me conseguiria um se ele não fizer comprarei um novo e
parcelo.

— Bom, então amanhã nos falamos... Eu amo você.


— Eu também te amo.
Ele se vai e depois de um bom banho me olho no espelho, vejo toda
gordura acumulada, minhas coxas grossas que sempre me atrapalham ao
comprar uma calça jeans, minha altura torna meu corpo esquisito, eu nunca
havia dado importância a isso e nunca tive problemas ao encontrar parceiro
interessados em mim, mas agora penso que gostaria de ser magra assim eu
poderia agradar James em todos os sentidos.
Mas não é fácil, ninguém dorme gorda e acordar magra, e eu nunca
tive esse tipo de neura então não é hora para adquirir.
Deito-me e deixo o sono me levar na esperança que leve meu cansaço
tanto físico quanto mental e de brinde leve as inseguranças e todos os
problemas que vem me atormentar e que amanhã seja diferente, um dia
melhor porque é assim que funciona, um dia após o outro.
∞∞∞
Merda Tati estava ali o tempo todo e não percebi. Para falar a
verdade hoje eu estou totalmente aéreo, esse filho da puta do Ricardo não tira
os olhos da minha Morena, a princípio achei que fosse interesse sexual, mas
ele deixou claro que gosta de mulheres tipo a Nanda, e o pior foi que toda
essa conversa me levou para maus caminhos.
Eu não penso diferente do que disse.
Gosto da Tati e nunca tive uma parceira sexual igual a ela. Sua
entrega é incrível e em todos esses meses ela nunca chegou perto de dizer
amarelo para mim e a cada sessão que temos juntos, ela só me diz verde o
que é maravilhoso e eu ao mesmo tempo em que me sinto saciado também
me sinto necessitado, o desejo que sinto por ela é sem controle, às vezes
tenho medo de que encontre outro dominador.
Tati é uma perfeita submissa na cama, mas fora dela é uma fera a ser
domada, é orgulhosa e não aceita ajuda, sempre vejo ela preocupada até com
certo medo no olhar e eu sempre a questiono e ela sempre se esquiva. Ela é
arisca e se não souber levar com cautela posso até perdê-la, eu não quero
mentir para ela quero ser sincero, mas sem magoá-la.
Desde que ela ouviu o que eu disse sobre mulheres gordas ela não me
olha mais, e eu tento dar a devida atenção aos meus convidados e mais tarde
converso com ela.
Após todos irem embora decido esperar Tati se acalmar um pouco,
vou fazer uns telefonemas em meu escritório e na hora que ela for embora
como sempre virá me avisar e aí eu resolverei tudo.

Então eu aguardo, espero e anseio por ouvir sua doce voz, que não
vem. Então resolvi eu mesmo ir atrás dela, quero ao menos lhe dar um beijo
antes que vá e assim obter a certeza de que tudo está bem entre nós.
— Tati! — A chamo e não tenho respostas.
Olho por toda casa e não encontro, pego o celular e ligo, mas só cai na
caixa de mensagens, então lembro que ela está sem celular, e a fujona teve a
capacidade de ir sem ao menos avisar e isso é sinal de que está realmente
chateada. Tati não é o tipo de mulher que se lamenta e reclama, ela engole
tudo calada e sofre em silêncio.
Se algo a incomoda, ela simplesmente guarda para si, em todos esses
meses ela nunca reclamou de coisa alguma e esse é o tipo de mulher perigosa
porque se você errar talvez não tenha tempo de se redimir.
Vou ao shopping e procuro por um novo celular para ela, há muitos
modelos e marcas e então opto por um igual ao meu. Passo por uma joalheria
e algo me chama atenção, uma linda gargantilha de ouro e nela há um
pingente em formato de coração e um rubi vermelho, Tati sempre diz que
vermelha é nossa cor, eu sempre me esquivo e a repreendo para que não crie
esperanças, mas ela diz que não é amor é somente o fogo da paixão que move
todo tesão que nos une.
Como ela me falou que seu aniversário é no próximo mês, decidi
levar para dar a ela no dia. Além de amantes somos amigos e amigos se
presenteiam, sei que ela é madura o suficiente para não interpretar isso como
um possível romance, porque na verdade é somente um agrado.
∞∞∞
Acordo pelo amanhã sentido um aroma delicioso do café da Tati, tudo
que ela faz é magnífico, mas estranho ela não ter vindo me acordar,
geralmente ela sobe até aqui e me ataca como uma ninfomaníaca e eu adoro
isso, essa sede que ela tem eu também tenho.
Quando chego à cozinha ela está de costas com os malditos shorts que
ela usa para trabalhar o que já me deixa duro e com a certeza que chegarei
atrasado porque preciso de um pouco que seja dela antes de ir.
— Bom dia Morena. Por que não me acordou? — A abraço por trás
sentindo seu cheiro.
— Bom dia. — Ela diz mais séria que de costume e sai rapidamente
do meu abraço.
— O que foi? — Questiono e a encaro estranhando seu
comportamento.
— Nada.
— Eu... Comprei para você, como seu caiu na água, só não vamos
brigar por conta de um celular tá bom? — Mostro a ela o novo aparelho e já
tento conter uma possível briga por causa do celular.
— Tudo bem. Obrigada.
— Por que está assim comigo? Estou morrendo de saudades e você
fugiu de mim ontem.
— Bem James eu queria acertar alguns pontos.
— Olha se foi por causa do que ouviu, eu...
— Não James, eu só acho que estamos deixando as coisas fugirem do
controle, então proponho de nos envolvermos apenas nas sessões entende, e
os cuidados posteriores das cenas eu gostaria de não fazer... Tudo bem? —
Ela despeja tudo de uma vez.
— Não... Não está nada bem, o que é isso? Por quê disso agora
Tatiana?

— Eu só prefiro assim.
— Se é por ontem... — Eu tento até concluir, mas a diaba me
interrompe. De novo...
— Não é por ontem.
— Eu não quero, preciso da pós-sessão, necessito cuidar da minha
submissa.
Digo firme para que não haja discussões, mas ela quer foder comigo,
ela quer acabar com minha sanidade, eu tento remediar, mas ela é mais difícil
do que eu e no mesmo tom que falo ela decreta.
— Vermelho! Acabamos aqui.
Merda!
Merda!
Merda!
∞∞∞
Capítulo 7

Por que essa mulher tem que ser impossível? Uma merda que as
coisas vão funcionar assim, eu que domino, eu quem mando, ela é quem tem
que acatar as ordens e não as ditar.
—Tati... Não tem porque tanto drama, me fale os motivos de não
querer mais os meus cuidados, já imaginou como vai fazer depois de uma
sessão de ¹spanking, como vai sozinha cuidar das lesões?
— Eu sei me virar James, vai ser melhor assim...
— Não vai porra! Não vai ser melhor para mim, eu preciso dos
cuidados depois, e pelo visto você não sabe tanto assim sobre BDSM como
disse, porque saberia que é muito importante e prazeroso para um dominador
os pós-cuidados.
— James entenda que quanto menos afeto existir mais fácil vai ser
quando tudo acabar. — Ela diz numa calma e isso me deixa mais puto ainda.
— Você encontrou outro dominador é isso? Não me quer mais, eu não
te satisfaço mais? — Perguntei manhoso, preciso comove-la, ela não pode me
deixar.
— Claro que não, eu já disse que nunca encontrei um dominador
como você, eu só quero me proteger...
— Proteger de que? Eu te faço mal é isso? — Pergunto praticamente
implorando.
— Não James, você mesmo disse que não quer que eu me apaixone
por você e é isso que vai acontecer com todo esse carinho que você me dá... E
depois você não vai querer uma gorda apaixonada por você...
— Viu como era sobre a conversa que você ouviu ontem. — Digo
nervoso querendo acabar com essa baboseira e me perder dentro dela.
— Claro que é James, estamos juntos há meses e tudo maravilhoso, o
sexo e as conversas e essa amizade que criamos, mas você foi claro ontem
sobre não gostar de pessoas do meu tipo. — Ela diz com certa mágoa na voz.
— EU GOSTO DE VOCÊ CARALHO! GOSTO ATÉ DEMAIS
PORRA! — Grito pressionando seu corpo contra mesa e prendendo ela no
meu abraço. — Eu só tenho uma imagem a zelar, eu dei duro pra caralho para
chegar até aqui, a mídia é podre e ruim, eles destroem carreiras em um piscar
de olhos, humilham grandes empresários, se eu não saio na mídia com
mulheres é para me preservar e preservar você também.
— Eu posso não querer ser preservada, eu posso aguentar a mídia
James eu aguento... — Ela diz como se implorasse.
— Eu não posso Tati, eu sinto muito eu não quero te perder, mas
também não quero ver meu nome estampado nos jornais falando da minha
vida pessoal, eu tenho esse pensamento e ninguém vai me fazer mudar de
ideia, eu quero isso que temos, mas, além disso... Não haverá hoje e nunca.
— Decreto porque não quero enganar ela, apesar de gostar muito dela, eu
nunca apresentaria como namorada, eu nunca apresentei nenhuma mulher e
não vai ser ela a primeira.
—Tudo bem James... Então me solta. —Ela diz tentando sair dos
meus braços, mas eu não quero soltar.
— Não posso. — Sussurro em seu ouvido.
— Pode e deve. Agora me deixe trabalhar. — Ela diz zangada. E seu
jogo duro me deixa mais necessitado por ela.
— Então me dá um beijo, que solto. — Digo como se fosse uma
criança em uma troca.
— James... Não... — Ela diz manhosa e sei que está se rendendo.
— Vem me beija, chupa minha língua... Toca em mim... — Digo
sedutor provocando com minha boca sobre a sua.
— Não faz assim... —Murmura já rendida e eu a tomo de volta para
mim, beijando com paixão e ela faz como mandei, e me toca sensualmente no
peito e ombros com suas pequenas mãos.
Eu enfio minha língua dentro de sua boca beijando-a necessitado e ela
suga com força, chupando minha língua como se fosse meu pau. Eu a pego
no colo e ela me repreendo.
— Me põe no chão James, eu sou pesada, vai me derrubar.
— Não vou Morena, eu aguento porque você foi feita para mim... É
minha entendeu? Toda minha e não vai mais tentar fugir de mim. — Digo
dando um tapa em sua bunda e ela safada já entra no jogo.

— Desculpa tio... — Diz fazendo aquela voz de garota inocente que


só usa em nossos jogos.
— Minha garotinha quer brincar de Au-au? Porque eu quero minha
cadelinha agora.
— Sim tio... Eu quero...
— Então vai lá vestir seu vestido de princesa e me espera de quatro
como uma boa cadelinha que é... — Digo já tomado pelo tesão.
Eu não vou deixá-la partir nunca, só ela consegue me satisfazer, só ela
me dá o que eu preciso e vou fazer tudo para mantê-la comigo.
∞∞∞

Louco amor é aquele que nos torna irracional, ele vem e se aloja
dentro do peito e não sai por nada, te faz ser tola a maior parte do tempo, nos
faz ceder aos desejos carnais, aquela vontade louca de sentir o calor do corpo
dele, sentir seus beijos e carícias e por mais forte que tentamos ser, hora ou
outra falhamos, fraquejamos porque um louco amor faz isso, te deixa louca.
Coloco a roupa que James comprou para nossos jogos, ele gosta às
vezes de ser meu Daddy, gosta de ser meu dono enquanto eu uma cadela ou
uma gatinha, gosta de ser o professor e eu a aluna. Ahhh... Eu amo cada uma
das brincadeiras que James faz comigo, e mesmo que ele só me queira dentro
dessa casa e se é só isso que posso ter dele, eu vou me contentar a receber o
que ele pode me dar pelo tempo que puder me dar.
Quando vou me colocar de quatro ele entra e me chama todo sensual e
gostoso, me agarrando e apertando minha bunda e todo meu corpo, seu,
aperto é tão forte que me tirar o ar.
— Vem aqui garotinha levada, você vê o que faz comigo huh? Eu
tinha uma reunião importante na empresa, mas eu não vou mais porque terei
que te ensinar algumas lições.
— Sim senhor tio...

— Senta aqui no meu colo, me deixa ver sua bocetinha. — Ele diz e
eu obedeço, sento em sua perna e me abro para ele.
Sua mão grande e pesada acariciou meu sexo molhado, me fazendo
arfar, quando menos espero ele acerta um tapa forte em minha vagina me
fazendo pular em seu colo, mas logo suas mãos me seguram mantendo-me
presa no lugar.
— Ahhh... Tio dói.
— Shh... Não quero ouvir uma palavra sua insolente, achou que ia
apanhar na bunda não é? Mas na bunda você vai receber outra coisa, agora
abra mais por que vai apanhar nessa boceta até não aguentar mais. — Ele diz
e mais uma vez eu me abro.
Ele mantém uma sequência de tapas fortes fazendo com que meu
grelo fique exposto e inchado, é quase insuportável o contato, mas ele
continua e meu sexo vibra, sinto que vou gozar e ele dá um último tapa forte
que faz meu canal pulsar querendo-o dentro de mim.
— Ohh... — Gemo quando ele esfrega forte minha vagina.
— Você quer ser fodida Tati, eu vou foder... Vira de quatro e empina
bem alto, hoje você só vai embora quando disser que é minha.
Eu me coloco na posição exigida ansiosa por sua dominação, ele
rapidamente tira sua roupa e se coloca sobre minhas pernas, ele dá um tapa
forte em minha bunda e abre ela expondo meu ânus que se contrai ansioso.
Sinto seu pau encostar-se a minha pequena entrada e logo em seguida a
ardência e a dor, maldita deliciosa dor, eu preciso de sexo, mas preciso muito
da dor, é assim que meu prazer é completo e James sabe disso e me dá na
medida em que preciso.
— Porra! Que gostoso... Esse cuzinho é gostoso demais, e ele é só
meu Tatiana, ouviu? Só meu. — Ele diz rouco e dominador enquanto enterra
seu pau bem fundo fazendo doer e me fazendo gemer, porque é bom e é
assim que eu gosto.
Ele se inclina deitando em mim me comendo com força e mordendo
meu ombro e pescoço suas mordidas e chupadas são fortes e me fazem
delirar, gritar.
—Verde! Por favor, senhor verde!
— Humm... Que delicia, eu amo essa cor, amo você implorando com
ela, grita mais alto putinha, implora pelo pau do seu Rei escrava.
— Verde! Verde! ... Mais senhor, me dê mais. Ahh...
— Você é minha e me pertence, você sabe disso, eu vou marcar seu
corpo para você não esquecer que sou seu dono porra! Agora vai gozar com
meu pau no seu cu e meus dedos fodendo essa bocetinha entendeu? Vai fazer
aquilo que treinamos.
Ele mete com mais força enfiando seus dedos em minha vagina
tocando em meu ponto extremo de prazer, me fazendo chorar, gritar, arquejar
de tanto prazer, tudo em mim pulsa, sinto seu corpo se movendo com
brutalidade, com desejo e necessidade me fazendo gozar, ejacular, meus
líquidos molhando sua mão e o chão, eu choro de prazer e ele diz:
— Obrigado Tati... Obrigado por sua entrega e confiança. Eu...
— Eu também... — Digo sabendo o que ele sente, mas nunca dirá.
Porque somos assim loucos, nosso amor é louco e nosso prazer é mais louco
ainda.
∞∞∞

Maldita gostosa, maldito sexo gostoso, maldito sentimento


dominador.
Eu devo ter perdido a porra da mente, o que eu estava prestes a dizer?
O prazer está me cegando a tal ponto que não posso controlar as
palavras na minha boca?
Ela me encara com esses olhos escuros e gulosos que me dominam,
eu posso deter o poder na cama, mas ela detém o poder sobre meu domínio,
se ela disser verde eu vou e se disser vermelho eu paro, e se pedir, me coma
eu como, se ela quer apanhar eu bato, ela me tem... Só ela me tem.
— Vem aqui Tati, quero te contar algo sobre mim. — Digo me
sentando e fazendo ela se sentar em meu colo como uma mocinha
comportada.
— O que foi James? — Ela pergunta acariciando meus cabelos e me
fazendo descansar minha cabeça em seu peito, recebendo assim mais do seu
carinho.
— Já te falei sobre isso uma vez, mas não com detalhes, e quero que
ouça bem e tente me entender.

—Tudo bem...
— Quando minha mãe morreu, meu pai se fechou para o mundo como
já falei, entramos em uma depressão conjunta, cada um tentando lidar com
sua própria dor. Eu me envolvi ainda mais nas drogas e minha namorada
sempre me pedia para maneirar sabe... Eu sempre admirei seu cuidado
comigo, na verdade eu achava que o motivo dela chamar minha atenção era
por se preocupar comigo. Mas não, quando a notícia que meu pai havia falido
se fez pública, jornais de todo o país estamparam nosso estado. A dor do meu
pai foi colocada para todos verem, falaram de como ele foi fraco e a
depressão o tomou como o único filho era uma vergonha, um drogado sem
futuro. No outro dia fui para a faculdade, e lá vi minha namorada que sempre
tão preocupa agora estava em uma roda com outros caras, aqueles que se
diziam meus amigos, e quando fui conversar com ela me senti o pior homem
do mundo, eu não a amava, mas suas duras palavras me marcaram, e quando
eu a questionei sobre ser todo tempo carinhosa e preocupada comigo sabe o
que ela respondeu?

— Não... — Ela diz em um fio de voz de quem quer chorar. Ahh...


Minha doce Tati.
— Ela disse que era preocupação com a minha imagem, ela não
queria que seu futuro marido tivesse o nome manchado por envolvimento
com drogas, mas que naquele momento não importava mais porque eu não
tinha mais nada a oferecer... E era verdade eu não tinha nada, não mais.
— Ela era uma vaca desalmada, vadia interesseira! — Ela bufa brava
e já estamos na cama e eu que já estou em seu colo e ela me acaricia como
um menino que precisa de cuidado.
Eu gosto do seu carinho.
— Ela era. — Sorriu encarando-a. — Mas isso me fez crescer Tati, eu
me reergui. Meu pai e eu demos duro para renascer das cinzas e por isso
prezo muito pela a imagem, eu gosto de você como é, mas a mídia é cruel e
só quero te proteger...
— É isso que significa essa escrita estranha no seu braço. — Ela diz
tentando ler (hoí hou mai ka lehu).

— Sim, significa renascido das cinzas, ou das cinzas retorna, está em


havaiano, porque foi lá que fiz e foi lá o primeiro lugar que fui quando me
recuperei financeiramente, minha mãe sempre disse que lá é um lugar
mágico.
— É lindo o significado e é lindo o que isso representa para você, eu
entendo, não vamos mais falar sobre isso.
— Obrigado por me entender, prometo fazer o meu melhor com você.
— Eu não duvido James.
— É sua vez...
— De que? — Ela pergunta rindo.

— De contar sua história. — Digo e ela enrijece.


— Fica para outro dia, tudo bem?
— Tudo bem, mas da próxima você não escapa. — Minto porque Tati
vem me dando sinais de que esconde algo sério e eu vou descobrir.
∞∞∞
¹spanking (Palmadas)
Ato de castigo corporal que busca excitação sexual ou gratificação de uma ou ambas as partes.
Capítulo 8

Memórias
Não são só memórias
São fantasmas que me sopram aos ouvidos
Coisas que eu
Nem quero saber
Pitty — Memórias

Já passava das oito da noite quando cheguei à rua de casa, desde que
acordei senti um mau pressentimento, sabe aqueles dias que está nublado, e
tudo ao redor está estranho e seu humor está pra lá de fúnebre.
Parece que alguém morreu, parece que a felicidade se foi, bom talvez
eu esteja maluca, ou com saudades já que James foi viajar a negócios e isso
deixa a casa solitária, mas também há o lado bom já que Ricardo está o
acompanhando.
Ricardo... Estremeço ao pensar nesse nome, ele é até melhor que o
antigo, às vezes me pergunto como conseguiu mudar de nome e sobrenome e
ainda construir uma empresa de sucesso, tudo isso é incrivelmente bizarro.

Pego as chaves do portão e noto que a casa está toda escura, minha
mãe sempre chega primeiro das faxinas, então ou ônibus quebrou ou ela
ainda está trabalhando.
Entro em casa com uma sensação horrível, tento acender as luzes, mas
elas não funcionam pego meu celular e ligo para saber se May já chegou e vir
aqui me ajudar a ver o que houve.
— May, estou sem energia, já chegou em casa?
— Oi tudo bem? Eu estou ótimo! — Diz alegremente debochado,
rindo da minha cara.
— Para de bobagem, May estou sem luz.
— Bem deve ser geral, mas já olhou o disjuntor? Ele pode ter
desligado. Ainda estou na empresa, na verdade em uma missão secreta.
— Sério? Você está investigando o Ricardo, já descobriu alguma
coisa?
— Ainda não, mas estou olhando aqui na sala dele já que quase todos
já foram embora, estou confiante de que acharei algo aqui.
— Maravilha! Me liga assim que sair daí e vem direto para minha
casa, eu preciso saber o que ele quer de mim! — Digo temerosa, não aguento
mais essa pressão desde que esse homem voltou para minha vida.
— Tudo bem, veja os disjuntores, em uma hora estarei aí.
— Ok beijos. — Desligo e quando me viro para ir ao quadro de
energia, descubro que minha sensação estranha estava aqui em casa.
Ricardo me prende entre seus braços me encarando na escuridão, seu
sorriso perverso faz me sentir como em um filme de terror.

— Calma minha vida, sem escândalos. — Ele diz tampando minha


boca. — Eu sei o quão escandalosa você pode ser por isso não me faça força-
la a ficar quieta.
— Me solta, o que você quer aqui na minha casa? — Pergunto
amedrontada e confusa.

— Sabe, eu acho que você anda fazendo muitas perguntas. Não era
assim no passado... Você se lembra dele Tati? Lembra-se de como me
matou?
— Eu não matei! — Grito desesperada, isso só pode ser um pesadelo
que preciso acordar.
— Matou... Sabe que matou, por isso seu amigo está lá em minha sala
buscando informações, mas se quiser saber de algo é só me perguntar, eu
voltei à vida por você. — ele diz com um claro cinismo na voz.
— Co... Como? Eu não entendo você...
— Vamos lá, já se passou dez anos e convivemos por um bom tempo
antes disso não foi?
— Vai embora da minha casa e nem ouse machucar o Maycon, eu
mato você Ricardo! — Esbravejo.
—Aí está minha Tatiana, mas vamos melhorar isso, eu quero
relembrar os velhos tempos, me chame pelo meu nome. — Ele ordena e só
pode estar maluco.
— Eu não vou fazer nada, sai agora da minha casa!
— Não? Bem talvez eu deva ligar para o James e assim contar tudo
sobre nós e também sobre seu crime.

— Eu não cometi crime nenhum! — Digo e lágrimas ameaçam cair,


medo e adrenalina correndo em meu corpo.
— Tem certeza? Vamos lá Tati, diga em alto bom som quem você
matou. — Ele diz colado em minhas costas, sinto sua respiração em meu
pescoço, e logo algo bem pontudo toca minhas costas, e acredito que seja
uma faca ou canivete algo que perfure. — Vamos diga.

Ele insiste com seus jogos mentais.


— EU NÃO MATEI O BORIS! EU NÃO MATEI! NÃO MATEI. —
Grito descontrolada tentando fugir de seu aperto.
— Isso... Muito bom pequena submissa, agora me diga como me
matou.
— Eu não matei, você sabe. — Choro, cansada disso tudo.
— Então vamos relembrar alguns momentos, quem sabe assim você
me conta a verdade. — Ele diz e morde meu pescoço com força chupando-o
em seguida.
— Argh! Me larga. — Sentido nojo do seu contato com a minha pele.

— Vamos, não era isso que fazia antes, sabia que tenho tudo gravado,
tenho tudo cada cena, exceto nosso último encontro.
— Não pode ser... Você é maníaco um louco, o que quer com isso?
— Quero a fita que você roubou, e assuma de uma vez por todas seu
crime, eu sei que levou a fita da câmera que filmava aquela noite, eu quero
agora!
— Se você está vivo, eu não tenho nenhuma culpa em meus ombros.
— Então admite que atirou em mim aquela noite?
— Eu não matei você. Não atirei em você! Será que perdeu a
memória?
— Eu quero essa fita até o domingo, do contrário... Nossos filmes
íntimos estarão por toda internet e só o seu rosto estará lá para todos verem,
inclusive seu querido James. — Ele diz ameaçador. — Não esqueça Tatiana
até domingo.

Ele diz sumindo na escuridão que já não amedronta, porque ele me


tem nas mãos e eu não tenho por onde fugir, não tem o que fazer.
— May sai já daí. — Digo já em ligação com Maycon, meu medo é
que meu amigo se machuque por minha causa.
— Por que? O que houve?
— Ele sabe, sabe que estamos investigando, ele sabe de tudo May,
tem vídeos sobre mim... — Digo chorando porque me sinto perdida, tão
perdida quanto naquela maldita noite.
— Vai ficar tudo bem Tati, vamos achar um jeito.
— Eu preciso dormir nos vemos amanhã, obrigada por tudo meu
amigo.
— Conte sempre comigo, até amanhã querida.

Esse começo de semana foi um inferno, tive muito trabalho e pouco


tempo com a Tati, nós dois nos tornamos insaciáveis. Fazemos sexo todo
tempo que temos livres, sempre almoçamos juntos em casa, ela sempre me
serve e cuida de mim, cuida da minha roupa e me conhece tão bem que me
sinto dependente dela, eu amo a dedicação que ela tem comigo, que vai muito
além do seu trabalho, isso é todo carinho que ela coloca em tudo que toca e é
isso que faz a diferença.
Paro na porta da cozinha vendo ela escorada sobre uma perna
enquanto côa o café, eu sempre implico com ela porque temos duas cafeteiras
modernas e ela ainda insiste em usar um coador de papel e fazer todo
processo de ferver a água e adicionar cada ingrediente na ordem que ela diz
ser a correta, assim ela diz que o café fica mais saboroso, e eu tenho que
admitir que é bem mais gostoso.
— Bom dia Morena. — Digo agarrando-a por trás. — Que saudade
que eu senti do seu cheiro.
— Bom dia, também senti sua falta. — Ela diz sorrindo, mas sei que
está estranha, logo repasso em minha mente pensando se fiz algo que a
magoou.
— O que você tem, hein? — Digo retirando seu cabelo dos ombros e
beijando seu pescoço, sinto seu corpo tenso e logo que meus olhos enxergam
um grande chupão, é o meu corpo que fica tenso.
— QUE MERDA É ESSA TATIANA? — esbravejo virando-a para
me encarar.
— Eu... Eu. James não é isso. — Ela diz trêmula, pálida e muito
nervosa.
— Que caralho de marca é essa no seu pescoço? Eu achei que não nos
envolveríamos com outros, foi o que você pediu, e agora você tem a porra de
uma chupada! — Grito com ela, por raiva e ciúme, algo que achei que não
sentiria na vida.
— Eu não me relacionei com ninguém James, eu juro que nunca
fiquei com outro homem.
— Então me explica! Me fala, como você tem uma marca dessa?
— Eu não posso... Não posso falar. Me castigue, mas não me peça
para falar.
— Não vou castigar Tatiana, eu só pedi para que fosse sincera quando
quisesse ficar com outra pessoa, eu tenho que saber, eu te como sem
camisinha... Porra!
— Eu nunca transei com ninguém depois de você, eu juro James...
Juro. — Diz chorando, o que me faz baixar a guarda.
— Então me conta Morena, o que tanto você me esconde, por quê tem
essa marca no seu pescoço?
— Não posso você vai me odiar...
— Eu vou te odiar se continuar me escondendo, se eu tiver que
investigar sua vida para saber o que você esconde, isso sim vai me fazer te
odiar. — Eu a encaro sério e tento passar confiança e abraço levando-a para
sala, nos sentamos. — Vamos Morena confia em mim...
— Eu... Sempre me senti diferente das minhas amigas sexualmente
falando, eu sempre achei esse lance de calmo e romântico muito chato, então
quando eu fiz dezoito anos comecei a receber vídeos com conteúdo
pornográfico voltado para o BDSM, logo aquilo me despertou interesse, foi
como se eu descobrisse o que me faltava e a pessoa que me enviava, dizia
anonimamente que sabia o que eu queria, sabia que eu precisava daquilo e eu
realmente precisava. Eu passei um mês me masturbando com cada novo
conteúdo que eu recebia.
— E quem te enviava as mensagens? — Questiono não gostando do
rumo dessa conversa.
— Na verdade eu só soube quando me encontrei com ele pela
primeira vez, Boris nosso vizinho que sempre esteve ali nos ajudando, ele...
Não sei como ou quando ele só disse que já me observava e que sabia da
minha essência submissa ele disse que podia me dar o que eu precisava. E me
deu, ele me introduziu a esse mundo e eu me apaixonei e entreguei a minha
submissão completa e com o tempo ele queria mais e então fomos além, ele
me conduzia e não existia palavra segura, não existia limite na verdade ele
era o limite.
— Não pode ser Tatiana ele seduziu e enganou você, em qualquer
relação tem que existir uma palavra segura, ela é sua segurança o nome diz
tudo. — Digo nervoso por imaginar ela tão jovem, sendo enganada, nunca se
abre mão da palavra segura, nem por amor e por nada.
— Eu sei, hoje eu sei... Depois disso ele me levou a sua casa e lá tinha
um salão amplo que ele usava para nossos jogos e lá ele me privou de
qualquer palavra segura, ele me amarrou e abusou de mim, e havia várias
pessoas que participaram disso, homens e mulheres me tocando e rindo da
minha situação e depois daquele dia eu o deixei...
— E nunca mais o viu depois disso, não foi à polícia ou nada do tipo?
— Não fui atrás de nada, eu só queria sumir... Mas ele veio atrás de
mim e então tivemos uma conversa definitiva.
Ela diz com uma feição sombria e tenho quase certeza que não
gostarei dessa parte da história.
∞∞∞
Capítulo 9

Uma mulher me ligou, pediu para que eu fosse fazer uma faxina na
casa em que Boris me encontrava, ela disse que o morador havia devolvido o
imóvel e que ela gostaria de tudo limpo para o próximo que alugasse.
Eu fui mesmo com todas as lembranças ruins daquela maldita noite,
eu fui por necessidade, eu precisava do dinheiro e não podia negar, em minha
mente eu não o veria mais.
Mas quando cheguei, ele já estava lá e parecia descontrolado, me
encarava estranhamente e suava muito, parecia muito mais que nervoso.
Há todo momento ele me dizia que eu destruí sua vida, que eu era
uma garota mal, que acabava com pessoas boas e então eu revidei.
— Não. Não... não... Por favor, pare de dizer isso, você me destruiu,
acabou com meu amor, você abusou da minha entrega a você! — Eu dizia
sem mais poder suportar seus gritos.
— Eu sei que errei, mas me deixe consertar, você tem que me
perdoar... Naquele dia eu não tive culpa...
—Teve porra! Você teve, eu ainda ouço as risadas daquelas pessoas
imundas, eu sinto o cheiro e o toque em minha pele, eu sinto! — Gritei entre
soluços e lágrimas.
— Minha vida... — Ele sussurrou.
— Não sou sua vida, nunca mais me chame assim!
— Você é. Sem você eu não vivo. — Ele disse me olhando.
— Então morra! — Gritei.
— Me mate. — Ele retrucou.
— Eu vou embora daqui. — Disse tentando sair, mas logo ele
avançou em minha direção.
“Ele me prendeu em seus braços beijando minha boca com força
enquanto eu tentava sair de seu aperto, ele puxou sem que eu visse uma arma
que estava na sua cintura, e começou a usar isso a seu favor, ele queria me
coagir a ficar com ele e a perdoá-lo, mas eu não conseguiria porque
qualquer respeito e confiança haviam sido quebrados na noite em que ele
abusou de mim e da minha submissão.
— Você tem que me perdoar, tem que voltar para mim, eu não tive
culpa, me entenda... Por favor...
— Eu vou embora e espero nunca mais ter que ver você de novo! —
Eu falei firme porque eu jamais queria encontrá-lo novamente.
— O que quer que eu faça, para que me perdoe... Eu só preciso do
seu perdão, minha vida...
— Já disse que não sou sua vida, não sou nada sua... Eu só quero
você longe de mim o mais longe e para sempre.
Naquele momento algo se quebrou em seu olhar doentio, eu percebi
que Boris nunca me amou, ele sempre teve certa obsessão e quando ele viu
que eu estava decidida a deixá-lo... Ele me agarrou colando seu corpo ao
meu, colocou a arma a pontada de baixo do meu queixo com o cano frio para
cima tocando em minha pele.
— Um último beijo de despedida minha vida. — Ele disse colando
seus lábios ao meu, meu corpo todo tremia e um medo visceral me dominou.
— Perdoe vida, eu te amo... — Ele murmurou com os lábios ainda colados
aos meus e apertou o gatilho.
Tinha sangue por todo meu corpo, meus olhos estavam fechados pelo
medo e quando eu tomei coragem para abri-los eu percebi que no último
segundo... Boris havia mudado o cano para seu queixo, e assim o disparo
passou até fim de sua cabeça fazendo assim o seu último dia de vida.
Ele se matou ali em minha frente, me beijando, pedindo meu perdão e
dizendo que me amava, eu fiquei com medo, estava com medo, eu estava toda
suja e lá tinha sangue demais, eu fiquei apavorada, e não sabia o que fazer.
O desespero correndo freneticamente em meu corpo, meu raciocino
sumiu e quando eu olhei ao redor vi que havia uma câmera lá e nela
continha o vídeo do abuso, e também a gravação desse último encontro.
Sem pensar em nada e vendo os olhos azuis e frios do Boris me
encarando lá do chão morto, eu apenas peguei a fita da câmara e sai de lá
sem me aproximar ou dizer adeus, eu simplesmente fugi.
— Não consigo acreditar... — James disse me encarando, e o medo
que eu tinha dele me tirar da sua vida era maior do que qualquer outro.

— Eu... Sei, ele estava louco, e quando eu disse que o queria morto
era por raiva, não queria dizer morto, morto de verdade.
— Não foi sua culpa, ele devia estar desequilibrado, ou drogado, não
sei, talvez a culpa o corroendo e por isso tirou a própria vida.
—Talvez...
— E por que isso te incomoda agora? Se há meses atrás estava tudo
bem, e a chupada em seu pescoço, eu não entendo... Onde isso se encaixa?
— Ele voltou... — Digo em um fio de voz.
— Quem voltou?
— Boris, quer dizer ele não se chama mais Boris e...
— Tatiana não pira, se ele morreu não pode voltar.
— Eu sei, eu o vi morto, mas naquele coquetel em que ficamos no
banheiro, eu o encontrei, e o vi na minha frente, e desde então ele tem me
perseguido e ameaçado.
— Impossível Tati, você deve está ficando maluca...

— Não estou. Boris é o Ricardo, Ricardo Romanini.


— O que? Como assim? — Ele questiona surpreso.
— Não sei... Ele disse que tem vídeos das nossas sessões, e ele está
vivo, e está me ameaçando. Eu não sei o que fazer. Eu cheguei em casa
ontem e ele estava lá, não sei como, mas estava, ele fez essa marca, ele me
disse que quer a gravação de volta. — Digo aflita e com o choro entalado na
garganta.
— Aquele fodido tocou em você? Mas... Ele não pode ser esse Boris,
um tiro que transpassa a cabeça é fatal... Bem é para ser.
— Eu sei, mas talvez alguém o socorreu e ele não tenha morrido, mas
ele nunca voltou para a casa no meu bairro, as coisas foram para rua e nunca
mais eu soube dele em dez anos, até agora.
— É tudo muito estranho, você disse que tem a gravação, me deixa
ver...
— NÃO! — Grito apavorada.
Se eu não quero devolver para Ricardo ou Bóris pelo motivo de haver
ainda toda a humilhação e abuso que passei, eu também não quero que James
veja isso.
— Se você quer minha ajuda tem que me mostrar isso, eu preciso ver
se esse cara realmente morreu, e não me importa o resto do conteúdo, eu
conheço essa Tati aqui e nada que tem lá vai mudar o que penso sobre você.
Confia em mim Tatiana.
Fizemos toda viagem em meia hora, saímos da casa da James e fomos
a minha para pegar a pequena fita da filmadora que contém os vídeos, de lá
voltamos para casa de James para que ele possa ver minha vergonha.

— Sorte a nossa que tenho uma filmadora que aceita essa fita, porque
se não teríamos que ir atrás de alguém que saiba transferir esse arquivo, mas
logo que acabarmos com isso eu cuido para que coloque em um Pendrive.
— Não, eu quero dar um fim nessa gravação.
— Tatiana... Não queimou essa fita em dez anos e quer se livrar dela
agora?
— Não gosto do conteúdo... — Digo com voz embargada.
— Vem aqui Morena. — Ele diz me puxando para o seu colo. — Não
se preocupa tá, vamos resolver isso, e o que tem aqui vai provar sua
inocência caso Ricardo queira fazer algo contra você.

— Eu sei...
James coloca a fita em sua filmadora e começa a ver o vídeo, eu fico
ali em seu colo sem olhar para aquelas imagens que me causam tanto asco,
foco meu olhar em seu rosto analisando suas feições, em momentos, irado,
outras indecifráveis e sei que ele está vendo o primeiro vídeo que contém
meu abuso, eu ouço as risadas daquelas pessoas, o barulho do chicote
batendo forte em minhas costas, os sons que Boris produzia e depois eu
escuto minha voz e a de Boris, nossa discussão e então o tiro, em seguida
meu choro compulsivo e então o vídeo acaba.
James me encara e volta novamente um pedaço do filme ele para a
gravação e me encara, tenho medo que depois disso nossa relação mude.
— Aqui! — Ele diz apontando para a filmadora. — Esse homem
morreu Tati ele não está vivo.
— Você já encontrou com ele, está um pouco mais velho, mas está
vivo...
— Não. Ele não está. Veja esse cara que está segurando uma arma
contra você. Bem veja a mão dele. — ele diz e eu olho e vejo uma mancha
marrom que Boris sempre teve e diz ser de nascença, o seu formato parece
uma maçã, lembro-me de dizer a ele que era a fruta do pecado tatuada nele.
— Estou vendo, é uma marca de nascença.
— Isso de nascença, não se pode remover sem deixar marcas, mas
esse homem aqui, não tem nenhuma marca. — ele diz me mostrando o braço
do Boris no dia do meu abuso, a imagem está um pouco distante, mas ainda
assim não vejo marca alguma.
— Não é possível... Meu Deus, eu não notei isso aquela noite, ele não
é ele?

— Calma Morena, você estava presa ele abusou de você, agora me


diz o Boris tem uma mancha na mão?
— Tem!
— Então eu só posso pensar que esse Boris tem um irmão gêmeo, e
idêntico a ele e foi ele quem fez essas atrocidades com você, e tudo leva crer
que Ricardo é esse irmão. — James diz com toda sagacidade.
Como eu nunca reparei isso?
Estou pasma, travada e chocada. Boris que não era Boris quando
abusou de mim, mas que é Ricardo, e agora Ricardo não é Boris como eu
pensei... Eu não sei o que esse homem quer, mas ele vai me enlouquecer.
∞∞∞
Capítulo 10

Minha mente estava uma completa bagunça, quando Boris se mudou


para o nosso bairro, ele sempre aparentou ser um homem calmo e sozinho,
logo que fez amizade com a minha mãe ele sempre se mostrou muito gentil,
sempre preocupado com as necessidades da nossa casa, ele sempre trazia
coisas que minha mãe não podia comprar como biscoitos, iogurtes, frutas,
chocolates, carnes, refrigerantes entre muitas outras coisas, e desde criança
sua presença era constante na minha casa, ele sempre esteve ali como um
amigo apoiando nossa família.
Quando eu descobri que Boris era o anônimo do vídeo foi uma
surpresa, ele era uns quinze anos mais velho do que eu. Sempre achei que
tivesse interesse na minha mãe, e por isso estava ali. Durante todos os anos
que conviveu com a gente, ele sempre foi respeitoso comigo, nunca notei
nada estranho, convivi com ele desde meus onze anos e ele sempre esteve ali
ajudando minha mãe com tudo.

Depois de toda desgraça que nos assolou, eu escondi ele no fundo da


minha mente, para que assim eu pudesse dormir em paz sem lembrar de todo
mal que me causou, mas agora tudo muda, e em dez anos nunca mais voltei a
ver aquela filmagem e qual a surpresa que tenho com a recente descoberta de
James? Que Boris certamente tem um irmão gêmeo, irmão esse que abusou
de mim.
Mas ainda havia questões não respondidas, por que Boris não me
defendeu? Por que não me protegeu? Já que dizia que me amava, ele sabia
que seu irmão ia fazer aquilo comigo? São tantas perguntas sem respostas,
mas pelo que vejo James não vai demorar a descobrir, ele anda de um lado ao
outro falando com alguém no celular, sua voz é branda, mas suas feições são
de ira.
— Tudo bem. Sim... Sim. Aguardo você em quinze minutos, certo.
Passar bem. — Ele diz e finaliza a ligação.
— Está tudo bem? Você parece tenso, o que foi? — Eu pergunto um
tanto preocupada.
— Ele está vindo aqui em casa, eu falei com Ricardo agora e disse
que preciso falar com ele sobre assuntos da empresa.
— Não, você está maluco James, não podemos agir assim sem um
plano eu vou pirar, não estou pronta! — Afirmo decidida.
— Tatiana não fode logo agora, isso aqui não é um filme de ação, não
vamos traçar planos, ele vai vir e eu vou conduzir tudo. Você não vai passar
nem mais um dia sendo chantageada por esse cretino, e, por favor, não ouse
discutir sobre isso, eu não posso te punir agora, porque se eu fizer isso terei
que foder você e não há tempo para isso. — ele diz mandão, com seu jeito
dominador.
— Você não manda em mim James, eu sou sua submissa e não sua
propriedade.
— Você é minha dentro e fora de cena até que você decida que não
quer mais, já conversamos sobre isso, e eu estou fazendo isso para o seu bem,
vou tirar esse cara de circulação fácil, fácil, então coopere comigo. — Ele diz
e eu perco os argumentos.

Os quinze minutos demoram uma eternidade, aguardamos ele chegar


e James parece mais calmo do que nunca, mas seu silêncio é um martírio, não
sei o que está pensando ou o que vai dizer, nem eu sei o que direi quando
chegar a hora. Mas de uma coisa eu sei, que só sairemos daqui quando tudo
isso tiver acabado.
— Bom dia minha vida, está me esperando. — Ricardo diz, ele
claramente quer me fazer acreditar que ele é o Boris, eu me pergunto como
ele sabe a forma como Boris me tratava.
— Pode entrar Senhor Romanini, meu patrão o espera no escritório.
—Tento parecer formal, o recebendo como fiz das outras vezes que veio
aqui.
Quando chegamos ao escritório Ricardo entra e eu fico no limiar,
esperando alguma atitude de James.
— Entre e feche a porta Tatiana. — Ele diz sério, mas muito sério.
Olho para Ricardo que tem sua feição indecifrável. Passo por ele e me sento
no sofá do escritório, James sentado na cadeira atrás de sua mesa e Ricardo à
sua frente.
— Bom... Qual o motivo da reunião James, e por que sua empregada
está aqui?
— Ela está aqui pelo simples fato dela ser o motivo dessa conversa.
— James diz.

— Então ela contou sobre nosso passado juntos? — Ricardo fala e


James faz um som raivoso.
— Chega de jogos Ricardo, eu já sei que você não é o Boris, eu já sei
de tudo. — Digo querendo cortar qualquer enrolação.
— O que esse tudo abrange? Que você atirou em mim e depois fugiu
me deixando para morrer?
— Eu não atirei em ninguém! — Grito raivosa e James interfere.
— Chega Ricardo, acabaram os joguinhos e farsas, eu vi a gravação e
o homem que morreu foi Boris com certeza é seu irmão. — James diz brando
e Ricardo logo se altera.
— Morreu porque ela matou! — Ele grita.
— Veja esse vídeo e depois você vai me dizer toda a verdade, toda,
ouviu bem? — James ordena e Ricardo assente.
James solta o vídeo e Ricardo observa atentamente, seu olhar frio
analisando cada cena do abuso, e logo depois ele ouve Boris suplicando por
perdão e dizendo que não teve culpa, seus olhos marejam por um instante e
ele fechou os olhos no momento do tiro, ele passa suas mão pelo rosto e
acredito que seja para esconder alguma lágrima de crocodilo.
— Viu o que você fez Ricardo? Boris implorou por perdão, um
perdão que ele não tinha culpa, eu não cedi, eu o julguei até o último
momento e ele tirou a própria vida. Eu sei que era você naquela noite, foi
você que me estuprou, foi você quem levou aquelas pessoas lá, e agora seu
pobre irmão está morto por sua maldita culpa!
— Ele não era um santo Tatiana! — Ricardo grita. — O seu amado
Boris era um pedófilo nojento sabia?

— O quê? Você está inventando isso para limpar a sua barra! —


Devolvo na lata, porque não posso acreditar.
Boris sempre foi uma pessoa tranquila e seu único erro, na verdade
não foi seu e sim do seu irmão.
— Você sempre foi uma tola, que acreditava em tudo que meu irmão
te falava, mas eu vou te contar nossa história. Boris e eu como você
descobriu éramos gêmeos, ele sempre foi mais fechado, era recluso de tudo e
pouco contava da sua vida para mim, logo que completamos vinte anos
assumimos a empresa da família e pouco tempo depois Boris se casou.
— Não você está inventando isso, fale a verdade! — Não consigo
raciocinar direito.
— É a verdade, seu querido Boris era casado, mas ele não parecia
muito feliz, depois de anos de casado sua mulher engravidou e ele começou a
fazer viagens misteriosas, e depois começou a passar semanas e semanas em
viagens de trabalho inexistentes, eu desconfiei e comecei investigar, então ele
veio passar uns dias em casa com Aline e sua filha, mas no dia seguinte ele
recebeu uma ligação e saiu às pressas deixando toda a família sozinha no
natal e de quebra esqueceu o notebook, dali foi só um click para descobrir
tudo, levei o computador para um técnico desbloquear e descobri tudo.
— Eu... Meu Deus! Eu me lembro de uma véspera de natal que Boris
não me respondia e eu achei que ele estivesse me traindo porque ele não
estava em casa e não me respondia, então eu liguei e disse que eu passaria o
natal com outro.
— E no outro dia ele já estava na sua casa...
— Sim. — Digo e olho para James que permanece sério no seu lugar.
— Ele mantinha uma espécie de diário fotográfico, era como um
livro... Mas um livro sobre você Tatiana, já imagina o título bizarro que ele
deu?
— Minha Vida. — Digo seco, porque Boris sempre usou essas
palavras para se referir a mim.
— Exato. E quando eu abri esse arquivo era muito pior, nele meu
irmão falava da primeira vez que ele te viu, você só tinha dez anos porra, uma
criança... Ele viu você junto da sua mãe, acredito que ela estava trabalhando e
te levou, ele tem fotos desse dia, ele investigou você e sua família, ele alugou
uma casa perto da sua e seduziu a sua mãe para sim ficar perto de você.
— Não! Minha mãe e Boris não tinha um caso, ele nunca tocou em
mim quando criança, ele sempre nos ajudou e respeitou.
— Ele seduziu a sua mãe e depois de deixar ela exausta dormindo no
quarto, ele ia até o seu e tirava fotos suas de pijamas, algumas só de calcinha
nos dias mais quentes, esses ele dizia ser seu preferido, ele tinha milhares de
fotos suas, tanto íntimas, quanto as do dia a dia, brincando e se encantando
por ver você ganhar uma boneca no seu aniversário, ou por ter um
refrigerante na mesa, ele anotava tudo isso, ele era um pervertido de merda.
— Ele diz e eu me desmancho em choro compulsivo.
— Em qual parte você entra nessa história? — James pergunta.
— Bom... Quando eu descobri tudo e ele voltou eu queria entregá-lo,
nosso pai sempre o enaltecia, ele era o perfeito sem erros e eu sempre em
segundo lugar, porque não o obedecia, não queria me casar, e quando eu
descobri tudo sobre sua existência eu só aproveitei e eu o confrontei, eram
anos de mentira. Ele foi covarde eu achei que ele tinha medo de perder a
herança ou sua esposa ou até mesmo ser preso, mas não, ele só tinha medo de
perder você. Sua preciosa Tatiana.

— Ele era um louco um... Louco. Meu Deus a minha mãe sabia disso?
— Eu não sei sobre a sua mãe, a única coisa que soube é que ele a
comia até dizer chega e depois ia até o seu quarto tirar fotos nojentas de uma
criança.
— E depois o que aconteceu? — Pergunto porque agora que cheguei
nesse ponto, eu vou até o fim.
— Ele te ofereceu por uma noite, eu já havia visto todos os vídeos de
vocês dois em ação e ele me disse que você era como uma escrava que fazia
tudo, e aguentava qualquer coisa e que entre vocês não existia esse negócio
de não. Que ele me deixaria ter uma noite com você para eu fazer o que
quisesse, e que se eu aceitasse teria que guardar o segredo...
— E você um fodido de merda aceitou! Dois pervertidos, isso é de
família, um pedófilo e um estuprador! — James esbraveja.
— Ele disse que você aceitava tudo, então eu quis dar o troco no meu
irmão usufruindo do seu brinquedinho e na frente dele, porque ele esteve lá o
tempo todo, ele prendeu a porquinha dele por abate e ele ouviu seus gemidos
de desespero, viu várias pessoas usarem o seu bem mais precioso. Ele tinha
uma família, uma filha porra... Mas trocaria tudo por você, mas ele provou do
próprio veneno.
— Mas algo saiu errado, ele morreu. Você o enterrou? — Eu
pergunto.
— Sim. Quando ele demorou a aparecer eu fui atrás e o achei morto,
pensei que você tivesse o matado, mas não... Ele era tão doente e obcecado
por você que tirou a própria vida, eu não esperava isso, não achei que ele
fosse capaz eu... Não queria...

— Mas fez... E agora o que quer de mim, por que está me


atormentado? Já não foi o suficiente tudo que fez?
— Eu só quero essa gravação de volta, se vocês descobriram quem eu
sou alguém pode descobrir.
— Ela não vai devolver nada, você é que vai trazer tudo que tem e
vamos pôr um fim nisso. — James diz confiante e Ricardo logo rebate:
— Então vamos pôr um fim nisso!
∞∞∞
Capítulo 11

Quanto se leva para matar uma pessoa?


Quanto tempo leva até ele morrer?
Quantos anos se pega por matar alguém? Doze anos? Ou talvez
quinze?
Eu sinto o desejo latente em todo meu corpo, mas não um desejo de
prazer, claro que matar o Ricardo depois de todas essas informações que
recebi, deve ser altamente prazeroso.
Eu o trouxe para esse confronto, para livrar Tati de tudo que a afligia,
mas no decorrer da nossa conversa notei algo que me surpreendeu, ela ama...
Amava esse tal Boris?
Ela em boa parte da história se negou a acreditar que o filho da puta
era um maldito pedófilo, ela não conseguia aceitar, e eu me senti como um
intruso em toda a sua história, mas eu busquei iniciar todas aquelas
revelações e agora era meu momento de encerrá-la, e isso só acabaria com
Ricardo na cadeia, pagando pelo seu crime e de quebra os do seu irmão.
— Então vamos pôr um fim nisso! — Ricardo disse. — O que vocês
querem para me devolver a gravação?
— Acho que você não entendeu ainda espermatozoide do mal, você
vai nos devolver tudo que tem sobre a Tatiana, e aqui vamos os três, queimar
tudo. — Digo e Tati me encara com uma feição surpresa.
— Certo. — Ele diz e enfia uma mão na camisa puxando uma
corrente com um crucifixo de ouro, ele a pega e abre tirando dali um pequeno
cartão de memória, e me pergunto se essa porra é agente secreto estilo dos
filmes de ação. — Está tudo aqui.
— Me dê preciso me certificar que é de fato as provas contra Tati.
— Você acha que ando carregando cartões de memória por pura
diversão?
— Nunca se sabe, já que ando assistindo muito C.S.I.
— Você adquiriu um excepcional senso de humor James, me
surpreendeu.
Ele fala e eu o encaro desejoso de que tudo aquilo acabe, preciso ter a
minha Morena, saber que ela é minha e que ela me quer, e assim dissipar com
qualquer lembrança que ainda permaneça na cabecinha da minha gatinha
brava.
— Gosto de sempre superar as expectativas, agora me dê logo isso. —
Digo e ele me entrega muito a contragosto.
Coloco o cartão em um adaptador e abro o arquivo chamado “Minha
vida”, dou uma olhada de relance e sinto repulsa por ver Tati tão novinha
sendo observada por um pervertido, tem fotos suas muito novas... Porra! Uma
criança nua.
Há muitas fotos e uma espécie de diário, passo para os outros
arquivos e vejo Tati já madura, uma mulher, na verdade uma jovem mulher e
pouco foi à mudança nesses dez anos. Ele a chicoteia e introduz objetos nela,
a sufoca e beija sua boca, ele se enterra com força para dentro dela e vejo
suas feições de puro prazer, sei que se eu pôr o fone ouvirei seus gemidos,
aqueles que ela sempre dá somente para mim.
Olho sobre meus ombros e vejo Tatiana com os olhos marejados por
ver que tudo que Ricardo falou era verdade.
— Bom acho que já viram o suficiente, agora vamos queimar...
— Acho que não Ricardo, você pensou que estupraria uma mulher e
sairia livre disso? — Eu o questionei e ele se levanta mostrando uma cara
extremamente irada.
— Você não tem palavra!
— Eu simplesmente não negocio com bandidos.

Ele furioso avança em minha direção, me acertando um soco, mas


logo eu revido o imobilizando e então um dos meus seguranças entra em ação
o tirando de perto de mim e eu levanto.
— Para onde o levamos senhor? — Manuel meu segurança pergunta
ainda o imobilizando.
— O prendam na sala de segurança e chame o delegado.
— Sim senhor. — Ele diz e sai arrastando Ricardo para fora, que vai
sendo carregado e desfere palavras desonrosas contra mim.
— Vem aqui Tatiana. — Ordeno quando a vejo me encarando de
longe.

— O que você vai fazer? Você acha mesmo que um delegado vai vir
até aqui? Os crimes já nem devem mais mantê-lo preso.
— Você é advogada? Sabe sobre leis?
— Não, mas...
— Tatiana eu tenho influência suficiente para trazer uma delegacia
inteira até a minha casa, agora faça o que eu mandei e venha aqui.
Ela abaixa a cabeça e vem em passos lentos, quando chega até a mim
se ajoelha aos meus pés buscando espaço entre as minhas pernas, sem que eu
precise ordenar ela sabe o que fazer, já tomando sua posição de submissa.
— Estou aqui senhor.
— Eu vou perguntar e quero sua mais sincera resposta Tatiana. Você
ama aquele cara?
— O quê? Não... Boris? Não por Deus... Não!
— Olhe para mim. — Mando e ela assim faz. — Por que não
acreditou que ele fosse um pedófilo? Por que precisou ver as provas para que
o seu olhar de tristeza se mostrasse?
— James entenda que...
Quando ela deixa de me chamar de senhor a ergo puxando-a pelos
cabelos e debruçando-a em minha mesa eu abaixo seu pequeno shorts colado
no corpo, quando tenho a completa visão de sua bunda Morena é perfeita, eu
abro uma gaveta que sempre deixo alguns objetos desde que Tati veio
trabalhar aqui, retiro de lá uma palmatória de couro.
— Se precisar use as palavras. — Digo e acerto um golpe em sua
bunda fazendo-a pular, mas eu a mantenho firme no lugar. — Você o ama?

— Não senhor. — Diz ofegante e eu lhe desferi mais um golpe.


— Você gostava de ser dominada por ele? Sentia muito prazer com
ele?
Eu acrescento mais golpes um atrás do outro sem descanso, eu estou
perdendo a porra da minha mente o que eu quero com essas perguntas? Nem
mesmo sei, mas estou puto com as cenas deles dois, do modo que ela se
entregava a ele.
— Sim senhor, Eu gostava Ahh...
— O que foi Tatiana é demais? Diga ou eu não vou parar. — Falo
quando ela grita, tento procurar algum sinal de dor, de que estou me
excedendo mais só vejo prazer.
O tesão corre violento em mim, o desejo por ela me instiga a lhe dar
mais a lhe dar tudo para assim mantê-la presa a mim. Tatiana gosta da dor e
da dominação sei que consigo fazê-la gozar apenas batendo na bunda dela,
quero deixá-la louca assim como ela me deixa, estamos em um momento em
que eu sou o dominado e não o dominador.
O fato é que ela me dominou.
∞∞∞

Alguma vez já esteve em um momento tenso, aquele bem ruim


mesmo que te deixa mal, sem fome e sem sono, com uma angustia no peito e
um nó na garganta e tudo que você quer é resolver a situação.

Mas eu não, eu estou perto... Muito perto mesmo de gozar enquanto


James me bate, um prazer supremo me toma e adrenalina sobe em altos
níveis em meu corpo, me fazendo querer mais, e logo após essa
demonstração de ciúmes, sei que ele tem sentimentos por mim.
— Diga a palavra Tatiana, diga e eu paro. — Sua voz é rouca e
excitada.

— Verde, eu... Verde!


— Você é uma gatinha safada, minha gatinha safada. — Sinto sua
mão em meus lábios vaginais beliscando meu clitóris com força.
— Ohh... Senhor.
Ele me vira de frente para ele, seu olhar mortal analisando meu corpo,
quando ele avança sobre mim tirando minha blusa, beliscando, apertando
meus seios e me causando uma dor gostosa.
— Me beija Tati, beija minha boca vem... — Ele diz em um tom mais
ameno e eu o beijo.
James sabe conduzir a sessão, ele sabe o que fazer para nos
proporcionar prazer. Ele novamente abre a gaveta e fico na expectativa do
que virá, ele logo pega um vibrador varinha e não perde tempo em me
torturar com ele.
Colocando-me sobre a mesa e abrindo-me mais ele beija minha
boceta, beija como se beijasse minha boca, enfia todo seu rosto nela sugando
com força enquanto o vibrador faz seu trabalho em meu clitóris. Ondas
quentes se alastram em meu corpo quando sinto seus dedos entrando em
mim, ele rapidamente encontra meu ponto de prazer me fazendo contorcer
sobre a mesa.
— Faz daquele jeito pra mim Tati, me molha todo... Vem... Vem pra
mim! — Ele diz sem para de me estimular enquanto seus dedos batem fundo,
eu estou em meu controle até que um dedo sorrateiro entra em meu ânus,
James conhecendo meu corpo como ninguém sorri como um menino arteiro,
sabendo que ali é o meu fim.
— Ahh... James... Por favor, Senhor.

— Isso, isso... Assim minha gatinha, seu prazer é todo meu, você é
toda minha. — Ele diz e se inclina sobre mim sem parar sua ação, mas
beijando ferozmente minha boca.
Jatos e mais jatos do meu líquido ejaculatório saem molhando e eu me
desmancho em um orgasmo arrebatador, a mão de James está molhada, sua
mesa e até sua camisa.
— Caralho! — Ele brada e logo me puxou fazendo-me cair de
joelhos, com pressa ele abre a suas calças, e seu pau saltou duro em minha
frente. —Safada... Me leva bem fundo e se for demais bata em minha perna.
— Sim senhor... Me bata, por favor... — Digo instigando-o.

— Você é uma putinha safada. — Ele diz e acerta um tapa na minha


cara, não dói, mas minha vagina pulsa por mais. — Gosta disso não é? Pede
porque gosta...
Ele me puxa enfiando seu meu pau na minha boca, batendo direto em
minha garganta, suas mãos fecham em meu pescoço prendendo a passagem
de ar e logo uma onda forte de prazer me domina.
— Ahh Tati... Você me deixa louco, mama tudo minha gatinha, me
chupa gostoso. — Ele diz metendo em minha boca em um ritmo punitivo. —
Ohh... Isso, isso.
Bato em sua perna e logo ele se afasta achando que era demais para
mim, mas eu logo o tranquilizei dizendo:
— Goza em meu rosto senhor, me marque como sua... Eu sou sua! —
Digo e ele me puxa fazendo-me recebê-lo por completo.
— Filha da Puta! — Ele grita ensandecido puxando seu pau para fora
e esporrando em meu rosto, eu o encaro para ver sua face tomada pelo prazer
enquanto ele bombeia seu pau. — Ohh gostosa... Porra!
Dez minutos depois estamos prontos, James está em um modo
carinhoso, já me deu carinho, passou pomada em minha bunda, está a todo
tempo beijando meu pescoço e acariciando meus cabelos.
— Está com a bundinha doendo? — Me questiona.
— Não... Bom um pouco, mas é uma dor boa. — Digo e ele sorri. —
Acha que vão prendê-lo?
—Não sei, mas espero que façam algo, não o deixarei sair até que o
delegado veja o vídeo e diga o que podemos fazer.
— Ele vai ver?

— Tati, são provas ou você quer deixá-lo sair impune?


— Não! Claro que não, mas eu tenho vergonha.
— Ele é profissional, lida com isso o tempo todo, e vou estar com
você Morena.
— Tudo bem então, o quanto antes resolver isso melhor.
— Sim, muito... — Antes que termine a frase, alguém interrompe na
sala, ou melhor, Fernanda entra como se fosse dona da casa.
— James estou te procurando, te ligando e não me atende. — Ela diz
me fuzilando com o olhar, logo saio do colo de James organizando tudo para
me retirar, sentindo-me a amante que foi pega pela dona da casa. O ódio que
tenho dela!
— O que está fazendo aqui? Não me lembrei de ter combinado nada.
— James diz arrumando a postura e a encarando.
— Bem eu vim ver você, como não nos falamos durante a semana,
mas então eu cheguei te procurando e encontrei Ricardo que estava preso em
um dos cômodos...
— O que estava? Você...
— Eu o soltei James, o que foi por que essa cara?
— Merda! Porra... Fernanda. — James grita batendo na mesa e saindo
do escritório com certeza na esperança de que tenham prendido Ricardo
novamente.
Cara a cara e sozinha na sala, Fernanda se aproxima de mim com
olhar intimidador.
— Você não passa de uma transa qualquer, sabe disso não sabe?
— Não sei do que está falando. — Minto.
— Sabe, James é um homem conhecido por seus negócios por todo o
mundo, ele só usa mulheres como você e eu venho cuidando da sua imagem e
de tudo para que quando ele for meu nada irá manchar nossa belíssima união.
— Bom para você, já que gosta de tudo bem limpo, porque James
gosta de bem sujo. — Digo limpando o canto da boca deixando que interprete
da forma que quiser.
Logo me retiro de sua presença, porque apesar de ter saído por cima
dessa vez ela está certa, mesmo com demonstrações de ciúmes e muito afeto,
James jamais me assumiria como sua mulher, e eu me engano cada vez mais,
mentindo para mim mesma dizendo que se estou aqui, se estou com ele é pelo
prazer.
Somente pelo prazer.
∞∞∞
Capítulo 12

Já se passaram quatro semanas desde que confrontamos Ricardo, e


depois que Fernanda o libertou ele desapareceu feito fumaça. Eu não posso
acreditar, não consigo aceitar de que estive tão perto de prendê-lo e ainda
assim ele fugiu, ele só deixou uma pequena nota sobre a mesa, escrito:
Eu voltarei para você Tatiana.
— RR
Eu não sei o que esse fodido queria com isso, talvez nos colocar
medo, ou deixar Tati apavorada, mas eu não contei a ela, não a quero cheia de
neuras achando que a qualquer momento ele virá atrás dela em busca de uma
vingança.
Por mais receio que eu tenha dele vir e tentar algo contra ela, eu já me
precavi contra a qualquer dano futuro, e aonde quer que ele esteja deve estar
na pior pagando de uma forma ou outra pelo que fez contra Tati.
Juntamente com ela fizemos uma denúncia e entregamos todo o
material que tínhamos. Claro que o maldito Boris não poderia pagar por nada
porque ele deve estar nesse exato momento queimando no inferno. Mas
Ricardo esse pagaria dobrado, depois que o delegado deu início ao processo
de um pulo ao outro toda notícia se espalhou, não sei se foi o delegado
querendo certo prestígio na unidade em que delega tudo já está escancarado
na mídia e conhecido como “O caso dos irmãos Romanini".
Todo o caso sobre Boris e sua vida dupla está nos jornais, detalhando
todas as suas perversidades escritas por ele, todos os relatos que ele deixou
são utilizados como prova, ele ainda deixou um último texto para Tati
explicando, como Ricardo o abordou e diferente do que ele nos disse Boris
não ofereceu Tatiana, na verdade ele foi coagido e chantageado pelo o irmão
para que ele pudesse fazer o que quisesse com ela.
Sua família se revoltou e a princípio negaram, mas quando viram as
provas na delegacia não tiveram como argumentar. Já Tatiana pediu para que
deixasse sua identidade anônima, e assim ela têm se mantido.
Apesar do seu estado abalado que ela está com toda essa confusão que
se iniciou, ela em nenhum momento se afastou de mim, pelo contrário tem
estado constantemente distribuindo seus cuidados, e apesar de amar tudo que
ela faz por mim, e ter esse louco desejo eu não quero que ela se iluda.
Por isso nessa última semana dei folga a ela para que pudesse
descansar e esquecer um pouco disso tudo, e também para que eu possa
refrear um pouco desse desejo descontrolado que sinto por ela, tudo que
estamos vivendo está ultrapassando limites, eu cheguei a sentir ciúmes por
ela, coisa que nunca senti por ninguém na vida e isso não pode continuar.
Eu amo a maneira que ela se entrega para mim, e a cada vez que
transamos a cada vez que eu a domino é melhor, é mais gostoso, mais
completo, eu sinto como se fossemos o encaixe perfeito sexualmente, talvez
se ela fosse mais baixa ou mais magra eu poderia comprar roupas de grifes
internacionais e joias exclusivas e daria a ela um ar superior, uma verdadeira
dama da sociedade carioca, do Rio de Janeiro ao mundo, em nossa cama ela
seria minha, eu dominaria e fora dela seríamos o par perfeito.
Mas ninguém pode pedir uma coisa dessas, eu prefiro ser sincero a
induzir emagrecer por um relacionamento que talvez nunca se concretize.
Eu gosto dela assim, amo todas suas curvas, mas isso tudo que temos
é sexual, sexo puro e sujo ao meu modo, ao meu domínio, sob o meu poder.
— Oi pai, está tudo bem por aí? — Digo ao atender uma ligação do
meu pai.
— James, estou bem filho não se preocupe, eu gostaria que viesse
aqui em casa amanhã, precisamos conversar e seu velho precisa de uma
visita, estou me sentindo abandonado. — Meu velho diz rindo.
—Tem razão pai, tenho sido um mau filho, prometo que amanhã irei
aí para conversarmos, quer que eu leve algo amanhã?
— Quem sabe uma nora, ou futura esposa.
— Pai... — Digo em tom de reprimenda.
— Tudo bem, não custa tentar. — Ele diz com uma gargalhada.
— Te vejo amanhã pai.
Meu pai desliga e eu vou novamente para o quarto tentar aliviar a
saudade que meu corpo sente da minha Morena, até penso em chamar uma
submissa de luxo, mas aí terei que falar para Tati e ela terá o mesmo direito
de se envolver com outro e não me sinto preparado para isso. Não fora do
meu domínio.

Parece que a vida nos leva de uma maneira teatral, em momentos


alegres de gozo e alegria, e em outros de tristezas e decepções, minha mãe me
encara com os olhos marejados, seu olhar de culpa me diz tudo.
— Então é verdade... Você sabia de tudo mãe. — Eu afirmo e não
questiono.
— Não filha eu... Eu não sabia que ele se aproximou só por causa de
você, eu sabia que ele visitava seu quarto enquanto eu dormia.
— Mas sabia que eu me envolvi com ele aos dezoitos anos? —
Pergunto e ela assente. — E me deixou ficar com um cara que foi seu
amante?
— Ele disse que te amava, e que se eu falasse isso acabaria com a sua
felicidade, ele disse que você era feliz com ele, Tatiana me entenda.

— Não entendo! Olha pra mim, bem dentro dos meus olhos e diz que
nunca desconfiou que ele fosse um pedófilo.
— Filha eu não sabia... — Ela mente e logo uma voz grossa se faz
presente.
— Ela sabia, eu contei que suspeitava, e ela não acreditou em mim,
preferiu um pau nojento ao invés de cuidar da própria filha. — Kaio meu
irmão diz entrando em nossa casa.
— Não fale assim, eu sou mãe!
— Não mais, desde o dia que me expulsou da sua casa, para poder
acobertar seu amante, eu não sou mais seu filho. — Ele diz e eu corri para
abraçá-lo, precisando de carinho e compreensão.
— Quando chegou ao Rio Kaio? Por que não avisou para eu ir buscá-
lo?
— Cheguei agora de manhã, eu vi o nome do maldito em uma
reportagem e soube imediatamente que a mulher abusada era você... Me
perdoe por falhar, por não proteger você... Ela me expulsou de casa e eu me
deixei levar pela raiva, mas eu voltei e você vai sair dessa casa comigo.
— Eu sei que você não tem culpa era um adolescente, não era seu
dever.
— Era sim. Eu acordei uma noite e ele estava lá, de pé do lado da sua
cama te olhando, quando me movimentei na cama ele saiu e quando contei a
ela sabe o que ela disse?
— Kaio... — Mamãe sussurra.
— Não! Me deixe falar dona Silvia, ela me disse que eu sempre fui
um garoto problemático e que inventava mentiras para estragar com sua vida,
e que papai foi embora por minha culpa e que se eu fosse esperto iria
também, porque debaixo do teto dela não vive um mentiroso.
— Mãe... Você o expulsou e disse tudo isso por...
— POR AMOR! — Ela grita. — Eu precisava de amor e ele tiraria
isso de mim, Boris me amava e eu precisava dele. Me privei por anos para
cuidar de vocês, eu merecia o amor de um homem.
— Não era amor mãe! Ele te usou para poder abusar de mim.
— Ele nunca te tocou na infância e nem na adolescência, eu vi no
jornal eu vi os relatos do diário... Eu vi.

— É abuso olhar com desejo uma criança seminua, é abuso fotografar


a mesma... E o que garante que ele não tocou em mim em uma das noites em
que passou me olhando?
— Ele não fez... Filha me perdoa eu devia ter contando do meu
envolvimento.
— Mãe... — Respiro fundo e a encaro. — Nós falamos em outro
momento, eu preciso descansar.
— Você não vai sair de casa não é? Não vai me abandonar.
— Eu vou para a casa do May preciso descansar e... Naquele quarto
não poderei.
— Não tem necessidade disso Tatiana.
— Deixe-a respirar Silvia, eu só nesses poucos momentos já estou
sufocando. — Meu irmão diz e minha mãe logo revida.
— Vai à merda Kaio!
— Vou ignorar sua ofensa, sabe como é. O que vem debaixo não nos
atinge. — Ele diz pronto para briga e eu contenho.
— Vamos Kaio, preciso descansar.
— Tudo bem quando chegarmos à casa do May vai me contar quem é
o cara.
— Que cara bicho doido? — O encaro e me faço de confusa.
— Você sabe que não pode esconder nada de mim.
Realmente não consigo esconder nada.
∞∞∞
Capítulo 13

Jogo-me na cama de May tentando esquecer um pouco tudo o que


está acontecendo, já não bastasse eu ter que lidar com todas essas revelações
ainda tive que suportar uma semana sem ver o James.
Pode parecer pouco tempo, ou uma bobagem já que meu sentimento
não é correspondido, mas é difícil ficar longe do homem que amo, eu anseio
em vê-lo, quero sentir seu cheiro, seu gosto e matar toda essa saudade que
está acabando comigo.
— Então, nada ainda do Ricardo? — May me questiona se deitando
ao meu lado.
— Nada. Parece que evaporou... Argh! Se não fosse aquela vaca ele já
estaria ao menos preso agora... Puff... Quem eu quero enganar o cara tem
dinheiro, no máximo estaria respondendo em liberdade.
— Sim, mas teria a chance de ser condenado, mas o James não fez
nada contra essa mulher?

— Ela deu uma desculpa esfarrapada e ele acreditou, disse que


Ricardo alegou que ficou preso lá e pediu para ela abrir, e ela boa moça abriu,
achou que a fechadura havia emperrado e por isso abriu... É uma naja!
— Sim, cobra peçonhenta ela, tenha cuidado.
— Eu sei ela tentou me encurralar dizendo que sou só mais uma
transa qualquer e que ela é a eleita para ser a esposa do grande James
Johnson.
— E você, o que acha? Acredita que ela tenha razão?
— Não acredito que James queira casar-se com ela, ele mesmo já
disse várias vezes que gosta da liberdade que tem, e outra ele me garantiu que
não tem nada com ela, disse que uma vez rolou por que ambos estavam
bêbados, mas que depois manteve tudo na amizade.
— Mas em relação a você ser só mais uma transa?
— Bom isso talvez ela tenha razão... Eu sei que o James gosta de mim
e de tudo que temos, mas ele é sincero comigo, nunca me enrolou, ele nunca
assumiria um compromisso comigo e nem com outra mulher e também você
sabe...
— Não eu não sei Tatiana. — Ele já esbraveja meio nervoso, e sei que
se soltar o que tenho May vai me xingar, mas mesmo assim continuo.
— Ele não assumiria uma mulher fora dos padrões, uma gordinha
como eu só tem um homem daqueles às escondidas. — Bufo quando a
realidade cai em mim, penso muitas vezes que se fosse mais magra e James
notasse meu esforço talvez, ele poderia me aceitar, me assumir, me amar.
— Porque ele é um babaca isso que ele é, Tatiana você é linda da
maneira que é, e se ele não enxerga isso... Pior para ele e eu conheço essa
cara hein, não quero saber de dietas malucas. — Ele diz como se soubesse
meus pensamentos.
— Não farei. Bem vamos mudar de assunto que amanhã eu vou
trabalhar.
— Trabalhar? Não! Amanhã é seu aniversário, não pode ir.

— May quer que sejamos dois desempregados? Você já perdeu


emprego por minha causa e temos esse aluguel, eu preciso te ajudar com as
despesas...
— Já disse que não precisa se preocupar logo arrumo outro e um dia
não faz mal faltar, eu já faltei muito nessa vida... Já sei! Pegue um atestado.
— Larga de ser bobo garoto, eu não faço esse tipo de coisa, e eu
também quero ver o James.
— Tudo bem, vá lá e aproveite, não trabalhe, transe!
— Transarei, foderei e amarei! — Digo rindo e May logo começa
com seu jeito serelepe.
— Eu que foderia gostoso com Kaio, ele voltou ainda mais gato do
que antes... — Ele puxa o ar, solta suspirando e diz — Aí aí... Se ele gostasse,
eu queria.
— Credo você anda muito dado, eu hein? Se orienta. — Digo rindo e
ele forma uma carranca.
— Não tenho seu apoio? — Ele questiona levando a sério seus
pensamentos impuros com Kaio.
— May... Você sabe que Kaio gosta de mulheres, não acha que já
passou do tempo de esquecer essa falsa paixão?

— E quem disse que é falsa sua horrorosa? Eu hein... Só estou


dizendo que se ele quisesse... Bem eu me daria todo. — Ele diz e gargalha e
logo Kaio entra no quarto só de toalha e May quase engasga.
— Ei... May! Aonde colocou minha mala? — Meu irmão pergunta.
Semi Nu e molhado.
— Eu... Eu... Quero... Não quero... — May se embola todo, e eu
intervenho, ajudando o coitado.
— Está na sala entre o sofá e a parede, lá no cantinho, agora vá cobrir
essas pelancas.
— Aqui é pele de seda querida irmã, meu corpo é todo bem cuidado,
até cheira a melancia, meu creme novo é maravilhoso, sente só. — Ele diz se
jogando entre mim e May e eu me afasto brincando.
— Sai pra lá urubu com cara de tatu.
— Vem cá May, me cheira e diz para Tati que meu creme é bom. —
Ele diz abraçando e meu amigo enrubesce envergonhado. Cora não, corar é
para mocinhas, ele parece que foi estapeado em uma briga de rua.
— É... Maravilhoso... — May murmura divagando, tadinho do meu
amigo é isso que a paixão faz.
— Eu sei. Massa né? Comprei daquele pessoal que espirra perfume na
sua cara tentando vender, lá em São Paulo tem de monte. E falando em São
Paulo... Eu quero que venha comigo Tati, quando precisar vir resolver algo
do processo nós retornaremos para o Rio.
— Não! Nem pensar pode voltar lá você tem seu emprego e eu tenho
o meu. — Digo decidida e me preparo para dormir.
— Não quero que volte para a casa da Silvia...
— Não voltarei, May e eu dividiremos as despesas, e sim... Eu vou
me cuidar, e sim se precisar eu ligo e também, não vou deixar o meu chefe
me magoar. — Digo antes que ele repita tudo que já me disse nessa semana.
— Promete?
— Prometo. — Ele me abraça, mas nosso momento amor e carinho é
interrompido por May que grita se juntando a nós.
— E eu gente?
∞∞∞

— James meu filho, você precisa se ajeitar na vida, até parece aquele
garoto de vinte anos atrás.
— Pai não a nada do passado em mim, eu sou um homem correto,
administro bem a empresa, está tudo perfeito.

— Eu quero morrer tranquilo, quero te ver casado e conhecer meus


netos.
— Sempre a mesma história, achei que queria me ver e não ficar me
pedindo filhos.
— James pense filho, um homem só se torna um homem completo
com uma mulher ao seu lado, eu sei que sofreu muito, mas se permita...
— Não quero relacionamentos, na verdade eu tenho uma pessoa com
quem fico com frequência e me comprometer acabaria com o que tenho.
— E por que não assume a Tati de uma vez? — Ele pergunta e eu
espirro café e o encaro surpreso.

— Como você...
— Eu vejo a maneira que ela te olha e também o jeito que você a
come com os olhos. Por Deus! Estou velho, mas não morto, você a ama.
— Está caduco! A única mulher que amei na vida foi minha mãe e ela
será a única.
— Deixe as mágoas do passado e assuma que gosta dela, eu vejo meu
filho, você quase demitiu o pobre Manuel só porque ele a chamou para sair.
— Lógico! Não o quero se engraçando para o lado dela, não temos
nada sério, mas se ela quiser sair com outro é livre, eu não vou assumir ela, e
se o senhor quer tanto uma nora e filhos, pronto darei... Assim que aparecer
alguém que seja bonita e que marque presença aonde chegar e faça um bom
par comigo. Eu até conseguiria mais respeito dos empresários e acionistas.
— James... James... Está indo pelo caminho errado filho, não seja tolo
escute alguns conselhos de um velho que já viveu muito.
— Eu não iludo a Tati e não darei falsas esperanças a ela, eu sei o que
é melhor para mim e minha imagem, se alguém a visse comigo... Bem o
senhor sabe, eles acabariam com ela, todos iriam rir de mim e eu não posso
com isso, não outra vez, não mais.
— Vai perder o amor da sua vida por aparências James, não cometa
esse erro meu filho.
— Certo pai já está ficando tarde, vamos marcar um almoço lá em
casa ok?
— Tudo bem filho, caminhe com Deus.
Ele diz e vou embora, meu peito apertado ao lembrar-me dos dizeres
‘Caminhe com Deus’. Era assim que minha mãe se despedia de nós.

Chego em casa e tudo está silencioso, essa semana sem Tati foi
horrível, me senti incompleto e isso me fez notar que estou me apegando
demais a ela, preciso voltar ao normal e deixar essa exclusividade que criei
para nós dois.
Pego meu celular e vejo que já se aproxima da meia noite, então
decidi enviar uma mensagem na esperança que esteja acordada.
‘Boa noite Morena...”
“Olá =”’ Responde rápido .
“Senti sua falta.” Digito sentindo-me um adolescente.
“Eu também senti James, amanhã nos veremos...” Ela responde.
“Eu só queria te falar algo...”

Escrevo, mudando de assunto e aguardo olhando para relógio


esperando virar meia noite.
James? Está aí?
Feliz Aniversário Morena!
Digito, espero e espero mais, até que o celular vibra em uma chamada
de vídeo dela.
— Obrigada, eu queria que você fosse o primeiro rosto a ver e a
primeira voz a escutar.
— Feliz aniversário minha Morena, quero que seja muito feliz, muito
mesmo e quero que saiba que pode sempre contar comigo.
— Obrigada. — Ela interrompe porque me conhece sabe que não
tenho muito que falar.
E o que eu diria? Sinto algo em mim que pode ser amor, que me
consome e enlouquece, mas não podemos ficar juntos, somos incompatíveis
fisicamente e que eu não sou capaz de lidar com críticas e sou incapaz de ver
minha imagem destruída?
— Eu senti muito a sua falta... — Digo encarando vendo seus seios
marcados por uma camiseta branca de algum vereador passado, mas que fica
extremamente sexy nela.
— Eu também senti. — Afirma com seu olhar guloso. Encosto-me no
sofá e aperto meu pau sob a calça, que latejava de tanto tesão.
— Eu estou duro de saudades de você... — Soltei sem nem notar.
— Então bate uma pra mim. — Ela devolve.
— Não, vou guardar tudo para você amanhã.
— Eu quero hoje... — Ela diz manhosa, mas não cedo, amanhã, ou
melhor, hoje é o dia dela e quero que seja especial, quero realizar cada desejo
sujo que ela tenha e que eu tanto gosto, porque depois de amanhã darei sua
liberdade e sei que assim, posso perdê-la.
Mas será o melhor a fazer, não quero magoá-la, quero vê-la feliz,
mesmo que seja longe de mim.
— Amanhã Morena... Amanhã. Tenha uma boa noite. — Me despeço
e ela diz
— Boa noite Meu Amor.
∞∞∞
Capítulo 14

Quase não dormi a noite passada com a ligação de James, seu jeito
sedutor, sua voz rouca me prendia a ele e eu não queria desligar, não queria
me afastar.
Aquela semana longe dele foi terrível e só de saber que o veria no dia
do meu aniversário era mais que um presente, eu estava para morrer de
alegria, só de imaginar passar meu dia ao lado dele.
Quando entro na casa está toda limpinha do jeito que deixei, subo as
escadas para o seu quarto e chamo, mas ninguém responde, quando vou abrir
a porta um par de mãos cobrem meus olhos.
— Feliz aniversário Morena... — James sussurrou mordendo o lóbulo
da minha orelha e cheirando meu pescoço, sinto sua barba roçar de leve e ele
diz — Hoje tenho duas surpresas para você a primeira está nesse quarto e
segunda é para mais tarde, mas... Somente se você concordar.

— Não me deixa curiosa... — Digo manhosa.


— Hoje vou dar a você o que jamais dei a outra mulher Tatiana.
— Um milhão de dólares? — Pergunto divertida.
— Por que dólares?
— Ahh... Valem mais que reais, então se você me der um milhão de
dólares e eu converter terei mais dinheiro, se for em euro então Puff...
— Quer um milhão ou o que está dentro dessa porta? — Ele pergunta
agora sério.
— O que tem aí? Você planejou sozinho? Pensou em mim para fazê-
lo? E jura que nunca deu a outra o que vai me dar ali dentro?
— Sim para todas suas perguntas, agora escolha!
— Sim! Quero o que está lá dentro. — Óbvio que ele não me daria
um milhão de dólares... Daria?
Quando entro no quarto sinto um aroma floral, James tira as mãos dos
meus olhos me mostrando seu feito, meus olhos marejam de emoção e não
posso acreditar que James tenha feito algo assim para mim, algo tão
romântico...
Há pétalas de rosas que trilham um caminho até a cama que possui
um coração... Meio torto, mas um coração. Ao redor do caminho de pétalas
há velas aromatizadas iluminando o caminho. Ele foi cuidadoso ao separar
uma mesa com bebidas e alguns aperitivos no canto do quarto.
— Está tudo tão lindo James... Eu... Nem acredito. Muito obrigada!
—Digo virando para tomar seus lábios para um beijo amoroso.
— Ainda quer um milhão? — Ele pergunta zombeteiro.
— Nunca fez isso para uma mulher?
— Não, você é a primeira, isso não muda nada entre a gente, mas eu
queria te dar mais de mim hoje. — Ele diz e eu somente o beijo, confirmando
que só o quero e tudo o que ele tem para me dar.
— Vamos aproveitar um dia romântico e a noite quero te levar a um
lugar especial, hoje Tati, é seu dia então vamos realizar todas as suas
fantasias.
— Vai ser maravilhoso... — Digo e ele me pega no colo.
— Vai ser perfeito. — Ele fala.
Ele me coloca na cama calmamente, seu olhar colado ao meu não se
desvia por nada, então ele começa a retirar suas roupas, o que me surpreende.
Não que eu nunca o tenha visto nu, claro que já vi inúmeras vezes,
mas no sexo dominador/submisso o dominador sempre está vestido ou possui
uma peça de roupa o deixando superior, quanto o que é submisso está nu e
exposto, disponível para que seu dominador a conduza ao seu querer.
James quer ser romântico e sei que não devo me empolgar, sei que é
por causa do meu aniversário, mas mesmo assim aproveitarei cada segundo
do que James vai me proporcionar.
— Você é tão linda Tati, sua pele, seu corpo... Cada detalhe seu me
enlouquece.
Ele se deita sobre mim beijando-me, ele aperta todo meu corpo como
se quisesse memorizar cada detalhe.
— Seu corpo também é lindo... Ele é perfeito. — Digo arfante,
necessitada por seu contato.
— Eu não sei fazer isso Tati... Não sei fazer amor... — Ele diz como
se estivesse perdido.

— Eu também não... Mas vamos aprender juntos!


— Sexo comum? Juntos? — Ele questiona soltando uma gargalhada.
— É aquela velha história do sexo baunilha. Será que consegue
senhor Johnson, consegue ser baunilha?
— Farei o meu melhor.

Ele desce até a ponta da cama e começa a distribuir beijos, subindo


pelos meus pés, e vem beijando minha panturrilha deixando beijos molhados
e então passando da minha virilha e indo direto para minha barriga, me
deixando assim na expectativa.
Ele beija meu pescoço suavemente e nem parece o James que conheço
que ama a brutalidade, ele deposita um beijo em minha testa e me encara por
alguns segundos.
— Você me domina Tatiana.
— Não...

— Sim me domina, caralho e eu deixo, porque às vezes penso que não


posso viver sem você.
— James... — Suspiro quando ele se encaixa em minha entrada, e
começa a chupar meus seios.
— Sou louco por você Morena. — Diz e entra com tudo metendo
fundo em uma estocada só.
— Ahh... James...
— Porra! Só você me tem Tati... Te quero demais...
Ele diz estocando cada vez mais fundo, um ritmo mais brando, mas
certeiro, ele me beija e sussurra palavras bonitas o tempo todo, e aquele
James dominador deve está em outro mundo, porque o James que está aqui
agora não domina ele ama, estamos fazendo amor, e eu sei, mesmo que ele
não admita.
Eu sei que me ama.
Ele nos virou me deixando por cima e eu aumento a frequência dos
nossos movimentos, seu pau grosso me esticando ao limite e tocando lá no
ponto onde mais tenho prazer.
— Devagar Tati... Ohh... Isso que delícia, vem rebolar mais vai.
— James... Eu... Vou... Ahh... Vou gozar, não posso mais segurar,
vem comigo amor goza em mim... Goza pra mim...
— Porra! — Grunhiu, metendo fundo, vindo de encontro com meus
movimentos. — Caralho que delícia de bocetinha, isso... Humm... Vem,
vamos gozar juntos Morena.
Um calor queima dentro de mim, cada movimento certeiro me
levando ao ápice, James nos vira tomando o controle e ficando por cima e
meu prazer aumenta só com a sensação do seu corpo sob o meu, do prazer de
sentir ele no comando, do gozo arrebatador que me leva ao saber que ele me
domina.
— Ahh...
— Fala. — Ele mete com mais força, cola sua testa na minha e exige.
— Fala, eu quero ouvir.
— James...
— Eu já sei, você não é boa em esconder, agora fala. Fala que eu vou
encher essa bocetinha que é só minha de porra. — Ele se enfia mais em mim,
com força, necessidade e com amor, seus olhos encarando os meus, seu corpo
suado colado ao meu.
— Ahh... Eu te amo! — Grito quando um gozo extraordinário me
leva.— Eu amo você.
— Caralho! — Ele mete com mais força segurando em meus cabelos.
— Fala de novo.

— Eu te amo! — Digo mole em seus braços enquanto ele goza dentro


de mim, encostando seu rosto no meu, eu o aconchego em meu abraço lhe
dando carinho e amor.
Eu te amo.
∞∞∞

Merda esse Caralho devia ser proibido, ouvir Tatiana se declarar,


gozar, dizer que me ama, deveria fazer com que eu me afastasse, mas não, o
egoísta dominador em mim quer ter tudo dessa mulher.
Eu não quero abrir mão dela e eu não vou abrir mão dela, me sinto
satisfeito em seu abraço, recebendo seu carinho.
Mantenho-me calado até que ela quebra o silêncio.
— Qual a outra surpresa? — Questiona um tanto insegura.
— Mas tarde... Hein senhorita curiosa.
— Isso é maldade... Eu senti sua falta. — Ela fala carinhosa
—Eu também senti a sua e muito ouviu.
— Queria ter isso para sempre. — Ela diz com seu olhar apaixonado
que deveria me fazer fugir, mas ao contrário só me deixa, mas excitado.
— Pare com esse olhar, ou teremos que foder agora mesmo de novo, e
não sei se posso ser carinhoso, modo romântico mais uma vez.
— Eu não preciso de carinho agora, eu amei tudo aqui e eu amo tudo
que faz comigo e então vamos fazer do jeito que quiser. — Responde
excitada.
— Sabe a sua outra surpresa é algo que sei que te excita ao extremo,
para mim vai ser dificil do mesmo modo que vai ser prazeroso. — Digo e sua
boca se abre e fecha, e ela me encara confusa.
— Eu não entendi.
Tiro o pequeno cartão dourado de dentro da minha carteira e entrego a
ela.
— Isso Tatiana é um cartão de membro seleto do clube que frequento,
ele é seu para usar sempre, mas hoje vamos estrear juntos.
— Hoje? — Ela pergunta engolindo seco, suas caras e bocas me
deixam mais doido ainda por ela.
— Hoje eu vou compartilhar você. — Sussurro em seu ouvido, e por
um momento pensei que ela poderia me acertar um tapa na cara, já que
devido ao seu passado eu deduzi que não fosse aceitar. Mas não, ela solta um
gemido rouco ao sentir minha barba em seu pescoço, enquanto a informo de
meus planos.
— Só vamos à noite? — Ela pergunta ansiosa.
— Você quer ir agora? São dez horas da manhã, vai aguentar ser
fodida por horas, realizar todas suas taras? Porque hoje é o que vamos fazer,
tudo que passa nessa sua cabecinha...

— Tudo? E você vai me deixar fazer tudo? — E mais uma vez ela
pergunta ansiosa. É realmente acertei no presente, acho que um milhão de
dólares não arrancaria esse olhar desejoso dela.
— Eu não vou deixar você fazer tudo, eu farei tudo, cada desejo, cada
tara e fetiche que tem dentro dessa sua cabecinha suja.

— Eu quero James. Quero agora!


∞∞∞
DUAS SEMANAS DEPOIS...

Tem momentos maravilhosos em nossas vidas que deixam marcas,


lembranças, sensações que parecem vivas, eu tento me concentrar, tento
trabalhar tento pensar que Ricardo está por aí, tento pensar que estou há
muito tempo sem perdoar minha mãe, eu tento... Mas minha noite com James
em meu aniversário foi além do normal.
Ele me dominou e subjugou, bateu em mim com chicote, cinto, com a
sua pesada mão. Depois me fez chupá-lo, me dividiu com outro homem, eu
sabia que ele estava receoso e ciumento mais ele conduziu tudo com
maestria.
— Sente-se bem aberta na cama Tatiana.
— James... — Eu gemi chamando seu nome e sua máscara de
dominador já está posta.
— Senhor, Mestre e Rei.
— Senhor, meu...
— Se abra mais. Isso bem aberta... — Luiz vá até lá e chupe a boceta
dela, deixe-a no limite.
O homem alto e loiro que chega a lembrar um jogador de basquete
por sua altura. Ele se ajoelha e cai de boca na minha vagina, ele me chupa
com avidez fazendo com que meu clímax chegue logo, meu corpo está
marcado pelas sessões de spanking, quando estou a ponto de gozar sinto
James me levantando da cama, Luiz se levanta e James deita me puxando
para si.

— Vem monta em mim que eu vou foder essa bocetinha e depois Luiz
vai entrar nesse cuzinho apertado, esticando-o e metendo com força,
socando tudo dentro, você quer isso?
— Sim senhor.
James entra em mim e logo Luiz se posiciona atrás, entrando devagar
em meu ânus, mas ainda assim James o alerta.
— Entre devagar e não a machuque, se ela disser pare, você para na
hora entendeu? — Luiz assentiu e a preenche toda.
— Ahh que Delícia... Isso mais forte senhor, eu preciso de mais. —
James apertou forte meu pescoço me puxando e beijando minha boca com
gosto.
— Assim putinha, desse jeito que você gosta huh? Diz pra mim! Você
está sentindo esse prazer todo que eu estou sentindo? Você está tão
apertada... Ahh gostosa demais.
James estoca com força enquanto prende a passagem de ar da minha
garganta, Luiz me fode com força por traz e meu corpo dolorido agora é uma
massa mole de prazer.
James me prende na guilhotina, acerta tapas em mim e fode minha
bunda. Meus gritos inundam a sala, ele mete com força e minha vulva
escorre respingando no chão todo meu prazer.
Luiz vem e toma o lugar de James e mete com força do jeito que eu
gosto... James se posiciona a minha frente e acerta um tapa na minha cara.
— Fala Tatiana. — Ele ordenou.
— Senhor... — Gemo com meu prazer muito próximo.
— Eu quero ouvir, fala que eu vou encher essa sua boquinha de
porra... Não é isso que quer? — Ele pergunta e eu não penso duas vezes.
— Eu te amo. Só você é o meu amor, meu dominador, meu tudo... —
Digo do fundo do meu coração e ele enfia seu pau estocando com força na
minha boca e quando goza, meu prazer chega junto, meu corpo estremece, e
quando dou por mim já estou nos braços de James que me beija
insanamente.
Eu achei que estivesse tudo bem, que estávamos felizes, mais James
disse há uma semana que se eu quisesse me envolver com outros eu poderia,
ele disse que quer ficar comigo, mas não teremos mais a exclusividade, e eu a
idiota aceito, mais uma vez me rendo, não sei até onde poderei levar isso e
por mais que tudo tenha sido maravilhoso até agora sei que o fim está
próximo, bem próximo.
Seguro o colar que ele me deu, a pedra em formato de coração
vermelho como a cor da paixão, sinto meu coração se apertar porque não
quero perdê-lo, mas no fundo eu sei que vou.
∞∞∞
Capítulo 15

Tem sido uma luta manter as coisas menos intensas com Tatiana, ela
me testa a cada maldito segundo com suas roupas curtas coladas no corpo,
aquelas coxas grossas me convidando a abri-las e chupar sua bocetinha que
vive sedenta pelo meu pau, seus olhos gulosos me chamando a cada instante,
sua doce voz em meus ouvidos dizendo que me ama, é como um vício que eu
perdi o controle há tempos.
Mas eu estou decidido a manter nossa relação estritamente,
dominador e submissa, mesmo que me custe ter que deixá-la na cama e me
forçar a sair, eu tenho que colocar essa distância porque, por mais que eu
goste de ouvi-la dizendo que me ama, eu não devo deixá-la acreditar que
teremos algum futuro juntos.
Mando os últimos e-mails convidando alguns possíveis sócios para
uma recepção em casa, já liguei para Tati preparar alguns aperitivos e
bebidas, pego o telefone e ligo para Fernanda na esperança que ela não tenha
nenhum compromisso para essa noite, preciso de uma acompanhante e espero
que ela possa me ajudar.
Chego em casa e tudo está impecável chego à cozinha e vejo que Tati
caprichou, sua comida é sempre uma delícia, tudo que ela faz é maravilhoso,
fizemos até um acordo trabalhista igual ao que o banco faz ela deposita todo
mês em uma poupança dez por cento de seu salário e eu combinei que
colocaria dez por cento da minha parte, para que no futuro ela pudesse
estudar ou abrir seu próprio negócio, no início ela não quis aceitar, mas eu
usei do meu poder de persuasão e a convenci, combinamos que ela só
mexeria no dinheiro quando fosse para abrir seu próprio negócio, ou
ingressar na faculdade.
Claro que eu burlei as nossas regras e sempre depositei uma quantia a
mais, que ela só vai se dar conta quando finalmente for usar, ou se por um
acaso notar antes desse dia chegar direi que foi o plano de poupança que
escolhemos que rendeu esse lucro a mais.
— Tati... Morena está aí? — Merda! Faço uma nota mental para
começar a deixar esses apelidos de lado, quanto menos carinho, mais fácil
conseguiremos lidar com isso. Merda! Ela sempre esteve certa, lembro-me da
vez em que ela quis acabar com a intimidade e eu não permiti, agora estou
fodidamente enrascado.
— Oi estava separando seu terno para hoje à noite, separei um bem
bonito, daqueles que te deixam com cara de empresário do ano. — Ela diz
rindo e quase cedi à tentação de beijar seus lábios... Porra! Tão convidativos.
— É mesmo... Muito obrigada, pela roupa e organização, não sei o
que faria sem você.
— Bem... Você sabe que me tem. Sempre que precisar. E se não for
precisar mais de mim eu já vou indo.

— Na verdade eu ia precisar de você hoje aqui na recepção comigo,


será que poderia se arrumar e descer em... — Faço uma pausa olhando para o
relógio e volto a encará-la. — Hum... Quinze ou vinte minutos? Pode ficar
pronta nesse tempo? — Digo e seus olhos brilham na minha direção.
— Claro eu huh... Vou tomar um banho rápido e já desço. — Ela diz e
passa por mim feito um tornado, subindo em direção aos quartos, seu jeito de
menina me encanta, parece uma moleca crescida, uma menina mulher que me
deixa doido.
∞∞∞

Caralho! Sinto que morrerei, meu coração bate freneticamente em


meu peito, subo as escadas tão rápido que o ar já foi extinto de meus
pulmões, pego meu celular no bolso traseiro do meu short e busco o número
de May na velocidade da luz.
O telefone chama e chama e nada dele atender, então vou para o
banho e faço tudo que preciso para ficar apresentável, começo uma
maquiagem própria para noite, não que eu seja uma dessas profissionais que
usam iluminadores ou aquelas bem fodonas que começam parecendo que
fizeram pinturas de indígenas no rosto e acabam lindas iguais às estrelas de
Hollywood, não eu sou mais aquela que passa lápis de olho, um levanta
cílios... Ops máscara para cílios, não sou muito ligada a isso. May é quem
está sempre pegando no meu pé e me ensinando os nomes de cada produto
que há na minha bolsa.

Tento mais uma vez ligar para aquele piranha fingido de amigo. Estou
quase morrendo e ele não atende o celular, minha sorte foi que comecei uma
nova dieta e hoje comi apenas um filé de frango e também comecei com uma
semente natural que ajuda emagrecer, uma amiga tomou e perdeu oito quilos
em um mês eu quis experimentar, pois estou tentando alcançar uma melhor
forma física, talvez isso faça James querer ficar comigo de forma mais aberta.
O celular chama mais umas três vezes... E eu solto meu pedido com se May
fosse a própria fada madrinha.
— May preciso de um vestido, bonito, lindo e urgente! — Digo afoita
e nem acredito no que está acontecendo.
— Como é? Para onde a senhorita vai?
— James vai está dando uma recepção aqui na casa dele e vêm várias
pessoas da empresa e sócios e ele me pediu para me arrumar e bem... E eu
não tenho roupas boas preciso de um agora, pode trazer?
— Posso! CLARO! PORRA! Até que enfim. — Ele exclama alegre
por mim.
— Sim... Te espero e não demora. — Digo e por fim desligo a
chamada.
Eu sabia que James não ia ficar com outra mulher, eu sei que ele me
ama, ele só precisa superar esse lance que manchou sua imagem no passado e
seguir em frente, ele não é mais um usuário de drogas, ele não vai recair isso
está em seu passado.
— Tatiana ainda não está pronta. — James perguntou sério e eu
preciso de uma desculpa.
— Eu estava me maquiando e bem...
— Não precisa de muita maquiagem o básico e está ótimo, mas já que
fez está linda. Huh... Cadê sua roupa? — Ele pergunta encarando a tolha
curta em volta do meu corpo.
— Eu... Bem meu amigo está trazendo no máximo dez minutos
estarei pronta. — Digo com certa empolgação na voz.
— Por qual motivo seu amigo está trazendo seu uniforme? Ele
deveria está na área de serviço, você nunca o levou daqui. — Ele diz e um
balde de água fria é jogado sobre mim. Meu olhar magoado não passa
despercebido por ele, lágrimas se formam em meus olhos, mas engulo seco o
orgulho e me mantenho firme.
— Merda Tati! Não faz assim Morena, me perdoa? Eu achei que
tivesse entendido que era para servir algumas coisas e organizar um pequeno
espaço lá na sala com tudo que preparou eu... Não pensei que...
— Não tudo bem senhor Johnson, eu só entendi errado, me desculpe
não vai se repetir. — Digo firme me virando para pegar um par de uniforme
que tem no quarto.
— Morena não faz assim... Você sabe que eu não posso com os
julgamentos que vão fazer, eu avisei sobre como seria nossa relação. — Ele
diz se posicionando atrás de mim tocando meus braços e pela primeira vez
meu corpo automaticamente rejeita seu carinho, seu contato.
— Não toca em mim, por favor! — Digo e ele me encara surpreso.
Um tanto magoado pela minha rejeição.
Ahh... Ele não vai querer entrar nessa briga sobre mágoas e rejeição.
— Morena... — Ele sussurra.
— Agora eu sou Tatiana, apenas sua empregada, vou me trocar. —
Digo e vou para o banheiro. Meus olhos avermelhados querendo expulsar um
mundo de lágrimas, mas me mantenho firme, depois de hoje tenho que
repensar no que estou me submetendo, onde estou me metendo.
Desço e tudo já está em andamento, vejo que James já começou e
receber os convidados e provavelmente começou a servi-los. Entro na
cozinha até e estanquei no lugar ao ver Fernanda linda de morrer colocando
vinho em algumas taças.
Ela me nota e começa a se sentir a dona da casa, eu agora realmente
acredito que ela possa vir a ser, é isso que James precisa. Uma mulher linda e
magra, fina e elegante. Alguém que tem uma imagem influente e ainda tem
dinheiro, enquanto eu mando a costureira tingir minhas calças jeans que
ficam gastas por conta das minhas coxas excessivamente grossas.
— Que bom que apareceu Tatinha. Venha e comece seu trabalho,
James está uma pilha de nervos hoje, tome comece a servir. — Ela ordena e
eu quero voar em seu pescoço.
Não a respondo simplesmente saio e começo a servir, passo por James
sem encará-lo e me mantenho firme, não vou ceder não vou me humilhar, não
mais.
Quinze minutos, andando de um lado ao outro está me deixando mais
cansada que o habitual, talvez seja por não ter me alimentado como sempre.
Dou uma pausa no canto próximo a porta e sinto fortes pontadas em
meu abdômen, minha barriga se contrai e uma dor aguda me faz suar frio,
uma fraqueza se apodera de mim e vejo Manuel se aproximar me amparando
pelo braço.
— Está se sentido bem Tati? — Ele questiona e eu só balancei a
cabeça negativamente para que ele me entenda, minha visão fica um pouco
turva e logo Fernanda está em nosso encalço reclamando.

— Ei... Ei vocês dois, namorar é fora do horário de serviço, garota


precisamos de mais vinho, vá buscar. — Ela ordena e nem forças eu tenho
para contestar.
— Ela não está bem, vou levá-la até o hospital, avise ao patrão, por
favor, dona Fernanda.

— Ela não vai a lugar nenhum, está fingindo, deixe de moleza


porquinha vamos. — Fernanda me humilha ainda mais, mas ainda assim não
revido, estou cada vez mais sem forças e quando acho que vou cair Manuel
me pega mais firme pela cintura.
— O que está acontecendo aqui? — A voz de James verbera em meus
ouvidos.
— Ela está passando mal senhor, acho melhor eu levá-la ao médico.
— Manuel logo diz.
— É mentira James essa porquinha preguiçosa está fazendo corpo
mole. — Ela novamente me insulta e quando acho que James vai me
defender ele explode.
— Porra Tati está fazendo isso porque eu não te chamei para vir
comigo, por isso quer estragar meu momento, manchar minha imagem
perante meus sócios, acabar com a minha recepção. — Ele diz me magoando
ainda mais.
— Senhor ela realmente não está mentindo ela... — Antes que
Manuel termine a dor aumenta e eu começo a vomitar, água, pura água.
Manuel segura meus cabelos e Fernanda volta a atacar.
— Eu disse que ela era uma porquinha...
— Cala essa maldita boca Fernanda! —James grita me puxando dos
braços de Manuel. — Ei Morena olha pra mim, me diz o que está sentindo?
— Ele me encara preocupado, e seu tom arrogante desapareceu.
— James ela está... — Fernanda tenta mais uma vez e James a
repreende.
— Não vou mandar você calar a boca de novo, para de ficar
atrapalhando e vá explicar que tive uma emergência familiar e precisei sair e
quando eu voltar vamos falar desse tratamento que tem dado aos meus
funcionários.
Meus olhos pesam e meu corpo começa a tremer levemente, e quando
saímos porta a fora encontramos May com um suporte de vestido em mãos.
— O que houve Tatiana? — May pergunta assustado.
Uma nova onda de náusea me invade, meu coração acelera e parece
que tudo em mim está desgovernado, eu consigo olhar para meu amigo e
dizer:
— Me ajuda May, acho que vou morrer. — Sussurro sentindo meus
olhos pesarem, minha cabeça dói, minha barriga dói, estou trêmula e suando
frio. James parece apavorando com minhas palavras, me pega no colo
mandando que todos entrem para irmos ao hospital.
— Morena... Olha pra mim... Ei, não dorme, não fecha os olhos, é
bem pertinho o hospital, está me ouvindo... Tati...
—Tati? — Ouço a voz de May.
— Merda!
Escuto James xingar e apago.
∞∞∞
Capítulo 16

Já fazia uma hora que os enfermeiros levaram a minha Morena e não


voltaram ainda. Seu amigo está uma pilha de nervos e meu peito está
apertado, porque fui um fodido de merda, brigando com ela e acusando-a
sendo que ela estava muito mal... Porra onde eu estava com a merda da minha
mente que nem ao menos a defendi de Fernanda?
Vejo seu amigo me encarando e deve está me odiando, eu o vi
segurando uma embalagem de vestido, certamente era para Tati que deduziu
que eu havia chamado para o coquetel e não para servir.
Merda! Ela deve estar com muita raiva.
— Acompanhante de Tatiana González? — A recepcionista chama.
— Aqui! — Dizemos ao mesmo tempo.
— Me acompanhem, por favor, a doutora quer falar com vocês.
Seguimos ao corredor de quartos e estou cada vez mais ansioso para
por meus olhos sobre Tati, garantir que está bem, saber que vai esquecer toda
essa merda de hoje...
— Boa noite, sou Dra. Maria Clara Fritz, qual grau de parentescos
vocês tem com a paciente?
— Eu sou o melhor amigo dela, moramos juntos. — O rapaz diz
afoito.

—E o senhor? — Ela pergunta me encarando.


—Eu sou o patrão dela, ela estava trabalhando quando passou mal. —
Digo firme e o amigo me fuzila com olhar, pelo que vejo mais um inimigo
para colocar na lista.
— Olha a Tatiana estava desidratada e com fraqueza, coletamos
resíduos do estômago para analisar, mas ela acordou e confirmou que está
tomando um tipo de erva que ajuda a emagrecer, eu ainda não falei com ela,
somente os enfermeiros, mas lá conversamos todos.

— Mas ela está bem? — Eu pergunto ansioso, porque foi horrível ver
ela naquele estado, toda molinha em meus braços, seus olhos fechando eu
achei que ela fosse morrer.
— Sim. Vai precisar de alguns cuidados, mas ficará bem. Vamos
entrar. — Ela diz abrindo uma porta próxima a nós.
Entramos e a vejo deitada quietinha, parece um anjo, seus cabelos
soltos bagunçados, seu rosto muito pálido, Porra! Ela estava tomando coisas
para emagrecer? Ela não pode fazer isso.
Aproximo-me e toco seu rosto e eu espero seu sorriso, mas ele não
vem. Ela se mantém séria até seu amigo se aproximar.

— May... Me desculpa. — Ela murmura fazendo aqueles olhinhos


pidões que me quebram.
— Vamos nos acertar depois querida, agora vamos ouvir a médica,
pelo que sei ela tem muito a nos contar não é doutora? — Ele diz e Tati bufa,
fazendo sinal negativo com a cabeça.
— A senhorita Tatiana andou ingerindo uma semente que se tornou
moda por um mito de fazer emagrecer. Em muitas pessoas faz o efeito
desejado, mas na nossa paciente não, ela teve uma desidratação severa, a
dores foram um efeito colateral da semente, sua pressão arterial também
subiu por conta disso, fora o fato dela não ter se alimentado direito. Como
hoje que de acordo o que nos informou, comeu somente um filé de frango e
nada mais.
— O que? Ficou maluca Tatiana, por que isso agora? Nunca ligou por
estar acima do peso, sempre se achou linda. Que merda é essa de usar essas
coisas para emagrecer e ainda por cima deixar de comer?
— May...
— May nada Tatiana, o que isso hein? Você enlouqueceu de vez? Me
responde. Por quê isso agora? — Ela não diz nada, me olha de longe e seu
olhar diz: Por você...
Merda!
— Me passe tudo que ela precisa, vou providenciar. — Digo a
médica.
— Ela só precisa de repouso, como ela me disse que é doméstica, eu
aconselho se ela puder claro, ficar uns cinco dias somente para descansar e se
alimentar corretamente, vou passar alguns antibióticos para tratar a pequena
ferida que se formou na boca do estômago, fazendo isso vai ficar bem.

— Não vou tirar os olhos de você essa semana, me deu um baita susto
amiga. — O tal May diz, e porra eu também quase morri de susto.
— Vai tirar as vistas sim, essa semana é seu seminário na empresa,
não pode bobear. — Ela diz.
— Vou tentar remarcar...
— Não, você vai ir sim, eu sei me virar sozinha. — Ela diz teimosa.
— Ela vai comigo, eu cuido dela. — Digo em um tom que não deixa
discussões.
— Não vou não. —Tatiana diz, mas eu nem retruco, ela vai e ponto
final.
Chamo May e conversamos sobre Tati, ele diz que quando chegar vai
buscá-la e eu peço para que ele traga roupas, ela vai precisar até que ele volte.
Eu a quero perto de mim. Quero cuidar e fazer com que fique bem, e
essa é desculpa que eu preciso para mantê-la junto a mim, e sei que no dia em
que ela sair da minha vida vou sentir falta, talvez até sofrer... Mas agora não
adianta pensar nisso, agora o que eu posso fazer é cuidar dela, e eu vou fazer.

Estou deitada, e sendo tratada feito uma Rainha, May foi embora
depois de ficar algumas horas comigo e James chamou uma enfermeira do
hospital para cuidar de mim, como se estivesse inválida ou morrendo.
Ele entra no quarto e me encara, sei que é hora de uma conversa, ele
se aproxima e beija minha mão.

— Vamos conversar bem sério mocinha, se sente bem para isso? —


Ele pergunta.
— Humrum...
— Fala comigo, eu sei que está chateada, mas eu quero ouvir sua voz.
— James, não sei o que quer.

— Eu quero você. E sei que vai me deixar, não faz assim Morena...
— Sinceramente eu não sei o que quer de mim. Já não basta toda a
humilhação que passei? Ter achado que finalmente você queria me ter ao seu
lado, e mais uma vez você só queria a Tatiana sua empregada huh? Porque a
Tati mulher só serve para comer escondidinho, não é?
— Não é assim...
— É assim James... Não se engane e nem tente me enganar, sua amiga
chegou aqui como dona da casa, mandando, humilhando, me ofendendo,
porra!

— Me desculpe por isso, eu vou conversar com ela, vou proibi-la de...
— Não precisa James, em breve vou procurar um novo emprego, e
então sairei daqui, assim não teremos mais conflitos. —Digo decidida, mas a
ideia de ficar longe dele me mata.
— Não precisa disso, eu não disse que não quero mais você e nem
que você vá embora.
— Mas eu quero ir, vamos deixar as coisas claras, eu me apaixonei
por você, mesmo que em muitas situações eu me sinta humilhada, e não de
uma maneira sexual que me excita... Ainda assim me apaixonei.
— Era isso que eu queria evitar... — Ele diz em tom de derrota.
— Eu sei e não te culpo. Ninguém manda no coração James, mas não
me peça para ficar se não vai poder me corresponder da maneira que eu
quero.
— Não vou pedir...
— Tudo bem... Assim que eu achar algo eu te aviso para poder
colocar outra em meu lugar.
— Tudo bem será como você quiser. — Ele diz em um soando
arrogante.
— Eu não quero ser seu segredinho sujo.
— Mas aceitou ficar comigo sem que os outros soubesse, me seduziu,
me viciou na porra dessa boceta, nesse seu beijo maldito e no seu cheiro que
me enlouquece...
— James... — Suspiro perdendo as forças.
— Me diz o que quer para não me deixar? Me fala Morena. — Exigi.
— Sabe da minha condição para ter você, eu ainda quero manter tudo entre
nós, mas e você, o que quer para ser minha, para aceitar os meus termos?
— James não é assim...
— Só mais um pouco, um pouco mais de você... Eu não estou pronto
para deixar você ir...
— Qualquer coisa?
— O que você quiser... — Ele sussurrou se aproximando.
— Até manter Fernanda afastada?
— Morena... — Ele suplica, mas logo decidiu. — Até isso se é o que
quer.

— Prefere afastar sua amiga que me assumir?


— Tati, não vamos entrar nesse assunto, eu não quero me casar e não
vou.
— Certo eu vou pensar. —Digo e me viro para dormir, eu tenho
pouco tempo para fazer James enxergar que podemos ficar juntos, mas se
ainda assim não adiantar eu terei que ir de uma vez, ou continuarei sofrendo
enquanto ele tira tudo de mim, até que não reste mais nada.

Já faz um mês que Tatiana pensa se fica comigo ou não, meu punho já
está cansado de tanta punheta que tenho batido. Três por dia tem sido pouco
para aplacar esse desejo desenfreado, hoje vou à boate com uns caras chatos
da empresa, mas talvez venha a calhar e meu maldito pau suba por alguma
mulher que não seja Tatiana.
A diaba tem feito jogo duro, semana passada a agarrei porque estava
no limite, a beijei, cheirei seu pescoço, me esfreguei nela tentando aproveitar
o máximo que podia, até pensei que ela fosse transar comigo, mas a filha da
mãe me fez gozar nas calças, e foi à porra mais gostosa que senti nesse mês.
Quando estou prestes a sair de do escritório meu telefone toca.
— Alô? — Digo ríspido pela pressa, já não estou em um bom humor
e se eu não sair agora não vou a lugar nenhum.
— Olá filho, será que tem um tempo para o seu velho?
— Pai, marquei com uns caras aqui da empresa posso passar amanhã
para te ver?

— Já estou na sua casa, seja lá aonde vá, não demore.


—Pai... — Tento contestar mais ele desliga, eu sei que ele quer mais
uma vez me convencer a casar, mas eu não sei se posso fazer isso, eu não
quero mulher alguma e a que eu quero simplesmente não dá.
Chegamos ao Copacabana Girl e ficamos em sala privada, o lugar é
de luxo e tem garotas bonitas se oferecendo, mas por agora nenhuma me
chamou atenção... Nenhuma até uma pequena coisinha aparecer dançando
uma música latina, ela vem em minha direção jogando seu charme e sedução
e é difícil tirar os olhos dela, ela é gostosa pra porra e eu preciso de uma
distração, já que provavelmente ela vai me enrolar. Se é que não vai me
deixar de vez.
Quando a dança acaba eu vou até o camarim da loirinha e a encontro
lá de pé já com uma roupa no corpo.
— Estava te procurando. —Eu quebro o silêncio — Quero passar a
noite com você vamos?
— Eu não vou a lugar nenhum! — Ela responde firme.
— Quanto é? — Questiono já sem paciência. Porra só quero transar!
— Quanto é o que? — Ela pergunta nervosinha e isso me instiga, ela
tem pose e ela combina comigo porra!... Merda o que eu estou pensando o
álcool já está tomando minha mente.
— O programa, eu quero uma noite com você e eu vou pagar bem. —
Jogo uma isca para ver se ela vai pegar, ela não me parece uma prostituta.
— Desculpe não sou uma garota de programa a única coisa que está à
venda é minha dança, se quiser mais tempo agende uma dança privada tudo
bem? — Fala enquanto caminha em direção à porta, mas eu a segurei pelo
braço fazendo-a parar.
— Tudo bem gatinha, não quis ofender interpretei errado, mas vou
procurar e agendar um pouco mais do seu tempo. —Digo e ela se vai, é isso
que vou fazer, eu sou um homem livre, passei tempo demais com Tatiana,
tempo demais querendo ela e se ela não me quer... Bem, eu seguirei com a
minha vida, talvez até agrade meu pai e case com uma mulher.
Mas uma coisa é certa, eu não ficarei implorando ou me humilhando
por Tatiana, eu sou James Johnson e mulher nenhuma me domina, eu nasci
para dominar.
∞∞∞
*Mais sobre a história de Liara você encontra no livro Perfeita Mulher. Disponível na Amazon.
Capítulo 17

Ah! Neguinha, deixa eu gostar de você


Pra lá do meu coração
Não me diga nunca não

Teu corpo combina com meu jeito


Nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valem dramáticos efeitos
Mas o que está depois

Estranho Amor — Caetano Veloso

Estou vivendo em um inferno, um verdadeiro caos interno. Talvez


ninguém me entenda, bem. Meu pai não me entende e Tatiana também não.
Na vida sempre temos que fazer escolhas, talvez a escolha certa não seja a
mais agradável ou a que nos deixa mais feliz, ainda assim ela tem que ser
feita.
Eu perdi muita coisa depois da morte da minha mãe, minha imagem e
a do meu pai foram ridicularizadas, fomos tachados de fracos, perdedores que
se deixaram abater por uma tragédia, depois o meu consumo excessivo de
drogas levaram ainda mais o nosso nome e nossa empresa para lama.
Eu perdi tudo, cheguei ao fundo do poço e eu sei que eu não quero
chegar lá outra vez, por mais sentimentos que eu tenha por Tatiana, eu não
posso e não vou assumir um relacionamento com ela, e depois de toda
pressão do meu pai, eu decidi construir algo além de negócios e engatei em
um relacionamento com Lia.
Tenho que admitir que ela é bem gostosa, depois que eu a vi fazendo
uma dança sensual, com toda aquela beleza e desenvoltura, eu sabia que ela
seria a mulher ideal para mim, e eu ei de conseguir muito mais prestígio com
uma mulher como ela ao meu lado.
Eu tenho cuidado de cada detalhe da sua vida, cada problema, para
que possa apresentá-la como minha para todos do meu meio, cuidei de apagar
qualquer prova de que um dia ela foi dançarina, paguei uma dívida que ela
tinha no banco e também estou deixando ela sobre o meu domínio, eu preciso
de uma mulher que me obedeça, que não me questione e que saiba que eu
estou no comando.
Preciso da sensação de poder e controle, dominar alguém me deixa
controlado, e é assim que minha vida fica nos trilhos e Liara é a mulher que
eu posso moldar e assim fazê-la minha. E agora no fim de semana, vou
apresentar ela para o meu pai e se tudo correr bem eu me caso com ela em
dois meses, não quero perder tempo, sei que o amigo com quem ela mora
gosta dela, e ele é uma ameaça para os meus planos, então quanto mais
rápido eu resolver esse pequeno problema melhor será.
Meu celular toca e vejo o numero da minha casa, ansioso pego
aparelho na esperança de que seja minha Morena, estou louco de saudades
dela, do seu cheiro e da sua voz.

Eu já fiz de tudo para que ela volte para mim, tentei fazê-la entender
que se estou com Lia é por puro marketing. Casamentos importantes rendem
na mídia, mas ela está irredutível claro que não por muito tempo, sei que ela
não vai aguentar essa distância que ela mesma pôs entre nós.
— Pronto. — Digo ao atender meu celular.

— Senhor... Sou eu Manuel.


— Diga Manuel, aconteceu algo aí em casa?
— Não senhor, bem na verdade a Tati não está passando bem eu
queria permissão para levá-la até o hospital com o carro da casa do senhor.
Meu coração se aperta por saber que ela não está bem, tenho notado
que ela perdeu um pouco de peso e que não anda se sentindo bem, como ela
não me responde nada relacionado à vida pessoal, desde que viu na televisão
sobre meu namoro com Lia, eu tenho que saber de tudo por seu amigo
Maycon.
— Claro que pode, leve-a para o Hospital São Lucas, dentro de
quinze minutos eu encontro vocês lá. — Digo já indo em direção ao
estacionamento do prédio, quero vê-la bem, não posso acreditar que ela está
sendo irresponsável de novo e está tomando porcarias para emagrecer.
— Seu James, desculpe, mas a Tati não quer ir até lá, o senhor sabe,
esse hospital é particular e ela não tem plano... — oh diaba teimosa é essa
mulher, submissa que acata ordens é só na cama, porque no dia a dia é uma
tempestade sem controle.
— Ela tem um plano de saúde nacional, pago pelo patrão dela, eu
deixei o cartão do convênio em cima da minha mesa do escritório, pegue ele
e a leve, logo estarei com vocês.

∞∞∞
Esgotada, cansada, decepcionada no fim da linha, é assim que estou
sempre ouvi dizer que quando chegamos ao fim da linha é lá que devemos
começar uma nova história na linha debaixo, começar do zero, eu já fiz isso
antes, quando Boris me destruiu no passado eu recomecei, sem medo, sem
traumas, somente uma mulher em busca de prazer.
Durante essa jornada eu encontrei homens que não conseguiam
satisfazer meu desejo sexual, encontrei homens românticos daqueles que
comemoram mês a mês o aniversário de namoro.
Mas eu queria mais, é claro que eu quero amor, mas precisava de um
dominador na cama, alguém que realizasse meus desejos e que pudesse suprir
toda necessidade que eu tenho dentro de mim, cada desejo sujo eu queria e
quando encontrei James, eu tive tudo, cada detalhe que desejei por longos dez
anos eu tive, mas eu me apaixonei e isso foi erro, e agora eu o quero e não o
tenho.
Eu sofri com tudo que Boris fez, sofri quando descobri toda verdade
por Ricardo e sofri quando ele fugiu sem pagar tudo o que fez contra mim,
sofri quando descobri sobre as mentiras da minha mãe, mas nada, nada
mesmo se compara com o que eu senti quando vi a notícia de que James... O
meu James estava namorando.
Eu vi a garota, ela é linda, uma mulher perfeita nem se compara a
mim, se eu tinha esperanças de lutar por ele... Elas se acabaram, James quer
uma mulher modelo ao seu lado e isso eu não posso ser.
Eu tenho estado cada dia vivendo feito um robô, eu não falo com ele,
não olho para ele, eu só finjo que ele não existe e hoje tomei uma decisão,
vou pedir demissão e ir embora, para longe, fora do Rio de Janeiro e esquecer
que um dia conheci James Johnson, mas antes de ir tenho que checar os
detalhes, tenho me sentindo muito mal esses dias, não sei se foi pelos
remédios que eu tinha tomado semanas atrás, mas o fato é que não estou me
sentindo bem.
— O patrão disse que você tem convênio Tati, achei a carteirinha na
mesa dele, vamos. — Manuel diz me ajudando a levantar depois de vomitar
tudo que havia em meu estômago.
— Eu nem sabia, bom então vamos.
— Ele vai nos encontrar lá... — Manuel diz um tanto temeroso.
— Não precisa disso é só um mal-estar...
— Tati você não se alimenta, vomita e está com dor, não é nenhuma
ou qualquer coisa, precisa ver o médico... Olha se estiver com medo da
injeção eu seguro sua mão. — Ele diz claramente debochando da minha cara.
— Idiota!

Depois de meia hora de exames e soro e mais soro na veia eu estou


aguardando o médico me chamar para dizer todos os resultados, talvez seja
virose ou pior eu posso está morrendo e nem sei.
James está lá fora desde que chegou, não o deixei entrar no quarto, ele
ofendeu Manuel e ameaçou demiti-lo, mas Manuel se manteve firme a minha
vontade e James como um garoto arteiro esperou Manuel ir ao banheiro para
entrar na sala de medicação, logo que vi sua sombra fechei os olhos e fingi
que dormia. Estar muito perto dele é uma tentação que não quero correr.
— Morena... — Escuto sua voz baixa bem próxima a mim. — O que
você tem huh? Está me deixando doido de preocupação, você não fala mais
comigo, não me olha mais... Está me matando Tatiana.
Ele faz uma pausa e puxa uma respiração profunda, mas logo o sinto
mais próximo a mim, ele acaricia meu rosto e afaga meus cabelos, mas eu
ainda continuo fingir está dormindo.
— Está tão linda, mas muito pálida, queria poder cuidar melhor de
você Morena...
Então cuida. — Penso.
— Eu não tenho coragem de arriscar tudo, me perdoa por ser um
covarde...
Não! Não perdoo.
— Eu acho que também amo você. — Diz e sinto seus lábios tocando
levemente o meu, eu queria retribuir o beijo, queria dizer que o amo demais,
mas não posso, e acredito que essa seja nossa despedida.
— Senhor... Sou o doutor Wilson, vim dar uma olhada na Tatiana. —
O médico interrompeu e eu abri os olhos, James ainda próximo a mim, sua
respiração pesada, seus olhos desejosos me encarando, mas eu desvio o olhar.
— Bem e o que ela tem doutor? — James pergunta curioso e
preocupado, mas eu o corto.
— Pode me dar licença James? — Ele me olha surpreso, mas sai da
sala resmungando. — E então doutor, o que eu tenho?
— Gravidez. Parabéns você está grávida Tatiana.
Grávida!
Um bebê, um filho que provavelmente será só meu.
Só meu.
∞∞∞
Tenho evitado James ainda mais desde a ida ao hospital, hoje falamos
o básico, ele pediu para que eu preparasse um almoço especial porque seu pai
viria visitá-lo.
Preparo toda a mesa e vou e volto da cozinha colocando as travessas
com tudo que preparei, seu Jorge é um bom homem, sempre que ele vem aqui
tira um tempo para conversar comigo e sempre acaba falando sobre a mãe do
James.
Quando estou na minha última volta da cozinha para levar uma
lasanha à mesa, escuto a voz de James e vozes na sala, penso que Fernanda
pode estar aqui, já que desde a última conversa com James ele a tem mantido
longe, mas como eu não cedi ele pode ter decidido deixar que ela volte a
mandar em tudo por aqui.
Ainda bem que não terei que aguentar, hoje mesmo falarei com James
e se ele rejeitar o nosso filho eu irei embora e assim eu não a verei mais.

Tento passar pela sala sem ser notada, mas me espanto ao ver James
com a namorada, claro que eu sabia que uma hora ele a traria aqui, mas de
tanto ele dizer que é só para melhorar sua imagem eu acabei acreditando que
ele não o faria.
Os dois notam minha presença quando a travessa de lasanha cai no
chão sujando tudo e fazendo a maior bagunça, meu corpo todo tremer de
nervoso e raiva, tristeza e decepção, claro que eu já esperava, mas ver é bem
diferente.
Me abaixo e começo a recolher tudo e logo ela se aproxima.
— Ei você está bem? Acho melhor pegarmos uma vassoura e pá, você
pode se cortar. — Ela diz toda educada e solícita, ela é ainda mais linda
pessoalmente.
— Sim senhorita eu vou fazer isso agora mesmo.
— Espera. Não se preocupe eu te ajudo. — Ela diz e tenta me ajudar,
mas James a segura e diz:
— Não precisa amor a Tati cuida de tudo, pode ir, Tati é... Hum... Por
favor, vista o uniforme hoje, por que como viu teremos visita. — Ele diz
enfiando mais uma faca em meu coração, eu apenas obedeço e vou.
Depois que me recomponho e organizo tudo, vou até James avisar que
seu pai chegou, e quando entro ela está sentada no colo dele e ouço bem
quando ele fala sobre casamento com ela, meu peito se aperta ainda mais.
Porra ele vai casar... Agora mesmo que preciso ir embora daqui.
Antes que o almoço acabe contando com a presença de Fernanda que
chegou sem ser convidada se fingindo de amiga, eu guardo cada último
momento de humilhação, Lia a namorada de James me segue com os olhos a
todo o momento e eu tento disfarçar minha tristeza.
Quando todos se vão eu guardo tudo que tenho em uma bolsa e espero
James voltar, porque hoje teremos uma conversa definitiva.
∞∞∞
Capítulo 18

Estou desistindo de você


Estou perdoando tudo
Você me libertou, oh.
Envie meu amor para sua nova amada
Trate-a melhor
Temos que nos libertar de todos os nossos fantasmas
Send My Love - Adele

Deixo Lia em seu apartamento acompanhado de Fernanda, hoje ela


resolveu ser a amiga do ano e eu quase não consigo foder a Lia, só de lembrar
o quanto ela é gostosinha toda amarrada feito uma cadelinha pronta para me
receber, foi uma transa boa, mas não melhor do que com a minha Morena.
Lembrar dela me faz pensar, logo que deixar Fernanda em casa eu tenho que
voltar para termos uma conversa.
Tati hoje estava muito tensa no almoço, acredito que me ouviu falar
sobre casamento com Lia, notei sua palidez e nervosismo, mas ela não pode
se queixar de nada, ela já sabia o que esperar de mim não posso assumir ela
perante a mídia, preciso de alguém a minha altura alguém que eu posso
moldar e que vá me obedecer.
Apesar de a Tati ser uma Perfeita submissa ela é bem arisca às vezes e
digamos que não faria um bom par comigo, ninguém pode me julgar, eu
entendo bem que marketing é a alma do negócio e Tati e eu não combinamos
como casal. Saio do meu raciocínio quando Fernanda me questiona:
—Você confia nessa garota James?
— Por que eu deveria desconfiar? Lia é uma garota tranquila, é linda
é perfeita para mim assumi-la como esposa. Digo sem desviar o olhar da
estrada.
— Bem eu não confio muito nela, acredito que ela possa esconder
algo, ela por acaso falou para que precisou do empréstimo?
— Olha Fê eu não fiquei questionando sobre isso, pois não me
importa, e assim que ela voltar dessa viagem a farei minha.
— Achei que você tivesse algo com a empregada balofa. — ela diz
debochando da Tati e isso me deixa incomodado.
— Sim eu ainda estou com a Tati e, por favor, não fale dela.
— Tudo bem, cada um com seus gostos, mas ficarei de olho nessa
Lia.
Fernanda sempre foi muito desconfiada com as mulheres que eu saio
ela está sempre em cima querendo ter certeza que não são oportunistas atrás
do meu dinheiro, por um tempo acreditei que ela tivesse sentimentos por
mim, tive muito medo devido uma noite de bebedeira que tivemos, ela havia
levado um fora de um cara estava pra baixo bebemos demais, fodemos muito
e depois dormimos. No dia seguinte e eu menti, disse que não me lembrava
de nada por que não queria estragar nossa amizade. Eu jamais agiria diferente
com ela, se transamos foi por que estávamos bêbados, com álcool não se
brinca, abusamos e deu nisso.
Paro com o carro na portaria do prédio dela quando ela se despede de
mim com beijo no rosto e me questiona.
— Vamos subir e tomar uma bebida querido?
— Hoje não Fê. Preciso ir para casa, tenho assuntos para resolver. —
Digo já ligando o carro ao notar seu olhar de decepção, somos amigos há
muito tempo e muitas vezes passamos nosso tempo livre juntos. Mas hoje eu
sinto muito, preciso ver minha Morena, preciso estar com ela e me perder
naquele corpo. Só ela consegue satisfazer a fera interior que habita em mim.
Tenho que tentar trazer ela de volta pra mim é acabar de vez com essa
distância ridícula que ela colocou entre nós, eu já não aguento mais isso,
então hoje resolverei tudo entre nós e eu a terei de volta.
Quando eu chego em casa, está tudo limpo e organizado as luzes estão
apagadas e por um momento me sinto frustrado achando que Tati já havia ido
embora sem me esperar, mas então entro em meu quarto e lá está ela sentada
na cama me esperando.
Quando conheci a Tati achei que ela fosse ser mais uma foda, mas
não, ela conseguiu suprir minhas necessidades com aquele corpo voluptuoso
me levando à loucura, desde que perdi minha virgindade eu já estive com
muitas mulheres, mas nenhuma delas consegue se igualar a Tati, eu sei que
hoje ela ficou chateada com o assunto do casamento, mas eu vou resolver
isso.
— Oi Morena estava me esperando. — Digo me aproximando
tomando-a para meus braços.

— Na verdade sim. Você... Você vai se casar com aquela moça? —


Pergunta e seus olhos se enchem de lágrimas.
— Sim provavelmente dentro de dois ou três meses, mas isso não
muda nada entre a gente Morena.
— Como não muda nada seu... Seu Cretino! — Ela grita e acerta uma
tapa na minha cara, eu realmente não esperava essa reação dela. — Eu... Eu
amo você James, você disse que não queria compromisso e por que ela
agora? — ela fala e as lágrimas escorrem abundantes pelo seu lindo rosto.
— Tati eu não posso ter um compromisso com você, eu sou um
homem público, o mundo conhece meu nome, preciso de alguém a altura e
por mais que eu goste do seu corpo do jeito que é... Bem, a imprensa não
perdoa, entende? Não vamos ter essa conversa mais uma vez.
— Claro que sim senhor James Johnson. — Diz se levantando, mas
eu a detenho.
— Aonde você vai? — Eu falo já nervoso.

Tati já me enfrentou várias vezes, mas hoje eu sinto que algo está
diferente.
Diaba, mulher difícil quer acabar com a minha sanidade.
— Eu vou embora James eu amo você, mas não o suficiente, você vai
se casar e...
— Nada muda porra! Eu nem gosto da Lia eu vou me casar com ela
pela imagem, meu pai quer me ver casado e quer netos e só por isso vou casar
com ela.
— E... Por que não se casa comigo? Eu posso ser tudo isso, eu posso
te dar meu amor e também...

— Eu não quero seu amor Tati, você não serve para nada a não ser
pra foder, então vou dizer como vai ser, quando eu me casar se você não
quiser ficar aqui eu te dou um apartamento aonde vamos nos encontrar.
Minto sobre ela ser só mais uma foda, mas eu preciso colocar uma
distância de sentimentos entre a gente, e agora me sinto mal, ela está pálida e
muito mais nervosa com tudo que eu disse.
— Se trabalhar pra Lia te fizer sentir mal, te arrumo outro emprego e
é assim que vai ser. — Tento ser firme e remediar, mas ela sussurra algo que
eu não esperava ouvir.
— Eu estou grávida James... — Quando ela diz isso meu coração dá
um pulo e um sinal de alerta é acionado em minha mente.
— É sério Tati vai usar essa desculpa esfarrapada para eu não me
casar ou para me chantagear hein? — É dinheiro que você quer? Me fala
porra! Você planejou isso não é, isso se essa criança for minha. — Afirmo
porque não posso acreditar que Tati esteja fazendo isso comigo.
— Quer saber James eu desisto de você, eu vou embora e nunca mais
você vai ouvir falar de mim e se um dia me ver novamente quem vai estar de
joelhos vai ser você. — Afirma decidida, mas eu não quero parar de vê-la.
— Morena não faz isso, vamos conversar e acertar o que é melhor
para você, eu posso te perdoar por isso...
— Eu não quero seu perdão! — Ela grita e me deixa estático. — Você
James vai precisar do meu perdão e não só do meu. — Diz pousando a mão
na barriga.
— Chega Tati acabou o show! Chega de encenar. Eu sei que está com
ciúmes e eu não devia ter fodido a Lia com você aqui... Quando eu digo sobre
foder a Lia ela faz uma cara ainda pior, achei que esse fosse o motivo dessa
discussão. — Mas agora chega!
Ela nada diz apenas pega sua bolsa e sai, e eu a deixo ir porque ela
precisa esfriar a cabeça quando ela se acalmar vai voltar atrás.
Quando saio do banho pensativo com tudo que a Tati me disse, desço
até a cozinha para pegar uma bebida então notei algo na mesa que chamou
minha atenção, a Tati deixou a gargantilha de ouro que dei em seu
aniversário, ela nunca tirava sempre dizia que o pingente de coração
vermelho simboliza nossa paixão, meu corpo fica tenso quero ligar pra ela
mais a desgraçada deixou o celular que dei para ela aqui.
Eu não posso acreditar que ela me deixou, mas eu não vou me
humilhar para mulher nenhuma, e se ela quiser fazer joguinho vai ter que
jogar sozinha, subo para meu quarto visto uma roupa e vou pra boate que Lia
trabalhava, vou beber e se a Tati voltar ou não nem vou me lembrar.
∞∞∞
Capítulo 19

— Você vai se casar com ela?


— Sim provavelmente dentro de dois ou três meses, mas isso não
muda nada entre a gente Morena.
Ele não pode fazer isso comigo, não pode!
— E por que não se casa comigo? Eu posso ser tudo isso eu posso te
dar meu amor e também...
— Eu não quero seu amor Tati, você não serve para nada a não ser
para foder, então vou dizer como vai ser, quando eu me casar se você não
quiser ficar aqui eu te dou um apartamento aonde vamos nos encontrar.
Ele quer que eu me torne uma amante, e quer que eu aceite isso?
— Eu estou grávida, James...
— É sério Tati vai usar essa desculpa esfarrapada pra eu não me casar
ou para me chantagear hein? É dinheiro que você quer? Me fala porra! Você
planejou isso não é, isso se essa criança for minha.

Ele consegue me magoar ainda mais, duvidar de mim, dos meus


sentimentos e da minha palavra.
— Quer saber James eu desisto de você, eu vou embora e nunca mais
você vai ouvir falar de mim e se um dia me ver novamente quem vai está de
joelhos vai ser você.
Desisto.
Desisto dele, desisto de nós e do nosso amor...
Agora com meu coração apertado no peito, sei que a partir hoje terei
que ser forte por mim e pelo meu bebê, terei que me reerguer, já fiz isso uma
vez no passado, fazer de novo não será difícil, ser forte não será difícil.
Difícil mesmo será esquecer.
∞∞∞
Chego em casa e Maycon já me espera com um sorriso esperançoso
no rosto.
— E então contou a ele sobre o bebê? O que ele disse?
— Acabou May, ele duvidou de mim, rejeitou meu amor, ele vai se
casar.
— Não acredito, ele te ama, como pode fazer isso?
— Ele não me ama May, se ele amasse de verdade ficaria comigo,
com nosso bebê.
— Às vezes é preciso perder e só assim dar valor, você vai ver ele vai
voltar atrás e se arrepender.
— Eu quero ir embora May. — Digo decida, nada me fará ficar aqui.
— Embora para onde? Tati agora você precisa de estabilidade e assim
que eu conseguir um novo emprego cuidarei de você e também da minha
sobrinha... Ou sobrinho. — Diz sorrindo, ele está muito empolgado com a
ideia do bebê, desde que soube é pura felicidade.
— Quero ir para São Paulo, lá nós podemos nos estabilizar, teremos o
Kaio para nos ajudar no início, sei que vai dar certo. — Digo porque estou
confiante, na verdade estou contando que isso dê certo.
— Morar lá, tipo para sempre sem volta? — Ele pergunta.
— May nada na vida é para sempre, talvez um dia eu volte e bem... Se
não quiser não precisa ir, eu só pensei que bem. Já que nada te prende aqui
poderíamos ir juntos, sabe que preciso de você comigo...
— É claro que estarei sempre com você, mas temos que planejar isso.
— Sei... Eu meio que tive uma conversa com Kaio no início do mês,
ele me disse que se quisermos ir para lá o emprego já é garantido e a
princípio ficaremos na casa do Kaio, mas só até encontramos um cantinho só
nosso, o que acha?
— Quando quer ir?

— Amanhã.
— Tem certeza? Podemos esperar um pouco mais...
— Se tiver tudo bem pra você, eu vou preferir ir amanhã mesmo.
— Está fugindo, sabe que ele vai vir atrás de você. Olha, eu imagino o
quanto está sofrendo por tudo isso, mas, ele ama você, ele passou o mês todo
perguntando como você estava. Preocupado com o fato de ter se alimentando
e se eu tinha certeza que você não estava tomando nada de remédio para
emagrecer.
— Isso não importa agora, ele disse claramente que eu só sirvo para
foder, ele disse que não quer meu amor é ainda acha que eu engravidei para
chantagear ele, para tirar dinheiro e por último disse que talvez nem fosse
dele, sabe o quanto foi doloroso ouvir isso? Eu não o quero mais na minha
vida.
— Tudo bem. Não vamos mais falar nisso, melhor começar fazer as
malas porque o futuro nos espera. — May diz me abraçando.
— Sim o futuro nos espera.

Olho em meu relógio e já são três da manhã, eu passei a madrugada


toda bebendo e ligando para Maycon em busca de notícias sobre Tatiana,
liguei e enviei várias mensagens, eu preciso saber se ela está bem se chegou
bem em casa.
Merda! Por que eu tenho de ser covarde? Por que eu não jogo tudo
para o alto e vou atrás dela e fico com ela?
Porquê eu não suporto ser humilhado, não quero ser ridicularizado, eu
preciso estar no controle da minha vida e não deixar que nada saia dos trilhos.
Recostei-me no sofá e pego uma camiseta de Tatiana que deixou no
banheiro, ela adora usar essas camisetas velhas, acho que ela faz coleção de
camiseta de deputados, vereadores e prefeitos, ela tem várias e de vários
partidos e ama usar durante o dia, até mesmo na hora de dormir, ela diz ser
confortável e eu acho a coisa mais sexy do mundo.
Lembrar do seu jeito faceira, toda moleca correndo por essa casa faz
meu coração apertar, já sinto tanta saudade da minha Morena, uma angústia
cresce em meu peito com o pensamento dela está grávida, um bebê, um
pequeno e indefeso bebê.
Sempre que pensei em filhos eu logo associava ao desejo do meu pai
ter netos e conhecê-los, mas agora em pensar que minha Morena está
carregando um filhote meu, meu e dela... Porra! Me deixa louco, eu fui um
merda, a humilhei, duvidei dela no calor do momento, a raiva por ter o
controle tirado das minhas mãos, raiva por não controlar esse sentimento que
sinto por ela.
— James... Eu tô é morta, não aguento mais... Ouço a voz dela
manhosa, depois de muito sexo que fizemos no chão da sala logo que cheguei
de viagem.
— Você já cansou, não disse que estava morrendo de saudade do meu
pau huh? Não disse que estava com vontade do seu dominador? — Digo
puxando-a para que deite em meu peito, enquanto sinto seu cheiro, seus
cabelos negros colados em meu corpo suado, sua respiração cansada em
meu pescoço.
— Podemos fazer algo diferente hoje... — Ela diz um tanto insegura e
eu tento quebrar sua tensão.
— Olha não vamos praticar ²Fisting, eu gosto de tudo bem
apertadinho sabe disso. — digo e ela solta uma gargalhada alta, Tatiana não
tem tabus na cama, mas há coisas que nem eu e ela apreciamos.
— Deus me livre, tá é doido. — Ela diz rindo e beijando meu pescoço
me pondo duro novamente.
— Eu já sou doido, mas doido por você minha Morena... Mas vamos
lá me diga o que quer fazer diferente?
— Ahh... Eu pensei que a gente poderia assistir a um filme ou a uma
série, claro que se você quiser e se não tiver nada pra fazer também, porque
eu sei que você é ocupado e...
— Está certa Morena calma, vamos assistir, o que quer ver um? Não
vale pornô.
— Você está muito engraçadinho hoje... — Ela diz com o sorriso mais
lindo do mundo, os olhos brilhantes e apaixonados.

— Você ama meu jeito Morena...


— É eu amo... — Ela sussurra.
Merda de saudade, por que eu a deixei se infiltrar em mim? Por que
eu deixei esses sentimentos aflorarem?
Passo as mãos pelo rosto o nervosismo tomando conta de mim.
Se eu for atrás dela e pedir perdão, dizer que me arrependo e que
quero ficar com ela só com ela, é isso James, seja o homem que sua mãe
criou, o homem que seu pai formou e lute pelo que quer, esqueça a merda da
imprensa, esqueça o dinheiro.
Porra o álcool nos dá uma coragem incrível.

Já são seis da manhã e eu não dormi nada, olho para a camiseta dela
em minhas mãos e decido ir atrás da minha Morena.
∞∞∞
Bato na porta e só falto derrubá-la, mais ninguém responde, ligo para
o fodido do Maycon, mas parece que esse é o fim da nossa amizade.
— Morena! — Grito na esperança de que ela saia. — Tati, me deixa
falar com você...
— Moço não tem ninguém aí, o May saiu cedinho com a Tati. —
Uma senhora baixinha me informa.

— E a senhora sabe para onde foram?


— Olha moço, eu não sei, só os vi pegando táxi quase agora, talvez
tenham ido ao médico, ontem a Tati estava meio enjoada, tadinha até dei
umas folhas para o May fazer um chazinho para ela.
Merda minha Morena estava sofrendo há dias e eu sem nem notar que
ela poderia está grávida.
— Muito obrigada senhora.
Saio dali o mais depressa possível, vou atrás da minha Morena, com
certeza ela deve ter ido ao São Lucas porque ela tem a carteirinha do
convênio.
E é para lá que vou, dessa vez fazer o certo consertar a bagunça que
fiz primeiro, pegar minha Morena de volta e implorar pelo seu perdão, a essa
altura a diaba deve está me odiando.
E depois eu acerto tudo com a Lia, termino amigavelmente e assim a
Tati vai ver o quanto eu a amo, mesmo que eu nunca tenha dito, mas vou
consertar isso também, logo que por meus olhos nela direi o quanto eu amo.
Ah... Morena o quanto eu te amo.
∞∞∞
²Fisting - Prática onde se introduz mão ou punho na vagina ou ânus do parceiro.
Capítulo 20

E vou lutar pelo meu canto


Talvez hoje à noite eu vá chamar você
Depois que o meu sangue se transformar em álcool
Não, eu só quero segurar você.
Dê um pouco de tempo para mim, vamos queimar isso.
Vamos brincar de esconde-esconde, para virar esse jogo.
Tudo que eu quero é o gosto que seus lábios transmitem
Minha nossa, minha nossa, oh, dê-me amor.
Give me Love - Ed Sheeran

Olho para cada lado da minha casa e caminho para meu quarto onde
passei os melhores momentos da minha vida com Tatiana, abro a gaveta
recém-organizada por mim mesmo e que contém duas camisetas eleitorais, há
uma minúscula calcinha que eu guardava na gaveta do meu escritório, sua
gargantilha de coração e seu aparelho celular, eu já o revirei milhões de vezes
em busca de aplacar essa saudade que corrói meu peito, vejo suas fotos, os
vídeos dela e Maycon juntos, ouço sua voz e dentro de mim tenho a certeza
de que a magoei demais e que não a terei de volta.

Já se passaram dois meses, e eu tenho tentado de tudo para encontrá-


la a única coisa que sei é que ela realmente foi embora e para sempre, eu a
perdi, eu fui um estúpido de merda e a perdi, e só agora vejo o quanto dói não
vê-la.
Tudo entre mim e Lia ruiu assim que Tati me deixou, eu não tinha
mais paciência, não queria tocá-la sexualmente, não queria vê-la, eu ainda
pensei em casar, mas pela raiva que crescia desenfreada dentro de mim,
queria de alguma forma enterrar essa dor que eu estava sentindo por não ter
minha Morena comigo.
O antigo James estava aparecendo novamente, eu evito meu pai,
evitava Lia, evitava Fernanda, eu só queria ficar sozinho, eu e minha dor,
minha saudade, meus pensamentos de onde ela estava? Como ela estava?
Eu mereço isso, eu mereço o pior, eu fodi tudo, mereço sofrer por
isso.
Sento-me no chão e faço uma carreira de pó em cima da minha
mesinha de centro, minha mente duelando entre o certo e o errado, porra faz
tanto tempo que não uso essa merda, tantos anos sem cheirar, e agora estou
aqui em busca de algo que faça a dor que sinto sumir, algo que me faça
esquecer a culpa.
Inclino-me sobre a mesa e com uma nota mal enrolada inspirei com
força deixando que a maldita droga entre em meu sistema e faça o que eu
preciso, me faça esquecer.
∞∞∞
Há dias estou pior do que já estive quando minha mãe morreu, eu não
vou à empresa, tudo lá tem estado na mão dos meus funcionários, o
administrador tenta me convencer a voltar e eu estou a ponto de mandá-lo
embora por isso, eu só quero ficar na merda minha casa, beber, cheirar e ver
as fotos e vídeos da minha Morena.
Estou sentado quando minha foto aparece na televisão, noticiando
meu envolvimento com uma mulher transexual. Cuspi o líquido da minha
boca e aumento essa merda, só poder ser efeito do pó.
Mas logo fotos comparativas da Lia aparece, mostrando seu passado
como um adolescente ainda homem e agora como uma mulher.
Merda!
Abro um dos vários links que foram enviados para o meu celular e lá
tem fotos de cirurgias feitas por ela ou ele, que merda eu me meti, eu transei
com um homem.
Caralho!
— James estou aqui pra te falar sobre a Liara. — A voz de Fernanda
irrompe o meu ambiente de paz.
— Chegou tarde demais baby, eu já vi que fui enganado. — Sorrio
cansado. — Eu perdi a mulher que eu amo por causa dessa maldita imagem
que eu quis preservar, perdi minha felicidade e agora, bem, agora que sei que
eu trepei com um homem que arrancou o próprio pau. — Eu sinceramente
não ligo. — Digo com minha voz embolada pelo álcool, minha mente tomada
pela porra da cocaína. — Que a mídia me engula vivo, já perdi o mais
importante, o resto que se foda.
— Não James, eu posso consertar tudo isso, se você se casar com uma
mulher de verdade uma mulher influente na sociedade...
— Eu não vou me casar com ninguém... — Pego meu telefone
ligando para o serviço de submissa de luxo que já usei muito antes da minha
Morena, ô saudade. — Eu só me caso com uma mulher, e ela fugiu de mim,
eu não a encontro, então não quero me casar.
∞∞∞
Minha casa está cheia de mulheres nuas, todas Morenas, todas elas
lembram minha Tati. Depois de tanto álcool e tanta cocaína, para mim todas
elas são Tatiana.
Aproximo-me de uma e a agarrei por trás puxando seu cabelo, coloco
uma corrente em seu pescoço e a vejo estremecer.
— Vamos Morena tire a roupa para mim...
— James...
— Vamos Morena, me obedeça. — Digo e ela faz, eu a coloco de
quatro e a fodo, puxo seu cabelo fazendo que me encare e lá está. Seus olhos
gulosos como da primeira vez que a vi, seu cabelo comprido emaranhado em
meus dedos, seu cheiro se faz presente em minhas narinas, a saudade diminui
e o desejo aumenta, eu posso ouvir seus gemidos.

É ela. Minha Morena, meu amor...


— Ahh Morena que saudade porra, por que você fugiu?
— James sou eu... — Ela diz com uma voz estranha, não parece sua
voz, eu a vejo ali recebendo meu pau, mas não é sua voz, não são mais seus
gemidos.
— Eu sei que é você meu amor, senti tanto sua falta Tati, não vou
deixar você ir embora, nunca mais ouviu, vai ser para sempre minha, eu você
e nosso bebê amor... Eu te amo tanto Morena, me perdoa?
— James sou eu Fernanda. — Ela diz e eu nego.
— Não. Não é. Você é minha Tati, minha Morena, é o meu amor, fica
comigo Tati. —Digo quase chorando, minha mente nublada, abro melhor os
olhos e escuto a voz odiosa da minha amiga que acaba com meu momento, e
percebo que tudo aquilo não passou da porra de uma alucinação, eu não
estava com a minha Morena e não estaria nunca mais.
— Sou eu, Fernanda, e não aquela garota gorda James...

— Cala boca porra! — Digo saindo de dentro dela. Nunca mais fale
da Tati, agora peça desculpas...
—O quê? — Ela pergunta assustada.
— Peça desculpas por ofender a minha Morena, peça ou vá embora da
minha casa.
—Desculpa... — Ela diz irritada.
— Agora diga que ela é melhor que você, e por isso tem inveja dela,
por isso humilhava ela.
— Não eu... — Ela me olha e vê que apesar de drogado não estou
brincando. — Ela é muito melhor que eu, por isso tenho inveja dela, por isso
eu a humilhava satisfeito? — Ela diz engolindo seu orgulho.
Maldita, humilhou minha Morena e eu não a protegi, porra eu também
a humilhei.
— Não estou satisfeito porque você não é ela, sua boceta não é a dela,
eu não vou comer você e nem casar com você porque é ela que eu quero, se
meu pau entrou em você foi por que eu realmente achei que fosse minha
Morena, agora fique de quatro como uma cadela que é e se junte às outras ou
vá embora, tanto faz. —Digo indo até mesa puxando mais carreiras de pó.
∞∞∞
Depois tudo foi uma sequência de atos horríveis, eu me lembro de que
dei tapas no rosto de Lia, humilhei Fernanda ainda mais, depois o amigo da
Lia, apareceu procurando por ela, e me olhava com nojo e ele tinha toda
razão por me olhar assim, eu nunca agredi uma mulher e agora estou
drogado, bate em uma mulher, minha casa está cheia de mulheres nuas, eu
estou nu deitado e Fernanda tenta me levantar.
Minha mãe sentiria vergonha de mim.
Tati sentiria vergonha de mim.
E meu bebê que ainda não nasceu o que pensaria de mim?
Meu pai... Meu Deus ele não pode me ver.
—Tati amor... Me perdoa Morena! — Grito querendo que ela volte.
—Morena, por favor...
— James eu estou aqui, posso casar com você, limpar sua imagem, é
de mim que você precisa. — Fernanda diz tentando me conter e eu explodo
de vez.
— SAIAM DAQUI PORRA! Todas vocês, eu não quero ninguém,
nenhuma outra serve, vocês não servem, só a minha Tati, só a minha Morena.
Só ela...
∞∞∞
Mais um mês se passou e eu estou tentando deixar as drogas de lado,
uma vez ou outra quando a dor da saudade é demais eu recaio, mas eu estou
tentando ser forte, coloquei um detetive em busca de pistas de onde minha
Morena possa estar, enquanto isso meus advogados lutam na justiça tentando
provar que eu não ordenei um ataque a Lia.
Depois do dia em que ela saiu da minha casa, foi atacada, espancada e
estuprada, claro que depois do que eu fiz me tornei o principal suspeito, as
ações da minha empresa caíram, a mídia está como urubu em cima da minha
carcaça, meu pai é o único que acredita em mim, mas nada disso importa a
única coisa que me preocupa é o que Tati está pensando de mim, com certeza
ela viu, será que acha que eu fui um monstro e fiz isso por vingança?
∞∞∞
Algum tempo depois...
Todas as acusações foram retiradas contra mim, ficou provado que o
pai da Lia ordenou o ataque, e que junto da Fernanda espalharam a notícia
sobre o segredo de Lia, juntos distribuíram as fotos dela para a imprensa e na
fodida internet.
— Por que fez isso Fernanda? Nós sempre tivemos uma amizade... —
Pergunto sentando frente a ela na sala de visita do presídio feminino.
— Eu sempre te amei...
— Eu também, mas como uma amiga, nada mais, por isso a gente
para por aqui. — Digo me levantando e deixando ela na cadeia, onde vai
cumprir a pena de um ano por injúria, ela distribui fotos íntimas da Lia e
achou que mandando o pai de Lia entregar as fotos para alguns meios de
comunicação, achou que estaria livre, mas ela foi descoberta e pagará por
isso.
— James! James! — Fernanda berra descontrolada e eu espero não a
ver novamente.
Agora eu só preciso tirar toda droga do meu sistema, ser forte e me
reerguer e assim encontrar minha Morena.
Em algum lugar ela deve estar.
∞∞∞
Mais detalhes sobre esse capítulo contando a história de Lia. No livro Perfeita Mulher.
Capítulo 21

Decepções sempre tem o poder de nos abalar, de nos deixar caídos no


chão sem fé, sem forças para levantar. Eu sempre soube que meu
relacionamento com James não era algo certo, para ele sempre foi apenas
sexo, ele deixou claro que eu não deveria querer nada mais do que prazer e
fui eu quem quebrou o trato.
Mas é difícil não se apaixonar por um cara lindo, charmoso, que na
cama te leva ao céu e em questão de segundos te leva ao inferno fora dela,
gênio do cão, possessivo, ciumento, mandão, egocêntrico, cafajeste e egoísta.
Mas a gente não escolhe a semente a ser plantada, simplesmente ela é
lançada e quando nos damos conta já estamos arrebatados.
Eu amei James, me entreguei de todas as maneiras possíveis a ele, e
agora com ego ferido e coração machucado eu estou reaprendendo a me
amar.

Depois que May e eu chegamos a São Paulo meu irmão nos recebeu
uns dias em sua casa, até a que alugamos estivesse livre para nos receber.
No começo me adaptar foi difícil, chorei todos os dias, de saudade,
raiva, amor, desejo por ele, mais saudade e raiva de novo, eu era uma só
confusão de hormônios e sentimentos, por mais defeitos que eu enumerasse
em James ainda assim eu sentia sua falta, mesmo que negasse por me achar
fraca meu coração batia por ele, meu amor era dele.
∞∞∞
— Tati corre aqui, olha só o que está passando na Boa Fofoka. —
May me chama, ele é viciado nesse programa, eu detesto essa apresentadora
só sabe detonar com o nome dos outros.
— Quem essa megera vai destruir dessa vez, hein?
— Não fala assim da Flávia, ela só está fazendo o trabalho dela, mas
senta aí para não cair. — Ele diz e aumenta o volume da televisão.
“Boa tarde Fofoqueiros de plantão! O babado hoje é sobre ninguém
menos que o grande empresário multimilionário e CEO poderoso James
Johnson, fontes quentíssimas revelaram na semana passada que o
relacionamento dele com sua repentina noiva estava esfriando, más línguas
afirmam que ele teve seu coração partido, recentemente ele foi visto em uma
boate que tem sido mal vista por vendas de produtinhos ilícitos, lembrando
que ele já havia se envolvido com drogas quando sua mãe faleceu.
Será que ele estava voltando aos antigos hábitos?
Mas ainda não disse a bomba que nos foi revelada, hoje recebemos
fotos e muitas informações que alegam que sua noiva Liara Rodrigues é uma
mulher transgênero, isso mesmo fofoqueiros, tudo indica que Liara na
verdade nasceu como menino, será que o poderoso Johnson sabe sobre isso?

Confiram com muito mais detalhes essa história no plantão Boa


Fofoka às sete horas de hoje.
Até mais fofoqueiros, beijos da sua Flávia.
Estou chocada com tudo que ouvi, fotos da noiva do James passam
pela TV e então um James, magro e abatido, seus olhos vermelhos, a barba
mal feita.
— Que mulher nojenta! — Digo com raiva por ver James ser
humilhado dessa forma.
— Você acha que ele se tornou um drogado? — May me pergunta e
eu não quero pensar em nada disso.
— Eu não quero pensar nele, ele não quis saber de mim, nem do filho
e do meu amor...
— Eu já te falei que ele deixou um milhão de ligações e mensagens
perguntando onde estamos! Ele quer falar com você.
— Ele me quer como amante, eu não nasci para ser amante, nunca me
sujeitaria a uma situação dessas, morro de amor por ele, mas jamais serei sua
amante. E agora eu vou para a clínica e você cuida, antes que chegue atrasado
ao serviço.
∞∞∞
— Parabéns é um menino, já tem nome? — A médica pergunta e puta
merda meu irmão acertou em cheio, não quero nem ver o que ele e May
apostaram.
— Matteo. Significa presente de Deus, e ele é meu presente. — Digo
emocionada.

— Um presentão hein? Ele está bem gordinho e enorme, mas está


saudável.
— Muito obrigada doutora.
Volto para casa com a felicidade exalando, mas não deixo de pensar
em James, no quão feliz eu seria se o tivesse ao meu lado nesse momento,
mas não vou deixar esses pensamentos me dominarem.
Sinto uma leve tontura e sei que está na hora de comer algo, entro em
uma padaria próxima à clínica e tento achar uma mesa, o lugar é bem
elegante e dever ser bem cara, mas hoje terei que gastar, ou cairei dura de
fome por aí.
Assim que me mudei transferi todo dinheiro da poupança que James
fez para mim, para uma nova conta que abri em nome do Kaio, assim James
não poderia dar um jeito de me rastrear.
Tento achar uma mesa vazia, mas tudo está ocupado, quando me viro
para sair uma mão segura em meu braço parando-me.
— Oi moça, se quiser pode se sentar na minha mesa, hoje aqui é bem
lotado esse horário. — Um negro alto, muito alto me convida para sua mesa
com um lindo sorriso amigável no rosto.
— Não precisa, eu pego algo e como no caminho, muito obrigada.
— De jeito nenhum, vai sentar quietinha aqui, vejo que tem um bebê
aí, precisa se alimentar, vem. — Ele logo puxa uma cadeira para mim e eu
decido aceitar a gentileza.
∞∞∞
— Obrigada mesmo...
— Felipe.
— Obrigada Felipe, prazer Tatiana.
— Nome forte e imponente. Claramente uma mulher poderosa, vou
pedir algo pra você. O que quer?
— Pão de milho tem? — Pergunto insegura, vai que não tem né?
— Tem sim, e se não houvesse eu ia buscar para você.

—Você é um fofo, obrigada. — Digo e ele me dá um sorriso


charmoso e diz
— Estou às suas ordens.
∞∞∞
Esse último mês foi uma verdadeira turbulência, eu fiquei muito
nervosa quando vi que James estava sendo acusado de ordenar um ataque à
moça que era sua noiva, eu sabia que ele era inocente, mas saber que ele
poderia pagar por algo que não fez me deixa inquieta, eu queria ir até lá, dar
meu apoio, mas algo dentro de mim dizia, não seja idiota, não se humilhe;
Logo que tudo se esclareceu, eu me acalmei e comecei a pensar no
bem-estar de Matteo, May e Kaio viviam me paparicando e claro meu novo
amigo Felipe, já havia se infiltrado com os dois e era uma superproteção sem
igual.
∞∞∞
O tempo passou bem rápido, e com ele o medo de colocar essa
criança no mundo, meu senhor eu estou enorme, meus peitos estão parecendo
balões.
Estou há dias sentindo dores e nada do Matteo querer vir ao mundo,
hoje não aguentei mais e decidi vir ao médio, Felipe não quis me deixar
sozinha de jeito nenhum e com May trabalhando junto com Kaio, Felipe
acredita ser o responsável por mim.
— Tá doendo? — Felipe pergunta aflito quando chegamos à entrada
do hospital.
— Só um pouco, vai dar tudo certo. — Digo lhe passando calma.
— Vai sim. — Diz e deposita um beijo no topo da minha cabeça. —
Acho que hoje Matteo chega para completar o time.
— Assim espero. — Digo feliz por ter Felipe comigo, ele tem se
mostrado um grande amigo, e mesmo tendo mais interesse soube respeitar
meu pedido para que esperasse meu filho nascer e só depois disso eu pensaria
na possibilidade de nos envolvermos, mesmo assim ele marca território, só
anda de mãos dadas comigo, como se quisesse garantir a todos que não estou
disponível.
Ai, ai... Como se alguém quisesse sair com uma grávida, enorme e
irritada.
Quase cinco horas depois Matteo vem ao mundo, lindo muito
parecido com James, quando o vi tão pequeno e indefeso, desejei que James
estivesse ao nosso lado, para nos proteger e demonstrar seu lado carinhoso
que eu conhecia, mas ele não estava depois que soube que ele foi inocentado
parei de me torturar e deixei de ver qualquer notícia sobre ele. E agora com
meu filho em meus braços sei o que tenho que fazer, tenho que me dar uma
nova chance, me reinventar, mas dessa vez eu não vou me ajoelhar, não mais.
Agora eles vão se ajoelhar.
∞∞∞
Entro no quarto de Motel que escolhi para hoje, desde o nascimento
do meu filho eu tenho me conciliado a abertura de uma pequena padaria que
investi o dinheiro que tinha, meu doou o máximo para o meu filho, ele é meu
maior amor.
E agora uma relação D/S com Felipe, mas a novidade é que eu
domino e ele se submete, quando ele me disse que praticava BDSM um sinal
de alerta piscou para mim, pensei em fugir, mas logo ele disse que sentia
prazer em ser dominado, ele gosta de ser humilhado, ele goza quando eu o
surro, e essa é a nova face que descobri em mim mesma.
De joelhos ele está de costas para mim eu dou olhada em seu corpo
musculoso e lindo.
— Abra bem as pernas escravo, quero ver suas bolas pulando
enquanto apanha na bunda. — Digo sensual e dominadora.
— Sim minha Rainha, tudo o que a senhora quiser. — Ele diz
excitado e ao longe vejo seu pau pulsando em expectativa.
E lá vamos nós outra vez, tudo pelo prazer.
∞∞∞
Capítulo 22

SÃO PAULO – TRÊS ANOS DEPOIS...

— Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos


anos de vida!
Aplausos ecoavam e gritos e assovios de felicidades dominavam o
quintal nos fundos da minha casa.
Se me perguntarem a três anos atrás se eu estava feliz, ou se eu faria
tudo de novo, a resposta seria não, ninguém quer amar e não ser
correspondido, ninguém quer estar grávida e ser rejeitada, quando a palavra
filho vem à mente, pensamos que tudo será só alegria, rosa ou azul, menino
ou menina.
Mas mesmo apesar de tudo que passei com James eu caí e me levantei
e nesses três anos me dediquei ao meu filho.
Morando com May tudo fica mais fácil, ele além de melhor amigo é
como um irmão, sempre me apoiando em tudo, quando decidi que não queria
mais ter notícias do James ele me apoiou, quando comecei a me envolver
sexualmente com Felipe ele também me apoiou.
Felipe é um homem excelente, carinhoso e companheiro, ama Matteo
como se fosse seu próprio filho, e mesmo eu sempre deixando claro que
Matteo tem um pai e que mais cedo ou mais tarde terei que enfrentar
fantasmas do passado para que meu filho possa o conhecer, terei que deixar
de lado toda mágoa, apesar de acreditar que James não merece participar da
vida dele por ter o rejeitado, ainda sim um dia meu filho ira me questionar, e
eu terei que responder.
— É pique, é pique
É pique, é pique, é pique
É hora, é hora
É hora, é hora, é hora
Rá-Tim-bum
Matteo! Matteo! Eeeeee...
Todos cantam alegres e meu pequeno bebê de três anos tentava
assoprar as velinhas do seu bolo do Superman.
— Vamos lá meu amor à mamãe ajuda! — Digo abraçando-o para
assoprarmos juntos.
— Consegui Mãeee! — Matteo grita batendo palmas em euforia e
arranca risos de todos.
— Conseguiu pequeno Superman, você é o nosso herói. — Felipe diz
se aproximando.
— Viu tio Felipe, apaguei tudinho, Ó. — Meu pequeno aponta para as
velas apagadas do bolo.

— Como eu disse Matt Você é o nosso herói. — Felipe se Aproxima


mais e passa uma mão pela minha cintura, e mesmo sabendo que não quero
demonstrações em público, ainda assim o faz.
— Felipe! Aqui não, sabe do nosso combinado. — Digo séria e ele
contra-ataca.

— Eu sei do nosso combinado minha rainha, mas eu quero poder ter


você o tempo todo, e não só quando você tem um chicote em mãos, ou
quando me fode me deixando louco de tesão... — Ele sussurra próximo ao
meu ouvido.
— Cala a boca! Tá maluco Felipe, quer que todos saibam das coisas
que fazemos. — Cochicho e ele se diverte.
— Ninguém está ouvindo, e eu gosto de tudo que a gente faz, não
tenho vergonha de ser um homem submisso.
— Não vamos nomear as coisas que fazemos fora do quarto, eu gosto
de você e nos damos bem, mas eu não quero um relacionamento sério, não
agora, e se você quer casar e ter filhos sugiro que procure alguém, por que
minha prioridade é meu filho.
— Sabe que Matteo é como se fosse meu filho...
— Mas não é! Ele tem um pai, um dia terei que apresentá-los e eu não
quero mais falar disso, não hoje! — Digo tentando encerrar o assunto.
— Você ainda o ama, sempre fica assim quando o assunto é ele, o pai
do Matteo, ele era seu submisso? — Felipe pergunta e eu quero rir, mas me
controlo... James submisso era o que faltava.
— Vamos encerrar esse assunto, se não quiser mais o nosso acordo,
tudo bem, continuamos amigos, nada muda e você pode se envolver e
conhecer outras pessoas.
— Eu prefiro morrer a perder você, sabe disso...
— Você não me tem, nós dois temos sexo, sexo muito bom e gostoso,
só isso. Sabe que não gosto quando fala desse jeito. Espero que estejamos
conversados.

—Tudo bem Rainha, conversados. — Ele diz sarcástico e quero dar


um soco na cara dele.
— Não estraga meu dia Felipe, por favor...
—Desculpe. — Ele diz caindo na real.
— Bom Tio May chegou para receber o primeiro pedaço de bolo! —
May grita chegando e chamando à atenção de Matteo, que sai em disparada
em sua direção.
—Tioooo!
—Matteo Cuidado! — Grito e meu sangue gela, quando meu filho cai
de cabeça no chão ao pular do banco.

May corre o pegando no colo, e consigo ver um corte em sua testa, de


onde o sangue escorre. Pego um pano e coloco em sua testa para estancar o
sangramento.
— Qual hospital, você tem convênio? Vamos direto pra lá. — Felipe
diz e eu caio em mim, lembro-me do convênio que James fez para mim e
nunca foi cancelado, talvez se eu for lá com a minha carteirinha eles possam
atender Matteo e incluir ele no plano, mesmo nunca tendo usado nem durante
a gravidez, agora não é hora para orgulho, eu quero o melhor para Matteo.
∞∞∞
Duas horas depois estamos em casa, no médico ocorreu tudo bem,
apenas um corte e alguns pontos e meu bebê está bem e em casa.
—Mãe eu posso comer bolo agora? — Meu pequeno pergunta.
— Pode. Vai com tio May que a mamãe vai trocar de roupa. — Digo
e eles vão para cozinha, mas quando vou em direção ao meu quarto batem na
porta.
— Merda quem será agora?
Corro com a roupa ainda suja de sangue, e quando abro a porta meu
chão literalmente se abre.
—Oi Morena.
∞∞∞

Passei muito tempo procurando Tatiana, sete meses desde que soube
que estava grávida e me deixou, esperei que ela usasse o plano de saúde e
assim eu poderia encontrá-la, mas ela foi durona e não o usou.
Eu fiquei desesperado e me deixei levar por toda dor e culpa, eu a
abandonei grávida, era mais que normal que ela não quisesse me ver.
Eu recaí e fui ao fundo do poço, cheguei ao fim da linha, mas eu
percebi que não poderia ficar assim, eu tinha que ser forte e ser homem uma
vez na vida.
Depois de ouvir palavras duras do meu pai eu soube o que fazer.
Ficar limpo novamente e atrás do que eu realmente quero e o que eu
mais queria era minha Família.

Passei mais três anos procurando por eles, me mudei pra São Paulo e
abri uma filial da minha empresa, na certeza de que eles moravam aqui, a
grande questão é aonde?
Dividido entre finais de semana viajando ao Rio para ver meu pai, e
dias e meses procurando Tatiana, hoje foi um dia de sorte.

Quando eu menos esperei o investigador que contratei me ligou


avisando que o convênio que eu fiz para Tatiana havia sido utilizado e o
melhor ela atualizou o endereço adicionando mais um membro. Matteo
González, Três aninhos, meu filho completa três anos hoje, e deu entrada
com um pequeno corte na cabeça, mas pelas informações que consegui, ele já
teve alta e há essa hora devem estar em casa.
Com meu coração batendo feito louco no peito, depois de tanto tempo
eu vou rever minha Morena e também conhecerei meu filho, espero
conseguir seu perdão.
Passo em uma loja de brinquedos no caminho e compro um boneco
do Superman, em duas horas consegui descobrir muita coisa sobre meu filho,
o investigador encontrou redes sócias de Maycon e lá havia fotos sobre os
preparativos da festinha dele que seria hoje.
Bato algumas vezes na porta com um medo lacerante em mim, talvez
Tatiana me bata, me xingue, me expulse, mas eu quero tentar, quero arriscar.
Quando ela abre a porta sua cara de surpresa é impagável, ela está
mais linda que antes, noto sua roupa suja de sangue e creio que ela deve ter
chegado agora mesmo.
—Oi Morena. — Digo e ela apenas me encara, mas logo reage e me
questiona num tom de voz baixo.

— O que faz aqui, como... Como me achou?


— Eu vim conhecer meu filho, e eu estive procurando vocês dois por
muito tempo, no dia seguinte que saiu da minha casa eu fui atrás de você e
não encontrei, procurei e me desesperei e sei que tenho que explicar e me
redimir, mas eu quero, eu preciso conhecer meu filho Morena, Por favor. —
Digo vendo-a engolir seco, nada diz apenas me encara e posso ver toda dor
que lhe causei, será uma longa batalha, mas estou disposto a lutar.
Aproximo-me mais dela, toco em seu rosto e em seus cabelos que
agora estão mais curtos e com uma coloração mais clara, a proximidade me
deixa louco, queria ter ela de volta, beijá-la aqui mesmo, mas não posso, sei
que se fizer isso estarei perdendo ela de vez, porque conhecendo minha
Morena como a conheço, é capaz dela fugir de mim novamente.
— James... Não, chega perto... — Ela murmura e eu me aproximo
mais.
—Senti sua falta Morena, estava louco de saudade... — Digo, mais
próximo quando um cara aparece atrás de Tatiana nos tirando da nossa bolha.
— Quem é esse cara Tatiana? — Ele pergunta cheio de si colocando a
mão na cintura da minha Morena. Desgraçado!
— Esse cara é o pai do filho dela! — Digo e ele lentamente solta
Tatiana, logo Maycon aparece com um garotinho em seu colo, e só de olhar
sei que é meu filho.
— James... — Maycon diz surpreso, e eu encaro Tatiana e digo:
— Posso entrar?
∞∞∞
Capítulo 23

— Posso entrar?
— Pode... Entrar. — Tatiana diz meio em choque ainda, e o sujeito ao
lado dela me encara.
— Tudo bem Maycon? — Digo o cumprimentando e ele solta um
sorriso cúmplice, sei que ele me apoia, mas sempre vai ficar ao lado da minha
Morena. Safado, não atendeu nenhuma ligação minha ou respondeu minhas
mensagens.
— Tudo certo James, vamos lá para cozinha, o bolo nos espera. —
Ele fala tentando quebrar o clima.
Vejo meu filho mais de perto e porra! O garoto é lindo, meio sem
jeito me aproximo mais e ele me encara com olhinhos curiosos, logo nota o
grande embrulho em minhas mãos.
— Trouxe para você Matteo, Feliz aniversário. — Digo entregando o
embrulho. Estou nervoso, espero que ele goste do meu presente, espero que
goste de mim.

—Nossa que grande o que é? — Ele pergunta empolgado pelo


tamanho do embrulho.
— Por que não abrimos em Matt? — Maycon pergunta o colocando
no chão e o pequeno logo rasga todo o embrulho.
—Mãeee! Olha o tamanho do meu Superman... Maneiro!
— Que lindo filho... — Tatiana diz um pouco sem jeito com toda a
situação. — Não se esqueceu de nada?
— Obigadoo. — Ele diz e abraça minhas pernas, não resisto e me
abaixo a sua altura o abraçando forte, um sentimento sem igual tomando
conta de mim, meus olhos ardem e meu coração acelera, quero me mostrar
forte e não chorar, mas porra! É meu filho, meu filho de três anos, o quanto
eu perdi de sua vida por uma estupidez minha, por ter me achado superior e
ter vergonha da mulher mais incrível que já conheci, eu fui um covarde e esse
é preço que estou pagando.
— De nada... —Digo e recebo um sorriso enorme.

— Vamos comer bolo enquanto a mamãe e o papai conversam... —


May diz e Tatiana grita:
— Maycon da Silva Santos!
— Merdaaa... Esqueci. Foi mal, vamos Matt, vamos comer e logo
mamãe vem falar com gente. —Diz arrastando Matteo, que estava tão
distraído com o boneco que dei.
Viro-me e encaro Tatiana que parece meio perturbada e sei que é por
minha presença, olho para o nosso lado e o idiota continua me encarando,
posso até parecer arrogante, mas agora é a hora de mandá-lo passear, preciso
de um momento a sós com a minha Morena, precisamos nos acertar, sei que
não vai ser fácil, mas eu não vou recuar.
— Bom é melhor você nos dar licença, eu preciso falar com ela e
nossa conversa é particular.
— Eu só saio se ela pedir, você é muito presunçoso se acha que vai
chegar colocando banca, você não manda aqui, você não é ninguém...

— Eu sou o pai do filho dela, eu sou muita coisa, você não me


conhece, não conhece a nossa história, só de olhar para você sei que não sabe
nada do que aconteceu entre a gente, então sai daqui e me deixa falar com
ela!
— Você não é pai dele, você chegou hoje, ele nem te conhece, eu fui
o pai dele antes mesmo dele nascer, eu sou pai dele... — Não me seguro mais
acerto um soco na boca do desgraçado impedindo-o de continuar a falar.
— Chega! Os dois agora! Chega, hoje é aniversário do meu filho e
nenhum dos dois vai brigar.
—Desculpe... — Digo querendo me redimir com a minha Morena.

— Felipe! — Ela diz esperando que ele se desculpe, seu tom de voz é
firme e não deixa dúvidas, logo o paspalho responde:
— Me desculpe.
—Ótimo, agora me espera lá na cozinha junto com May e Matteo,
Kaio logo vai chegar com a nojenta da namorada e eu preciso resolver isso.
— Ela diz apontando para nós dois.
—Certo... Vou te esperar. — Diz e logo se vai.
—Morena... — Tento remediar porque sei que lá vem bomba.
—Aqui não, vem aqui. — Fala e me puxa para um quarto no fim do
corredor que estávamos.

Ela entra e fecha a porta, vai em direção a banheiro e quando volta já


está trocada, com um short curtinho que deixa suas pernas de fora, uma
camiseta larga no corpo, que já me põe duro.
—Tati...
Ela apenas faz uma negativa com a cabeça e eu tento de novo.
— Morena...
— Não sou tua Morena, o que quer aqui?
— Eu sou um babaca. — Afirmo.
— Eu sei. O que quer aqui?
— Fui um idiota, cretino e covarde, deveria ter lutado por nós, devia
ter assumido você...
— Sim você é. O que quer aqui?
— Eu rejeitei meu filho, eu senti ódio de mim mesmo por ter perdido
controle da minha vida, e eu quero fazer parte da vida dele, quero ensinar a
ele coisas que meu pai me ensinou, quero ser seu amigo... Ser seu pai. Não
permita que um erro estúpido de três anos atrás me afaste ainda mais dele, eu
procurei por vocês esse tempo todo Tati, eu juro que farei tudo certo dessa
vez...
— Não vou afastá-lo do menino, eu sabia que esse dia chegaria, e que
se você não viesse atrás eu teria que ir quando Matteo perguntasse pelo pai.

— Obrigada por ser tão boa Morena, eu nem posso acreditar que sou
pai, nosso menino está tão grande, eu... Eu quero saber tudo sobre ele, ele é
lindo. — Digo mais babão impossível.

— Ele é a sua cara, e doeu como o inferno trazê-lo ao mundo...


— Me perdoe por deixar você sozinha...
— Está perdoado. — Diz firme, bem diferente da Tati de antes.
— Me perdoe por ter sido um covarde, por deixar meu passado e
meus conceitos ultrapassados nos afastarem, eu senti sua falta cada maldito
dia Morena...
— É melhor ir ver o Matteo, vamos comer o bolo e depois teremos
uma conversa com ele...
— Não muda o assunto Tatiana, não vim aqui só atrás do nosso filho,
eu quero você de volta, te quero para mim Morena... Morri um pouco cada
dia longe de você... — Digo pesaroso, os quero comigo, quero minha família,
eles são minha família.
— Nosso tempo passou você fez suas escolhas e eu as minhas não há
maneira disso. — Diz apontando entre nós dois. — Dar certo, somos
diferentes, eu não sou a mesma, e você... Se eu já não sabia quem era James
Johnson, agora sei bem menos.
— Eu mudei... Eu sei que é difícil confiar, mas eu mudei, eu fui ao
fundo do poço e voltei me regenerei três anos Tatiana, e eu e quero você de
volta...
— James eu também não sou mais a mesma, eu não quero nada do
que passei de novo, se você quer fazer parte da vida do Matteo tudo bem, mas
comigo não vai rolar...
—Eu te amo. — Digo sério a encarando e me aproximando. — Amo
demais, e já sofri demais longe de você, vim aqui pra pegar minha família de
volta.

— Não. Não pode chegar aqui e dizer isso, não sou um objeto, você
me larga quando quer e depois vem pegar de volta. — Respondeu afiada e me
aproximo ainda mais.
—Tatiana...
—Não! Não se aproxima, James. Não encosta em mim. — Diz se
afastando e colocando uma barreira entre nós, mas não me intimida.
Em passos largos chego até ela encurralando-a contra a parede, presa
entre meus braços, sentindo finalmente seu perfume, seu calor junto a mim,
ela nervosa tenta me empurrar e desvia o olhar, mas eu não deixo, a puxo
forte colando seu corpo ao meu e digo.
— Olha pra mim Tatiana. — Ela desvia olhar e apenas nega e eu
ordeno. —Olha para mim!
— Vai embora, não sou sua submissa. — Ela sussurra me encarando,
seu olhar magoado, sei que tenho muito que corrigir.
— Eu amo você. — Digo bem próximo aos seus lábios e um tapa
forte acerta meu rosto.
— Você me destruiu no passado e agora quer destruir o que sobrou é
isso? Veio para brincar comigo, me humilhar, me fazer sua amante... Eu não
estou interessada.
Ela fala toda brava e se distanciando de mim, arfava mais nervosa do
que eu nunca havia visto sem lhe dar mais tempo eu a agarro novamente.
— Eu amo você, amo demais Morena. — Digo e a beijo com força,
com fome, saudade, desejo, meu tesão nas alturas, querendo dominar seu
corpo, querendo reconquistar seu amor que um dia rejeitei, querendo fazê-la
minha mais uma vez.

∞∞∞
Capítulo 24

Depois de tanto tempo estar ali perto de Tatiana e conhecendo meu


filho Matteo é maravilhoso, muito mais do que eu mereço, e ver de perto essa
nova versão que ela tenta me mostrar me excita.
Eu conheço minha Morena, sei do que ela gosta, e só pelo beijo que
dei eu senti sua sede, ela necessita ser dominada, agora eu não sei qual tipo
de relação ela tem com o tal Felipe, talvez um sexo baunilha, ou ela está no
comando na hora do sexo, mas eu sei que ela não está cem por cento
satisfeita.
Olho ela ao longe organizando os pratos e distribuindo bolo com um
sorriso no rosto enquanto brinca com Matteo, ele pode parecer fisicamente
comigo, mas o jeitinho o sorriso é todo da Tatiana.
— Matt vem, vamos ali conversar rapidinho com o James. —Ela diz
olhando para mim e meu coração pulsa desenfreado, agora é hora da verdade,
e o meu maior medo é que ele não me queira como pai.

Ele vem em pequenos passos, passa por mim e vai em direção à sala,
e eu o sigo admirando tamanha perfeição que é esse pequeno ser.
Meu Filho!
Ele se senta e eu procuro me sentar bem perto dele, o olho tentando
guardar cada detalhe, olho o pequeno corte em sua testa, e isso me faz
lembrar da minha infância, das tantas vezes que cai e levei pontos.
— Está doendo? — Eu pergunto tentando puxar assunto enquanto
Tatiana não vem.
— Não, eu não sinto dor, sou o Superman... — Diz fazendo a pose
com braços na cintura.
— Mas até o Superman senti dor, então tem que tomar cuidado
Matteo.
— Não cara, você não sabe que o Superman só senti dor com
kryptonita, ela deixa ele fraco. — Ele diz num sussurro como se fosse o
maior segredo do mundo.
— Entendi. — Sussurro para que só ele possa ouvir, ele gargalhou e
me olha cúmplice e sussurra de volta.
— Guarde segredo...
— Não faz nem uma hora que se conheceram e já estão de segredos?
—Tatiana diz fingindo estar brava.
Matteo solta uma risadinha e diz:
— É coisa de caras, mãe.
— Ó desculpem, mas agora o assunto é sério, Filho você lembra
quando chamou o tio Felipe de Pai, se lembra o que eu disse?

Ela pergunta e eu me surpreendo Porra! Ele chamou o outro de pai,


isso me faz sentir mais culpado.
— Lembro mãe, o tio Felipe é só meu tio, meu pai tá viajando por
causa do trabalho.
Meu coração se aperta, mas também se enche de orgulho, minha
Morena inventou algo para o meu filho não me odiar.
— Isso mesmo garoto esperto, agora seu pai veio te ver no dia do seu
aniversário.
Matteo me encara interrogativo e logo questiona:
— Você é meu pai? — Antes que eu responda ele pergunta de novo.
— Mãe ele e meu pai?
Tati me olha e vejo que está aponto de chorar então me adianto e pego
Matteo e o coloco em meu colo.
— Isso, eu sou seu pai, será que você pode me desculpar por ter
sumido esse tantão de tempo. — Digo fazendo um espaço de tempo com as
mãos.
— Desculpo, mas você vai embora de novo?
— Não. Claro que não, vou ficar com você para sempre filho. — O
abraço e vejo Tatiana nos olhando, eu a chamo com olhar e ela nega sabendo
que a quero em nosso abraço.
Não desisto e abro um braço pra que fique mais claro que eu quero
um abraço triplo, ela abaixa a cabeça e ri, mas quando Matteo solta um: —
Veem mãeee... — ela não resiste e vem e quando vai se sentar eu a puxei para
minha perna livre, ela me fuzila com os olhos, mas eu aproveito o momento,
eu tenho ali em meus braços a minha família, jamais os deixarei de novo, são
meus para sempre.
Nosso momento família é interrompido quando Matteo pula do meu
colo e vai em direção a Felipe e Maycon que estavam ali nem sei desde
quando.
— Tiooo! Eu tenho um pai, ele é meu paiii! — Grita e o tal Felipe o
pega no colo nos encarando e Tatiana pula da minha perna tão rápida quando
sentou.
E lá seu foi meu momento família, ou talvez seja melhor eu me
acostumar com a minha nova família, papai vai ficar excitante quando
souber. Ele não vai acreditar.
∞∞∞

Vou matar o Maycon ele está com aquele sorrisinho de quem sabe
tudo no rosto enquanto Felipe tá com uma cara de velório que entristece um,
e pra acabar Kaio chega com a insuportável da Flávia.
Sim a Flávia repórter fofoqueira que destrói a vida das pessoas, sim
há um ano e meio Kaio ingressou nesse namoro então toda festinha, jantar e
comemoração ela aparece, e nesse exato momento estou me perguntando o
que vai ser quando ela ver...
— Meu Deus, eu não acredito nisso, James Johnson aqui! — Ela grita
com aquela voz irritante, Deus tenha piedade de mim.
— Ele é meu Papai... — Matteo diz e pronto, agora sim a merda está
feita.

— Você é pai dele? — Ela diz apontando de um para o outro. —


Então você e ela fizeram... — Ela chega à conclusão óbvia, só que agora mais
surpresa do que antes, como se eu fosse incapaz de ter um homem como
James na minha cama. Argh! Nojenta.
—É... É isso aí, os dois tiveram um relacionamento. — May bufa em
resposta, parece que ele também perdeu o encanto por ela desde que meu
irmão e ela começaram a namorar.
— Nossa então a mulher que partiu seu coração é... Ela. — Diz
apontando para mim e depois olha para Felipe com aquele olhar de vadia
interesseira e continua: — Olha cunhadinha você realmente tem sorte se
envolveu com o Poderoso Johnson, lhe deu um herdeiro e de quebra agora
tem esse ai que não é nada mal. — fala se referindo ao meu envolvimento
com Felipe.
— Kaio cala a boquinha da sua namorada, por favor.
— Calma querida eu só estava dizendo...
— Kaio!
— Ok... Ok Vamos lá pegar bolo e deixar todo mundo tranquilo.
Quando todos se dispersam eu vou até o James alertá-lo porque com
toda certeza essa víbora vai querer falar sobre isso no programa dela.
— James... Olha ela vai querer falar disso no programa de fofoca que
ela tem, e eu nem sei o que fazer, mas se você não quiser que isso saia na
mídia eu acho melhor...
— Por mim não tem problema Morena, vocês são meus e eu não ligo
que o mundo todo saiba. — Ele vem em minha direção e eu me afasto estar
perto demais dele é perigoso.

— Eu não sou sua, Matteo é seu, eu não. E já está na hora de você ir.
— Poderia me deixar ficar aqui hoje, não quero ir para um hotel,
Morena... Eu poderia ficar no seu quarto, juro que me comporto. — Ele diz
com um sorriso safado no rosto, e agora o jogo começa.
— James... James... Quer me ver transar com Felipe? Porque é isso
que vai ver se ficar no meu quarto.
— Sabe que eu sou um bom voyeur... Vou adorar.
— Eu não sou mais submissa.
— Baunilha, adoro. Já fizemos baunilha lembra... — Ele sorri e vem
em minha direção.
— Eu sou uma dominadora, Felipe é meu submisso, eu não faço
baunilha, eu não me submeto, não me ajoelho, o homem que transa comigo já
sabe o que esperar. — Digo séria e ele dá uma gargalhada estrondosa.
— Mentira! Está dizendo isso para me assustar, para eu poder desistir,
eu não vou desistir de você Tatiana, e sim eu aceito passar uma noite com
você e seu submisso. — Ele diz duvidando que eu realmente seja uma
dominadora, merda eu tenho que manter distância dele, mas não vou recuar,
eu não desisto, eu farei desistir.
— Felipe! — Grito e ele vêm até nós encarando James como se fosse
dois lutadores em um ringue de luta.
—Oi querida o que foi?
— James gostaria de nos ver em uma cena hoje, ele também é adepto
a BDSM, claro que ele só vai assistir não que isso seja um problema já que
nós dois já jogamos com outro homem, mas hoje Baby será só nós dois, ele
só olha, você aceita?

— Com certeza Rainha você que manda. — Ele diz com um sorriso
debochado no rosto e James o encara de igual para igual, Felipe não tem,
vergonha ou tabu na hora do sexo, mas ainda assim, consentimento é tudo.
— Então assim que Matteo dormir vamos á um motel, não seremos
muito silenciosos hoje!

∞∞∞
Depois de todos dormindo e seguimos para o hotel que James está
hospedado, ele disse que está à procura de uma casa, mas que ainda não
encontrou uma que a agrade.
Quando chegamos à suíte dupla de James peço para que Felipe me
espere dentro de um dos quartos enquanto pego tudo que preciso.
— Tem certeza que quer ver isso James?
— Absoluta.
— Você disse quer voltar se envolver comigo, então... Preste muita
atenção para tudo que vai acontecer naquele quarto, porque se quiser ter algo
comigo vai ser isso que vai conseguir. Sexo, prazer, só isso.
— Estou disposto a tudo por você. — Ele diz engolindo seco, mas não
desiste.
— Tudo bem, vamos lá, sinta-se à vontade para se satisfizer enquanto
assiste. Acredite eu estou bem melhor que antes.
— Eu não duvido Morena, não duvido.
Quando entro no quarto Felipe está de joelhos à minha espera,
totalmente nu do jeito que sabe que eu gosto. Aproximo-me de suas costas
largas, a pele negra perfeita, seus músculos definidos brilhavam, estava um
submisso perfeito.
— Levante-se para mim e estenda as mãos. — Ele o fez seu olhar
baixo e obediente só via meus sapatos de salto e as meias pretas na altura das
coxas.
Tirei o, sobretudo que cobria o Body de couro que eu usava e pude
ouvir James soltar um — Porra! Sentado no sofá que estava atrás de mim.
— Está confortável com a nossa sessão de hoje Felipe?
— Sempre senhora, tudo que faz comigo me agrada. — responde de
imediato arfando em antecipação pelo que virá.
— Ajoelhe-se de frente para que nosso visitante possa ver o quanto
prazer você vai sentir hoje.
— Sim senhora. — ele diz e se ajoelha na posição que James possa
ver tudo.
Peguei a venda que estava em minha bolsa e tampei seus olhos,
peguei meu chicote e me aproximei de seu ouvido e disse:
— Se for demais diga pare, eu vou encerrar a sessão.
— Sim minha rainha.
Antes que ele esperasse eu acerto o primeiro golpe em suas costas,
pude ouvir o susto que James tomou por não esperar que fosse tão rápido no
início da sessão, ou ele duvidava que eu não fosse uma dominadora.
Dei mas dois golpes nas costas, e depois mais dois em sua bunda
durinha, já estava vermelhinha pelos golpes que dei, ele gemia e sei que
segurava seu prazer, Felipe amava apanhar. Soltei mais dois golpes na barriga
e ele saltava levemente fazendo com que suas bolas balancem, e aquilo me
excitava, seu pau estava duro e babava na ponta desejando atenção ali.

— Mais... Rainha por favor, mais...


— Quer que eu te bata? Hum...?
— Sim senhora, me bata mais, por favor...
— Não Felipe já foi o suficiente.

— Por favor, rainha... — Ele implorou.


— Deite-se na cama e os pulsos algemados para cima. — Ordenei e
logo ele fez.
Com ele esparramado na cama me ajoelhei ao seu lado e sem demora
meti seu pau todo na boca, seu corpo se contraiu e puncionou para cima.
— Não goze Felipe, não goze ou vou te castigar.
— Senhora, por favor...
Peguei firme em seu pau apertando com força enquanto sugava, ele se
remexia e eu pude ver ao longe James apertar seu pau por cima da calça
excitado com toda sessão.

Desci minhas mãos massageando as bolas e logo comecei a


escorregar meu dedo pelo períneo até o ânus, Felipe já estava acostumado eu
já havia penetrado com uma prótese, mas James ainda não conhecia esse meu
lado e do jeito que sempre foi machista duvido que conheça esse tipo de
prazer masculino.
— Ahh sim... Rainha por favor, me deixe... Me deixe gozar. — Ele
diz quando penetro lentamente meu dedo nele.
—Shh... Aguente. Vamos seja forte. — Ele tentou se afastar fugir,
mas eu não deixei, meti seu pau até o fundo da minha garganta e ele gemia
rouco, se contorcia de prazer e antes que esperasse começou a gozar e eu me
afastei deixando que seu esperma caísse em sua barriga.
—Caralho! Ahh... Que delicia — Urrou e eu continuei estimulando
sua próstata até que terminasse de gozar, retirei lentamente meu dedo
enquanto seu corpo trêmulo se acalmava.
— Mandei você gozar?

— Perdão rainha eu não resisti. — Murmurou baixo.


— Seu castigo vai ser me levar para casa e ir para sua não vai dormir
comigo hoje.
— Não senhora... Por favor, eu faço qualquer coisa, é só pedir, mas
me deixa...
— Felipe é uma ordem, agora retire a coleira e se vista nós já vamos
embora.
Visto meu casaco e vou esperar Felipe próximo à saída da suíte.
Olho para James que me encara surpreso e excitado, então lhe dou a
opção de ir, mesmo sabendo que o que mais me daria prazer seria tê-lo sob
meu domínio.
— Então James é isso que você quer? É pegar ou largar, se quiser,
tudo que eu tenho a te dar será prazer. Está disposto?
— Não vou desistir, eu quero você e se para isso eu tenho que me
ajoelhar... Que seja. — Disse e se ajoelhou a minha frente, meu coração bate
forte, três anos depois e eu ainda o amo, mas não poderia deixar que me
dominasse. Que esse sentimento me domine, agora, hoje, sou quem comando.
— Tudo bem, mas não hoje James, vá descansar.
Ele simplesmente se levanta e vai e eu também vou, tenho que me
preparar para não virar caça ao invés de caçador.
Capítulo 25

Se tudo fosse fácil


Eu me jogaria em seus braços
Me afogaria nos seus beijos
Me entregaria de bandeja pra você

Se tudo fosse fácil


Mandaria a saudade embora
Estaria te odiando agora
Como se fosse fácil apagar você de mim

Saudade eu tenho toda hora


Que você me vem na memória

Se tudo fosse fácil — Michel Teló

— Isso... Morena... Ahh que delícia. — Eu gemia enquanto ela


engolia todo meu pau em uma maestria, com uma força que nunca havia
feito antes.
— Senhora James... Rainha se preferir, eu sou sua dona! — Ela
afirma levando sua mão ao meu pescoço apertando forte interrompendo a
passagem de ar.
— Caralho! Tatiana... Volta aqui. — Reclamo quando ela se afasta
quando estou bem perto de gozar.
— Você me chamou de Tatiana menino levado? Não, não, você
realmente precisa de um castigo.
— Morena... — Tento amenizar, mas ela estava decidida.
— De joelhos James, agora. — Ordena e eu o faço. — Ótimo agora
você vai levar quatro golpes com o chicote e depois vamos brincar.
Ela aplica primeiro golpe e sinto o couro do chicote lamber minhas
costas, próximo aos ombros, o segundo é bem ao meio e pega perto das
costelas.
— Se curve. — Ordena e imediatamente faço. — Ela aplica mais um
golpe em minha bunda que faz meu corpo todo se arrepiar, o último golpe é
seguido do segundo e acerta minhas coxas na altura do meu saco, sinto
quando o chicote o atinge e uma dor prazerosa me domina me deixando a
ponto de gozar.
— Se for demais diga pare, e eu paro escravo.
Tatiana pega meu pau com força masturbando freneticamente, sinto
sua mão livre apertando minha bunda e logo fico tenso, mas meu pau
necessitado não me deixar raciocinar, meus gemidos são altos, meu corpo
todo soa e meu prazer se aproxima, seu dedo tem uma película ondulada de
silicone, um estimulador de próstata que se coloca no dedo, aos poucos ela
começa ganhar espaço em meu ânus me dando um prazer indescritível, eu
tenho vergonha por admitir e controlo meus gemidos para que ela não note
que gostei.
Eu sou macho porra! Mas por ela me submeto a tudo.
— Vamos meu putinho, geme para sua dona, eu sei que está
gostando. — Ela aumenta o vai e vem com seu dedo e fazendo gozar com
suas palavras safadas.

— Ohh... Porra!
— Vamos baby, goza gostoso pra mim meu putinho safado.
— Sim dona de mim... Só você me tem Morena, só você porra! —
Grito jorrando as últimas gotas do meu prazer.
Tatiana se afasta e quando vejo uma prótese de silicone pequena em
formato de um pênis, ela se aproxima com aquela coisa, mas eu a contenho.
— Não Tati, isso não!
— Vamos começar a brincadeira de verdade James... — Ela diz me
dominando, sentando-se em minhas pernas e quando sinto que ela vai
introduzir aquilo em mim, um barulho alto nos chama atenção. E fica mais
alto...
Mais alto...
Mais alto...
Mais alto...
Merda! Levanto em um pulo só, assustado, meu corpo suado, olho
para minha cueca manchada... Porra eu gozei! Gozei em um sonho.
Olho ao lado e o barulho que me acordou era do meu celular, salto
para o outro lado da cama e o pego para atender.

—Oi Pai... — Sabia que ele me ligaria assim que visse a reportagem
que saiu ontem à noite sobre mim e Tatiana e meu filho, claro que eu ligaria
para ele hoje, digamos que a minha noite foi um tanto conturbada, e aquela
garota, Flávia namorada do irmão da Tati, não perdeu tempo em espalhar a
notícia...
— Filho, quando pensava em me ligar avisando que os encontrou,
quero que os traga aqui, traga meu neto filho, preciso vê-lo.
— Eu sei pai, falei com eles ontem, claro que vou levar Matteo aí, eu
só preciso de um tempo para Tatiana se acalmar e assim poder levá-los para
você conhecer.
— Não demore filho, eu estou velho, preciso conhecer meu neto...
— Pai o senhor tem muito para viver, deixe de drama, velho estou eu.
— Sorrio só de lembrar que dentro de algumas semanas completo quarenta e
três anos, enquanto minha Morena só tem trinta e um... Merda quantos anos o
submisso tem? Ele parece tão novo, todo em forma... Merda isso me lembra
da noite passada e eu quero esquecer.
— Filho ainda está aí?
— Ah sim pai me desculpe, só estou com muitas coisas na cabeça,
mas me fala, e a Maria ainda está com raiva de mim? — Pergunto a me
lembrar do tanto que escutei da governanta do meu pai, que seu magoasse sua
afilhada de novo ela me daria uma surra.
— Ah filho, ela está empolgada, tem que trazer eles aqui logo, só
assim para se redimir por afastar a afilhada dela.
— Eu sei pai, mas eu também preciso me acertar com ela.
— Diga que eu pedi para conhecer meu neto, ela não vai negar um
pedido meu, não, melhor me ligue quando estiver com ela e eu mesmo peço,
e assim você os traz no seu aniversário e comemoramos aqui. — Ele diz
empolgado.
— Falarei com ela, agora vou desligar.
— Mande fotos do meu neto, não gostei das que vi no jornal.
—Vou mandar papai fique com Deus.
— Até mais filho, amo vocês. — Sei que esse "vocês" é para mim e
minha família, mal posso esperar para tê-los completamente.

Minha estranha loucura


É tentar desculpar
O que não tem desculpa!
É fazer dos teus erros
Um motivo qualquer
A razão da minha culpa.

Minha estranha loucura


É correr pros teus braços
Quando acaba uma briga.

Te dar sempre razão


E assumir o papel
De culpada bandida

Merda amor, merda de sentimento está perto do James há um dia já


me deixa assim, quem dirá passar mais dias com ele, uma vida inteira criando
nosso filho juntos, querer dominá-lo, o fazer passar pelo que eu passei foge
da minha essência, mas, ao mesmo tempo eu quero fazer, quero ver de
joelhos, implorando por mim, sob as minhas ordens e meu comando, quero
eu estar no controle.
Mas eu o amo demais, sentir ele perto de mim e não o ter dói demais
eu tenho que ser forte e não me enganar mais, não deixarei que ele e nenhum
homem tenha controle total sobre a minha vida.
— Sou uma mulher decidida que aproveita a vida e o sexo sem tabus
ou represálias, sem preconceitos ou medos, Boris não me destruiu no passado
e James também não me destruirá, eu estou no comando. — Penso alto e a
voz da Marrom soa no rádio e eu tento segurar minhas lágrimas, não serei
fraca novamente.

Ver você me humilhar


E eu num canto qualquer,
Dependente total do seu jeito de ser

Minha estranha loucura


É tentar descobrir
Que o melhor
É você!

Eu acho que paguei


O preço por te amar demais,
Enquanto pra você
Foi tanto fez ou tanto faz

Magoando pouco a pouco,


Me perdendo sem saber
E quando eu for embora
E que será que vai fazer?

Vai sentir falta de mim


Sentir falta de mim

Vai tentar se esconder


Coração vai doer
Sentir falta de mim

— Estranha loucura? Alcione? Às seis da manhã? O que você tem


Tati? — May me pergunta ao se aproximar da pia onde eu lavo uns pratos da
noite passada. — Está chorando? Não... Vem aqui. larga essa louça.
— Eu sou uma piada. — Digo e deixo as lágrimas caírem.
— Por quê? Por amar? Por sentir? Ou por escutar Alcione às seis da
manhã? — Ele diz tentando me animar. — Por que ainda nem é sexta e você
já está na Marrom, se tocar Péricles depois não vou me surpreender.
— May...
— Desculpe, só quero te animar... Vamos desabafa...
— Ahh May... Eu o amo merda, ainda amo e ele disse que me ama e
quer nossa família de volta e...
— E olha que bom, qual problema?
— Eu não confio nele, não vou baixar a guarda para que me humilhe
de novo.
— Não seja um James na vida, se lembra da distância que ele
colocava entre vocês? E só deu valor quando perdeu, ele foi ao dia seguinte
atrás de você e não que isso amenize tudo que ele fez, mas acho que ele
realmente te ama e se você não tem certeza disso... Bem busque a certeza, de
tempo ao tempo, transe se divirta, estala o chicote... — Ele solta uma
gargalhada, mas logo se recompõe. — Me desculpe é que isso de chicote e
bem, Felipe é um homem grande e James também... E os dois de joelhos e
você com um chicote e botas de couro...
— Chega May... Já entendi, e pare de fantasiar essas coisas.
— Sonhar não faz mal a ninguém.
— Vou me arrumar, tenho que abrir a padaria hoje, e ainda levar
Matteo para a escolinha.
— Cadê seu funcionário?
— Doente, e fique longe dele May... O garoto é um amor, não quero
perdê-lo.
— O que eu tenho a ver com o pitelzinho, eu hein? — Eu o fitei séria
e esperando que ele desembuche. — Certo não vou jogar charme pra ele, mas
se ele jogar eu não me seguro.
— Maycon, você não presta.
— Nem você. — Diz rindo e vai abrir atender a porta.

— Quem é May? — Grito terminando de lavar a louça e passar o café


antes de acordar meu bebê e logo a voz dele ressoa por toda minha cozinha.
— Sou eu Morena...
— Bom dia James, e não me chame desse apelido, o que veio fazer
aqui tão cedo? — Digo fingindo uma frieza que não tenho, ele está tão lindo
em um estilo casual, camisa jeans cinza com essa barba que me enlouquece...
Foco Tatiana, credo que fogo pela manhã.
∞∞∞
— Desculpa, é que eu queria ver vocês e ficar um pouco com Matteo,
como não conversamos sobre isso ontem, eu tirei o dia de folga, talvez
pudéssemos sair juntos, os três para passear...
— Matt tem escolinha e vou trabalhar, mas ele sai às onze se quiser
pegá-lo e levar ele pra almoçar, e depois pode ficar com ele aqui até eu
chegar porque ele tira um cochilo a tarde.
— Ótimo você tem um trabalho então?

— Não verdade eu tenho uma pequena padaria no centro, abri com o


dinheiro que guardamos daquele investimento para o futuro.
— Que bom que consegui fazer uma coisa boa para sua vida... — Diz
cabisbaixo.
— Duas coisas, Matteo é minha maior alegria, nunca me arrependo
por ele.
— Também é minha maior alegria, sinto por ter perdido tanto, mas
vou consertar isso, quero fazer parte da vida dele.
—Vai fazer...
—E ele ainda está dormindo?

— Sim, mas já vou acordá-lo, tome um café e logo estaremos prontos


para ir.
∞∞∞
Depois de deixar Matt na escola mais empolgado do que nunca com o
dia que terá ao lado do pai, eu me concentro em organizar tudo, ligo para
Felipe, que fica de passar aqui para almoçar comigo, sei que ele gosta de mim
e deve estar chateado com a aproximação de James, e mesmo que nosso
envolvimento seja puramente sexual, Felipe sempre foi um grande amigo,
esteve comigo durante a gravidez, só me deixou na sala de parto porque May
exigiu estar comigo, mas depois disso nunca se afastou mesmo sabendo que
eu não queria nada sério.
— Ei... Achei que ia me abandonar. — Felipe chega com seu drama,
sei que está com ciúme, mas não posso afastar James, ele é pai de Matteo e
isso não se discute.
— Claro que não, deixe de bobagens, como dormiu?

— Mal, longe de você...


— Castigo é castigo...
— Eu sei... Mereci — Ele puxa uma longa respiração. — Vai me
deixar por ele?
— Como?
— Vai me deixar pelo Pai do Matt?
— Eu não estou com você para deixá-lo Felipe, somos amigos e
transamos, e eu não vou voltar com James, e isso não é assunto seu, por
favor...

— Sabe que eu amo você, morreria se te perdesse...


— Já disse que não gosto que fale assim, todo cara que se aproxima
você vem com essa história de morrer, eu não quero saber mais disso.
— Me desculpe.
— Estou falando sério, se continuar não vamos nos relacionar
sexualmente, apenas bons amigos, sabe que amo e confio em você, mas
Felipe... Não misture as coisas, eu não quero te iludir... Eu não seria capaz de
corresponder seu amor entende?
— Sim me desculpe, vamos esquecer isso almoçar?
— Tudo bem, vem aqui. — O chamo e ele entra em meu abraço.
∞∞∞
Depois de um dia exaustivo chego em casa e encontro a maior farra,
James está descalço deitado no tapete enquanto suspende Matteo em seus
braços, enquanto May ainda com o terno do trabalho tira fotos com celular de
James.
— Ei, que farra é essa?
— Mamãeeee... — Matt grita correndo para mim. — Papai me deu
um monte de coisas do Superman e ainda me levou pra comer hambúrguer...
— Que legal filho. Trouxe um pouquinho para mamãe? Eu estou
faminta.
— Não trouxe mãe, mas o meu pai vai comprar pizza e também
trouxe um presente pra você... — Ele diz a última parte baixinho.
— Matt era segredo! — May grita divertido e eu o encaro. Traidor.
— Então estão cheios de segredos... — Olho para James que não tira
os olhos de mim, mas eu logo desvio olhar. — Matt já para o banho, seu tio
May vai ligar o chuveiro.
— Posso tomar na banheira?
— Não.
— Por favorzinho vai. — Ele me olha com aquela carinha.
— Está bem, anda logo.
— Ebaa! — Ele sai alegre em direção ao banheiro e James logo se
aproxima.
— Eu falei com meu pai hoje cedo, ele queria conhecer o neto, e sua
madrinha também... Então eu pensei que podíamos ir em um final de semana,
seria coisa rápida... — Diz meio inseguro.

—Vamos combinar tudo bem? — Digo tentando ser flexível.


— Tudo bem... É meu aniversário em três semanas e se você
concordar... —Ele tenta completar, mas eu o interrompo quando algo na pilha
de cartas chama a minha atenção.
— Espera... Quando as cartas chegaram?
— Hoje, May acabou de colocá-las para dentro por quê? — Ele
pergunta e vou até o envelope e o pego, meu sangue gela ao ver o
destinatário.

Para: Minha Vida.


∞∞∞
Capítulo 26

Dizem que o amor é suficiente


Mas não tenho a coragem de ir em frente
Você é quem me faz chorar
Mas só você pode me consolar

Te dou meu amor, te dou minha vida


Apesar de toda dor é você
quem me inspira.
Não somos perfeitos, apenas polos opostos
Te amo com força, às vezes lhe odeio.
Blanco y Negro — Malú

“Estimo minhas Felicidades a linda Família.


Agora que estão juntos podemos começar a jogar.
Esperei por muito tempo e agora.
Vou tirar tudo que você me tirou.
— Alguém Retornando.”
Puta merda era como estar em um sonho e ser acordado com um
pesadelo, Tatiana tremia ao meu lado, estava pálida, muito nervosa com o
bilhete.
— Meu Deus James, é ele, aquele desgraçado, Eu... Achei que ele
tinha sumido que não ia voltar, ele...
— Ei... Calma, não vou deixar nada acontecer com vocês, eu vou
encontrá-lo e até lá eu vou está sempre aqui, vai ter homens vigiando a casa,
a escola de Matt, tudo até a padaria.
— Não precisa James, só o Matt é suficiente.
— Nunca. Quero os dois completamente seguros. Ricardo deve estar
com raiva, eu acabei com a imagem dele e do irmão, ele perdeu tudo e ainda
é foragido da polícia, ele quer o nosso mal.
— Meu Deus... — Ela começa chorar em desespero e se joga em
meus braços. — Você também... James precisa tomar cuidado, precisa de
proteção.
— Eu vou me cuidar Morena, mas vocês são prioridade, se não viesse
atrás de vocês nada disso estaria acontecendo agora.

— Não ouse se culpar você tem direito de estar aqui, Matt tem o
direito de conviver com o pai.
— Eu sei, só quero vocês dois bem, eu amo vocês demais... — Digo
beijando seus cabelos, sentindo seu cheiro, ela me abraça mais forte e eu
aproveito cada segundo.
— Vamos ficar bem... — Ela diz baixinho eu encaro seus lábios doido
para beijá-los, seus olhos gulosos como quando nos conhecemos me encara...
— O que está acontecendo aqui? — O submisso questiona ao nos
encontrar juntos.

— Você não percebe que está sobrando aqui? Por que não volta por
onde veio e...
— James! —Tatiana exclama e sei que hora de parar.
— Desculpe... — Eu o encaro e digo: — Estávamos resolvendo
assunto de família, só isso.
— Quer parar James? — Tatiana me fuzila com o olhar.

— E que estávamos fazendo? — Pergunto e Felipe vai em direção à


cozinha esbarrando em mim, deve ter ficado puto por me ver tão à vontade na
casa, e ainda por cima estávamos prestes a nos beijar.
— Você tem que parar com isso, pare de implicar com ele ou vou
restringir seus horários de visita. — Ela diz firme e não deixa espaços para
questionamentos.
— Você fica tão sexy assim, dominadora. — Murmuro e me
aproximo a encurralando contra a parede, subo minha mão lentamente por
seu braço e seu olhar segue meu gesto, toquei em seu pescoço suavemente e
em seguida aperto firme. — Mas fica muito mais gostosa, toda submissa
tomando meu pau todinho nessa bocetinha aperta.
— James... — Ela sussurra arfando e sei que está necessitada, ela
precisa ser dominada, como eu preciso dominar.
—Vamos matar essa saudade Morena, só um pouquinho... Só uma
vez, não vai se arrepender eu juro.
—Não. — Ela nega imediatamente, como se ela mesmo quisesse ter
essa certeza.
—Por favor... — Imploro beijando o topo dos seus seios enquanto
mantenho firme o aperto em sua garganta. — Vamos deixa eu te dominar...

— Me deixa te dominar James? — Ela diz rápido como se saísse de


um transe.
— Tati... — Tento dizer algo e me lembro do sonho. — Por que isso?
Não podemos ser como antes, eu sinto sua falta e sei que precisa ser
dominada, seu corpo está implorando por isso, então por que negar?
— Me deixa te dominar e depois eu me submeto. — Ela diz com um
sorriso sapeca.
— Não sei Morena, eu... Sei fazer isso, eu não aceito aquilo, igual
aquele...
— Felipe. — Ela completa. — Ele é um excelente submisso, mas
fique tranquilo James, você terá uma palavra segura, e não precisa fazer o que
não quer.
— Preciso pensar. — Digo frustrado, eu pensei que o fato de me
ajoelhar diante dela fosse mais do que suficiente, mas não ela quer mais, ela
quer me bater? Introduzir coisas em mim?
— Tudo bem, eu espero. — Ela se afasta aos poucos e diz sedutora —
Liberte-se James, o desconhecido pode ser bem prazeroso.
É pode até ser prazeroso, mas o desconhecido sempre nos dá medo.
∞∞∞

Tudo estava muito calmo durante as semanas seguintes, nenhum


bilhete do Ricardo, os relatórios dos seguranças do James deixava claro que
não havia ameaças, não havia ninguém por perto, e ainda assim me sentia
uma paranoica, como se estivéssemos em um filme de suspense, onde não se
vê o inimigo, mas fica o tempo todo em alerta, com medo e apreensão.
Mas fora toda a tensão tudo ia bem, James estava cada vez mais
próximo ao Matteo, os ânimos entre Felipe e James estava sobre controle,
Felipe sempre evitava estar em casa nos momentos em que James estava
interagindo com Matt e isso dava mais espaço para os dois se conhecerem
melhor. Eu sou muito grata por Felipe ser tão maravilhoso e compreensivo,
eu amo o homem que ele é e mesmo sem querer dar razão ao James, algo
dentro de mim deseja ser dominado, e mesmo que eu tenha prazer em
dominar o Felipe, ainda sim eu quero sentir aquele prazer inigualável de
ceder o controle, de entregar minha submissão na hora do sexo.
Mas é isso só no sexo, não serei uma mulher submissa na vida, não
deixarei que me humilhem por ser uma mulher gorda, alguém acima do peso,
não terei vergonha do meu corpo como tive no passado, não tentarei
emagrecer por qualquer pessoa, estou bem, estou saudável e feliz.
James não havia me procurado para falar de sexo e em parte fiquei
triste, eu queria testar seus limites, dominá-lo, o fazer conhecer o prazer de se
submeter, assim como eu descobri o prazer em dominar, mas serei paciente,
até porque se ele aceitar depois ele me dominará, e eu não sei se sinto medo
ou ansiedade por isso.
Amanhã iremos ao Rio de Janeiro, vamos para que Jorge o pai de
James conheça seu neto e James passe o aniversário junto com o pai e filho,
eu já reservei um hotel sem que James saiba, não vou ficar na casa dele de
jeito nenhum.
— Eu vou sentir saudades. — Felipe fala me abraçando enquanto o
levo a porta, ele jantou com a gente e agora nós veremos apenas na segunda
quando voltarmos do Rio.

— Também vou sentir saudades, mas serão apenas três dias, logo
estaremos aqui, na segunda deixo você pagar meu almoço, vou até seu
escritório e almoço lá com você, juro. — Faço biquinho e sinal de figa pra
ele.
— Combinado, segunda no meu escritório. — Ele me olha por um
tempo. —Vem cá me dá um abraço.
— Ei... Anda muito sentimental.
— Você ainda o ama Tati, é questão de tempo para que vocês fiquem
juntos eu... Bem, eu vou ter que deixar você ir...
— Não vou voltar para ele, eu gosto da minha vida assim, ele é um
dominador, e agora eu também sou, entende que nem no sexo somos mais
compatíveis?
— Ele veio falar comigo.
— James? Falar o que com você? — Pergunto surpresa, não mais que
surpresa, chocada por não saber sobre isso.
— Ele veio me perguntar como é ser um submisso, e como eu era
com você, sobre o que você gosta, de como eu te chamo, e até... — ele faz
uma pausa e ri, eu franzo o cenho o indagando, para que continue. — Tá, ele
perguntou como é ser...
—Fala logo!
—Ser penetrado. — fala e cai na gargalhada, eu não me contenho e
rio também, meu Deus, além do James estar pensando em aceitar o acordo ele
está pesquisando sobre isso, coitado deve estar apavorado.
— Coitado, acho que o assustei, bom, mas você disse a ele que ele
não precisa fazer isso, que um submisso não precisa ser penetrado para ser
um submisso completo.
— Eu disse, ele até respirou aliviado, mas é aí que eu quero chegar,
ele faria isso por você, ele iria além dos limites entende, e quando você for
voltar para ele eu só quero uma coisa de você.
— O que é?

— Seja sincera comigo, diga quando não me quiser mais e eu vou


entender, vou mesmo, e meu amor por você e Matteo será o mesmo, eu só
não quero ficar entre vocês, atrapalhando o quer que seja.
— Eu não vou voltar.
— Só prometa.
— Eu prometo.
Ele deposita um beijo em minha testa e se vai, fico um tempo olhando
ao redor da casa, uma angústia e a sensação de estar sendo observada me
deixa em alerta, mas logo eu lembro de que observada é o que mais estou
com seguranças disfarçados aos arredores da casa.
Entro no banheiro e deixo a água cair, penso em tudo que vivi com
James, em todo sofrimento, mas também nos momentos felizes que vivemos,
eu o amo, até mais do que eu poderia imaginar, mas o medo de sofrer de
novo toma conta de mim sem que eu possa controlar.
Quando saio do banheiro e entro em meu quarto me surpreendo ao ver
James ajoelhado, nu, lindo, como veio ao mundo, em uma posição submissa,
ombros para baixo e sua cabeça inclinada para o peitoral musculoso,
ajoelhado ele inclina o corpo para trás se escorando nas próprias pernas.
Lindo, perfeito, submisso.
— James o que faz aqui?
— Estou aqui rendido aos seus pés dona de mim, hoje eu te entrego
meu amor, meu coração, meu corpo e minha submissão.
Aproximo-me dele e acariciei seu pescoço, vejo seu corpo inteiro se
arrepiar, a imagem daquele homem ali ajoelhado e nu, sensível ao meu toque,
fazia meu coração acelerar.
— Tem certeza que é meu James? — sussurro em seu ouvido.
— Completamente seu.
Andei até meu guarda-roupa e peguei o chicote de couro com franjas,
me aproximei lentamente e soltei uma corda que estava acima de nós, presa a
um ferro no teto, ordenei que James ficasse de pé esticasse os pulsos ao alto e
ele o fez, amarrei seus punhos para que marcasse, mas sem cortar a
circulação, o que era de extrema importância, no BDSM tem que ser
cauteloso, um erro pode gerar consequências irreversíveis.
— Tem algo que não queira fazer James?
— Não. Sou seu por completo.

— Tem certeza, seu eu ultrapassar os limites diga pare.


— Sim senhora.
— Realmente diga James, não é vergonha nenhuma não suportar a
dor, não é vergonhoso atingir o limite.
Ele assentiu e comecei alisar seu corpo, desço lentamente acariciando
suas costas, arranho suavemente e seu corpo se contrai, vou à sua frente e
fico sobre os dedos para beijar seu pescoço, ele logo inclina a cabeça para
lado para que eu possa beijar seu corpo, aliso seu peitoral e pego em seu pau,
ele é grande e está muito duro, quente e pulsa em minha mão.

Afasto-me ouvindo sua respiração alta e ofegante, me afasto e espero


um pouco deixando que sua própria mente imagine o que vai acontecer o que
vai sentir, deixei ele sem venda, quero que veja cada detalhe, que guarde tudo
que vou fazer com ele, porque será inesquecível.
∞∞∞

—Ahh... — Gemi ao sentir o chicote batendo em minha pele, minhas


costas queimam a cada golpe, mas o incrível é prazer que sinto após cada
golpe, Tatiana alisa os vergões que se formam e isso me excita ainda mais
sua mão quente apertando a carne flagelada faz doer mais, porém o prazer é
muito maior.
Parece que alguém fez muito bem a lição de casa.
— Já teve um orgasmo triplo?

— Não... Não senhora. — digo arfante enquanto Tatiana aperta meu


pau com força sinto que a qualquer momento vou gozar, ela o solta e volta a
me golpear sem pausas.
Costas, bunda, pernas, peito, barriga... Mas quando ela acerta meu
Pau e eu perco o controle e gozei, jatos e mais jatos saem caindo ao longe,
rapidamente Tatiana se ajoelha e enfia meu pau melado em sua boca, sem dar
tempo que ele se recupere ela o engole e sinto bater e sua garganta.
Ela suga com força e avidez, solta ele todo molhado e chupa minhas
bolas, sinto um arrepio percorrer em minha espinha e ela começa acariciar
minhas bolas, massageando me levando ao delírio, sinto seu dedo
sorrateiramente ir por baixo das minhas bolas, penso que ela vai até lá, fico
tenso, mas tento relaxar, eu quero ser tudo para essa mulher, quando penso
que ela vai adiante ela para em ponto nervoso que fica bem próximo ao saco.
Períneo, filho da mãe!
Ela o pressiona aquele ponto e volta sugar meu pau com força, com
meu ânus fora da jogada fico aliviado e me entrego ao prazer, quando penso
que não vai ficar melhor ela suga com tanta força e junto com a pressão do
períneo e a massagem que ela faz nas minhas bolas eu enlouqueço.
— Puta merda! — grito ao jorrar novamente em sua boca, porra nem
cinco minutos ela tem outro orgasmo, meu pau pulsa e queima quer me
afastar, mas ela não deixa.
Quando ele está totalmente limpo ela solta meus braços, ela se senta
na cama, abre as pernas me dando a visão da sua boceta linda e molhada.
— De joelhos, vem e me chupa. — ela ordena e isso é a porra mais
sexy que já ouvi em toda minha vida.
Eu vou até ela e chupo com gosto, saudade do seu cheiro e seu sabor,
chupo e ela geme, seu corpo arqueia, ela puxa minha cabeça forçando a
proximidade se esfregando em meu rosto.
— Isso, isso, assim. Ohh... — ela geme tentando conter a altura da
voz.
Seu corpo treme e ela me empurra com a perna me fazendo cair no
chão, quando penso que a brincadeira acabou ela monta em mim, e sem dizer
nada ela cavalga em busca do seu prazer.
A imagem mais erótica da minha vida, a mulher que eu amo me
dominando, ali me usando em busca do seu prazer me deixa doido, quando
ela vê que não aguento mais e que meu prazer está no limite ela diz:
— Vem, goza pra mim... Vem pra mim James, Ahh...
— Porra! Porra! Ohh... Porra! — grito gozando pela terceira vez
como ela prometeu. Suas unhas cravadas em minhas costas, sua boca
sugando meu pescoço com força e sua bocetinha contraindo com meu pau
atolado até o limite dentro dela.
Hoje e aqui eu tive a confirmação que não a deixarei, não desistirei,
eu a amo e lutarei por ela até o fim.
∞∞∞
Capítulo 27

Eu não posso acreditar nessa mudança


Onde a fera vira santa
E quer voltar pra mim

Será que foi saudade


Que te machucou por dentro
Que te fez por um momento entender de solidão
Será que foi saudade

Que te fez que quebrar a cara


Sou doença que não sara dentro do seu coração

Será que foi saudade — Zezé di Camargo e Luciano


∞∞∞

— Obrigada... Eu nunca senti tanto prazer antes. — disse com a


respiração pesada enquanto Tatiana ainda tinha boca em meu pescoço, o
ponto onde ela chupou lateja e sei que ali ficará uma marca... E eu gosto
disso.

— Obrigada você também é um excelente submisso.


— Eu sou seu. Seu submisso. Não estou dizendo isso para que se
afaste do Felipe, eu... Só quero que saiba que independente de qualquer coisa
eu sou seu. Não me submeteria a ninguém, não me ajoelharia para mais
ninguém, mas sim pra você, só você me tem Tatiana.

Explico ao ver seu rostinho confuso para mim.


— Tudo bem, vou cuidar dessas marcas. — Ela desconversa.
— Não precisa...
— Precisa sim, sabe que os cuidados pós-sessão são muito
importantes, e eu preciso disso. — Ela diz claramente debochando de mim, e
do quanto brigamos por isso no início.
— Tudo bem.
Ela me leva ao banheiro e liga o chuveiro, água começa a cair fria
para depois esquentar, meu corpo quente se arrepia com água fria e tento dar
passos à frente para fugir, mas Tatiana se apoia em meu peito me empurrando
para debaixo do chuveiro novamente, mas entrando comigo.
— Está frio... — resmungo.
— Já vai esquentar grandão, se acalme.
Ela começa a passar um sabão líquido com cheiro floral nas mãos e
passa em meu pescoço, peito, barriga, sem nenhum constrangimento lava
meu pau que está bem mais ou menos, meio mole meio duro querendo se
animar, mas porra, três gozadas seguidas... Haja porra aqui dentro.
— Vira de costas. — Ela ordena, mas com tom ameno.
Viro-me e ela ensaboa minhas costas e minha bunda, uma porra que
eu não fico tenso quando ela se aproxima dessa região.
— Relaxa... Eu sei conhecer os limites de um submisso, e mesmo
você não sendo um, eu conheço seus limites James, eu jamais irei ultrapassar,
SSC lembra?
— Eu não sou um submisso, mas sou seu submisso, entende isso, não
me submeteria a nenhuma mulher, mas a você sim, eu não tenho limites, me
entrego...
—Shh... — ela diz pousando o dedo em meus lábios. — Todos temos
limites. Eu conheço os seus e nunca vou ultrapassá-los, porque acredite em
mim, quando alguém ultrapassa seu limite você nunca mais é o mesmo.
Depois de retirar toda espuma ela passa a toalha e me seca como se
cuidasse de uma criança, cuida de mim como cuidava dela nas nossas pós-
sessões.
Saímos do banheiro e ela passa um óleo cheiroso, eu o reconheço, é o
seu cheiro, dou uma olhada na embalagem em suas mãos para gravar o nome
e procurar depois.
— Está na hora de ir James.
— Me deixe ficar... — peço.
— Melhor não amanhã vamos sair cedo, vá descansar...
— Eu durmo na sala.
—O sofá é duro! —ela retruca.
— Durmo com Matteo, vai não seja malvadinha. — digo e arranco ao
menos um sorriso.
—Tudo bem dorme com Matteo.
—Eu amo você. — digo e ela abre a boca responder, mas eu não
deixo colo minha boca na sua e digo — Não diz nada... Só escuta... Eu amo
você.
Deixo um selinho em seus lábios e vou para o quarto de Matteo,
melhor que dormir com a mãe é dormir com o filho, passei boa parte da noite
o observando, pensei em tudo que vivi com a minha Morena, o quanto a fiz
sofrer e o quanto sofri, como me envolvi de novo com as drogas e como
superei tudo por ela, por minha Tati e agora por eles, minha família.
— James... James! — meu pai me chama tirando-me dos meus
pensamentos sobre a noite passada, quando chegamos hoje no Rio Tati ficou
um pouco e foi ver sua madrinha e amigos e disse que daria uma passada em
sua mãe para ver como ela estava, ela sempre manteve contato com ela por
telefone, mas disse para mim que a relação entre as duas nunca mais foi à
mesma.
— Oi pai desculpe, estava distraído.
— Matteo é lindo, lembra sua mãe, ele tem o mesmo sorriso da minha
Bella e é igualzinho a você.
— Tem mesmo, mas deixa a timidez dele passar e você vai ver que o
jeito dele é todo da Tatiana. — Não é filhão? — digo e olho para Matteo no
colo do meu pai com seu Superman Gigante como ele fala.
— Ela vai ficar na sua casa? Se vocês quiserem podem ficar aqui.
— Não, ela é dura na queda pai arrumou um hotel aqui perto para
ficar, então... Não quero irritá-la quero ir com calma.
— Mas não com muita calma, ou será passado para trás. — meu pai
diz rindo da minha cara.

— Eu sei, não vou perdê-la de novo.


Não vou!
∞∞∞
— Parabéns Meu Filho quarenta e três anos. — Ele dá um tapinha em
minhas costas rindo. — A idade chegou para você.

— Pai muito obrigado, mas eu não estou velho. — resmunguei


olhando impaciente para os lados a procura dela. — Pelo jeito minha Morena
não vem, já cantaram a merda dos parabéns e Maria até colocou Matteo na
cama. Ele dormiu logo após se empanturrar com os doces.
— Está esperando por ela? — Meu pai questiona e eu confirmo
assentindo. — Acalme o coração James, ela vai vir filho acredite. Essa
mulher te ama. Ela veio ontem à noite e não quis ficar para jantar, tudo bem.
Mas hoje trouxe o Matteo e isso é um bom sinal.
— Vou esperar. — digo desanimado. Tatiana não dormiu aqui, veio
ontem e levou Matteo, voltou com ele hoje pela manhã e saiu, e eu feito bobo
mendigando um pouquinho de atenção, talvez ela esteja com saudades do
Felipe, ele bem jovem e foi seu apoio por todo esse tempo.
— Filho, pare de martelar, vai tirar um cochilo também é isso que vou
fazer.
Entro no quarto que tenho para as sessões de BDSM e me sento ali na
poltrona, fico lembrando todos os momentos que passei ali com ela, o quanto
eu amei e briguei internamente comigo mesmo por não aceitar esse
sentimento.
Gostaria de fazer um Pedido de aniversário. Fecho os olhos e
mentalizo, peço, desejo e almejo.

Traga ela de volta para mim!


— Te achei! — a voz alegre da minha Morena ecoa no quarto em que
eu estava solitário.
— Estava pensando, parece que o bolo pesou e todos foram tirar um
cochilo.
— Sei... — ela diz e se aproxima e me surpreende ao se sentar e meu
colo. —Então meu Dom está ficando velhinho.
Meu? Ela disse meu dom? Oh Deus que não seja sonho, que não seja
sonho.
— É porra! Estou velho. — digo meio envergonhado.
— Não está velho, está lindo e eu vim te dar seu presente.
— Não precisa...
— Tínhamos um acordo e eu quero cumprir minha parte agora.
Dito isso ela começa tirar a roupa e a observo louco para atacá-la, mas
me seguro, ela fica nua e se ajoelha entre as minhas pernas.
— Verde, amarelo e vermelho. Se lembra?
— Sim senhor.
— Desabotoe minha calça, e chupe meu pau, igual fez na sua casa.
Rapidamente ela aceitou minha ordem e me chupa gostoso, ela
percebe que eu não solto nenhum som e isso faz com que ela se empenhe
mais, se ela soubesse que estou a ponto de gozar, a ponto de gritar.
A afasto de mim a puxando pelo cabelo e erguendo, coloco-a de
quatro e pego dois objetos. Só dois e vou levá-la a loucura, eu sei do que ela
gosta, sei do que ela precisa.

Volto com um chicote de equitação e desferi um golpe forte e sua


bunda e logo o vergão sobe.
— Ahh... — seu gemido alto e prazeroso entrega o quanto ela estava
necessitada, um golpe atrás do outro, forte e firme, na medida do jeito que ela
gosta.

— Está gostando sua putinha? — pergunto puxando seu cabelo


fazendo com que olhe para mim, nossa! Como senti falta disso.
— Sim Ahh... Verde por favor. — ela pede eu bato mais, lhe dou
mais, já apliquei trinta golpes, seu corpo está marcado, mas é hora de parar.
— Já chega! Agora eu vou foder você, vou foder muito Tatiana.
— Verde, por favor...
—Verde para que? O que quer?
—Me bata mais senhor, por favor...
—Não já dei o suficiente.
— Por favor, eu... Eu preciso. — ela implora, mas como ela mesmo
disse, limites tem que ser respeitados.
— De quatro. — grito e dou um tapa forte em sua bunda e sua
bocetinha brilha, entro em uma estocada até o fundo e ela grita. — Eu agora
vou sair, vou deixar esse vibrador na boceta e vou passar o resto da tarde
comendo seu cuzinho, você quer me dá o cu Tatiana?
— Senhor... — ela geme quando a prótese vibra em sua boceta, enfio
um dedo e depois outro em seu ânus e ela vem com a bunda em meu encontro
necessitada, desejosa.
— Vou entrar em você devagar, se doer vai me dizer.
— Não, entra de uma vez, com tudo, por favor...
— Tatiana não é assim...
— Eu quero a dor, eu quero do jeito que sempre fizemos, por favor,
me dê.

Ela pede suplicante e eu não espero, entro de uma vez sentindo o


quanto está apertado, meto fundo e gostoso, puxo seu cabelo, bato em sua
bunda, seu corpo treme e sei que vai gozar a qualquer momento.
Debruço-me mais sobre ela, comendo seu cuzinho com tudo, levo
uma mão ao seu clitóris, sinto o vibrador fazendo seu trabalho na boceta,
solto seu cabelo e aperto seu pescoço, e ela vai à loucura.
— Ahh isso, vem, mais forte, porra! — ela grita. — Caralho!
Sinto seu corpo tremer ela me aperta e vejo seu rosto tomado pelo
prazer e ela chora, porra é mágico, nossa conexão, sua entrega, eu gozo
gostoso e ela convulsiona em meus braços, seus soluços e gemidos se
misturam ela treme cada vez mais...

— Porra Morena, que gostosa... Puta que pariu!


Eu a seguro tentando contê-la, orgasmo convulsivo é bem comum no
BDSM, Tati e eu nunca tivemos um, até hoje, e acredito que sua necessidade
o tempo todo que ficou sem isso a tornou mais sensível.
— Shh... Já passou amor, calma, isso... — digo em seu ouvido ainda a
abraçando, segurando-a em meus braços.
—Foi incrível... — ela sussurra, eu saio de dentro e a olho, tão linda,
tão entregue, tão minha. — Eu quero de novo.
— Ei, ei calminha, vamos devagar, outro orgasmo desse e nós dois
vamos enfartar.
Ela abre um sorriso lindo e diz
— Quero aproveitar o tempo.
— Nós temos todo tempo, uma vida, eu amo você.

Digo e a beijo, de maneira nenhuma vou deixá-la, ela é minha agora e


sempre.
∞∞∞
Depois de toda à tarde de sexo, sentindo meu corpo moído, acordo
com os gritos de desespero da minha Morena, corro até ela que está ajoelha
chorando muito.
— Amor... O que foi o que você tem?
—O... O... May, ele... Oh meu Deus James... — ela tenta dizer e chora
ainda mais.
— Me fala? Anda Amor, fala comigo.

— Ele foi atacado, agredido, junto com o meu funcionário, eles


saíram de uma balada e foram agredidos...
— Vamos voltar, eu cuido de tudo agora se acalma.
Merda tento passar uma calma que nem eu mesmo tenho.
Que Maycon esteja bem, que ele esteja bem!
∞∞∞
Capítulo 28

Ninguém é capaz de imaginar ou entender o prazer que sinto quando


sou dominada, é como se algo que faltasse em mim se encaixasse, a dor que
James me proporciona na cama me leva a loucura do prazer, ao ápice do
delírio, é uma sensação maravilhosa, satisfatória, hoje James me levou ao
céu.

Gozei! Entreguei-me, me permiti sentir prazer apesar de todos os


problemas que temos, mas ele foi romântico, disse coisas que mexeram tanto
comigo, não era pra ser assim, mas é difícil resistir, ainda mais o amando
com eu a amo, mas decidi deixar para resolver minha guerra interna quando
voltarmos, eu só queria aproveitar o tempo e tudo que ele me dava.
— Porra Morena, você extinguiu toda porra do meu corpo, agora acho
que não sai mais nada. — James fala sonolento e cansado de tanto que
brincamos no seu quarto de dominação.
— Você está ficando fraco...
— Deixa-me cochilar cinco minutos e vou foder a sua boceta até
assar, aí eu quero ver quem é fraco.

— Vai dormir velhinho. — eu o irrito e ele solta uma risada gostosa.


— Sou velhinho, sou só seu... — murmura deixando o sono o levar.
Eu o observo por um tempo, seu corpo grande e lindo esticado na
cama, ele não tem vergonha da sua nudez, ele anda pelado como se
caminhasse assim todos os dias, ele já disse mais de uma vez que gostaria de
ir a uma praia de nudismo, James é louco, mas é o louco que eu amo, mesmo
sem querer dar o braço a torcer. Me deito ao seu lado e tento cochilar um
pouco, para deixar o cansaço sair e quem sabe mais uma rodada de sexo
gostoso depois.
Sinto meu celular vibrar e tatei ao redor para achar, olho para James
que ainda dorme e vejo que já anoiteceu.
— Oi Kaio, está tudo bem?
— Não, você precisa voltar, é o May Tatiana. — ele diz com a voz
embargada.
Não, Não, Não! Por favor, Deus não!
—O Que... Kaio? — tento formular algo, mas o susto do momento me
impede.
— Tatiana presta atenção, eu não posso demorar porque estou
dirigindo, Maycon foi agredido quando saía de uma balada hoje com seu
funcionário. Eu não sei bem o que aconteceu, estou indo para o hospital e
você precisa vir.
— Está bem... Entendi.
Assim que desligo o telefone um soluço forte e alto me escapa, não
pode ser não com o meu May.

— Amor... O que foi o que você tem? — James pergunta preocupado.


— O May, ele... Oh meu Deus, James! — tento contar o que
aconteceu, mas desandei a chorar, o desespero me consumindo.
— Me fala? Anda Amor, fala pra mim.
— Ele foi atacado, agredido, junto com o meu funcionário, eles
saíram de uma balada e foram agredidos...

— Vamos voltar, eu cuido de tudo agora se acalma.


∞∞∞
Quando chegamos ao hospital e já estava amanhecendo, vejo meu
irmão sentado cabisbaixo e Felipe e Flávia, ambos ao lado dele.
— E aí alguma notícia? — pergunto me aproximando e James não me
solta um segundo sequer, somente quando Kaio se levanta chorando que ele
solta minha cintura, mas ainda assim permanece na minha cola e isso não
passa despercebido por Felipe e Flávia que observam atentos.
— Eu não sei Tati, esses filhos da puta não falam nada e disseram que
polícia ia falar com, o que sobreviveu... E eu... Não sei. — meu irmão chora
inconsolável, sei que nesses anos eles se aproximaram mais, somos uma
família, mas seu desespero me deixa confusa.
— Calma, fica calmo, senta aqui eu vou buscar informações.
— Eu vou com você.
— Não quero você nervosa Morena... Eu só vou à recepção.
Quando James se vai meu irmão me encara com os olhos
avermelhados pelo choro, ele deita a cabeça no meu ombro e diz:
— A culpa é minha, eu não devia ter deixado sair...
— Não, por que seria sua? May é um homem adulto e sempre sai... —
tento dizer que foi um caso como outros tantos de agressão à LGBTS, mas
por um momento penso que foi Ricardo, ele disse que tiraria tudo de mim...
— Foi sim, ele pediu pra assistirmos um filme juntos e eu disse...
— Você disse...
— Disse que não tinha tempo pra essas viadagens, e que eu ia sair
para comer a Flávia e que ele arrumasse outro para...
— Meu Deus! Nem termina, por que o tratou assim? — indago e ele
simplesmente faz um sinal de negação com a cabeça. — Olha... Mesmo
assim não foi culpa sua.
— É sim, se eu estivesse com ele assistindo o maldito filme ele não
estaria aqui, ele pode estar morto porra! — Kaio berra nervoso, se levantando
e puxando os cabelos.
— Ele não está morto. May está vivo, a polícia está falando com ele e
logo poderemos entrar. — James Fala
— Graças a Deus. — solto um suspiro de alívio, mas logo a ficha cai.
— Ahh... Não então o Kevin morreu? — pergunto e James assentiu.
Vinte minutos depois May vem sentado em uma cadeira de rodas, seu
rosto tem alguns machucados, mas não vejo nada quebrado, quando vou em
direção a ele, mas James me contem, eu estranho, porém logo entendo.
Kaio já está lá ajoelhado em frente à cadeira o abraçando e o clima
fica estranho, olho para Flávia que como sempre parece alienada, em outro
mundo, deve estar pensando qual cor de batom vai usar amanhã. Felipe por
sua vez olha tudo meio deslocado, e sei que é pelo fato de James está colado
em mim.

— Eu vou cuidar de você, eu juro May, me perdoa? — ouço meu


irmão dizendo e May assentiu.
Isso me surpreende. May sempre teve uma queda por ele, mas algo
mais... E eu nunca reparei?
— Melhor a gente ir e em casa conversamos. — James diz tomando
controle da situação. Olho para ele para dizer que preciso ligar para família
de Kevin e cuidar do que precisarem, mas como se entendesse minhas
dúvidas ele diz: — Vou cuidar de tudo, fique tranquila, vou entrar em contato
com os familiares do rapaz.
— Tudo bem, obrigada por isso eu...
— Shh... Vamos para casa.
Abraço May e vê-lo bem, apenas com escoriações me deixa de certa
forma aliviada. No caminho para casa choro muito, por ver meu amigo nesse
estado, pelo susto que passamos e por Kevin, um rapaz tão novo, eu não
entendo com isso pode acontecer com pessoas tão boas.
Quando chegamos Felipe é mais rápido e já me ajuda a descer do
carro, inacreditavelmente James não resmunga, não briga e nem nada, apenas
ajuda Kaio a tirar May do carro, o coitadinho do meu amigo está todo
arranhado e machucado, só em se movimentar escuto seu gemido, como não
foi nada grave ele já teve alta, ao menos eu cuidarei dele.
— Então May, o que ouve, como isso aconteceu? — eu pergunto e
seu queixo treme, seus olhos lacrimejam e sei que deve ter sido horrível tudo
isso.
— Eles me queriam. — Ele diz baixo, mas audível a todos. — Ele
morreu no meu lugar.
— Co... como?
— Eles chegaram e nos cercaram, eram quatro caras altos e fortes,
eles estavam de capuz e eu acreditei que era um assalto, mas então
perguntaram quem era Maycon, nos calamos e um deles pôs uma arma em
minha cabeça, então perguntaram de novo quem era Maycon e começaram a
nos bater, de repente o Kevin gritou "sou eu" e aí foi tudo rápido, um dos
caras apenas descarregou uma arma em cima dele.
— Meu Deus... — olho para James e vejo medo e preocupação em
seu olhar, acredito que temos o mesmo entendimento.
— Eles disseram que o que sobreviveria seria para levar o recado.
— Que recado? — James pergunta.
— Vou tirar tudo que você me tirou.
— Merda! — James logo se exalta e meu choro é mais alto, o medo
chega.
— James! O meu filho... Ele vai tentar machucar meu menino
também...

— Ninguém vai machucar Matteo, ninguém vai chegar perto de


vocês, nunca! Eu não vou deixar, mato um se for preciso, mas isso nunca vai
acontecer.
—Ele quem? De quem vocês estão falando. — Flávia fala pela
primeira vez desde o hospital e James logo se adianta.
— Não importa quem é, e você não vai falar sobre isso no seu
programinha de merda, se eu ver esse assunto em qualquer jornal eu acabo
com sua carreira, você não vai poder nem vender revista na porta de um bar,
entendeu? — ele pergunta e ela logo concorda amedrontada.

— May me perdoa... Ahh meu amigo me perdoa a culpa é minha.


— Ei não, não é culpa sua se ele é louco, entendeu? Agora eu só
preciso descansar.
— Eu vou levar você para o quarto. — meu irmão diz e Flávia indaga.
— E eu Kaio?

Kaio a olha por uns segundos e depois olha para May e então para
Felipe.
— Leva ela pra mim, por favor? — ele pergunta olhando para Felipe
que confirma que a levará.
Eles então vão para o quarto e eu olho para Felipe e vou até ele e o
abraço.
— Obrigada por estar com comigo aqui, desculpa se não dei muita
atenção, foi tudo corrido e assustador...
— Não tem problema, amanhã a gente se vê e conversa.
— Tudo bem, vem cedo tomar café aqui, não vou abrir a padaria e
ainda tenho que resolver tanta coisa, mas amanhã eu explico.
— Ok. Vou indo, amo você. — ele diz me abraçando.
— Eu também te amo.
Quando volto para dentro de casa, James anda de um lado ao outro,
suas feições mostram certo alívio mais também preocupação, ele dita ordens
e faz questionamento ele olha para mim e me abraça forte.
— O que houve, por quê está agitado assim hein?
— Você e Matteo são a minha vida, meu mundo, e eu amo vocês...
— James está me assustando...
— É sobre o Ricardo, eu não sei o que pensar. Estou aliviado, mas
também uma preocupação sem fim me toma e eu tenho medo...
— James me fala logo, foi ele não foi? A polícia o achou é isso?
— Ele está morto Tatiana, Ricardo Romanini está morto.
∞∞∞
Capítulo 29

Morto, Ricardo está morto, e eu estou aliviada, como se uma tonelada


saísse das minhas costas, Por muito tempo nesses três anos eu senti medo, ele
sumiu da casa de James e nunca mais tivemos notícias, toda verdade sobre
Boris e ele foi solta nas mídias do país, mas ele nunca mais apareceu, quando
recebi o bilhete dizendo que ia tirar de mim tudo que tirei dele eu entrei em
pânico e agora o ataque contra o May, eu estava mais apavorada do que
nunca.
— Agora posso respirar, posso dormir tranquila? James, eu nunca
senti tanto medo na vida.
— Eu sei, pode ficar tranquila que eu vou cuidar de tudo.
— Por que está tenso? Conheço esse olhar, o que está escondendo
James?
— Não se preocupe, eu vou cuidar de...
— Tudo. Você já disse, mas se está me escondendo algo eu quero
saber, era para estar tranquilo, mas está aí todo nervoso, me fala, eu quero
saber.
— Olha, a informação que o detetive me deu é que a polícia
encontrou agora a pouco um corpo ao lado do hotel onde eu fico hospedado,
e reconheceram como Ricardo.

— Tá entendi, ele está morto e...


— Bem, enquanto voltamos para casa parece que um dos agressores
do Maycon foi preso, e disse que atacaram a mando do Ricardo e quando
fizeram o serviço ele não pagou e por isso o mataram.
— Mas...
— Não é estranho? Não é tudo muito rápido, ataque ao Maycon,
bandidos revoltados e Ricardo morto... Eu não sei Morena, mas eu sinto que
tem algo errado.
— Você está cansado, a viagem foi longa muito stress, vai descansar,
amanhã conversamos melhor. — digo acariciando seu pescoço.
— Está bem, me deixa dormir com você? — pergunta manhoso, mas
já passamos por isso, fomos com muita sede ao pote e tudo acabou mal, se
para perdoar e recomeçar que seja aos poucos.
— Não, mas pode dormir aqui, com Matteo se quiser. — digo com
um sorriso travesso e ele me lança um sorriso safado. Como pode ser tão
gostoso?
— Eu poderia fazer aquilo por você, acho que isso iria aliviar a
tensão...
— Aquilo?
— Sabe aquele ponto que te faz explodir de alegria e que me molha
todo...
— James... Vai dormir.
—Tá então me dá um beijo. — Pede eu lhe dou um selinho, mas ele
me puxa contra seu peito e sussurra sedutor:
— Direito Morena isso nem entra na categoria beijo. Vem chupa
minha língua.
Ele fala como disse uma vez no início da nossa relação e ele sorri ao
perceber que eu me lembro, seu sorriso maroto me enlouquece, sem pensar
mais eu o beijo, minha língua procura a sua, minha boca o chupa e ele devora
minha boca, seu gemido rouco me excita fazendo-me esquecer de que é só
um beijo, ele me abraça forte e uma mão aperta minha bunda e sei que é hora
de parar, ou estarei de quatro, debruçada no sofá tendo a bunda espancada
enquanto ele me fode.
Nem penso, porque se pensar eu faço!
∞∞∞
Acordo me sentindo revigorada. Olho no relógio do meu criado-mudo
e ainda é cedo, todos devem está dormindo, me levanto e tomo um banho
rápido para começar bem o dia, quando estou pronta passo no quarto de May
e a porta está trancada, não insisto e vou ao quarto de Matteo na esperança de
encontrar James com ele dormindo juntinhos como da outra vez, mas não,
Matteo dorme como anjinho, meu anjo.
Quando chego à sala James está com uma preocupação evidente a
papéis pelo tapete e na mesinha de centro para mim parece uma bagunça
total, mas pelo jeito que ele olha é como se estivesse no lugar certo.
— Oi, caiu da cama? E que bagunça é essa?
— Oi. — responde e vem até a mim, me dá um beijo rápido como se
fosse a normal coisa de rotina e volta a sua concentração.
— O que foi?
— Eu fui deitar ontem e fiquei pensando e comecei a ligar pontos que
não havia percebido. — ele diz e só então percebo seu cansaço.

— Que pontos James?


—Escuta e me acompanha, quando recebemos a carta apenas
deduzimos que foi o Ricardo, mas... E se não foi ele que mandou a carta e se
não foi ele que ordenou o ataque?
— E quem mais seria James? Você está maluco.
— Não estou não, olha só antes de Ricardo fugir da minha casa ele
deixou um bilhete. — ele me mostra e eu leio.
“Eu voltarei para você Tatiana.
— RR”
— Por que nunca me mostrou isso e como guardou isso tanto tempo?
— indago nervosa.
— Eu queria te proteger, e eu guardo tudo que é importante.
— Fiquei longe de você por mais de três anos, tem ideia do que ele
poderia ter feito?
— Eu sei porra! Mas isso nem vem ao caso agora. — ele diz e tem
razão.
— Tudo bem, conclua seu raciocínio.
— Certo quando Ricardo deixou esse bilhete e disse que voltaria e
assinou com as suas iniciais RR de Ricardo Romanini.

— Entendi e...
— O segundo bilhete leia. — ele me entrega e releio.
“Estimo minhas felicidades a linda Família.
Agora que estão juntos podemos começar a jogar
Esperei por muito tempo, e agora vou tirar tudo que você me tirou.
— Alguém Retornando.”

— Ok, já li, aonde quer chegar?


— Tatiana... A letra não é a mesma, e se Ricardo mandou por que
assinou como Alguém Retornando e não como RR?
— Caligrafia muda James, e talvez ele quisesse se manter anônimo.
— Não Tatiana, caligrafia enquanto você estuda pode até mudar, mas
um empresário não, assinatura, a letra é a coisa mais importante.
— Talvez ele quisesse disfarçar...
— É talvez, mas vou ficar de olho, vou à delegacia e procurar saber
mais sobre essa morte, quero ter certeza que ele está morto, quero mandar
investigar mais para saber se tem mais alguém envolvido nisso.
— Você está assistindo muita série policial. — digo tentando
amenizar essa tensão.
— Eu não assisto isso, e eu me preocupo com vocês Tatiana, quero ter
certeza que todos estão fora de perigo. — ele diz com evidente preocupação,
mas talvez seja exagero.
— Ricardo morreu estamos livres, se alguém o ajudava por que vai
continuar sozinho em uma vingança que não o pertence?
— Isso veremos, agora esquece tudo isso, quero você, quero hoje,
agora e todo momento. — ele diz me puxando e eu o contenho.

— Calma aí garotão, o que aconteceu na sua casa foi à parte do meu


acordo, se quiser sexo vai ser nos meus termos. — digo duvidando que ele vá
continuar.
— Tudo bem, você domina? Pode ser hoje? — ele pergunta como se
não fosse nada demais.

— Hoje eu vou me encontrar com Felipe. — Ele torce o nariz e antes


que reclame eu digo: — Não temos exclusividade, temos sexo só isso.
— Tudo bem, rainha do sexo casual, nos domine hoje, tenho certeza
que ele não vai se importar.
— Falarei com ele...
— Hoje à noite, no hotel, agora vou indo tenho que olhar isso de
perto. — ele diz e logo sai.
Merda ele é gostoso, Felipe é gostoso, e eu sou gostosa! Porra! Vai
ser um ménage gostoso...
∞∞∞

Eu sei que tem algo acontecendo, tudo está muito rápido, muito
estranho, é como se jogassem uma fórmula muito difícil de resolver, mas
logo embaixo coloque a resposta.
— Então Diogo, descobriu o que, conseguiu fotos? Eu quero tudo. —
digo ao encontrar com o investigador que contratei.

— Os policiais o encontraram já sem vida, tiros no rosto, nem dá para


reconhecer, explodiram a cabeça do cara.
— E como sabem que é ele?
— Pelos documentos, estava na carteira, depois pegaram um dos
assassinos e agressores do seu amigo fugindo perto dali. O prenderam e
ofereceram um acordo para ele abrir o bico. Ele contou tudo.
— Não Diogo, tem algo errado nisso aí, cadê as fotos? Me deixa ver.
Quando peguei só faltei vomitar, merda! Acabaram com a cara do
infeliz;
— Eu disse irreconhecível. — Diogo afirma e é a porra da verdade.
— Eles não fizeram exames nem nada, eles têm que fazer para ter
certeza.
— Não precisou fora os documentos a família identificou o corpo, há
essa hora deve está sendo enterrado.
— Desgraçados, não é possível eu acho que tem algo a mais nessa
história...
— E tem, o segundo bilhete que mostrou não foi ele que escreveu,
mas sim uma mulher, claro que ele pode ter pago alguma prostituta para fazer
isso, ou você e Tatiana tem alguma mulher no passado que possa querer se
vingar?
Penso e penso, mas não chego a pensar muito... Porra! Como me
esqueci dela?
— Fernanda Ferraz, a investigue e depois me ligue e não deixe de
investigar sobre Ricardo, se surgir algo novo eu quero saber.
— Certo, entro em contato.
Como eu pude deixar essa passar, depois que deixei Fernanda na
delegacia nunca mais a vi, quando ela saiu deixei ordens para que não
deixassem ela se aproximar da minha casa ou da empresa, então ela
simplesmente sumiu, ouvi dizer que havia se mudado do Rio, então não me
importei, mas agora se ela estiver por trás disso com esse maldito Ricardo,
ela vai para o mesmo lugar que ele, sem dúvidas.
∞∞∞
Já são dez horas da noite e eu aguardo Tatiana e o submisso. Ele
topou a sessão conjunto e não que eu goste de dividir uma mulher, ou melhor,
dizendo a minha mulher, mas pela minha Morena estou disposto e o meu
prazer é ver ela toda excitada, louca de prazer e sei que ela gosta de dominar,
ela sentiu esse prazer, mesmo que seja uma submissa nata, sei que isso é
passageiro, ainda mais depois da nossa noite.
Quando se é submisso o dominador nada te dá mais prazer do que
exercer sua função, no meu caso só sinto prazer se estiver no controle, não
me submeteria nunca em uma sessão, apenas com Tatiana, eu até gostei, foi
maravilhoso, mas a minha essência é dominante como a dela submissa.
Dois toques na porta e corro para atender, Felipe e Tatiana entram e
ela está de, sobretudo, minha vontade é tirar ele e foder ela ali no chão,
gostoso e duro, mas ela estava no comando e eu iria respeitar, sei que logo ela
vai voltar para mim, e seremos nós dois e eu farei o que ela quiser, porque é
isso, eu sou dela.
Entramos para o segundo quarto da suíte, Felipe e eu vamos nos
preparar para espera lá.
—Vou usar seu banheiro. — ele diz e entra enquanto eu tiro minha
roupa, quando ele sai entro e escovo os dentes e deixo meu celular, carteira e
relógio lá no balcão da pia, Tatiana espera que eu esteja nu então estarei.
Tudo por ela, tudo por nós.
∞∞∞

Quando entrei no quarto os dois estavam ali, de joelhos e sem


nenhuma roupa, meu corpo se excitou com a cena, me aproximei deles
analisando cada detalhe, eu queria guardar isso para mim, James tem meu
coração, e será injusto manter Felipe preso a mim quando não posso lhe
oferecer nada mais, se eu fizer isso estarei sendo como James no passado,
será só sexo para mim, enquanto ele espera mais.
— Acho que hoje teremos uma dupla punição... De pé os dois.
Eles ficaram e eu me ajoelhei aos seus pés, os dois com as mãos para
trás. Tencionaram quando eu comecei a tocar no pau de cada um deles,
masturbei com calma e decretei.
— O que gozar primeiro, será o primeiro apanhar.
Começo chupando James que tenta conter um gemido, mas falha.
Chupo com gosto e intercalo mudando para Felipe, de um para o outro eu
revezo, depois coloco os dois na boca e Felipe começa a se perder, eu engulo
todo seu pau e ele começa a gozar e eu logo o tiro da boca.
— Perdão senhora... — ele diz, mas sorri, então percebo que fez isso
de propósito para que eu começasse por ele.
— De costas e mãos para o alto, se abaixar as mãos a brincadeira
acaba pra você.

—Sim senhora. — ele diz e sei que ele não vai desistir.
Dou três chicotadas e seus gemidos são de prazer.
— Gozou de propósito para ser o primeiro? — pergunto e ele nega.
— Não minta ou será pior.
— Sim senhora... Eu fiz de propósito me perdoe.

Safado!
— Sua punição será assistir enquanto eu fodo o James.
— Minha rainha, por favor...
— Se sente na poltrona e observe. — ordeno uma vez ele vai.
James deitado na cama eu não perco tempo me deito sobre ele e
seguro seus pulso enquanto deslizo em seu pau, ele tão grande e me enche
toda, seguro um gemido, mas ele não, ele geme gostoso e me excita mais,
começo a cavalgar com força e mordo seu peito, ele é musculoso e seu gosto
é maravilhoso. Sem me conter mais gemo alto e ele impulsiona para cima ao
meu encontro, penso que seria divertido Felipe participar, mas ele jogou sujo.
— Vamos Morena, chama ele, eu sei que você quer...
— Quem sabe o que quer sou eu, não você! — devolvo cavalgando.
— Imagina ele aqui, entrando no seu cuzinho enquanto eu me enterro
nessa bocetinha hein... — ele diz e eu começo a repensar, seria maravilhoso e
uma possível última vez com Felipe.
James ao ver a confirmação em meu rosto apenas faz um sinal para
Felipe, e logo o sinto atrás de mim, ele abre minha bunda e sinto lamber meu
ânus, o calor aumenta em meu corpo, necessitando ser preenchido, Felipe
entra aos poucos, seu membro é grande e bem grosso, mas aos poucos ele se
acomoda e solta um suspiro pesado.
— Vamos os dois, me fodam! Me façam gozar, eu quero com força,
muita força. — digo e eles começam um vai e vem frenético.
— Caralho!
— Porra!
Eles dizem. Me fodem com força e eu gozo, Felipe sai de mim e o
vejo amarrar a camisinha, então me levantei saindo do James.
— Puta que pariu! — resmungo baixo ao cometer outro deslize.
— O que foi? Te machucamos? — James indaga.
— Não, só esquecemos a camisinha de novo.
— Toma aquela pílula que tomou ontem depois que nós dois... Você
sabe na minha casa.
— Eu vou fazer isso, mas não posso fazer isso sempre, desse jeito vai
é perder o efeito é para o dia seguinte e não todos os dias seguintes.
— Ou podemos ter...
— Nem termina, agora eu tenho que ir.
— Dorme aqui. — sussurra.
— Não, tem o Matteo, você pode dormir com ele hoje se quiser. —
digo ele sorri como uma criança.
Tomamos banho e quando vamos sair uma mensagem apita em meu
celular.
“Não acredite nele, ele mente.
Basta olhar em suas coisas e descobrirá a verdade.
Proteja seu filho de um viciado.
Se não acredita. Procure!
— Alguém Retornado.”

Eu travo na hora, vou até a cama e olho por cima, vasculho no criado-
mudo e nada, vou até a sala e começo a revirar tudo, por um momento me
sinto uma doida, Felipe e James me encaram e penso será que a mensagem é
sobre Felipe?
E quem mandou se Ricardo morreu? Merda!
Numa última tentativa vou ao banheiro, vejo as coisas de James e
Felipe e começo a revirar.
Vejo quando cai um saquinho com um pó branco da carteira de James
e meu peito se apertar, ele estava mentindo para mim, ele usa essas porcarias.
— Por isso não dormiu, por isso estava agitado e cheio de paranoias.
— Digo mostrando o que encontrei.
— Onde achou isso?
— Onde estava. Na sua carteira e deve ter mais por aí! Não disse que
parou? Como você vai para minha casa drogado? Busca o meu filho
drogado? Não se aproxima mais da gente! — tento sair ele me segura.
— Me escuta porra! Isso não é meu, nem sei como foi para aí. — ele
olha para Felipe e depois para mim. — Ele pode ter posto isso aí, eu não uso
mais!
— Não viaja, está sobre efeito agora hein? Como Felipe ia saber se
nem te conhece?
— Porra Tatiana, não seja idiota, coloca meu nome no Google e você
descobre até quantas pintas eu tenho no corpo.
— Como você é baixo, não mudou nada...
— Me escuta Morena...
— Adeus James.
∞∞∞
Capítulo 30

Nós temos muitos pecados


Temos muitos problemas
Basta nos tocarmos para
Sabermos como resolvê-los

Devil May Cry (Mako)

Mais uma vez tudo saiu dos trilhos, sei que Tatiana aguentou muita
merda da minha parte, eu a fiz sofrer e a afastei, mas porra! Estou aqui
tentando mostrar para ela o quanto eu mudei e ela duvida de mim na primeira
oportunidade.
Mesmo com todos meus erros e meu passado turbulento eu deixei
toda a porcaria das drogas de lado, nunca mais em três anos eu voltei usar,
passei esse tempo me empenhando em encontrá-la e agora tudo está indo pelo
ralo por causa de alguém que resolveu querer vingança.
Merda!
Começo arrumar minhas malas. Preciso voltar para o Rio de Janeiro,
tenho que verificar de perto onde Fernanda está e se ela tiver algo haver com
essas ameaças ela vai pagar caro por isso.
Quando chego Á porta da casa de Tatiana encontro o submisso.
Ótimo era só isso que eu preciso!
— Escuta me deixa falar com você? — Felipe diz se aproximando.

— Pra quê hein? Vai colocar mais drogas nas minhas coisas?
— Eu não coloquei nada, você precisa acreditar em mim, eu sei que
tudo aponta para mim afinal eu era o único estranho naquele quarto, mas eu
não fiz isso. — ele diz com uma sinceridade que não me deixa dúvidas —
Olha cara eu sei que tem algo errado acontecendo, e se eu puder, eu quero
ajudar, tem a ver com ataque ao May não é?
—Tem! — Começo a explicar a ele tudo desde o início dando meu
voto de confiança na esperança que ele possa nos ajudar, preciso de alguém
que cuide da minha família enquanto eu busco respostas.
— James se essa pessoa está fazendo tudo isso, ela está perto, como a
cocaína ia aparecer na sua carteira?
— Não sei... Eu simplesmente não sei. A única coisa certa é que
aquilo não era meu, não uso mais drogas.
— Então o que você tem que fazer é... — Eu o interrompi e atendo
meu celular.
— Fala Diogo já tem notícias?
— Sim sobre a tal Fernanda, ela foi embora para fora do país e nunca
mais voltou. Tem mais alguém que queira que eu investigue? — merda não
me vem mais ninguém à mente.

— Por hora não Diogo, entro em contato de novo fique atento.


— Certo, fico no aguardo.
— Era o detetive que contratei, vou adiar minha viagem, não vai me
servir de nada agora, o que você estava dizendo?
— Que você tem que refazer seus passos e pensar onde deixou a
carteira, se deixou ela no quarto e saiu nem que seja por um instante. Pensa
bem, quem está fazendo isso está sempre um passo à frente, tem que saber o
que está acontecendo, entende isso?
Ele realmente tem razão tudo isso é tão óbvio, como os bilhetes, o
ataque, à morte do Ricardo, penso no meu dia.
— Eu passei a noite a relendo os bilhetes, fui para o hotel e me
arrumei e fui encontrar com Diogo, não sai de lá durante a tarde só...
— Só...
— Eu fui ao banheiro, mas logo voltei e então voltei para o hotel e
fiquei lá ninguém ficou sozinho no quarto e vocês chegaram e o resto você
sabe.
— Esse Diogo é confiável? Porque até agora é o único... Bom tem a
mim, mas eu já disse que não tenho nada a ver...
— Na verdade eu... O contratei ele há pouco tempo o detetive que
achou a Tatiana teve que tirar um tempo e então mandou o Diogo...
Começo a repensar em tudo, a rapidez da descoberta do assassinato, a
prisão de um dos agressores, Porra!
— Eu deixei minha carteira na mesa na quando fui ao banheiro, eu
pedi para ele investigar uma pessoa e ele disse que não mora mais aqui, como
eu pude ser tão idiota, uma pessoa que eu nem conheço está me enganando.
— Se ele realmente está fazendo parte ou trabalha para essa pessoa,
isso tudo pode ser uma mentira, seu celular, o da Tatiana, até o do May...
Porra até o meu devem estar grampeados.
— Você se encarrega de trocar os aparelhos, se a Tatiana perguntar
diz que eu falei que era por precaução, você cuida deles até eu investigar, lá
no Rio eu vou atrás do detetive que me indicou o Diogo e confirmar se uma
pessoa ainda mora lá.
— Tati me mandou embora agora a pouco, ela não vai querer me ver,
acho que a ficha dela caiu e ela acabou me culpando... — ele diz cabisbaixo.
— Ela é uma mulher difícil.
Pego um cheque e deixo um valor para as despesas e a nova escola do
Matteo, em um pequeno pedaço de papel eu escrevo algo que vai ajudar
Felipe.
— Você tem que entrar e falar com ela, eu a vi chorando porque
duvidou de você, eu não gosto de ver ela assim...
— Não, é melhor assim, eu volto logo. Entrega esse envelope para
ela, isso vai te ajudar.
— Certo...
— Felipe, só mais uma coisa.
—O que? — ele pergunta se virando antes de voltar a bater à porta da
minha Morena, meu peito se aperta em ter que deixá-los mais uma vez,
porém preciso cuidar para que estejam seguros, e sei que Felipe fará isso
enquanto eu estiver fora.

— Cuida deles para mim, eles são tudo que eu tenho.


— Cuidarei até você voltar, e não demore.
— Certo... Nada de sexo submisso. — Tento quebrar o clima para que
essa angústia se dissipe.
— Só quando você voltar.

Quando eu voltar...
∞∞∞

Saio do hotel desnorteada, meu peito dói com a sensação de ser


enganada de novo, é sempre assim ele vem e eu acho que vai dar tudo certo,
ele faz um sexo extraordinário comigo e depois diz que me ama, aí eu
começo acreditar e então ele estraga tudo.
Merda! Por que tem que ser assim, Felipe não disse uma palavra
desde que saímos, ele só veio calado e nem se defendeu das acusações do
James, mas também só o James para achar que eu ia cair nessa conversa fiada
de que armaram pra cima de mim.
— Não foi eu Tati, eu não coloquei nada lá. — Felipe diz assim que
estacionamos em frente de casa.
— Eu sei James não é capaz de mentir bem quando quer.
— Eu acho que ele não está mentindo.
— O que? Só pode ter ficado maluco por defender ele.
Entro em casa com raiva, tomo um banho e pego o celular, olho
novamente a mensagem que me enviaram e vejo que o número é privado,
começo a pensar com calma, se Ricardo morreu quem enviou a mensagem.
Vou ao quarto do May preciso falar com ele e clarear os pensamentos,
quando entro vejo meu irmão deitado na cama do meu amigo, não quero nem
pensar o que é que está acontecendo.
— Ei está tudo bem? — May pergunta e depois olha para Kaio que
está dormindo e depois me olha e quando vai tentar explicar eu o detenho.
—Não agora May, eu preciso que você me ouça ou eu vou
enlouquecer...
Começo a contar tudo que aconteceu desde as paranoias de James até
a mensagem que recebi e por fim as drogas na carteira, May fica o tempo
todo sério só me ouvindo quando termino ele faz sinal para sairmos do
quarto, fico até tensa May fala pelos cotovelos, mas agora ele não fala nada,
quando saímos do quarto ele fecha porta já grita comigo.
— Tatiana você é burra. — May diz com um olhar de repreensão.
— Não sou não, eu vi...

— Como pode acreditar em alguém que te ameaçou, alguém que me


atacou, matou Kevin? E no fim de tudo James estava certo, alguém está
armando um grande circo e você caiu feito uma palhaça.
— Mas como? Ele tinha drogas, eu o vi...
— Você sabe a resposta.
— O Felipe...
— Eu não disse a resposta de quem colocou, eu disse que você sabe a
resposta sobre James, se você o ama de verdade vai saber se ele mente ou
não, agora eu vou dormir e amanhã a gente conversa e aí vai ser a sua vez de
puxar minha orelha, beijinhos...

Ele volta a entrar no quarto e eu caminho para o meu encontro Felipe


e quero bater na minha cara, pode ser ele, por ciúmes, sentir que eu ia deixá-
lo.
— Acabou Felipe, isso não vai dar mais certo.
— Eu já esperava por isso, você ama ele e eu não vou ficar no meio
disso...
— Foi você? Colocou aquilo para eu encontrar? — indago nervosa,
estou confusa e em busca de respostas.
— Eu nunca faria isso, nem sei o que está acontecendo, mas eu nunca
faria nada para magoar você ou o Matt, amo vocês.
— Vai embora, por favor, eu preciso pensar...
Ele apenas vai, eu subo para o meu quarto e me sento no chão e
choro, é como se a Tati que o James abandonou estivesse de volta, chorona e
insegura. Eu duvidei dele, que tipo de amor é esse meu? Que desconfia, que
abandona e que afasta.
Acho que eu sofri tanto na vida que agora fica difícil acreditar na
bondade e na verdade das pessoas, penso em ligar para o James e me
desculpar, poder ver ele, sentir seu cheiro, tocar sua pele e sentir seu toque,
me sentir protegida porque é isso que ele me dá. Segurança.
Ouço batidas na porta e desço correndo na esperança de James estar
aqui, quando abro Felipe ainda está aqui.
— Felipe, por favor...
— Eu só vim deixar isso com você e a amanhã estarei aqui cedo, eu
vou cuidar de vocês por enquanto...

— Não precisa...
— Eu prometi para ele Tati, até amanhã. — ele deposita um beijo em
minha cabeça e vai.
Abro envelope e tem um cheque e um bilhete.
“Eu amo vocês. Confie no Felipe ele vai cuidar de vocês ele já sabe o que fazer, eu volto
logo.
James.”

Volta logo de onde?


Ele não foi embora, não poder ter ido. Pego meu celular e disco seu
número e só dá inexistente, merda será que ele mudou de número em menos
de duas horas?
Eu preciso dele aqui, preciso pedir desculpas, dizer que sou uma
idiota, preciso dizer que o amo.
Eu o amo!
∞∞∞
Capítulo 31

Eu cheguei ao Rio ainda de madrugada, antes de sair joguei meu


celular no táxi e o deixei viajar por aí desligado. Fiz uma compra de celulares
para todos, novos números para que eles possam estar seguros, pedi para que
um dos seguranças fizesse uma vistoria pela casa e procurasse tudo, escutas,
grampos e câmeras.

Pode parecer paranoia ou coisas de filme mais nunca se sabe, cuidado


nunca é pouco.
Hoje pelo amanhã Felipe me ligou do seu número novo dizendo que
pegou os aparelhos novos e todos já estão devidamente entregues.
Ele me disse que Tatiana chorou e me ligou, porém eu já não estava
mais com o celular, não era seguro, ele disse que ela quer vir atrás de mim
aqui no Rio, mas eu não quero ela correndo perigo, se atacaram May próximo
a um lugar movimentado quem dirá ela sozinha por aí.
∞∞∞
Chego à empresa do Tavares, o detetive que me ajudou a encontrar
Tatiana, preciso tirar minhas dúvidas antes que fique louco de tanta
desconfiança.
— Tavares, como vai?
— E aí James, estou bem e você, precisa dos meus serviços?
— Bom eu preferia que não tivesse me mandado outro detetive para
você tirar férias. — digo nervoso, porque acredito que esse detetive está
corrompido.
— Como é? Detetive novo? E que conversa é essa de férias, eu não
tiro férias, nunca mesmo.
Pronto! Pior do que eu pensava.
— Depois que você voltou para o Rio assim que encontramos a
Tatiana, a gente recebeu um bilhete ameaçador eu te liguei e não consegui
falar com você e então te mandei um e-mail, você respondeu que ia tirar um
tempo para descansar, e me indicou o Diogo que trabalha aqui.
— James eu não tiro férias e por tanto eu não tirei, depois que voltei
para o Rio você disse que não precisava mais dos meus serviços e caso fosse
precisar me ligava, depois disse só estou tendo contato com você hoje.
Merda!
— Então eu preciso muito da sua ajuda. — digo e começo a contar
cada detalhe desde que ele foi embora.
Tavares é um homem engenhoso, não desiste até que seu serviço
esteja cumprido, prova disso, foram os anos que passou esperando uma ponta
solta da fujona da Tatiana, ele ri até hoje dizendo que a foi à mulher mais
difícil que ele perseguiu.

Depois de explicar ele me xinga por que deixei meu celular no táxi,
disse que lá poderia ter pistas, ao menos eu não apago nada do e-mail.
Tavares o acessa e começa uma busca frenética por informações eu digo tudo
que o detetive me falou e ele me explicou que ele me jogou uma isca para que
pegasse em ponto cego, enquanto o verdadeiro inimigo estaria trabalhando.
— Ricardo realmente morreu, está bem morto, e pelo que vi os
familiares não vieram para o enterro e o corpo foi enterrado no cemitério vila
cachoeirinha, parece que ele não teve muitas honras.
— Mas o tal Diogo disse que a família reconheceu o corpo, é mentira
também?
— Pelo que eu vi nos arquivos do IML, parece que a cunhada cuidou
de tudo.
— A cunhada? — pergunto e tudo alerta minha mente.
— Sim a esposa do Boris, James todo cuidado é pouco e todo mundo
é suspeito, alguém já morreu, seu amigo foi ferido.
— Eu sei. E a Fernanda? — pergunto, porque sinto que ela está
envolvida nessa merda.
— Ela ainda mora no Rio, no mesmo lugar. Mas... — ele diz olhando
atentamente para tela do computador.
—Mas... Fala Tavares.
— Ela foi ao enterro do Ricardo, comprou passagens com o cartão de
crédito e também comprou café na cafeteria do cemitério. Eu vou hackear o
sistema de segurança da cafeteria e do cemitério, se eu for preso pague a
minha fiança. — ele fala rindo, mas sei que é sério, ele disse que para um
hacker profissional, invadir celulares e câmeras de segurança é muito fácil.

— Eu vou até a casa dela...


— Espera... Aqui, Achei! — ele me mostra duas loiras sentadas na
cafeteria, uma eu logo reconheço é Fernanda, a outra é bem mais jovem
nunca vi certeza que é a esposa do Boris.
— É a esposa dele não é?
— Sim Aline Romanini, ela deixou a mansão dos Romanini após o
nome da família ser jogado na lama, com as acusações contra Ricardo e
Boris, ela voltou com a filha para a casa dos pais, mas já são falecidos ela só
está na residência que fica... Merda ela é quase vizinha da Tatiana, a casa fica
só a alguns quarteirões.
— Aline Romanini é o nome. — digo pensando... — E se for ela
Tavares, e se ela quer vingança por temos revelado o segredo do marido e da
família...
— Ou vingança porque o marido amava Tatiana e a abandonava para
ficar com uma garota, me deixa ver os bilhetes de novo. — ele pega o bilhete
e depois o tablet, olha os dois e tira fotos em seguida faz riscos na tela, depois
volta seu olhar para o computador e inquieto fuça nas redes que usa para suas
análises. Já estou impaciente, então o questiono sobre toda aquela
movimentação.
— O que foi? O que descobriu?
— Manda mais segurança para casa da Tatiana, avisa a todos para não
sair até voltarmos para São Paulo.
— OK, mas me fala o que é? — ele mostra frase por frase e lê.
Esperei muito tempo por isso, agora vou tirar de você tudo que você
me tirou. Alguém Retornando.

É tão óbvio que eu mesmo quero chutar minha bunda. Ela quer
vingança contra Tatiana, ela perdeu o marido porque ele era fissurado na
Tatiana, depois ele se matou por ela, coisa que ela só soube quando todo o
segredo veio à tona, e ela se sentiu humilhada com isso,
— Tem certeza disso?
— A em maiúsculo de alguém, R de retornando. AR, James, Aline
Romanini.
— Porra essa vadia louca se juntou com a Fernanda? Eu transei com
Fernanda, bêbado, achei que era a Tati e quando ela começou a falar eu perdi
o tesão, broxei e...
— Tá bom, sem muitos detalhes agora.
— Desculpa, mas elas estão juntas e devem ter pago para o outro
detetive me enrolar, e ainda me grampear... Caralho! Tem certeza que o
Ricardo morreu mesmo?
— Sim, nós podemos falar com os agressores, o que foi preso e ver
quem foi o mandante, por hora você vai blefar, vai dizer a Fernanda que tem
provas contra ela, deixá-la com medo, e quando voltar a São Paulo, vamos
falar com o agressor preso.
— Como vamos falar com ele? — pergunto e ele retira o distintivo.
— Tenho amigos na polícia, agora vai tentar controlar a Fernanda.
Eu vou matar ela, como pode passar tantos anos sendo minha amiga e
por ciúmes querer se aliar a uma vingança maluca de uma doida, só pode ser
brincadeira do destino comigo, me pergunto quando terei paz, quando vou ser
feliz.
∞∞∞
Chego à casa da Fernanda e aperto a campainha, já me conhecem no
condomínio então entrei fácil, quando ela abre a porta sua feição de surpresa
é inevitável.
— Ja-James... O que faz aqui? — ela pergunta visivelmente pálida.
— Surpresa em me ver?
— Sim... É só que... — ela mal consegue formular uma frase.

— Vamos entrar, temos assuntos a resolver. — ela se assusta com


minha ordem e me detém.
— Eu... Estou com visitas, pode ser amanhã.
— Não, tem que ser agora, quem está é a cunhada do Ricardo, a
mulher com quem você se uniu para ferrar com a minha vida? — ela
demonstra surpresa e medo, ela não esperava ser desmascarada tão rápido.
— James eu juro que não sei...
Eu me aproximo dela e pego em seu pescoço, não forte para matar, ou
forte para machucar e fazê-la perder o ar, aperto apenas para que ela sinta a
pressão e não duvide de mim.
— Eu vou te dar só um aviso, pare com isso ou eu acabo com você.
Eu vou tirar tudo dos seus pais, acabarei com tudo que eles lutam para manter
de pé, a sua carreira vai para o ralo, apesar de que você não vai precisar,
porquê eu vou matar você com as minhas próprias mãos, eu vou ver você
morrer sem poder respirar se ousar chegar perto da minha família. Entendeu?
— SIM! — ela engole seco e eu concluo.
— Manda o recado para sua nova amiga, o mesmo vale para ela, se
acontecer algo de ruim com mais alguém, eu posso ir parar na cadeia, mas
antes disso acontecer eu mato as duas. O aviso foi dado, e pare com essa
palhaçada de bilhete anônimo, vocês não estão na primeira série.
Digo tudo e vou, saco meu celular e ligo para o Tavares.
— Conseguiu pôr a escuta na casa dela?
— Sim, não tinha ninguém lá, ela devia está com muito medo de você
matar ela. — ele riu do outro lado da linha.
— Não duvide, pela minha família sou capaz de tudo.
∞∞∞
Chego em casa e na porta do lado de fora Tatiana está parada me
esperando.
— Eu falei para não sair de casa, e você vem para merda do Rio de
Janeiro? Sabe o risco que está correndo? — Indago furioso.
— Me desculpa por duvidar de você... Eu te amo James. — ela diz
nervosa e eu a puxo e beijo sua boquinha gostosa, eu amo tanto essa mulher,
afastei nossos lábios e ela repete. — Me desculpa, eu...

Antes que termine eu ataco sua boca de novo e beijo, puxei seu corpo
para o meu, abro porta com pressa e tiro sua roupa, a deito no sofá da sala
mesmo, abro minha calça e meto sem aviso em sua boceta.
— Ahh James... Eu te amo, diz que me desculpa...
— Você já me perdoou Morena? Hein fala pra mim?
— Sim... Sabe que sim.
— Eu te perdoo se você prometer ficar comigo, para sempre...
— Até eu morrer... — ela diz e eu a corto de novo entrando fundo no
seu canal quente e gostoso, chupo seus peitos gostosos, mordo e puxo e ela
geme.

— Eu vou gozar amor, bem fundo e gostoso em você, me diz se quer


isso. Quer meu leitinho em você?
— Sim, por favor... Ahh vem mais forte, isso!
— Caralho, que delicia Tatiana, porra, gostosa! — grito gozando. —
Eu te amo.
— Eu também te amo.
Agora será mais fácil com ela ao meu lado, eu e ela contra o mundo,
contra todos, contra o mal.
∞∞∞
Capítulo 32

Eu havia passado uma noite maravilhosa com o homem que amo,


depois de um sexo gostoso ele brigou comigo, disse que eu era irresponsável
e que tinha me arriscado muito, mas eu não podia deixar de me desculpar de
me acertar com ele.
Mas depois de me passar um sermão ele me contou tudo o que estava
acontecendo, eu fiquei perplexa com a história toda, a viúva do Boris se uniu
ao Ricardo e a Fernanda em busca de uma vingança. Confesso que um grande
medo me tomou, mas James diz que tem tudo sob controle.
— Matteo não vai estranhar a casa do meu pai? — James pergunta
preocupado. Brigou comigo por trazer meu filho, mas eu não podia sair e
deixar ele para trás, e lá na casa do pai do James tem minha tia Maria que
cuidará dele.
— Não vai. Fique tranquilo, para sua informação ele já estava com
saudade do avô.

— Meu pai deve estar numa alegria sem igual, tudo que ele queria era
um neto e agora poder passar um tempo com ele.
— Eles vão passar muitos momentos juntos. — disse inocente e
James me lançou um sorriso safado.
— E nós vamos passar muitos momentos juntos também?
— Claro com você de joelhos e meu chicote nas suas costas. — eu
disse o mais séria possível, mas James soltou uma gargalhada que quase não
segurei o riso.
— Tatiana, você sabe muito bem quem vai está de joelhos no final, e
não vai ser eu.
— Você é um tanto convencido. — eu disse o montando, segurei
firme em seu pescoço e logo o senti duro embaixo de mim.
— Tatiana... Não brinca com fogo. — ele disse em tom de repreensão.
— Por que James não gosta das coisas quentes. — eu disse em tom
sensual me aproximando do seu rosto, sua mão segurava firme a mão que eu
tinha em seu pescoço, sem que ele esperasse lhe dei um tapa no rosto, mas
não um tapa forte de dor, mas um tapa erótico, igual ao que ele me dá.
James virou uma fera me erguendo e jogando na cama e segurando
meus braços.
— Vai se arrepender de me bater, vou fazer com você bem pior. —
ele disse rouco pelo tesão, sei que o tapa o excitou.
Ergo minha cabeça para encontrar sua boca, suguei sua língua e
começo a mordiscar seus lábios, ele folga o aperto dos meus pulsos e eu me
solto, enlaço os braços em seu pescoço, ele entra em mim com força, minha
boceta ainda úmida pelo prazer da nossa noite de sexo quente, ele estocava
cada vez mais forte e eu arranho com fora suas costas e ele urra aumentando
a pressão no meu pescoço.
— Você é muito safada! — ele me vira de quatro e me dá um tapa
forte na bunda.
— Ahh... Me deixa te dominar James... — Peço e ele se aproxima do
meu ouvido e diz:
— Você sabe que gosta quando eu te domino, você criou essa
dominadora para se esquecer de mim, mas eu estou de volta Morena, e eu
vou dar o que você precisa.
Ele me segura pelo ombro com uma mão e com a outra leva seu pau a
minha entrada, ele começa devagar e depois rápido me lavando a loucura, ele
entra e sai com força e eu me liberto gozando, uma sensação de paz me toma
e ele se retira de mim e para em minha frente.
— Vem me chupa! — ordena tão sexy que eu nem questiono mais,
deixa para brigar por controle outra hora.
Eu o coloco em minha boca e chupo forte, massageio suas bolas e ele
geme alto, de repente e ele se afasta e pega em minha mão e me levanta, ele
se deita na cama e me puxa para o seu colo e diz.
— Vem Morena, me domina, agora é você quem manda.
Assim o faço. Aproveito me sento em seu pau o uso para o meu
prazer, para o nosso prazer, e assim descobrimos juntos que não importa
quem detém o controle, estarmos juntos é o que importa estar nos braços dele
é o que eu quero.
Passamos o dia juntos, fomos para casa do pai de James e ficamos
com Matteo, eu estava feliz, por alguns minutos esquecemos dos problemas,
mas então James recebe uma ligação do detetive novo dizendo que havia
conseguido algo com a escuta.
Nem vinte minutos depois da ligação Tavares, o detetive estava no
escritório da casa de James, pedi para que minha tia ficasse na casa cuidado
de Matteo.
James e eu deixamos a casa com tantos seguranças que parecíamos
até famosos.
— Escutem isso e me digam o que vamos fazer. — Tavares diz e solta
à gravação, e logo escutei a voz da vaca da Fernanda. Ô cobra peçonhenta,
não dá paz.
—Temos que dar um tempo, James já descobriu tudo, ele veio ontem
aqui em casa e me ameaçou, ameaçou minha família e você também Aline.
— Eu não ligo para as ameaças dele, ela vai ter que pagar. Ela me
tirou tudo e vai perder tudo! — a outra voz dizia.
— Eu não posso perder tudo em uma vingança, eu só quero separá-la
do James e ter ele para mim, mas se para isso eu vou ter que perder minha
posição social e meus pais perderem tudo, eu não quero! — Fernanda diz.
— Você é fraca, sabia que ia dar pra trás, mas agora é tarde, vai me
ajudar a pegar o garoto, aí sim estará livre para ir.
— Aline ele é apenas um bebê, não vou fazer isso, de jeito nenhum!
— Você sabe o que acontece com quem me contraria. Eu planejei isso
desde que descobri que meu marido era obcecado por aquela mulher, eu
derrubei meio mundo até chegar aqui e não vou desistir, se não quiser o
mesmo destino do Ricardo vai me ajudar a entrar na casa do papai Johnson, e
quando eu tiver o menino você estará livre.

Meu corpo gelou ao ouvir mencionar os planos para o meu Matteo.


— Ricardo morreu por uma estupidez sua, um capricho, porque ele
queria comer a porquinha e você estava com ciúmes do cunhado, ele não é
seu marido, matar a criança não trará seu marido de volta!
Um silêncio toma conta do lugar e logo a voz da Aline surge.
— Nada o trará de volta, mas compensará o amor que eu perdi.
— Ele nem te amava! Ele a amava. — Diz, referindo-se a mim. —
Ele te largava para ficar com ela, e ela nem era uma mulher ainda, você o
perdeu para uma criança!
— Cala a boca! Cala a boca! — Aline gritava e de repente sons de
disparos ecoam.
Eu salto em um susto sem acreditar no que eu ouvi, depois foram só
barulhos de saltos ecoando pelo cômodo e o barulho de uma porta batendo,
olho para James que se mantém sério.
— Ela matou... Matou mesmo? A Fernanda está...

— Morta. — o detetive concluiu.


— Mas...
— Essa Aline é mentalmente instável, pelo que descobri por alto o
plano era pegar o Matteo e atrair vocês, tudo começou a desandar quando
Ricardo disse que queria... Huh, ter relações com você na frente de James.
Ela então por ciúmes e loucura da cabeça o matou, cinco tiros no rosto, e a
Fernanda como vocês ouviram foi pelo mesmo caminho.
— Meu Deus que loucura, e agora?
— Agora eu já encaminhei para a polícia e abri uma denúncia, eles já
têm um mandado de prisão, mas ela já não está mais no Rio de Janeiro.
Deixei os seguranças em São Paulo em alerta, mas temos que voltar e ainda
hoje.
Olho para James que permanece ainda sério. Sei que ele teve uma
história de amizade com a cobra... Digo Fernanda, e não é fácil ver a maldade
assim de perto.
—Vou preparar tudo para irmos. — ele diz e olha para mim e
concluiu — Vamos deixar o Matteo aqui, pelo menos até isso acabar, ela já
está em São Paulo e não vai pode voltar, e eu quero que você fique aqui
também, e se daqui a dois dias não a pegarmos quero que você saia do país.
— Eu não vou a lugar nenhum e também não vou ficar aqui, eu vou
com você, vamos resolver isso juntos.
— Não seja teimosa, essa mulher é desequilibrada e perigosa, ela quer
matar você, não vou deixar, então você fica.
— Eu vou, e ponto final. Vou ligar para o seu pai e pedir para ele
ficar com Matteo, minha tia já está avisada.
James não discute mais, apenas balança a cabeça em sinal de derrota e
começa a preparar tudo para irmos embora. Dói deixar meu Matt aqui, mas é
para sua segurança.
∞∞∞
UMA SEMANA DEPOIS...
Aline havia sumido do mapa, parece que Ricardo a ensinou direitinho
como se esconder, a polícia estava com o cerco fechado sobre ela, à
informação é que ela estava na capital, uma foto antiga dela circulava com
busca e uma recompensa que James ofereceu. Matteo ainda estava no Rio e
eu estava morrendo de saudades do meu bebê, mas não podia arriscar, eu
preferia morrer a ver algo acontecer com meu filho.
Pedi para que Kaio levasse May para sua casa, queria proteger meu
amigo de outro possível ataque e como os dois estavam em um enrosco doido
nem foi preciso pedir duas vezes. Flávia nem se via mais, ela terminou com
Kaio e disse que tinha um negão muito melhor que meu irmão, e que não
precisava dele, depois disso ela desapareceu.
Felipe estava ao nosso lado o tempo todo, ele e James pareciam uma
dupla dinâmica, ficam montando estratégias e investigando juntos, Felipe
respeitou o término numa boa, e não tocamos mais no assunto, eu pedi para
que ele se afastasse até tudo se resolver, temia que atacassem ele também,
mas o bicho é teimoso, se uniu ao James e disse que não vai desistir enquanto
a viúva negra não estiver presa.
Sim viúva negra é o apelido que os dois deram para Aline, os dois não
tem limites, junto do Tavares passam dia e noite investigando.
Depois da morte da Fernanda eu fiquei um pouco mais aliviada, o
enterro dela foi triste, soube que somente os pais apareceram, já que James
fez questão de soltar para a imprensa o envolvimento dela com Aline, e que
morreu por isso.
— Eu acho melhor sairmos daqui, a casa é um alvo, devíamos ir para
outro lugar, outra casa ou hotel, aqui se quiserem soltar uma bomba
morremos todos. — Tavares diz.
— Ela não quer me matar, quer me ver sofrer e depois me matar.
— Mas não vai conseguir, eu não deixo Morena. — James diz.
— Podemos ir para minha casa, em frente tem um hotel, levamos as
malas e fingimos ficar em casa, mas acampamos no hotel, se ela estiver à
espreita vai achar que estamos na minha casa, ela não vai vigiar o tempo todo
e também não pode se hospedar em um hotel.
— Gênio! — James diz e faz um toque com Felipe.
Homens!
— E como o Diogo foi preso ela está sozinha, e pelo que descobri, a
filha está com uma tia em Santa Catarina, e tem policiais de olho lá. —
Tavares diz.
— Ótimo, então vamos ao plano. — James diz e rezo internamente
para que tudo dê certo.
Depois que tudo isso acabar eu quero paz, quero começar tudo do
zero, um novo lugar com a minha Família, mas antes da paz, vamos à guerra!
∞∞∞
Capítulo 33

Nada estava sendo fácil, eu acreditei que quando eu tivesse o perdão


da Tatiana, que tudo seria mais fácil, e que enfim seríamos felizes, mas então
começamos uma linha regressiva, quando damos um passo frente, voltamos
dois à atrás.
Com tudo pronto para mudança para a casa do Felipe, eu me certifico
de que todas as coisas estejam prontas. Terminamos de guardar as últimas
coisas e já estamos prontos em meu carro, Felipe tem sido um grande amigo,
ajudado muito, e o mais importante, ele tem respeitado meu relacionamento
com Tatiana, ele até acabou se envolvendo com Flávia, a repórter e ex do
Kaio, claro que ele não me disse nada, eu os peguei no flagra quando ela veio
pegar umas roupas que estavam na casa da minha Morena, eu desci para
pegar uma água e escutei alguns gemidos, quando me deparei com a loira
montada sobre ele o sufocando, eu poderia acreditar que ela estava tentando
matá-lo se não fosse pelas calças de Felipe arriadas aos tornozelos.

Eu me retirei para não ver mais, não quero participação, mas fico feliz
que Felipe esteja superando o fim do envolvimento com Tati, ele é um bom
homem, cuidou da minha família e merece ser feliz nessa troca.
— Então vamos lá? — Tatiana diz se aproximando.
— Vamos, pegou tudo? — Pergunto a puxando para um beijo, a
abraço porque está uma noite fria e ela teimosa está sem casaco.
— Sim tudo certo.
— Entre no carro do Felipe, se caso Aline estiver nos vigiamos, quero
que pense que não estamos indo para o mesmo lugar, eu darei a volta no
quarteirão e usarei a entrada traseira do hotel, no sinal do Felipe vocês vem
para o Hotel.
— Tudo bem, nos vemos no hotel.
— Eu amo você Morena, quando tudo isso acabar vamos embora,
recomeçar do zero em outro lugar, vamos construir nossa família e eu vou te
dar toda felicidade do mundo.
— Eu também amo. O lugar onde você e o Matteo estiverem é onde
estarei feliz. — a abraço e Felipe nos interrompe.
— Vamos lá, vamos sair com dois carros, os seguranças vão nos
seguindo a distância. Não sabemos do que essa mulher é capaz, os rapazes já
estão avisados.
Felipe e Tatiana entram no carro dele e eu vou ao meu com todos os
nossos pertences.
Pegamos a pista há uns dez minutos um carro de segurança à frente,
depois o meu logo Felipe e Tatiana e mais um segurança.
Olho pelo retrovisor e um carro dando seta ao fundo, vejo a pista que
está vazia, e já é noite ele poderia fazer uma ultrapassagem, mas não faz, o
último carro de segurança faz um sinal, mas o carro não ultrapassa. De
repente o carro dos seguranças a minha frente acelera e vai muito mais rápido
fazendo com que eu o perca de vista, logo depois o último carro também
passa e então um dos seguranças faz um sinal para eu ver o telefone.
— Fala, por que estão correndo caralho?
— Estamos sem freio chefe, não funciona, vamos tentar um local
aberto para derrapar e tentar parar.
— É arriscado demais. — digo e instintivamente testo meus freios, ao
pisar já os sinto leve, forço até o fim ele não responde, meu carro está rápido,
e não há como parar.
Desligo o telefone para ligar pro Felipe, para saber se o carro dele
também está sem freio, e espero que esteja tudo certo, já que ele passou o dia
no trabalho com seu carro, e só os meus e dos seguranças ficou em frente à
casa, antes que eu ligue, meu celular toca.
Tatiana!
— Ei amor, o que foi? — digo tentando manter a maior calma do
mundo para que ela não perceba.
— Pode ir mais devagar, está correndo muito, e por que os seguranças
nos passaram?
— Fica tranquila, vai dar tudo certo, é só uma precaução.
— James, não mente para mim...
— Eu amo muito você e o Matteo, se um dia eu não puder estar com
vocês diga o quanto eu o amo.
— Para com isso está me assustando! Para o carro, vou ir com você!
— Não posso Morena. — digo com um aperto no coração, uma
sensação ruim tomando conta de mim. — Passa o celular para o Felipe.
— Não James, fala comigo, conversa comigo o que foi?
— Faz o que eu mandei Tati, passa para o Felipe, vai dar tudo certo,
eu amo você — digo e já posso ouvir sua voz chorosa reclamando com
Felipe. Se eu sair dessa, levo minha Morena no primeiro cartório e passo ela
para o meu nome, não quero perder mais tempo.
— James o que foi cara? —Felipe pergunta preocupado.
— Está tudo certo com seu carro?
— Sim, por quê?
— Meu carro está sem freio, assim como os dos seguranças, eles nos
ultrapassaram para não bater, e o carro atrás de vocês é suspeito.
— Merda! Vamos dar um jeito, um pouco mais a frente há um
areeiro, tente fazer uma derrapagem e usar o freio de mão.
— Vou tentar, mas Felipe...
— Fala!
— Se algo me acontecer... — tentei dizer ainda com uma angustia me
corroendo.
— Não vai acontecer. — ele disse firme.
— Mas se acontecer, quero que cuide da minha família para mim.
— Não vou precisar cuidar...
— Eles são o que eu mais tenho de precioso no mundo, por favor... —
eu imploro.
— Fica tranquilo. — ele responde.
Seguimos em frente e o carro que nos seguia já desapareceu. Testo
mais algumas vezes o freio e nada, ao longe avisto o areeiro e por um
segundo sinto alívio, mas me assusto com um dos carros dos seguranças
capotado a frente, tentei desviar e colidir na areia, mas fracasso e acabo
batendo na traseira do carro e meu carro capota.
Sinto meu rosto bater com força no Airbag, Tatiana e Felipe vêm
correndo em minha direção e não quero assustá-la, mas uma dor descomunal
me ataca, sinto como se algo me perfurasse nas costas, quando minha Morena
se aproxima e vejo aqueles olhos, nada mais existe, só quero estar perto dela
pelo tempo que me restar.
∞∞∞

Eu senti como se uma parte de mim fosse arrancada, ver o carro do


James capotar levou tudo de mim, antes que Felipe parasse o carro eu já
estava abrindo a porta e correndo até James, seu rosto tinha sangue e ele
respirava pesado, como se buscasse ar e não tivesse.
— James, amor olha pra mim! — pedi e ele abriu um sorriso calmo,
parecia bêbado.
— Oi Amor... — ele tenta levantar a cabeça, meio tonto ele reclama:
— Porra! Dói Morena.
— Calma eu vou ligar para ambulância. — olho para trás e vejo que
Felipe já o faz.
— Morena... Eu amo você. — diz me olhando. — Você me perdoa
por tudo que eu te fiz passar, por ter sido um babaca...

— Shh... Eu já perdoei, olha só, assim que isso se resolver a gente


pode sair do país, lembra que disse que tinha vontade de levar sua empresa
para fora?
— Lembro, ia ser um sonho, eu e você, Matteo, minha família... Ele
diz sonolento e eu me desespero.

— Mas você tem que ficar acordado amor, não pode dormir...
— Eu amo você Morena... — diz fechando os olhos e eu me
desespero ainda mais.
— James, olha pra mim! — Grito e Felipe começa a tentar remover a
porta para tirar James de dentro.
— Eu amo o Matteo, mais que tudo...
— Não faz... Isso comigo... Por favor... — digo entre soluços e Felipe
o puxa para fora do carro.
— Cuida da minha Família... — ele diz olhando para Felipe.

— Aguenta mais um pouco parceiro. — Felipe diz preocupado, sigo


seu olhar e vejo um ferro atravessando próximo às costelas de James.
— Ah meu Deus! Felipe tem muito sangue! — tento fazer algo, mas o
medo de piorar me trava.
— Vem aqui Morena. — ele me chama deitado no chão e eu me deito
perto dele que toca meu rosto com um carinho fraco.
— Não me deixa... — sussurro.
— Não vou amor, nunca. — disse fraco.
— Nunca. — reafirmo e seus lábios tocam os meus até que Felipe me
chama:

— Tatiana levanta.
Olho e vejo o carro que nos seguia estacionando, e de repente uma
loira muito bonita desce do carro trajando um moletom preto, ela aponta uma
arma enquanto se aproxima, James aperta minha mão tomando ciência do que
está acontecendo.

— Que cena mais dramática, quase me comoveu. — diz se


aproximando e Felipe entra em nossa frente.
— E melhor se afastar querido, eu não estou brincando, e isso aqui
mata hein... — ela diz apontando a arma para o Felipe.
— O que você quer? — eu pergunto tentando ganhar tempo de que a
ambulância ou a polícia chegue.
— Achei que fosse mais esperta Tatiana, eu quero que você perca
tudo assim como eu perdi.
— Eu não tive culpa!
— Ahh teve, mas essa conversa nós teremos depois, agora escolha! —
ela ordena e eu não compreendo.
— O que?
— Escolha qual dos dois, quem vive e quem morre!
— Você é louca! — digo ela começa a rir como se tudo fosse uma
piada.
— Você ainda não viu nada... Mas vamos lá, qual dos dois? O
Johnson está quase nas últimas, praticamente agonizando, liberte-o da sua
dor, ou vai esse aqui, o submisso. Sabe, eu tenho vídeos legais de vocês, mas
isso também fica para depois, então? — Ela pergunta com uma grande carga
de ironia na voz.
— Nenhum dos dois, me mata, sou quem você odeia, deixe eles...
— Não... Mas de jeito nenhum! Qual seria a graça? Sua hora vai
chegar, sem pressa, agora escolha?
Antes que eu possa dizer algo Felipe avança sobre ela que dispara
contra ele.
— Não! — eu grito e vejo Felipe colocar a mão sobre o ombro, eu
corro até ele que me faz um sinal para que eu faça silêncio.
— Eu tô bem, fica tranquila. — ele tira do bolso o colar que James
havia me dado e coloca rapidamente em meu pescoço.
— Ele ia te dar no hotel, agora é mais especial que antes, não o tire.
— Ela vai me matar, eu... — Estou nervosa, com medo e aflita. —
Ajuda o James.
— Ela não vai te matar, não agora. Ela quer vingança, jogue com ela e
não tire o colar, agora comece a chorar alto. — ele manda e me confunde.

— O que?
— Anda! Chore alto, como se eu estivesse morrendo. — ele diz e
pisca.
— Felipe... Não morre, fala comigo! — tento ser convincente, mas
olho para James desmaiado e corro para ele e tudo se torna verdade eu grito,
o chamo mais ele não responde.
Deus o proteja, por favor!
— Agora somos eu você, minha vida! — Ironiza e bate em minha
cabeça. Não apago, mas fico tonta, até que a ouço dizer: — Vamos pegue
ela.
Sinto alguém me arrastar e começo a rezar internamente para que
James e Felipe fiquem bem. Eu penso em meu Matteo, talvez eu não o veja
nunca mais.
Mas eu tenho fé, serei positiva, não vou desistir sem antes lutar, eu só
preciso confiar.
∞∞∞

Felipe
Já fazia um tempo que haviam levado Tatiana, a merda do socorro
estava demorando, mas logo pude ouvir as sirenes.
— Ei parceiro, segura mais um pouco, a ajuda já vem. Digo dando
uns tapinhas no rosto dele que meio grogue pergunta:
— Cadê ela?
— Eles a levaram...

— Não deixa... Eu vou... — ele tenta se reerguer. — Vamos atrás


dela.
— Ela está com seu colar, nós vamos buscá-la. Mas primeiro vamos
cuidar disso.
— Vão matar ela... — ele murmura cansado e o resgate chega.
— Não vai, não vamos deixar, agora seja forte.
Ele apenas assentiu e um paramédico vem examinar meu ombro,
como eu tinha previsto a bala entrou e saiu agora James grita alto, e é horrível
ver eles tirarem o ferro dele, o cara estava quase desmaiado e agora parece
acordado demais, vejo eles fazendo os primeiros socorros e os levarem para
ambulância, no caminho ao hospital ele diz.
— Dentro da caixa do Superman, no quarto do Matteo... Está lá. —
ele diz com dificuldade.
— Eu vou buscar.
— Eu acho que não vou conseguir...
— Vai sim, Lute por ela, sei que ela vai lutar para voltar para você e o
Matt.
— Avise o Tavares...
— Vamos achá-la.
Ele apenas fecha os olhos, devo admitir o cara é durão, com o tanto de
anestésico e calmante e ele ainda demorou a dormir.
Depois de ser atendido, policiais tomam meu depoimento, eu explico
a situação e eles chamam o delegado responsável pelo caso, ligo para Kaio
explicando tudo, eles se desesperam e mal ouvem o que eu digo.

Ligo para Tavares e ele diz que já está a caminho, meia parte
resolvida, vou atrás de informações sobre James e acabo esbarrando com a
Flávia.
— Já está aqui feito urubu em cima da carniça? — Pergunto e ela me
encara, mas a megera me surpreende ao me abraçar.
— Você está bem? Foi ferido? — diz tocando em meu braço.
— Estou, foi só um tiro, entrou e saiu.
— E a Tatiana?
— É a repórter ou Flávia que pergunta?
— Você é um babaca mesmo, vai lá ficar com a sua preciosa, eu vim
aqui para ver se você está vivo e fica se preocupando com a mulher dos
outros. — diz se virando para sair e eu a detenho.
— Calma, é que eu estou nervoso, James está sendo operado e a
Tatiana foi sequestrada, eu nem sei o que fazer. — digo cansado, queria que
tudo estivesse bem.

— Vai dar tudo certo, vem aqui — ela diz e me abraça.


Flávia não é de todo mal, minha aproximação com ela me fez ver que
mesmo parecendo uma mulher fútil e fofoqueira, ela ainda tem sentimentos.
Tavares chega me explicando como vamos agir e eu começo a me
preparar, deixo uma Flávia aflita e May e Kaio desolados, volto para a casa
de Tatiana e pego o GPS que rastreia o colar, agora é só ir a luta e trazer
Tatiana de volta.
∞∞∞
Capítulo 34

Ódio era o sentimento que me tomava, eu não tinha medo, não por
mim, eu estava preocupada com James e Felipe, queria saber se estavam bem,
se James estava vivo, mas ainda sim a preocupação não diminuía o ódio.
Eu quero matá-la, quero mandá-la ao inferno, mas presa eu não
consigo nada. Só posso esperar e confiar que esse colar e seja lá o que tenha
nele me ajude.
Estou sentada a mais de uma hora sozinha e não parece ninguém,
pareceu uma eternidade perdida em pensamento, mas é só eu pensar que a
vaca, vadia vingativa aparece.
Medo me corroeu, eu estava amarrada pelos pulsos, tão presa que
sentia a corda morder minha pele, meus tornozelos também estavam bem
presos, e aquilo doía demais, parecia queimar, mas ainda assim a dor era
suportável.
— Sabe, eu sempre me perguntei por que o meu marido não ficava
em casa comigo e com nossa filha, em nenhuma festa da nossa família ele
estava presente, desde quando nos casamos ele só me tocou duas vezes e foi
para que eu pudesse engravidar. Depois ele se tornou cada vez mais ausente.
— ela diz com muita amargura no olhar.
— Eu sinto muito... — digo pesarosa, em parte ela também foi vítima
do Boris, se casou acreditando no amor enquanto ele só a usou e abandonou.
— Nem no dia do nascimento da nossa filha ele estava presente, ele
só chegou dois dias depois com uma desculpa que tinha um negócio
importante, e eu acreditava. Depois ele deixou de dar notícias, um mês inteiro
eu pensei que ele havia me abandonado, mas então Ricardo o encontrou
morto.
— Eu sei... Eu. — Tento falar e ela me acerta um tapa.
— Cala a boca! Você não sabe de nada, você o roubou de mim! — ela
grita histérica.
— Eu não sabia sobre você, eu sempre achei que ele fosse o vizinho
humilde que nos ajudava, e depois de muitos anos que ele se aproximou de
outra maneira.
— Mentirosa! O advogado me mostrou as fotos e tudo mais, as prova
contra o Boris, eu vi você ainda pirralha...
— Eu era uma criança não sabia de nada.
— Mas logo abriu as pernas para ele como a boa vadiazinha que é!
Gostava de apanhar, de ser uma piranha, ainda gosta né? Eu vou dar o que
você precisa.
Ela grita e então o detetive Diogo entra desgraçado trairá. — ele não
estava preso? Penso.
— Segura ela de joelhos, já que ela gosta de apanhar vai ver o que é
bom.
Ele me empurra para o chão e eu caio presa, eu olhava para os lados
tentando saber onde estava talvez eu identificasse o local.
— Pode ir Diogo, eu vou cuidar dessa aqui direitinho.
Quando ele se vai ela se aproxima de mim com uma tesoura e corta
minha blusa pelas costas, eu me remexo ao sentir o metal frio encostar em
minha pele.
— É melhor ficar quietinha, ou a brincadeira acaba antes mesmo de
começar, eu mato você com essa tesoura, putinha. — Ela diz e depois afasta o
tecido rasgado e meu corpo treme em antecipação pelo medo.
Isso nunca vai ser o que eu tenho com James, por isso sei que é só dor
e não haverá prazer, ela se afasta e então sinto um fio acertar minhas costas,
queima como inferno, uma dor dilacerante. Instintivamente encolhi meu
corpo tentando fugir dos golpes mais vi que ela não teria piedade, ainda
assim eu me seguro para não chorar.

— Quer mais minha vida... Era assim que ele te chamava não é? Ele
se matou por você maldita! Maldita! Maldita! — ela grita me acertando mais
vezes e aquilo queima, dói, arde é agonizante.
— Ficou maluca porra? Quer me ferrar? Eu não vou fazer parte disso,
estou indo embora. — Diogo fala.
— Não pode fugir agora, eu tenho você e sua família em minhas
mãos, agora vai lá e desamarra as pernas dela. — ela ordena furiosa e me
pergunto se alguém vem mesmo me ajudar.
Diogo me desamarra e Aline se aproxima, com um sorriso perverso
no rosto e diz.

— Agora tira a calça dela!


Eu me assusto e fecho as pernas, pronta para lutar contra Diogo mais
ele não vem.
— Tá maluca, o que você quer fazer?
— Você vai comer ela, e sem dó eu quero vê-la sofrer antes de matar
ela. —disse totalmente fria sem sentimentos ou compaixão.
— Eu não vou fazer isso, esse não era o plano, você disse que queria
só o dinheiro do Johnson. Era sequestro e não estupro e assassinato, eu não
vou voltar para cadeia. — ele disse com medo visível.
— Eu vou ter o dinheiro, ele vai pagar muito para ter o corpo dela de
volta...
— Eu não vou participar disso. — ele diz saindo para fora e Aline não
impede.
— Ele não vai longe. — ela ri insanamente. — Bom, agora somos só
nós e eu vou dar o que você quer...

— Você está louca e vai parar na cadeia.


— Cala boca eu não mandei você falar! — ela grita apontando a arma
para mim. — Deve doer né? Essa garrafa dentro de você, ainda mais se ela
quebrar...
— Você é doente! — eu grito e ela ri se aproximando. — Não encosta
em mim!
Ela vem em minha direção sedenta, abre as minhas pernas e puxa
minhas calças, e quando ela retira completamente do meu corpo eu dou um
chute às cegas e por sorte acerto em seu rosto, eu me arrasto com pressa para
tentar pegar arma e quando a agarro Aline pula em cima de mim, eu a chuto e
caí novamente tento me arrastar para longe dela, mas quando me viro ela vem
para cima de mim com uma barra de ferro, sem pensar muito eu fecho os
olhos e disparo!
Uma
Duas
Três
Eu sinto o cheiro do sangue, eu vejo os olhos do Boris arregalados, eu
sinto a sujeira em minha pele, o sangue grosso manchando minha pele, era
como voltar ao passado, eu matei o Boris, e agora eu matei Aline, sua filha
não tem pais por minha culpa, eu serei presa, eu sou uma assassina.
Abro meus olhos e só então vejo o corpo da Aline sobre o meu, ela
está caída sobre as minhas pernas, e a culpa me consome, eu não consigo me
mexer, eu a matei, por Deus eu a matei e não há como voltar a atrás, nada
mais passa em minha mente, eu estou paralisada, e a única coisa certa agora é
que eu a matei!
∞∞∞

FELIPE
Eu havia passado na casa da Tatiana e pegado o GPS que rastreiam o
colar dela, Tavares e eu estávamos correndo contra o tempo, havia policiais
nos seguindo em viaturas desligadas, eu estava aflito, cada minuto perdido
nós poderíamos perder a Tatiana, não gosto de pensar nisso, James nunca me
perdoaria, Matteo nunca me perdoaria e eu nunca me perdoaria.
Eu amo Tatiana, se abri mão de lutar por ela é porque sei que James é
o grande amor da sua vida, eu não atrapalharei sua felicidade, por isso vou
refazer minha vida, mas para isso acontecer tenho que ter certeza de que ela
está bem, que aquela louca da viúva não fez nada com ela.
Entramos em uma rua deserta, e o GPS aponta para uma casa no final
dela, os policiais nos dão instruções de mantermos silêncio para que possam
render Aline sem Tatiana sair machuca, caminhamos para dentro da casa eu
estou de colete, fiz questão de entrar junto com eles, Tati poderia precisar de
mim e queria está lá por ela.
Tudo estava muito silencioso, eu sentia o medo percorrer meu corpo
só com ideia de entrar lá encontra Tatiana morta, quando chegamos à sala os
policiais barram a mim e a Tavares, mas quando vejo o sangue escorrendo
por entre nossos pés não quem me segure, eu tenho que vê-la, preciso ver o
corpo, preciso ver para poder preparar Matteo, nem sei se James sobreviverá
e agora Tatiana, eu não posso acreditar.
Quando vejo seu corpo estirado e imóvel no chão meu coração
acelera, minha mente para, a sangue sobre seu rosto ao redor do seu corpo,
olho mais à frente e o corpo de Aline está sobre o dela.
— Ela está viva! — ouço um dos policiais dizendo.
Eu corro até ela e meu coração se aperta, ela tem a feição de uma
criança assustada, seus olhos fechados e pressionados com força, seu corpo
trêmulo e ela sussurrou tão baixo que só de perto se escuta.
— Eu a matei... Eu a Matei... Eu a Matei...
Seus olhos têm lágrimas acumuladas, em seu rosto pálido tem muitas
delas escorrendo, os policiais falam com ela, mas ela não responde, eles
retiram o corpo de Aline e eu me abaixei ao seu lado a olhando.
— Fala comigo Tati, vamos sair daqui hein...
— Eu a matei Felipe, eu atirei...
— Eu sei, você só se defendeu, vamos cuidar disso vem...
Ela se nega ainda paralisada e eu a pego no colo e vou em direção à
ambulância que nos seguiu.
Já no hospital eles a levam para ser examinada e eu vou ver o James
que felizmente já saiu da cirurgia que por sinal foi bem-sucedida, eu entro em
seu quarto e ele se agita, por me ver sozinho.
— Cadê ela? Você a salvou seguiu ela? — indaga angustiado.
— Ela se salvou sozinha, acertou três tiros na Aline.
— Graças a Deus... Eu quero vê-la.
— Ela está sendo examinada e depois vai passar com um psicólogo,
ela teve um surto de estresse pós-traumático, eu cheguei lá e ela estava
rodeada de sangue. O corpo da Aline caído sobre o dela, estava paralisada e
com medo e só repetia que havia matado Aline. Tatiana está em choque, mas
sei que você vai ajuda lá a superar.

— A culpa é minha, eu devia ter protegido ela, eu devia ter ido lá,
salvá-la.
— Você estava morrendo James, não se culpe por isso, só fique
preparado, eu vou ter que ir falar com os policiais e depois eles vêm tomar
seu depoimento.
— Obrigada por tudo, nunca serei capaz de pagar por isso. — ele diz.
— Faça ela feliz isso já paga tudo.
Saio pela porta do quarto de James tranquilo, sei que James ajudará
Tatiana e ela o ajudará e juntos eles vão superar qualquer problema.

∞∞∞
Capítulo 35

Eu estava deitado em minha cama e Kaio estava deitado ao meu lado,


nunca foi segredo para a minha amiga que eu gostava de seu irmão, na
verdade eu o amo, mas Kaio sempre foi o cara popular e descolado, fizemos
um cursinho de informática juntos na adolescência, eu fazia dupla com ele e
por isso me apaixonei, ele sempre dispensava as "piriguetes" que o cercava
para me fazer companhia no intervalo, ele não deixa os caras pegarem no
meu pé, porque já naquela época eu já dava indícios da minha sexualidade.
Depois Kaio foi embora e passamos anos sem nos ver e quando eu vi,
eu estava para morrer, tamanha euforia, depois nos mudamos para São Paulo
e estávamos cada vez mais próximos. Ele me arrumou um emprego em sua
empresa e então ficamos a maior parte do tempo juntos, mas ele sempre me
viu como amigo, e eu não forçaria a barra, não se pode mudar a sexualidade
de ninguém, muito menos impor conceitos e costumes.
Depois ele começou a namorar a Flávia que era minha diva na vida,
então eu a odiei. E tive que me conformar, até o dia em que ele resolveu
apostar o sexo do bebê, eu realmente acreditei que era uma menina, ele dizia
que era um menino, no dia da revelação estávamos todos muito loucos,
bebemos e rimos a tarde toda, então quando Tati foi dormir e Felipe foi
embora ele veio ao meu quarto, eu achei que ele havia ido para sua casa mais
ele disse que havia brigado e terminado com a Flávia e que ela estava
pegando suas coisas no apartamento dele e por isso queria evitar a megera,
apelido dado por Felipe á Flávia.
Então ele entrou e fechou minha porta me olhava sério, em seguida
logo um sorriso travesso surgiu em seu rosto.
— Vim cobrar meu prêmio May, eu ganhei, é um menino. — ele disse
se aproximando.
— Está certo, parabéns você ganhou. — digo tirando minha carteira
para pagar a aposta, apesar de não termos estipulado valor.
— Não quero seu dinheiro. — ele disse mais próximo a mim.
— E quer o que bicho doido? — indaguei confuso, ele estava sério
quem olhava dizia que estava sóbrio, mas a o seu pedido me levou a crer que
ele estava muito bêbado.
— Eu quero que você chupe meu pau.
— Tá maluco né, para de gracinha Kaio, é melhor ir dormir, bebeu
demais.
— Eu nunca beijei um homem Maycon, eu quero experimentar...
— Não, não, não... Agora sai do meu quarto. — disse tentando ser
racional, eu o amava, eu não sobreviveria se o provasse.
— Sim May... Vem aqui. — disse me puxando e se aproximando da
minha boca, meu corpo logo se excitou, ele era lindo, seu perfume me
inebria, me deixava fácil, totalmente entregue.
— Kaio, vai se arrepender amanhã e eu não quero complicar as
coisas entre nós.
—Você me deve isso. — disse colando seus lábios aos meus. — Vem
May...

Ele pede baixinho e manhoso e eu não resisto fraco e rendido o beijo,


ele agarrou um punhado do meu cabelo e me beija voraz, ele afasta minha
boca da sua e leva minha cabeça para a curva do seu pescoço, eu o cheiro,
lambo, beijo, ele tirou sua camiseta e eu beijei seu peito, seu cheiro me
deixando louco, ele me empurra suavemente para baixo e abri suas calças,
olho para cima e seus olhos estão fechados, mas ele abre e me encara.
— Deixa pra lá, não quero te obrigar a isso. — Diz tentando se
afastar, mas eu não permito, eu é quem não iria quebrar o ditado "ajoelhou
tem que rezar" então decidido falei:
— Eu quero, sempre quis... — peguei seu pau e o acariciei, era lindo,
branco e a cabeça rosada, eu lambi toda sua ereção, e o meti inteiro na
boca.
Ele gemeu rouco, e começou em um ritmo certeiro a foder minha
boca, ele gemia e acariciava minha cabeça, dizia ter imaginado isso por
várias vezes, e depois que gozou, me ergueu e me beijou.
Na semana seguinte depois de ignorar o assunto por dia ele chegou
em casa com a Flávia em seu encalço, ele se sentou e ela sentou em seu colo
e aquilo me feriu, eu tive inveja de uma mulher, coisa que nunca me
aconteceu na vida, eu queria ser ela ali sentada no colo dele, recebendo seu
carinho.
Depois decidi esquecer e seguir com a minha vida, depois de três anos
comecei a sair com Kevin e Kaio ficava furioso, com raiva, e me atacava com
palavras, ele era confuso eu não sabia o que ele queria de mim, então na noite
do meu ataque eu marquei de sair com Kevin, e Kaio me viu arrumado e
começou a me encher, eu tentei remediar, odiava ficar brigado com ele, então
o convidei para assistir um filme comigo, ele foi grosso, disse que não tinha
tempo para viadagens, e que ele sairia para comer a Flávia e que se eu
quisesse que arrumasse outro para dar.
Aquilo me feriu mais do que imaginei, eu sai e o deixei lá plantado, e
sai com Kevin, mas o destino nos pegou na curva, e toda tragédia se abateu
sobre nós, quando tive alta, Kaio colou em mim, ficou cada segundo comigo,
só dormia no meu quarto e me fazia carinho, prometeu que a partir desse dia
ele não me deixaria e não deixou, ele teve um conversa com Flavia e não
consegui me sentir mal pelo fim do relacionamento deles, apesar de já estar
desconfiado dos olhares furtivos que ela trocava com Felipe, eu me mantive
na minha e guardei as desconfianças que rondava minha mente.
Mas agora eu não sei o que somos, Kaio e eu dormimos juntos,
transamos, ele me dá carinho, mas está tudo confuso.
Levanto-me para tomar um banho, quero começar a me preparar para
voltar ao trabalho o quanto antes, entro no chuveiro e deixo a água cair
enquanto me lavo, não demora muito Kaio está dentro da ducha comigo, ele
sorri e me beija como qualquer casal comum, mas será que somos mesmo um
casal?
∞∞∞
Ele me abraça por trás e toca em meu pau e o sinto enrijecer, ele se
encaixa em minha entrada e geme em meu ouvido, Kaio me agarra forte e
entra e sai quente e gostoso, ao mesmo tempo em que me fode ele me toca
me levando a um gozo arrebatador, ele bombeia mais algumas vezes e goza.
— Caralho... Melhor sexo da minha vida.
— Para mim também foi. — digo saindo, depois de me lavar.
— O que foi? Está pensativo.
— Eu... Kaio o que nós temos? O que somos? O que eu sou para
você?
— Uauu! Quantas perguntas pela manhã.
— Esquece. — digo saindo então ele me segura.
— Você é o meu namorado, meu companheiro, achei que estivesse
claro. — ele diz sério vestindo a camisa.
— Você nunca falou, ou pediu...
— É isso quer May? — ele pergunta e tudo dentro de mim grita
lógico.
— Lógico. — falo em um bico e ele se aproxima e pergunta.

— Maycon quer namorar comigo, ser meu companheiro? Você sabe


eu sou chato e vivo perdendo minhas coisas, e organização não é meu forte...
Quer ir morar comigo? — ele solta uma rajada de informações que me deixa
no chão.
— Eu aceito, aceito muito.
— Eu te amo May. — ele diz e me beija.
E eu também o amo, amo muito, e agora enfim talvez eu possa ser
feliz, já diziam que depois da tempestade o sol sempre nasce e dessa vez o sol
nasceu para mim, para nós para o amor.
∞∞∞
FELIPE
Chego em casa depois de toda correria, vou tomar um banho
demorado e tirar toda exaustão, vejo meu pau ficando duro e porra o safado
não abaixa nem com toda confusão do mundo, tento me aliviar, mas não
quero pensar em Tatiana, seria uma traição com James, apesar de nos
conhecermos a pouco eu sei ser leal aos meus amigos, e James agora é meu
amigo.
Então penso na megera, como ela gostosa e tenta me dominar, quando
sinto que vou gozar a campainha toca, eu poderia ignorar, mas são tantas
tragédias que não posso bobear, quando abro a porta uma cabeleira loira e
insana entra em minha casa.
Ela me olha e não diz nada apenas se joga em cima de mim e eu a
seguro, ela puxou minha toalha e se esfregou toda safada em mim, eu a desço
do meu colo e fico atrás dela, toco em seu pescoço e beijo sua orelha por
cima dos cabelos dourados e quem tem um cheiro maravilhoso.
— Eu quero você. — ela diz tentando se mostrar mandona.
— Quer é?
— Quero sim, eu posso dominar você, deixar você... — não deixo que
ela termine e falo
— Vem aqui Flávia, vem me dar essa bocetinha. — digo excitado
demais para uma conversa.
E ela vem, pelo curto caminho a mim, tira a roupa, e me empurra,
fazendo-me sentar na poltrona, ela se encaixa no meu pau totalmente
habilidosa, sobe e desce, uma mão arranha minhas costas e a outra aperta
meu pescoço, eu sorrio da sua intenção de me dominar, mas ela me
surpreende ao me dar um tapa na cara e se curva para morder meu mamilo
me fazendo urrar de prazer, meu clímax se aproxima e eu bato de encontro a
ela para chegar até lá.
— Ah... Porra! — ela gritava ensandecida.
— Caralho Loirinha, nunca meti tão gostoso, porra! Ninguém nunca
apertou meu pau assim... Eu vou gozar logo.
Ela se ajoelha em minha frente e chupa minhas bolas, suas mãos
apertam minha bunda, ela enfia meu pau na boca, e um dedo entra em mim,
ela sabe do que eu gosto, sem nem mesmo eu falar, me estimula, e está tão
gostoso, mas eu levanto, a coloco de quatro e entro dentro dela, bato fundo e
ela grita. Então em um ritmo louco ela goza e eu me desmancho em seu
prazer.
Depois de um banho ela já está pronta, toda lindinha, eu nunca havia
reparado em outra mulher fora a Tati, mas agora olhando bem Flávia é um
espetáculo.
— Hoje à noite vamos jantar, te pego às oito. — ela diz séria, e eu
acho que ela está realmente levando a sério a história de dominadora.
— Vamos é? — eu zombo e ela permanece séria fazendo algo no
cabelo.
— Sim e se não quiser ser castigado não se atrase.
— Eu gosto de ser castigado. — digo ela vem se aconchegando em
meu abraço, uma sensação gostosa me domina e ela diz.
— Eu gosto de castigar. — diz sorrindo e me beija, e tudo parece
estar no lugar.
Eu sinto que tudo está no lugar.
∞∞∞
Capítulo 36

Somente uma vez na vida havia me sentido impotente, logo que


Tatiana me deixou e eu não a consegui encontrar no dia seguinte em sua casa,
nem na semana seguinte, no mês seguinte ou nos próximos anos, aquilo
acabou comigo, eu sabia do meu filho e eu havia afastado os dois de mim,
mas depois eu os reencontrei, obtive a minha redenção e então toda essa
merda surgiu contra nós, e novamente me senti impotente.

Não pude salvar minha Morena, nem estar lá por ela, mas agora que
ela está a um quarto de mim nada vai me impedir de ficar junto dela, lhe dar
carinho e conforto, nem mesmo o corte em minha barriga.
Saio da porta do meu quarto e olho para os lados, está bem deserto
exceto por algumas enfermeiras que passam de um lado ao outro, eu seguro
no suporte de ferro e vou olhando os nomes na porta até que bem pertinho do
meu eu a encontro, entro bem devagar e vejo Kaio dormindo na poltrona, eu
ouço um, fungado, um choro baixinho e reprimido, ela está toda encolhida e
isso me mata mais um pouco.

Vou até ela sem perder tempo e deito atrás, puxando-a para que ela se
encaixe em mim, a porra do corte dói que é uma desgraça, mas eu não me
importo, ela se vira e chora mais alto e eu abraço mais forte, para que saiba
que estou aqui, que nada mudou e que agora eu darei tudo para que ela seja
feliz.
— Eu... Eu a matei James. — Ela diz chorando.

— Eu sei. Tudo vai ficar bem.


— Eu sou uma assassina.
— Não é você só se defendeu, eu e qualquer um teríamos feito o
mesmo no seu lugar.
— A filha deles vai crescer orfã por minha culpa.
— Não, ela perdeu um pai que nunca teve, Boris nunca se importou
com a família, ele era um doente e mãe dela virou uma doida psicótica, então
nada foi sua culpa.
— Eu vou ser presa? — ela indaga como uma criança indefesa.

— Nunca, você só se defendeu você vai para casa comigo, vou buscar
o Matteo e seremos felizes.
—Obrigada amor... — ela diz sonolenta.
— Eu que tenho que agradecer, você me fez mudar, me fez um
homem melhor.
Eu a olho e ela já dorme tranquila, seco as lágrimas derramadas e me
aconchego para dormir com ela, até a hora que uma enfermeira me arraste
daqui.
∞∞∞
Assim que eu tive alta, pedi para que meu pai trouxesse Matteo para
casa, eu queria muitas coisas para o meu futuro com Tatiana mais antes eu
tinha que me recuperar, então quando Matteo chegou à alegria reinou.
Tatiana se transformou, era pura alegria, meu pai não para de dizer
que estava orgulhoso por eu ter reconquistado a minha família. Felipe veio
nos visitar e disse estar desenrolando um lance com a Flávia. May se mudou
para a casa do Kaio e assumiram seu relacionamento para todos, e eu estou
com uma surpresa para minha Morena.
Eu a fiz sofrer, a humilhei, e sei que ela ainda fica meio insegura
quanto as minhas intenções.
Quando o médico me liberou do repouso nós fomos ao shopping
comprar algumas coisas que precisávamos, eu notei seu desconforto quando a
puxei para andar de mãos dadas comigo. Tati me olhou como se analisasse se
eu estava com vergonha dela, então eu abracei e andei o shopping todo
colado ao seu redor, no fim ela desencanou e se divertiu, fizemos compras e
comemos, levamos Matteo para brincar e estávamos unidos, nossa família
estava finalmente unida.

Nas duas semanas seguintes Flávia insistiu para que eu desse uma
entrevista em seu programa, falando sobre o ataque e sequestro da Tatiana, eu
não queria para não deixar Tatiana desconfortável, mas então combinei que
as perguntas seriam aprovadas por mim e ela aceitou, então decidi usar a
entrevista a meu favor.
— Tem certeza que se sente bem em ir Morena, eu não quero que se
sinta obrigada, sei que ainda está mexida com tudo...
— Eu estarei com você, e em breve vamos embora, não é? Então não
vamos nos preocupar.
— Quer mesmo ir para Washington?
— Quero ir para qualquer lugar com você. — ela disse confiante e eu
agradeci aos céus por ter essa mulher ao meu lado.
Quando a entrevista começa eu me mostrei calmo, a cada pergunta eu
olho para minha Morena na primeira fileira da plateia. Flávia pergunta sobre
tudo e por último sobre a mãe de Matteo, vejo Tatiana se mexer na cadeira e
eu lhe lancei um sorriso, acho que ela pensa que irei escondê-la, mas isso
nunca mais acontecerá.
— Bom à mãe do Matteo é uma mulher especial, ela era doméstica na
minha casa quando me apaixonei por ela, mas naquela época eu era um
babaca. — digo e plateia vai aos risos.
— Mas vocês se separaram não é, e só conheceu seu filho há pouco
tempo?
— Sim, como eu disse, era um babaca, mas eu a amava demais, passei
três anos procurando à fujona, ela tinha motivos para me querer longe, mas
então aos poucos ela me perdoou, passamos por tudo isso, as ameaças e o
sequestros e também o ataque e agora estamos bem, ela é o amor da minha
vida, e dentro de um mês vamos embora, estou abrindo uma filial da minha
empresa em Washington e minha família vai comigo, mas antes de ir eu
quero fazer um pedido importante. — olho para Flávia que sorri.
— Tatiana poderia vir aqui no palco. — Flávia a chama e Tatiana fica
pálida na hora, mas vem, imagino que deva estar tremendo, quando ela chega
e cumprimenta Flávia eu a puxo para o meu lado e lhe dou um selinho para a
acalmá-la.
— Essa aqui é a mulher da minha vida, como eu disse eu fui muito
ruim para ela no passado, e ela com seu bondoso coração me perdoou, eu
jurei que se saísse vivo de toda essa tragédia que nos seguiu eu a faria minha.

Uma onda de suspiros tomou conta do estúdio, Tatiana estava com os


olhos arregalados em minha direção, olho para Flavia lhe dando sinal e ela
segue nosso combinado, pétalas vermelhas caem enquanto eu me ajoelho na
frente da minha Morena, seus olhos que eu tanto amo estão cheio de lágrimas
e dessa vez eu não a fiz chorar de tristeza, mas sim de felicidade.
— Morena, eu sei que passamos por muita coisa, eu magoei você de
uma forma que nunca vou me perdoar, eu nem merecia seu amor e carinho,
mas eu os quero. Eu sei que pode parecer rápido, e eu não quero te pedir para
que se case comigo no futuro, eu quero que se case comigo hoje, eu já
reservei nosso horário no cartório na esperança de você me aceitar, May já
cuidou do seu vestido e se depois você quiser igreja e vestido branco eu te
dou tudo, mas hoje eu quero que seja minha, sem esperar mais...
— James... — ela soluça em um choro baixo só ver Matteo entrar em
um terninho igual ao meu e uma placa escrito: Mamãe aceita o papai.
— Me aceita Morena, casa comigo hoje, seja minha para sempre, eu
não posso mais esperar porque eu te amo. — um silêncio se fez presente em
expectativa e Matteo foi minha última carta, se não for agora não vai mais.
— Eu aceito, eu amo você! —Ela diz e eu coloco o anel que comprei
em seu dedo, ele tem um rubi vermelho, porque vermelho é a nossa cor, eu
me levanto e a puxo para um beijo e a plateia grita e aplaude nosso show.
— Eu não tenho vergonha de você, eu tenho muito orgulho, amo você
demais, você é tudo que eu tenho você o nosso filho. — Sussurro em seu
ouvido e ela me abraça.
Saímos dali e fomos direto para o cartório, lá May já nos esperava
com um vestido novo em mãos e logo levou Tatiana para o banheiro para se
trocar, lá cumprimentei meu cunhado, Felipe também estava presente e meu
pai já estava ansioso, se Tatiana tivesse me dito não, ia ser difícil para mim,
mas agora ela aceitou e isso me faz um homem completo.
∞∞∞
Tati volta mais linda do que nunca em vestido longo, e um buquê
delicado em suas mãos, May não perde nenhum detalhe, entramos e o juiz
fala lindas palavras, fazemos nossos votos e Tatiana fica muito emocionada,
o juiz faz a pergunta e eu aceito, aceito Tatiana González e agora Johnson
como minha esposa e ela me aceita, mas eu já era seu, sempre fui.
Agora ela me aceitou e eu aceitei, nossa família, nossa felicidade e o
nosso amor.
∞∞∞
UM MÊS DEPOIS...
Estávamos com tudo pronto para mudança, exceto por Tatiana que
começou a se sentir mal, eu queria me certificar que ela estava bem, ir para
outro país requer uma grande adaptação, ela começou a estudar inglês e
Matteo também, é difícil recomeçar em outro lugar e ela doente estava fora
de cogitação, todos nossos amigos adoraram a ideia de ficarmos mais um
mês, e eu aproveitaria e levaria Tatiana ao médico, precisava ter certeza de
que estava bem.
O médico a examina e depois de uma série de exames ele nos olha
com uma cara nada boa, sinto um medo aterrador de que ela esteja realmente
doente.
— Olha a notícia que eu tenho deveria ser boa, mas no caso de vocês
não é, a senhora está grávida, de oito semanas. — o médico diz e meu
coração se enche de alegria, Tatiana continua séria e eu me toco de a notícia
não é boa.

— Mas o que houve. O bebê não está bem? — ela pergunta aflita e
pelo olhar do médico toda esperança se esvai.
— Seu filho tem uma anomalia genética, ele pode nascer com uma
síndrome leve ou com má formação, ele pode ser uma criança saudável, mas
pode viver preso em uma cama para sempre, dependendo de cuidados
médicos e para ser sincero ele pode nem sobreviver até os três anos de vida,
tudo vai depender dos próximos exames.
Eu não posso acreditar! Eu não aceito!
— E o que devemos fazer? Pode ter um tratamento fetal que o ajude
ainda dentro dela, que de força para crescer até a hora do parto, o que nós
podemos fazer? — eu pergunto exasperado, eu só posso está pagando meus
pecados, não é justo com a minha Morena, nem com meu pequeno bebê.
— Eu posso indicar uma interrupção da gestação, até às doze semanas
é possível, se passar desse período o procedimento não é mais possível, e se
ele nascer terá oitenta por cento de chance de viver preso em cima de uma
cama, respirando por aparelhos e se alimentando por sondas, mas como eu
disse somente os próximos exames vão dizer como será o futuro do seu bebê.
— Não! — grito chamando atenção dos dois. — Eu não vou matar
meu bebê, de jeito nenhum!
— Eu vou deixar vocês a sós. — o médico diz e sai.
— James, o nosso filho terá uma vida horrível, vai viver sofrendo
preso a uma cama, com dores horríveis, isso não é vida amor...
Ela diz chorando, desesperada, quem não estaria depois de ouvir isso
de um médico?
Eu me ajoelho em suas pernas, encostei minha cabeça em sua barriga
e choro como nunca chorei, é uma dor inexplicável, eu nem sabia que ele
existia, mas agora ele está ali.
— Eu não posso Morena, ele é nosso filho, nosso bebê...
— Ele vai sofrer... — ela diz.
— Tem vinte por cento de chance de ele ter uma vida boa, eu acredito
que ele vai ter uma vida normal, eu vou fazer de tudo, vou dar o melhor
tratamento a ele, mas eu não posso matar meu filho, por favor... Diz que está
comigo, eu não posso concordar em matar ele. — digo já desesperado,
chorando, ela me abraça e beija meus cabelos e diz.
— Estamos juntos nisso, vamos enfrentar tudo que vier, eu você e
nossos filhos, vamos dar o nosso melhor para o nosso bebê, não vamos tirá-
lo, ele é nosso. — ela diz acariciando meus cabelos.
— Obrigado amor, eu vou estar com você, vamos passar por tudo
juntos, vamos deixar a viagem para um futuro próximo, agora vamos cuidar
de você e do nosso bebê.

Ela me abraça e eu sinto dentro de mim que tudo dará certo, é uma
nova fase para nossa vida, e eu vou cuidar para que sejamos felizes, cuidarei
dela e dos nossos filhos, eu sei que ele estará bem, eu acredito nos vinte por
cento, nosso bebê estará bem e nós estaremos bem.
∞∞∞
Capítulo 37

Nada na vida real é fácil, às vezes estamos completamente felizes e às


vezes uma grande tristeza nos assola, quando médico me disse com aquele
olhar triste que eu estava grávida eu sabia que tínhamos problemas, e no
momento em que eu soube que meu bebê tinha uma anomalia genética tudo
em mim desabou, eu não esperava estar grávida, mas com todas as coisas eu
devo ter esquecidos de tomar o remédio, é claro que um filho é motivo de
maior alegria, mas saber que ele pode sofrer uma vida toda, ou que podemos
perdê-lo, um bebê tão indefeso e que pode sofrer, James está mais do que
confiante ele tem total certeza que tudo dará certo, mas sei que no fundo está
tão ou mais apreensivo do que eu.
Hoje vamos fazer um ultrassom, eu já completei doze semanas e me
sinto bem. James anda todo cuidadoso, me fez procurar um novo especialista
em obstetrícia e me segue por toda a casa, nem para usar o banheiro eu tenho
paz, não me deixa pegar o Matteo no colo, então ele divide seu tempo entre
nós dois, ele delegou funções em sua empresa para que só se preocupasse
com a gente, ele também contratou uma equipe de mudança para a casa nova
que escolhemos, ele fez questão de que um corretor viesse em casa me
mostrar tudo, então logo mudaremos para casa nova e eu só posso observar,
por que se eu pegar um vasinho de flor James já fica nervoso e preocupado,
nem tem motivos para isso, mas com ele não há discussão.
Já no consultório eu sinto certo medo em meu encalço, mas James me
passa tranquilidade e eu sei que independente de qualquer coisa, tudo ficará
bem. Visto a camisola e me deito à espera da médica, James me lança um
sorriso lindo e acaricia minha barriga, ele diz não querer perder nada, quer
sentir os primeiros chutes e ver o bebê se mexer em minha barriga, ele ainda
não se perdoou por todo nosso passado, mas sei que quando esse bebê nascer
e junto do Matteo ele conseguirá encontrar a paz que lhe falta.
— Bem o exame que vamos fazer hoje vai identificar qual tipo de
anomalia genética seu bebê tem, antes vamos ver como ele está tudo bem? —
a doutora Nádia pergunta calmamente nos passando tranquilidade.
A médica pega um aparelho de ultrassom transvaginal e cobre com
um preservativo, ela acrescenta o gel e tudo isso é sobre o olhar atento de
James, ele não diz nada, mas observa cada detalhe, a médica nos mostra
algumas partes do corpo que são bem visíveis, ouvimos o coraçãozinho
batendo forte, olho para James que não disfarça o quão emocionado está, seus
olhos estão marejados e ele seca a todo instante.
— E como ele está?
— Maravilhosamente bem, todos os órgãos estão se formando dentro
do esperado, mas ele ainda sim é um bebê muito especial.
— Ele vai morrer? — James pergunta.
— Não senhor Johnson, seu bebê não vai morrer, ele tem Trissomia
do cromossomo 21, é bem conhecida como Síndrome de Down, a Síndrome
provoca uma aparência facial diferenciada, ele vai ter atrasos no
desenvolvimento, entre muitas outras complicações no decorrer do seu
crescimento, mas com acompanhamento e tratamentos vai ser uma criança
saudável, muitos portadores do Cromossomo 21 têm uma vida normal,
estudam, trabalham, namoram e se casam, esse bebê pode ser totalmente
independente.
— Eu quero saber tudo e que nós podemos fazer os tratamentos... —
ele me olha com um sorriso de orelha a orelha e continua — Se há algo a se
fazer por ele ainda na barriga dela eu quero, quero o melhor, nosso bebê será
independente.
— Eu vou indicar um especialista em medicina fetal para acompanhar
o perto, depois quando ele nascer, junto do pediatra a vários auxílios para o
desenvolvimento, desde terapia ocupacional, fonoaudiologia e fisioterapia,
bem há uma infinidade de tratamentos, confiem que vai dar tudo certo,
aguardo vocês na próxima consulta assim já saberemos o sexo do bebê.
— Muito obrigada doutora, e Tatiana está bem? Nenhum risco ou...
— Nada senhor Johnson, vejo que é um papai ansioso, fique
tranquilo, eles estão bem.
James solta um suspiro aliviado e depois de pronta vamos pegar a
série de fotos e a gravação que James solicitou.
Depois de chegar em casa e contar a notícia para nossos amigos e para
Jorge o pai de James eu vou tomar um banho para descansar, quando entro no
quarto já mais relaxada, vejo James concentrado em seu computador, me
aproximo e beijo sua panturrilha e logo tenho sua atenção.
— Aquilo lá... Doeu Morena? — ele pergunta sério.
— Aquilo...
— Aquele negócio para ver o bebê, é tão grande, fiquei com medo de
machucar o nosso bebê, ou que estivesse te machucando, mas como não
comentou...
— Estou bem James, e não doeu, apenas um desconforto, a médica foi
cuidadosa.
— Ah, sim. Falando em médica, eu processarei aquele médico, quase
matamos nosso bebê, ele nos colocou um medo enorme e sugeriu que
matássemos...
— James os primeiros exames e indicaram à má formação, ele disse
que poderia ser uma síndrome leve, como poderia ser muito pior, tivemos
muita sorte.
— Não foi sorte, foi Deus, eu pedi pelo nosso bebê, eu sabia que ele
seria saudável, foi Deus Morena. — ele diz emocionado me puxando para o
seu colo.
— Você acredita James?
— Acredito, ele me devolveu você, me deu o Matteo e agora nos
presenteou com esse filho. — ele me olha com ternura, acaricia meus cabelos
e me beija, eu me deito ao seu lado e ficamos ali entre beijos e carinhos,
certos de que o melhor ainda virá.
∞∞∞
Tatiana estava cada dia mais linda com sua barriga enorme e redonda,
geniosa ela estava a todo instante pensando se havia escolhido o nome certo
para o nosso filho, ela queria mandar fazer umas coisas personalizadas com
nome, mas ela sempre achava que o nome não estava certo, ela já olhou listas
e listas de nomes e significados, agora mesmo ela está zangada porque trocou
novamente o nome, enquanto eu e meu pai riamos das caretas que ela faz
olhando para o celular.
— Amor para com isso, se estressar não vai fazer bem para o pequeno
James.
— O nome não vai ser James, eu sei que teremos um nome ideal eu só
não sei qual será ainda...
— Eu acho que deveriam por meu nome, eu posso morrer amanhã,
terão algo de mim para se lembrar. — ele diz rindo, mas Tatiana o encara
séria, e então começa a chorar, eu não entendo isso de hormônios, ela passa
de nervosa a chorosa, e eu não sei o que fazer a não ser lhe dar carinho.
— Ei, Morena, ele só está brincando. — digo e ela olha para o meu
pai e vem sentar-se ao seu lado o abraçando e chorando mais.
— Querida, eu sei que meu nome é feio, não precisa por ele. — Meu
pai diz tentando acalmá-la.
— Seu... Seu nome é lindo Jorge. — ela diz entre soluços. — Vai ser
Jorge, meu bebê vai se chamar Jorge.
— Pode ser Jorge Henrique assim ninguém vai caçoar por ter nome
de velho. — meu pai fala e quando acho que ela vai chorar ou mudar de
ideia, ela solta uma gargalhada estrondosa e abraça meu pai que se junta à
gargalhada, e eu expectador a tudo eu tiro meu celular e registro o momento
de descontração.
— Sogro você é brilhante, devia ter vindo ficar conosco mais cedo. —
ela diz contendo o riso, em seguida olha para mim com olhinhos brilhando e
diz. — Amor nosso filho se chamará Jorge Henrique, Matteo vem aqui saber
o novo nome do seu Maninho! — ela o grita alegre e eu jamais imaginei
tamanha felicidade.
∞∞∞
DUAS SEMANAS DEPOIS...
— James... James... — Tatiana me chama com uma voz chorosa que
faz todo meu corpo endurecer, eu a olho e seu rosto está molhado por
lágrimas o que faz meu nervosismo aumentar.
— Ei o que foi Morena, está com dor? — pergunto me levantando
para acender a luz.
— Tem algo errado James, estou sangrando. — ela diz chorando e
vejo o lençol manchado. — Ele vai morrer James? Está tão perto só mais um
mês...
— Ele não vai morrer, não vai, vamos para o hospital, está com dor?
— Sim. — ela diz.
— De zero a dez, como a médica ensinou, qual nível?
— Oito. — ela diz e desanda chorar, vejo como está suando, seus
cabelos grudados no pescoço e seu rosto pálido, sem pensar muito eu a cubro
com um hobby, e pego os documentos, pego ela em meu colo e vamos direto
para o carro deixando em casa meu pai aflito.

No caminho aviso a Maycon e Kaio, peço para avisarem a


desnaturada da mãe caso ela queria conhecer o neto, já que nos últimos meses
Tatiana tem se aproximado dela com conversas pelo celular.
Quando chegamos à doutora Nádia nos encaminha direto para o
centro cirúrgico logo depois de examinar Tatiana, eles a levam, para limpá-la
e prepará-la e eu vou vestir as roupas para entrar com ela, a médica disse que
a placenta descolou e que terá que fazer uma cesariana de emergência.
Já no centro cirúrgico tudo está pronto, Tatiana já está mais corada e
acredito que seja pela anestesia, minha Morena é forte pra caralho, aguentou
tanta dor e não gritou, ou me xingou, não, ela apenas sentiu medo pelo nosso
filho, assim como eu também senti, mas em menos de quinze minutos um
chorinho irrompe a sala. Não demora e eles se aproximam com meu filho
dizendo que ele está bem, grande e saudável, eles me entregam e eu choro de
emoção, tão pequeno e lindo, o coloco perto de Tatiana que chora
emocionada e eu penso como poderia ter aproveitado isso com Matteo, mas
agora não quero me martirizar, quero aproveitar cada segundo, para que tudo
se torne eterno em minha mente.
∞∞∞
MESES DEPOIS...
A cada dia Jorginho está mais esperto, os exames de audição e visão
foram ótimos, ele está perfeitamente bem, ele se tornou nosso xodozinho,
Matteo é o mais ciumento, não deixa quase ninguém tocar no irmão, ele é
protetor ao extremo, imagino quando crescer como será difícil de controlar o
gênio forte, ele é vigia do álcool em gel, ninguém toca no Jorginho sem que
ele tenha visto fazer a higiene, ele diz que seu avô o instruiu a cuidar do
irmão, então é isso que ele faz.

Nossa família se tornou pura alegria, até esquecemos toda tempestade


que passou. Meu pai veio morar com a gente em São Paulo, May e Kaio
resolveram se casar diferente de Felipe que engravidou a Flávia e ela se nega
a aceitar seu pedido de casamento, nossa família é uma grande loucura, aos
domingos sempre temos almoços reunidos feitos pela minha Morena, às
vezes a pego pensativa, sei que sente falta da mãe, mas a mesma se afastou de
nós, só fala com a filha pelo telefone, trocam mensagens e ela vê as fotos dos
netos, mas nunca veio conhecê-los. Tatiana nunca quis levá-los para o Rio,
então eu faço o máximo para lhe dar carinho e amor, para que ela não sinta
falta de nada.
∞∞∞
Entro em meu quarto depois de deixar os meninos dormindo no
quarto deles, e vejo minha Morena ajoelhada, mais gostosa impossível,
apenas com uma calcinha de renda preta do jeito que eu gosto e com sua
coleira no pescoço atada a guia, ela me espera, eu a admiro de longe, vendo
cada detalhe do seu corpo, Tatiana perdeu qualquer neura ou vergonha,
mesmo com as marcas que a gravidez deixou, ela não se esconde mais, ela se
exibe do jeito eu gosto, mas ela não faz para me agradar, ela se sente mais
mulher, mais poderosa como ela diz, e feliz com o corpo que tem, e eu mais
feliz ainda por tê-la ao meu lado.
— Então a minha Puta quer dá para o seu dono hoje? — eu indago
muito excitado.
— Sim senhor, eu quero muito.
— O que mais você quer, hum? Sua submissa safada, mão vive um
dia sem meu pau.
— Me bata senhor, use meu corpo, me dê prazer... — ela pede arfante
e excitada.

Eu a deito na cama e prendo sua perna direita ao seu braço, e faço o


mesmo trabalho do lado esquerdo a deixando imobilizada e aberta, pego um
chicote de tiras de couro e ataco em seus seios, ela geme gostando da
sensação, gostando da dor e aproveitando o prazer, acerto em sua barriga e
nas suas coxas, golpeio sua boceta e ela geme pedindo mais.
— Verde senhor, por favor...
— Eu vou te comer forte Tatiana, consegue ficar quietinha? Ou vão
saber que você é uma puta safada que chora alto no pau do seu Dom.
— Eu fico... Fico quieta. — ela diz, mas eu duvido.
Me posiciono na entrada encharcada da sua boceta e sem que ela
espere eu me enterro com tudo, meu corpo se arrepia com sensação
maravilhosa que é estar dentro dela, eu meto uma, duas três, e acerto sua
barriga, seus seios, bombeio mais vezes até ela estar implorando por mais,
então a viro de lado e devagar entro no seu cuzinho, logo Tatiana começa a
tremer, a safada é viciada em sexo anal, eu nem peço mais, ela sempre está
implorando, desejosa por mais.
Bato cada vez mais fundo a ouvindo dizer verde! Cada estocada ela
diz verde! E eu amo essa cor, eu amo essa mulher, sinto meu saco enrijecer
com a necessidade de gozar.
— Oh... Caralho, que delícia, vou encher esse cuzinho de porra! —
gemo metendo dois dedos na sua boceta encharcada enquanto ela geme
ensandecida.
— Verde! Amor eu vou gozar... Aí, agora...
— Então toma porra! Toma tudo, gostosa. — digo gozando louco por
ela.

— Eu amo tanto você, meu amor, meu dominador. — ela diz se


aninhando a mim depois que eu a solto.
— Eu também amo você demais, minha mulher, minha amiga, minha
perfeita submissa.
— É eu sou uma perfeita submissa.
Ela diz sorrindo e distribuindo beijos pelo meu queixo, eu a beijo lhe
dando carinho, usufruindo da felicidade que nos foi dada, eu não poderia
estar mais feliz, mais completo, eu perdi muito tempo, os magoei, mas os
reconquistei, e finalmente consegui minha redenção, agora eu só posso
agradecer, porque tudo está no lugar, onde sempre deveria estar, eu estou
completamente feliz com a minha família e tudo isso graças a minha perfeita
submissa.
∞∞∞
Epílogo

Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais...

Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores
Melhores no amor
Melhores na dor...

Vivemos esperando
O dia em que seremos
Para sempre

Dias melhores pra sempre!

Dias melhores — Jota Quest


Eu estava tão feliz com a minha família, eu sempre ficava triste por não ter
um pai mais agora eu tinha e ele era o máximo, ele tinha dito que não iria
mais embora e ele cumpriu. Comprou uma casa nova para a gente morar, e
agora eu também tenho um irmãozinho, ele é muito fofo, papai diz que ele é
muito especial e por isso temos que cuidar dele, eu amo demais e o ensino
todo dia a me chamar de maninho.
∞∞∞
DEZESSETE ANOS DEPOIS...
Meu aniversário de vinte e um anos finalmente havia chegado, minha
mãe estava exultante em casa preparando bolo e brigadeiros, ela adora
comemorações em família, tenho certeza que tio May e tio Kaio vão está lá
quando chegar, e também Tio Felipe e a Tia Flávia junto da Laura a filhinha
deles que é apaixonada pelo meu irmão Jorginho, que por sinal ainda está no
cursinho e eu estou indo buscá-lo.
Ele é outro que adora uma folia, e agora está todo metido com o curso
de programação de games que meu pai o inscreveu, meu irmão é muito
inteligente e o fato dele ter síndrome de Down não o limita a nada, ele desde
criança é bem ativo e centrado, com ajuda ele desenvolveu a fala facilmente,
e agora com dezessete anos é o meu orgulho, ele eu somos amigos irmãos,
ele é muito carinhoso com todos, mas nós dois temos uma ligação especial.
Quando crianças quando havia tempestades ou acabava a energia, ele
fugia para o quarto dos nossos pais, então um dia eu o disse que ele poderia
vir para minha cama e desde então somos grudados, ele me conta tudo até
uma garota da terapia ocupacional que ele diz estar paquerando, e isso sobre
garotas me lembra a loira que bateu no meu carro algumas semanas atrás, ela
pegou meu telefone insistindo para pagar os danos, eu argumentei que era
bobeira eu mesmo pagaria, mas ela insistiu.
Eu salvei o número e quando vi sua foto no chat de conversas, delirei
na hora, eu nunca fui um cara mulherengo, eu gosto de emoções fortes, de
aproveitar cada sensação, e eu queria isso com ela, queria prová-la e conhecer
ela como nunca conheci uma mulher antes, mas da mesma forma que ela me
seduzia em suas conversas ela me rejeitava, mas sou persistente, meu pai me
ensinou a nunca desistir do que queremos, e eu não vou desistir dela, Analice.
Chego ao cursinho no exato momento em que um garoto bem grande
empurra Jorginho o fazendo cair e derrubar seus óculos e livros, um fúria que
habita em mim surge me fazendo chegar em segundos até os garotos, sem
pensar em nada levantei o garoto pela camisa com ódio correndo em minhas
veias.
— Está maluco porra? Pede desculpas pra ele!
— Maninho... Deixa. — ouço a voz de Jorginho, mas eu não quero
deixar, ele é meu irmãozinho eu tenho que defendê-lo.
— Qual é cara, a gente estava só brincando, escuta o seu irmão...
— Qual é? Eu devia socar sua carinha de merda! — grito vendo a
hora de socá-lo, até que outra voz surge me chamando.
— Matteo, o que está acontecendo aqui? — Me viro e Analice está
amparado Jorginho que chora. Rapidamente solto o garoto e vou até meu
irmão.
— Ei... Calma mano está tudo bem... — digo baixo tentando acalmá-
lo, Jorginho detesta brigas e discussões, gritos e confusões o deixa
amedrontado.
— Não briga não Matt. — ele pede e eu acato, mesmo que eu queria
socar a cara desses palhaços.
— Tudo bem, vamos embora. — digo pegando suas coisas para sair
até que o garoto grande diz:

— Vai logo embora, mongoloide.


— Filho da puta! — Grito avançando novamente, então Analice entra
em minha frente e me abraça, seu perfume me embriaga e ela puxa minha
cabeça para a curva de seu pescoço, ainda tento me afastar, mas ela me
segura firme e não resisto em deixar um beijo ali, ela se arrepia e antes que eu
beije novamente seu pescoço, ela me afasta.
— Calma aí garotão, era só para acalmar essa fera aí... — ela diz
sedutora e atraente.
— Eu preciso de muito mais para acalmar minha fera. — digo
flertando.
— Maninho vamos embora? — Jorginho me interrompe já sorridente.
— Vamos sim. — Encaro novamente Analice. — Eu te ligo.
— Sei que liga. — Ela se aproxima de Jorginho dando lhe um beijo
na bochecha e diz. — Até mais Jorge.
— Jorginho... — ele a corrige sorridente e ela apenas lhe dá uma
piscadela.
— Vai ter que me contar de onde a conhece hein... — digo o levando
até carro.
— Está bom maninho mais só se me contar também.
— Contar o que garoto? — o indago me fingindo de sério e ele diz:
— Você sabe safado!
É eu realmente sei, eu a quero, ela é a mulher por quem eu esperei,
tenho toda certeza que é a pessoa certa, agora é só convencê-la disso.

∞∞∞

Os anos se passaram tão depressa, mas aproveitamos cada segundo,


tivemos uma vida boa e cheia de alegrias, Matteo acabou de se formar em
administração e há um bom tempo trabalha com James na empresa, Jorginho
estuda e está prestes a concluir o ensino médio, mas ainda assim ele faz
muitos cursos e atividades diferenciadas.
James ainda continua em pleno vigor, agora que vai completar
sessenta anos ele se sente velho, diz que vou perder o tesão nele, continuamos
na mesma fome sexual, com nossos jogos de dominação, eu com meus
quarenta e nove anos sou grata por ter James ao meu lado, ele é um marido e
pai maravilhoso, ele é nosso suporte, quando tudo se faz difícil ele nos coloca
para cima, quando seu pai faleceu foi um momento difícil, ele se abateu de
jeito que nunca o vi antes, mas com todo nosso carinho e apoio ele superou.

Eu o amo tanto, estar com ele e com nossa família é tudo para mim,
nossos amigos sempre por perto fazendo com que tudo se torne ainda melhor,
minha mãe ainda se mantém distante, eu a visitei com os meninos quando
fomos enterrar meu sogro, já que ele desejou ser enterrado ao lado de sua
amada. Mesmo assim minha mãe não amoleceu aquele duro coração e eu
voltei com a certeza de que não estava perdendo nada.
— O que tem de bom ai Morena? — James surge me agarrando.
— Brigadeiro no potinho, quer? — pergunto e ele ri safado.
— Quero beijinho. — ele diz.
— Está na geladeira.
— Eu quero o seu beijinho amor... — ele diz beijando e chupando
meus lábios, até que nosso momento é interrompido, para mim já é normal,
com filhos tudo é sempre tumultuado, mas eu amo cada detalhe dessa
sintonia familiar que nos cerca.
— Credo! — Jorginho diz.
— Credo mesmo, as crianças já chegaram. — Matteo diz.
— Crianças grandes demais, você mesmo Matt já faz crianças...
— Eu não, quem vai fazer é o Jorginho que já tem namorada. — ele
diz e eu engasgo.
— Não fui eu quem levou fora da minha terapeuta. — Meu caçula
diz.
— Mano fica quietinho. — ele diz escondendo algo.
— O que foi, por que não pode falar dessa mulher, ela já é formada, é
a terapeuta do seu irmão?
— Mãe não é nada, eu nem sabia que ela era terapeuta do Jorginho...
— O maninho gosta de mulheres mais velhas. — Jorginho diz e corre
seguido por Matteo, que o segue brincando, e eu fico ali, chocada, e entalada
com o brigadeiro na garganta, até que sinto a mão de James sobre meu
ombro.
— Eles cresceram Morena.
— Não era para crescer... Mulheres mais velhas?
— Mas é assim que é, vamos esquecer isso quero mais beijinho. —
ele diz beijando meu pescoço.
— Fizemos um bom trabalho? — pergunto.
— Fizemos sim, e foi maravilhoso.
— Velho tarado! — brinco o agarrando.
— Submissa safada. — diz estalando um tapa em minha bunda.
— Vai ter que falar com Matteo, ele agora naquele apartamento que
você deu, vai virar um puteiro.
— Duvido, Matteo é calmo, melhor é se preocupar com Jorginho, ele
sim é namorador.
— Não fala isso do meu bebê, ele nem tem dezoito ainda. — reclamo.
— É o que eu estou dizendo Morena, nem tem dezoito. — ele diz
caçoando de mim.
Ele me abraça e me beija e felicidade aqui reina.
∞∞∞

— Estou indo conversar com Matt. — digo para minha Morena, que
já está deitada, mas com a preocupação evidente em seu olhar por causa da
ligação que recebemos do cursinho do Jorge, avisando que nosso filho mais
velho quase agrediu um dos alunos da instituição.
— Tudo bem, veja o que aconteceu, porque Matteo é muito calmo, sei
que ele contém sua fúria e tenho medo de que um dia isso exploda e nós não
possamos ajudá-lo. — apenas concordo e vou atrás do meu filho.
Quando chego à porta do quarto ouço sua risada alegre e
descontraída, hoje ele estava alegre em seu aniversário com todos nossos
amigos, mas essa risada é diferente, essa eu conheço, é a risada de um
homem encantado por uma mulher, dou dois toques na porta e o escuto se
despedir.
— Entra pai. — ele diz ao abrir a porta para mim.
— Podemos conversar filhão? — pergunto.

— Filhão? Sério pai, cadê o Matt ou filho, até Matteo... — ele diz
rindo da minha cara.
— Vocês filhos são horríveis quando crescem. Você me chamava de
papai e eu chamava você de filhão. — digo reclamando.
— Está bom papai, qual o motivo do senhor deixar dona Tatiana no
quarto há essa hora para vir aqui?
— Se sua mãe escuta isso, arranca seu pinto.
— Credo cadê o senso de humor? — ele brinca se fingindo de
ofendido.
— Filho agora é sério, por que quase bateu em um aluno no cursinho
do Jorginho?
— Ah... Isso, ele empurrou o Jorginho no chão, e ficaram rindo e
ofendendo ele chamando...
— Chamando?
— De nomes idiotas por causa da síndrome e eu não aceito, ele
poderia ter se machucado, eles o empurram com força, seus óculos ficaram
caídos e ele ficou perdido até encontrá-los.
— Filho eu sei que é difícil, mas não podemos resolver na base da
violência, temos que conversar com diretora e com os pais do garoto.

— Eu sei, vou me controlar mais.


— Você está precisando transar, vai aliviar essa tensão já que nunca
trouxe uma namorada aqui eu pensei...
— Pai eu sou virgem, não vou transar agora. — ele diz eu engasgo.
— Filho, você é gay? Sabe se for não tem problema seu tio May e
Kaio...
— Não pai, não sou gay, não sei porque um cara virgem tem que ser
gay! — ele fala demonstrando certa irritação.
— Desculpe filho eu não quis soar preconceituoso, é só que na sua
idade eu já tinha transado com muitas mulheres e...
— Deixa a mãe ouvir isso e não vai ser eu a perder o pinto. — ele diz
rindo e eu não contenho uma risada, minha Morena é puro ciúme.
— Tem razão ela me mata.
— Pai eu ainda não transei não por falta de garotas, eu só quero a
mulher certa, para ter uma noite cheia de prazer, para ser uma experiência
sem igual, não para fazer sexo só por fazer, eu quero a mulher certa.
— E já encontrou. — eu afirmo e não pergunto.
— Acho que sim, ela parece perfeita.
— Quantos anos? — pergunto.
—Trinta e cinco.
— Porra! Tudo isso, sua mãe vai pirar.
— Pai a idade não tem nada demais.
— Eu sei filho, eu só estou surpreso e orgulhoso, deve ser um
mulherão.

— Ela é.
— Matt sua mãe vai pirar sabe disso né, ela vê você e seu irmão como
dois bebês, no mínimo vai achar que essa mulher quer abusar de você.
— Bom se ela quiser abusar eu deixarei. — ele fala sacana.
— Safado! — brinco lhe dando um soco no braço.

— Jorginho é quem vai dar problema, a Laurinha é xonada nele e ele


tá dando uns beijos numa garota lá da terapia. — ele conta me
surpreendendo.
— Laurinha do seu tio Felipe?
—E tem outra Laurinha na família?
— Meu Deus, vou ficar viúvo porque sua mãe vai ter um troço! —
Ele me lança um olhar amoroso e encerra o assunto. — Filho a conversa foi
boa, mas eu tenho que ir, sua mãe já deve estar aflita. Até amanhã no café.
— Até meu velho.
— Vou te mostrar o velho. — digo rindo e resolvi apelar. — Até meu
saco está em forma.
— Credo pai, você é nojento.
— Sua mãe me ama. — grito saindo de seu quarto.
De volta ao meu quarto como esperava Tatiana está sentada roendo as
unhas, me deito ao seu lado e começo explicar tudo, ela chora pelo
acontecido com Jorginho, faz mil e um planos, depois fica pensativa, até que
eu resolvo por um fim nisso.
Me deito sobre ela e ataco sua boca, beijei seu pescoço e sugando
seus seios a faço gemer, eu a penetro e ela me aperta, fazemos um amorzinho
gostoso sem dominação, sem brutalidade, só eu e ela perdidos no nosso
prazer, quando ela goza eu me desmancho em seu prazer, mais feliz
impossível por tudo que tenho ao lado dela.
— Amor será que devemos tentar ajudar os meninos, temos que
conversar e instruir ele, eu não quero ver meus filhos sofrerem. — ela diz eu
entendo.
— Eu sei Morena, mas o que podemos fazer é apoiá-los, eles devem
tomar as suas próprias decisões, é a história deles agora.
— Espero que construam uma história tão linda quanto a nossa. — ela
diz sorridente, com seus olhos gulosos que me fascinam.
— Eles vão Morena, e agora vamos aproveitar, vem me monta.
— Aguenta mais uma? — ela pergunta zombando.
— Quer que te amarre e espanque essa bunda para ver quantas eu
aguento mulher?
— Não eu domino agora! — diz me montando com os seios livres
balançando, eu os aperto puxando-a para me beijar e digo:
— Só você me tem Morena, só você me domina, eu amo você!
FIM.
BÔNUS ESPECIAL ANO NOVO
Hum!
Mas se um dia eu chegar
Muito estranho
Deixa essa água no corpo
Lembrar nosso banho

Hum!
Mas se um dia eu chegar
Muito louco
Deixa essa noite saber
Que um dia foi pouco

Cuida bem de mim


Então misture tudo
Dentro de nós
Porque ninguém vai dormir
Nosso sonho

Hum!
Minha cara pra que
Tantos planos
Se quero te amar e te amar
E te amar muitos anos

Muito estranho — Dalton

∞∞∞
7 Anos antes do Epílogo
Dormir com James e acordar com ele era tão bom era uma reação
natural nossa estar sempre juntos, era como respirar, não havia regra era
apenas viver a felicidade que tínhamos conquistado.
Matteo estava cada vez mais independente, era inteligente e cada vez
mais parecido com James, mas por dentro, seu jeito calmo e sereno, amável
com todos era todo meu jeito de ser, mas seu físico era James todinho, de
olhar para Matteo eu via James em todos seus traços.
Jorginho já era o contrário ele era um James mirim, tanto fisicamente
quanto na personalidade, tempestuoso e mandão, apesar de não gostar de
brigas e confusão ele ainda assim gostava de ser paparicado e Matteo era
quem mais fazia suas vontades, ele o mima em tudo é isso me deixa
orgulhosa, ter dois filhos lindos e unidos, adolescentes dão trabalho dizem as
pessoas, mas eu sempre digo: Não os meus, eles só me dão felicidade e amor.
Levanto-me para começar os preparativos da nossa comemoração de
Ano Novo, James saiu cedo para resolver um problema na empresa e eu
começarei a fazer o que mais gosto, cozinhar para minha família, hoje à noite
Kaio e May viram para comemorar conosco, e também Flávia e Felipe junto
com a pequena Laura que por sinal é uma cópia da Flávia, mas tem o jeito
doce romântico de Felipe, eles formam uma bela família e isso só fortaleceu a
grande família que nos tornamos.
Começo a preparação dos doces que são o ponto forte das
comemorações em casa, eles sempre. Brigam pelo o último pedaço ou último
docinho na mesa e eu me sinto lisonjeada por eles gostarem do que faço.
— Matteo! — grito para que ele possa correr no mercado para mim.
— Diga Mãe...
— Preciso que vá o mercado comprar aquele chantilly em spray que
eu uso e rápido tá?
— Posso ir de carro? — ele pergunta ansioso, desde que deixei James
o ensinar a dirigir ele quer fazer tudo de carro, até ir à padaria da esquina.
— De jeito nenhum, vai de bicicleta que é perto.
— Mas mãe... — ele resmunga.
— Nem mais nem menos, mas, é só um chantilly, não precisa ir de
carro.

— Mãe eu juro que não corro, eu já fui várias vezes deixa, por favor...
— Tudo bem, mas se quebrar minha confiança não vai ter conversa
Matt, eu confio em você entendeu?
— Obrigada Mãe, eu já sou homem feito, quase dezoito e você só tem
orgulho até agora. — ele diz se gabando.
— Espero que continue assim, agora aproveita que vai de carro e me
traz mais umas coisinhas. — digo anotando tudo para que ele não esqueça.
∞∞∞
Quase tudo pré-pronto para noite e eu continuo na cozinha, os
meninos na sala em uma disputa eterna no vídeo game, até que escuto o carro
de James para em frente de casa, coisa que ele nunca faz, ele sempre entra na
garagem, logo em seguida um segundo carro para também e as portas abrem
e fecham.
Ouço a voz de James e depois a voz de uma mulher. Até que eles
estão na minha cozinha, eu encaro a mulher em minha frente toda linda, alta e
esbelta, sua pele negra, seus lábios perfeitos e um cabelo em cachos perfeitos,
um sorriso perfeito, porra toda perfeita, eu olho rápido para o meu traje e
quero um buraco para me enfiar rapidamente, eu estou com um short velho
que parece uma calcinha já que deixa minhas coxas toda de fora, minha
camiseta de quando Paulo Maluf foi deputado em São Paulo, e porra isso
deve ter sido há trezentos anos, e para acabar, ela está repleta de farinha
assim como meu rosto deve estar.
Meus pés descalços só fazem acabar, eu pareço empregada da minha
própria casa, quem vai dizer que a mulher toda descabelada e com camiseta
de político de eleição passada é dona dessa cozinha enorme dentro dessa casa
luxuosa.
James nota meu desconforto e em passos largos ele já me tem em seus
braços, sem ligar para minha sujeira ou para seu terno caro, ele apenas me
agarra e me beija como se estivéssemos a sós.
— Oi Morena, essa aqui é a Léia, assistente do May. E Léia essa a
Tatiana minha maravilhosa mulher e cozinheira espetacular. — ele diz me
tecendo elogios e eu fico uma poça derramada de alegria por ele me enaltecer
tanto.
— Oi tudo bem? — digo indecisa se lhe estendo uma mão suja ou
não.
— Oi tudo sim, eu já a vi na empresa algumas vezes e também por
foto, é um prazer conhecê-la. — ela diz toda simpática.
— Amor eu trouxe a Léia porque tem alguns documentos de trabalho
aqui e May tirou o dia para ir ao orfanato com Kaio, e como eu não queria
perder seu almoço... Não se importa não é? — ele pergunta ainda me
abraçando.
— Não... Fiquem à vontade, já, já vou colocar a mesa. — digo
tentando sair dos braços grandes e fortes de James.
— Tranquilo Morena, eu coloco a mesa. — diz já tirando o terno e
dobrando as mangas da camisa.

Rapidamente ele arruma tudo na mesa e chama os meninos,


começamos a comer e James engata um assunto do trabalho com Léia e tudo
parece inteligente e eu me sinto tão deslocada e ciumenta. James não deixa
passar nada e logo sua mão possessiva está apertando minha coxa próxima
minha virilha, e eu finjo estar comendo como se nada estivesse acontecendo.
Já no final da tarde dou uma passada no escritório e vejo Léia
trabalhando com James, ele todo a vontade e concentrado nos papéis a mesa e
vejo Léia afastada sentada em uma poltrona também com trabalho em mãos,
mas seu olhar para James é um olhar apaixonado, admirado e como se
pagasse por ela.
Merda! Ela gosta dele.
Será que ele já notou que ela tem sentimentos por ele?
Será que ela já investiu alguma vez nele?
Meu James jamais me trairia, mas será que ele a acha bonita, ou
sexy... Olho para James que tem seus olhos fixos em mim, ele olha para Léia
e volta seu olhar para mim, ele dá um sinal com a mão me chamando e eu me
aproximo, quando chego perto ele bate em sua perna para que eu me sente,
olho para Léia que permanece agora olhando para os papéis em seu colo.
— Sabe que para mim não existe mulher mais linda e inteligente e
maravilhosa no mundo todo não sabe? — questiona sussurrando em meu
ouvido.
—Sei... — digo baixinho e lhe dou um selinho rápido na boca.
— Léia, acho que acabamos por hoje, na segunda você passa tudo
para o Maycon. — James diz todo profissional.
— Assim tudo bem, então eu já vou indo. — ela diz organizando suas
coisas.

— Se quiser passar o réveillon com a gente, sempre cabe mais um. —


Convido sendo sincera, não tenho por que ter ciúmes ou me sentir insegura,
sei que até mesmo com a camiseta do Maluf meu James me acha sexy e ainda
assim me ama.
— Muito obrigada mais terei que recusar, minha irmã veio para
passar comigo e deve estar me esperando.
— James você fez a coitada trabalhar no último dia do ano?
— Eu não, Maycon, ele a fez trabalhar, brigue com ele.
Ele diz fazendo um bico charmoso e caímos na risada.
A noite toda família reunida, nossos filhos juntos em uma bagunça só,
Flávia falando pelos cotovelos sobre seu programa sobre a vida das mães, ela
agora depois de ter a Laurinha já adolescente está grávida de novo, Felipe
está feliz por demais, o amor dos dois se fortaleceu e é tão lindo vê-los
juntos.
May e Kaio contam ao James sobre a visita ao orfanato que foram
eles sempre vão lá levar doações e brinquedos para as crianças, eles não têm
filhos, até agora não decidiram adotar uma criança, eles dizem que são pais
de todas as crianças que ajudam.
Eu fico ali admirando todos e agradecendo a Deus internamente por
tudo que ele me deu, uma família linda, e que mesmo com a correria do dia a
dia ele nunca deixa de passar por aqui para dar nem que seja um oi, nunca
esquecemos um aniversário, eu faço bolo para todos aniversariantes, esse ano
eu fiz o da Flávia como sempre faço, mas fiquei chateada quando Felipe quis
comprar um na doceria do centro, ele insistiu que não queria me dar trabalho
já que eu havia feito os doces, mas depois que Flávia descobriu a surpresa
disse que queria meu bolo, aí eu fiquei um nojo né, eu sou assim gosto de
fazer tudo para aqueles que amo, eles todos são minha família, minha perfeita
família.
Viramos mais um ano, e sei que este será como os outros, cheio de
alegria, amor e amizade, eu estarei aqui com James e ele estará aqui comigo.
∞∞∞

Entro em nosso quarto ele está na cama nu e tem uma mão presa à
cabeceira da cama com uma corda e sua outra mão acaricia seu pau já duro e
babado do seu líquido de tão excitado que está.
— Vem aqui Morena, eu sou todo seu, ninguém me tem, sei que ficou
com ciúmes hoje, mas não precisa ter, só você Tatiana me tem duro, só você
me excita.
Vou até ele é me sento em seu colo, beijo seu pulso com a corda e o
desamarro.
— Te excito até com minhas camisetas personalizadas de eleições
passadas? — pergunto rindo e ele joga a cabeça para trás caindo em uma
gargalhada alta e eu admiro seu corpo sarado e nu ali, só meu, todo meu.
— Sim me excita com essas camisetas, aliás, eu amo quando vejo
você com elas, amo ver sua cara de conforto quando veste uma e deita para
assistir um filme qualquer, e depois quando eu as tiro do seu corpo para amar
você mais uma vez...
— Eu quero me castigue senhor... — peço sabendo que isso o
enlouquece.
Ele me deita de lado e prende minhas mãos nas costas, depois com a
mesma corda ele dá duas volta por minha barriga e amarra, deitei com meu
peito no colchão e minha bunda está toda exposta para ele.

Passa alguns segundos e ele nada faz, até que sinto algo frio
pressionar meu ânus, conheço a ponta do plug anal, mas assim que ele coloca
sinto os pelos da cauda que cai sobre minha bunda.
— Porra! Que lindo esse cuzinho com um rabo, pronto para apanhar...
Balança pra mim Tatiana! — ele ordena sua voz e seu toque em minha pele
emana tesão.
Eu arrebitei ainda mais e balanço para ele, a respiração de James é
pesada e excitada, ouço quando ele tira cinto e acerta o primeiro golpe em
minha bunda.
Dois...
— Verde! — ele acerta mais forte.
Quatro...
— Verde...
Seis...

— Por favor, verde!


Oito...
— Verde!
Dez...
— Porra Verde! — grito necessitada.
Minha boceta encharcada pulsando, querendo seu pau, quero bruto,
quero a dor e, o prazer que só James me proporciona.
— Balança o rabinho pra mim safada, vem assim que eu vou te comer
gostoso! — ele diz e entra com tudo.

Seu pau grosso me preenche me dando a sensação maravilhosa de


prazer, ele se enterra com força em mim, segura a cauda rosnando palavrões
enquanto ainda estapeia minha bunda.
— Eu quero tentar algo, sempre quis fazer isso, mas hoje eu não
posso mais segurar Tati...
— Eu sou sua para fazer o que quiser me use! — digo ansiosa.
Ele vai até o armário do quarto e volta com algo em mãos, ouço
barulho de um isqueiro sendo acesso e ao invés de sentir medo eu fico mais
excitada ainda.
— ³Wax play, comprei algumas velas no dia do seu aniversário, mas
não achei que fosse o momento, mas hoje eu quero fazer isso com você, está
de acordo submissa?
— Sim senhor...
Ele alisou minha bunda avermelhada e entra em mim novamente,
minha boceta cheia com seu pau, e meu ânus com o plug, ele derrama a
primeira gota da vela em minha bunda, de início queima muito, mas logo
uma dor gostosa se apodera fazendo minha boceta se contrair apertando
James.
— Porra! Me aperta assim que eu vou gozar!
Ele diz e derrama mais gotas, cada gota que cai me deixa fora de mim,
eu me contorço e grito, aperto seu pau e minha boceta implora por libertação,
quando estou em meu limite James apaga a vela e mete com força, ele coloca
uma mão em frente à minha boceta e introduz dois dedos junto com seu pau
me deixando mais cheia do que nunca, seus dedos alcançam meu ponto de
prazer e meu corpo treme, e eu gozo, ejaculando, meus líquidos caem
molhando a cama e mão de James.

— Ahh... James!
— Caralho, isso... Na próxima vou meter um vibrador junto do meu
pau nessa boceta porra!
— Sim! Eu quero, mete amor! — grito louça enquanto minha boceta
jorra mais líquidos, é como se meu orgasmo nunca acabasse.
— Porra! Porra! Gostosa pra caralho! Ohh... Isso — James grita
gozando dentro de mim, então com tudo ele puxa o plug e lambe meu ânus
enfiando dois dedos ali, depois ele beija e lambe minha bunda ainda com a
cera da vela derretida.
Meu corpo trêmulo e suado está deitado nos braços do homem da
minha vida, ele sem dúvida é o meu amor, nunca seria feliz sem ele, James
me leva ao limite e me dá carinho, me dá segurança, paz e amor.
— Feliz ano novo Morena! — diz me abraçando deitados em nossa
cama.
— Feliz ano novo Amor!
∞∞∞
³Wax play: Brincadeiras com velas dão um clima mais misterioso à cena, e podem ser
usados no jogo. A cera derretida pode ser usada para torturar o parceiro. Claro, cuidados
devem ser tomados para evitar queimaduras sérias.
BÔNUS DIA DOS NAMORADOS

Olhei para o relógio já passava das 23h00min, Tatiana ainda não


estava em casa e isso me incomodou, já era rotina chegar e encontrar minha
Morena, já era costume ter ela me amando enquanto eu tomava banho, era
como um ritual.
— Matteo, sua mãe não ligou? Não avisou? — indaguei ríspido, mas
não pude controlar.
— Não pai, ela saiu à tarde disse que ia resolver um problema e só. —
meu garoto de 15 anos respondeu.
— Não é possível. Algo aconteceu, talvez ela tenha sido assaltada ou
até sequestrada! Porra! Vou ligar para polícia.
— Pai tem que ter calma, vou ligar de novo para mamãe.
— Já liguei e está desligado.
— Talvez acabou a bateria… Olha lá, deve ser ela. — Matteo disse
quando ouvimos um barulho de carro estacionar, corri para porta e me
deparei com uma versão mais nova de mim mesmo.
Era um jovem por volta dos 26 anos, cabelo e barba bem aparados,
vestia um terno fino e bem alinhado, o perfume impregnou toda entrada da
casa.
— Até breve Tati. — A imitação barata de galã disse.
Olhei para minha mulher toda gostosa em uma roupa social, bem
vestida e linda com os cabelos soltos, Matteo me encarou e ao ver meu rosto
correu para dentro e só ouvi a porta do seu quarto bater.

— Oi amor…
— ONDE CARALHOS ESTAVA? — gritei mais enciumado que
estava com raiva pelo horário.
— Ei, abaixe esse tom de voz!
— Então me diz onde minha mulher estava até essa hora com aquele
projeto de Fernando Colunga?
— Meu Deus James! Está com ciúmes? — ela indagou rindo.
Safada vai me pagar!
— Não, só estou encenado Tatiana! É lógico que estou com ciúmes!
— Não precisa amor, eu estava em uma reunião com pessoal da
franquia da minha padaria, aí meu carro quebrou e meu telefone tinha
descarregado, e o Jamie...
— Jamie? — indaguei incrédulo.
— O Jamie é um dos sócios, ele viu meu carro e parou Para me
ajudar, chamei o guincho e ele me deu uma carona.
Ela diz tranquila e eu a encaro nervoso.
— Filha da puta! — xinguei e ela sorriu.
— Posso entrar na minha casa agora senhor ciumento?
— Ah! Tatiana! Vai entrar sim. Vai entrar e subir e me esperar de
joelhos sua safada! — disse ela ainda sorriu.
Ela amava isso.
— Tudo bem senhor! De joelhos. — ela sorriu e subiu rebolando sua
bunda grande que me enlouquecia.

∞∞∞
Terminei amarrar seus pulsos e tornozelos deixando-a aberta como
um X. Tirei minha roupa e coloquei tudo que precisava no criado mudo.
— Não vai gritar muito, não quer acordar os meninos. — eu disse e
ela sorriu.
— Não vou amor, vou me comportar. — ela respondeu confiante.
— Está feliz Tatiana? Acha que vai sair barato seu passeio com
aquele garoto? Não viu que ele estava babando em cima de você?
— James ele só me deu uma carona…
— Me ligasse do celular dele!
— Ele se ofereceu, eu estava perto e…
— Eu não dou caronas para mulheres, não recebo carona…
— Me desculpe amor, não precisa ter ciúmes. Só você me tem James.
— ela disse e isso abrandou meu coração, mas ela ainda teria seu castigo.

Introduzi o vibrador sem fio e coloquei na altura do seu ponto G,


quando liguei na segunda velocidade ela arregalou os olhos sabia o que viria.
— Lembre-se Tatiana, sem gozar.
— James não! Amor…
Aumentei a potência e acertei sua boceta com palmatória, Tatiana
gritou e seu corpo retesou se esticando nas amarras.
— Desgraçado! — ela gritou eu acertei de novo.
Seu corpo suou e quando coloquei meu dedo em seu canal senti ele se
contrair, a safada ia gozar sem me avisa, parei imediatamente com tudo.

— Trapaceando Morena? Esqueceu como se joga?


— Não! Não! Não! James, não para eu estava quase... — ela disse que
liguei de novo.
— Quer gozar Tatiana? — perguntei vendo seus olhos se apertarem,
os gemidos contidos... Era a porra mais linda do meu mundo.
— Eu quero! Eu vou! — ela gritou e eu parei. — James! Não! —
exclamou.
— Não vai gozar, mas eu vou! Vou gozar muito nessa bocetinha
gostosa.
— Vai me pagar! Vou te amarrar James! Vou bater em vo... Ahh!
Merda!
Ela gritou enquanto eu metia dentro dela, o vibrador agora eu
esfregava em seu clitóris.
— Vai Tatiana? Vai mesmo? Porra! Que gostosa! — gemi batendo
fundo e forte.

— Humm... — ela gemeu se segurando mais sua boceta pulsou,


latejou e me apertou sai de dentro dela e ela protestou raivosa puxando as
cordas.
— Ahh… vou te dar o que você quer! Vou ter de dar Amor. — disse e
voltei com tudo.
Sua boceta me engolia e eu metia descontrolado, mordi seu seio e
depois seguir deixando minha marca ali, fui para o outro é fiz o mesmo,
chupei e mordi e ela gemeu.
Gozamos juntos e sua raiva abrandou. Soltei as cordas e ela me
abraçou, senti as lágrimas caindo enquanto ela me beijava.

— Eu te amo James, você é único para mim. — ela disse e eu a


abracei forte.
— Eu sei Morena! Também te amo mais que tudo, você me faz tão
feliz que não consigo dizer em palavras como você me completa, como me
faz feliz.

Ela me olha e então seu olhar desse pelo meu peito, ela paralisa ao ver
que onde existia uma letra T, agora está completo Tatiana, e o T puxava uma
ponta circulando o nome fazendo um símbolo do infinito.
— James! — exclamou passando o dedo levemente por cima.
— Feliz dia dos namorados Morena!
— Meu Deus! Esqueci! Me desculpa amor, não tenho nenhum
presente, nada…
— Você é meu presente, nossa família é meu presente.
— Mas você tatuou meu nome, isso merece algo altura. — ela disse
sorrindo admirando seu nome em meu peito, sobre meu coração.

— Eu ainda posso ter sua bunda, consigo outra tranquilo.


— Para de ser safado! Está acabando com o clima. — ela disse
sorrindo.
— Eu só sugeri. Porra é uma tatuagem, com seu nome. — apontei e
ela beijou de leve.
— Vou poder lamber? — indagou faceira.
— Quando cicatrizar vai poder, quantas vezes quiser.
— Você me faz feliz, me faz muito feliz. — ela disse eu beijei sua
boca e declarei.

— Você também Morena, você também.


∞∞∞
Agradecimentos

Quero agradecer a Deus por me guardar e manter de pé todos os dias,


por me dar força e coragem para vencer os obstáculos que a vida me impõe.
A minha família por todo apoio, mas em especial ao meu marido, que
enquanto escrevo esses agradecimentos, varre a minha sala e arruma a
bagunça que as crianças fizeram, sou feliz e grata por ter você ao meu lado e
mesmo sendo muito, mas muito estressada a maioria dos dias, amo nossa
família e tudo que seu amor me deu.
Á as todas leitoras fiéis que me acompanharam durante a jornada de
escrever Perfeita Submissa. Obrigada por serem maravilhosas, por todo
incentivo, carinho e apoio. E também por amarem e odiarem James com tanta
intensidade.
As adms dos meus grupos que sempre estão me ajudando e apoiando,
Mayara, Yaskara e Fernanda, obrigada por serem além de leitoras, serem
amigas e incentivadoras do meu trabalho.
Agradeço de coração a minha equipe rosa e superpoderosa que
sempre me ajuda com tanto carinho, por serem parceiras e amigas. A Maiara
quem me ajudou relendo e revisando meu trabalho Bianka minha Lady, que
com tanto carinho cuidou e cuida das minhas capas. A minha migles e
parceira Anny por organizar todo meu trabalho e além de revisar me ajuda e
me apoia com suas artes maravilhosas. E também minha amiga que considero
uma irmã, Thai para os íntimos, é assim que me considero, sempre me
ajudando em cada linha que escrevo e me apoiando a cada aventura.
E por fim agradeço a você que chegou até aqui, espero vocês na
minha próxima aventura!
Mil beijos, Dani Nascimento.
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