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No bate-papo de hoje iremos falar com o amigo e grande empreendedor e

empresário Ildo Costa.

“É preciso saber exatamente o que significa ser dono do


próprio nariz antes de se tornar um empreendedor”.
Muita gente olha para quem já empreendeu com a sensação de que
“tudo deu certo” – ou que o caminho foi suave. Vulgo “ver as cachaças que
eu tomo, mas não os tombos que eu levo”. E, ato contínuo, resolve
empreender, enxergando o copo meio cheio. Nada contra ser otimista ou
positivo. O problema é que, no mundo dos negócios, é preciso, sim, se
preocupar com a metade meio vazia… “Se esse cara conseguiu eu também
consigo”. Fácil não é?
Pensando nisso, sem querer ser um banho de água fria (mas apenas
um porto seguro para colocar os pés no chão), preparei 10 perguntas
básicas para afinar as expectativas de vocês futuros empreendedores – e
teremos respostas de Ildo, presidente da Rede de Drogarias Helofarma.

1. Empreendedores realmente não têm


chefe?
“Não é verdade”. A maioria dos empreendedores obtém investimento
financeiro em troca da venda de uma parte de seu negócio (o que é óbvio
que vai gerar cobranças dos investidores – que podem ser até piores do
que chefes…). Além disso, quem tem clientes também tem chefes, no
plural.

2. Criar seu próprio negócio garante mais


qualidade de vida?
Quem espera uma vida “mais tranquila” ao empreender precisa repensar
suas expectativas: “ser empregado é muito mais fácil”. Afinal, tocar uma
empresa significa problemas em esquema “non-stop”: 7 dias por semana,
24 horas por dia. Principalmente no início do negócio, quando basicamente
tudo dependerá de você.

3. Marketing bem feito resolve 99% dos


problemas?
Não se iluda… “Não é bem assim.” O Marketing bem-feito dá conta de
prever muitas coisas e de evitar riscos e aproveitar oportunidades, mas
não dá conta de tudo. Muitas vezes, a capacidade de improvisar diante de
situações inusitadas pode fazer tudo retornar aos trilhos do que foi
planejado.

4. É fácil conquistar clientes, se eu


oferecer algo melhor do que a
concorrência?
Ter um produto ou serviço melhor é apenas parte da tarefa. “Convencer
uma pessoa a deixar uma os produtos ou serviços de uma empresa já
conhecida é difícil para quem está começando e ainda não tem uma
reputação.” Por isso, prepare-se para, muitas vezes, demorar de 6 meses a
um ano para conseguir uma clientela significativa.

5. Uma consultoria, mentoria ou coaching


pode aumentar minhas chances de
sucesso?
A resposta é sim! “Isso porque você vai ter um acompanhamento de
pessoas mais experientes.” Mas não se iluda: isso não significa garantia de
sucesso: lembre-se de que sempre há fatores incontroláveis no ambiente
de negócios.

6. Devo me apoiar nos meus dons


empreendedores ou é sempre preciso
aprender?
Talvez quem tem o “dom” se sinta mais confortável no processo – mas
isso não significa que se saia melhor. “Conheci várias pessoas que
empreenderam e quebraram, quebraram, quebraram… Na terceira ou quarta
vez, depois de tanto tomar porrada, conseguiram entender onde estavam
errando.” Ou seja: o aprendizado é contínuo – e é preciso lapidar as pedras
brutas.
7. Existe uma idade limite para criar uma
empresa/negócio?
“Não!”, afirmo categoricamente. E os números confirmam: muitos estudos
apontam que a idade média dos empreendedores é de 40 anos. Ou seja:
assim como vamos encontrar pessoas com 20 e poucos anos, vamos
encontrar outros tantos até acima dos 40.

8. Ter uma grande ideia é o mais


importante para empreender?
“Grandes ideias transformam o mundo, mas são raras”, isso é fato. “Se
você fizer com excelência o que seu concorrente está fazendo, já vai sair
ganhando – e pode ser que seu empreendedorismo dê muito certo.” Isso,
porém, não exclui a inovação – como o exemplo do Spoleto, que inovou no
processo, criando a experiência do “fazer a comida” para o cliente,
experimentando se isso seria o bastante para conquistá-lo.

Fast casual Italiana em contraposição com o fast food.


Seria uma comida rápida, porém mais elaborada.

9. Brainstorming é o caminho para boas


ideias?
E a resposta é… não! Sem olhar para o que as pessoas realmente esperam,
desejam ou necessitam, pode-se até criar algo interessante – mas que não
será de real valor para o cliente, que resolva a sua “dor”. “As grandes ideias
surgem das péssimas experiências das pessoas”. “Essas experiências
podem fazer com que a gente tenha ideias. Talvez a primeira não seja a
melhor, mas vamos aperfeiçoando até se tornar algo bacana.”

10. Todo empreendedor fica rico?


Na verdade, isso dificilmente acontece. “Poucos ficam [ricos], muitos ficam
em uma média e uma outra parte quebra”.

“Eu diria assim, se fosse para pensar em um percentual, uns 25% quebram,
74% dos que passam pelos primeiros anos ficam em uma média legal – e
1% milionário.”

Adaptado de:
<https://trendings.com.br/negocios/10-perguntas-essenciais-para-quem-sonha-em-empreen
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