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Engenharia Elétrica
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
25 pag.
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 23
ANEXOS................................................................................................................................. 25
INTRODUÇÃO
conhecimento prévio sobre física. Primeiro serão apresentados os princípios do efeito Doppler
fenômeno, Christian Johann Doppler. Nascido em Salzburgo na Áustria em 1803, foi educado
Em 1842 ele escreveu a obra Concerning the coloured light of double stars
(sobre as cores da luz emitida pelas estrelas duplas) na qual ele apresenta os fundamentos
efeito Doppler, tanto para o som quanto para ondas eletromagnéticas. Doppler observou a
freqüência emitida por uma fonte onda sonora em movimento relativo com um observador se
altera aparentemente. Mesmo prevendo o efeito para as ondas eletromagnéticas foi o físico
francês Louis Fizeau quem em 1848, sugeriu que o efeito Doppler acústico poderia ser
aplicado às ondas luminosas e, com isso, determinar as velocidades relativas das estrelas que
teóricas, ele não o comprovou, o que foi feito em 1845 por Buys Ballot, na Holanda,
utilizando uma locomotiva que puxava um vagão aberto com vários músicos tocando
trompetes, enquanto outros músicos de ouvidos apurados ficavam na estação para registrar as
notas que ouviam. Foram utilizadas várias velocidades e notas, confirmando a teoria proposta
por Doppler.
fonte ele deve ser analisado para três casos: primeiro com a fonte em repouso e observador
com ambos em movimento. Serão agora deduzidas as fórmulas para o efeito Doppler aplicado
a ondas sonoras.
repouso.
Figura 1 – Fonte estacionária que emite frentes de ondas esféricas, mostradas com um comprimento de
onda de distância, que se expandem com velocidade v. Detector D com se aproxima da fonte.
Fonte: Adaptado de http://www.eca.usp.br/prof/iazzetta/tutor/acustica/doppler/doppler.html, acessado 22
de novembro de 2009.
direção a F, temos que o deslocamento total relativo das frentes de onda em direção a D é (vt
+ vdt), logo o número de ondas que intercepta D no tempo t é a freqüência f’ registrada que é
dada por
Como λ = v / f temos
(1)
freqüência emitida pela fonte, a menos que vd seja zero. De maneira análoga pode ser
deduzida a fórmula quando o detector se afasta da fonte, neste caso o deslocamento total
relativo das frentes de onda em relação a D é dado por (vt – vdt), logo f’ é
(2)
Resumindo os resultados
fonte a freqüência f’ é maior portando o que implica sinal positivo no numerador, caso ele se
velocidade vf, o movimento da fonte afeta os comprimentos de onda por ela emitidos, logo
desloca vT e fonte se desloca vfT. No final desse intervalo F2 é emitida. No sentido em que F
se move a distância entre as duas frentes de onda (F1 e F2) que é o comprimento de onda λ’
das ondas se deslocando nesse sentido é (vT – vfT). Portanto D registra a frequencia f’
(4)
Note que f’ será sempre maior que f o menos que vf seja igual a zero. De
maneira análoga pode ser deduzida a fórmula para quando a fonte se afasta do observador,
para tal a distância entre as frentes de onda, ou seja, λ’ é igual a (vT + vfT). Então D registra a
freqüência f’
(5)
Resumindo
aproxima a freqüência f’ deve ser maior que f isso implica que o sinal é negativo, caso
Combinando as equações (3) e (6), obtemos uma equação geral para o efeito
Doppler do som, onde tanto a fonte como o detector se movem em relação ao ar.
eletromagnéticas, mas não foi possível sua comprovação prática e nem exatidão teórica, na
época. Podendo ser comprovada um bom tempo depois com o surgimento da Teoria da
Relatividade Restrita proposta pelo físico Einstein em 1905. Em seu artigo intitulado Zur
mostrou que esse efeito pode ser obtido diretamente dessa teoria.
Até meados de 1900 os a maioria dos intelectuais admitiam que o tempo fosse
conhecido como Transformações de Lorentz (veja ANEXO A), baseado no fato de que a
razão entre as forças eletromagnéticas estão sujeitas a pequenas alterações devido a seu
Einstein.
Em 1905 aos vinte e cinco anos de idade Einstein publicou três artigos de
efeito fotoelétrico (que lhe garantiu um Prêmio Nobel). Por último um sobre a teoria de
relatividade restrita, propondo uma revisão drástica dos conceitos newtonianos de espaço e
tempo.
Esta teoria resumidamente propõe que as leis físicas devem ser as mesmas em
qualquer sistema de referência inercial e que a velocidade da luz no vácuo deve ser sempre a
1915 Einstein desenvolveu a teoria da relatividade geral que abrange as limitações anteriores.
Estes dois postulados simples propostos por Einstein possuem conseqüências importantes
como: (1) Um evento que ocorre simultaneamente com outro em relação a um observador
pode não ocorrer simultaneamente em relação a outro observador. (2) Quando existe
movimento relativo entre dois observadores e eles fazem medidas de tempo e distância, os
resultados podem não concordar. (3) Para que a lei da conservação de energia e a lei da
tempo possa ter medidas diferentes em referencias inerciais diferentes. Para provar isso serão
caso houvesse alguma lei diferente, ela serviria para distinguir um sistema de referência
inercial de outro. Um exemplo é a força eletromotriz (fem) induzida em uma bobina pelo
movimento de um imã nas suas vizinhanças. No sistema de referência no qual a bobina está
em repouso, o imã se movimenta e induz uma fem. No sistema que o imã está em repouso a
bobina se movimenta e também induz uma fem. De acordo com o primeiro postulado, ambos
velocidade da fonte”, para explicar melhor será usado um exemplo. Suponha que dois
De acordo com o primeiro postulado os dois devem obter o mesmo resultado, mesmo que
exista movimento relativo entre eles. Imagine que o primeiro observador (observador A) está
ônibus espacial.
de luz na mesma direção de seu movimento, para A a velocidade desse feixe é c, mas para o B
pela mecânica newtoniana esse feixe teria velocidade de (c + 7770)m/s, o que contradiz o
primeiro e segundo postulado, portanto o B deve medir o valor c e não (c + 7770)m/s. Isso
não concorda com o senso comum porque a nossa intuição é baseada em experiências do
cotidiano, que geralmente não incluem velocidades próximas a da luz. Segue a Figura 3 como
representação
Agora suponha que o ônibus espacial esteja em órbita com a velocidade da luz
c em relação ao observador B VA/B = c m/s. Para B o feixe de luz também se desloca com
velocidade c, ou seja, como o ônibus espacial e luz se deslocam a mesma velocidade, a luz
deve ficar sempre no mesmo ponto do espaço que fica o ônibus. Porém de acordo com o
segundo postulado, concluímos que para A a luz também se desloca com velocidade c,
portanto o feixe de luz não pode ficar sempre no mesmo ponto do espaço. Este resultado é
contraditório levando a conclusão que nenhum observador inercial pode se deslocar com a
Figura 4 – (a) Medida de ∆t0, trajetória do pulso de luz visto pelo observador A.(b) Medida de ∆t,
trajetória do pulso de luz visto pelo observador B.
Fonte: Adaptado de SEARS E ZEMANSKY. Física IV, 10 ed. 2007, p. 147.
relação ao sistema S. De acordo com o explicado anteriormente u deve der menor que c. A
mede um intervalo de tempo ∆t0 entre dois eventos que ocorrem em um mesmo ponto do
espaço de S‟, ponto O‟. O primeiro evento é a emissão de um pulso de luz a partir de O‟ e o
segundo é a o retorno do pulso ao mesmo ponto, depois de refletido por um espelho situado a
uma distância d (imagine uma fonte de luz no chão do trem como o ponto O‟ que emite um
pulso na vertical atingindo um espelho no teto que o reflete novamente para O‟ à distância d é
a altura do teto). Para facilitar o entendimento veja a Figura 4a. O pulso de luz nesse sistema
(8)
de tempo ∆t a fonte se deslocou uma distância u∆t em relação a S (imagine B vendo o trem se
deslocando e junto o ponto O). Então para B a distância que o pulso percorreu não é 2d e sim
(9)
(10)
Deseja-se saber a relação entre ∆t0 e ∆t que não dependa de d. Para isso
(11)
(11) → (10)
(12)
Sendo
(13)
Temos
Gráfico 1 – Curva do valor de gama (γ) de acordo com a variação da velocidade u em relação à ao sistema
S.
Fonte: SEARS E ZEMANSKY. Física IV, 10 ed. 2007, p. 150.
Como u é sempre menor que c temos que γ é sempre maior ou igual a um (veja
o Gráfico 1) logo ∆t é sempre maior que ∆t0 ocorrendo à dilatação do tempo. Existe apenas
um sistema de referência inercial para o qual um relógio está em repouso, existindo uma
infinidade de sistemas para o qual este relógio possui velocidade relativa. Portanto o intervalo
de tempo entre dois eventos que ocorrem no mesmo ponto, em um referencial que o relógio
encontra-se em repouso é uma grandeza mais fundamental do que o intervalo de tempo entre
dois pontos distintos e denomina-se tempo próprio. Assim todo observador que se desloca
(15)
que os sinais sejam retas paralelas (assim r2 é aproximadamente r2’, paralelo a r1 veja a Figura
(15)
(16) (clássico)
(17)
ocorre uma dilatação do tempo e ∆tf é um tempo próprio medido no referencial da fonte F.
(18)
Relativístico é
Como γ é igual
Desenvolvendo algebricamente
(20)
Note que fo será sempre maior que f, fenômeno chamado de “blueshift” (como
(21)
Note que para esse caso fo será sempre menor que f, fenômeno chamado de
(22)
cada vez mais usadas no meio cientifico. Utilizando-se desse recurso podemos fazer uma
previsão de como seria viajar a velocidades próximas a da luz. Será usado o método de Ray
Tracing.
Figura 7.
Figura 7 – Velocidade = 0c, nenhum efeito relativístico é observado. Está cor (laranja do espectro visível)
foi escolhida de modo que quando for visualizado o efeito Doppler a freqüência observada não saia do
espectro visível.
Fonte: http://w3.impa.br/~lvelho/i3d07/demos/cicconet/, acessado em 23 de novembro de 2009.
Figura 8.
Figura 8 – Velocidade = 0.2c, ocorre o efeito de Aberração da Luz (não explicado aqui) e o efeito Doppler,
a freqüência aparente é maior que a original. Outros possíveis efeitos são desconsiderados.
Fonte: http://w3.impa.br/~lvelho/i3d07/demos/cicconet/, acessado em 23 de novembro de 2009.
maior (“blueshift”), como está representado na Figura 8. A freqüência aparente para essa
velocidade pode ser obtida a partir da fórmula (20) sendo igual a . Supondo que f
= 4,9 x 10-14 Hz (laranja) então fo = 6 x 10-14 Hz (verde perto de ciano). Para velocidades
maiores que 0.43c a freqüência já sai do espectro visível. Assim seria necessário um
hidrogênio) de galáxias distantes comparando-as com as mesmas linhas desse espectro aqui
na Terra, que essas linhas eram desviadas para o vermelho, ou seja, ocorre um redshift. Para
exemplificar suponha que uma galáxia seja basicamente composta por hidrogênio e que seu
espectro aqui na Terra usando a série de Balmer emite com maior intensidade a radiação com
comprimento de onda 656,3 nm, quando analisado este mesmo espectro emitido pela galáxia
encontrou-se o comprimento de onda 893,5 nm, sabendo que f = c/λ temos que a freqüência
aparente fo obtida é menor que a da série de Balmer fo < f, logo ocorreu um redshift e a
entre as galáxias também podem ser calculadas tendo a velocidade relativa de afastamento ou
equipamento que emite um pulso eletromagnético que atingindo um alvo por reflexão retorna
ao aparelho que pode medir a distância e velocidade. A distância é medida por um principio
básico que é o tempo de ida e volta do pulso multiplicado pela velocidade da luz e dividido
por dois. Já a velocidade utiliza do efeito Doppler relativístico quando o pulso chega
novamente no radar este registra uma freqüência aparente diferente da emitida, com isso ele
comunicação via satélite, pois o movimento relativo entre o satélite e o receptor na terra pode
podem ser corrigidas utilizando conceitos do efeito Doppler. Essas e outras são as aplicações
do efeito Doppler.
CONCLUSÃO
movimentos próximos à velocidade da luz, que diferem muito do senso comum, pois no
cotidiano as velocidades são muito menores. É mais comum presenciar o efeito Doppler
acusticamente com seus princípios clássico, por exemplo, quando uma ambulância passa perto
transito com seu carro por vê-lo verde devido a sua alta velocidade (aproximadamente 0.26c).
Seus princípios relativísticos são mais utilizados no espaço e com partículas minúsculas.
tempo, primeiro foi descoberto o efeito com suas características clássicas, depois foi
uma soma de conhecimento, mesmo que os conceitos anteriores não sejam completos ou
errados ainda são necessários para a compreensão dos conceitos atuais, e muitos deles
possuem aplicações práticas, pois suas aproximações são o suficiente. Por exemplo, a
dilatação do tempo ela acontece para velocidades bem menores que a da luz, mas estes efeitos
são tão pequenos que a teoria clássica de tempo é o suficiente para caracterizá-los.
REFERÊNCIAS
[2] YOUNG, D. Hung; FREEDEMAN, A. Roger. Sears e Zemansky Física IV: Ótica e
Física Moderna. 10 ed. Volume 4. São Paulo: Pearson Education. 2007.
[11] CICCONET, Marcelo. Visualização Relativística Usando Ray Tracing e Image Based
Rendering.
Disponível em: <http://w3.impa.br/~lvelho/i3d07/demos/cicconet/>. Acessado em: 23 de
novembro de 2009.
ANEXOS
ANEXO A
Transformações de Lorentz
Figura A.1 – A posição da partícula P pode ser descrita pelas coordenadas x y de um sistema de referência
inercial S ou por x‟ e y‟ de S‟. O sistema S‟ se desloca em relação os sistema S com velocidade constante v
ao longo do eixo x – x‟ comum. A duas origens O e O‟ coincidem em t=0=t‟.
Fonte: http://www.watermanpolyhedron.com/images/galf1.jpg, acessado em 23 de novembro de 2009.
ANEXO B
Sears e Zemansky Física IV: Ótica e Física Moderna. 10 ed. São Paulo: Pearson Education.
2007.
Figura B.1 – As duas réguas estão em direções perpendiculares à direção da velocidade relativa, de modo
que, para qualquer valor de u, tanto Stanley quanto Mavis concluem que ambas as réguas possuem o
mesmo comprimento de um metro.
Fonte: SEARS E ZEMANSKY. Física IV, 10 ed. 2007, p. 153.
velocidade relativa não sofrem contração. Para provar isso, considere duas réguas idênticas.
Uma régua está em repouso no sistema de referência S e está sobre o eixo Ou com uma de
sistema S’ e está sobre o eixo Oy’ com uma de suas extremidades no ponto O’, a origem do
S’. No instante inicial, quando as duas origens coincidem, as duas retas estão sobre a mesma
linha reta. Nesse instante Mavis marca a posição correspondente a 50 cm de sua própria régua
Para facilitar o raciocínio, suponha que Stanley observe a régua de Mavis com
um comprimento maior que a sua própria régua. Então a marca que Stanley fez na régua de
Mavis estaria abaixo do centro da régua. Nesse caso, Mavis pensaria que a régua de Stanley
ficou mais curta, uma vez que metade do comprimento da régua dele coincide com menos da
metade de sua régua. Portanto ela observaria a contração da régua de Stanley, enquanto
Stanley observaria um aumento da régua de Mavis. Porém isso implica uma assimetria entre
consistência com o principio da relatividade exige que ambos observadores vejam réguas do
Portanto não existe nenhuma contração do comprimento quando duas réguas estão dispostas