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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO

SUCKOW DA FONSECA – CEFET/RJ


UNIDADE MARACANÃ
ONDAS
PROFESSOR ÁLVARO NOGUEIRA

GABRIELA SÁNCHEZ

EFEITO DOPPLER

RIO DE JANEIRO - RJ
2016
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2
O EFEITO DOPPLER NÃO RELATIVÍSTICO 2
O EFEITO DOPPLER RELATIVÍSTICO5
CONCLUSÃO 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8
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INTRODUÇÃO
Neste trabalho será abordado o Efeito Doppler, tanto o relativístico, tendo
como exemplo a luz, quanto o não relativístico, que será exemplificado pelo som. O
efeito Doppler será explicitado quantitativamente e qualitativamente, tendo suas
equações demonstradas.
Além disso, alguns comentários sobre a importância deste na teoria da
expansão do universo serão feitas.

O EFEITO DOPPLER NÃO RELATIVÍSTICO


O Efeito Doppler é o encurtamento ou alargamento do comprimento de onda
percebido por um referencial devido ao movimento relativo entre a fonte que emite a
referida onda e esse referencial. Isso gera uma diferença entre a frequência
percebida pelo referencial e a emitida pela fonte.
Um exemplo desse efeito é a sirene dos carros de polícia, ambulância e
bombeiros. É fácil perceber que, quando esses carros passam por nós, os sons que
emitem parecem ser mais agudos à medida que eles se aproximam e mais graves
quando se afastam apesar das sirenes emitirem os sons sempre na mesma
frequência.

A partir dessa experiência sensorial, podemos concluir que a frequência


percebida no ponto A é maior que no ponto B e que a emitida pela fonte. Já a
frequência no ponto B é menor que a no ponto A e que a emitida pela fonte.
Para chegarmos às equações que descrevem o Efeito Doppler é preciso
entender que as ondas se propagam de acordo com a equação:

V=λ.f0

Onde v é a velocidade de propagação da onda, λ é o comprimento de onda e


f0 é a frequência na qual a fonte emite.
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Vamos analisar a situação em que o referencial está parado e a fonte se


move.
Se a fonte está se aproximando do referencial, temos:

V = λA.fA (I)

Onde fA é a frequência percebida no referencial.


Como λA é o comprimento de onda no ponto A, podemos dizer que, como a
fonte se movimenta, esse λA é resultado de dois movimentos sobrepostos, o da
fonte e o da propagação da onda. Logo,

V – VF = λA.f0 (II)
Onde VF é a velocidade da fonte.

Substituindo (II) em (I) temos:

V. f0 = (V - VF).fA (III)
Analogamente, se a fonte está se afastando do referencial, temos:

V = λB.fB (IV)

Onde fB é a frequência percebida no referencial.


Como λB é o comprimento de onda no ponto A, podemos dizer que, como a
fonte se movimenta, esse λB é resultado de dois movimentos sobrepostos, o da
fonte e o da propagação da onda. Logo,

V + VF = λB.f0 (V)
Onde VF é a velocidade da fonte.

Substituindo (V) em (IV) temos:

V. f0 = (V + VF).fB (VI)
Considerando agora que a fonte está parada e o referencial está se movendo,
chegamos às seguintes equações:

Se o referencial está se aproximando da fonte, temos:

VA = λ.fA (VIII)

Onde fA é a frequência percebida no referencial.


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Como VA é a velocidade do referencial ao se aproximar da fonte, podemos


dizer que esse vA é resultado de dois movimentos sobrepostos, o do referencial e o
da propagação da onda. Logo,

V + VA = λ.f0 (IX)

Substituindo (IX) em (VIII) temos:

V. f0 = (V + VA).fA (X)
Analogamente, se o referencial está se afastando da fonte, temos:

VB = λ.fB (XI)

Onde fB é a frequência percebida no referencial.


Como VB é o comprimento de onda no ponto B, podemos dizer que esse V B é
resultado de dois movimentos sobrepostos, o da fonte e o da propagação da onda.
Logo,

V + VB = λ.f0 (XII)
Onde VF é a velocidade da fonte.

Substituindo (XII) em (XI) temos:

V. f0 = (V – VB).fB (XIII)

A partir das equações (III), (VI), (X) e (XIII) podemos tirar uma equação
geral do Efeito Doppler não relativístico:

(V ± VF)fR = (V ± VR).f0 (XIX)

Onde fR e VR são, respectivamente, a frequência percebida no referencial e a


velocidade dele.
É importante ressaltar que quando a fonte não se move na linha que a liga ao
nosso referencial, o nosso detector, não ocorre o Efeito Doppler. Para demonstrar
isso, vamos admitir o caso em que o detector está parado e a fonte se move com
velocidade VF formando um ângulo θ com o eixo que a une ao detector. Sendo
assim, a fonte percorre uma distancia VF.cos θ na direção que a liga ao detector.
Se T é o intervalo de tempo entre a emissão de duas ondas sucessivas, V.T é
a distancia que uma frente de onda percorre até chegar ao detector. Tendo isso em
mente, o comprimento de onda é λ = V.T – (VF . cos θ).T .
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Se λ .fR = V , logo V.fR = [V – (VF . cos θ)] . f0


Caso θ = n.90°, com n inteiro, f0 = fR e podemos concluir que o movimento
perpendicular ao eixo que liga a fonte ao detector não produz o Efeito Doppler.

O EFEITO DOPPLER RELATIVÍSTICO


Uma diferença entre o Efeito Doppler do som e o da luz é que a luz não
precisa de um meio para se propagar e, por isso, não faz sentido ter um referencial
do sistema no meio de propagação. Além disso, qualquer movimento da fonte em
relação ao detector gera o referenciado efeito.
O Efeito Doppler relativístico só foi possível de ser provado após a proposta
da Teoria da Relatividade Restrita de Einstein e, por isso, antes de demonstra-lo
matematicamente faremos um resumo sobre seus pontos importantes.
A Teoria da relatividade Restrita propõe que as leis físicas devem ser as
mesmas em qualquer sistema de referência inercial e que a velocidade da luz no
vácuo deve ser sempre a mesma em qualquer sistema de referência inercial.
Denomina-se relatividade restrita, pois só é definida em sistemas de
referênciainercial e sem a influência de campos gravitacionais.

Para as demonstrações matemáticas precisaremos definir algumas notações.


A primeira delas se refere ao tempo, nosso cronometro será ativado no exato
segundo que a fonte emitir uma onda a qual chamaremos de S 1, ou seja, quando S1
1
é emitida t = 0. Além disso, o momento em que S 1 chega ao detector é t = r 1. e ΔtF
c
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o tempo, percebido pela fonte, que leva da emissão da onda S 1 até a frente de onda
1
seguinte S2 e ΔtR’+ r2. o instante em que S2 chega ao detector.
c
Tomaremos a distancia percorrida pela fonte em Δt F como sendo d. VF é a
velocidade da fonte em relação ao detector, f0 a frequência emitida pela fonte e fD a
frequência recebida pelo detector.

Logo, o tempo entre a recepção dos sinais no detector é:

1 1
ΔtR = ΔtR’+ r2. – r1. c (XX)
c

Considerando a fonte muito distante do detector, podemos considerar que r 1 é


paralelo a r2 de modo que a diferença de percurso entre essas ondas seja
aproximadamente d.cosθ de modo que (XIX) fique:

1
ΔtR = ΔtR’(1- . VF.cosθ) (XXI)
c

Caso esse fosse o Efeito Doppler não relativístico, teríamos ΔtR = f0-1 e ΔtR’
= fD-1 e, portanto, ΔtR = ΔtR’ o que nos levaria a:

(c - VF.cosθ). fD = c.f0 (XXII)


Entretanto, sabemos, devido à Teoria da Relatividade Restrita, que Δt R ≠ ΔtR’
já que ocorre um deformação do tempo γ = 1/[1-(VF/c)]1/2.

ΔtR’= γ . ΔtF = (γ. f0) (XXIII)

Logo, reescrevendo (XXI) chegamos à equação do Efeito Doppler


relativístico:

c . f 0 = (γ. f D)(c – VF . cosθ) (XXIV)


Sabemos que γ = 1/[1-(VF/c)]1/2 sendo assim,

 caso θ = 0°, f D = f 0 . [(c + VF)/(c – VF)]1/2, a fonte se aproxima do detector


e, caso o comprimento de onda esteja dentro do espectro do visível, ela se
aproxima da cor azul, fenômeno conhecido com blueshift.
 caso θ = 180°, f D = f 0. [(c – VF)/(c + VF)]1/2, a fonte se afasta do detector
e, caso o comprimento de onda esteja dentro do espectro do visível, ela se
aproxima da cor vermelha, fenômeno conhecido com redshift.
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 caso θ = 90°, γ. f D = f 0 , caso exclusivo do Efeito Doppler Relativístico, já


que é uma consequência da dilatação do tempo que só é percebida à
velocidades próximas à da luz.

CONCLUSÃO
A partir deste trabalho é possível compreender o fenômeno do Efeito Doppler,
tanto o relativístico quando o não relativístico. Por mais que o Efeito Doppler
relativístico só seja perceptível em velocidades próximas à da luz e, por isso, nossas
maiores vivências são com o Efeito Doppler clássico tornando-o mais fácil de
compreender, é importante ressaltar o valor da compreensão do Efeito Doppler
relativístico.
Uma das teorias que tem como suporte o Efeito Doppler é a Teoria da
expansão do universo onde ela usa o Efeito Doppler como instrumento de medição:
se uma estrela ou galáxia emitir no visível, o observador registrará um deslocamento
do espectro em direção às frequências mais baixas (e comprimentos de onda
maiores), um deslocamento para o vermelho ou um deslocamento em direção às
frequências mais altas (e comprimentos de onda menores), um deslocamento para o
azul. É deste modo que podemos saber se os objetos astronômicos estão
aproximando-se ou afastando-se de um observador aqui na Terra.
O efeito Doppler é também utilizado na Cosmologia, mas para grandes
distâncias intergalácticas, da ordem de bilhões de anos-luz, o efeito Doppler da
relatividade restrita deve ser substituído pelo efeito Doppler previsto pelos modelos
cosmológicos que fazem uso da Relatividade Geral de Einstein, que leva em conta
os referenciais não inertes, não somente os referenciais inerciais com os quais a
Relatividade Restrita ‘se preocupa’.
Concluímos, portanto, ressaltando a grande importância do estudo do Efeito
Doppler principalmente no que tange a compreensão do universo como um todo e o
modo como o resto do universo interage com a Terra, uma vez que ele é um
importante ‘instrumento de medida’.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 SANTOS, Marco Aurélio da Silva. "O Efeito Doppler"; Brasil Escola.
Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/fisica/o-efeito-doppler.htm>.
Acesso em 02 de dezembro de 2016.
 Disponível em
<http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Acustica/doppler2.php>
Acesso em 02 de dezembro de 2016.
 Disponível em <http://w3.ufsm.br/rogemar/docs/relatividade.pdf>. Acesso em
02 de dezembro de 2016.
 Disponível em <file:///C:/Users/Microsoft/Downloads/Efeito%20Doppler
%20Relativistico.pdf> . Acesso em 02 de dezembro de 2016.
 Disponível em
<http://www.if.ufrj.br/~pef/producao_academica/material_didatico/2014/Tort_D
DopplerR.pdf>. Acesso em 02 de dezembro de 2016.
 Resnick, R. Introdução à relatividade especial

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