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Era noite em Gotham, a lua brilhava sobre os prédios e fazia um contraste com a poluição no ar, uma
silhueta com capa corria sobre os prédios, mostrava determinação:

— A última vez que ele foi visto foi entrando nos esgotos após o próximo prédio, senhor. — Diz uma voz
na máscara do vigilante.

— Alfred, vai me atualizando — era o Batman — Vou entrar!

O Morcego acelera sua corria na metade do terraço e pega um impulso, que acaba fazendo algumas
pombas em uma antena sair voando assustadas, então com um grande pulo ele abre sua capa que se
junta a luz da lua e mergulha em direção ao chão, era possível ouvir o barulho da sua capa batendo contra
o vento, a poeira que se levanta indica o pouso perfeito no meio de uma rua que estava completamente
vazia, os postes de luz iluminavam de forma fraca parecia que ela ficava mais escura com a luz do que
sem. Batman entrou em uma tampa de esgoto que estava logo ao lado dele, deslizando assim pela
escada. Na escuridão era possível apenas ouvir os pés do morcego batendo contra o chão molhado e a
água que corria ao meio do esgoto, ele apertou com seu dedo indicador na lateral de sua máscara que fez
com que as lentes acendessem em branco, permitindo que ele enxergasse na escuro:

— Estou no esgoto, quantos metros? — a voz sombria do morcego ecoava levemente

— Está em torno de 200 metros a frente de você, Bruce. — respondeu Alfred — Imagino que você não
será nada amigável.

A sombra escura do vigilante andava silenciosamente pela escuridão, como se já estivesse acostumado
com o ambiente, o cheiro parecia não incomodar:

— Ele vai pagar se foi ele o responsável! — o tom de voz mostrou o quão determinado estava.

A cada passo era possível ouvir os ratos correndo para se esconder da ameaça humana, a atmosfera se
tornava cada vez mais pesada a medida que ele andava. O esgoto era simples, vários canos ornamentava
as paredes e o teto, havia caixas de manutenção do outro lado da água e pelo horário com certeza não
havia ninguém trabalhando, o que deixava o lugar quieto e solitário até o momento que palavras ecoam:

— Não... não faz sentido... — uma voz rouca tomou conta do esgoto — ...não era para estar assim,
não,não,não!

Essas palavras foram o suficiente para fazer o morcego entrar em uma postura mais cautelar,levou sua
mão ao seu cinto e retirou um objeto arremessável em forma de morcego, um batarang, não aparentava
ser apenas de metal, havia algo tecnológico nele mas enfim Batman estava preparado para qualquer
surpresa, um outro corredor passa ao meio do esgoto em sua frente, formando uma espécie de "T" como
caminho, era audível que a voz se localizava no lado direito porém o morcego não tinha visão, sabia
justamente quem ele estava atrás mas desconhecia se tal pessoa está acompanhado. Conforme ele se
aproximou pegou angulo o suficiente para ver uma sombra de joelhos refletindo a luz de uma lanterna,
nesta mesma deixava explícito o saco de palha na cabeça e os trapos, Batman tinha certeza, era o
Espantalho e aparentemente estava sozinho delirando:

— Como explicar? Como explicar? — ele mexia no corpo checando os olhos e bocas de forma repetida —
Algo está errado...

O morcego dirige sua cabeça levemente para a lateral da parede com a intenção de espiar, o Espantalho
de costas para ele aparentemente estava mexendo em alguém, sua foice estava largada ao seu lado, o
vilão tremia enquanto examinava seja lá o que era, quando ele vai mexer em sua bolsa acaba se
abaixando um pouco e então Batman viu, viu que aquele homem encostado na grade era um cadáver,
isso fez com ele jogasse seu batarang rapidamente, que voou levando um barulho de *bip* junto, quando
ele enfincou ao cano do lado Espantalho, o pequeno bip acelerou drasticamente e acabou com uma
pequena explosão de flashes que deixou o adversário atordoado antes que pudesse ver:

— ARRRGHHHH!!! — Grita o Espantalho com as mãos em seu rosto.

Era o momento perfeito, o vigilante deu um pulo com sua perna direita pegando assim impulso para
chegar o mais rápido ao Espantalho que ali estava. A surpresa é que o vilão mesmo as cegas pegou sua
foice no chão e girava desesperadamente na esperança de acertar algo, isso atrapalhou a corrida do
Batman que então quando viu a foice vindo pela sua lateral esquivou-se para trás afim de não ser pego, o
vilão girava e gritava desesperadamente — BATMAN! EU SEI QUE É VOCÊ! — Em um movimento
encostado na parede ele gira a sentido contrário com a sua foice, o morcego desvia e a lâmina acaba
furando um cano na sua frente, o Espantalho balança a cabeça e consegue agora enxergar:

— Ah Batman! Agora eu vejo você! — No momento que o Espantalho tira a foice do cano, um jato de
fumaça atinge sua cara — AAAAAAAAAH!

O ambiente é tomado pela fumaça, a lanterna no chão ao lado do corpo refletia dentro do ar esfumaçado
mostrando apenas duas sombras lutando uma contra a outra. Batman lutava em completo silêncio
desviando de cada tentativa do Espantalho de o atingir, até o momento que o morcego em um movimento
rápido desvia de uma investida por cima da foice dando tempo o suficiente dele a segurar, nesse momento
o Espantalho tenta puxar mas antes que pudesse fazer mais alguma coisa ele acaba levando um chute na
cara onde é arremessado fora da fumaça pela força, a fumaça se dispersa. O barulho da foice sendo
jogada no chão tomou conta dos esgotos e fez um breve silêncio enquanto o vilão se recuperava:

— Jonathan Crane! — Batman quebra o silêncio enquanto se aproxima devagar na direção do Espantalho
caído que tenta se levantar — Batman! Eu posso explicar, eu não fiz nada de errado, ele já estava morto!

Ferozmente ele o pega pelo pescoço, o levanta no ar e bate suas costas na parede, o morcego aproxima
seu rosto de maneira intimidadora e diz:

— Comece a falar! — e bate as costas dele novamente que faz com que gemesse de dor.

— Argh... Batman... n-não fui eu... não sequestrei... o-ou matei ninguém... — diz tentando respirar
— Não acredito em você! — Nesse exato momento Batman pega o Espantalho e bate a cabeça dele
contra a parede virado para o corpo totalmente estripado — O QUE VOCÊ FEZ?

— AAAAAH! NÃO FUI EU! NÃO FUI EU! EU JURO! — Crane amolece e deixa seu corpo entregue a
parede — E-eu... estou investigando as mortes, não sou o responsável.

Batman encara o Espantalho e então o solta, na hora que cai ele se arrasta para a parede e solta um
suspiro de alívio em poder respirar novamente:

— O assassino sabe trabalhar com o medo das pessoas, é perceptível as pupilas dilatadas e a reação
química que o cérebro causou...

— Medo

— Exatamente, por isso estou investigando, essa é a minha área e por mais que eu seja quem eu sou,
ainda sou um cientista morcego! Não matei nenhum deles — Ele se levanta e fica encostado em posição
defensiva enquanto gesticula com a mão — você acredita em mim...

— Não confio em você! — Batman fecha o rosto e se vira de costas — Al, mande a minha localização para
o Gordon e avise que o Espantalho está aqui... e que tem mais um corpo.

O vilão nota o herói de costas e ainda tenta até olhar dali para ver o que ele estava fazendo, era a
oportunidade, a inversão de predador para presa, a sua intenção ficou bem clara quando estava a tirar
debaixo dos seus trapos de palha uma seringa com líquido laranja, a segurou bem firme e rapidamente
correu em direção ao morcego, que percebeu. Era para a agulha ter ido em direção ao pescoço se não
fosse impedida, a presa continuava sendo presa, dessa vez com o predador segurando fortemente seu
braço e olhando com um ar de ódio, com um giro Batman lança o pobre Espantalho contra os
encanamentos de ferro na parede, a seringa cai no chão, o impacto faz os barulhos ecoar por tudo,
provável que havia ossos se partindo, o que pode ter ocasionado seu desmaio.

O morcego estava ali de pé, o Espantalho caído no chão e a foice do outro lado junto a bolsa, e o cadáver,
o detetive se aproxima do corpo que estava totalmente mutilado, os braços foram arrancados junto com
uma das pernas, era um homem, estava pálido e estranhamente você notava como se fosse uma
expressão de terror:

— Nada faz sentido, Al. Apenas adultos aparecendo mortos, onde estão as quinze crianças?! — Batman
se abaixou para examinar melhor o corpo — Esse caso ganha dos do Zsasz.

— Talvez o Crocodilo, senhor? Se bem que não é do feitio dele raptar crianças...

— Não, não é o Crocodilo, posso te garantir isso, os raros casos que o crocodilo se alimentou de humanos
eram apenas criminosos e ele...era menos selvagem que isso.

— Tubarão-Rei? Coringa? Não duvido mais nada daquele psicopata.


— Não — Batman analisa com seus dedos a parte arrancada do braço — É algo novo, Al...

— Oh céus! Já vou abrir uma nova página no banco de dados, o que será dessa vez? Um homem-lobo,
leão ou dinossauro?! — Respondeu ironicamente

Ele olhava fixamente para o corpo enquanto ouvia o barulho da água gotejando no esgoto, para a
surpresa dele os barulhos foram abafados por sons de passos que ficavam cada vez mais alto, isso foi o
suficiente para ele virar rapidamente e preparar outro batarang, uma lanterna clareava todo o lugar e
quando ele teve visão deu para ver que era Jim Gordon e outros dois policiais, Batman saiu da posição de
combate e guardou seu arremessável:

— Gordon...

— Batman... — Gordon parecia não mudar, sempre com seus cabelos grisalhos e seu bigode, seus óculos
de vistas combinavam com seu rosto quadrado, ele estava usando seu sobretudo e um colete policial
diferente dos outros dois policiais que estavam com o uniforme de rotina, acredito que como Comissário
ele tinha esse direito — Outra dor de cabeça para o legista?

Os outros dois policiais se aproximaram do Espantalho para o prender enquanto o Comissário de polícia ia
em direção ao vigilante:

— Sim, o mesmo padrão igual os outros corpos... — Batman se afastou do corpo para que Jim pudesse
conferir.

— Meu Deus! O Espantalho que fez isso? — Ele se virou com uma expressão de nojo e raiva olhando
para o Espantalho inconsciente sendo levado pelos dois policiais — Tirem esse lixo logo daqui! Podem
falar que a perícia já pode entrar.

Os policiais apenas afirmam com a cabeça e saem, Gordon volta sua atenção a Batman:

— Não, ele estava investigando os corpos, algum capanga deve ter o contado sobre o terror das vítimas
antes de morrer. — Ele começa mexer em seu cinto, enquanto Gordon observa por curiosidade, e então
tira uma espécie de revólver medicinal com uma capsula e aplica para extrair o sangue da vítima — Vou
descobrir quem é ele — O Morcego leva o dedo na lateral da máscara — Te mandei uma amostra no bat-
computador, consegue ver pra mim?

— Sim sim, um momentinho e já te mando o resultado, senhor. — Responde Alfred enquanto digitava no
grande teclado do bat-computador.

Gordon se afasta calmamente para trás e começa vasculhar seu sobretudo, ele puxa um maço de cigarros
e pega um rapidamente, em sua boca antes que pudesse acender com o isqueiro o morcego intervem:

— Não faça isso... no esgoto existem gases que podem causar uma explosão caso acenda com seu
isqueiro...
— Ah.. — murmurou por não poder aliviar sua ansiedade, ele guardava o maço e isqueiro com um olhar
de tristeza como se fossem a única coisa que ele tinha no trabalho — Estou em pânico, quinze crianças
sumir dessa forma, você acredita que elas podem estar vivas, Batman? E o que esses corpos
assassinados podem nos dizer?

— Se tratando de um sequestro comum é para elas já terem sido encontradas mortas — Gordon se
assusta um pouco com a frieza do morcego — mas não é um sequestro comum, Gordon, existe alguma
coisa por de trás... esses corpos, apenas adultos estão aparecendo dessa forma, nenhuma criança em um
raio de 1.000 km, estou de olho nisso.

De repente, Alfred retorna:

— Senhor, tem algo incomum, esse homem se chamava Freddie Watts e não era de Gotham, morava em
uma cidadezinha chamada Derry no Estado do Maine e ele nem sequer estava na cidade a passeio,
desapareceu em sua cidade há 1 mês.

Gordon notou que o Morcego virou as costas para se comunicar com alguém e a atmosfera do ambiente
dava a entender que ele descobriu algo:

— O que está havendo? Alguma coisa? — Perguntou o Comissário meio impaciente

— O homem não era daqui, desapareceu em outro Estado.

— O que isso significa?

— Ele acaba se tornar o primeiro desaparecido, um mês enquanto os outros corpos foram menos. —
Batman olha para o corpo — O assassino tem algum cativeiro fora daqui também...

— Merda! — Gritou Gordon que se virou e levou suas mãos ao bolso para seu maço como se fosse
automático, de repente ele não prosseguiu e olhou para sua própria mão a abrindo e fechando — Nunca
ficamos tanto tempo presos em um caso assim, Batman...

O Morcego se virou e foi em direção ao Gordon, olhou para a mão dele — Adesivo de nicotina — disse-
lhe, Gordon recuperou sua postura — Meu cunhado diz não funcionar e estou apenas em um esgoto, não
é todo dia que venho para cá, posso lidar com a abstinência. — Era possível ver sua mão levemente
trêmula.

O vigilante mascarado pegou a bolsa e a Seringa que estava caída do Espantalho, Gordon disse que eram
provas e que ele não poderia levar, o comissário já estava acostumado com a atitude do Batman, ele
estava saindo com as bolsas quando de repente um barulho de rádio toma conta dos esgotos:

*bzzz*

— Comissário?! O Coringa está sendo levado para o Hospital Municipal.


Batman fica parado para ouvir, ele nem sequer tenta virar para ver o Gordon que estava com uma
expressão de espanto então ele pega o rádio rapidamente do seu peito e reage:

— O QUE?! O que houve? Quantos feridos? Quantos mortos?

— Apenas o Coringa ferido, senhor. Encontraram ele quase morto no tratamento de esgoto.

No fundo era possível ver se aproximando os peritos criminais da cidade, quando eles chegam próximo ao
morcego o próprio entrega a bolsa do Espantalho e guarda apenas a seringa no cinto:

— Tomem! Isso são provas do Espantalho — Diz Batman entregando para um perito que estava ali — Eu
achei que você iria usar — responde Gordon atrás dele — se eu precisar eu peço para você — responde o
herói que sai andando tranquilamente:

— O que vai fazer? — pergunta Jim

— Preciso descobrir o que aconteceu...

E desaparece na escuridão.

O Hospital de Gotham era até que bem moderno, nada mais justo para uma cidade que vive sofrendo com
ataques de criminosos, ele deveria ter uns cinco andares e em alguns lugares compostos por grandes
janelas de vidro, a maioria com as cortinas fechadas. Azul ou cinza, não era possível definir a cor por
conta da noite, as luzes brancas das ruas iluminava até demais as paredes do Hospital, era possível ver
que na entrada algo incomum, havia dezenas de policiais e viaturas nas laterais da passagem da
ambulância até a porta do hospital, parecia que o Presidente que estava prestes a ser atendido mas não,
um líder desses jamais pisaria em Gotham. O quarteirão é tomado por uma sirene alta, na esquina surge
uma ambulância preta da polícia escrita "DPGC" , ela entra na passagem para deixar um paciente, os
policiais em volta começam ficar meio nervosos, o veículo para em frente a porta de entrada de
emergência do hospital e os condutores descem para abrir a porta de trás, o fato de abrir a porta era tenso
para muitos policiais ali que já conheceram o individuo de perto, ao abrir eles tiram a maca com a ajuda de
um policial que estava lá dentro, os lençóis ensaguentados, os cabelos verdes despenteados e o rosto
mais pálido do que já era, sem falar de um dos seus olhos totalmente com sangues e não sabia se dizer
se estava com ele ainda, o Coringa realmente estava em uma situação feia, inconsciente e amarrado:

— Caramba... — Disse um dos médicos aguardando lá dentro

Os policiais entraram com a maca dentro do hospital rapidamente e os médicos a tomaram para levar na
sala de emergência, um dos policiais antes de levar um leve soco do amigo grita:

— Tenta fazer o menos de esforço possível para salvar esse maluco!


Os médicos nem escutaram, estavam preocupados com o paciente sob a ética deles, caminharam até um
corredor vazio onde estava a sala e ao adentrar as luzes de fora acenderam em vermelho. Começaram os
procedimentos rapidamente:

— Rápido! Cortes profundos na barriga e braços! — Disse um médico careca e que usava óculos
redondos que combinavam com o seu rosto.

— A perna está quebrada, Doutor! — Disse uma das enfermeiras que estava colocando todos os
dispositivos

— O quê?! O que diabos acon... deixa pra lá, preciso fechar os cortes, cuidamos da perna depois!

Havia muito sangue mesmo, e os médicos e enfermeiros ali presente foram cuidando para salvar uma
vida, eles tratavam o Coringa como se fosse qualquer outro paciente, talvez honroso da parte deles ou
talvez burrice, o doutor foi fazendo o máximo possível naquela situação, costurando e esterilizando o
Coringa por inteiro.

No quarto escuro sendo iluminado apenas com uma luz acima da cama, estava lá o Coringa, recebendo
uma transfusão de sangue aparentemente e sedado, na bolsa de sangue havia escrito "???" no nome do
paciente, faixas pelo seu rosto e corpo o cobriam totalmente, sua perna estava quebrada e suspensa em
um laço, era difícil ver o palhaço do crime daquele jeito, não era atoa que estava totalmente amarrado na
cama. Ele não estava sozinho, uma sombra negra de olhos brilhantes estava ali no fundo do quarto,
começou caminhar em direção a ele e então a luz mostrou, era Batman que analisou com seus olhos e
então desligou a bolsa de soro que estava mantendo o Coringa sedado, o morcego voltou para as
sombras e aguardou.

O olho do palhaço foi abrindo lentamente, ele olhou em volta sem muito esforço e viu na escuridão, não
precisava de muito para deduzir, ele deu uma risada seca de forma leve e disse:

— hehe... batsy... — nesse momento o coringa começou a tossir — cadê as flores? isso me entristece
sabia?

Batman se levantou e andou levemente em silêncio até o vilão que resmungou:

— Hmpf... — De repente um sorriso enorme abre no rosto dele — Ráá! Já sei o que veio fazer aqui, quer
saber minhas próximas atrocidades né?! Bom, não vou contar tudo é lógico que é surpresa mas eu estava
pensando em algo com bombas, ácido e bebês aí então e... *grasp*

A mão forte do morcego pega a garganta do Coringa:

— Quem te atacou, Coringa? Sem joguinhos... — O tom da voz do Batman estava mais intimidador
— ...quem quase conseguiu te matar?
— Por favor... não me faça lembrar! — Disse o vilão com uma expressão de pânico — ele é bizarro
Batman! Ele é... ele é.... — Lágrimas começaram a sair do olho não enfaixado do Coringa e isso
surpreendeu até o Batman, que o soltou:

— Como ele é?

O Coringa enquanto despejava lágrimas começou a rir loucamente e se debater:

— HAHAHAAHAHA.... VOCÊ VAI GOSTAR DESSA BATMAN... HAHAHA... ELE É UM PALHAÇO


HAHAHAHA!

Ele não parava de rir, o morcego já sabia que não iria conseguir mais nenhuma informação com o Coringa
em êxtase e o que ele havia dito já mexeu o suficiente, Batman então se retira e era possível ouvir o
Coringa rindo loucamente do corredor do hospital e alguns médicos indo até sala, notavam a presença do
Batman mas não paravam.

Do telhado do hospital era possível ver grande parte da cidade, a lua ainda estava lá, não se fazia ideia
que horário era e quanto tempo faltava para amanhecer, o morcego apreciava a vista aparentemente e
então decide responder Alfred:

— O Coringa está estável agora porém antes havia algo diferente.

— Eu vi, para assustar alguém como Coringa realmente tem que ser algo notável...

— Ele disse algo sobre ser um palhaço, agora não sei se ele foi honesto ou é mais algumas das piadas
dele...

— Patrão Bruce, acredito que é impossível entender a mente de um lunático, volte para casa não tem
mais o que você possa fazer em campo. — Disse Alfred em um tom de preocupação — Imagino que será
mais produtivo se usar o bat-computador, estou mandando o Batwing, senhor.

— Infelizmente você tem razão, Al. Alguma coisa está acontecendo aqui e não estou vendo, estou
correndo contra o tempo; o Espantalho se intrometendo, Coringa sendo atacado, quinze crianças de
Gotham desaparecidas em um período de 4 semanas, adultos sendo levados porém encontrados mortos,
nenhuma criança por enquanto.

— Não pode esquecer do amigo de fora da cidade...

— Sim, é por aí que vou começar!

Após alguns minutos um barulho corta o céu e chegando acima do Batman era possível ver uma nave de
alta tecnologia, bem grande apenas para um homem e até que era bem silenciosa para um tamanho
daquele, ela era totalmente preta e não havia muitos detalhes além de parecer um veículo que saiu de
guerra das estrelas apesar de ser apenas a aparência:

— Minha carona chegou, estou indo Alfred. — Batman atira com seu gancho e entra em sua aeronave por
debaixo dela e voa para fora de lá.

A nave se dirigiu a enorme mansão Wayne, pousou em um campo verde onde o chão se abriu e uma
plataforma a desceu, era possível ver uma caverna bem estruturada e tecnológica obviamente, o
mordomo esperava com uma bandeja logo no final da escada que descia e interligava para a plataforma
do bat-computador, havia uma cachoeira ali dentro que fazia um barulho harmônico e morcegos ali
voavam, Batman saiu do Batwing e retirou sua máscara, era possível ver o rosto do playboy bilionário
Bruce Wayne, seu nariz simétrico, seus olhos azuis e sobrancelhas médias, seu cabelo preto estava até
que pouco bagunçado para quem usou a máscara a noite toda:

— Senhor, preparei um chá e algumas coisas para você comer nessa madrugada. — Disse o Alfred
estendendo a bandeja com sua mão direita — Você não comeu nada.

— Aceito só o chá, Al, obrigado. — Bruce pegou a xícara da bandeja e se dirigiu cansado até o bat-
computador, sentou na cadeira de forma que era possível notar seu cansaço — O que sabemos de Derry?

O computador da bat-caverna era imenso, composto por quatro telas e um teclado imenso, era nítido
quantas funções haviam ali, havia muitos cabos acoplados no chão e se dirigindo a vários lugares pela
caverna, havia uma coisa bem especial ali na bancada, uma foto dos pais de Bruce, ele olhava a ela
enquanto tomava chá, provavelmente se perguntava o quão diferente poderia ter sido se seus pais
estivessem vivos hoje, ele deu um gole na xícara e a deixou na bancada ao lado do teclado:

— Bom... — Alfred coloca a bandeja ao lado da xícara — a primeira vista aparenta ser apenas uma cidade
do interior do Maine mas tem acontecimentos horríveis como encontrar partes de corpos de crianças,
violência e tudo mais, imagine Gotham dez vezes pior. Bruce, confesso que não me aprofundei por medo
de ler tudo sozinho.

Bruce se virou para o lado:

— Alfred, se não quiser ver isso pode falar — O calvo Alfred com seus bigodes fez uma expressão
pensativa — Não! Lidar junto com o senhor é completamente diferente. — respondeu o mordomo.

Bruce consentiu com a cabeça e começou a digitar no bat-computador:

Estranho, é uma cidade surreal, violência é enorme porém os desaparecimentos ocorrem em um intervalo
entre 26 a 30 anos — ele começa teclar enquanto foca na tela, apareciam vários arquivos e notícias no
computador — Olha só, sempre crianças desaparecem e no final do ano encontram partes de seus corpos
ou seus próprios cadáveres e a morte de adultos normalmente são raras e por conta da violência local.
— Oh céus! Eu achava que Gotham era terrível! — Disse o mordomo enquanto limpava a testa — Qual foi
a última onda de desaparecimentos?

— trinta anos atrás... — Bruce se afasta um pouco surpreso ao analisar os textos — e acharam apenas o
corpo de um adulto naquela época, Eddie Kaspbrak, ele nasceu em Derry e foi embora quando criança...
trinta anos antes da sua morte, ele teve o braço arrancado e mal investigaram, essa cidade toda é errada,
é como se já fosse o hábito de lá e então praticamente ignoram as vítimas...

Al se aproxima para ler e então uma expressão de surpresa surge repentinamente:

— Senhor, o padrão das mutilações...

— Igual as vítimas aqui em Gotham, não é coincidência! Muitos desses casos estão fechados por conta de
não terem provas para dar continuidade e as autoridades locais da cidade parecem ignorar o fato. —
Bruce se levanta — Alfred, ligue para o Dick, não consigo fazer isso sozinho, vou precisar de ajuda dele.

— Tem certeza que quer envolver terceiros nisso?

— Sim, vai ser apenas um trabalho de reconhecimento, preciso que o Dick vá para Derry e enquanto isso
fico em Gotham, não sabemos se o culpado pode estar aqui ainda, preciso estar em dois lugares ao
mesmo tempo. — diz pegando uma pasta que estava ali próxima e então a abre, havia as fotos dos outros
corpos mutilados encontrados em Gotham — Alguém está causando isso e mantendo as crianças...

— Tudo bem senhor, ligarei para o mestre Grayson!

O mordomo aproxima da bandeja para pegar e para ao perceber que Bruce iria falar algo:

— Alfred, tive uma ideia... — Ele se aproxima, pega a máscara e a encara — ...descubra também se os
amigos próximos de Eddie Kaspbrak se encontram vivos e onde estão morando atualmente...

...o Batman precisa descobrir o que eles sabem!

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