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e sua religião - roubaram


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Religião é Veneno DENTRO DA IGREJA UNIVERSAL (Parte 19) nosso espírito... e agora nos
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Num sábado pela manhã o pastor Emilson deixou Ariquemes. Em seu lugar o Qual a religião mais inútil e
pastor Antonio Carlos assumia a região. Eu também deixaria de ser o auxiliar sem fundamento que existe?
ESPECIAL principal. Junto com Antonio viria o tecladista, pastor David Windson. Eu já não Católica
tinha boas lembranças do Antonio por conta de nossa convivência na catedral. Evangelicas em geral
Eu não tinha idéia de quem era ele realmente. No fim do sábado ele chegou à Muçulmana
igreja. A primeira coisa que ele me disse foi: Agora o filho vai chorar e a mãe não
COLUNA vai enxergar. Bundista (do mestre
bunda)
Espirita
A primeira diferença entre Antonio e Emilson eu notei logo no domingo pela
manhã. O pastor Emilson geralmente deixava a esposa dele encarregada de Sarava
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contar o dinheiro da oferta e atendia as pessoas. O pastor Antonio mal terminou Jeova
a reunião correu para o escritório e contou a oferta com avidez. Não sei se Judaica
vocês lembram de um vídeo exibido no Jornal Nacional, da rede Globo, onde um Outra
bispo da igreja, em Nova York exibia uma nota de US$ 1,00 como um troféu. Era
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exatamente com aquela expressão que o Antonio contava o dinheiro da oferta,
com uma fúria enorme a cada envelope com apenas R$ 1,00 que ele abria. Eu Votar
tive que ficar no escritório explicando para ele como se fazia para enviar o fax e resultado parcial...
dando as dicas da contabilidade da igreja.

Com 12 anos na obra, Antonio Carlos tinha a arrogância de um bispo, toda a


postura de um inclusive. Sua esposa era até refinada, parecia uma boa mulher,
algo que foi desmentido depois. Ele recebia sempre ligações do sul do país, já
tinha trabalhado com o bispo Romualdo, tinha uma pregação violenta, sempre
voltada para a vida financeira. Era o que se pode chamar de um homem de fé,
nos termos da igreja, ou seja, faz de tudo para que o fiel abra o bolso e depois o
coração. Tinha um casal de filhos, o Estevão, conquistador da igreja, e outra
filha de 16 anos. A filha dele acabou se apaixonando por mim, o que explicava o
bom tratamento que eu recebia de sua esposa. Enquanto o pastor Emilson vivia
agora com R$ 600,00 por mês, o Antonio exibia com orgulho seu contra cheque,
que indicava nada menos que R$ 2600,00 mensais. Isso para um homem com
dois filhos quase adultos. Seus filhos estudavam nos melhores colégios, sua
casa tinha móveis requintados, computador com acesso a internet, ele levava
uma vida de classe média, com certeza. Dirigia um carro do ano, usava roupas
que custavam meu salário de dois meses, gravatas da mesma marca das do
bispo Macedo.

Minha primeira ação ao saber da vinda do Estevão para Ariquemes foi a de


alertar as obreiras quanto o perigo potencial do filho do novo pastor. Eu não fui
ouvido.

Meu quarto era bem organizado, eu tinha uma mesa, presente do pastor
Emilson, o quarto parecia um mini escritório do pastor, com uma extensão do
telefone do escritório e alguns livros do bispo Macedo enfeitando a mesa. O filho
dele havia conquistado uma obreira, que era noiva do obreiro Giovanni, filho da
obreira Vanda, a melhor obreira de Ariquemes. A tal obreira além de trair o noivo,
ao que tudo indica se relacionou sexualmente com Estevão. Nada foi provado
mas chegou aos ouvidos do pastor Antonio a reunião que eu fiz com as obreiras.
Num momento de fúria ele entrou no meu quarto no começo da noite. Com a
igreja já vazia trancou a porta, derrubou a mesa quebrando o vidro temperado,
tomou uma faca que eu usava para cortar um pedaço de queijo no quarto e
rasgou meu colchão. Ele gritava a todo o momento, me chamando de idiota,
fofoqueiro, chutava tudo que encontrava. Ele derrubou o guarda-roupa,
desmontou o beliche, cravou a faca na parede. Quando eu achei que ele estava
calmo, perguntei a ele os motivos daquilo. Foi quando ele voou no meu pescoço,
quase me estrangulou, me deu um soco no rosto e disse pausadamente: não se
meta com meu filho. Ele saiu do quarto e foi embora.

Eu nunca havia apanhado, nem mesmo do meu pai. Me sentei no canto do


quarto e chorei por algumas horas, num misto de raiva, medo, pavor. Durante a
madrugada eu fiz minhas malas. Quando ele chegou de manhã, sorrindo, como
se nada tivesse acontecido, eu perguntei a ele a que horas eu iria embora. Ele,
dissimuladamente, disse que não era necessário nada daquilo, que o que fez
comigo foi apenas um aviso e que se alguém perguntasse o que era a marca no
meu rosto, eu respondesse que não era nada, só um esbarrão, ou coisa
parecida. Até hoje eu sinto aquele murro no meu rosto, porque ele não me
agrediu fisicamente. A ferida que ele abriu foi muito mais profunda, muito mais
terrível. Ele rasgou aquilo que alguns chamam de alma, outros de aura e que eu
chamo de honra.

A arrecadação da igreja ia às alturas com o Antonio. A cada dia eu sentia mais


medo dele, mais raiva. O filho dele teve de ser mandado para Porto Velho. Havia
suspeitas da gravidez de uma obreira. Minha sorte era um núcleo que eu tomava
conta.

Emerson Silva
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