Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
assentada no
Assentamento
Zumbi dos Palmares
(Campos dos Goytacazes - RJ)
36 7% Evangélicas
18 3% Matrizes Africanas
26 4% Sem religião
Primeira Igreja Evangélica do Assentamento
Assembleia de Deus:
ministério de Copacabana
A primeira igreja evangélica do
Assentamento data de 2000, quando o irmão
João, recebeu “um pedido de Deus para
construir”.
Ele que é um pedreiro famoso da região e
construiu a igrejinha de Assembleia de Deus:
ministério Copacabana, sendo “provado como
Noé também foi quando construiu a arca, as
pessoas zombavam deu, me chamando de louco,
velho, profeta. Só minha esposa acreditou em mim,
ela trazia água toda hora”.
Igreja Assembleia de Deus hoje (Núcleo 4 ou de Campelo)
Ela está moderna, em ladrilhos, tem água,
chegam a frequentar mais ou menos 200 pessoas
por domingo. Ela é murada, algo que não é
comum na região. É a maior igreja do
Assentamento, com vários ministérios e o pastor
mora ao redor do Assentamento. Tem
campanhas de jejum e oração e até se trata sobre
a teologia da prosperidade, mas como a irmã
Penha destaca:
“a prosperidade que o pastor quer que tenhamos é
uma casa organizada, bonitinha. Não esse lixo que
temos. Minha prosperidade é fazer uso da terra
que Deus me deu. Plantar, vender uns porcos,
galinhas, ovos. Não é ser rico, milionário, mas
cuidar do meu velho que já dá muito problema”.
"Igreja Batista de Campelo"
I 150 1
II 79 3
III 63 1
IV 145 5
V 71 2
Total: 506 12
Em 2017, novamente os Padres Redentoristas fizeram uma pesquisa pastoral no
Assentamento e mapearam as religiões no local.
Religiões no Assentamento em 2017
Evangélicos 72%
Católicos 15%
Sem religião 7%
Tradições Afro 3%
Outras expressões religiosas 2%
Os motivos do crescimento exponencial dos pentecostalismos
no Assentamento:
Seu José, é morador do Núcleo II “desde as lonas”. Ele
“passou a frequentar a Igreja Assembleia de Deus, porque Dona Jacinta ainda diz “também era católica,
ela tem programa de TV e Rádio, me sinto mais santo, mas não concordava com essas coisas de batina,
mais com Deus” (J., 2018). Ele é acompanhado o tempo de santos, dai, com a vinda das igrejas
todo por sua esposa Jacinta que destaca que gosta dos evangélicas e as visitas dos pastores me sinto
programas de TV e rádio da AD pois “não bate nas mais perto, mais próxima. Tenho uma fé mais
ideias, como em relação aos católicos, que desacoplei, no forte, mais viva”. E segue dizendo “que se
fim fica mais fácil, e mais fácil garantir o céu”. Essa ocorrer qualquer coisa, antes de tudo que o
questão de “não bater nas ideias” porque “os pastores pastor vem cá em casa e ora por mim” (I.,
não usam termos difíceis que confundem as ideias como o 2018).
padre usava catolicismo que tem ‘homilias’, ‘eucaristia’,
que nunca soube o que significava. Se disseram, não
lembro”, disse Jacinta.
Os motivos do crescimento exponencial dos pentecostalismos
no Assentamento:
O segundo caso separado é de dona Zulmira, negra
(como se define), com 53 anos, mãe de 4 filhos, e Porque, para ela, “o pastor entende do que
moradora do Núcleo II. Ela frequenta a AD ela fala para ele, porque ela tem um
Central, Ministério Copacabana, na localidade de namorado, tem filhos e netos. Já o padre,
Campelo, e no período do verão: “vai trabalhar nas com todo respeito, era um menino de 20, 30
casas de família na região oceânica, para garantir o
anos que tinha acabado de sair do seminário
sustento do resto do ano do lote”. Zulmira afirma que
não entendendo nada do que a vida tem.
“nos últimos anos sua vida mudou para melhor, não
Não sabe o que é criar filhos, netos, muito
precisa mais esperar a vez do mês para se confessar para
menos do que é se deitar todos os dias com a
o padre que vem ou não para a Capela ou para
mesma pessoa trabalhando na roça”.
Travessão. Todos os dias, ela tinha uma coisa para fazer
ou na igreja ou nas igrejas do Núcleo II. Na verdade, fui
‘desacoplada’ daquela igreja”.
Os motivos do crescimento exponencial dos pentecostalismos
no Assentamento:
Por fim, Zulmira diz “a vida na roça e de casa é
muito dura para chegar uma vez no mês escutar o padre
falar sobre um monte de gente, os padres, histórias,
estudos, e não falar nada para mim, nada da vida aqui.
Ainda por cima, passar um monte de reza nas
confissões. Quero vê, ele aturar esses homens que tive,
um deles vivi por mais de 15 anos (...) Me desacoplei, me
libertei!”.
Fonte: