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(AL) - 1972
INTRODUÇÃO
1
Aluno do 5º período do Curso de Licenciatura Plena em Geografia. Bolsista de Iniciação Científica pela
Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Alagoas (FAPEAL). Integrante do
GRUPURB/GEGHUPPAV.
estudiosos apreendam causas do modo de evolução que o espaço urbano tomou,
sugerindo ações para minimização de constituição de disparidade sócio-espaciais.
O objetivo geral deste artigo é indicar processos sociais que tenham contribuído,
significativamente, para o desenvolvimento espacial da cidade de São Sebastião (AL),
em 1972. Pelos objetivos específicos empenhou-se por: abordar a constituição de
núcleos urbanos após a emancipação de Alagoas da Capitania de Pernambuco; constatar
a dimensão do núcleo da vila salomeense, no período da emancipação (1960); analisar o
desenvolvimento territorial da cidade de São Sebastião no ano de 1972, enfocando
formas e conteúdos do lugar.
A metodologia se pautou em um estudo de caso que absorveu contribuições da
Geografia Histórica Urbana e realizou procedimentos metodológicos como pesquisa
bibliográfica - com referência em autores como Abreu (2008; 2010), Vasconcelos
(2002; 2009) entre outros -, pesquisa documental (visita ao Arquivo Público de Alagoas
– APA), Prefeitura e Casa da Cultura de São Sebastião-AL. Também foi realizada
pesquisa de campo, compreendendo entrevistas para coleta de dados, a partir de
conhecimentos de alguns moradores.
O primeiro tópico deste artigo traz dados acerca de cidades e desenvolvimento
territorial. Em seguida, destaca-se a formação inicial de São Sebastião como povoado e
vila. Em terceiro lugar, aborda-se a cidade de São Sebastião e o desenvolvimento
territorial em 1972.
Com o passar dos anos, o povoado foi elevado à vila com seu respectivo distrito,
por intermédio do Decreto estadual nº 39, de 11 de setembro de 1890, estando seu
território inserido em Igreja Nova (AL), então conhecido pelo topônimo de Triunfo.
No mesmo ano em que o núcleo populacional foi elevado à vila, foi construída a
Igreja de Nossa Senhora da Penha, que seria a padroeira da cidade de São Sebastião,
comemorando-se no dia 08 de setembro (SÃO SEBASTIÃO..., 2016).
Nesse período, acredita-se que o desenvolvimento territorial da vila ainda se
encontrava praticamente confinado aos limites daquele de sua origem.
Em 1950, conforme uma publicação (IBGE, 1959), o Distrito de Salomé contava
com um quantitativo populacional de 2.478 habitantes, que ocupavam cerca de 350
domicílios. A Figura 1 mostra o aspecto da vila na segunda metade da década de 1950.
Como visto no item anterior, a antiga vila de Salomé foi instituída como cidade de
São Sebastião em 31 de maio de 1960, na gestão do governador Sebastião Marinho
Muniz Falcão. O comando do estado alagoano sob este governo, segundo Pinto (1979,
p. 179) "foi uma administração marcada por intensa agitação política". Ele assumiu em
01 de janeiro de 1956 e ficou até 14 de setembro de 1957, quando uma crise política o
afastou. Após quatro meses e três dias reassumiu suas atividades de governador, quando
o Supremo Tribunal Federal decidiu que assim o fizesse. Mesmo diante dessa
turbulência, houve, no período de seu mandato, a criação da Companhia de Eletricidade
de Alagoas (CEAL) e o início de atividades da Petrobras, em 1957, além de outras.
Talvez aquele posteamento da vila Salomé, observado na figura 1, tenha sido
proveniente da política de Muniz Falcão, por intermédio da CEAL que ele criara. Esta
ação governamental, e outras ainda por se descobrir, devem ter estimulado os agentes
que lutaram pela emancipação a homenagearem o governador, mudando o nome da vila
para um topônimo que envolvesse o santo católico e o seu (Sebastião).
A gestão que o sucedeu compreendeu aquela do general Luiz de Souza Cavalcante
(31/01/1961 a 31/01/1966) que vivenciou a transição para a Ditadura Militar. Segundo
Pinto (1979), ele perseguiu uma política desenvolvimentista e concretizou o Plano de
Eletrificação do Estado. Outra política importante de seu governo foi aquela da
instituição da Companhia de Abastecimento de Água e Saneamento do Estado de
Alagoas (CASAL), dentre as demais realizadas.
Entre o período de emancipação e 1972, foram compreendidos treze anos e se
pode vislumbrar que pouco foi acrescentado àquele desenvolvimento territorial do
período de emancipação. No início dos anos de 1970 foi realizado um levantamento
cartográfico por órgão federal (MI/SUDENE, 1971) que permitiria o desenvolvimento
de cartas topográficas, em escalas diversas, imbuídas naquele contexto da Carta
Internacional do Mundo ao Milionésimo, cujo objetivo era o reconhecimento do espaço
produzido, sob a ideologia do desenvolvimento econômico.
Devido a essa política, é possível destacar os limites do desenvolvimento
territorial da cidade de
São Sebastião, por volta
de 1972, conforme se vê
pela Figura 3, abaixo.
Ao analisar o
quadro natural e o
período histórico em que
se situou a origem do
núcleo, observa-se que a
sua distância da via de
passagem se atrelou à
preferência por se
localizar próximo aos
recursos hídricos, mas
que garantisse certa
amenidade física aos
habitantes.
O povoado, depois vila e cidade, se encontra a uma altitude de 203 metros,
aproximadamente conforme a ferramenta Google Earth (2016) e se localizou junto a
vertentes que permitiam acesso mais facilmente à água.
A direção que o desenvolvimento territorial do núcleo tomou, já em 1972, foi
motivada pela configuração do relevo, evitando-se a declividade das vertentes.
Com a chegada de água encanada, pelo serviço da CASAL, a cidade se dirigiu
para "mais próximo" à rodovia, pois não se encontrava tão dependente de tal recurso, no
sentido de ter de recorrer ao local onde passava corpo d'água ou nascentes, nos vales.
Além dessas fontes que permitiram visualizar o espaço geográfico e certo tempo
histórico do objeto empírico, prevê-se, com a pesquisa documental e de campo - por
meio desta foram obtidas algumas imagens fotográficas da cidade da década de 1980,
pertencentes a acervo de alguns moradores - aprofundar outros conhecimentos não
científicos, analisando-os à luz da Geografia Histórica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
______. Vista da praça da feira, na vila Salomé. 1 fotografia, p&b. Disponível em:
<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/fotografias/GEBIS%20-%20RJ/AL269
63.jpg>. Acesso em: 26 abr. 2016a.
______. Vista da praça da feira, na vila Salomé. 1 fotografia, p&b. Disponível em:
<http://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=4
26962>. Acesso em: 26 abr. 2016b.