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O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DA CIDADE DE SÃO SEBASTIÃO

(AL) - 1972

Amaro Gabryell Alves Silva1


Universidade Estadual de Alagoas
gabryellall88@gmail.com

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento territorial de uma cidade diz respeito a sua expansão ao longo


do tempo, abrangendo períodos que constituíram suas partes que se encontram marcadas
por contextos históricos que o espaço atravessou em sua evolução. Se o estudo do
desenvolvimento territorial de uma cidade brasileira, possuidora de um "longo passado",
se torna importante como um laboratório que fornece conhecimento de seu espaço e
tempo, atrelados ao período colonial e imperial brasileiro, aquela de "curto passado",
mesmo tomando como base uma fase mais recente do período republicano, também o é,
pois insere processos sociais, que, embora representando pequeno número de eventos,
também merecem ser desvendados no processo de evolução do espaço urbano.
Esta pesquisa, em fase inicial de realização, no contexto da proposta do Grupo de
Pesquisas Urbanas-Grupo de Estudos em Geografia Histórica Urbana Professor Pedro
de Almeida Vasconcelos (GRUPURB-GEGHUPPAV), localizado na Universidade
Estadual de Alagoas (UNEAL), sob a coordenação do Prof. Dr. Roberto Silva de Souza,
se justifica pela necessidade de apreender modos de evolução de pequena cidade de
"curto passado", buscando contribuir, ainda que de modo ínfimo, para estudos de
Geografia Histórica Urbana.
Desse modo, a investigação parte da seguinte questão: como a verificação de
processos sociais, envolvidos na evolução de uma pequena cidade do Agreste alagoano,
detentora de "curto passado", pode fornecer contribuições aos estudos de Geografia
Histórica Urbana? Como hipótese, reconhece-se que tanto cidades grandes como
pequenas, de "longo" ou de "curto passado", são laboratórios importantes de
investigação de processos sociais porque as análises do passado permitem que

1
Aluno do 5º período do Curso de Licenciatura Plena em Geografia. Bolsista de Iniciação Científica pela
Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Alagoas (FAPEAL). Integrante do
GRUPURB/GEGHUPPAV.
estudiosos apreendam causas do modo de evolução que o espaço urbano tomou,
sugerindo ações para minimização de constituição de disparidade sócio-espaciais.
O objetivo geral deste artigo é indicar processos sociais que tenham contribuído,
significativamente, para o desenvolvimento espacial da cidade de São Sebastião (AL),
em 1972. Pelos objetivos específicos empenhou-se por: abordar a constituição de
núcleos urbanos após a emancipação de Alagoas da Capitania de Pernambuco; constatar
a dimensão do núcleo da vila salomeense, no período da emancipação (1960); analisar o
desenvolvimento territorial da cidade de São Sebastião no ano de 1972, enfocando
formas e conteúdos do lugar.
A metodologia se pautou em um estudo de caso que absorveu contribuições da
Geografia Histórica Urbana e realizou procedimentos metodológicos como pesquisa
bibliográfica - com referência em autores como Abreu (2008; 2010), Vasconcelos
(2002; 2009) entre outros -, pesquisa documental (visita ao Arquivo Público de Alagoas
– APA), Prefeitura e Casa da Cultura de São Sebastião-AL. Também foi realizada
pesquisa de campo, compreendendo entrevistas para coleta de dados, a partir de
conhecimentos de alguns moradores.
O primeiro tópico deste artigo traz dados acerca de cidades e desenvolvimento
territorial. Em seguida, destaca-se a formação inicial de São Sebastião como povoado e
vila. Em terceiro lugar, aborda-se a cidade de São Sebastião e o desenvolvimento
territorial em 1972.

1 CIDADES E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: ALGUMAS


ABORDAGENS

Quando Vasconcelos (2002) traz um tópico que aborda "o desenvolvimento


territorial da cidade do Salvador", em uma obra que ele abordou o núcleo soteropolitano
pelo viés de uma longa duração, ele o começou destacando o quantitativo populacional,
em diversos momentos de realização de Censos Demográficos, sem deixar de
mencionar dados de etnias. Em seguida, o autor declarou que "os loteamentos indicam o
crescimento espacial da cidade [...]" (p. 276-7). Depois, acerca de um mapa publicado
no início do decênio de 1940, o qual Vasconcelos considerou excelente, demonstrou
interesse por representar áreas periféricas da cidade, anterior ao que ele chamou de
"grande crescimento populacional" da última década da primeira metade do século XX
e do decênio imediato que a seguiu, apontando as "grandes invasões" e o posterior
desenvolvimento espacial da cidade. O autor ainda estabelece, ainda, exames de partes
da cidade, aponta, inicialmente, obras de modernização que trouxeram consequências ao
Centro e de outras áreas, indicando também algo em torno de transportes.
Ao se ter acesso à obra de Clark (1991), constata-se, no capítulo 3, que o
"crescimento urbano" se refere a "um processo espacial e demográfico e refere-se à
importância crescente das cidades como locais de concentrações da população numa
economia ou sociedade particular." (p. 61).
Ao cuidar sobre "tamanho da cidade, especulação, vazios urbanos", no contexto
de São Paulo, Santos (1990) destacando a variável "tamanho" o faz colocando em
destaque a extensão que ela ocupava no início do século XX e, por intermédio de uma
citação, presente em obra de dois autores, que se referiam já ao penúltimo decênio do
mesmo século, permitia perceber o quanto a cidade havia incorporado de áreas
periféricas, denunciando seus desprovimentos de serviços urbanos. Deste modo, Santos
admitirá que "um dos traços dominantes da geografia paulistana são, pois, a enorme
extensão da cidade e o ritmo crescentemente rápido com que, desde fins do século
passado [XIX], expande-se a aglomeração." (p. 18).
Por representações cartográficas, datadas de 1881, 1905, 1914, 1930, 1952, 1962,
1972 e 1983, o autor permite que o leitor conheça o desenvolvimento territorial da
capital do estado de São Paulo, formando uma grande aglomeração com municípios
vizinhos. Nesse contexto de crescimento, ele enfatiza dados de transportes (ferroviário e
rodoviário), espaços representados por "vazios urbanos" devido a finalidade de agentes
no que se refere à especulação, sem deixar de mostrar a atuação do antigo Banco
Nacional de Habitação (BNH), apontando-o como desarticulador da cidade.
Em outro momento de abordagem em torno do "crescimento e funcionamento do
tecido urbano", Santos (2008) vai trazer em destaque, inicialmente, "a gênese da
organização urbana". Neste contexto ele se refere a "o sítio e seus obstáculos" frisando
que "[...] o sítio é responsável por inúmeras circunstâncias da vida e da evolução
urbanas, bem como da paisagem propriamente dita." (p. 202). Ao se reportar em torno
de "a herança histórica e as fases sucessivas de adaptação", o autor ainda comenta que
"o crescimento urbano e as modificações no tipo de atividades dominantes que o
acompanharam traduziram-se na paisagem por destruições, justaposições ou novas
utilizações do habitat e do patrimônio imobiliário anteriores." (p. 203).
Ao refletir sobre "direções de expansão urbana" Villaça (1998, p. 69) observa que
"as direções preferenciais da expansão urbana são um assunto caro a geógrafos,
urbanistas e empreendedores imobiliários. É comum, por exemplo, a ideia de que os
planos diretores devem 'prever' as direções 'para onde a cidade deve crescer' e em
função disso devem ser criadas propostas."
2 A FORMAÇÃO INICIAL DE SÃO SEBASTIÃO COMO POVOADO E VILA

É comum a realização de levantamentos de dados acerca da origem dos núcleos


urbanos. Como todos eles, em Alagoas, no Brasil ou no Mundo, o de São Sebastião
também apresenta suas particularidades que merecem ser expostas para a tomada de
conhecimentos.
No início de sua formação, São Sebastião era denominado de Salomé que se
originou de uma pequena aglomeração. Sua localização se encontrava na proximidade
de vias pelas quais passavam viajantes que se deslocavam do sul do estado de Alagoas
para o centro-norte, tornando-se local, muitas vezes, de descanso.
Registra-se que tropeiros vindos do município de Palmeira dos Índios (AL) com
destino a Penedo (AL), usavam do local (que ainda não era conhecido como Salomé)
constantemente para repouso, pois a distância entre as duas cidades e as condições do
transporte utilizado, exigia isso.

A Origem da cidade de São Sebastião teve início com o povoamento Salomé


há mais ou menos duzentos e cinquenta anos, "Salomé" originou-se da junção
dos sons das palavras sal e mel, mercadorias transportadas pelos tropeiros
que circulavam muito pela região. Por ser localizada em entroncamento
bastante movimentado, próximo da divisa entre Alagoas/Sergipe e cidades
prósperas como Penedo e Palmeira dos Índios (hoje a cidade próxima mais
desenvolvida é Arapiraca) serviam muitas vezes de pouso. Tendo o tropeiro
José Luiz, fixado residência, constituído família e instalado no local uma
hospedaria, sendo por muitos anos o único morador da região. A fertilidade
das terras chamou a atenção de criadores e agricultores de outras regiões,
descobrindo-se sua vocação para a agricultura. Desenvolveram-se as lavouras
de algodão, fumo, amendoim (exportado em grande quantidade para Aracaju)
e toda uma lavoura de subsistência. O povoado desenvolveu. Os proprietários
de terra asseguravam o desenvolvimento do comércio, os escravos nas festas
difundiam viola e o berimbau. As mulheres distraiam-se jogando bilros e de
suas mãos habilidosas surgiram belíssimas rendas. O que até hoje caracteriza
o município como "terra das rendas de bilro". (SÃO SEBASTIÃO..., 2016).

Com o passar dos anos, o povoado foi elevado à vila com seu respectivo distrito,
por intermédio do Decreto estadual nº 39, de 11 de setembro de 1890, estando seu
território inserido em Igreja Nova (AL), então conhecido pelo topônimo de Triunfo.
No mesmo ano em que o núcleo populacional foi elevado à vila, foi construída a
Igreja de Nossa Senhora da Penha, que seria a padroeira da cidade de São Sebastião,
comemorando-se no dia 08 de setembro (SÃO SEBASTIÃO..., 2016).
Nesse período, acredita-se que o desenvolvimento territorial da vila ainda se
encontrava praticamente confinado aos limites daquele de sua origem.
Em 1950, conforme uma publicação (IBGE, 1959), o Distrito de Salomé contava
com um quantitativo populacional de 2.478 habitantes, que ocupavam cerca de 350
domicílios. A Figura 1 mostra o aspecto da vila na segunda metade da década de 1950.

FIGURA 1 – VILA DE SALOMÉ – IGREJA NOVA (AL)


VISTA DA PRAÇA DA FEIRA - 1959

FONTE: IBGE (1959, p. 53; 2016a).

A foto acima revela domicílios construídos talvez com um misto de tijolinhos -


aqueles que antecederam à técnica de tijolos cozidos e são produzidos a partir de barro,
água, fibras naturais e palha, e a secagem é feita ao sol (TIPOS DE..., 2016) - e taipa,
que se encontram com cobertura de telhas de argila. Eles representam construções
edificadas por pessoas simples, resultando em manifestação de "Arquitetura Popular".
Essa área retratada por algum funcionário do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), revelando um momento de um tempo do passado, se encontra então
denominada de Praça da Feira. Ali, como em todo o município de igreja Nova, no que
toca a aspectos culturais, não havia imprensa, nem biblioteca pública ou entidade de
caráter cultural. Quanto à saúde, hospital e maternidade eram inexistentes.
Conforme o mesmo documento do órgão federal, havia na vila um hotel, de
pequena dimensão, uma igreja católica e 4 estabelecimentos de "ensino primário geral".
Estas informações parecem denunciar que a vila se estendia ainda para outra dimensão
que é impossível apreender pela imagem fotográfica, apreendida pela figura 1.
Também foi possível resgatar pelo site do órgão, a imagem da igreja católica,
capturada, muito provavelmente, no mesmo dia que aquela vista anteriormente. Por ela
se pode verificar aspectos de outros prédios que se localizavam próximos ao templo
(Figura 2).

FIGURA 2 - VILA DE SALOMÉ - IGREJA NOVA (AL)


PRINCIPAL TEMPLO CATÓLICO - 1959

FONTE: IBGE (2016b).

As imagens proporcionam verificar outros elementos importantes: na figura 1, se


vê posteamento colocado com a finalidade de condução de fios de eletricidade e
iluminação pública. Não há calçamento no largo fotografado. Há vários tonéis dispostos
em frente de algumas residências que sugerem estar presentes para recolhimento de lixo
doméstico. Também verifica-se o uso de meio de transporte, representado por animais
(jumentos), inclusive dispondo de certa carga no momento do registro e há
trabalhadores próximos a eles; a figura 2 permite detectar presença de automóvel e a
confirmação de que não havia calçamento no largo.
Então, como a vila Salomé contava, nesse período, com iluminação elétrica,
foram contabilizadas, em 1956, um quantitativo de 52 ligações elétricas. Além disso,
também havia 12 estabelecimentos comerciais de caráter varejista no setor alimentício e
de tecidos e 3 panificações (IBGE, 1959).
Estes equipamentos identificados na década de 1950, permitem presumir o
movimento da população da vila de Salomé destinando-se a obtenção de produtos no
"intraurbano". Porém a ausência de outros serviços e comércio, faziam com que
houvesse deslocamento ou para a cidade de Igreja Nova ou para outras que pudessem
atender suas demandas.
Enfatiza-se que:
O progresso foi chegando de forma célebre, moradores ilustres como Manoel
Dionísio, Belo, Manoel Jandaia, Padre Caetano, Manoel Correia, Antonio
Abílio e outros se uniram para articular o desmembramento do povoado [sic]
do município de Igreja Nova. Em 31 de maio de 1960 ocorreu a emancipação
política, através da lei 2.229 e, em homenagem ao santo e ao governador da
época Sebastião Muniz Falcão, foi dado ao povoado de Salomé o nome de
São Sebastião.

Por este item pôde-se observar alguns aspectos histórico-geográficos do povoado


e vila de Salomé que, evidentemente, com os processos sociais que aí ocorreram, contou
com certo desenvolvimento territorial que até o momento ainda não foi possível definir
sua dimensão. No tópico que se segue, poder-se-á verificar, por meio de cartografia da
época, a extensão do núcleo da, agora, cidade de São Sebastião.

3 A CIDADE DE SÃO SEBASTIÃO E O DESENVOLVIMENTO


TERRITORIAL EM 1972

Como visto no item anterior, a antiga vila de Salomé foi instituída como cidade de
São Sebastião em 31 de maio de 1960, na gestão do governador Sebastião Marinho
Muniz Falcão. O comando do estado alagoano sob este governo, segundo Pinto (1979,
p. 179) "foi uma administração marcada por intensa agitação política". Ele assumiu em
01 de janeiro de 1956 e ficou até 14 de setembro de 1957, quando uma crise política o
afastou. Após quatro meses e três dias reassumiu suas atividades de governador, quando
o Supremo Tribunal Federal decidiu que assim o fizesse. Mesmo diante dessa
turbulência, houve, no período de seu mandato, a criação da Companhia de Eletricidade
de Alagoas (CEAL) e o início de atividades da Petrobras, em 1957, além de outras.
Talvez aquele posteamento da vila Salomé, observado na figura 1, tenha sido
proveniente da política de Muniz Falcão, por intermédio da CEAL que ele criara. Esta
ação governamental, e outras ainda por se descobrir, devem ter estimulado os agentes
que lutaram pela emancipação a homenagearem o governador, mudando o nome da vila
para um topônimo que envolvesse o santo católico e o seu (Sebastião).
A gestão que o sucedeu compreendeu aquela do general Luiz de Souza Cavalcante
(31/01/1961 a 31/01/1966) que vivenciou a transição para a Ditadura Militar. Segundo
Pinto (1979), ele perseguiu uma política desenvolvimentista e concretizou o Plano de
Eletrificação do Estado. Outra política importante de seu governo foi aquela da
instituição da Companhia de Abastecimento de Água e Saneamento do Estado de
Alagoas (CASAL), dentre as demais realizadas.
Entre o período de emancipação e 1972, foram compreendidos treze anos e se
pode vislumbrar que pouco foi acrescentado àquele desenvolvimento territorial do
período de emancipação. No início dos anos de 1970 foi realizado um levantamento
cartográfico por órgão federal (MI/SUDENE, 1971) que permitiria o desenvolvimento
de cartas topográficas, em escalas diversas, imbuídas naquele contexto da Carta
Internacional do Mundo ao Milionésimo, cujo objetivo era o reconhecimento do espaço
produzido, sob a ideologia do desenvolvimento econômico.
Devido a essa política, é possível destacar os limites do desenvolvimento
territorial da cidade de
São Sebastião, por volta
de 1972, conforme se vê
pela Figura 3, abaixo.
Ao analisar o
quadro natural e o
período histórico em que
se situou a origem do
núcleo, observa-se que a
sua distância da via de
passagem se atrelou à
preferência por se
localizar próximo aos
recursos hídricos, mas
que garantisse certa
amenidade física aos
habitantes.
O povoado, depois vila e cidade, se encontra a uma altitude de 203 metros,
aproximadamente conforme a ferramenta Google Earth (2016) e se localizou junto a
vertentes que permitiam acesso mais facilmente à água.
A direção que o desenvolvimento territorial do núcleo tomou, já em 1972, foi
motivada pela configuração do relevo, evitando-se a declividade das vertentes.
Com a chegada de água encanada, pelo serviço da CASAL, a cidade se dirigiu
para "mais próximo" à rodovia, pois não se encontrava tão dependente de tal recurso, no
sentido de ter de recorrer ao local onde passava corpo d'água ou nascentes, nos vales.
Além dessas fontes que permitiram visualizar o espaço geográfico e certo tempo
histórico do objeto empírico, prevê-se, com a pesquisa documental e de campo - por
meio desta foram obtidas algumas imagens fotográficas da cidade da década de 1980,
pertencentes a acervo de alguns moradores - aprofundar outros conhecimentos não
científicos, analisando-os à luz da Geografia Histórica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento deste trabalho significou um esforço para dar impulso a uma


pesquisa, sob a Geografia Histórica, que está apenas começando, em nível de graduação
em Geografia.
Diante do que foi evidenciado por intermédio da presente fase da pesquisa,
constatou-se, preliminarmente, que, em relação à dimensão atual do núcleo urbano, a
evolução territorial da cidade salomeense, gentílico encontrado no site do IBGE, não foi
mais expressiva, no início da década de 1970, porque a cidade de Arapiraca, enquanto
polo fumageiro, impediu a inserção de maiores quantidades de formas morfológicas e
não permitiu registros mudanças importantes nas formas-conteúdo.
Diferentemente daquele início da década de 1970, os dias atuais têm confirmado,
como se viu pela cartografia, um desenvolvimento territorial da cidade que,
primeiramente se expandiu para próximo das rodovias. Agora, os agentes que atuam na
produção do espaço urbano faz com que ela evolua para além das rodovias, sobretudo a
AL 110. Isso ocorre com o surgimento de loteamentos que permitem novos conteúdos
sociais na cidade, além de aumentar seu quantitativo populacional.
O desenvolvimento deste trabalho não leva à ilusão de se imaginar que a pesquisa
foi esgotada, mas aponta para o desafio de que ela está apenas começando e tem-se a
consciência de que é necessário alcançar a resposta à pergunta posta na introdução do
artigo e, posteriormente, verificar a hipótese formulada.
Contudo, espera-se ter contribuído para o conhecimento de uma parcela do
território alagoano, no que tange à questão da cidade de São Sebastião em seu
desenvolvimento territorial, em 1972.

REFERÊNCIAS

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(Planejada e orientada por Jurandyr Pires Ferreira).

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