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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

LIDIANY FRANÇA DE LIMA


LÍLLIAN LOPES DE CASTRO
MARIA ALICE DOS SANTOS SILVA

JOSÉ AMÉRICO E O TURISMO PESSOENSE


Contribuições à urbanização da orla de João Pessoa entre 1950 a 1980

João Pessoa – PB
2021
1. INTRODUÇÃO

O trecho seguinte servirá como auxílio para base do entendimento teórico no qual
necessitou-se ser abordado em tal pesquisa. Para desta maneira, serem expostos; a
problemática chave, o esclarecimento do ponto abordado, a argumentação da motivação
ao embasamento em tais temas e os objetivos tencionados.

1.1 Problemática

Escarces de informações, referente a tamanho impacto e incentivo ao desfrute do


litoral na orla de João Pessoa, por José Américo de Almeida. O mesmo que adquire
terreno no local em 1950, e que em 1953, passa a gozar do iodo do mar em sua rotina,
sendo o terceiro morador do antigo bairro de Tambaú, onde atualmente é o bairro Cabo
Branco. Estará disposta então, uma pesquisa dentre a década de 50 até 1980, embasada
no levante de informações sobre a contribuição de José Américo, ao aumento de visitas
na região, acarretando por consequência o fomento do turismo sol e mar na orla.

1.2. Procedimentos metodológicos

As etapas desta pesquisa se estruturam no estudo imerso ao tema, através de


depoimentos, reportagens, livros, revistas, registros históricos, textos que retratam ao
objeto estudado, e artistas que já visitaram a personalidade José Américo de Almeida, em
sua residência na praia. Posteriormente será estudado e processado os dados referentes
aos impactos da personalidade citada. Visando apresentar de forma mais abrangente.

1.2.1 Metodologia

O levantamento diante a condecoração histórica da figura pública, José Américo,


será disposto através de pesquisas onde estará ressaltado em resumo quem foi o indivíduo,
quais vertentes defendia e sobretudo, como foi seus 27 anos de proprietário no local
estudado, o bairro do Cabo Branco, onde passou 22 anos em moradia fixa, a partir do ano
de 1958, até o ano de 1980. Tencionando dessa maneira, expor de forma sucinta, o motivo
da escolha pela personalidade política e literária atrelada ao assunto.

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Constaremos relatos sobre a história da orla pessoense, entendendo o início da
cidade nas margens do mangue, seus vários nomes recebidos, até a abertura do pantanal
que existia ao redor do Parque Sólon de Lucena, tão conhecida como ‘lagoa’, dando assim
o devido potencial para que a cidade expandisse agora, para sentido ao mar. Visando a
capacidade de percebemos a evolução da própria cidade em suas respectivas épocas,
conseguindo também correlacionar os feitos da figura incluída na pesquisa, após o
apontamento das ações e projetos realizados por José Américo, em que tal construção
será emergida a partir de estudos e leituras.
Incorporado a isto, destacaremos sobretudo, os acontecimentos, as possíveis e
notáveis mudanças, entre as décadas de 50 à 80, através da correlação feita a partir das
informações acima levantadas, sobre a história da evolução da cidade e os feitos da
personalidade apontada.
Listando por fim, as viáveis obras feitas por José Américo, em que se consiga
perceber um impacto significativo diante ao turismo de João Pessoa, na orla, sendo
constado através de dados presentes em pesquisas, e o aumento da taxa de usuários ao
turismo sol e mar, após seus feitos. Na tentativa de identificar qual seria o grau de
colaboração, dentro da área do turismo, de um indivíduo que se manteve tão presente na
política e literatura pessoense.

1.3 Justificativa

O interesse em estudar, a temática dissertada e associada ao escritor e político,


José Américo de Almeida, surge com a percepção de que, não se tem informações e/ou
uma seleção de atos da figura, na qual estejam destacadas, a dimensão da importância do
mesmo, diante o aumento das visitas a orla pessoense, episódios estes em que, de algum
modo tenham instigado ou melhorado o acesso da população ao turismo na região.
Trazendo em conjunto, vasta riqueza embasada na informação gerada após este estudo,
sendo ela partilhada entre as autoras e seus leitores.
Dessa maneira, mostra-se quão valiosa será a contribuição de tal pesquisa, onde
adotará o estudo de todo fomento ao desfrute da orla de João Pessoa, por José Américo,
entre 1950 à 1980, conseguindo registrar assim, parte da história do turismo sol e mar, já
que na época abordada, as pessoas de poder, concentravam interesse próximo as margens
do Rio Sanhauá, hoje tombada como Centro Histórico, desde 1982, pelo IPHAEP –

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Instituição do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, mas popularmente
conhecida como cidade velha.
Nosso intuito é de que com a pesquisa, consigamos reunir uma série de dados, em
que possam destacar não só a possível contribuição de José Américo, mas também
agrupar uma sequência da evolução de nossa Orla, até os dias de hoje, mostrando o
desenvolvimento atrelado aos possíveis feitos.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

Analisar as contribuições de José Américo de Almeida no crescimento de


atividades turísticas em João Pessoa, especificamente no bairro do Cabo Branco, entre os
anos de 1950 à 1980 e suas colaborações artísticas e póstumas aos atrativos da cidade.

1.4.2 Objetivos Específicos

• Levantar reconhecimento histórico da figura pública;


• Relatar a história da orla pessoense;
• Identificar os projetos criados/realizados por José Américo embasados a temática
abordada;
• Levantar dados de desenvolvimento local entre as décadas de 50 à 80;
• Listar feitos da figura diante o impacto na identidade turística de João Pessoa;

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Cabo Branco, antigo Tambaú

Nos embasando ao processo de desenvolvimento urbano na cidade de João Pessoa,


incluímos diante ao contexto o Bairro de Tambaú, onde no início do século XX, era
apenas uma vila de pescadores, com poucas propriedades usadas para o lazer e ainda
inexplorada pelo fenômeno turístico. Com a execução da Av. Epitácio Pessoa na qual é a
principal via que liga o centro de João Pessoa ao bairro de Tambaú (zona leste), sendo
construída apenas em 1933, ainda que, muito rudimentar aproximou e expandiu às duas
regiões, tanto as pessoas do centro como as da zona litorânea, a partir da possibilidade de
trafegar por esta via utilizando o bonde.
Quando se traçou a “Estrada de Tambaú”, hoje Av. Epitácio Pessoa, antes vista
como uma vila de pescadores ou lugar de atividades rurais, tornando-se logo depois
moradia fixa para os mais abastados da cidade e um local central, visto que, ficou próximo
aos principais pontos da cidade. Influenciando no seu desenvolvimento comercial, um
centro de grande estrutura comercial direcionada tanto para o público turístico como para
a população de toda a capital. Tem-se, assim, a descoberta da praia como moradia e não
mais apenas como veraneio.
Embora a edificação da avenida tenha contribuído com o povoamento da zona
costeira, está região ainda não era considerada/percebida como atrativo turístico. Apenas
em 1970, com a construção do Tropical Hotel Tambaú, começam de forma expressiva o
deslocamento por motivos turísticos e de lazer para tal localidade. As casas que antes
eram apenas para veraneio, tornam-se assim, lugar de moradia fixa. Consequentemente
houveram grandes mudanças ocorridas no local como os de impacto ambiental: o
desmatamento da vegetação originária em detrimento das terras demarcadas para a
construção de novas edificações e estradas, a poluição sonora e dos mananciais como
consequência das áreas ocupadas de forma irregular e a prostituição em vista do
considerável fluxo turístico vigente da época.
Diante isto, afirma Aguiar em 1993, que como as áreas de praia despertavam cada
vez mais o interesse das classes de nível socioeconômico mais elevado, houve uma maior
preocupação dos poderes públicos com o seu acesso, através de um esforço por formar
áreas nobres para o investimento de recursos que visavam a modernização e a estética da

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cidade, com a sua expansão para o mar (AGUIAR, 1993). Morar na orla, ou em áreas
próximas à praia, passou a ser considerado símbolo de status. Assim, as áreas agora
consideradas nobres, passaram a ser melhor beneficiadas com trabalhos de infraestrutura,
saneamento básico e modernização em sua estética.
Apesar de inicialmente o bairro atrair o olhar de classes altas, também aproximou
a chegada de empreendimentos turísticos como hotéis, barres e restaurantes, fazendo com
que o bairro possuísse assim grande fluxo de pessoas provenientes de vários lugares do
país e de toda a capital. Tornando-se dessa forma, um dos principais pontos de encontro
para grande parte dos indivíduos, agregando através do lazer gratuito, em conjunto com
a presença da diversidade de pessoas, com suas distintas realidades culturais e econômica,
disfrutando da mesma atividade, no mesmo espaço.

2.2 José Américo

José Américo de Almeida foi um homem de grande influência política no Estado


da Paraíba, seu nome era conhecido a nível nacional pelos feitos em diversas áreas nas
quais atuou ao longo da vida, seja pela literatura ou advocacia. Analisando sua jornada
profissional e intelectual, a pretensão deste trabalho discorrer sobre seus projetos
relacionados à orla de João Pessoa e sua influência na popularização do turismo na área
referente.
Uma de suas mais importantes obras, A Paraíba e Seus Problemas (1923), foi um
grande instrumento político para as mudanças efetuadas no Estado na época em que atuou
como braço direito do presidente João Pessoa. Destacando a sua influência, na obra A
Paraíba e Seus Problemas, nos é apresentado problemas e soluções para o
desenvolvimento do Estado, sendo um deles o problema hidráulico. José Américo
apresenta em seu livro:
Mas, em 1918, o cais de Cabedelo, constante de uma estacada de madeira,
já estava construído na extensão de 128 metros correntes [...] Mas esse
porto não acudia ao ideal de emancipação econômica da paraíba.
Voltaram-se as vistas do governo federal, autorizado ela lei orçamentária
de 1918, para a enseada de Tambaú, de incomparável situação geográfica.
Foram dadas instruções à comissão chefiada pelo engenheiro Cláudio da
Costa Ribeiro para levantar a planta do local e apresentar um projeto [...]
A constante aspiração de todos os paraibanos era o estabelecimento do
porto na capital, como meio de evitar a baldeação das mercadorias e o
transporte de passageiros, com todas as vantagens econômicas e sociais do
contato com o movimento marítimo. (ALMEIDA, 2012 [1923], p. 342-
343)

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Essa abordagem de José Américo levou o presidente João Pessoa a implementar
obras de melhoramento no porto de Cabedelo durante seu governo. Além desse problema,
Almeida também aponta a desigualdade regional do Estado, fazendo surgir então projetos
de obras que ligassem as cidades – construções de estradas e linhas férreas.
Embora João Pessoa fosse o líder do Estado, não se pode negar a influência de
José Américo nas reformas que se sucederam na região. Através de sua literatura,
Almeida apontou os problemas e trouxe respostas, formulando assim uma base para as
implementações necessárias para o crescimento local.

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Referências

LIMA, Anne Gabriele Sousa. Encantamento, Desencantamento e Pertença. O Bairro de


Tambaú Pela sua Heterogeneidade de Atores, fruto da monografia “Tambaú: pertença e
fragmentação. Sob uma ótica do medo”.

SILVA, Bárbara B. S. O poder político de José Américo de Almeida: A construção do


americismo (1928-1935). 2015. Dissertação. (Mestrado em História). Programa de Pós-
Graduação em História. Universidade Federal da Paraíba.

TOSCANO, Rafael de Souza. Monografia: A Evolução da Ocupação de Tambaú — Do


Início do século XIX ao século XXI, 2013.

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