Você está na página 1de 14

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES


BACHARELADO EM LAZER E TURISMO

EQUIPAMENTOS DE LAZER E PRODUÇÃO CULTURAL NA REGIÃO DO BIXIGA E


ARREDORES

JULIANA SANTANA YAMAMOTO


VESPERTINO

ACH 1603 – PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM LZT


Professora: Valéria Barbosa de Magalhães

1ºSem/2020.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar as manifestações culturais e os
equipamentos de lazer disponíveis na região da bela-vista e arredores, e como elas
contribuem para o desenvolvimento do lazer, turismo e cultura na região, em seguida, a partir
das concepções de lazer dos próprios residentes, fazer uma comparação entre as definições
observadas entre moradores e teóricos do tema. Posteriormente, é analisado o caso da escola
des samba Vai-Vai como equipamento de lazer e produção cultural dentro da área recortada.

PALAVRAS-CHAVE:​ Lazer; Bixiga; Vai-Vai


INTRODUÇÃO:

Apesar de ser um dos mais tradicionais bairros da cidade de São Paulo, não existe
nenhuma divisão administrativa que delimite o bairro do Bixiga1 e, por este motivo, se torna
muito difícil determinar os limites geográficos da região. Não obstante as transformações
sofridas através dos anos, o bairro, formado por italianos e negros, manteve sua identidade,
conservando a diversidade étnica e cultural da região, a partir das diferentes manifestações
que ocorrem dentro do seu espaço físico.
O Bixiga abriga de cantinas italianas e paróquias a escola de samba Vai-Vai, e as
diferentes crenças, celebrações e valores compartilhados pelos moradores da região são suas
principais fontes da identificação cultural, entretanto, a identidade assumida pelos residentes
produziram uma relação de pertencimento e reconhecimentos individuais e coletivos com o
espaço de forma que ampliem e estimulem as possíveis práticas de lazer dentro da região
recortada? Ou acabou se tornando uma “extensão” do espaço doméstico de forma que os
moradores procurem práticas de lazer fora desta região?
Através da história oral, serão realizadas entrevistas, nas quais poderão ser observadas
as principais práticas de lazer e manifestação cultural realizadas no bairro, analisando de
forma geral o compreenção de lazer de jovens de 18 à 25 anos residentes na região recortada,
e sob a ótica de Marcellino fazer uma comparação entre as definições observadas pela
pesquisa e por este pesquisador.
Finalmente, é estudado o caso da escola de samba Vai-Vai como equipamento de
lazer e produção cultural e nas práticas de lazer dos residentes da região.

1
Também conhecido como “Bexiga” (com a vogal E), estando as duas formas corretas.
JUSTIFICATIVA:

O bairro que na verdade deixou de ser chamado de Bixiga e passou a ser chamado de
Bela-Vista a partir de 19102, está acima de qualquer divisão administrativa que possa possuir,
e nunca deixou de ser um dos principais polos de cultura, lazer e gastronomia na cidade de
São Paulo, abrigando pontos histórico, como a Vila Itororó, a Casa de Cultura Dona Yayá, o
Teatro Oficina e os Arcos do Bixiga, luta diariamente para manter sua identidade, sua cultura
e sua história.
Tombado pelo Conselho Municipal de Conservação do Patrimônio Histórico, Cultural
e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP)3, o bairro foi primordial na formação
urbana da cidade de São Paulo, e é ainda hoje referência de miscigenação na cidade, formado
por imigrantes italianos e nordestinos que até os dias atuais vivem em harmonia.
A escolha dos sujeitos contemplados por esta pesquisa, jovens de 18 a 25 anos,
também são fatores extremamente significativos e consideráveis na discussão da relação entre
a juventude e o lazer na atualidade e a oferta atual de equipamentos disponibilizados para este
público.

2
Fonte: ​https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/comunicacao/noticias/?p=140150
3
Fonte: ​https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/49c99_22_T_Bairro_da_Bela_Vista.pdf
RECORTE :

Jovens de 18 a 25 anos residentes da região do Bixiga, abrangendo as margens das


Rua D. Maria Paula e Santo Antônio, de um lado a Avenida Brigadeiro Luís Antônio, do
outro lado, contornando a Praça 14 Bis, subindo a Rua Cardeal Leme, cortando algumas ruas
até chegar na Avenida Brigadeiro Luís Antônio novamente​ (Ver apêndice A)

OBJETIVO GERAL:

● Analisar a compreensão e as práticas de lazer dos moradores do Bixiga e arredores.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

● Investigar quais tipos de lazer os moradores da região, entre 18 e 25 anos, praticam.


● Verificar se as práticas de lazer se dão dentro ou fora da área recortada.
● Analisar se a concepção de lazer dos moradores coincide com a de Marcellino
● Verificar se a escola de samba Vai-Vai é considerada pelos moradores como espaço
de lazer.

HIPÓTESES:

● Jovens de 18 a 25 anos moradores da região praticam atividades de lazer noturnas,


como bares, etc.
● Os principais consumidores de cultura oferecidos pelos equipamentos da área
recortada são os próprios moradores da região.
● As definições serão parecidas, pois Marcellino traz uma das definições mais simples e
usuais de lazer.
● A Vai-Vai é um equipamento de lazer para os moradores, entretanto essa relação fica
mais aparente durante os meses de ensaio e desfile, fora do ciclo carnavalesco é mais
significante para a população negra.
DISCUSSÃO TEÓRICA:

Para analisar o surgimento histórico do lazer é necessário retomar a trajetória humana


através dos tempos, destacando-se a relação entre lazer e trabalho.
Inicialmente, nas civilizações ocidentais, o trabalho era desprezado, e somente aos
escravos era permitidos trabalhar, pensamento incentivado por filósofos contemporâneos
como Aristóteles, que pregavam o ócio como um presente dos deuses aos homens livres.
Posteriormente, com o enfraquecimento do trabalho escravo e o surgimento do
capitalismo mercantil, começaram a surgir as primeiras relações de comércio e burguesia,
ligadas ao enriquecimento, fruto do trabalho. Mais tarde, com o aumento das invenções
tecnológicas e a revolução industrial, com a diminuição da carga horária humana, e maior
rendimento num tempo menor, começaram a surgir novamente noções de ócio e tempo livre.
De acordo com Menoia (2000, p. 10):
Os principais acontecimentos econômicos-sociais da história do ocidente
produziram situações que modificaram o comportamento coletivo em
relação ao tempo livre, desestimulando ações habituais (incentivadas
somente ao trabalho) e dando preferência a novas respostas na área do
lazer. (MENOIA, 2000, p. 10)

O lazer surgiu, então, como forma de libertação das obrigações e tensões diárias na
vida do trabalhador, buscando um resgate a qualidade de vida do homem, aprofundando as
pesquisas sobre o tema e chegando a contextualizações que conhecemos nos dias atuais.
Existem diferentes conceitos e definições de lazer atualmente, que se diferenciam em
sua função, tempo, atividade, importância, entre outros, e um dos mais relevantes no contexto
brasileiro contemporâneo é Marcellino (1990, p 31 apud, MENOIA, 2000, p. 13) que afirma:
[...] o lazer é por mim entendido como a cultura compreendida no seu
sentido mais amplo - vivenciada (praticada ou fruída) no tempo disponível.
É fundamental, como traço definidor, o caráter "desinteressado" dessa
vivência. Não se busca, pelo menos basicamente, outra recompensa além
da satisfação provocada pela situação. A disponibilidade de tempo
significa possibilidade de opção pela atividade prática ou contemplativa.
(MARCELLINO, 1990, p.31, apud MENOIA, 2000, p.13)

Marcellino deixa clara a contraposição entre lazer e obrigações, e a relação entre lazer
e cultura pela sua função educativa. Além desta, Menoia (2000) afirma ainda que Marcellino
define a atividade de lazer como: composta pelo tempo livre e pela atividade pedagógica com
objetivo de transformação pessoal e social, sem interesse econômico e que proporcione
prazer.
Desta forma é possível fazer uma análise do caso da região do Bixiga sob a ótica de
Marcellino, de forma que sejam analisadas as manifestações culturais e os equipamentos de
lazer utilizados pelos residentes da região, que possuem entre 18 a 25 anos.
Não existem dados oficiais que delimitam a região do Bixiga, nem esclarecem as
origens de sua nomenclatura, Castro (2006, p.51) afirma que diferentes histórias tentam
explicar o princípio do bairro e do nome “Bixiga”: “ As que mais nos parecem plausíveis são
aquelas que vinculam o nome às epidemias de varíola que regularmente assolaram São Paulo
até meados dos anos de 1800.”, nenhuma dessas histórias são de fato comprovada, todavia, as
que mais parecem críveis são: a teoria de que as terras, longe do núcleo urbano, eram usadas
para abrigar e isolar vítimas da varíola, doença conhecida por deixar marcas semelhantes a
bexigas na pele, e também a hipótese que o nome se deu por causa de um dos donos de terra
da região: Antônio Bexiga, conhecido por alugar quartos para viajantes, e que teria sido
acometido pela doença, deixando marcas em seu rosto, daí o apelido4.
O processo de ocupação do solo urbano é, também, essencial para entender o
surgimento do Bixiga no contexto histórico, Gonçalves (2014, p. 74) afirma que: “O
crescimento da mancha urbana da cidade de São Paulo esteve desde sua fundação altamente
condicionado às condições impostas pelas características físicas do sítio urbano escolhido por
seus fundadores.”, e acrescenta sobre o Bixiga: "As características do terreno – em acentuado
declive – favoreceram a ocupação por habitações que obedeciam às imposições do lugar
(com os grandes cortiços de frente estreita e imenso comprimento, descendo em direção ao
vale)” (GONÇALVES, 20014, p. 94). Ou seja, os declives e as áreas de inundação nas
várzeas dos rios foram decisivos no processo de expansão na região, de forma que o bairro
cresceu entre os rios Bexiga e Saracura, hoje canalizados.
O que se delimita como Bixiga, hoje, é mais um consenso popular do que
administrativo, abrangendo as margens das Rua D. Maria Paula e Santo Antônio, de um lado
a Avenida Brigadeiro Luís Antônio, do outro lado, o Bixiga contorna a Praça 14 Bis, subindo
a Rua Cardeal Leme, cortando algumas ruas até chegar na Avenida Brigadeiro Luís Antônio
novamente. ​ (Ver apêndice A)
Gonçalves (2014) declara que, graças a seus aspectos sociais históricos e geográficos,
o Bixiga se destaca na cena paulista, de forma a preservar a permanência da memória (tempo
vivido), associada ao lugar, de forma que as relações, emoções e identidades criadas por cada

4
Fonte: ​http://www.portaldobixiga.com.br/historia/
pessoa naquele espaço, formem traços e características identitárias de cada indivíduo de um
determinado grupo social: “Essas identidades produzem relações de pertencimento, coesão
social, reconhecimento individual e promoção da segurança, do conforto e da aceitação”
(BITELLI e BASTOS, 2018, p. 464)
Ou seja, a medida que o cotidiano é vivido, cada ato produzido ou reproduzido por
cada sujeito corresponde a uma combinação de símbolos, práticas, tempos, memórias,
pertencimentos e valores, que contemplam a historicidade de cada ser: “Por meio da vivência
– e isso inclui o estar presente ativo e fisicamente – se constrói nos encontros e nas atividades
cotidianas a sensação de pertencimento àquele espaço.” (BITELLI e BASTOS, 2018, p. 465)
A escolha dos sujeitos contemplados por esta pesquisa, jovens de 18 a 25 anos, são
fatores extremamente significativos e consideráveis na discussão da relação entre a juventude
e o lazer na atualidade. Stoppa e Delgado (2006, p. 66) afirmam:
Assim compreendemos a juventude como uma condição social e um tipo
de representação, de atores sociais que constróem, a partir de seu cotidiano,
diferentes modos de ser jovem, influenciados pelo meio social onde vivem
e pelas trocas proporcionadas por esses espaços. (STOPPA; DELGADO,
2006, p.66)

Stoppa e Delgado (2006) dizem ainda que os jovens provocam uma reapropriação dos
espaços urbanos, construindo suas próprias normas , expressões e participações culturais.
Outro fator essencial que faz parte da identidade brasileira é o samba, e um dos
principais protagonistas da história do bairro é escola Grêmio Recreativo Cultural Social
Escola de Samba Vai-Vai, formada em 1930 por integrantes de um time de várzea da região5,
o Cai-cai, tem sido relacionada ao lazer dos moradores da região desde sua criação.
“‘Batuque", que era um nome tão genérico quanto samba, era empregado no estado de São
Paulo para designar uma forma de lazer popular em que se tocava música, na maioria das
vezes, de certa ascendência africana” (GONÇALVES, 2014, p. 25)
A Vai-Vai desde sua criação, primeiro com o esporte, e mais tarde com a música,
reflete a sua importância social e política, sendo parte essencial da criação de identificações e
pertencimentos dos residentes da região.
A fruição do lugar, proporcionada pelo encontro, na várzea do Saracura, no
Bixiga, dava as condições para o lazer, para a festa, o jogo, a música. O
Vai-Vai, como resultado da existência anterior do time de futebol de
várzea Cai-Cai, é expressão da relação mantida pelos frequentadores do
antigo campo do Lusitana, próximo ao cruzamento das ruas Rocha e Una,

5
Fonte: ​https://www.vaivai.com.br/sobre/
na região de várzea do riacho Saracura, com o seu lugar a partir da reunião.
(GONÇALVES, 2014 p. 98)

Deve-se observar que naquela época a Vai-Vai já era vista como um ponto facilitador
de encontros e união dentro da comunidade do Bixiga, agindo como fixador de relações
sociais, ao mesmo tempo em que exercia papel de fuga e descanso. Gonçalves (2014, p. 101)
afirma: “ os símbolos associados ao Vai-Vai desde seu princípio remetem à agremiação como
um lugar de segurança identitária para a população negra de São Paulo, ao mesmo tempo que
uma opção de lazer.”
Atualmente esta relação não é muito diferente, a entidade representa um papel
essencial no lazer dos moradores do bairro, especialmente da população negra, mesmo fora
do ciclo carnavalesco, sendo um importante templo de encontro durante todo o ano. “ [...] o
papel das entidades de lazer da população negra de São Paulo – incluído aí o Vai-Vai – não
se restringia ao período do Carnaval, sendo importantes centros de reunião de toda
comunidade ao longo do ano.” (GONÇALVES, 2014, p. 106).
A cultura, em seu significado mais amplo representa a forma de pensar, agir e falar de
cada sujeito, dando sentido às vidas e às escolhas de cada um de forma que, especialmente na
região do Bixiga resulte no acolhimento de diferentes conjuntos sociais, promovendo a
sociabilidade que lhe é tão característica.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

Para que seja possível atingir os objetivos desejados pela pesquisa, a metodologia
utilizada será a história oral, método de entrevistas individuais que possibilitam a produção
de fontes e documentos através de narrativas, depoimentos, versões e interpretações. “[...]
estratégia metodológica que dá base à produção de fontes oriundas de depoimentos.”
(ALMEIDA, 2012, p. 1).
Tendo isto em vista, o presente trabalho espera que seja possível trazer à pesquisa
sentimentos e ações individuais, frutos do conjunto de relações vividas ao longo da existência
de cada sujeito, vinculadas à memória coletiva e à cultura em que se está inserido, pontos de
vistas interpretados de formas diferentes a partir de vivências e relações sociais divergentes.
Tornando possível a compreensão de múltiplas narrativas, decorrentes da composição social
diferente de cada indivíduo entrevistado.
A história oral traz os benefícios de elencar sentimentos, ações e
informações preciosas para o campo historiográfico, [...] o que ele
[pesquisador] irá obter é uma interpretação do passado intrinsecamente
relacionada às questões sociais, mas relembrada pelo aspecto pessoal, já
que é o indivíduo que tem a capacidade de rememorar. (DAVID, 2013, p.
159)

E, mesmo que a pesquisa realizada através de testemunhos e interpretações fique


sujeita a esquecimentos, distorções e interpretações, David (2013) afirma que até mesmo os
mitos revelam-se ao historiador como fonte de produção “não se trata de questionar a verdade
ou não do depoimento, mas sim de entender que este é construído socialmente pelo
entrevistado que, dando sentido à sua vida, arquiteta um ponto de vista, uma representação
sobre determinado momento relacionado à sua trajetória.”. (DAVID 2013, p.160)
Assim como também caberá ao entrevistado decidir o que deve ou não falar, pois ele
sabe que sua narrativa poderá trazer consequências para si. “é neste ponto que observamos a
subjetividade do entrevistado e sua importância para o trabalho com a História oral, posto que
ele é quem vai determinar o que deve ou não falar e como deve tratar de determinados
assuntos.” (DAVID, 2013, p. 162)
David (2013, p. 162) conclui afirmando que deve-se partir do princípio que o
entrevistado sabe que deverá narrar a “verdade”, e que esses fatos serão determinantes para a
realização da pesquisa, sobre o qual ele conhece ou teve experiência pessoal.
Para que o objetivo da pesquisa seja atingido com excelência, é essencial ao
pesquisador se colocar no lugar dos entrevistados, criando um ambiente confortável, que
pode ser relacionado com a temática da pesquisa. A história oral não é um questionário, e sim
um diálogo, “o pesquisador deve conseguir extrair do entrevistado as respostas necessárias à
análise do objeto da maneira mais natural e menos forçada possível.”, (DAVID, 2013, p.
164). Almeida (2012, p. 8) acrescenta ainda que: “Este [depoimento] pode ser cedido
voluntariamente ou capturado pelo historiador numa situação casual e inserido como produto
de pesquisa que fortalece sua argumentação.”
Os critérios de escolha dos entrevistados devem ser estabelecidos pelo pesquisador, de
forma que contemple de forma mais íntegra possível os fins da pesquisa, dentro do recorte
escolhido pela pesquisa, no caso, jovens de 18 a 25 anos, residentes da região delimitada.
Existe ainda uma discussão que envolve a proximidade entre entrevistador e entrevistado,
David (2013) afirma que, por um lado, uma relação anterior poderia deixar o entrevistado
mais confortável e apto a conversação, sendo possível extrair informações de melhor
qualidade, ao mesmo tempo que existe uma questão ética, trazendo “a ideia de que a relação
anterior ou derivada da entrevista irá impedir a contextualização ou o debate do depoimento
oral.” (DAVID, 2013, p. 165)
Há também casos nos quais é perceptível a relação do pesquisador e do objeto
pesquisado, não é por qualquer motivo que o recorte e o sujeito são escolhidos, Almeida
(2012) afirma que essa influência não deve ser negada: “deve ser considerada como variável
no processo do estudo que, entretanto, não obriga ao descarte das percepções capturadas por
quem pesquisa: serve como mais um testemunho. “ (ALMEIDA, 2012, p. 8)
Desta forma, o número de entrevistados nesta pesquisa será escolhida em acordo com
o orientador. de forma que contemple de forma satisfatória os objetivos desejados pela
pesquisa.
CRONOGRAMA:

Mar/ Mai/ Jul/ Set/ Nov/ Jan/ Mar/ Mai/


Abr - Jun - Ago - Out - Dez - Fev - Abr - Jun -
2020 2020 2020 2020 2020 2021 2021 2021

Escolha do tema x

Determinação de x
Objetivos

Determinação da x
Metodologia

Revisão Bibliográfica x

Entrega do Projeto x

Escolha dos x
entrevistados

Coleta de Dados x x

Análise e interpretação x
dos dados

Redação da monografia x

Revisão da monografia x

Entrega da monografia x
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALMEIDA, Magdalena Maria de. ​História oral e formalidades metodológicas​. In: XI


Encontro Nacional de História Oral. Memória, Democracia, Justiça, 2012, Rio de Janeiro. XI
Encontro Nacional de História Oral. Memória, Democracia, Justiça. Rio de Janeiro: UFRJ
IFCS IH, 2012. v. 1. p. 1. Disponívem em:
https://www.encontro2012.historiaoral.org.br/resources/anais/3/1332442488_ARQUIVO_AB
HOHistoriaoraleformalidadesmetodologicas.pdf

BITELLI, Fábio Molinari; BASTOS, Sênia Regina. ​Hospitalidade na cidade: as


manifestações culturais como uso do espaço público. ​Turismo Visão e Ação​, [s.l.], v. 20, n.
3, p. 460, 27 set. 2018. Editora UNIVALI.Disponível em:
http://dx.doi.org/10.14210/rtva.v20n3.p460-473​.

CASTRO, Marcio Sampaio de. ​BEXIGA. UM BAIRRO AFRO-ITALIANO:​:


comunicação, cultura e construção de identidade étnica. 2006. 120 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Comunicação, Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2006.

DAVID, Priscila. História Oral: Metodologia do Diálogo. ​Patrimônio e Memória, São


Paulo, Universidade Estadual Paulista, v. 9, n. 1, p. 157-170, 2013.

GONÇALVES, Thiago Rodrigues. ​O lugar do samba o bixiga​: memória e identidade. 2014.


139 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Geografia, Instituto de Geociências e Ciências
Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2014.

MENOIA, Thelma Regina Marialva. ​LAZER: história, conceitos e definições. 2000. 22 f.


TCC (Graduação) - Curso de Recreação e Lazer, Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2000. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000325119&opt=4

STOPPA, E. A.; DELGADO, M. ​A Juventude e o lazer. In: MARCELLINO, N. C. (Org.)


Lazer e Recreação: Repertório de atividades por fases da vida. Campinas, SP: Papirus, 2006,
p.65-69.
APÊNDICE A - Recorte espacial do Bixiga

Fonte: Autoria Própria

Você também pode gostar